tese agostinho delta
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Instituto de Geocincias e Cincias Exatas
Campus de Rio Claro
IMPACTOS E CONDIES AMBIENTAIS DA ZONA
COSTEIRA DO ESTADO DO PIAU
Agostinho Paula Brito Cavalcanti
Orientador: Prof. Dr. Jos Carlos Godoy Camargo
Tese de Doutorado apresentada junto ao Curso de Ps-Graduao emGeografia rea de Concentrao em Organizao do Espao para obteno doTtulo de Doutor em Geografia
Rio Claro (SP)
2000
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NDICE
ndice de cartas.................................................................................................... vii
ndice de figuras................................................................................................... viii
ndice de fotografias............................................................................................. x
ndice de tabelas.................................................................................................. xiii
ndice de quadros................................................................................................ xvii
ndice de grficos................................................................................................. xix
Captulo I INTRODUO.................................................................................. 1
1.1. Consideraes gerais................................................................................. 1
1.2. Identificao dos problemas....................................................................... 6
1.3. Justificativas e objetivos............................................................................. 9
1.4. Metodologia e tcnicas de anlise............................................................. 11
Captulo II CONSIDERAES A RESPEITO DAS ZONAS COSTEIRAS........ 19
2.1. Zonas costeiras: uma reviso de conceitos ............................................... 19
2.2. Classificao da zona costeira do Estado do Piau.................................... 41
Captulo III CARACTERIZAO GERAL DA REA DE ESTUDO................... 50
3.1. Localizao e descrio geogrfica............................................................ 50
3.2. Histrico da ocupao e processos antrpicos....................................... 58
Captulo IV DIAGNSTICO AMBIENTAL......................................................... 68
4.1. Processos da dinmica natural costeira..................................................... 69
4.2. Diagnstico das potencialidades e limitaes............................................. 97
4.2.1. Potencialidades naturais e antrpicas............................................ 98
4.2.2. Limitaes naturais e antrpicas.................................................... 105
4.3. Caracterizao das unidades ambientais costeiras................................... 111
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Captulo V AVALIAO E ANLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS............ 125
5.1. As praias e os campos de dunas dissipadas............................................. 133
5.2. Os campos de dunas estabilizadas............................................................ 157
5.3. As plancies fluviais.................................................................................... 174
5.4. As plancies flvio-marinhas....................................................................... 194
5.5. As plancies flvio-lacustres....................................................................... 218
5.6. Os tabuleiros costeiros............................................................................... 237
Captulo VI PERSPECTIVAS ATUAIS DE DESENVOLVIMENTO................... 256
6.1. Programas de manejo e sustentabilidade das unidades ambientais.......... 259
6.1.1. Programas de manejo das unidades ambientais........................... 260
6.1.2. Propostas de sustentabilidade ambiental...................................... 271
6.2. Proposta de zoneamento costeiro.............................................................. 2776.3. Plano de gesto ambiental......................................................................... 297
Captulo VII CONSIDERAES FINAIS.......................................................... 313
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS........................................................... 324
ANEXO 1 Fundamentao legal para ocupao do espao costeiro............... 332ANEXO 2 Dados climticos............................................................................... 337ANEXO 3 Dados scio-econmicos.................................................................. 348
ANEXO 4 Vista area tomadas por sobrevo.................................................... 353
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A meus pais Hamilton e Britinha emeus irmos Eudes e Anna.... por toda umavida de estmulo;
A minha esposa Ftima e aos meus filhosAline, Alano e Alssio... como umacompensao pelo tempo que deixamos deficar juntos.
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AGRADECIMENTOS
Este trabalho resultado da colaborao conjunta de diversas pessoas e
instituies, que cooperaram permanentemente para a sua
consecuo, aos quais agradeo, muito especialmente:
Ao Professor Dr. Jos Carlos Godoy Camargo, do Departamento de Geografia
do Instituto de Geocincias e Cincias Exatas IGCE da UNESP Campus de Rio
Claro, pela valiosa orientao, crticas e sugestes proporcionadas em todas as fases
desse estudo;
A Professora Dra. Lvia de Oliveira, pelo estmulo permanente e amizade
fraterna;
Aos colegas professores e funcionrios do Departamento de Geografia e
Histria da Universidade Federal do Piau UFPI, pela solicitude demonstrada
durante meu afastamento;
A Professora Ana Zlia C. Lima Castelo Branco, da Coordenao Geral deCapacitao de Docentes da UFPI, pelo estmulo e apoio dispensados;
A Professora Doutoranda Marta Celina Linhares Sales da UFPI, ao Professor
Dr. Luiz Botelho de Albuquerque da UFC e em especial ao Pedro Sales de
Albuquerque pela amizade e ajuda constantes;
Aos Professores do Departamento de Geografia da Universidade Federal do
Cear UFC, em especial ao Dr. Edson Vicente da Silva, Dr. Jos Levi FurtadoSampaio e ao MSc. Raimundo Castelo Melo Pereira, pelo companheirismo e apoio
ininterruptos;
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Aos professores do Departamento de Geografia e Planejamento Regional do
IGCE da UNESP Campus de Rio Claro, em especial ao Dr. Adler Guilherme
Viadana, Dr. Antonio Carlos Tavares, Dr. Antonio Christofoletti (in memoriam), Dr.
Helmut Troppmair, Dra. Iandara Alves Mendes, Dra. Maria Juraci Zani dos Santos, Dr.
Miguel Cezar Sanchez e Dra. Ndia Regina do Nascimento, pelos ensinamentos nas
disciplinas cursadas e apoio irrestrito;
A Professora Dra. Celina Foresti, do Departamento de Biocincias da UNESP
Campus de Rio Claro, pelas sugestes na rea de Sensoriamento Remoto;
Aos Professores Dr. Jos Manuel Mateo Rodriguez e Dr. Arturo Rua de Cabo,
da Universidade de Havana Cuba, pela oportunidade de convivncia e discusses
de temas ligados cincia geogrfica;
A Professora Doutoranda Lige de Souza Moura e a Professora MSc.
Elisabeth Mary de Carvalho Baptista, do Departamento de Geografia da Universidade
Estadual do Piau - UESPI, pela amizade e estmulo permanentes;
Aos colegas do Curso de Geografia do IGCE / UNESP Campus de Rio Claro:
Adriano Scalzitti, Ariclenes Polo Souza, Cristiano Len Martins, Maria de Ftima
Santos Gomes, Ricardo Wagner Ad-Vncula, Rogrio Nomura , Renato dos Anjos
Santos e Salvador Carpi Jnior, pelo apreo dispensado.
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ndice de Cartas Pgina
Carta 1 - Base cartogrfica e unidades ambientais...................................... 117
Carta 2 - Dinmica natural e impactos ambientais....................................... 132
Carta 3 - Zoneamento costeiro..................................................................... 278
Carta-imagem 1 Zona costeira do Estado do Piau..................................... 14
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ndice de Figuras Pgina
Figura 1 - Diagrama esquemtico das fontes de energia e sedimentos para
a zona costeira (1.1). Perfil esquemtico das zonas costeiras
(1.2). Perfil esquemtico dos diversos setores da zona costeira
do Estado do Piau (1.3)................................................................ 49
Figura 2 - Localizao da rea de estudo no contexto do continente
americano e da regio Nordeste do Brasil.................................... 51
Figura 3 - Diagrama esquemtico da dinmica natural na zona costeira do
Estado do Piau............................................................................. 71
Figura 4 - Zona costeira do Estado do Piau.................................................. 74Figura 5 - Aspectos da dinmica natural costeira do Estado do Piau........... 76
Figura 6 - Principais correntes martimas do Atlntico Sul............................. 79
Figura 7 - Transporte de sedimentos efetuado pelos ventos com saltao
dos gros de areia (7.1). Transporte de sedimentos efetuado
pelos ventos com suspenso dos gros de areia (7.2)................. 84
Figura 8 - Circulao das ondas e transporte de sedimentos........................ 87
Figura 9 - Potencialidades da zona costeira do Estado do Piau................... 103
Figura 10 - Limitaes da zona costeira do Estado do Piau........................... 109
Figura 11 - Deslocamento de sedimentos arenosos na praia devido a ao
dos ventos alsios de NE (11.1). Transporte de sedimentos pela
atuao das ondas e ventos, com posterior deposio na praia
(11.2). Transporte de sedimentos, com exposio durante a
baixa-mar e acumulao em forma de dunas (11.3)..................... 134
Figura 12 - Principais impactos e estado ambiental nas praias e dunas
dissipadas...................................................................................... 155
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Figura 13 - Campo de dunas estabilizadas mostrando os estgios de
evoluo e os impactos ambientais. Incio da seqncia atravs
das formaes pioneiras, seguidas pela vegetao
subpereniflia arbustiva e arbrea, responsveis pela
bioestabilizao do relevo dunar (13.1). Avano de sedimentos
arenosos devido o desmatamento com introduo de culturas de
subsistncia e pecuria extensiva (13.2)....................................... 158
Figura 14 - Principais impactos e estado ambiental nas dunas estabilizadas.. 172
Figura 15 - Blocos-diagrama mostrando a plancie fluvial do rio Parnaba
(15.1); Igarassu (15.2); Camurupim (15.3) e Ubatuba (15.4)........ 177
Figura 16 - Principais impactos e estado ambiental na plancie fluvial............ 192
Figura 17 - Blocos-diagrama da plancie flvio-marinha do rio Parnaba(17.1) e dos rios Cardoso / Camurupim (17.2).............................. 196
Figura 18 - Principais impactos e estado ambiental na plancie flvio-
marinha......................................................................................... 216
Figura 19 - Principais impactos e estado ambiental na plancie flvio-lacustre 235
Figura 20 - Principais impactos e estado ambiental no tabuleiro costeiro........ 254
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ndice de Fotografias Pgina
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Foto 1 - Movimento orbital da onda prximo praia (1.1) Mar alta
prximo a localidade Pedra do Sal PI (1.2)................................ 89
Foto 2 - Flecha costeira prxima a localidade Barra Grande PI.............. 93
Foto 3 - Praias e dunas dissipadas com deposio de areias formadas
por quartzo, em constante deslocamento devido a deflao
elica, prximo praia de Atalaia.................................................. 137
Foto 4 - Areias quartzosas marinhas depositadas na praia Peito de Moa
(4.1). Dunas dissipadas, prximo a localidade Tatus (4.2). Dunas
dissipadas com formao de reservatrios de gua, prximo a
Ilha Grande (4.3). Dunas em formao com ocorrncia de ripple-
marks, prximo a localidade Sobradinho (4.4).............................. 140Foto 5 - Ocorrncia dos recifes da Pedra do Sal (5.1). Praia de Itaqui
(5.2) e localidade de Cajueiro da Praia (5.3)................................. 146
Foto 6 - Impactos ambientais nas praias e dunas dissipadas. Construo
de habitaes, prximo a Pedra do Sal (6.1). Turismo pontual e
urbanizao na praia de Atalaia (6.2). Atividades comerciais e de
recreao e lazer na praia do Macap (6.3). Turismo pontual e
lazer na praia da Barra Grande (6.4)............................................. 150
Foto 7 - Dunas estabilizadas com recobrimento vegetal e intensos
processos de edafizao, prximo a praia da Pedra do Sal.......... 161
Foto 8 - Avano de dunas devido o desmatamento com recobrimento de
reas da plancie flvio-lacustre do lago Sobradinho (8.1). Dunas
estabilizadas por espcies pioneiras e gramneo-herbceas,
prximo a localidade Ilha Grande (8.2). Dunas em processo de
estabilizao com proteo artificial devido o avano sobre reas
residenciais, prximo a Lus Correia.............................................. 168
Foto 9 - Plancie fluvial do rio Parnaba com ocorrncia de meandros em
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reas de acumulao de sedimentos............................................. 179
Foto 10 - Impactos ambientais na plancie fluvial. Navegao com
derramamento de leo rio Parnaba (10.1). Urbanizao com
atividades comerciais e industriais rio Igarassu (10.2).
Extrativismo vegetal rio Camurupim (10.3). Desmatamento e
eroso das margens rio Ubatuba (10.4)..................................... 189
Foto 11 - Plancie flvio-marinha com deposio de sedimentos
halomrficos, recobertos por manguezais no rio Parnaba (11.1),
rio Igarassu (11.2), rio Camurupim (11.3) e rio Ubatuba (11.4)..... 201
Foto 12 - Impactos ambientais na plancie flvio-marinha. Cultura de arroz
rio Parnaba (12.1). Construo de salinas rio Igarassu
(12.2). Espcies invasoras devido o desmatamento rioCamurupim (12.3). Pesca predatria rio Ubatuba (12.4)............ 211
Foto 13 - Plancie flvio-lacustre em reas de sedimentao e solos
hidromrficos na lagoa do Portinho (13.1) e no lago Sobradinho
13.2)............................................................................................... 223
Foto 14 - Impactos ambientais na plancie flvio-lacustre. Desmonte de
dunas e construo de habitaes na lagoa do Portinho (14.1).
Desmatamento e assoreamento das margens do lago
Camurupim (14.2). Desmatamento e eroso das margens do
lago Sobradinho (14.3).................................................................. 231
Foto 15 - Superfcie aplainada dissecada do relevo tabuliforme, com
sedimentos da Formao Barreiras e predomnio de material
areno-argiloso, prximo a localidade Camurupim (15.1) e a
localidade Jabuti (15.2).................................................................. 239
Foto 16 - Impactos ambientais nos tabuleiros costeiros. Desmatamento e
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compactao do solo para construo da via de acesso a
localidade Barra Grande (16.1). Retirada de madeira para
utilizao como combustvel na localidade Carapeba (16.2).
Desmatamento e queimadas, prximo a localidade Queimadas
(16.3). Desmatamento e deposio de resduos slidos, prximo
a cidade de Cajueiro da Praia (16.4)............................................. 247
Foto 17 - Desembocadura do rio Igarassu, prximo a cidade de Lus
Correia (17.1). Plancie flvio-marinha do rio Igarassu (17.2).
Campo de dunas dissipadas, prximo a lagoa do Portinho (17.3). 354
Foto 18 - Plancie fluvial do rio Cardoso (18.1). Plancie fluvial do rio
Camurupim (18.2). Campo de dunas dissipadas prximo a
localidade Sobradinho (18.3)......................................................... 355Foto 19 - Campo de dunas dissipadas e estabilizadas prximo a
localidade Pedra do Sal (19.1). Campo de dunas estabilizadas
com recobrimento vegetal, prximo a cidade de Ilha Grande
(19.2). Urbanizao cidade de Lus Correia (19.3)..................... 356
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ndice de Tabelas Pgina
Tabela 1 - Correntes de mar...................................................................... 81
Tabela 2 - Variaes do nvel das mars de acordo com as fases da Lua.. 91Tabela 3 - Dados quantitativos das unidades ambientais predominantes.... 124
Tabela 4 - Levantamento preliminar das espcies da vegetao pioneira
das praias e dunas dissipadas.................................................... 142
Tabela 5 - Levantamento preliminar das espcies da vegetao gramneo-
herbcea das praias e dunas dissipadas.................................... 142
Tabela 6 - Levantamento preliminar das principais espcies da ictiofauna
marinha........................................................................................ 144
Tabela 7 - Levantamento preliminar das principais espcies de moluscos
das praias e dunas dissipadas.................................................... 144
Tabela 8 - Levantamento preliminar das principais espcies da avifauna
das praias e dunas dissipadas.................................................... 145
Tabela 9 - Levantamento preliminar das espcies da vegetao gramneo-
herbcea das dunas estabilizadas.............................................. 163
Tabela 10 - Levantamento preliminar das espcies da vegetao
subpereniflia das dunas estabilizadas....................................... 164Tabela 11 - Levantamento preliminar das espcies da avifauna das dunas
estabilizadas............................................................................... 165
Tabela 12 - Levantamento preliminar das principais espcies de rpteis das
dunas estabilizadas..................................................................... 166
Tabela 13 - Levantamento preliminar das principais espcies de mamferos
das dunas estabilizadas............................................................. 166
Tabela 14 - Levantamento preliminar das espcies da vegetao
subpereniflia ribeirinha da plancie fluvial.................................. 183
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Tabela 15 - Levantamento preliminar das principais espcies da avifauna
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da plancie fluvial......................................................................... 184
Tabela 16 - Levantamento preliminar das principais espcies da ictiofauna
da plancie fluvial......................................................................... 185
Tabela 17 - Levantamento preliminar das principais espcies de rpteis da
plancie fluvial.............................................................................. 185
Tabela 18 - Levantamento preliminar das principais espcies de mamferos
da plancie fluvial......................................................................... 186
Tabela 19 - Levantamento das principais espcies frutferas da plancie
fluvial........................................................................................... 188
Tabela 20 - Levantamento preliminar das espcies da vegetao pereniflia
de mangue da plancie flvio-marinha......................................... 203
Tabela 21 - Levantamento preliminar das principais espcies da avifaunada plancie flvio-marinha............................................................ 204
Tabela 22 - Levantamento preliminar das principais espcies da ictiofauna
da plancie flvio-marinha............................................................ 205
Tabela 23 - Levantamento preliminar das principais espcies de moluscos
da plancie flvio-marinha........................................................... 206
Tabela 24 - Levantamento preliminar das principais espcies de crustceos
da plancie flvio-marinha........................................................... 207
Tabela 25 - Dados quantitativos dos reservatrios de gua.......................... 224
Tabela 26 - Levantamento preliminar das espcies da vegetao
subpereniflia ribeirinha e aqutica da plancie flvio-marinha... 226
Tabela 27 - Levantamento preliminar das principais espcies da ictiofauna
da plancie flvio-lacustre............................................................ 227
Tabela 28 - Levantamento preliminar das principais espcies de crustceos
e moluscos da plancie flvio-lacustre......................................... 228
Tabela 29 - Levantamento preliminar das principais espcies da avifaunada plancie flvio-lacustre............................................................ 228
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Tabela 30 - Levantamento preliminar das espcies da vegetao
subcaduciflia arbrea-arbustiva do tabuleiro costeiro................ 243
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Tabela 31 - Levantamento preliminar das principais espcies da avifauna
do tabuleiro costeiro.................................................................... 244
Tabela 32 - Levantamento preliminar das principais espcies de rpteis do
tabuleiro costeiro.......................................................................... 245
Tabela 33 - Levantamento preliminar das principais espcies de mamferos
do tabuleiro costeiro.................................................................... 245
Tabela 34 - Levantamento preliminar das principais espcies forrageiras do
tabuleiro costeiro......................................................................... 249
Tabela 35 - Levantamento das principais espcies frutferas do tabuleiro
costeiro........................................................................................ 251
Tabela 36 - Propostas para a Zona de Proteo Permanente (ZPP)............. 281
Tabela 37 - Propostas para a Zona de Compensao (ZCP)......................... 283Tabela 38 - Propostas para a Zona de Ecoturismo (ZEC).............................. 285
Tabela 39 - Propostas para a Zona de Reserva Extrativista (ZRE)................ 288
Tabela 40 - Propostas para a Zona de Urbanizao Prioritria
(ZUP).............
290
Tabela 41 - Levantamento das principais espcies de hortalias
recomendveis para a zona de agricultura.................................. 294
Tabela 42 - Propostas para a Zona de Aquicultura e Agricultura (ZAA)......... 296
Tabela 43 - Levantamento das principais instituies pblicas e privadas..... 299
Tabela 44 - Levantamento preliminar das espcies vegetais utilizadas para
fins medicinais............................................................................. 302
Tabela 45 - Banco de dados pluviomtricos................................................... 339
Tabela 46 - Balano hdrico segundo Thornthwaite e Mather (1955)............ 347
Tabela 47 - Domiclios rurais e urbanos......................................................... 349
Tabela 48 - Populao urbana-rural, rea e densidade demogrfica............. 349
Tabela 49 - Populao em idade escolar segundo o nvel de ensino e taxade analfabetismo de crianas e adultos...................................... 350
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Tabela 50 - Agricultura permanente rea plantada (Ha)............................. 350
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Tabela 51 - Agricultura temporria rea plantada (Ha)................................ 351
Tabela 52 - Efetivo dos rebanhos Cabeas................................................. 351
Tabela 53 - Nmero de unidades de sade e leitos segundo municpio........ 352
Tabela 54 - Proporo de chefes de domiclios com renda mensal at
salrio mnimo e analfabetos....................................................... 352
xvii
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ndice de Quadros Pgina
Quadro 1 - Sntese das unidades ambientais com seus respectivos
indicadores naturais.................................................................... 116Quadro 2 - Sntese das unidades ambientais, com determinao dos
indicadores naturais, potencialidades, limitaes e impactos
ambientais................................................................................... 122
Quadro 3 - Seqncia do processo de degradao das unidades
ambientais................................................................................... 126
Quadro 4 - Caractersticas naturais e antrpicas dominantes e seus
respectivos ndices de artificializao, uso da terra e
recomendaes para ocupao................................................... 129
Quadro 5 - Caractersticas dos solos das praias e dunas dissipadas............ 139
Quadro 6 - Sntese do diagnstico ambiental Praias e dunas dissipadas.. 152
Quadro 7 - Sntese da avaliao dos impactos ambientais Praias e dunas
dissipadas.................................................................................... 152
Quadro 8 - Caractersticas dos solos das dunas estabilizadas..................... 162
Quadro 9 - Sntese do diagnstico ambiental Dunas estabilizadas............ 169
Quadro 10 - Sntese da avaliao dos impactos ambientais Dunasestabilizadas................................................................................ 170
Quadro 11 - Caractersticas dos solos da plancie fluvial................................ 181
Quadro 12 - Sntese do diagnstico ambiental Plancie fluvial..................... 190
Quadro 13 - Sntese da avaliao dos impactos ambientais Plancie fluvial. 191
Quadro 14 - Caractersticas dos solos da plancie flvio-marinha................... 200
Quadro 15 - Sntese do diagnstico ambiental Plancie flvio-marinha........ 213
Quadro 16 - Sntese da avaliao dos impactos ambientais Plancie flvio-
marinha.......................................................................................
215
Quadro 17 - Caractersticas dos solos da plancie flvio-lacustre................... 220
xviii
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Quadro 18 - Sntese do diagnstico ambiental Plancie flvio-lacustre........ 232
Quadro 19 - Sntese da avaliao dos impactos ambientais Plancie flvio-
lacustre........................................................................................ 233
Quadro 20 - Caractersticas dos solos do tabuleiro costeiro........................... 241
Quadro 21 - Sntese do diagnstico ambiental Tabuleiro costeiro............... 248
Quadro 22 - Sntese da avaliao dos impactos ambientais Tabuleiro
costeiro........................................................................................ 253
Quadro 23 - Potencialidades e fragilidades para aplicao da
sustentabilidade ambiental na zona costeira do Estado do
Piau............................................................................................ 273
Quadro 24 - Sntese da gesto ambiental Infra-estrutura urbana e dos
servios....................................................................................... 301Quadro 25 - Sntese da gesto ambiental Potencial natural........................ 312
xix
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ndice de Grficos
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Grfico 1 - Direo e velocidade dos ventos Mdia mensal (m/s).............. 86
Grfico 2 - Precipitao Total anual (mm).................................................. 340
Grfico 3 - Precipitao Mdia mensal (mm)............................................. 341
Grfico 4 - Temperatura mdia (mxima, mdia e mnima) mensal (oC)...... 342
Grfico 5 - Umidade relativa do ar Mdia mensal (%)................................ 343
Grfico 6 - Evaporao Mdia mensal (mm).............................................. 344
Grfico 7 - Direo e velocidade dos ventos Mdia mensal (m/s).............. 345
Grfico 8 - Insolao mensal (horas)............................................................. 346
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RESUMO
ABSTRACT
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CaptuloI
INTRODUO
1.1. CONSIDERAES GERAIS
A cincia geogrfica necessita atualmente elaborar novos critrios conceituais,
novas tcnicas e meios mais eficientes para estudar as relaes que ocorrem entre
os fenmenos naturais e sociais. Isto s ser conseguido atravs de trabalhos
constantes e intensivos de carter especfico, em setores ou aspectos particulares da
Geografia.
Considerando-se que a organizao do espao tarefa primordial do gegrafo,
e que este espao composto por diferentes ambientes naturais e antrpicos, deve-
se avaliar as estruturas e processos atuantes na sua dinmica, de conformidade com
o carter interdisciplinar requerido pela cincia geogrfica.
A difuso de mtodos e tcnicas adequadas de manejo do meio ambiente, comoestratgia de utilizao plena e equilibrada dos recursos naturais cumpre seu papel
nos processos de desenvolvimento e planejamento.
A civilizao contempornea, atravs da urbanizao e de inovaes
tecnolgicas, trouxe consigo uma srie de transformaes no meio natural e, se
resultados benficos tm advindo para a humanidade, problemas vm se
acumulando ao longo do tempo.
A formao de uma conscincia ambiental sobre as necessidades de
preservao e da procura do equilbrio ecolgico, no decorre simplesmente de uma
ordenao de leis ou de normas, mas que se d nfase a uma ampla e persistente
pesquisa cientfica, aliada a uma efetiva ao educativa, atravs dos quais se
disseminem valores e atitudes em relao aos recursos naturais.
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A ocupao de extensas reas naturais, o aproveitamento e utilizao dos seus
recursos de forma predatria, constituem atualmente a nvel mundial, um sinal
desalentador da expanso das fronteiras econmicas da atividade produtiva.
Nas zonas costeiras ocorrem a maior concentrao da produtividade biolgicado planeta, localizada ao longo de uma faixa relativamente estreita, formada pelas
plataformas continentais e limites das plancies costeiras.
Encontram-se ainda os habitats mais produtivos e diversos, vitais para a
proteo da costa e fornecedora de alimento e abrigo para uma variedade de
espcies, inclusive o homem.
Na utilizao dos recursos fornecidos pelo ambiente costeiro, com o intuito de
atingir os objetivos de desenvolvimento, sem a simultnea degradao da qualidade
do meio ambiente, preciso novos mecanismos que possibilitem a avaliao
adequada desses recursos. Estes mecanismos abrangem atitudes conscientes e
aes objetivas, onde procura-se analisar a importncia das zonas costeiras,
determinando as necessidades de cada setor e como integrar a conservao ao
desenvolvimento.
No territrio brasileiro, as aes governamentais, a legislao pertinente e osetor privado no tem levado em considerao os danos resultantes da apropriao
indevida dos recursos naturais disponveis e nem sempre renovveis.
De acordo com SILVEIRA (1968), a anlise das costas brasileiras, considerados
seus tipos, caractersticas e articulaes, deve constituir preocupao fundamental
para aqueles que desejam interpretar a evoluo do Brasil e compreender os
complexos geogrficos que em seu territrio se formam. Se o litoral brasileiro, em si,
j representa vasto campo de estudos, as relaes dessa poro do pas com ointerior so chaves para explicaes de numerosas questes, cujo esclarecimento
fundamenta a interpretao da Geografia e da Histria brasileiras.
Faz-se necessrio compreender que o ambiente costeiro brasileiro composto
por sistemas naturais que esto relacionados atravs de seus componentes fsicos,
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biolgicos e antrpicos, e que o estado atual de sua ocupao esto indicados pela
alterao de reas representadas principalmente pela especulao imobiliria.
Os impactos ambientais induzidos pela presso humana so extremamente
significativos nas reas costeiras, trazendo srios problemas, sendo muitas vezessuperior a capacidade de assimilao dos sistemas naturais.
Pelo fato de um significativo contingente populacional habitarem estas reas,
ocorrem intensas presses, com a capacidade de suporte de seus recursos sendo
excedida.
A populao um importante indicador das mudanas, com sua composio e
amplitude, afetando diretamente o carter do desenvolvimento ou a imposio dos
impactos sobre os sistemas naturais.
As atividades humanas interferem nos processos naturais e a proteo do
sistema ambiental costeiro necessria para a continuidade da vida. Os ambientes
terrestres e marinhos so sistemas totalmente integrados e suas partes esto
interrelacionadas e dependentes, onde a alterao de um componente influi em
outras partes e na disfuno do sistema como um todo.
As presses exercidas pela presena do homem produzem necessidades como
a construo de moradias, hotis, restaurantes, lojas, etc., requerendo uma infra-
estrutura bsica (estradas, pontes, saneamento, loteamentos, eletrificao, etc.),
cada um exercendo presses no ambiente ou produzindo vrios impactos negativos,
como a locao de materiais imprprios, suporte da infra-estrutura e modificao do
escoamento superficial e a drenagem subterrnea.
O impacto acumulativo devido ao uso da gua provoca mudanas no potencial
hidrolgico, resultando em intruses de gua salgada, pela contaminao orgnica e
inorgnica e pela disposio do lixo.
Os impactos advindos de um simples projeto podem ser minimizados em uma
certa extenso; poder tornar-se parte de um problema ecolgico, principalmente em
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reas que possuem recursos sensveis (praias, campo de dunas, plancies fluviais,
plancies flvio-marinhas, plancies flvio-lacustres e tabuleiros costeiros), sendo
particularmente vulnerveis a acumulao dos impactos.
Para o estudo dos impactos ambientais necessita-se de uma metodologia capazde integrar diferenciadas consideraes sobre os recursos naturais e os fatores
antrpicos, garantindo a proteo e aproveitamento de acordo com os objetivos
propostos, devido principalmente ao avano do conhecimento cientfico dos recursos
naturais e o aperfeioamento de novos mtodos e tcnicas.
Nas ltimas dcadas tem havido modificaes na zona costeira piauiense,
devido as transformaes mais amplas que atingem toda a sociedade, tais como os
processos de urbanizao e demanda de servios.
H uma busca permanente por uma maior ocupao do espao costeiro
piauiense, com a populao avanando sobre esta rea ampliando o domnio das
atividades indiretas de explorao do solo, atravs do incremento de novas
edificaes; da expanso de obras para recreao e lazer e da crescente
transformao da terra.
Este o quadro geral da zona costeira do Estado do Piau, onde os estudosmais detalhados podero mostrar a dinmica natural e os impactos ambientais,
devendo ser entendido como um detalhamento das potencialidades e limitaes para
uso em gerenciamento dos recursos naturais e formas de utilizao, tanto a nvel de
conhecimento da costa piauiense, como tambm pelos encaminhamentos
metodolgicos utilizados neste estudo.
Neste sentido, ao se propor aes sistemticas visando a conservao do meio
ambiente e a implantao de mtodos de desenvolvimento em bases sustentveis, oestudo dos impactos e da sustentabilidade ambiental, consubstancia a cidadania,
onde os segmentos da sociedade costeira piauiense sero responsveis pela
qualidade de vida, cabendo-lhes decidir sobre esta questo no cotidiano e de forma
permanente.
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Este estudo preocupa-se essencialmente em fomentar aes que levem
relao equilibrada do ser humano com seu ambiente, objetivando a sustentabilidade
do processo de desenvolvimento, incentivando atitudes de respeito s comunidades
tradicionais e s culturas locais.
Um diagnstico obtido da anlise dos recursos naturais com a integrao das
caractersticas dos mesmos e as condies de degradao da superfcie permitiro a
tomada de decises sobre a capacidade de uso. Baseando-se em informaes
agregadas pela integrao de cartas, representando os aspectos naturais do espao
e as atividades scio-econmicas, recorrendo a um conjunto de medidas que possam
ser utilizadas de acordo com um amplo trabalho de difuso dos princpios tericos e
prticos da cincia geogrfica.
Este trabalho de pesquisa, sob o ttulo Impactos e condies ambientais da
zona costeira do Estado do Piau, corresponde a tese de Doutorado do curso de
Ps-Graduao em Geografia, da Universidade Estadual Paulista UNESP /
Campus de Rio Claro SP, onde foi possvel desenvolver estudos e pesquisas na
rea de Organizao do Espao, com professores e estudantes brasileiros e
estrangeiros, de diferentes setores no mbito da cincia geogrfica.
Com a viso interdisciplinar efetivada durante o curso, pode-se ampliar a
atuao profissional e desenvolver novos mtodos de investigao, direcionados ao
uso, planejamento, manejo e gesto do espao.
A opo da rea de pesquisa na zona costeira piauiense, deve-se ainda a
significativa importncia ecolgica e econmica para o Estado e para a Regio.
As investigaes tiveram por objetivo, obter resultados e alternativas aplicveis
em benefcio da populao e do espao local, incluindo a harmonia das relaes dasociedade com o meio natural, permitindo uma convivncia equilibrada a longo prazo.
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1.2. IDENTIFICAO DOS PROBLEMAS
A identificao dos problemas uma questo que decorre de situaes
especficas da rea a ser estudada, estando relacionada aos fenmenos ou variveis
que sero investigadas na pesquisa.
As variveis propostas so decorrentes da ao dos ventos, ondas, mars,
correntes marinhas e atividades antrpicas, todas contribuindo para a evoluo da
rea, seja atravs da dinmica natural e/ou impactos ambientais.
A partir do reconhecimento das condies existentes, experimentados ao longo
do processo histrico de ocupao e das atividades antropognicas, responsveispelas transformaes dos fluxos de energia e matria e pelas modificaes na
estrutura e funcionamento do ambiente costeiro e seus componentes, foram
identificados os principais problemas, assim estabelecidos:
1. Transformao dos processos naturais, responsveis pela determinao do
clima, do ar e das guas, da reciclagem de elementos essenciais e da
gnese e regenerao dos solos.
2. Reduo da diversidade biolgica e conseqente diminuio da variedade de
ecossistemas e do potencial gentico das espcies.
3. Avano de dunas provocado pela deflao elica, com transporte de
sedimentos arenosos, favorecendo o recobrimento da vegetao,
soterramento dos canais fluviais, reas residenciais e de cultivos.
4. Modificaes ambientais no meio hdrico, devido a inundaes peridicas,
formao de lagoas e solapamento das margens dos cursos de gua.
5. Intensificao da ocupao dos ncleos populacionais, com crescente
especulao imobiliria, provocando emigrao dos nativos, aumento do
custo de vida e conflitos da terra.
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Estes problemas expressam relaes entre duas ou mais variveis, implicando
na possibilidade de testes e obtendo-se evidncias reais sobre as relaes
apresentadas, inerente a prpria natureza da cincia geogrfica, que consiste em
testar relaes entre os fenmenos naturais e antrpicos..
Como resultado, numa ampla rea de pesquisa, como nos estudos geogrficos,
interessante fornecer um banco de dados bsicos, que possa ser utilizado no futuro
para gerao e testes de hipteses.
Na formulao das idias para a contextualizao de uma hiptese, algumas
dificuldades tornam-se considerveis, pois a identificao dos problemas e os seus
estudos em potencial requerem uma certa objetividade, geralmente trabalhando-se
com uma ou mais hipteses.
Estas idias devero ser trabalhadas e complementadas com a utilizao de
documentos, tais como: mapas, fotografias areas, cartas temticas e imagens
orbitais, que estabelecem os padres de mudanas em um passado recente;
derivando um conhecimento prvio, leitura contnua das fontes de dados, intuio e
familiaridade com a questo proposta, aliada a disponibilidade de estudos especficos
e tcnicas adequadas.
O resultado de uma interpretao em termos de hiptese original, depende
ainda da amplitude das mudanas ambientais ocorridas durante um dado perodo e
os efeitos das atividades humanas antes das fases citadas, durante e depois da
ocupao da rea.
Seguindo-se estes procedimentos, pode-se testar as hipteses relacionadas a
zona costeira do Estado do Piau, a partir:
- do papel exercido como ponto de redimensionamento da interao oceano-
continente;
- do relacionamento entre a localizao geogrfica e as caractersticas
naturais em funo dos ventos, mars, ondas e correntes;
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- do poder dos impactos ambientais exercidos sobre as unidades
componentes, em funo das interferncias humanas.
O redimensionamento da interao oceano-continente refere-se a zona costeira
dentro de seus limites atuais, definida como a superfcie compreendida entre osnveis da mxima preamar e a mnima baixamar, acrescida no continente a rea
influenciada pelas foras marinhas, havendo portanto, uma penetrao entre os
domnios submarino e terrestre.
A relao entre a localizao geogrfica e as caractersticas naturais refere-se
ao posicionamento da rea no contexto regional e a dinmica natural, atravs das
aes que intervem os ventos, mars, ondas e correntes martimas como fatores
responsveis pela morfologia costeira atual.
A gerao dos impactos ambientais atravs das interferncias antrpicas,
refere-se ao diagnstico e avaliao com um sistemtico processo de reviso e
controle ambiental.
Estas hipteses enunciam relaes que devero ser estudadas e que sero
testadas na pesquisa, tornando-se necessrio identificar clara e inteiramente suas
variveis e deduzir suas implicaes no contexto da rea.
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1.3. JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS
Devido a complexidade natural e a intensidade da interveno do homem na
organizao do espao costeiro, merecendo especial ateno quanto a manuteno
de seu equilbrio, utilizao racional e conhecimento detalhado de sua estrutura e
funes, dentro de uma viso geogrfica, justifica-se esta pesquisa pelo fato de:
estabelecer critrios tcnicos e cientficos entre os atributos naturais e
humanos, visando um planejamento coerente com a legislao ambiental,
com as perspectivas polticas e administrativas e com os anseios da
comunidade;
fornecer uma anlise de carter geogrfico, proporcionando subsdios
tericos e metodolgicos para a abordagem da dinmica natural, avaliao
de impactos ambientais e elaborao de prognstico em reas costeiras;
propor medidas objetivas ao planejamento integrado, estabelecendo
critrios para seu pleno desenvolvimento e efetivao.
Trata-se, portanto, de um estudo que procura desenvolver um modelo das
relaes entre os sistemas naturais e antrpicos, tendo como ponto fundamental a
dinmica natural e os impactos provenientes das interferncias humanas, sob a tica
da cincia geogrfica.
Considerando de fundamental importncia nos estudos geogrficos a viso
integrada do espao, direcionada ao conjunto dos fatores naturais e suas
interdependncias, aliados a fatores de ordem scio-econmica e poltico-
administrativas, esta pesquisa tem como objetivo principal o estudo das unidades
ambientais da zona costeira do Estado do Piau, fundamentado atravs da anlise
das condies naturais; dos impactos decorrentes das atividades antrpicas e na
identificao de suas potencialidades e problemas, com o intuito de oferecer
subsdios para a organizao do espao.
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Como objetivos especficos, considerados a partir de uma concepo de anlise
geogrfica, foram relacionados os seguintes:
1. Inventrio e caracterizao geogrfica da rea considerando-se a anlise da
literatura, do material cartogrfico e trabalho de campo;
2. Avaliao do processo histrico de ocupao, servindo para determinar a
evoluo originada pelas interferncias humanas;
3. Levantamento e anlise dos aspectos naturais do espao, visando o
conhecimento de suas potencialidades e limitaes;
4. Localizao e anlise dos impactos ambientais, correlacionando suas
causas, efeitos e conseqncias para a rea;
5. Propostas e alternativas de manejo, considerando o atual estado de
utilizao e proteo ambiental;
6. Prognstico e zoneamento ambiental, oferecendo efetiva contribuio para o
desenvolvimento em bases sustentveis.
Estes objetivos permitiro chegar a concluses que contribuiro para aumentar
o conhecimento cientfico e fornecer informaes aos rgos pblicos, que efetuam o
planejamento regional e a prpria comunidade, que ter um modelo de
aproveitamento e preservao, resultado da anlise da dinmica e do diagnstico
ambiental, necessrios para um adequado desenvolvimento da rea.
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1.4. METODOLOGIA E TCNICAS DE ANLISE
A anlise da metodologia em Geografia, no sentido de uma compreenso mais
clara da natureza desta cincia, passa necessariamente pelo estabelecimento de um
avano entre a preocupao descritiva e contemplativa do passado e a preocupao
crtica e/ou de interveno na organizao do espao no presente.
Os mtodos de investigao cientfica apresentam-se como um conjunto de
normas e de passos lgicos que devem ser satisfeitos, caso se deseje que a
pesquisa seja adequadamente conduzida e capaz de levar a concluses racionais.
Os gegrafos comumente utilizam mtodos de relaes especficas edirecionais entre os fenmenos naturais e sociais. De acordo com este procedimento,
os dados necessrios para o desenvolvimento da pesquisa sero levantados atravs
da observao direta, medies de campo e anlise de dados, que serviro para a
resoluo dos problemas encontrados.
Com relao a nossa pesquisa procuramos adotar o denominado Mtodo
Cientfico determinando a ordem que os estgios de pesquisa normalmente ocorrem:
o desenvolvimento da proposta, os processos de coleta de dados e anlise, a
elaborao do trabalho e concluses.
A esse respeito, SILVA (1978) trabalha a questo do mtodo cientfico e a
observao em Geografia, ressaltando que os procedimentos percorrem as seguintes
etapas:
- Seleo e definio de condies e problemas, essenciais em qualquer
pesquisa, requerendo um relativo nvel de conhecimento prvio da rea,onde ocorrem problemas, procurando explicit-los e defini-los de acordo com
os mtodos e tcnicas utilizadas;
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- Observao, coleta de dados e seus registros, atravs de mtodos, tcnicas e
instrumentos adequados, que servem para o exame direto dos fatos ou
costumes do local, estando acompanhados do interrogatrio imediato
(entrevistas), procurando maiores detalhes para o aprofundamento da anlise;
- Anlise e classificao dos dados, onde so agregadas as informaes
adquiridas, analisadas e classificadas de acordo com os objetivos propostos.
Seguindo-se estes critrios procurou-se adequar a metodologia aplicada
segundo a necessidade de alcanar os objetivos previamente estabelecidos, de
maneira seqencial, sendo correlacionados com os problemas e finalidades, como
tambm da realidade das condies existentes.
As tcnicas utilizadas na realizao desta pesquisa esto relacionadas a uma
seqncia de operaes para se chegar a uma determinada finalidade e ficou assim
composta:
1. Pesquisa de reconstruo histrica, referida a coleta de dados sobre
fenmenos ocorridos em um passado prximo ou remoto, procurando
elementos para a compreenso do presente. Procedeu-se uma pesquisa
bibliogrfica, com o intuito de se obter dados e informaes sobre as formasde ocupao e povoamento, onde foram avaliadas as primeiras
interferncias antrpicas.
2. Pesquisa de campo, destinada a obteno de dados a respeito de
fenmenos que ocorrem no presente. As observaes serviram para o
exame atento dos acontecimentos, fatos e costumes diretamente no local de
ocorrncia, acompanhando os detalhes dos objetos de estudo, sendo
complementadas pelas entrevistas, obtendo-se maiores subsdios noaprofundamento da anlise. As entrevistas foram fundamentais, pois
possibilitam o registro das observaes na sua aparncia e na sua natureza,
sendo importantes na anlise e interpretao dos dados coletados. Nesta
fase da pesquisa foram entrevistados os habitantes das diversas
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comunidades da zona costeira, o que facilitou a compreenso e evoluo de seu
desenvolvimento. Percorreram-se as vias de acesso (estradas pavimentadas ou
no, caminhos e trechos significativos como a linha da costa, dunas, reas com
vegetao nativa e reas agrcolas). Para os trechos de difcil acesso
(manguezal e desembocaduras dos cursos de gua), utilizou-se embarcaes
dos pescadores. Todas as observaes e coletas de material foram
devidamente transcritas e plotadas em carta plani-altimtrica bsica e anotadas
em caderneta de campo, proporcionando um conhecimento real da rea.
Paralelamente fizeram-se registros fotogrficos, que permitiu preservar detalhes
para um estudo mais intenso, em pocas posteriores. Saliente-se que as
pesquisas de campo foram efetivadas em perodos distintos (chuvoso e seco),
entre os anos de 1998 a 2000, o que propiciou um maior conhecimento da rea,preferencialmente nos meses de maro/abril (perodo chuvoso) e
outubro/novembro (perodo seco).
3. Pesquisa de gabinete, com a elaborao das cartas temticas, anlise das
informaes pertinentes a reviso bibliogrfica e cartogrfica, da
interpretao dos dados colhidos em campo e da redao final da tese.
Este procedimento permitiu a caracterizao, o diagnstico, o zoneamento e o
monitoramento dos processos naturais e das atividades antrpicas da zona costeira,
fundamentais para o planejamento e conhecimento das mudanas ocorridas e das
tendncias atuais.
Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizados os seguintes materiais:
imagem em papel do sensor TM (Thematic Mapper) do satlite LANDSAT-5, rbita
WRS 219/62, quadrantes E e W, com passagem em 08/11/91, na escala de 1:50.000,
reproduzida nas bandas espectrais do visvel e infravermelho prximo: TM3 (0,63 a0,69 ); TM4 (0,76 a 0,90 ) e TM5 (1,55 a 1,75 ) formando composio colorida 5
(Vermelho), 4 (Verde), 3 (Azul), fornecida pelo INPE.
Tivemos ainda como suporte tcnico para interpretao visual as imagens em
papel do sensor HRV1 do satlite SPOT, rbita 716-356/0, com passagem em
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07/09/95 e do sensor HRV2, rbita 717-356/3, com passagem em 22/08/95, na escala
de 1:100.000, fornecida pela SPOT IMAGE / CNES 1995 (Carta-imagem 1).
As informaes extradas das imagens orbitais foram interpretadas e registradas
quando da confeco dos overlays, sendo posteriormente lanadas na basecartogrfica e nas cartas temticas.
Para identificao dos aspectos geogrficos, orientao de trabalho de campo e
informaes gerais sobre a rea de estudo, foram utilizados ainda os seguintes
materiais:
- Fotografias areas em preto e branco, datadas de novembro/1982, na escala
de 1:30.000, fornecidas pela TERRAFOTO.
- Mosaico aerofotogramtrico semi-controlado, datado de novembro/1982, na
escala de 1:100.000, fornecido pela TERRAFOTO.
- Folhas sistemticas plani-altimtricas da DSG / SUDENE, na escala de
1:100.000.
Folha PARNABA: SA.24-Y-A-IV Folha CHAVAL: SA.24-Y-C-II Folha BITUPIT: SA.24-Y-A-V Folha COCAL: SA.24-Y-C-I
- Carta nutica Brasil Costa Norte: Porto de Lus Correia da DHN
Marinha do Brasil, na escala de 1:250.000.
- Produtos fotogrficos em papel e diapositivos, obtidos durante o trabalho de
campo.
Outro aspecto metodolgico importante trata da aplicao de tcnicas deextrao de dados para mapeamento, onde inclui-se os materiais disponveis (mapas
e cartas preexistentes, fotografias areas convencionais e imagens orbitais) e a
utilizao de tcnicas de anlise visual.
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Neste processo faz-se necessria a recuperao de informaes passadas, que
possam fornecer dados para o encaminhamento da pesquisa, servindo como
complemento no entendimento da dinmica da organizao espacial.
A seguir sero descritas as etapas de coleta e extrao de dados que foramutilizados para o mapeamento:
1. Delimitao da rea de estudo e definio de objetivos, que serviram para
orientar o desenvolvimento do trabalho e a localizao e delimitao da rea
de estudo em uma carta-base.
2. Coleta de dados gerais da rea atravs de reviso cartogrfica (aquisio de
mapas e cartas j existentes) e reviso bibliogrfica (aquisio de trabalhos
j realizados na rea ou que se relacionam com os objetivos propostos).
3. Aquisio de fotografias areas e imagens orbitais obtidas nos rgos
pblicos que dispunham de vos aerofotogramtricos da rea (fotografias
areas) e no Instituto de Pesquisas Espaciais INPE (imagens orbitais TM /
LANDSAT-5 e HRV / SPOT).
4. Aplicao de tcnicas de anlise visual que consistiu na comparao entre
as propriedades espectrais e texturais, que cada fenmeno espacial assumiu
nas diversas cenas registradas, associando diferentes nveis de reflectncia
aos diversos fenmenos, poca de tomada das imagens, relacionadas com
os alvos espectrais. A partir da, confeccionou-se as chaves de interpretao,
com as unidades de mapeamento, compatvel ao nvel de detalhamento e
determinao da legenda.
5. Inspeo de campo, que possibilitou estabelecer com segurana as
informaes fornecidas pelos padres das fotografias areas e imagens
orbitais dos diferentes objetos, servindo para a eliminao de dvidas em
reas que no se ajustaram aos padres estabelecidos nas chaves de
interpretao.
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6. Interpretao final onde aferiu-se a verdade terrestre e estabelecida a
legenda definitiva, elaborando-se a base cartogrfica na escala de
1:100.000.
7. Elaborao das cartas temticas onde foram expostos os resultados finais dainterpretao, contendo informaes necessrias para a identificao e
localizao geogrfica dos elementos bsicos de mapeamento (ncleos
urbanos, vias de acesso, hidrografia, escala, coordenadas e legenda) e os
diversos temas abordados, (unidades ambientais, dinmica natural, impactos
ambientais e zoneamento costeiro) na escala de 1:100.000.
Para o desenvolvimento dos aplicativos de geoprocessamento, foram utilizados
os seguintes equipamentos:
- Microcomputador: processador central (500 Mhz), co-processador e memriaprincipal de 32 Mgbytes;
- Perifricos: Winchester de 1.2 Gbytes, floppy de disco de 3,5 polegadas,terminal de vdeo SVGA, teclado alfanumrico;
- Terminal grfico: unidade visualizadora de imagens;
- Controlador grfico VGA: terminal grfico de alta resoluo (utiliza a prpria
tela do microcomputador);
- Mesa digitalizadora: Digigraf Van Gogh formato A1;
- Plotadora: plotter Digicon formato A0.
Como suporte a elaborao dos aplicativos, foi desenvolvido no INPE Instituto
de Pesquisas Espaciais o Sistema Geogrfico de Informaes SGI, que permite a
criao de um banco de dados geogrficos, podendo-se adquirir, armazenar,
combinar, analisar e recuperar informaes codificadas espacialmente.
Tais sistemas apresentam um enorme potencial, baseados em tecnologias de
custo relativamente baixo, tornando possvel a automatizao de tarefas antes
realizadas manualmente e facilita a realizao de tarefas complexas, atravs da
integrao de dados geocodificados.
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As cartas geradas neste trabalho tiveram por objetivo, integrar, numa nica base
de dados, as informaes espaciais provenientes de dados cartogrficos adquiridos
da combinao de cartas topogrficas, fotografias areas convencionais, imagens de
satlite e aferies da verdade terrestre em pesquisas de campo.
A partir destas operaes o SGI armazenou a topologia dos diversos elementos
geogrficos, levando em considerao a diferente natureza dos dados.
A identificao taxonmica da flora e da fauna seguiu os seguintes
encaminhamentos. Com relao a anlise florstica foram coletadas amostras em
reas representativas de vegetao com distintos graus de conservao, atravs de
trabalho de campo, com complementao do estudo taxonmico das espcies,
processada atravs de consulta a bibliografia especfica. Com relao a anlise doscomponentes faunsticos, a coleta e observao sistemtica foram a base dos
levantamentos realizados. As espcies coletadas foram identificadas por sua
denominao popular com a colaborao dos habitantes da rea, atravs de
informaes e entrevistas, complementadas em sua nomenclatura cientfica, com
consultas a bibliografia especializada.
A anlise das condies scio-econmicas da populao e a infra-estrutura das
localidades, foi efetuada atravs das observaes e levantamentos dos ncleos
populacionais, utilizando-se questionrios e avaliando-se a infra-estrutura das
residncias e logradouros pblicos, complementadas com consultas aos registros
demogrficos e revises bibliogrficas especficas.
A localizao e avaliao da dinmica natural foi efetuada atravs de estudos
sistemticos, apoiados em entrevistas e observaes diretas, complementadas com
consultas a bibliografia existente.
A localizao e avaliao dos impactos ambientais foi efetivada atravs de
observaes sistemticas e levantamentos qualitativos dos componentes naturais,
permitindo avaliar as causas e conseqncias dos agentes impactantes.
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Para as perspectivas de desenvolvimento optou-se pela afirmao de valores e
aes que contribuam para a transformao econmica e social e proteo
ambiental, onde as comunidades implementem suas prprias alternativas, buscando
uma melhor qualidade de vida.
Com base nos estudos da integrao dos elementos acima citados, torna-se
possvel realizar previses ou prognsticos das consequncias sobre o meio
ambiente, recorrendo-se utilizao de indicadores componentes das caractersticas
ambientais a serem identificadas no diagnstico, permitindo uma classificao
qualitativa dos impactos.
A avaliao dos impactos ficar condicionada ao nvel de conhecimento dos
indicadores, atravs da identificao e interpretao dos impactos, podendo-sechegar definio de medidas capazes de atenuar os principais efeitos negativos.
O conjunto dos elementos expostos dever indicar o conhecimento da evoluo
espacial da rea, sendo possvel estabelecer o diagnstico scio-ambiental,
indicando-se alternativas de manejo, propostas de sustentabilidade e o zoneamento e
prognstico ambiental.
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Captulo II
CONSIDERAES A RESPEITO DAS ZONAS COSTEIRAS
2.1. ZONAS COSTEIRAS: UMA REVISO - CONCEITOS E INTERPRETAES
Foram relacionados trabalhos especficos por ordem cronolgica, resultados de
pesquisas em ambientes costeiros ou mesmo artigos que abordam descries mais
detalhadas de determinadas reas, realizando uma coleta dos principais trabalhos em
lngua portuguesa e estrangeira, relatando as contribuies publicadas no exterior, no
Brasil e na Regio Nordeste.
A indicao de trabalhos clssicos, contemporneos e mesmo inditos,
compreendem textos temticos de anlise, discursivos e de apoio referencial. Os
trabalhos de outra natureza tais como dados censitrios, mapas e cartas, j esto
devidamente registrados como fontes ou base de dados na elaborao de cartas
bsicas e temticas, grficos, tabelas, figuras e quadros, alm das fotografias
registradas pelo autor.
Foram selecionadas publicaes que diretamente contriburam ou trouxeram
subsdios para o entendimento do tema proposto, sem contudo ter a pretenso de
esgotar o assunto, procurando aqueles que nos fornecessem um apoio terico e
metodolgico no mbito de ambientes costeiros.
Contribuio de autores estrangeiros
Em termos de bibliografia clssica referente a ambientes costeiros, cabe-nos
ressaltar a obra de JOHNSON (1938), sob o ttulo: Shore Processes and Shoreline
Development, onde estudou exaustivamente os princpios fundamentais e os
processos atuantes nas zonas costeiras, incuindo desenvolvimento da linha da costa
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Atravs de uma anlise detalhada tratou a questo da ao e do trabalho das
ondas e correntes marinhas nos captulos iniciais. A seguir aborda o desenvolvimento
da linha da costa, detendo-se desde os estgios iniciais at os de maturidade,
observando os efeitos de transgresso e regresso marinha no tempo histrico.
Sobre este assunto, pode-se citar tambm o trabalho de GUILCHER (1957), sob
o ttulo: Morfologia Litoral y Submarina, cujo objetivo foi apresentar os aspectos das
formas ligadas a presena e atividade das zonas costeiras. O autor aborda as aes
que intervm na morfologia das costas, relatando o trabalho das ondas, correntes e
ventos. A questo das formas ligadas a proximidade com o oceano, como as praias e
dunas, esturios e deltas, so tambm revistas.Especial ateno foi tambm
dispensada sobre a evoluo costeira atravs de conceitos clssicos, de acordo com
as categorias iniciais (primrias) e conseqentes (secundrias).
O trabalho de KING (1962) intitulado: Oceanography for Geographers, teve por
finalidade estudar os aspectos oceanogrficos levando-se em conta os fatores fsicos
e biolgicos de forma integrada. Foram reunidas importantes informaes para o
estudo das caractersticas dos oceanos, especialmente aquelas de relevante
interesse para os gegrafos que no desejam se aprofundar em estudos especficos,
mas que necessitam conhecer e descobrir as tendncias atuais deste vasto campo
de conhecimento.
Todos os captulos foram revistos, especialmente aqueles que tratam da
circulao das guas dos oceanos, do trabalho das mars e ondas, das
caractersticas dos sedimentos e principalmente o captulo IX, que aborda o
significado geogrfico dos oceanos, reportando-se a interao destes com a
atmosfera, as mudanas do nvel do mar, as mudanas costeiras influenciadas pelas
foras marinhas, os oceanos vistos como meios de explorao, atravs de fonte derecursos para alimentao e como meio de transporte de mercadorias.
Estudo mais especfico foi elaborado por OTTMANN (1965), onde trabalha com
a geologia marinha e litornea, tornando-se um estudo oceanogrfico de considervel
valor. Foi dada especial ateno ao captulo IV, que trata das costas arenosas,
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especialmente as praias, dunas e cordes, atravs de estudos da morfologia das
praias; os aspectos geolgicos e a instabilidade das costas arenosas.
Uma anlise mais detalhada foi realizada no captulo V, que discorre sobre os
esturios, marismas e deltas. Os esturios e marismas foram vistos atravs deestudos especficos de sua sedimentao, morfologia e evoluo; j os deltas,
atravs de sua formao e evoluo, sedimentos e morfologia.
Um estudo importante para o conhecimento de ambientes costeiros foi realizado
por ZENKOVICH (1967) onde destaca-se o estudo das formas e processos de
acumulao, relatando os fatores gerais, sua origem e desenvolvimento sob
condies naturais e uma classificao adotando os critrios morfolgicos e
dinmicos. Considerou ainda a influncia dos cursos dgua na evoluo das costas,tratando sobremaneira dos fatores gerais e dos processos, da desembocadura, dos
terraos aluviais e marinhos e das costas deltaicas. Abordou tambm os processos
elicos costeiros, atravs das caractersticas regionais e a conexo entre a formao
de dunas e a dinmica geral das costas, o mecanismo da ao do vento e a
morfologia das dunas costeiras.
Uma obra de carter tcnico-cientfico e de importncia para o conhecimento da
geomorfologia, foi publicada por TRICART (1968). Trata-se de um livro em que
dada relevncia geomorfologia estrutural, abordando a construo geral do globo
terrestre. Os tpicos de interesse para este trabalho tratam especificamente das
variaes do nvel do mar e posio do litoral; mecanismos do eustatismo; oscilaes
quaternrias do nvel marinho; correlao dos antigos nveis marinhos e variaes
quaternrias do nvel geral dos mares.
Com a publicao sob o ttulo: Beaches and Coasts, KING (1972) estudou as
formaes costeiras e seus processos atuantes, considerando os aspectos
geomorfolgicos, hidrolgicos, climticos e oceanogrficos. Deteve-se especialmente
nos ambientes praiais, onde foram revistas o desenvolvimento, evoluo e os efeitos
dos organismos, sedimentos, ondas e correntes.
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O trabalho de NONN (1972) sob o ttulo: Gographie des littoraux, teve por
finalidade o estudo dos aspectos fisionmicos, gnese e modalidades de evoluo do
litoral, distinguindo entre litoral de submerso e emerso. O captulo III, importante
para nosso trabalho, aborda a diversidade das costas de acumulao, com referncia
as praias, flechas e dunas costeiras. Trata ainda dos esturios, marismas, lagunas e
deltas, atravs de suas condies de formao, classificao e zonao.
De forma genrica contribuiu para o presente suporte terico-conceitual, a obra
de GARNER (1974), sob o ttulo: The origin of landscapes, onde atravs de uma
sntese geomorfolgica so relatados os conceitos, objetivos e mtodos aplicados em
geomorfologia. Trata ainda dos elementos tectnicos, dos sistemas exgenos e dos
sistemas geomorfolgicos midos e ridos. Especial ateno foi dada aos captulos
IX e XII, que relatam respectivamente os sistemas costeiros e a geomorfologia
ambiental.
Com relao aos sistemas costeiros foram vistos o desenvolvimento e evoluo
da geomorfologia marinha; as condies das guas, dos organismos e os efeitos dos
sedimentos, das ondas e das correntes costeiras. J no tocante aos problemas
ambientais referidos geomorfologia, o autor identifica a complexidade da histria
ambiental relativa aos desequilbrios causados pelos processos erosivos acelerados,
com nfase na eroso costeira.
Ao apresentar uma reviso nos estudos sobre manguezais WALSH (1974),
prope algumas teorias para explicar a disperso das espcies de mangue no litoral
tropical.
Ao estudarem a ecologia dos manguezais, LUGO e SNEDAKER (1974),
classificaram estas reas segundo os tipos fisiogrficos, baseados nas caractersticas
estruturais e funcionais, refletindo a interao existente entre eles e as condies
locais presentes.
Uma coletnea de artigos publicada por GEHU em 1975, tratou da vegetao
das dunas martimas. Este trabalho foi originado de um colquio fitossociolgico
realizado em Paris no ano de 1971, sob os auspcios da Associao Internacional de
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Fitossociologia. Foram apresentados trabalhos que abordaram aspectos originais
para o conhecimento da vegetao das dunas, sua ecologia e sua dinmica.Os
ensaios, geralmente de sntese e de informaes fitossociolgicas, forneceram
numerosas discusses, principalmente quanto a degradao acelerada das dunas em
vrias regies do mundo.
CHAPMAN (1976) apresentou uma abordagem bibliogrfica concernente ao
ponto de origem dos manguezais, objetivando explicar a disperso das espcies e
sua evoluo na superfcie terrestre.
BLOOM (1978) faz tambm referncia ao estudo das zonas costeiras, quando
trabalha com as trocas de energia na costa, os sedimentos e paisagens costeiras.
Neste trabalho o autor relata a dinmica das ondas, mars e organismos,responsveis pela energia do ambiente costeiro. As fontes e o transporte de
sedimentos costeiros foram tambm revistos. Com relao as paisagens costeiras,
trabalha com uma srie de parmetros responsveis por sua evoluo: tempo;
assoreamento e eroso; submergncia e emergncia.
Como parte integrante da fundamentao terica na elaborao do presente
trabalho, deve-se salientar a publicao de WARREN (1979), sob o ttulo : Process in
geomorphology. Nesta obra o autor realiza um estudo genrico sobre os processos
geomorfolgicos, relatando os processos endogenticos e exogenticos.
Especificamente para nosso trabalho foi revisto o captulo X, que trata dos processos
elicos, principalmente aqueles referentes a eroso, transporte e deposio de
sedimentos.
nfase especial deve ser dada a publicao de EMBLETON e THORNES
(1979), principalmente nos captulos X, XI e XII, que mais de perto correspondem aos
objetivos do presente trabalho. Estes captulos descrevem, respectivamente, temas
relativos aos processos elicos e marinhos, e aos processos e inter-relaes entre a
dinmica e modificaes nas zonas costeiras.
Todos estes processos so causados por agentes como os ventos e as chuvas,
ondas e mars, cursos dgua e relao sol-gua, referentes as foras exercidas pela
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resistncia desses sistemas naturais, nas mudanas ocorridas na estrutura fsica e
pela localizao, procurando entender as relaes entre as formas e os processos ou
a cadeia causa-efeito.
Sob o ponto de vista geomorfolgico, DERBYSHIRE, GREGORY e HAILS(1979), publicaram uma obra cujo objetivo bsico foi estudar os processos
geomorfolgicos e seus efeitos, dando nfase a natureza desses processos e seu
controle. Procuraram compreender os processos e mecanismos da paisagem,
incluindo a influncia do homem e os princpios teorticos, ressaltando a
operacionalizao dos processos individuais. Tiveram tambm a oportunidade de
trabalhar com cronologia do relevo no passado e com aplicaes para o
conhecimento adquirido, procurando compreender as futuras tendncias dos
processos.
Deve-se salientar para nossa fundamentao terica, o captulo III, que trata dos
processos costeiros: o trabalho das ondas e mars, transporte de sedimentos,
configurao da linha de praia, planejamento e proteo das zonas costeiras; e o
captulo IV, que aborda questes relativas aos processos elicos, com ateno para o
transporte dos gros de areia, abraso e deflao e formas de acumulao de
sedimentos.
Estudo mais especializado foi elaborado por DAVIES (1980), atravs da obra
intitulada: Geographical Variation in Coastal Developmment, que versou sobre os
aspectos gerais da estrutura geolgica, aspectos litolgicos, anlise climtica,
trabalho das ondas e mars e os efeitos dos fatores biolgicos, procurando uma
explicao para o desenvolvimento morfolgico costeiro. De acordo com o autor, as
zonas costeiras tm sido trabalhadas independentemente do clima, contrariando o
que de modo geral ocorre com os processos geomorfolgicos continentais,mostrando ser possvel identificar significativos ambientes sob a influncia das mars,
atravs da distino das zonas climticas.
Uma obra de carter metodolgico e de importncia para o conhecimento dos
princpios das investigaes do campo e o mapeamento geomorfolgico, foi realizada
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por SPIRIDONOV (1981). Seu objetivo neste trabalho foi introduzir uma metodologia
de estudos geomorfolgicos aplicados, com base nos mtodos gerais das pesquisas
de campo.
Na primeira parte, o autor analisa a organizao e a metodologia das pesquisase os mtodos de registro dos resultados obtidos durante as observaes, sobretudo
os mtodos de confeco dos mapas geomorfolgicos. A segunda parte relata a
metodologia de anlise geomorfolgica geral e inclui uma srie de concluses
especiais de anlise do relevo e os sedimentos que o integram.
Especial interesse foi reservado aos captulos XIV e XV, que tratam,
respectivamente, do relevo elico, com estudo dos fatores de formao, formas e
representao; e das costas marinhas, com estudo das formas e representao dorelevo de origem marinha.
Ainda referente a geomorfologia pode-se acrescentar a obra de CLOWES e
COMFORT (1982), que trata dos processos e formas do relevo, apresentando no
captulo IX, um esboo da geomorfologia contempornea relativa aos ambientes
costeiros. Os autores trabalham neste captulo, com a eroso costeira, as praias, as
formas construtivas, as mudanas no nvel do mar, os esturios e dunas, e finalmente
adotam uma classificao para as zonas costeiras e critrios para sua proteo.
KOMAR (1983) organizou uma coletnea de trabalhos referentes aos ambientes
costeiros. Os estudos referem-se aos processos fsicos das ondas e correntes nas
costas, responsveis pela formao das praias, via transporte de sedimentos,
resultando na mudana da morfologia costeira.
Deve-se salientar o trabalho de BIRD (1984), que estudou as formaes
costeiras atravs de sua evoluo, processos e mudanas ao longo do tempo.Convm ressaltar os captulos VI, VII e VIII, que tratam respectivamente das dunas
costeiras e seu papel na formao de depsitos de sedimentos arenosos; dos
esturios e lagoas costeiras, com descrio dos aspectos fsicos da desembocadura
dos rios e formao de manguezais; e das plancies deltaicas, com a abordagem das
formas e estruturas destes ambientes.
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PETHICK (1984) estudou os processos geomorfolgicos costeiros, descrevendo
trs tpicos principais: o primeiro trata dos inputs de energia na mecnica das costas;
o segundo examina a maneira como esta energia transformada em movimento da
gua e dos sedimentos; e o terceiro estuda o movimento gua-sedimentos dos
ambientes costeiros.
Ao estudar os impactos sobre a evoluo do litoral, PASKOFF (1985) trata
especificamente das transformaes provocadas pelas atividades antrpicas nos
diferentes ambientes costeiros: praias, dunas, lagunas, esturios, deltas e falsias.
Neste trabalho o autor destaca os impactos das intervenes humanas e os efeitos
sobre o comportamento e evoluo, sugerindo uma nova concepo na proteo
destes ambientes.
Especialmente ligada a ambientes costeiros, foi publicada uma obra de
incontestvel valor intitulada: Coastal Sedimentary Environments, por DAVIS Jr.
(1985), contando com a colaborao de autores de vrias especialidades. Nesta
coletnea foram descritos aspectos da morfologia e distribuio dos sedimentos, com
nfase nos processos fsicos e suas interaes com os sedimentos.
Os dez captulos que compem a obra so de fundamental importncia para
estudos de zonas costeiras, apresentados por especialistas de considervel
experincia prtica neste setor do conhecimento. Foram contempladas as reas
deltaicas e estuarinas, com detalhamento de suas caractersticas, ocorrncia e
distribuio, processos de formao; mecanismos de transporte e acumulao;
sistemas, seqncias e modelos deposicionais.
As condies de ocorrncia das costas de inundao e dunas costeiras foram
revistas atravs de estudos especficos, onde tratou-se das caractersticas dos
sedimentos, da zonao ambiental, dos processos fsicos da sedimentao elica e
das estruturas sedimentares.
A zona da praia, com sua distribuio, geometria, materiais, processos e
estruturas sedimentares; o trabalho das mars, sua gnese, formas e modelos
deposicionais; as seqncias estratigrficas costeiras, com os processos de
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mudanas na linha da costa e no nvel do mar; as costas transgressivas e regressivas
e as seqncias costeiras no tempo e no espao compem o restante da obra.
Com o objetivo de difundir os conhecimentos referente ao mapeamento
temtico, OZENDA (1986) ofereceu importante contribuio, com a publicaointitulada: La cartographie ecologique et ses applications. Percebe-se nesta obra
uma forma de representao cartogrfica onde os fatores biolgicos aparecem como
meios de trabalho na procura de uma metodologia prpria, na formulao dos
problemas e na maneira como trat-los. A partir da explicao dos princpios do
mapeamento da vegetao, tomando os agrupamentos vegetais atravs da anlise e
da tipologia dos ecossistemas, o autor elabora alguns mtodos para o
desenvolvimento e execuo de documentos cartogrficos.
TRENHAILE (1987) ao publicar sua obra Geomorfologia Costeira, faz referncia
aos processos mecnicos da eroso das obras e a durao das mars, as mudanas
relativas ao nvel do mar e aos movimentos de massa. Especial ateno foi
dispensada ao captulo IX, onde o autor trabalha com as plataformas continentais,
atravs de sua morfologia, os efeitos dos fatores geolgicos, modelos de
desenvolvimento e taxas de eroso.
Outro estudo geomorfolgico tambm de importncia relevante para o
conhecimento dos ambientes costeiros foi realizado por SUMMERFIELD (1991), onde
trata no captulo X, dos processos elicos, o relevo e as formas deposicionais,
especialmente as dunas. O captulo XIII, aborda os processos que ocorrem nas
costas e sua relao com o relevo, observando o trabalho das ondas, mars e
correntes; a eroso (processos destrutivos) e a deposio (processos construtivos).
As plancies deltaicas foram tambm estudadas, atravs de suas formas, localizao,
configurao, morfologia e estrutura sedimentar.
Como fundamento terico para a execuo do presente trabalho, convm
ressaltar a obra de TRICART e KIEWIETDEJONGE (1992) que trata da Ecogeografia,
atravs de estudos do ambiente natural, com nfase no manejo do ambiente rural.
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O livro est dividido em duas partes. A primeira refere-se a elucidao do ponto
de vista ecogeogrfico, com uma apresentao de pesquisas e propostas que
buscam um conhecimento do ambiente natural, baseados nos fluxos de energia que
atuam na estrutura dos ecossistemas e determinam sua dinmica e portanto, sua
sensibilidade. A segunda parte trata do manejo racional dos ambientes naturais, em
sua maior parte formados por ecossistemas transformados pelo homem, na busca de
sua sobrevivncia.
Os autores expuseram suas idias atravs de trs principais nveis de
organizao acerca das questes ambientais. O nvel da matria, caracterizado pelo
arranjo das partculas e sua composio; o nvel do mar, que trazem consigo uma
atitude de reproduo, acompanhado pelas tendncias das formas de evoluo e o
nvel social, baseado nas formas criadas pela scio-economia, aliadas ao trabalho e a
cultura.
Sob o ponto de vista ecogeogrfico estudaram como os homens esto
integrados aos ecossistemas e como esta relao diversificada em funo do
espao. Salientam ainda que esta integrao assume dois importantes aspectos: a
demanda humana impe uma participao no ambiente fsico (uso da gua, do ar e
dos minerais); e as modificaes humanas, voluntariamente ou no incluem os
fatores fsicos: ecossistemas artificiais (agricultura) e poluio de toda ordem.
O trabalho de BEATLEY, BROWER e SEHWAB (1994) intitulado: Coastal Zone
Management, teve por finalidade estudar as presses exercidas nas zonas costeiras
e o gerenciamento de reas crticas. Propem ainda o planejamento e gesto do
sistema costeiro, dando nfase aos problemas jurdicos, tcnicos e financeiros na
execuo de um desenvolvimento em bases sustentveis.
Um importante trabalho que trata dos problemas relacionadas as zonas
costeiras, foi elaborado por VILES e SPENCER (1996). Os autores trabalham a
questo do uso e gerenciamento das costas, ressaltando as pesquisas para o estudo
e soluo dos problemas. Especial ateno foi dada ao captulo III, que trata das
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costas arenosas: praias e dunas, relatando os problemas que afetam estes
ambientes e as principais medidas de gesto.
CARTER e WOODROFFE (1997) organizaram a obra Coastal evolution,
tratando dos processos morfodinmicos das costas no perodo Quaternrio. Foramrealizados estudos sistemticos de vrios autores, compondo uma coletnea que
abrangem diferentes temas relacionados as zonas costeiras. Destacam-se as
contribuies que tratam da evoluo e desenvolvimento das costas, onde os autores
examinam as razes da posio e a natureza das costas no tempo.
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Contribuies relacionadas aos ambientes costeiros no Brasil
Estando includo na obra clssica e de significativa importncia para o
conhecimento da Geografia brasileira, denominada Brasil A Terra e o Homem,de
AROLDO DE AZEVEDO, deve-se ressaltar o trabalho de SILVEIRA (1964), intitulado
Morfologia do Litoral cap. IV, onde realiza uma anlise da costa brasileira,
considerando seus tipos, caractersticas e articulaes. Neste trabalho o autor relata
os aspectos gerais do litoral; movimento das mars, correntes martimas e
deslocamento de sedimentos; as condies climticas e influncia da drenagem; as
alteraes do nvel costeiro e relaes do relevo continental com o litoral.
Aborda tambm a modelagem atual, sedimentao / abraso e suas formas.
Finalmente prope uma diviso do litoral brasileiro em vrios seccionamentos de
acordo com os elementos oceanogrficos, climticos e continentais.
Uma importante contribuio sobre estudos costeiros foi elaborado por
ZENKOVICH (1970). Este artigo, publicado no Caderno de Cincias da Terra, do
IGEO-USP, traz algumas consideraes sobre os trabalhos levados a efeito em
setores da zona costeira. O autor argumenta da necessidade de que cada estudoenglobe pontos essenciais como: relevo, estrutura, composio e distribuio dos
sedimentos e das rochas, dados quantitativos sobre os principais fatores e caracteres
dos processos atuais.
Conclui afirmando que esta descrio contm os principais pontos de uma
pesquisa em zonas costeiras e que permite elaborar um programa vivel de ser
realizado.
Sobre este assunto, pode-se citar tambm o trabalho de MEDEIROS,
SCHALLER e FRIEDMAN (1971) que elaboraram um estudo especfico sobre fcies
sedimentares, tendo como objetivo principal a anlise e critrios para o
reconhecimento de ambientes deposicionais.
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Dentre os temas abordados, deve-se salientar como referencial terico, os
relativos a fcies elica com anlise dos tipos, formas e estruturas das dunas; a
fcies de plancie de inundao com nfase nas feies morfolgicas dos cursos de
gua; a fcies deltaica com abordagem nos complexos deltaicos em algumas
reas; a fcies de mar atravs de observaes em ambientes e estruturas de
sedimentao; e finalmente a fcies de praia e areias litorneas com uma anlise
das estruturas sedimentares e distribuio granulomtrica.
Ao apresentar uma contribuio Geomorfologia litornea tropical, estudando a
Serra do Mar e o litoral de Caraguatatuba SP, CRUZ (1974), observou que os
processos geomorfognicos atuais leva ao estudo e compreenso da dinmica da
paisagem e o entendimento da evoluo fisiolgica no espao. A partir de situaes
de tempo, de ndices climticos e hdrolgicos, de dados geolgicos de formaes
superficiais e de declividade, pde determinar quando e como as vertentes serranas
sofrem movimentos coletivos de solos, por processos acelerados de desgaste.
Tratando da terminologia aplicada aos processos e a morfologia litornea,
PIRES NETO (1978), publicou um artigo onde aborda a nomenclatura adotada para
as subdivises das formas praiais: perfil da praia e zoneamento do mar em guas
rasas; descrio e mecnica das ondas: ondas geradas pelo vento e transformaes
energticas das ondas em guas; interferncias sofridas pelas ondas e seu reflexo na
incidncia de energia; ao das ondas e a movimentao de sedimentos ao longo da
praia e finalmente a formao dos depsitos sedimentares praiais: mecanismos e
variaes cclicas do desenvolvimento das praias.
SUGUIO e BIGARELLA (1979) elaboraram um trabalho sobre Ambientes de
Sedimentao, tratando dos ambientes fluviais, atravs de estudos sobre a
sedimentao, sua interpretao e importncia para a histria geolgica. Nestapublicao os autores discorrem sobre o significado das correntes fluviais, no papel
que desempenham no s pela escultura do modelado da superfcie terrestre, como
tambm no condicionamento ambiental da prpria vida do homem.
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O estudo dos manguezais do recncavo da Baa de Guanabara, foi assunto de
pesquisas de ARAJO e MACIEL (1979), onde foi feito um levantamento das
caractersticas deste ambiente, considerado como a interface que liga a zona
terrestre acima da influncia das mars e o ecossistema estuarino costeiro. Segundo
as autoras, trs caractersticas demonstram o valor do manguezal: a grande
quantidade de nutrientes que exporta para o esturio; o papel que exerce na fixao
de sedimentos e os habitats utilizados pelas populaes de peixes, cr