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Revelações de Professoras do 5º Ano do
Município de Lauro de Freitas sobre dos
Descritores da Matriz de Referência de
Matemática do SAEB
Tereza Cristina Bastos Silva Lima
REVELAÇÕES DE PROFESSORAS DO 5º ANO DO MUNICÍPIO DE
LAURO DE FREITAS SOBRE OS DESCRITORES DA MATRIZ DE
REFERÊNCIA DE MATEMÁTICA DO SAEB
Tereza Cristina Bastos Silva Lima
Edda Curi
REVELAÇÕES DE PROFESSORAS DO 5º ANO DO MUNICÍPIO DE
LAURO DE FREITAS SOBRE OS DESCRITORES DA MATRIZ DE
REFERÊNCIA DE MATEMÁTICA DO SAEB
Universidade Cruzeiro Do Sul
2013
© 2013
Universidade Cruzeiro do Sul
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa
Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática
Reitor da Universidade Cruzeiro do Sul – Profa. Dra. Sueli Cristina Marquesi
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
Pró-Reitor – Prof. Dr. Danilo Antonio Duarte
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA
Coordenação – Profa. Dra. Edda Curi
Banca examinadora
Profa. Dra. Edda Curi
Profa. Dra. Celi Aparecida Espasandin Lopes
Profa. Dra. Maria Tereza Carneiro Soares
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
L711r
Lima, Tereza Cristina Bastos Silva.
Revelações de professoras do 5° ano do município de Lauro de
Freitas sobre os descritores da matriz de referência de matemática do SAEB / Tereza Cristina Bastos Silva Lima. -- São Paulo: Universidade Cruzeiro do Sul, 2013.
27 p. : il. Produto educacional (Mestrado em ensino de Ciências e
Matemática). 1. Ensino de matemática. 2. Formação de professores 3.
Sistema de avaliação da educação básica (SAEB) 4. Processo de ensino – aprendizagem 5. Ensino fundamental – Lauro de Freitas (BA). I. Título II. Série.
CDU: 51
Sumário
1 APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 6
2 APORTES TEÓRICOS .............................................................................................. 7
3 O PRODUTO ........................................................................................................... 16
4 ORIENTAÇÕES AOS PROFESSORES .................................................................. 23
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 24
6. REFERÊNCIAS........................................................................................................26
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Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática
1. APRESENTAÇÃO
Este texto decorre de nossa dissertação de mestrado intitulada
CONHECIMENTOS DE PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL DO MUNICÍPIO DE LAURO DE FREITAS SOBRE O
ENSINO/APRENDIZAGEM/AVALIAÇÃO EM MATEMÁTICA, desenvolvida no
âmbito do Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências e Matemática
da Universidade Cruzeiro do Sul. O estudo está vinculado ao Projeto “Prova
Brasil de Matemática: revelações e possibilidades de avanços nos saberes de
alunos de 4ª série/5º ano e indicativos para formação de professores”, que se
desenvolve em âmbito do Programa Observatório para Educação e tem apoio
financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES) - Brasil. O Projeto é desenvolvido pelo Grupo de pesquisa
“Conhecimentos, Crenças e Práticas de Professores que ensinam Matemática”
(CCPPM) da Universidade Cruzeiro do Sul, sob a coordenação da Profª. Dra.
Edda Curi. Envolve uma equipe constituída de doutores, doutorandos,
mestrandos e alunos da graduação dessa universidade e, também, seis
professoras da rede pública de ensino da cidade de São Paulo.
Nas leituras e discussões dos documentos oficiais respectivos ao
Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e à Prova Brasil,
desenvolvidos durante os encontros no Grupo de Pesquisa pudemos perceber
a falta de conhecimentos dos participantes em relação a esses documentos,
bem como constatamos as lacunas existentes no tocante ao ensino, à
aprendizagem e à avaliação em Matemática. Dessa forma, decidimos nos
debruçar nessa vertente, para a realização da pesquisa.
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Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática
2. APORTES TEÓRICOS
Sobre o ensino de Números Naturais, um dos enfoques arraigados por
parte dos professores é denominado por vários autores, como Moreno (2006),
enfoque de “Ensino Clássico”. Nessa perspectiva ensina-se os números um a
um, aos poucos e na ordem da sequência numérica. A escrita convencional é
valorizada e há propostas de ensino que consideram como atividades
fundamentais a cópia de números e das sequências. Esse foco pode ser
relacionado ao caráter platônico da Matemática destacado por Nacarato,
Mengali e Passos (2009), em que se considera que o aluno só resolve um
problema se previamente o professor lhe ensinou os procedimentos canônicos
como a escrita convencional dos números, a sequência numérica, etc.
Moreno (2006) destaca que, nesse foco, a ideia que se tem é que o
aluno é uma “tábua rasa”, isto é, não tem nenhum conhecimento anterior
relativo aos conhecimentos que devem ser ensinados e o ensino dos Números
Naturais deve partir do número 1.
Outro enfoque que ocorre no ensino ainda hoje é decorrente do
Movimento Matemática Moderna. Segundo Pires (2012), para esse enfoque o
número é ensinado como uma propriedade dos conjuntos como classes de
equivalências, razão pela qual uma das atividades mais comuns é apresentar,
por exemplo, desenhos de conjuntos com quatro flores, cinco automóveis,
quatro borboletas e cinco bexigas cada um, para que os alunos achem por
correspondência, termo a termo, os conjuntos que têm a mesma “propriedade
numérica”.
Esse enfoque baseia-se na suposição de que as crianças aprendem
números por observação de conjuntos de objetos ou de imagens. Mas como
poderia se compreender o número 3.700.000 se nunca vimos ou contamos
3.700.000 coisas dentro de um conjunto? (KAMII, 1984)
Pires (2012) analisa que nessa concepção a noção de número se
entende como uma síntese entre as operações de classificação e seriação.
Assim, com essas atividades lógicas, as crianças podem se apropriar dos
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Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática
conhecimentos necessários para aprender o número.
As pesquisas recentes como as de Lerner e Sadovsky (1996), de
Panizza e colaboradores (2006) e de Pires (2012) apontam para novas
perspectivas no enfoque do ensino de Números. Os PCN (BRASIL, 1997)
apropriaram-se dessas pesquisas e em suas orientações didáticas apresentam
o ensino de números a partir de suas funções sociais. Os conhecimentos a
respeito dos números naturais são construídos num processo em que eles
aparecem como um instrumento útil para resolver determinados problemas e
como um objeto que pode ser estudado por si mesmo. Sua utilidade é
percebida pelas crianças antes mesmo de chegarem à escola; elas conhecem
números de telefone, de ônibus, lidam com preços, numeração de calçado,
idade, calendário. O estudo dos números como objeto matemático também
deve partir de contextos significativos para os alunos, envolvendo, por
exemplo, o reconhecimento da existência de diferentes tipos de números
(naturais, racionais e outros) e de suas representações e classificações
(primos, compostos, pares, ímpares, etc.). A criança vem para a escola com
um razoável conhecimento não apenas dos números de 1 a 9, como também
de números como 12, 13, 15, que já lhe são bastante familiares, e de outros
números que aparecem com frequência no seu dia-a-dia — como os números
que indicam os dias do mês, que vão até 30/31. (BRASIL, 1997) O documento
também aponta que as atividades de leitura, escrita, comparação e ordenação
de notações numéricas devem tomar como ponto de partida os números que a
criança conhece. E que mesmo sem conhecer as regras do Sistema de
Numeração Decimal, as crianças já são capazes de indicar qual é o maior
número de uma listagem, em função da quantidade de algarismos presentes
em sua escrita.
Com relação ao Sistema de Numeração Decimal, pesquisas já
realizadas destacam a importância desse sistema numérico. O texto produzido
por Santos e Curi (2012) apresenta uma análise dos resultados dos trabalhos
do grupo realizados no âmbito do projeto Prova Brasil de Matemática:
revelações e possibilidades de avanços nos saberes de alunos de 4ª série/5º
ano e indicativos para formação de professores. As autoras destacam três
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Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática
categorias de análise e apresentam as conclusões dos trabalhos em cada uma
dessas categorias. Em suas considerações finais destacam convergências e
divergências entre as pesquisas. Segundo as autoras, a análises dos trabalhos
indica mais convergências entre seus resultados do que divergências e
apontam que não há coerência entre os currículos prescritos, os apresentados
pelo livro didático usados na escola e os praticados pelas professoras, embora
haja coerência entre o currículo prescrito, os moldados pelas professoras e os
avaliados externamente.
Santos e Curi (2012) destacam que apesar da decomposição de um
número em sua forma polinomial ser defendida no currículo avaliado, não é
mencionada no currículo prescrito; também consideram esse tipo de
decomposição inadequado para alunos dessa faixa etária, pois envolve a
escrita aditiva e multiplicativa do Sistema de Numeração Decimal com
potências de 10.
As autoras consideram que os motivos para os baixos índices de
aprendizagem sobre esse tema, revelados na Prova Brasil, não são
decorrentes apenas das incoerências entre os currículos prescrito, praticado e
avaliado; mas apontam que as grandes lacunas estão nos currículos
praticados. Refletem sobre os dados de uma dissertação em andamento, em
que as professoras pesquisadas se limitam a trabalhar o Sistema de
Numeração Decimal por meio de cópia de sequências de números, e não
exploram as regularidades dos intervalos numéricos, não havendo indicativos
de trabalhos orais, de trabalhos com ordens de grandezas maiores, nem do
uso do livro didático. Elas concluem que talvez decorra desses fatos as
dificuldades dos alunos, apontadas na pesquisa. Analisam que a compreensão
do Sistema de Numeração Decimal não é simples para as crianças, embora
essas o usem no cotidiano; desconhecem suas características, não exploram
suas regularidades ou a falta delas, havendo a necessidade de um trabalho
efetivo da escola sobre esse sistema. Apontam que, mesmo de forma
descontextualizada, os números com ordem de grandezas menor são mais
facilmente tratados do que os de várias ordens. O trabalho desenvolvido
aponta que os alunos se apropriam do tratamento dos números até a primeira
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ordem de milhar. Com números dessa ordem de grandeza os alunos percebem
a relação entre a posição e o valor dos algarismos, decompõem e compõem
números com base na escrita numérica, entre outros aspectos. Os itens que
apresentam zeros intercalados ou na ordem das unidades tiveram um
percentual de erros maior. As autoras destacam que essas constatações
derrubam a ideia de que se a criança sabe os números até a unidade de milhar
será capaz de generalizar e ler qualquer número e contrariam a concepção
linear do processo de aprendizagem da Matemática. Santos e Curi (2012)
concluem que, apesar do conhecimento consolidado na classe das unidades
simples, a generalização é feita de forma espiral, com avanços e retomadas de
conceitos, sendo de responsabilidade do professor. O processo de
generalização é construído em diferentes âmbitos, em que as crianças
organizam, refletem, reorganizam e ampliam seus conhecimentos a respeito do
sistema numérico, pois sem compreenderem o sistema numérico as crianças
não fazem generalizações e utilizam o conhecimento de forma mecânica.
Consideram que a utilização do Sistema de Numeração Decimal socialmente
nem sempre revela a compreensão das características desse sistema.
Apontam a mecanização, a fragmentação e a falta de reflexão durante ao
processo de aprendizagem como possíveis fatores para explicar essa
dificuldade. Colocam que para superação de dificuldades é importante o
estabelecimento de relações entre o uso social, o sistema numérico e sua
organização posicional; não sendo isso fácil se o professor não possuir
conhecimentos matemáticos para o ensino desse conteúdo. Assim como
Lerner e Sadovsky (1996), Santos e Curi (2012) afirmam que o ensino do
Sistema de Numeração Decimal é um problema didático. Mas, as duas últimas
autoras destacam que é também um problema de conhecimentos matemáticos
necessários para o ensino desse conteúdo. Santos e Curi (2012) também
apontam que apenas o uso social desse sistema não permite ao professor
ensiná-lo de forma compreensível aos alunos. Consideram que é preciso
compreender as características matemáticas do Sistema de Numeração
Decimal para poder ensiná-lo.
Sobre o ensino das Operações, embora documentos curriculares
recentes focalizem a resolução de problemas como metodologia importante do
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ensino de Matemática, na sala de aula, no que se refere ao ensino de Números
e Operações, foco de nossa pesquisa, ao que parece, ainda é centrado nos
procedimentos tradicionais (algoritmos) das operações. Esses documentos
destacam ainda a importância de se trabalhar com os diferentes significados
das operações com base nos estudos de Vergnaud (1996). Segundo
Vergnaud: A Teoria dos Campos Conceituais (TCC) é uma teoria cognitivista
que propõe o estudo e análise do processo de aquisição do conhecimento e
“visa fornecer um quadro coerente e alguns princípios de base para o estudo
do desenvolvimento e da aprendizagem das competências complexas”
(VERGNAUD, 1996, p. 155).
Vergnaud propõe a formação de um campo conceitual e não apenas de
um conceito, ele define campo conceitual como, primeiramente, “um conjunto
de situações” (1996, p.167). Também aparecem em outros trabalhos que o
campo conceitual é “um conjunto de problemas e situações cujo tratamento
requer conceitos, procedimentos e representações de tipos diferentes, mas
intimamente relacionados” (MOREIRA, 2002, p. 09).
Vergnaud aponta que o campo conceitual das estruturas aditivas é o
conjunto de situações que envolvem uma ou várias adições e subtrações,
agregado ao conjunto dos conceitos e teoremas que permitem analisar tais
situações como tarefas matemáticas e representado pelo conjunto de símbolos
que dão sentido ao tratamento da situação. Assim o aluno deve construir a
base para as relações com novas situações por meio do domínio constituído
nas primeiras situações enfrentadas. Vergnaud (1996, 2009) classifica as
seguintes relações de base na estrutura aditiva: 1. Composição de duas
medidas em uma terceira; 2. Transformação (quantificada) de uma medida
inicial em uma medida final; 3. Relação (quantificada) de comparação entre
duas medidas; 4. Composição de duas transformações; 5. Transformação de
uma relação, e; 6. Transformação de duas relações. O autor descreve cada
uma dessas categorias: Composição -juntar partes para se obter o todo ou
subtrair uma parte do todo para se obter a outra parte; Transformação - as
situações são caracterizadas por um estado inicial que sofrem uma
transformação (com perda ou ganho) e resultam no estado final; Comparação -
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situações que envolvem a comparação de duas quantidades, uma denominada
de referente e a outra de referido com base em uma relação positiva ou
negativa dessas duas medidas; Composição de duas transformações -
problemas referentes às situações em que são dadas duas transformações e,
por meio de uma composição dessas duas, se determina a terceira
transformação.
Segundo Vergnaud (2009, p. 222) a quinta categoria refere-se a uma
transformação que opera sobre um estado relativo e a sexta categoria, à
composição de dois estados relativos em um estado relativo, envolvendo
subclasses mais numerosas e considerando as possibilidades que existem
para o sinal do número e o valor absoluto.
Vergnaud (1994) define o campo conceitual das estruturas
multiplicativas com um conjunto ao qual pertencem todas as situações que
podem ser analisadas como problemas de proporções simples e múltiplas, e
que podem ser resolvidas por uma multiplicação, uma divisão ou pela
combinação de ambas. O autor aponta que as relações multiplicativas mostram
vários tipos de multiplicação e várias classes de problemas. Vergnaud
categorizou o conjunto de problemas do campo multiplicativo como os que
envolvem duas grandes categorias de relações: o Isomorfismo de Medidas e o
Produto de Medidas. Na relação do Isomorfismo de Medidas estão os
problemas elementares que possuem relações proporcionais simples entre
conjuntos, tais como: preço constante (mercadorias e relações comerciais das
mesmas), velocidade média (duração e distância), cardinalidade dos objetos
(objetos do mundo real), etc. Para Vergnaud (1994), nesse grupo estão um
grande número de situações da vida cotidiana e algorítmica, ligadas à
multiplicação, divisão e regra de três simples. No grupo de Produto de Medidas
estão situações que requerem a utilização do raciocínio combinatório, onde
todos os elementos de um grupo estão relacionados com todos os elementos
de outro grupo. Nesta categoria estão situações que envolvem três
quantidades, onde uma é o produto das outras duas ao mesmo tempo.
Com relação às habilidades de cálculo, os PCN (BRASIL, 1997)
destacam que uma boa habilidade em cálculo depende de consistentes pontos
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de apoio, dando destaque ao domínio da contagem e das combinações
aritméticas (tabuadas, listas de fatos fundamentais, leis, repertório básico, etc.).
Apontam que um trabalho consistente envolve a construção, a organização e,
como consequência, a memorização compreensiva desses fatos, e não a
memorização de fatos de uma dada operação. Segundo esse mesmo
documento, o repertório básico para desenvolvimento do cálculo constitui-se
num suporte para a ampliação dos diferentes procedimentos e tipos de cálculos
que a criança vai desenvolver durante os anos iniciais: cálculo mental ou
escrito, exato ou aproximado. De acordo com os PCN os diferentes
procedimentos e tipos de cálculo relacionam-se e complementam-se. O cálculo
escrito, para ser compreendido, apoia-se no cálculo mental e nas estimativas e
aproximações. Por sua vez, as estratégias de cálculo mental, pela sua própria
natureza, são limitadas. É bastante difícil, principalmente tratando-se de
cálculos envolvendo números com vários dígitos, armazenar na memória uma
grande quantidade de resultados. Assim, “a necessidade de registro de
resultados parciais acaba originando procedimentos de cálculo escrito”
(BRASIL, 1997, p.75). O documento aponta como objetivo principal para
trabalho com o cálculo nos anos iniciais, fazer com que os alunos construam e
selecionem procedimentos adequados à situação-problema apresentada, aos
números e às operações nela envolvidos. O cálculo mental constitui a base do
cálculo aritmético usado no cotidiano. Ele é empregado quando se efetua uma
operação, recorrendo-se a procedimentos confiáveis, sem os registros escritos
e sem a utilização de instrumentos. Pelo uso social do cálculo mental sabemos
que o resultado deste tipo de cálculo nem sempre precisa ser exato, bastando
uma aproximação. Por exemplo, ao fazer a compra de poucos objetos num
supermercado, devemos estimar se o valor da compra ultrapassa ou não o
montante que temos para realizá-la. Sobre as aproximações e estimativas os
PCN destacam que seu objetivo é que as crianças aprendam a reconhecer se
certos resultados relacionados a contagens, medidas, operações são ou não
razoáveis em determinadas situações. Os procedimentos de cálculo por
estimativa desenvolvem-se concomitantemente aos processos de cálculo
mental: pelo reconhecimento da grandeza numérica, por meio de
decomposições dos números, pelo estabelecimento de relações de dobro e
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metade, entre outros. O cálculo por estimativas apóia-se em aspectos
conceituais referentes aos números e às operações (ordem de grandeza, valor
posicional, proporcionalidade e equivalência), em procedimentos (como
decompor, substituir, arredondar, compensar), na aplicação de estratégias de
cálculo mental, (BRASIL, 1997, p.77). Para o documento “a estimativa constrói-
se juntamente com o sentido numérico e com o significado das operações e
muito auxilia no desenvolvimento da capacidade de tomar decisões. O trabalho
com estimativas supõe a sistematização de estratégias”. (BRASIL, 1997, p.77).
Para o seu desenvolvimento e aperfeiçoamento é muito importante um trabalho
contínuo de aplicações, construções, interpretações, análises, justificativas e
verificações a partir de resultados exatos. Como destacado anteriormente, a
necessidade de registro de resultados parciais acaba originando procedimentos
de cálculo escrito. Pois para resolver problemas é comum que os alunos
realizem registros para expressar os procedimentos de cálculo mental que
utilizam. Para os PCN a análise desses registros, em muitos casos, trás
evidencias sobre o domínio de conhecimentos matemáticos dos alunos e que
são a base para o cálculo escrito.
Assim como outros procedimentos de cálculo, as técnicas operatórias
usualmente ensinadas na escola também apoiam-se nas regras do sistema de
numeração decimal e na existência de propriedades e regularidades presentes
nas operações. Porém, muitos dos erros cometidos pelos alunos são
provenientes da não-disponibilidade desses conhecimentos ou do não-
reconhecimento de sua presença no cálculo. Isso acontece, provavelmente,
porque “não se exploram os registros pessoais dos alunos, que são formas
intermediárias para se chegar ao registro das técnicas usuais”. (BRASIL, 1997,
p.78)
Os algoritmos são um conjunto de procedimentos que possuem uma
determinada ordem, eles levam a uma resposta exata e podem ser realizados
em papel, na calculadora ou em outros instrumentos. São generalizações que
permitem resolver classes de problemas semelhantes através de um processo,
que em muitos casos são usados de forma mecânica. Apesar de existirem
algoritmos diferentes para uma mesma operação aritmética. Na escola,
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normalmente, os professores restringem-se ao ensino de apenas de um tipo de
algoritmo para cada operação.
Na década de 90 começou-se a questionar o ensino baseado na
memorização dos algoritmos para aluno do Ensino Fundamental. Pesquisas
demonstram que quando as crianças somente memorizam os algoritmos da
adição ou subtração, perdem a noção do valor de posição do algarismo no
número. Revelam também, que os estudantes que usam seus próprios
procedimentos para resolver problemas de adição ou subtração têm um
entendimento melhor do valor posicional e encontram soluções mais precisas.
Essas pesquisas apontam que, em vez de apenas ensinar os algoritmos
padrões como a melhor forma de se calcular com o uso de lápis e papel, os
professores devem oportunizar aos alunos o desenvolvimento, o uso e a
discussão de uma variedade de procedimentos, visando que eles
compreendam melhor o sentido dos números e das operações.
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3 O PRODUTO
O produto que será apresentado a seguir constitui-se na análise de
alguns Descritores de Avaliação do SAEB por parte dos professores
participantes da pesquisa. Foi solicitado a nove professores dos anos iniciais
do Ensino Fundamental da região de Lauro de Freitas que analisassem os
Descritores de acordo com uma grade de análise apresentada. Sugerimos ao
leitor deste texto que antes de ler as análises dos professores, reflita sobre os
Descritores mediante a proposta da grade. Os comentários e as atividades
estão descritos em seguida:
As respostas dos professores mostram o pouco entendimento dos
mesmos com relação aos conteúdos envolvidos no item e a forma de abordá-
los em sala de aula:
Antes: Abordar a questão da multiplicação com os alunos até que os mesmos se apropriem da metodologia de estar calculando essa operação. Durante: Questionar os alunos sobre a forma de resolver a operação, instigar o raciocínio. Depois: Socialização da operação. (P.3)
Antes: revisão da técnica operatória (multiplicação). Durante: Auxílio na resolução da operação; revisão da tabuada; auxílio na identificação da resposta adequada. Depois: trabalhar o valor posicional do número. (P.4)
Percebe-se a ênfase dada à explicação do algoritmo da multiplicação e
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ao uso da tabuada como revisões para que os alunos conseguissem resolver a
tarefa. Nenhum deles problematiza a situação, ou pergunta, por exemplo, se o
valor representado pelo quadradinho é o mesmo. Ao que parece, o enfoque é
bem tradicional, considerando o aluno um receptor de informações e com foco
na revisão de conteúdos já estudados (algoritmo da multiplicação e tabuada).
Estudos teóricos corroboram nossas considerações. Nacarato, Mengali e
Passos (2009) apontam que é necessário romper com o tradicional paradigma
do exercício que tem marcado as aulas de Matemática, onde há uma
padronização da rotina de ensino.
O professor expõe algumas ideias matemáticas com alguns exemplos e,
em seguida, os alunos resolvem incansáveis listas de exercícios – quase
sempre retiradas de livros didáticos. Na etapa seguinte o professor corrige,
numa concepção absolutista de matemática, na qual prevalece o certo e o
errado. (NACARATO, MENGALI e PASSOS, 2009).
A figura 2 apresenta o segundo item para análise dos participantes da
pesquisa:
Figura 2 – Item 2.
Fonte: adaptado de Brasil. PDE/Prova Brasil, 2008, p. 133.
Algumas respostas dos professores são transcritas a seguir:
1º explicação geral do enunciado, 2º como identificar o valor do numeral acima, 3° como organiza-lo dentro do quadro de valor posicional, 4º identificação de suas ordens e classes, 5º sua decomposição, 6º demais procedimentos do exercício anterior. (1º explicação de que tipo de raciocínio a atividade busca, 2º as formas diferentes para a resolução, 3º como agir para ter certeza que a resolução está correta, 4º correção coletiva, 5º correção individual). (P.1)
Antes: Trabalhar o valor posicional, enfatizando que dentro de cada casa (ex: unidade de milhar), comporta várias dezenas. Durante: Instigar os alunos para que os mesmos percebam que outras casas de valor maior, cabem várias centenas. Depois: Questionar a maneira que se obteve o resultado. (P.2)Antes: Abordar a decomposição do número e o valor posicional. Durante: Questionar sobre a forma que obteve o resultado.
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Depois: Socialização. (P.3)
Nesses comentários também observamos a visão tradicional do ensino,
que se faz primeiro uma revisão do que é preciso o aluno conhecer (na visão
do professor). Ao que parece, os professores consideram os alunos como
“tábua rasa” que não tem conhecimentos e que precisam retomar novamente o
que já foi ensinado. Além disso, Professor P.1 manifesta um equivoco ao se
referir a “numeral” ao invés de “número”. Esse equívoco revela defasagem nos
conhecimentos matemáticos para a o ensino.
Todos se referem ao quadro de ordem e classes, no entanto, a questão
não pergunta qual o algarismo que ocupa a posição das centenas e sim
quantas centenas tem o número, o que envolve a noção de agrupamentos de
100 em 100 e não de valor posicional. E ninguém se referiu ao contexto
forçado da questão.
Na figura 3 apresentamos o próximo item:
Figura 3 – Item 3.
Fonte: adaptado de Brasil. PDE/Prova Brasil, 2008, p.54.
As respostas de alguns professores estão transcritas a seguir:
1º sua identificação no quadro de valor posicional, 2º suas ordens e classes, 3º demais procedimentosdo item 4.1. (1º explicação de que tipo de raciocínio a atividade busca, 2º as formas diferentes para a resolução, 3º como agir para ter certeza que a resolução está correta, 4º correção coletiva, 5º correção individual). (P.1)
Antes: trabalhar o valor posicional do número. Durante: Instigar os alunos a obter o resultado. Depois: Socializar. (P.2)
Também nessa questão os professores não explicitam como fariam para
passar da decomposição do número em suas ordens e classes, que envolve a
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escrita aditiva e multiplicativa de um número, para a escrita indicada nas
alternativas em que as multiplicações por múltiplos de 10 são transformadas
nas ordens e classes do sistema.
Consideramos esta questão bastante complicada, pois envolve o
estabelecimento de várias relações, além de conhecimentos matemáticos.
Além disso, o formato da questão não é indicado para esse tipo de avaliação
(Prova Brasil), pois o próprio Inep indica que a questão precisa ser respondida
apenas com os dados do enunciado, sem a leitura das alternativas, o que não
acontece com neste item.
Vemos que estão presentes atitudes tradicionais na atuação destes
professores como: a noção de pré-requisitos, exercícios para fixação, revisão
de conteúdos, revisão de técnicas, etc; talvez o motivo seja a vivência nesse
tipo de aula na época em que esses professores eram alunos da escola básica.
Como já dissemos, nas pesquisas apresentadas (NACARATO,
MENGALI e PASSOS, 2009), a prática pedagógica do professor está
fortemente ligada a sua vivência como aluno e na sua formação para a
docência. Por isso entendemos que as rupturas com a visão tradicional de
ensino são fatores positivos para a prática de ensino desses professores, já os
resquícios do ensino tradicional relacionados à Matemática que estes
professores manifestam provavelmente são as experiências que vivenciaram
em sua escolarização e na sua formação profissional para a docência.
Também consideramos que se o professor vivenciou um ensino de
Matemática numa perspectiva que lhe proporcionou poucas chances para
refletir sobre a Matemática, provavelmente propagará essa forma de ensino.
Todos os professores analisaram como importante o desenvolvimento
de atividades orais sobre Números Naturais e Operações com seus alunos.
Após a realização dessas questões, foi proposto aos professores que
analisassem os itens abaixo, divulgados em documentos oficiais sobre a Prova
Brasil/Saeb:
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Figura 4 – Item para análise 1.
Fonte: adaptado de http://provabrasil.inep.gov.br/. 2012.
Ao serem questionados sobre qual o descritor correspondia ao item,
todos os professores apontaram o D16 – “Reconhecer a composição e a
decomposição de Números Naturais em sua forma polinomial” - como resposta.
Mas o item foi construído para avaliar as habilidades previstas no D13 –
“Reconhecer e utilizar características do Sistema de Numeração Decimal”, tais
como agrupamentos e trocas na base 10 e princípio do valor posicional.
Podemos afirmar que nenhum dos professores pesquisados conseguiu
associar as habilidades do descritor D13 ao item. Este item envolve
características do Sistema de Numeração Decimal e não decomposição de um
número em suas ordens como apontaram os professores. Se os professores
não conseguem perceber as relações entre o item e as habilidades envolvidas
para a resolução, como poderão formar estas habilidades nos alunos?
Depois pedimos que eles apontassem as possíveis dificuldades e
facilidades que os seus alunos poderiam ter ao responder o item. A maior parte
apontou como facilidade a composição/formação de números, e como
dificuldade seria na leitura do número que viriam a formar. Percebemos nas
respostas equívocos no que se refere ao uso da expressão “numeral” ao invés
de número, talvez decorrente da época em que esses professores estudavam.
Observamos que os professores sabem que os alunos ao trabalhar com
números maiores que os de unidade de milhar cometem erros. No entanto, não
parece que sintam ser sua responsabilidade trabalhar no 5º ano com números
de qualquer ordem de grandeza como está descrito nas Expectativas de
Aprendizagem e no Descritor D13, pois em nenhum momento citam o trabalho
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com números “grandes”.
O item abaixo também foi analisado pelos professores.
Figura 5 - Item 2 para análise.
Todos os professores classificaram de forma correta este item.
Apontaram o D14 - Identificar a localização de Números Naturais na reta
numérica - como a habilidade que o descritor avalia. Sobre as dificuldades e
facilidades que os alunos poderiam demonstrar apontaram que o enunciado
poderia ser uma dificuldade para a compreensão do item; com palavras fora de
contexto dos alunos, enunciado extenso, dificuldade de interpretação por parte
do aluno. Para o Professor P.1 as palavras “representa” e “consecutivo”
dificultam o entendimentos dos alunos em relação ao enunciado, devido a
pobreza cultural dos alunos. Quando este professor prepara suas aulas, afirma
que, faz uma adaptação do vocabulário para melhor compreensão dos alunos.
Analisamos que ao fazer esta adaptação do vocabulário das atividades o
Professor P.1 acaba agindo de forma que seus alunos não tomem
conhecimento de termos que são muito utilizados na Matemática, como é o
caso dos termos “representa” e “consecutivo”. No caso do termo “consecutivo”
ele tem um significado próprio na matemática, ou seja, o aluno deve identificar
o número de uma sequencia que vem imediatamente após o número que se
deseja encontrar o consecutivo. O que o professor P.1 identifica como “pobreza
do vocabulário” nada mais é do que um conhecimento matemático importante
para a resolução da questão. Talvez nem ele mesmo reconheça esse fato.
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Figura 6 – Item 3 para análise
Para o terceiro item de avaliação, os professores se dividiram para
classificá-lo; dois professores apontaram o D19 - Resolver problemas com
Números Naturais, envolvendo diferentes significados da adição ou subtração:
juntar, alteração de um estado inicial (positiva ou negativa), comparação e mais
de uma transformação (positiva ou negativa), que é o descritor correto para o
item, e os outros dois professores, apontaram o D17 - Calcular o resultado de
uma adição ou subtração de Números Naturais - como o descritor
correspondente ao item analisado, sendo assim se confundiram ao classificar o
item.
Sobre as facilidades e dificuldades que os alunos poderiam vir a
apresentar para resolver o item, analisaram que resolver a operação
matemática seria a facilidade, e como dificuldade apontaram a identificação da
operação matemática e interpretação do enunciado. Preocupa-nos a falta de
identificação do descritor desse item, pois o trabalho com operações tem sido o
foco das aulas de matemática nos anos iniciais. No entanto, a resolução de
problemas envolvendo as operações aritméticas é menos explorada.
Consideramos que os professores precisam identificar os dois tipos de situação
para desenvolvê-las com seus alunos. Orientações curriculares recentes como
os PCN apontam a importância da resolução de problemas no ensino de
matemática e a falta de identificação de um problema por parte do professor é
extremamente preocupante.
Tereza Cristina Bastos Silva Lima
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4. ORIENTAÇÕES AOS PROFESSORES
O nosso produto apresentou algumas potencialidades da Prova Brasil
para que docentes e gestores possam aprimorar o seu fazer pedagógico e
minimizar as dificuldades de aprendizagem matemáticas de suas regiões.
Assim sendo, ao refletirmos sobre essa avaliação, queríamos abrir espaço para
que os professores e gestores envolvidos construíssem uma nova visão a
respeito da Prova Brasil e, além disso, se sentissem motivados a investigar
sobre essa avaliação e sobre o ensino da Matemática.
Aos professores que lerem esse texto sugerimos que reflitam sobre os
conhecimentos necessários para ensinar um determinado conteúdo e sobre as
relações entre os conteúdos normalmente apresentados aos alunos no 5º ano
e os solicitados na avaliação. Há várias indicações no texto sobre referências
teóricas que podem ser usadas para melhoria da formação do professor.
Além disso, a Matriz Referência de Avaliação de Matemática da Prova
Brasil/Saeb, é um bom referencial de estudos que apresenta itens de avaliação
com comentários pedagógicos, destacando conceitos matemáticos envolvidos,
descritores de avaliação, dificuldades, etc.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudos que realizamos mostram a complexidade das competências
exigidas para o professor que atua nos anos iniciais do Ensino Fundamental,
as fragilidades de sua formação inicial e os desafios que se apresentam para
melhoria da formação desse profissional.
O curso de formação inicial deve ter o compromisso de formar
professores que deverão ensinar conhecimentos básicos às crianças, entre as
quais, está a Matemática. Ou seja, a formação do professor precisa contemplar
domínios de conhecimentos diversos, de modo a constituir uma base em que
possíveis traumas ou lacunas sejam superadas e não sejam transferidos para
as crianças (FERNANDES; CURI, 2012, p.45).
Descobrimos em cada resposta nuances de formas de pensar e agir das
professoras envolvidas e também das nossas próprias concepções e crenças.
Uma das conclusões foi que os conhecimentos dos professores e as
lacunas existentes na forma de ensinar Matemática devem nortear os projetos
de formação continuada, com a finalidade de favorecer o desenvolvimento
profissional a partir da revisão e da construção das relações pessoais sobre o
conhecimento matemático no próprio campo de trabalho do professor, a sala
de aula.
As contribuições tanto internacionais quanto nacionais nos subsidiaram,
fortalecendo a nossa concepção, o aprendizado, a compreensão, bem como a
fundamentação, tanto no momento da redação da presente dissertação, quanto
nos momentos da pesquisa propriamente dita, principalmente nas análises dos
dados. A conclusão apresentada no parágrafo acima corrobora nossos estudos
teóricos.
Consideramos que a avaliação externa deve fornecer informações sobre
a complexa realidade educacional - que envolve alunos, professores, recursos -
e, principalmente, que as informações fornecidas por esse instrumento
avaliativo devem ser compreendidas pelos professores e socializadas na
comunidade escolar.
Consideramos um grande desafio envolver os professores em formação
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continuada para ensinar Matemática, em que é preciso desenvolver
imbricadamente conhecimentos do conteúdo matemático, conhecimentos
pedagógicos dos conteúdos matemáticos, conhecimentos curriculares, visto
que esses professores se consideram bem preparados para exercer sua
função. No entanto, outros desafios se fazem presente. A compreensão dos
elementos que compõem a Prova Brasil, de itens de avaliação divulgados, de
seus descritores; é fundamental para que os professores percebam o uso
pedagógico que se pode fazer dessa prova e que não se preocupem apenas
com o índice do IDEB.
Esperamos que o produto da dissertação contribua para a compreensão
de professores e gestores para os elementos da Prova Brasil e suas
implicações para o ensino e aprendizagem de Matemática.
Tereza Cristina Bastos Silva Lima
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6. REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais – Matemática. Volume 3, SEF, 1997.
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