tecnologias digitais e patrimÔnio cultural mÓvel · 2018. 1. 22. · digitais e patrimônio...
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UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE BELAS-ARTES
TECNOLOGIAS DIGITAIS E PATRIMÔNIO
CULTURAL MÓVEL:
PROPOSTAS DE APLICAÇÃO DA DIGITALIZAÇÃO
TRIDIMENSIONAL E DA FABRICAÇÃO DIGITAL À
COLEÇÃO DE ESCULTURA DA FACULDADE DE
BELAS-ARTES DA UNIVERSIDADE DE LISBOA
Volume II
Gabriela Sales da Rocha
Dissertação
Mestrado em Museologia e Museografia
Dissertação orientada pela Prof(a). Doutora Elsa Garrett Pinho
e coorientada pelo Prof. Renato Bispo
2016
DECLARAÇÃO DE AUTORIA
Eu, Gabriela Sales da Rocha, declaro que a presente dissertação intitulada “Tecnologias
digitais e Patrimônio Cultural Móvel: Propostas de aplicação da digitalização tridimensional
e da fabricação digital à Coleção de Escultura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade
de Lisboa, é o resultado da minha investigação pessoal e independente. O conteúdo é original
e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas na bibliografia ou outras
listagens de fontes documentais, tal como todas as citações diretas ou indiretas têm devida
indicação ao longo do trabalho segundo as normas académicas.
A Candidata
Gabriela Sales da Rocha
Lisboa, 3 de janeiro de 2016
ÍNDICE
FIGURAS ........................................................................................................................................ 9
Fig.01 - MET: capa do livro 3D Printing Booklet for Beginners. .............................................. 10
Fig.02 - Smithsonian X 3D: visualização do modelo tridimensional do esqueleto de um
mamute-lanoso da coleção do National Museum of History, EUA. ................. 11
Fig.03 - Smithsonian Institution: detalhe do e-book “A mente por trás da máscara:
tecnologia 3D e o retrato de Abraham Lincoln”. ................................................. 11
Fig.04 - MET: um kitschy candy dispenser realizado na edição do 3D Hackathon do
MET. ........................................................................................................................... 12
Fig.05 - MET: escultura realizada na edição do 3D Hackathon do MET. ....................... 12
Fig.06 - Thingiverse: amostra da coleção de designs do MET. ............................................. 13
Fig.07 - Museu Mosul: destruição de exemplares escultóricos centenários provocada por
integrantes da organização Daesh. .......................................................................... 14
Fig.08 - Nepal: edifício destruído após terremoto na capital Katmandu, em abril de
2015. ............................................................................................................................ 14
Fig.09 - Reconstrução virtual: edifício anterior ao terremoto na capital Katmandu, em
abril de 2015. .............................................................................................................. 15
Fig.10 - Reconstrução virtual: edifício destruído após terremoto na capital Katmandu,
em abril de 2015. ........................................................................................................ 15
Fig.11 - Sketchfab: amostra da coleção de designs do projeto Rekrei. .............................. 16
Fig.12 - RecoVR Mosul: experiência imersiva com recurso à Realidade Virtual. ............ 17
Fig.13 - Exemplar escultórico “Vitélio” (FBAUL / ESC / 520). ...................................... 17
Fig.14 - Exemplar escultórico “Afrodite” (FBAUL / ESC / 664). ................................... 18
Fig.15 - Exemplar escultórico “Diana” (FBAUL / ESC / 522)......................................... 18
Fig.16 - Exemplar escultórico “Nu feminino” (FBAUL / ESC / 702). ........................... 19
Fig.17 - Exemplar escultórico “Esfolado” (FBAUL / ESC / 518). .................................. 19
Fig.18 – Estudo piloto: captura de imagens do exemplar “Nu feminino”. ...................... 20
Fig.19 - Estudo piloto: visualização computadorizada do sólido (1), malha (2) e textura
(3) do modelo “Imperador Vitélio” no software Agisoft PhotoScan. ............... 20
Fig.20 - Estudo piloto: visualização computadorizada do sólido (1), malha (2) e textura
(3) do modelo “Nu feminino” no software Agisoft PhotoScan. ........................ 21
Fig.21 - Análise das propriedades de impressão e percurso do extrusor (linha em azul)
no modelo “Nu feminino”. ...................................................................................... 21
Fig.22 - Análise das propriedades de impressão e percurso do extrusor (linha em azul)
no modelo “Vitélio”. ................................................................................................. 22
Fig.23 - Estudo piloto: prototipagem rápida do modelo “Imperador Vitélio”. ............... 22
Fig.24 - Estudo piloto: prototipagem rápida do modelo “Nu feminino”. ........................ 23
Fig.25 - Estudo piloto: área com sombra na superfície do modelo "Imperador Vitélio".
...................................................................................................................................... 23
Fig.26 - Estudo piloto: visualização computadorizada do modelo "Nu feminino". ........ 24
Fig.27 - Estudo piloto: visualização computadorizada do modelo "Imperador Vitélio". 24
Fig.28 – Demonstração da captura de imagens do exemplar escultórico “Esfolado”. ... 25
Fig.29 – Captura de imagens do exemplar escultórico “Diana”. ........................................ 25
Fig.30 – Captura de imagens do exemplar escultórico “Esfolado”. .................................. 26
Fig.31 – Resultado da aplicação da fotogrametria digital no exemplar “Diana”. ............. 26
Fig.32 – Resultado da aplicação da fotogrametria digital no exemplar “Esfolado”. ....... 27
Fig.33 – Resultado da aplicação da fotogrametria digital no exemplar “Nu feminino”. . 27
Fig.34 – Resultado da aplicação da fotogrametria digital no exemplar “Vitélio”. ............ 28
Fig.35 – Resultado da aplicação da fotogrametria digital no exemplar “Afrodite”. ........ 28
Fig.36 – Resultado da aplicação da prototipagem rápida com recurso a uma impressora
3D do exemplar “Esfolado”. ................................................................................... 29
Fig.37 – Resultado da aplicação da prototipagem rápida com recurso a uma impressora
3D do exemplar “Vitélio”. ....................................................................................... 29
Fig.38 – Resultado da aplicação da prototipagem rápida com recurso a uma impressora
3D do exemplar “Diana”. ........................................................................................ 30
Fig.39 – Resultado da aplicação da prototipagem rápida com recurso a uma impressora
3D do exemplar “Afrodite”. .................................................................................... 30
Fig.40 – Resultado da aplicação da prototipagem rápida com recurso a uma impressora
3D do exemplar “Nu feminino”. ............................................................................ 31
Fig.41 - Interface da plataforma do Museu Virtual da FBAUL. ......................................... 32
Fig.42 -Proposta de publicação do modelo tridimensional “Afrodite” na plataforma do
Museu Virtual da FBAUL. ....................................................................................... 33
Fig.43 -Proposta de publicação do modelo tridimensional “Diana” na plataforma do
Museu Virtual da FBAUL. ....................................................................................... 34
Fig.44 -Proposta de publicação do modelo tridimensional “Imperador Vitélio” na
plataforma do Museu Virtual da FBAUL. ............................................................. 35
Fig.45 - Representação da obra “Nighthawks” de Edward Hopper em Realidade Virtual
(RV). ............................................................................................................................ 36
Fig.46 - Representação da obra “La Chambre de Van Gogh à Arles” de Vincent Van
Gogh em Realidade Virtual (VR). ........................................................................... 36
Fig.47 - Representação de uma natureza-morta de Paul Cézanne em Realidade Virtual
(VR). ............................................................................................................................ 37
Fig.48 - Representação de uma natureza-morta de Francisco de Goya em Realidade
Virtual(VR). ................................................................................................................ 37
Fig.49 - Estátua de A´a: modelo tridimensional publicado pelo British Museum. .......... 38
Fig.50 – Proposta de publicação dos modelos tridimensionais da Coleção de Escultura
da FBAUL na plataforma Sketchfab. ..................................................................... 38
Fig.51 – Proposta de publicação do modelo tridimensional “Afrodite” na plataforma
Sketchfab. ................................................................................................................... 39
Fig.52 – Proposta de publicação do modelo tridimensional “Diana” na plataforma
Sketchfab. ................................................................................................................... 39
Fig.53 – Proposta de publicação do modelo tridimensional “Imperador Vitélio” na
plataforma Sketchfab. ............................................................................................... 40
Fig.54 – Ornamento para aquário Sleep with the fishes de Gabriela da Rocha. .................... 40
Fig.55 - WATERSCAPE 1: aquário criado pela designer Haruka Misawa. ...................... 41
Fig.56 - WATERSCAPE 1: aquário criado pela designer Haruka Misawa (detalhe). ...... 41
Fig.57 – Projeto de embalagem para o exemplar escultórico “Esfolado”. ....................... 42
Fig.58 – Projeto de embalagem para o exemplar escultórico “Esfolado” (detalhe). ....... 42
Fig.59 – Acondicionamento do exemplar escultórico “Esfolado” em embalagem própria
(visão interna). ............................................................................................................ 43
Fig.60 – Interface do Museu Virtual da FBAUL com a proposta do projeto de
investigação colaborativa. ......................................................................................... 44
QUADROS ..................................................................................................................................... 45
Quadro 1 - Estudo Piloto: informações sobre a recolha de imagens para o “Nu
feminino”. ................................................................................................................ 46
Quadro 2 - Estudo Piloto: informações sobre a recolha de imagens para o “Imperador
Vitélio”. .................................................................................................................... 47
Quadro 3 - Estudo Piloto: informações sobre o processamento de imagens para o
modelo “Nu feminino” no software Agisoft PhotoScan. ................................. 48
Quadro 4 - Estudo Piloto: informações sobre o processamento de imagens para o
modelo “Imperador Vitélio” no software Agisoft PhotoScan. ........................ 49
Quadro 5 - Estudo Piloto: parâmetros utilizados no software Cura 15.02.1 para a
prototipagem rápida do modelo “Imperador Vitélio”. ..................................... 50
Quadro 6 - Estudo Piloto: parâmetros utilizados no software Cura 15.02.1 para a
prototipagem rápida do modelo “Nu feminino”. .............................................. 52
ENTREVISTAS ............................................................................................................................. 54
ENTREVISTA COM A DOUTORA TERESA NOBRE (ADVOGADA E
COORDENADORA JURÍDICA DO PROJETO PORTUGUÊS DA CREATIVE
COMMONS)............................................................................................................................... 55
ENTREVISTA COM A DOUTORA VIRGÍNIA FRÓIS (ESCULTORA E
PROFESSORA ASSOCIADA NA FBAUL) ........................................................................ 60
OUTROS ......................................................................................................................................... 68
Solicitação de autorização para pesquisa – Coleção de Escultura da FBAUL. .................. 69
Concessão de autorização para pesquisa – Coleção de Escultura da FBAUL................... 70
Solicitação de autorização para entrevista – Mr. Gunter Wabel (1/2). ............................... 71
Solicitação de autorização para entrevista – Mr. Gunter Wabel (2/2). ............................... 72
Solicitação de autorização para entrevista – Mr. Marco Castro Cosio (1/1). .................... 73
Solicitação de autorização para entrevista – Mr. Vincent Rossi (1/1). ............................... 74
Solicitação de autorização para entrevista – Mr. Matthew Vincent (1/1). ......................... 75
Correio eletrônico com a autorização para entrevista – Mr. Matthew Vincent (1/1). ..... 76
Termo de autorização para entrevista – Mr. Matthew Vincent (1/1). ................................ 77
Termo de autorização para entrevista – Doutora Virgínia Fróis (1/1). .............................. 78
FIGURAS
10
Fig.01 - MET: capa do livro 3D Printing Booklet for Beginners.
Fonte: Metropolitan Museum of Art.
11
Fig.02 - Smithsonian X 3D: visualização do modelo tridimensional do esqueleto de
um mamute-lanoso da coleção do National Museum of History, EUA.
Fonte: Projeto Smithsonian X 3D.
Fig.03 - Smithsonian Institution: detalhe do e-book “A mente por trás da máscara:
tecnologia 3D e o retrato de Abraham Lincoln”.
Fonte: Smithsonian Institution.
12
Fig.04 - MET: um kitschy candy dispenser realizado na edição do 3D Hackathon do
MET.
Fonte: Thingiverse.
Fig.05 - MET: escultura realizada na edição do 3D Hackathon do MET.
Fonte: Thingiverse.
13
Fig.06 - Thingiverse: amostra da coleção de designs do MET.
Fonte: Thingiverse.
14
Fig.07 - Museu Mosul: destruição de exemplares escultóricos centenários provocada
por integrantes da organização Daesh.
Fonte: Al Jazeera Media Network
Fig.08 - Nepal: edifício destruído após terremoto na capital Katmandu, em abril de
2015.
Autor: Kiran1994 via Wikimedia Commons.
15
Fig.09 - Reconstrução virtual: edifício anterior ao terremoto na capital Katmandu, em
abril de 2015.
Fonte: Sketchfab.
Fig.10 - Reconstrução virtual: edifício destruído após terremoto na capital Katmandu,
em abril de 2015.
Fonte: Sketchfab.
16
Fig.11 - Sketchfab: amostra da coleção de designs do projeto Rekrei.
Fonte: Sketchfab.
17
Fig.12 - RecoVR Mosul: experiência imersiva com recurso à Realidade Virtual.
Fonte: The Economist.
Fig.13 - Exemplar escultórico “Vitélio” (FBAUL / ESC / 520).
Fotografia: Gabriela da Rocha.
18
Fig.14 - Exemplar escultórico “Afrodite” (FBAUL / ESC / 664).
Fotografia: Gabriela da Rocha.
Fig.15 - Exemplar escultórico “Diana” (FBAUL / ESC / 522).
Fotografia: Gabriela da Rocha.
19
Fig.16 - Exemplar escultórico “Nu feminino” (FBAUL / ESC / 702).
Fotografia: Gabriela da Rocha.
Fig.17 - Exemplar escultórico “Esfolado” (FBAUL / ESC / 518).
Fotografia: Gabriela da Rocha.
20
Fig.18 – Estudo piloto: captura de imagens do exemplar “Nu feminino”.
Fotografia: Marta Frade.
Fig.19 - Estudo piloto: visualização computadorizada do sólido (1), malha (2) e
textura (3) do modelo “Imperador Vitélio” no software Agisoft PhotoScan.
Fonte: Agisoft PhotoScan com edição da autora.
21
Fig.20 - Estudo piloto: visualização computadorizada do sólido (1), malha (2) e
textura (3) do modelo “Nu feminino” no software Agisoft PhotoScan.
Fonte: Agisoft PhotoScan com edição da autora.
Fig.21 - Análise das propriedades de impressão e percurso do extrusor (linha em azul)
no modelo “Nu feminino”.
Fonte: Software Cura com edição da autora.
22
Fig.22 - Análise das propriedades de impressão e percurso do extrusor (linha em azul)
no modelo “Vitélio”.
Fonte: Software Cura com edição da autora.
Fig.23 - Estudo piloto: prototipagem rápida do modelo “Imperador Vitélio”.
Fotografia: Gabriela da Rocha.
23
Fig.24 - Estudo piloto: prototipagem rápida do modelo “Nu feminino”.
Fotografia: Gabriela da Rocha.
Fig.25 - Estudo piloto: área com sombra na superfície do modelo "Imperador
Vitélio".
Fotografia: Gabriela da Rocha.
24
Fig.26 - Estudo piloto: visualização computadorizada do modelo "Nu feminino".
Fonte: Agisoft PhotoScan com edição da autora.
Fig.27 - Estudo piloto: visualização computadorizada do modelo "Imperador
Vitélio".
Fonte: Agisoft PhotoScan com edição da autora.
25
Fig.28 – Demonstração da captura de imagens do exemplar escultórico “Esfolado”.
Render: Luís Monteiro Ferreira.
Fig.29 – Captura de imagens do exemplar escultórico “Diana”.
Fotografia: Marta Frade.
26
Fig.30 – Captura de imagens do exemplar escultórico “Esfolado”.
Fotografia: Gabriela da Rocha.
Fig.31 – Resultado da aplicação da fotogrametria digital no exemplar “Diana”.
Fonte: Agisoft PhotoScan com edição da autora.
27
Fig.32 – Resultado da aplicação da fotogrametria digital no exemplar “Esfolado”.
Fonte: Agisoft PhotoScan com edição da autora.
Fig.33 – Resultado da aplicação da fotogrametria digital no exemplar “Nu
feminino”.
Fonte: Agisoft PhotoScan com edição da autora.
28
Fig.34 – Resultado da aplicação da fotogrametria digital no exemplar “Vitélio”.
Fonte: Agisoft PhotoScan com edição da autora.
Fig.35 – Resultado da aplicação da fotogrametria digital no exemplar “Afrodite”.
Fonte: Agisoft PhotoScan com edição da autora.
29
Fig.36 – Resultado da aplicação da prototipagem rápida com recurso a uma
impressora 3D do exemplar “Esfolado”.
Fotografia: Gabriela da Rocha
Fig.37 – Resultado da aplicação da prototipagem rápida com recurso a uma
impressora 3D do exemplar “Vitélio”.
Fotografia: Gabriela da Rocha
30
Fig.38 – Resultado da aplicação da prototipagem rápida com recurso a uma
impressora 3D do exemplar “Diana”.
Fotografia: Gabriela da Rocha
Fig.39 – Resultado da aplicação da prototipagem rápida com recurso a uma
impressora 3D do exemplar “Afrodite”.
Fotografia: Gabriela da Rocha
31
Fig.40 – Resultado da aplicação da prototipagem rápida com recurso a uma
impressora 3D do exemplar “Nu feminino”.
Fotografia: Gabriela da Rocha
32
Fig.41 - Interface da plataforma do Museu Virtual da FBAUL.
Fonte: http://museuvirtual.belasartes.ulisboa.pt/
33
Fig.42 -Proposta de publicação do modelo tridimensional “Afrodite” na plataforma
do Museu Virtual da FBAUL.
Autora: Gabriela da Rocha. 2016. Fonte: http://museuvirtual.belasartes.ulisboa.pt/
34
Fig.43 -Proposta de publicação do modelo tridimensional “Diana” na plataforma
do Museu Virtual da FBAUL.
Autora: Gabriela da Rocha. 2016. Fonte: http://museuvirtual.belasartes.ulisboa.pt/
35
Fig.44 -Proposta de publicação do modelo tridimensional “Imperador Vitélio” na
plataforma do Museu Virtual da FBAUL.
Autora: Gabriela da Rocha. 2016. Fonte: http://museuvirtual.belasartes.ulisboa.pt/
36
Fig.45 - Representação da obra “Nighthawks” de Edward Hopper em Realidade
Virtual (RV).
Autor: R0m1R (França). Fonte: https://sketchfab.com/
Fig.46 - Representação da obra “La Chambre de Van Gogh à Arles” de Vincent Van
Gogh em Realidade Virtual (VR).
Autor: Ruslans (Israel). Fonte: https://sketchfab.com/
37
Fig.47 - Representação de uma natureza-morta de Paul Cézanne em Realidade
Virtual (VR).
Autor: Ruslans (Israel). Fonte: https://sketchfab.com/
Fig.48 - Representação de uma natureza-morta de Francisco de Goya em Realidade
Virtual(VR).
Autor: Ruslans (Israel). Fonte: https://sketchfab.com/
38
Fig.49 - Estátua de A´a: modelo tridimensional publicado pelo British Museum.
Fonte: The British Museum em https://sketchfab.com/
Fig.50 – Proposta de publicação dos modelos tridimensionais da Coleção de
Escultura da FBAUL na plataforma Sketchfab.
Autora: Gabriela da Rocha. Fonte: https://sketchfab.com/ com edição da autora.
39
Fig.51 – Proposta de publicação do modelo tridimensional “Afrodite” na plataforma
Sketchfab.
Autora: Gabriela da Rocha. Fonte: https://sketchfab.com/ com edição da autora.
Fig.52 – Proposta de publicação do modelo tridimensional “Diana” na plataforma
Sketchfab.
Autora: Gabriela da Rocha. Fonte: https://sketchfab.com/ com edição da autora.
40
Fig.53 – Proposta de publicação do modelo tridimensional “Imperador Vitélio” na
plataforma Sketchfab.
Autora: Gabriela da Rocha. Fonte: https://sketchfab.com/ com edição da autora.
Fig.54 – Ornamento para aquário Sleep with the fishes de Gabriela da Rocha.
Autora: Gabriela da Rocha.
41
Fig.55 - WATERSCAPE 1: aquário criado pela designer Haruka Misawa.
Foto: Masayuki Hayashi. Fonte: http://misawa.ndc.co.jp/WATERSCAPE-1
Fig.56 - WATERSCAPE 1: aquário criado pela designer Haruka Misawa (detalhe).
Foto: Masayuki Hayashi. Fonte: http://misawa.ndc.co.jp/WATERSCAPE-1
42
Fig.57 – Projeto de embalagem para o exemplar escultórico “Esfolado”.
Render: Luís Monteiro Ferreira.
Fig.58 – Projeto de embalagem para o exemplar escultórico “Esfolado” (detalhe).
Render: Luís Monteiro Ferreira.
43
Fig.59 – Acondicionamento do exemplar escultórico “Esfolado” em embalagem
própria (visão interna).
Render: Luís Monteiro Ferreira.
44
Fig.60 – Interface do Museu Virtual da FBAUL com a proposta do projeto de
investigação colaborativa.
Autora: Gabriela da Rocha. 2016.
45
QUADROS
46
Quadro 1 - Estudo Piloto: informações sobre a recolha de imagens para o “Nu
feminino”.
Informações gerais
Título Nu feminino*
Número de inventário FBAUL/ESC/702*
Local de recolha de imagens: Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa – Portugal
Data de recolha 5 de Junho de 2016
Materiais
Câmera fotográfica Samsung modelo NX2000
Computador Ultrabook Dell Inspiron modelo 14Z-5680
Software Agisoft PhotoScan Professional Edition 1.2.4
Número de imagens 443
Formato RAW/JPEG
Tamanho total 1. GB
*Fonte: Ficha de inventário da Coleção de Esculturas da FBAUL, disponibilizada pelo Professor Assistente
Convidado Dr. José Viriato no dia 1 de Agosto de 2016.
47
Quadro 2 - Estudo Piloto: informações sobre a recolha de imagens para o
“Imperador Vitélio”.
Informações gerais
Título Imperador Vitélio*
Número de inventário FBAUL/ESC/520*
Local de recolha de imagens: Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa – Portugal
Data de recolha 5 de Junho de 2016
Materiais
Câmera fotográfica Samsung modelo NX2000
Computador Ultrabook Dell Inspiron modelo 14Z-5680
Software Agisoft PhotoScan Professional Edition 1.2.4
Número de imagens 269
Formato RAW/JPEG
Tamanho total 511 MB
*Fonte: Ficha de inventário da Coleção de Esculturas da FBAUL, disponibilizada pelo Professor Assistente
Convidado Dr. José Viriato no dia 1 de Agosto de 2016.
48
Quadro 3 - Estudo Piloto: informações sobre o processamento de imagens para o
modelo “Nu feminino” no software Agisoft PhotoScan.
Processamento de imagens
Alinhamento
Número de imagens alinhadas 244
Qualidade Média
Par de pré-seleção Genérico
Pontos de ligação 49,755
Nuvem de pontos densa
Qualidade Média
Quantidade 6,982,936
Malha
Tipo de superfície Arbitrária
Dados de origem Nuvem de análise
Contagem de faces Baixa (14,438)
Textura
Modo de mapeamento Genérico
Modo de união Médio
Tamanho de textura 4096x1
Tempo total:
*Fonte: Ficha de inventário da Coleção de Esculturas da FBAUL, disponibilizada pelo Professor Assistente
Convidado Dr. José Viriato no dia 1 de Agosto de 2016.
49
Quadro 4 - Estudo Piloto: informações sobre o processamento de imagens para o
modelo “Imperador Vitélio” no software Agisoft PhotoScan.
Processamento de imagens
Alinhamento
Número de imagens alinhadas 161
Qualidade Baixa
Par de pré-seleção Genérico
Pontos de ligação 7,406
Nuvem de pontos densa
Qualidade Baixa
Quantidade 299,717
Malha
Tipo de superfície Arbitrária
Dados de origem Nuvem de análise
Contagem de faces Baixa (5,932 faces)
Textura
Modo de mapeamento Genérico
Modo de união Médio
Tamanho de textura 4096x1
Tempo total:
*Fonte: Ficha de inventário da Coleção de Esculturas da FBAUL, disponibilizada pelo Professor Assistente
Convidado Dr. José Viriato no dia 1 de Agosto de 2016.
50
Quadro 5 - Estudo Piloto: parâmetros utilizados no software Cura 15.02.1 para a
prototipagem rápida do modelo “Imperador Vitélio”.
Parâmetros Básicos*
Qualidade
Altura da camada (mm) 0.08
Espessura da casca (mm) 0.8
Habilitação da retração do filamento Ativada
Preenchimento
Espessura Inferior/Superior (mm) 0.6
Densidade de preenchimento (%) 20
Velocidade e temperatura
Velocidade de impressão (mm/s) 50
Temperatura de impressão (C) 210
Suporte
Tipo de suporte Em toda parte
Tipo de plataforma de adesão Borda
Filamento
Diâmetro (mm) 2.85
Fluxo (%) 100.0
Informações
Dimensão do modelo (cm) 8x5x3,7
51
Comprimento do filamento usado(m) 2.70
Peso (g) 21
Tempo total 3 horas e 57 minutos
*Tradução livre para os parâmetros do Cura 15.02.1.
52
Quadro 6 - Estudo Piloto: parâmetros utilizados no software Cura 15.02.1 para a
prototipagem rápida do modelo “Nu feminino”.
Parâmetros Básicos*
Qualidade
Altura da camada (mm) 0.1
Espessura da casca (mm) 0.8
Habilitação da retração do filamento Ativada
Preenchimento
Espessura Inferior/Superior (mm) 0.6
Densidade de preenchimento (%) 30
Velocidade e temperatura
Velocidade de impressão (mm/s) 50
Temperatura de impressão (C) 210
Suporte
Tipo de suporte Em toda parte
Tipo de plataforma de adesão Borda
Filamento
Diâmetro (mm) 2.85
Fluxo (%) 100.0
Informações
Dimensão do modelo (cm) 10x4x4
53
Comprimento do filamento usado(m) 1.36
Peso (g) 11
Tempo total 2 horas e 16 minutos
*Tradução livre para os parâmetros do Cura 15.02.1.
54
ENTREVISTAS
55
ENTREVISTA COM A DOUTORA TERESA NOBRE (ADVOGADA E
COORDENADORA JURÍDICA DO PROJETO PORTUGUÊS DA CREATIVE
COMMONS)
Entrevista concedida no dia 12 de Dezembro de 2012, por correspondência eletrônica.
Discente Gabriela da Rocha: No que diz respeito aos instrumentos legais, quais as
implicações e cuidados que recaem sobre as obras que ainda não caíram em domínio
público, como é o caso específico do exemplar “Nu feminino”?
Advogada Doutora Teresa Nobre: São questões complexas, que envolvem um estudo
legal aprofundado e cuidado. Por isso, não são questões que possa responder, na sua
totalidade, no contexto de uma entrevista. Sem prejuízo, e porque não a quero deixar sem
uma aproximação a uma resposta, deixo-lhe aqui algumas notas:
Quer a digitalização quer a impressão 3D consubstanciam actos de reprodução do
exemplar escultórico. Ora, a reprodução de uma obra protegida por direito de autor é uma
das faculdades patrimoniais que formam o exclusivo do direito de autor. Por outras palavras,
só o autor, ou melhor, o titular do direito de autor tem o direito de reproduzir ou autorizar
que outros reproduzam a sua obra.
O consentimento do titular de direitos só não será necessário em determinados
casos previstos na lei (as chamadas "utilizações livres"), devidamente justificados por
interesses públicos, nomeadamente os interesses públicos relacionados com o acesso à
cultura, conhecimento e educação.
Infelizmente, em Portugal, a excepção ou limitação para fins educativos (art. 75.º,
n.º 2, alínea f) do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos) não permite
reproduzir senão partes de uma obra publicada, ou seja, a digitalização integral do exemplar
escultórico, neste contexto, estaria vedada por lei.
Já no contexto da liberdade de panorama, a excepção ou limitação portuguesa é
bastante generosa e poderia eventualmente ser utilizada para fazer digitalizações e impressões
3D de obras de escultura, mas apenas daquelas que tenham sido feitas para "serem mantidas
permanentemente em locais públicos" (art. 75.º, n.º 2, alínea q) do referido Código). E
sempre sem esquecer que as utilizações livres "não devem atingir a exploração normal da
obra, nem causar prejuízo injustificado dos interesses legítimos do autor" (art. 75.º, n.º 4 do
Código).
56
Discente Gabriela da Rocha: Quais as principais questões que se deve considerar ao
fazer uso dos ficheiros dos modelos tridimensionais de exemplares de acervo para
propostas com fins artísticos/comerciais por meio da apropriação, adaptação e/ou
transformação da obra? (Por exemplo, se um estudante da FBAUL usa um dos
ficheiros para criar outras obras escultóricas ou produtos de design).
Advogada Doutora Teresa Nobre: Novamente, o titular do direito de autor tem o
exclusivo de utilização da obra, enquanto ela estiver protegida por direito de autor.
Reproduzir, adaptar, transformar, utilizar em obra diferente, etc. são formas de utilização da
obra que carecem de autorização do autor (cf. art. 67.º e 68.º do Código). A não ser que haja
alguma norma específica na lei que preveja determinada utilização sem o consentimento do
autor (e existem várias normas dessas, a maioria plasmada no artigo 75.º do Código), não é
possível fazê-lo sem incorrer numa violação do direito de autor.
De realçar que existe uma norma que permite transformar uma obra, sem prévio
consentimento do autor, se tal for necessário para a utilização livre (cf. art. 71.º dp Código).
Voltemos ao exemplo das utilizações livres para fins educativos: a lei permite fazer uma
reprodução de uma parte de uma obra que se "destine exclusivamente aos objectivos de
ensino" da instituição de ensino em causa e não tenha o intuito de obter "uma vantagem
económica ou comercial, directa ou indirecta" (cf. art. 75.º, n.º 2 al. f) do Código). Se
considerarmos que a adaptação ou transformação é necessária no contexto de uma
reprodução parcial de uma escultura para fins educativos, então a mesma poderá ser
permitida.
Portanto, respondendo à questão, a principal questão a considerar é se a utilização
que quer fazer sem o consentimento prévio do autor está prevista na lei, sendo certo que as
utilizações para fins educativos em Portugal têm várias limitações (só se pode utilizar parte
da obra, a utilização não pode ter fim comercial, a utilização tem de se limitar aos objectivos
de ensino no estabelecimento).
Discente Gabriela da Rocha: A Coleção de Escultura da FBAUL é maioritariamente
formada por cópias em gesso de grandes obras da história da arte, como é o caso da
Vênus de Milo que tem o original localizado no Museu do Louvre. Porém, este acervo
carece de maiores pesquisas, uma vez que as datas de realização das cópias ou
57
informações sobre a aquisição dos exemplares são desconhecidas - entende-se que
as cópias foram adquiridas no final do século XIX após a inauguração da Academia.
Neste sentido, como promover o uso de tecnologias de digitalização e prototipagem
para investigação, documentação e disseminação do acervo sem infringir os direitos
de propriedade intelectual? Quais as responsabilidades da FBAUL e o que deve-se
considerar quanto às instituições culturais detentoras dos exemplares originais - por
exemplo, em questões de uso da imagem?
Advogada Doutora Teresa Nobre: Esta questão envolve uma análise detalhada, que cai
fora do âmbito desta entrevista. Ainda assim diria que o primeiro passo a dar é classificar as
obras a que se referem essas cópias em gesso.
Se essas reproduções se referem a obras que já caíram no domínio público, a sua
utilização e exploração é livre para quaisquer fins (e.g. fins educativos, fins comerciais).
Qualquer pessoa pode utilizar, sem consentimento do titular, a obra (obra no sentido
imaterial, e não no sentido do objecto em que a mesma está fixada, pois, como é óbvio,
ninguém pode pegar nas esculturas, ou cópias em gesso, e fazer delas o que quiser, pois as
mesma têm um proprietário). Portanto, qualquer digitalização e impressão 3D será possível
quanto a essas obras caídas no domínio público, contanto que se tenha acesso às mesmas
(novamente, o que cai no domínio público é a obra no sentido imaterial; se obra é uma obra
de exemplar único, e esse exemplar estiver fechado a sete chaves em casa de alguém, ou se
estiver num museu e não me for permitido fotografar dentro do museu, não posso - ou terei
de ir para um tribunal discutir se posso - exercer o meu direito de utilizar a obra em domínio
público).
Assim, e voltando à questão, salvo se a FBAUL tiver algo especificamente
contratualizado com as entidades que detêm os originais dessas obras caídas em domínio
público que a impeça de utilizar as cópias em gesso, a FBAUL não precisará de pedir qualquer
autorização a essas entidades para poder utilizar (digitalizar, fazer impressões 3D, fotografar,
filmar, adaptar, etc) as cópias em gesso, pois as cópias são uma mera reprodução dos originais
e os originais já caíram no domínio público.
Quanto às obras que ainda estão protegidas por direito de autor, novamente, terá
de se ver se a utilização em causa é possível sem autorização dos titulares do direito de autor.
De notar que existe uma norma que prevê a reprodução integral de uma obra, por museus,
arquivos, instituições de ensino, etc, para fins de preservação e arquivo sem autorização do
58
autor (cf. art. 75.º, n.º 2, al. e) do Código). A digitalização dos exemplares escultóricos, pela
FBAUL, para fins de acervo, poderia ser aqui enquadrada. No entanto, os exemplares assim
obtidos não se poderiam destinar ao público. Para além disso, a FBAUL teria de pagar para
fazer essa digitalização (cf. art. 76.º, n.º 1 al. b) do Código) (repare-se que uma utilização livre
é aquela que não depende de consentimento prévio do autor; livre não significa, no entanto,
gratuito, e nalgumas situações a lei faz depender a utilização desse pagamento).
Discente Gabriela da Rocha: Como as licenças CC podem ser aplicadas no processo
de digitalização do acervo escultórico da FBAUL? O que considerar antes de realizar
uma licença CC e como usufruir dos materiais licenciados?
Advogada Doutora Teresa Nobre: As licenças CC poderiam ser utilizadas pela FBAUL,
desde logo, relativamente a obras já caídas no domínio público. Também poderiam ser
utilizadas relativamente a obras dos seus professores e estudantes realizadas no decurso das
actividades lectivas (se a FBAUL quisesse ter essa política de licenciamento, e desde que
previsto num regulamento próprio da FBAUL).
As licenças deveriam ficar associadas aos modelos tridimensionais. Também
poderiam ficar associadas às próprias impressões 3D. A CC está neste momento a
desenvolver uma série de recomendações sobre como utilizar licenças CC no contexto das
impressões 3D. Deixo-lhe aqui um link para alguns posts que foram já escritos pela CC sobre
o assunto, e que documentam o que anda a ser
discutido: https://creativecommons.org/tag/3d-printing/
Sem prejuízo de futuras recomendações que a CC venha a dar sobre impressões
3D, acho que é sempre interessante, para as pessoas e instituições que queiram licenciar
trabalhos com CC, consultarem:
- a nossa lista de perguntas frequentes: https://creativecommons.org/faq/#for-
licensors
- as nossas recomendações sobre como colocar uma licença CC num
trabalho: https://wiki.creativecommons.org/wiki/Marking_your_work_with_a_
CC_license
59
E aqueles que pretendem utilizar materiais licenciados, podem consultar:
- as perguntas frequentes: https://creativecommons.org/faq/#for-licensees
- as nossas recomendações sobre como atribuir um trabalho licenciado com
CC: https://wiki.creativecommons.org/wiki/Best_practices_for_attribution
Informações complementares:
Discente Gabriela da Rocha: Conforme as informações que colocou a minha
disposição, percebo que em um primeiro momento se torna imprescindível a
realização de uma auditoria no acervo, ou em parte dele, que permitirá a criação de
um inventário de propriedade intelectual. Assim, será possível analisar à luz da
legislação portuguesa as possibilidades para explorar esse material para fins
exclusivamente educativos ou não.
Advogada Doutora Teresa Nobre: Exacto, num primeiro momento seria necessário
realizar uma auditoria para identificar:
1) obras já estão no domínio público e obras ainda estão protegidas por direito de autor, uma
vez que as primeiras podem ser livremente utilizadas pela FBAUL e por qualquer pessoa
(inclusive para fins não educativos); e
2) de entre as obras protegidas, as obras que foram criadas por professores da casa, no
exercício das suas funções, uma vez que, ainda que a FBAUL não seja titular dos direitos de
autor que recaem sobre as mesmas, sempre poderá utilizar as mesmas no contexto educativo,
ao abrigo do art. 63º-A n.º 2 do Estatuto da Carreira Docente [esqueci-me de realçar este
ponto ontem].
Depois teriam de fazer uma análise das utilizações livres, para compreender o que será
possível fazer com as restantes obras que ainda estão protegidas.
60
ENTREVISTA COM A DOUTORA VIRGÍNIA FRÓIS (ESCULTORA E
PROFESSORA ASSOCIADA NA FBAUL)
Transcrição da entrevista realizada pessoalmente no dia 7 de Dezembro de 2016, na
Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
Discente Gabriela da Rocha: Bom, antes de tudo eu gostaria que a Professora falasse
um pouco mais sobre o exemplar escultórico “Nu feminino”, no que tange aos
aspectos técnicos, às questões dos processos metodológicos, aos aspectos estéticos
e em qual contexto o modelo foi criado.
Professora Doutora Virgínia Fróis: Ele foi feito no contexto das provas de agregação. O
modelo de progressão anterior a este agora que tem o doutoramento, eram as “Provas de
Agregação”. Portanto, os professores entraram como Assistentes para a Faculdade por
concurso público. Eu entrei por concurso público para a faculdade. Fiz depois umas provas,
passados dois anos. Portanto, o ritmo era mais ou menos esse. Dois anos depois de estar
como Assistente e trabalhar com professores já agregados, com professores graduados, fui
Assistente dos professores Jorge Vieira, João Mafra, Francisco Aquino. Ainda vim trabalhar
para o segundo ano de Artes Plásticas e depois para o quarto ano. O primeiro ano do meu
trabalho, o quarto ano com o professor Jorge Vieira, vim ser Assistente do Jorge Vieira e
trabalhei com o professor até ele se reformar. Então fiz, ao fim de dois anos, as primeiras
provas públicas, que tinham duas etapas, se eu não me engano.
Era uma prova que se destinava, de certo modo, a provar a capacidade científico-
pedagógica do professor. Portanto, eram provas que tinham uma dissertação pública e,
portanto, eu as fiz. E tinha a ver com o currículo também. Depois, as segundas provas que
tivemos foram as provas de agregação. Nós tínhamos que nos candidatar às provas de
agregação e eu entrei na faculdade ainda no regime antigo, ainda na Escola Superior de Belas-
Artes e apanhei a transição para a faculdade. Passou de Escola Superior de Belas Artes para
Faculdade de Belas Artes com integração na Universidade de Lisboa. Portanto, e nessa altura,
as provas de agregação, essas provas que eram a segunda etapa naquele modelo em que eu
tinha entrado, eu realizei as últimas provas. Na altura haviam seis professores que tinham
quase todos entrado na mesma altura. Alguns já tinham entrado antes que eu tinha entrado,
no caso da Escultura e que não tinham feito provas de agregação. Que era o Professor Alípio.
61
Essas provas duravam cerca de nove meses a realizar-se. Portanto, nós éramos
libertados em princípio das aulas, os professores a fazer provas, tinham um espaço para
trabalhar dentro da escola e durante esse período, eram sujeitos a várias provas. Uma delas
era a prova do modelo. Tínhamos que realizar num determinado tempo - que eu já não me
lembro bem se eram quinze dias - a prova de modelo. Penso que eram quinze dias. E,
portanto, nós éramos seis. Era eu, o João Duarte, o meu colega António Matos, o professor
Alípio Pinto e o Álvaro França. E depois era um colega meu, Ferrão, da pintura. Fizemos as
últimas provas no mesmo ano.
Esta foi a primeira prova da série. Foi logo a prova da figura humana. Nós
trabalhávamos naquela sala onde era agora o (imperceptível). Estivemos lá os cinco
professores da escultura com o modelo a fazermos a academia. Portanto, isto era chamada a
academia, que era a prova de modelo nu, de representação da figura humana, modelação.
Portanto, modelávamos com barro, com estrutura de ferro e as cruzetas. A modelação sobre
o barro e depois a passagem em gesso, que era feita pelo técnico. Tal e qual como no modelo
académico. Pronto, nós modelamos em barro e depois corrigimos na passagem a gesso o
modelo de gesso. Portanto, o modelo (“Nu feminino”) que lá está foi feito na altura por um
técnico que estava cá na faculdade, que passou ao gesso. Depois nós só fizemos os
acabamentos sobre a peça. Era assim que era feito o modo académico, foi assim que foi feito.
Portanto, esta é, realmente, a primeira prova dessa série, que eu penso que durou entre quinze
dias a três semanas, não tenho bem a certeza, até ficar finalizada.
É uma prova tipo e que tinha a ver, também, com os problemas das cadeiras de
modelos. Portanto, nós temos agora nesta estrutura curricular modelos com quatro. São dois
anos de modelos que os alunos fazem, sendo que têm dois modelos optativos. Mas eles têm
que fazer obrigatoriamente três níveis de modelos. E os três níveis de modelos, portanto, são
três semestres de modelos obrigatórios. Eles têm que dominar a figura humana. Portanto,
eles continuam a ter modelo nu, principalmente nos modelos 3 e 4 do segundo ano. Os
alunos têm a disciplinar de modelos onde fazem todo o tipo de representação, desde o pé, a
cabeça, a mão, o corpo inteiro, o dorso...E, portanto, figura a três quartos. No mesmo…
Basicamente… A figura com cinquenta centímetros, o metro e vinte, que é o tamanho desta.
Portanto, raramente agora se faz ao metro e vinte. Porque os alunos são muitos, não cabem
na sala. O número de alunos de escultura aumentou muito. Penso que, geralmente, eles ficam
pelos setenta e cinco centímetros de altura. Antes havia cinquenta, setenta e um metro e
vinte. Geralmente, ia-se até ao metro e vinte na apresentação do modelo. E esta peça, penso
62
que tem um metro e vinte ou metro e meio. Não tenho bem a certeza. Mas é isso. Mas,
portanto, esta peça segue esse esquema académico que, apesar de tudo, ainda hoje vigora nos
modelos.
Os modelos, de certo modo, são as unidades curriculares que têm sido sempre
mantidas ao longo dos anos como didáticas fundamentais para a aprendizagem da escultura.
Pronto, é isso. Isto é o modelo do ensino académico para a representação da figura humana.
E, portanto, quase sempre nu feminino ou nu masculino. Por exemplo, agora raramente
temos nu masculino, mas antes era obrigatório ter isso.
Discente Gabriela da Rocha: E o exemplar em barro, então, se perdeu?
Professora Doutora Virgínia Fróis: O exemplar em barro perde-se sempre porque isto é
um molde feito. Tira-se o modelo em gesso, portanto, é feito o molde perdido. Portanto, é
feito o molde de gesso que tem uma (imperceptível) na parte de trás. Agora na peça, se calhar,
já não se nota, mas se olhar com atenção foi feito um corte aqui por trás, assim... Para depois
tirar esta tampa. Isto depois foi cortado aqui, foi tirada uma tampa para uma perna, uma
tampa para outra, uma tampa para as costas e para a cabeça. Geralmente, a cabeça ficava
agarrada às costas. E depois era puxado e tirado tudo lá de dentro. Por isso as coisas têm
cruzetas, as cruzetas cortadas. Portanto, esta peça tinha um ferro que a apanhava aqui, por
aqui fora, e depois o ferro tem que sair completamente. E depois fica oco. Fica o molde que
é depois todo lavado À época era quase sempre usado o sabão para fazer desmoldante. E
depois era cheio com gesso e pinta.
O original - que é o que lá têm - o interior é todo em gesso. Acabado o molde,
acabado de enchê-lo, o molde é todo partido. Portanto, geralmente, esse molde perdido tem
um indicador cor de rosa, tem uma primeira camada de um gesso rosa. Era com o óxido de
ferro que se tingia o gesso. A primeira camada era uma camada muito fininha, uma casquinha
cor de rosa. E depois as outras camadas já eram com gesso branco. Isso para quê? Para
quando se está a partir o molde para se libertar a figura de dentro saber quando aparece o
cor de rosa já estamos lá mesmo perto. Então, aquilo é um indicador para dizer ao formador
que já estamos quase a chegar à peça. Portanto, por isso se chama molde perdido. Depois, a
partir do modelo em gesso, se nós queremos reproduzir é que são feitos moldes para tirar
vários exemplares.
63
O que me estava a perguntar, quantos exemplares há, só há um. Que eu saiba nunca
ninguém fez os moldes de (imperceptível). Porque, por exemplo, se eu quisesse que esta peça
passasse a bronze… Por isso a gente fala de “passa a gesso”, “passa a bronze”, “passa a
pedra”… Portanto, esta ideia da passagem, o único é o barro. É o que o escultor modela.
Por isso, alguns escultores, nas grandes esculturas ou nos modelos ficavam com a cabeça.
Conseguia-se no molde ficar com a cabeça intacta. Às vezes, o formador tirava o molde da
cabeça intacto. Tirava o molde sem estragar a modelação. E o escultor, depois, fazia uma
terracota. Esse é, verdadeiramente, o original. Porque a escultura trabalha sempre em bruto.
O escultor faz o modelo original e depois, esse original passa à gesso. E é um processo
técnico, sempre. É sempre depois um processo para técnicos. Portanto, a partir do momento
em que nós modelamos o barro, vem o formador fazer o gesso e passa a gesso. Esse gesso
vai para a fundição. Da fundição, se passar a bronze, o fundidor faz os moldes para tirar as
ceras. O escultor é chamado para corrigir e para ir ver se a cera está perfeita, se saiu bem,
para aprovar. Portanto, ele funde a cera e passa a bronze. Mas, para a fundição do bronze, é
preciso primeiro o barro, depois passa a gesso, depois o gesso passa a cera e depois a cera
passa a bronze. Houve ali um processo contínuo até chegar ao bronze. E depois no bronze
há o trabalho do acabamento. As peças saem, depois, também muito cheias de rebarbas.
Então têm que fazer o trabalho cinzelador, que faz o acabamento para tornar igual a textura,
tudo igual. Às vezes eram os escultores que o faziam, outras vezes eram técnicos
especializados para fazer isso. Portanto, a escultura, no modo tradicional, é um trabalho
sempre de sucessivos processos tecnológicos com vários técnicos a meter na mão na obra.
Agora, o museu que tem a peça de bronze. Provavelmente, o original já não existe,
que é o barro. Existe o gesso que saiu daí. E esse é o mais próximo do original. Depois é
tudo cópia. Por isso é importante numerar, sim, as cópias. Portanto, esta não tem cópia
(refere-se ao modelo “Nu feminino”. Esta é cópia única. E eu, por acaso, não fiz terracota
dela. Não fiquei com a cabeça.
Discente Gabriela da Rocha: Não restou nada?
Professora Doutora Virgínia Fróis: Não
Discente Gabriela da Rocha: Gostaria de saber qual é a opinião da Professora sobre
o uso das tecnologias digitais no campo da Escultura. Eu não sei se a Professora já
64
teve contato com impressoras 3D ou se conhece, mais ou menos, como
funciona…Eu queria saber qual é a opinião da Professora sobre o uso dessas
tecnologias no exemplar “Nu feminino”.
Professora Doutora Virgínia Fróis: Sim, eu penso que pode ser muito útil para os próprios
museus depois poderem divulgar as obras, replicando pequenos modelos que as pessoas
podem ter em suas casas. Nesse sentido, a divulgação parece-me interessante, porque é
rápido. Hoje em dia, uma impressora 3D pode existir em qualquer museu, não é? Para fazer
peças. Portanto, é quase como uma cópia em papel. Uma impressora 3D pode custar
quinhentos, seiscentos euros. É um preço relativamente muito barato, não é? Qualquer um
pode comprar o kit, montar a impressora 3D, e fazer, não é? Pronto, claro que estamos
limitados ao tipo de material. Tenho tido contato com algumas pessoas que estão na área da
cerâmica e já há muitas peças de cerâmica feitas com 3D nestas impressoras. É sempre uma
coisa mais impessoal, não é? A máquina… É a máquina. Elas interpretam fielmente, mas é
assim…
Discente Gabriela da Rocha: E a Professora acha que a inserção dessas tecnologias
na Coleção de Escultura da FBAUL conseguiria atingir esse fim para a investigação,
como uma ferramenta em auxílio na pesquisa?
Professora Doutora Virgínia Fróis: Penso que pode. Depende do tipo de investigação que
se queira fazer, não é? Poderia dar-nos novas possibilidades de trabalho, não é? Por exemplo,
o caso do modelo “Nu feminino” materializado com uma impressora 3D, eu não sei como
é que é mas, provavelmente, o que você fez, pode ir por via net para o Brasil. E lá estar a
imprimir peças. Eu acho que isso pode ser muito útil, porque pode haver pessoas à distância
interessadas em conhecer o acervo sem ter que cá vir ver. Se bem que o contato direto é
sempre depois necessário para comprovar coisas. Mas isso permite ampliar o conhecimento.
Discente Gabriela da Rocha: Sim, claro. Na verdade, a minha proposta não é
substituir o contato direto com o modelo original. Mas é criar um mediador entre a
obra original e o público.
Professora Doutora Virgínia Fróis: Exato. E permite, também, comparar depois coisas,
provavelmente. Fazer estudos comparativos. É sempre interessante.
65
Discente Gabriela da Rocha: E para outros fins, Professora? A Professora mencionou
o uso para a documentação, disseminação e até mesmo para a apropriação de uma
reprodução do modelo nas casas das pessoas. E para transformações e criações
artísticas? Qual é a visão da Professora?
Professora Doutora Virgínia Fróis: Nós vivemos numa época em que as citações não são
só à literatura ou à poesia, não é? Não estão só na palavra escrita. As citações estão também
noutros objetos, não é? E há muitos artistas que trabalham e fazem peças que são citações
de outras. Citações formais mesmo. Citam outros artistas. Citam obras. Apropriam-se de
obras, integram-nas e fazem outras coisas. Isso é… Como é que se costuma dizer? Está-me
a faltar o termo… De engolir tudo, não é? De se apropriar e tornar seu. É uma coisa da nossa
época. Transformam uma pequena coisa e pronto. Em alguns casos é mesmo plágio, outros
casos não é plágio. É citação. Porque não se perde a referência ao original, à obra de origem.
Apropria-se e com ela, ela torna-se matéria para outra obra. Isso é muito engraçado. E isso
tem a ver com os meios de reprodução. A arte desse período inaugura. Mas isso não é uma
coisa só desse tempo, não. Penso que já vem de antes. Foi feito desde sempre. A arte
religiosa… Sempre foram interpretadas ou reinterpretadas as imagens.
Discente Gabriela da Rocha: Professora, no momento as perguntas que eu gostaria
de fazer já foram feitas. Muito obrigada. E agora eu queria saber se a Professora tem
alguma questão ou se gostaria de acrescentar mais alguma informação.
Professora Virgínia Fróis: Só o que eu quero dizer é que esta obra (modelo em gesso “Nu
feminino”) é um exercício. Eu considero-a como um exercício. Ela, no contexto artístico,
não tem valor. Ela tem um valor de exercício. Tem valor de prova académica. E, portanto,
mesmo que nós lhe damos sempre um toque especial, daquilo que é o nosso processo na
altura, ela não é algo que pertença à minha obra. Ela foi uma coisa que eu tive que fazer num
determinado período, que eu tentei fazer o melhor possível e que corresponde à carreira de
docente e àquela obrigação.
Discente Gabriela da Rocha: Ou seja, não houve muita liberdade artística na criação
do modelo “Nu feminino”, certo?
Professora Doutora Virgínia Fróis: Sim… Esta não podemos dizer que aqui é uma obra
de arte. Aqui há um exercício académico. E isso é que é importante que se perceba. Ao
contrário das outras que tu tens em estudo. São obras clássicas.
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Discente Gabriela da Rocha: Exato.
Professora Virgínia Fróis: Mas neste caso, isso é interessante. Isso também é muito
interessante na escultura, não é? A obra “O Pensador” de Rodin não deixa de ser uma obra
maior da escultura por ter duzentas, ou trezentas ou quinhentas réplicas mesmo depois de o
Rodin ter falecido. Uma réplica da obra de Rodin está um pouco por todo o mundo. Como
destas, como a cabeça da Diana ou estas esculturas. São obras intemporais. São obras de arte.
São reproduções das obras, mas não deixam de ser a obra. Não são o original. Porque isso,
em escultura, é como te digo, a partir do momento em que ela passa a outro material, ela já
é uma réplica de um original. Um pouco como a maqueta do arquiteto. São os primeiros
esboços, os primeiros desenhos. Depois aquilo entra em processo de transformação. O
edifício depois, a partir das plantas pode ser replicado, pode ser feito dois, três, quatro
edifícios iguais em vários pontos do mundo. E já nem precisam de ser feitos pelo arquiteto.
O arquiteto já pode nem estar lá, nem estar vivo. Não é? Nós hoje, se quisermos, podemos
fazer a réplica da Torre Eiffel noutro lugar qualquer. Não sei como, mas é capaz. E, portanto,
não deixa de ser a Torre Eiffel. A criação daquele artista. Neste caso, algumas esculturas,
nem sequer temos… Não sabemos bem quem as fez. Por exemplo, a “Afrodite”, não é?
Portanto… Não se sabe quem foi o escultor, mas não interessa. É uma bela escultura. É uma
obra de arte. No final, o que interessa é o que ela vai significar e o que ela vai continua a
significar para as gerações vindouras. É isso que faz a intemporalidade das obras, o valor da
arte.
Discente Gabriela da Rocha: É muito bom a Professora ter abordado essa questão,
porque eu compactuo com esse pensamento também. Por mais que nós tenhamos
acesso à escultura do Rodin e todas as suas variantes, ainda que de forma massiva, a
sua criação não deixa de ser algo que nos atraia até o local onde ela está instalada.
Professora Doutora Virgínia Fróis: O que importa é o que aquelas imagens continuam a
provocar-nos. A emocionar-nos, não é? E a obrigar-nos a parar para olhar. Para pôr-nos a
pensar.
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Discente Gabriela da Rocha: Sim. É isso… Bom, não quero tomar muito o tempo da
Professora…
Professora Doutora Virgínia Fróis: Nada, muito obrigada.
Discente Gabriela da Rocha: Por enquanto são só essas perguntas. Eu é que
agradeço muito à Professora.
Professora Doutora Virgínia Fróis: Que corra tudo muito bem.
68
OUTROS
69
Solicitação de autorização para pesquisa – Coleção de Escultura da FBAUL.
70
Concessão de autorização para pesquisa – Coleção de Escultura da FBAUL.
71
Solicitação de autorização para entrevista – Mr. Gunter Wabel (1/2).
72
Solicitação de autorização para entrevista – Mr. Gunter Wabel (2/2).
73
Solicitação de autorização para entrevista – Mr. Marco Castro Cosio (1/1).
74
Solicitação de autorização para entrevista – Mr. Vincent Rossi (1/1).
75
Solicitação de autorização para entrevista – Mr. Matthew Vincent (1/1).
76
Correio eletrônico com a autorização para entrevista – Mr. Matthew Vincent (1/1).
77
Termo de autorização para entrevista – Mr. Matthew Vincent (1/1).
78
Termo de autorização para entrevista – Doutora Virgínia Fróis (1/1).
79