texto: cláudia soares ilustrações: felipe dias
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Texto: Cláudia SoaresIlustrações: Felipe Dias
Fortaleza ● Ceará ● 2016
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S676p Soares, Claudia.
Os porquês da pipoca! / Claudia Soares ; ilustrações de Felipe Dias. Fortaleza: SEDUC, 2015.
28p.; il. (Coleção Paic Prosa Poesia)
ISBN: 978-85-8171-149-2
1. Literatura infantojuvenil. I. Título.
CDU 028.5
Copyright © 2016 Cláudia SoaresCopyright © 2016 Felipe Dias
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Projeto e Coordenação Gráfi ca Daniel Dias
Revisão Final Marta Maria Braide Lima
Conselho EditorialAntônio Élder Monteiro de SalesSammya Santos AraújoMaria Fabiana Skeff de Paula Miranda
Catalogação e NormalizaçãoGabriela Alves Gomes
Coordenador de Cooperação com os MunicípiosLucas Fernandes Hoogerbrugge
Orientador da Célula de Programas e Projetos Estaduais (CEGEE)Idelson de Almeida Paiva Júnior
Articuladora Emilia Lucy Nogueira Marinho
Coordenadora Regional MAIS PAIC/PNAICMaria Socorro Bezerra Leal
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A todos os vendedores de pipoca.
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Todas as tardinhas, seu Zé cortava as ruas do bairro, como diziam os adultos, empurrando seu carrinho de pipoca em direção à pracinha da igreja matriz.
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Lá, ele parava e preparava seu produto. Colocava um pouquinho de milho numa panela, mexia e começava um verdadeiro estouro de sabor; enfi m, ele tirava um montão de pipoca, colocava sal e vendia em saquinhos de papel.
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Antes de entregar, ainda colocava um pouquinho de manteiga por cima para deixá-las ainda mais gostosas.
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Seu Zé sabia tudo de pipoca. Ele sempre dizia “Criançada, pipoca é o avesso do grão!, Se o milho não papocar, não serve! É o estouro que dá o sabor!, Se demorar, queima! Se tirar a tampa, escapa!, É como um botão que vira fl or, o milho é o botão e a pipoca, a fl or.”
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E ainda completava “É uma comida antiga, quem a descobriu foram os índios que a comiam assada, na própria espiga, ou feita em panela de barro com areia no fundo.”
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Eu fi cava pensando em suas palavras, também em como a pipoca é uma comida engraçada e mais um montão de coisas:
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Seria legal se tivesse pé de pipoca, seu nome seria pipoqueira. Mas plantaríamos o milho ou a pipoca? Por que grãos de feijão e de arroz não viram às avessas? O que será que tem dentro do milho de pipoca?
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Se colocar o milho no fogo, vira pipoca e se o colocar na geladeira, o que acontece? A pipoca é maior que o milho, não pode caber dentro. Será que dentro dele tem fermento? Será possível desfazer pipoca?
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Tudo isso não fazia sentido, resolvi fazer minhas próprias experiências.
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Depois de duas panelas queimadas, muito milho estragado, cozinha bagunçada, vários risos, um castigo e duas queimaduras, percebi que pipoca não é para fazer sentido, é para ser saboreada.
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E lembrando as palavras de mamãe “Onde tem pipoca, tem diversão, seja no cinema, no circo, no parque, no futebol, na pracinha, em aniversário ou até mesmo no lanche da tarde”, cheguei a seguinte conclusão:
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“pipoca não é alimento, é diversão”.
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Cláudia Soares
Olá, meu nome é Cláudia Soares. Nasci em Fortaleza e passei a infância na periferia; brincava na rua com os amigos e vivenciei a expectativa da passagem do vendedor da chegadinha, do algodão doce, ou mesmo do vendedor de picolé. Nesses momentos fazíamos a festa. Aos domingos ia para a missa com minha mãe e esperava ansiosamente pela hora da pipoca na saída da igreja, e essa história nasceu assim, dessas lembranças da minha infância.
Felipe Dias
Nasci em Fortaleza, no Ceará, no dia 25 de março de 1983. Atualmente moro em São Paulo. Curti desenhar todos os projetos do Paic de que participei. É bom ver ideias assim concretizadas. A ajuda prestada à criança e ao aluno da escola pública é gratifi cante.