tempo presente de 06-01-2014

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OPINIÃO SALVADOR SEGUNDA-FEIRA 6/1/2014 A2 opiniao @grupoatarde.com.br Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE. Participe desta página: e-mail: [email protected] Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900 ESPAÇO DO LEITOR Elogio e cobrança ao prefeito Este "prefeitinho" – Dilma deve arrepender-se amargamente da ironia – tem sido um gigante à frente da cidade do Salvador. Para a nossa cidade, ele é o próprio, o salvador. Quando lhe faço críticas, é para que atente para as de- mandas que, por urgentes, merecem prio- ridade. Banheiros públicos é uma delas, e me veio à lembrança pelo bom atendimento da população nesta espetacular festa de Réveil- lon. Mas a festa acabou, prefeito, e voltamos a ver o povão aglomerado em filas de ônibus, antes de embarcar para chegar ao destino muito tempo depois. Ninguém aguenta, daí a rua virar sanitário, sem higiene ou discrição. Na Pituba, onde resido, há dois locais de espera que merecem banheiros de imediato: na praça N.S. da Luz e na Av. ACM, na altura do Júlio César. RICARDO MELLO SANTOS, SALVADOR, BA, [email protected] Pés no chão Teremos importantes mudanças em 2014. Os prognósticos são díspares e conflitantes. Uns informam que o ano produtivo – aqui na Bahia – só começará em novembro do corrente ano. Alegam em seu desfavor, o Carnaval, São João, Copa, fortes chuvas, eleições e obras de mo- bilidade urbana. É cediço que o comércio e a prestação de serviços que não estejam en- volvidos com as atividades acima declinadas, por certo, sofreram prejuízos. Outros afir- mam que o turismo, ao revés, elevará a Bahia em grandes saltos de crescimento. Sabe-se que é preciso o equilíbrio nas visões otimistas e pessimistas. A esperança é essencial aos seres humanos. Entretanto, não aceite ilusões po- líticas e muito cuidado com as falsas pro- messas. Tenhamos os “pés no chão” em nossas decisões e desconfie das facilidades. ROMMEL ROBATTO, [email protected] Crítica a Eduardo Campos Decepcionante, para dizer o mínimo, a pos- tura do neto do saudoso e combativo líder político nordestino Miguel Arraes, o presi- denciável Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Num ímpeto fisiológico explí- cito e totalmente descabido, escancara as por- tas da sua gestão para o adesismo oportunista do tucanato pernambucano, em razão da saí- da do PTB local, numa demonstração ine- quívoca de que aderiu de vez àquela fami- gerada máxima: "os fins justificam os meios", ou seja, o vale-tudo. Mais uma prova da insana orgia partidária vigente no país, que mina cada vez mais o ideário programático e a prática político-partidária, solapando grada- tivamente nossa jovem democracia. De novo e diferente mesmo, ele (Campos) não tem é nada, é tão somente "mais do mesmo"... (A TARDE, 03.01.2014, Editoria Política, Pág .B3). KELMO OLIVEIRA BERNARDES SANTOS, FEI- RA DE SANTANA (BA), [email protected] Prêmio dadivoso Num país de tantos abismos sociais e de tantas desigualdades, considero um acinte um único apostador amealhar uma fortuna de quase R$ 226 milhões. Por tal razão, ficamos felizes em saber que um grupo de funcionários de um hospital público da pequena e acolhedora Teo- filândia, cidade do sertão baiano, conseguiu realizar o sonho de tantos brasileiros. E mais felizes ficaríamos se o grupo felizardo, com- posto de 22 pessoas, pelas noticias que nos foram passadas, fosse generoso com os co- legas que, por alguma razão ou impedimento, não puderam participar do bolão sortudo. Bastaria apenas, se cada um dos felizardos tivesse esse despreendimento, que cada um dos sortudos destinasse uma pífia parcela para aqueles que não participaram. Posso ga- rantir que as compensações seriam bem maiores. MOACYR RODRIGUES NOGUEIRA, [email protected] Inversão de valores Chamada de capa de certo jornal: “Queridinho dos papas, papa Francisco libera quase R$ 1 milhão (300 mil euros) para filhos de pre- sidiários na Bahia.” Legal! E os filhos das ví- timas dos presidiários? E as famílias dos pais mortos pelos presidiários que não são com- templadas com nenhum auxilio, tal como as daquelas que recebem a tal Bolsa Bandido (auxílio-reclusão)? Ó Deus! Só Vós para con- ceder piedade aos homens de bem! RONALDO ALVES, SALVADOR (BA), RONALDOAL- [email protected] O chefe do mensalão Agiu como herói o ministro Joaquim Barbosa no julgamento do maior escândalo da Re- pública nos últimos tempos. De acordo com a lei, a justiça foi feita num prisma de coragem e grandeza, entretanto não foi levantada ne- nhuma suspeita contra o suposto “chefe do mensalão”, porque em nenhum momento, foi citado o seu nome no episódio. Não se sabe por que todos os condenados se fecharam em copas num silêncio de ouro, salvando o ex-presidente da República das garras da lei. É notável essa lealdade, pois apenas Marcos Valério quebrou o silêncio, afirmando com certeza que Lula era o chefe do mensalão. Não existe dúvida, tendo em vista a condenação dos seus companheiros mais próximos e do próprio chefe da Casa Civil. Lula escapou pela admiração dos seus comandados envolvidos no escândalo e continua investigado, sem ne- nhuma prova, em razão de um silêncio inex- plicável. HUGO ROCHA, SALVADOR (BA), HU- [email protected] Carlos Alberto Di Franco Diretor do Master em Jornalismo, professor de Ética e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra [email protected] E ntramos em ano eleitoral. Campa- nhas milionárias, promessas sur- realistas e imagens produzidas fa- zem parte do marketing dos políticos. Assiste-se, frequentemente, a um show de efeitos especiais capazes de seduzir o grande público, mas, no fundo, vazio de conteúdo e carente de seriedade. O marketing, ferramenta importante para a transmissão da verdade, pode ser transformado em instrumento de mis- tificação. Os programas eleitorais, mais uma vez, venderão uma bela embalagem, mas, de fato, tentarão fugir da discussão das ideias. Nós, jornalistas, somos (ou deveríamos ser) o reverso a essa tendência. Jorna- lismo é contraponto. Cabe-nos a missão de rasgar a embalagem e desnudar os candi- datos. O nosso papel é ouvir as pessoas, co- nhecer suas queixas, identificar suas ca- rências e cobrar so- luções dos candida- tos. Não se pode per- mitir que as assesso- rias de comunicação dos políticos defi- nam o que deve ou não ser coberto. O centro do debate tem de ser o cidadão, as políticas públicas, não mais o político, tampouco a própria imprensa. O jorna- lismo de aspas, pobre e simplificador, repercute o Brasil oficial, mas oculta a verdadeira dimensão do país real. Pre- cisamos fugir do espetáculo e fazer a opção pela informação. Só assim, com equilíbrio e didatismo, conseguiremos separar a notícia do lixo declaratório. Outros desvios éticos podem compro- meter a qualidade da cobertura eleitoral. Sobressai, entre eles, o perigoso jorna- lismo de dossiê. Os riscos de instrumen- talização da imprensa são evidentes. Os protagonistas do teatro político não me- dirão esforços para fazer com que a mí- dia, à sua revelia, destile veneno nos seus adversários. Por isso, é preciso revalo- rizar, e muito, as clássicas perguntas que devem ser feitas a qualquer repórter que cumpre uma pauta investigativa: che- cou? Tem provas? A quem interessa essa informação? Trata-se de eficiente terapia no combate ao vírus da leviandade. O esforço de isenção, no entanto, não se confunde com a omissão. O leitor es- pera uma imprensa combativa, disposta a exercer o seu intransferível dever de denúncia. A sociedade quer um quadro claro, talvez um bom infográfico, que lhe permita formar um perfil dos candida- tos: seus antecedentes, sua evolução pa- trimonial, seu desempenho em cargos atuais e anteriores, etc. Impõe-se, tam- bém, um bom levantamento das promes- sas de campanha. É preciso mostrar os eventuais descompassos entre o discurso e a realidade. Trata-se, no fundo, de levar adiante um bom jornalismo de serviço. Os políticos, pródigos em soluções de palanque, não costumam perder o sono com o rotineiro descumprimento da pa- lavra empenhada. Afinal, para muitos de- les, infelizmente, a política é a arte do engodo. Além disso, contam com a amné- sia coletiva. O jornalismo de qualidade deve assumir o papel de memória da cidadania. Precisamos falar do futuro, dos projetos e dos planos de governo. Mas precisamos também falar do pas- sado, das incoerên- cias e das ambigui- dades. Personalidades pú- blicas, inúmeras, têm procurado usar a mídia. Afirmam e depois, cinicamente, desmentem o que afirmaram. Nós não podemos ficar reféns desse jogo. Os meios de comunicação existem para inco- modar. Um jornalis- mo cor-de-rosa é so- cialmente irrelevan- te. A imprensa, sem precipitação e injus- tos prejulgamentos, tem o dever de desempenhar importante papel na recuperação da ética na vida pública. Nosso compromisso não é com as celebridades, mas com a verdade, com a informação bem apurada e com os lei- tores. E nada mais. O Brasil está passando por uma pro- funda mudança cultural. A corrupção, in- felizmente, sempre existirá. Mas uma coisa é a miséria do homem; outra, to- talmente diferente, é a indústria da cor- rupção que está aí. Esta, sem dúvida, deve e pode ser combatida com os instrumen- tos de uma sociedade civilizada. Trans- parência nos negócios públicos, ética e competência são as principais demandas da sociedade. Memória e voto consciente compõem a melhor receita para satis- fazê-las. C. A. DI FRANCO ESCREVE NA SEGUNDA-FEIRA, QUINZENALMENTE Os programas eleitorais venderão bela embalagem, tentarão fugir da discussão das ideias. Cabe aos jornalistas a missão de rasgar a embalagem e desnudar os candidatos. Qual é mesmo a diferença? Após cumprir todas as exigências legais, acompanhadas de perto pelo Ministério Pú- blico do Estado (MPE), a prefeitura de Salvador pretende lançar ainda este mês o edital de concessão do transporte público municipal. Isso com uma “pontinha” de inveja em re- lação ao governo do estado. Enquanto o município precisou cumprir prazo de consulta pública, teve que realizar audiência pública e, agora, cumpre o prazo exigido entre a audiência e o lançamento do edital – tudo com o MPE marcando em cima –, o estado parece conseguir as coisas com mais facilidade. Nos últimos dias do ano passado, o go- vernador disse que pretendia lançar agora no início do ano a licitação do sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) do Subúrbio, e não se soube de nenhuma consulta ou audiência pública relacionada ao projeto. O sistema de VLT vai substituir o trem do Subúrbio, com a ampliação da malha férrea da Calçada até o Comércio. Nada contra o projeto, ótimo para a cidade, mas a turma da prefeitura quer saber qual é o segredo da agilidade. Recursos reservados para o Porto Sul Na última sexta-feira o governador Jaques Wagner publicou um decreto autorizando a Caixa Econômica Federal a reservar R$ 42,5 milhões do Tesouro Estadual como garantia à Secretaria de Portos da Presidência da Re- pública (SEP) de que o porto Sul vai sair do papel. Os recursos, correspondentes a 2% do in- vestimento de aproximadamente R$ 2,1 bi- lhões previsto no complexo logístico, são uma garantia de que a Bahia vai cumprir as obri- gações relacionadas ao Porto Sul. A reserva, que atende à legislação portuária brasileira, exige o comprometimento da Ba- hia com o projeto. Se houver algum problema, vai pesar para os cofres públicos... SELEÇÃO DE ACIONISTAS – Hoje, às 9h30, o governador Jaques Wagner vai aproveitar a presença na Governadoria do ministro dos Portos, Antonio Henrique Silveira, para lançar o edital de seleção de acionistas da empresa – uma sociedade de propósitos específicos (SPE) – que será responsável pela construção, operação e exploração do terminal de uso misto do porto Sul. O outro terminal pertence à Bahia Mineração (Bamin). O ministro vem para assinar com o governo a autorização para a construção dos dois terminais. Desenbahia faz as malas Tudo pronto para a mudança de endereço da Agência de Fomento do Estado da Bahia (De- senbahia), que vai trocar o prédio na avenida Tancredo Neves por um novinho em folha na rua Ivone Silveira, no Doron. A Homeoffice Móveis Ltda. foi a empresa vencedora na licitação para aquisição e mon- tagem de mobília no novo prédio, pelo valor de R$ 41,5 mil. Com a mudança, prevista extraoficialmen- te para o próximo mês, a Desenbahia encerra uma novela de anos em relação ao atual prédio em que está instalada. O edifício é antigo, de manutenção cara e a agência de fomento sofre restrições do Banco Central para alugar a área excedente. A área na avenida Tancredo Neves, que chegou a ser sondada pelo mercado imo- biliário, será comprada pelo estado, dono da Desenbahia, que cogita transferir para lá par- te da estrutura da Secretaria de Segurança Pública. Coelba agiu rápido Os empresários do turismo na Bahia falaram “cobras e lagartos” dos serviços de água e luz no litoral norte, um dos principais polos da atividade no estado. – Os problemas recorrentes da Embasa e da Coelba no litoral norte comprometem o tu- rismo em um dos principais pontos turísticos de nosso estado, que é a praia do Forte, con- siderada a “joia da coroa” do turismo baiano – reclama o presidente do Conselho Baiano de Turismo, Silvio Pessoa, em carta ao novo se- cretário do Turismo, João Carlos Oliveira. Silvio Pessoa se queixa também do “jogo de empurra” das duas empresas, que “deveriam se estruturar para atender a contento mo- radores e turistas, pois durante a alta estação são diversos os black outs nessas localidades, faltando energia elétrica quase que semanal- mente, e a cada três dias há falta de água”. Acionada, a Coelba agiu rapidamente: re- cebe hoje, às 14h30, na sede da empresa, o secretário para conversar a respeito dos apa- gões de até 15 horas verificados na virada do ano. Resta saber se e quando é que a Embasa vai imitar a Coelba e abrir as portas para, pelo menos, explicar ao empresariado o que está acontecendo. Donaldson Gomes Jornalista [email protected] TEMPO PRESENTE Jornalismo é contraponto Editor Jary Cardoso atarde.com.br/cultura/musica atarde.com.br/chamegente DESTAQUES DO PORTAL A TARDE Famosos aproveitam o calor para se refrescar na praia Cláudia Leitte poderá cantar tema da Copa de 2014 Reprodução / Instagram Solange Gomes enfrenta o calor carioca

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Page 1: Tempo Presente de 06-01-2014

OPINIÃOSALVADOR SEGUNDA-FEIRA 6/1/2014A2

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Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE.Participe desta página: e-mail: [email protected]: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900

ESPAÇO DO LEITORElogio e cobrança ao prefeito

Este "prefeitinho" – Dilma deve arrepender-seamargamente da ironia – tem sido um giganteà frente da cidade do Salvador. Para a nossacidade, ele é o próprio, o salvador. Quando lhefaço críticas, é para que atente para as de-mandas que, por urgentes, merecem prio-ridade. Banheiros públicos é uma delas, e meveio à lembrança pelo bom atendimento dapopulação nesta espetacular festa de Réveil-lon. Mas a festa acabou, prefeito, e voltamosa ver o povão aglomerado em filas de ônibus,antes de embarcar para chegar ao destinomuito tempo depois. Ninguém aguenta, daí arua virar sanitário, sem higiene ou discrição.NaPituba,onderesido,hádoislocaisdeesperaquemerecembanheirosdeimediato:napraçaN.S. da Luz e na Av. ACM, na altura do JúlioCésar. RICARDO MELLO SANTOS, SALVADOR, BA,[email protected]

Pés no chãoTeremos importantes mudanças em 2014. Osprognósticos são díspares e conflitantes. Unsinformamqueoanoprodutivo–aquinaBahia– só começará em novembro do corrente ano.Alegam em seu desfavor, o Carnaval, São João,Copa, fortes chuvas, eleições e obras de mo-bilidade urbana. É cediço que o comércio e aprestação de serviços que não estejam en-volvidos com as atividades acima declinadas,por certo, sofreram prejuízos. Outros afir-mam que o turismo, ao revés, elevará a Bahiaemgrandessaltosdecrescimento.Sabe-sequeé preciso o equilíbrio nas visões otimistas epessimistas. A esperança é essencial aos sereshumanos. Entretanto, não aceite ilusões po-líticas e muito cuidado com as falsas pro-messas.Tenhamosos“pésnochão”emnossasdecisões e desconfie das facilidades. ROMMELROBATTO, [email protected]

Crítica a Eduardo CamposDecepcionante, para dizer o mínimo, a pos-tura do neto do saudoso e combativo líderpolítico nordestino Miguel Arraes, o presi-denciável Eduardo Campos, governador dePernambuco. Num ímpeto fisiológico explí-cito e totalmente descabido, escancara as por-tas da sua gestão para o adesismo oportunistado tucanato pernambucano, em razão da saí-da do PTB local, numa demonstração ine-quívoca de que aderiu de vez àquela fami-gerada máxima: "os fins justificam os meios",ou seja, o vale-tudo. Mais uma prova da insanaorgia partidária vigente no país, que minacada vez mais o ideário programático e aprática político-partidária, solapando grada-tivamente nossa jovem democracia. De novoe diferente mesmo, ele (Campos) não tem énada, é tão somente "mais do mesmo"...(A TARDE, 03.01.2014, Editoria Política, Pág.B3). KELMO OLIVEIRA BERNARDES SANTOS, FEI-RA DE SANTANA (BA), [email protected]

Prêmio dadivosoNum país de tantos abismos sociais e de tantasdesigualdades, considero um acinte um únicoapostador amealhar uma fortuna de quase R$226 milhões. Por tal razão, ficamos felizes emsaber que um grupo de funcionários de umhospitalpúblicodapequenaeacolhedoraTeo-filândia, cidade do sertão baiano, conseguiurealizar o sonho de tantos brasileiros. E maisfelizes ficaríamos se o grupo felizardo, com-posto de 22 pessoas, pelas noticias que nosforam passadas, fosse generoso com os co-legas que, por alguma razão ou impedimento,não puderam participar do bolão sortudo.Bastaria apenas, se cada um dos felizardostivesse esse despreendimento, que cada umdos sortudos destinasse uma pífia parcelapara aqueles que não participaram. Posso ga-rantir que as compensações seriam bemmaiores. MOACYR RODRIGUES NOGUEIRA,[email protected]

Inversão de valoresChamadadecapadecertojornal:“Queridinhodos papas, papa Francisco libera quase R$ 1milhão (300 mil euros) para filhos de pre-sidiários na Bahia.” Legal! E os filhos das ví-timas dos presidiários? E as famílias dos paismortos pelos presidiários que não são com-templadas com nenhum auxilio, tal como asdaquelas que recebem a tal Bolsa Bandido(auxílio-reclusão)? Ó Deus! Só Vós para con-ceder piedade aos homens de bem! RONALDOALVES, SALVADOR (BA), [email protected]

O chefe do mensalãoAgiu como herói o ministro Joaquim Barbosano julgamento do maior escândalo da Re-pública nos últimos tempos. De acordo coma lei, a justiça foi feita num prisma de corageme grandeza, entretanto não foi levantada ne-nhuma suspeita contra o suposto “chefe domensalão”, porque em nenhum momento, foicitado o seu nome no episódio. Não se sabe porque todos os condenados se fecharam emcopas num silêncio de ouro, salvando oex-presidente da República das garras da lei.É notável essa lealdade, pois apenas MarcosValério quebrou o silêncio, afirmando comcerteza que Lula era o chefe do mensalão. Nãoexiste dúvida, tendo em vista a condenaçãodos seus companheiros mais próximos e dopróprio chefe da Casa Civil. Lula escapou pelaadmiração dos seus comandados envolvidosno escândalo e continua investigado, sem ne-nhuma prova, em razão de um silêncio inex-plicável. HUGO ROCHA, SALVADOR (BA), [email protected]

Carlos Alberto Di FrancoDiretor do Master em Jornalismo, professorde Ética e doutor em Comunicação pelaUniversidade de Navarra

[email protected]

E ntramos em ano eleitoral. Campa-nhas milionárias, promessas sur-realistas e imagens produzidas fa-

zem parte do marketing dos políticos.Assiste-se, frequentemente, a um showde efeitos especiais capazes de seduzir ogrande público, mas, no fundo, vazio deconteúdo e carente de seriedade.

O marketing, ferramenta importantepara a transmissão da verdade, pode sertransformado em instrumento de mis-tificação. Os programas eleitorais, maisuma vez, venderão uma bela embalagem,mas, de fato, tentarão fugir da discussãodas ideias.

Nós, jornalistas, somos (ou deveríamosser) o reverso a essa tendência. Jorna-lismo é contraponto.Cabe-nos a missão derasgar a embalageme desnudar os candi-datos.

O nosso papel éouvir as pessoas, co-nhecer suas queixas,identificar suas ca-rências e cobrar so-luções dos candida-tos. Não se pode per-mitir que as assesso-rias de comunicaçãodos políticos defi-nam o que deve ounão ser coberto.

O centro do debatetem de ser o cidadão,as políticas públicas,não mais o político,tampouco a própria imprensa. O jorna-lismo de aspas, pobre e simplificador,repercute o Brasil oficial, mas oculta averdadeira dimensão do país real. Pre-cisamos fugir do espetáculo e fazer aopção pela informação. Só assim, comequilíbrio e didatismo, conseguiremosseparar a notícia do lixo declaratório.

Outros desvios éticos podem compro-meter a qualidade da cobertura eleitoral.Sobressai, entre eles, o perigoso jorna-lismo de dossiê. Os riscos de instrumen-talização da imprensa são evidentes. Osprotagonistas do teatro político não me-dirão esforços para fazer com que a mí-dia, à sua revelia, destile veneno nos seusadversários. Por isso, é preciso revalo-rizar, e muito, as clássicas perguntas quedevem ser feitas a qualquer repórter quecumpre uma pauta investigativa: che-cou? Tem provas? A quem interessa essa

informação? Trata-se de eficiente terapiano combate ao vírus da leviandade.

O esforço de isenção, no entanto, nãose confunde com a omissão. O leitor es-pera uma imprensa combativa, dispostaa exercer o seu intransferível dever dedenúncia. A sociedade quer um quadroclaro, talvez um bom infográfico, que lhepermita formar um perfil dos candida-tos: seus antecedentes, sua evolução pa-trimonial, seu desempenho em cargosatuais e anteriores, etc. Impõe-se, tam-bém, um bom levantamento das promes-sas de campanha. É preciso mostrar oseventuais descompassos entre o discursoe a realidade. Trata-se, no fundo, de levaradiante um bom jornalismo de serviço.

Os políticos, pródigos em soluções depalanque, não costumam perder o sonocom o rotineiro descumprimento da pa-lavra empenhada. Afinal, para muitos de-les, infelizmente, a política é a arte doengodo. Além disso, contam com a amné-sia coletiva. O jornalismo de qualidadedeve assumir o papel de memória dacidadania. Precisamos falar do futuro,dos projetos e dos planos de governo.Mas precisamos também falar do pas-

sado, das incoerên-cias e das ambigui-dades.

Personalidades pú-blicas, inúmeras,têm procurado usara mídia. Afirmam edepois, cinicamente,desmentem o queafirmaram. Nós nãopodemos ficar refénsdesse jogo. Os meiosde comunicaçãoexistem para inco-modar. Um jornalis-mo cor-de-rosa é so-cialmente irrelevan-te. A imprensa, semprecipitação e injus-tos prejulgamentos,

tem o dever de desempenhar importantepapel na recuperação da ética na vidapública. Nosso compromisso não é comas celebridades, mas com a verdade, coma informação bem apurada e com os lei-tores. E nada mais.

O Brasil está passando por uma pro-funda mudança cultural. A corrupção, in-felizmente, sempre existirá. Mas umacoisa é a miséria do homem; outra, to-talmente diferente, é a indústria da cor-rupção que está aí. Esta, sem dúvida, devee pode ser combatida com os instrumen-tos de uma sociedade civilizada. Trans-parência nos negócios públicos, ética ecompetência são as principais demandasda sociedade. Memória e voto conscientecompõem a melhor receita para satis-fazê-las.

C. A. DI FRANCO ESCREVE NA SEGUNDA-FEIRA,QUINZENALMENTE

Os programaseleitorais venderãobela embalagem,tentarão fugir dadiscussão das ideias.Cabe aos jornalistasa missão de rasgara embalageme desnudaros candidatos.

Qual é mesmo a diferença?Após cumprir todas as exigências legais,acompanhadas de perto pelo Ministério Pú-blico do Estado (MPE), a prefeitura de Salvadorpretende lançar ainda este mês o edital deconcessão do transporte público municipal.

Isso com uma “pontinha” de inveja em re-lação ao governo do estado.

Enquanto o município precisou cumprirprazo de consulta pública, teve que realizaraudiência pública e, agora, cumpre o prazoexigido entre a audiência e o lançamento doedital – tudo com o MPE marcando em cima–, o estado parece conseguir as coisas commais facilidade.

Nos últimos dias do ano passado, o go-vernador disse que pretendia lançar agora noinício do ano a licitação do sistema de VeículosLeves sobre Trilhos (VLT) do Subúrbio, e nãose soube de nenhuma consulta ou audiênciapública relacionada ao projeto.

O sistema de VLT vai substituir o trem doSubúrbio, com a ampliação da malha férrea daCalçada até o Comércio.

Nada contra o projeto, ótimo para a cidade,mas a turma da prefeitura quer saber qual éo segredo da agilidade.

Recursos reservados para o Porto SulNa última sexta-feira o governador JaquesWagner publicou um decreto autorizando aCaixa Econômica Federal a reservar R$ 42,5milhões do Tesouro Estadual como garantia àSecretaria de Portos da Presidência da Re-pública (SEP) de que o porto Sul vai sair dopapel.

Os recursos, correspondentes a 2% do in-vestimento de aproximadamente R$ 2,1 bi-lhões previsto no complexo logístico, são umagarantia de que a Bahia vai cumprir as obri-gações relacionadas ao Porto Sul.

A reserva, que atende à legislação portuáriabrasileira, exige o comprometimento da Ba-hia com o projeto.

Se houver algum problema, vai pesar paraos cofres públicos...

SELEÇÃO DE ACIONISTAS – Hoje, às 9h30, ogovernador Jaques Wagner vai aproveitar apresença na Governadoria do ministro dosPortos, Antonio Henrique Silveira, para lançaro edital de seleção de acionistas da empresa– uma sociedade de propósitos específicos(SPE) – que será responsável pela construção,operação e exploração do terminal de usomisto do porto Sul. O outro terminal pertenceà Bahia Mineração (Bamin). O ministro vempara assinar com o governo a autorização paraa construção dos dois terminais.

Desenbahia faz as malasTudo pronto para a mudança de endereço daAgência de Fomento do Estado da Bahia (De-senbahia), que vai trocar o prédio na avenidaTancredo Neves por um novinho em folha narua Ivone Silveira, no Doron.

A Homeoffice Móveis Ltda. foi a empresavencedora na licitação para aquisição e mon-tagem de mobília no novo prédio, pelo valorde R$ 41,5 mil.

Com a mudança, prevista extraoficialmen-te para o próximo mês, a Desenbahia encerraumanoveladeanosemrelaçãoaoatualprédioem que está instalada.

O edifício é antigo, de manutenção cara e aagência de fomento sofre restrições do BancoCentral para alugar a área excedente.

A área na avenida Tancredo Neves, quechegou a ser sondada pelo mercado imo-biliário, será comprada pelo estado, dono daDesenbahia, que cogita transferir para lá par-te da estrutura da Secretaria de SegurançaPública.

Coelba agiu rápidoOs empresários do turismo na Bahia falaram“cobras e lagartos” dos serviços de água e luzno litoral norte, um dos principais polos daatividade no estado.

– Os problemas recorrentes da Embasa e daCoelba no litoral norte comprometem o tu-rismo em um dos principais pontos turísticosde nosso estado, que é a praia do Forte, con-siderada a “joia da coroa” do turismo baiano– reclama o presidente do Conselho Baiano deTurismo, Silvio Pessoa, em carta ao novo se-cretário do Turismo, João Carlos Oliveira.

Silvio Pessoa se queixa também do “jogo deempurra” das duas empresas, que “deveriamse estruturar para atender a contento mo-radores e turistas, pois durante a alta estaçãosão diversos os black outs nessas localidades,faltando energia elétrica quase que semanal-mente, e a cada três dias há falta de água”.

Acionada, a Coelba agiu rapidamente: re-cebe hoje, às 14h30, na sede da empresa, osecretário para conversar a respeito dos apa-gões de até 15 horas verificados na virada doano.

Resta saber se e quando é que a Embasa vaiimitar a Coelba e abrir as portas para, pelomenos, explicar ao empresariado o que estáacontecendo.

Donaldson GomesJornalista

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