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Tecnologia e Propaganda como facilitador na aprendizagem da Língua Inglesa
Cacilda de Oliveira1
Dilma Heloisa Santos2
Resumo
Este trabalho foi produzido como uma atividade conclusiva para o PDE –
Programa de Desenvolvimento Educacional - após cumprir um cronograma de
atividades de fundamentação teórica na área de Língua Inglesa, entre cursos,
seminários, aulas e encontros de orientação, realizados na Universidade Estadual
de Ponta Grossa. Tem por objetivo apresentar a implementação do projeto
Tecnologia e Propaganda como facilitador na aprendizagem da Língua Inglesa,
realizado com os alunos do Colégio Rui Barbosa em Arapoti. O projeto, contribuiu
de maneira significativa para os alunos, possibilitando o desenvolvimento de
posicionamentos críticos, interpretações e criações de textos, na língua inglesa. O
gênero textual escolhido para o trabalho foi propaganda e publicidade vendo-os
como instrumentos interessantes e criativos para explorar os conteúdos, escrita,
imagens e ideias, possibilitando ao aluno maneiras diferentes de construção do
pensamento. Verificou-se que o projeto permitiu ao aluno uma interação com a
linguagem publicitária e oportunizou o desenvolvimento da leitura crítica e reflexiva
das informações. Houve também por parte dos alunos, a observação da influência
de outras culturas, nas imagens e textos escritos, durante as leituras e
interpretações das propagandas apresentadas. Por fim a propaganda mostrou que
sem dúvida é um gênero que contribui para a prática do professor e possibilita o
estímulo da leitura crítica e da produção de textos para os alunos.
Palavras- chaves: tecnologia, texto publicitário, língua estrangeira, ensino-
prendizagem.
1 Professora PDE, Área: Língua Estrangeira Moderna. Núcleo Regional de Wenceslau Braz.
2 Professora Orientadora. Departamento de Línguas estrangeiras modernas . Universidade Estadual de Ponta
Grossa.
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1 Introdução
Este trabalho é o resultado das atividades realizadas durante o Programa
de Desenvolvimento Educacional – PDE, com o início em agosto de 2010 e
conclusão final em Agosto de 2012, programa ofertado pela Secretaria de Educação
do Estado do Paraná - SEED aos educadores, realizando uma formação continuada,
e oportunizando um melhor estudo de teorias educacionais.
Neste artigo apresentaremos primeiramente como se dá a construção de
uma prática crítica-reflexiva, quanto ao uso das tecnologias disponíveis na escola,
em seguida o trabalho da escolha do gênero textual propaganda e publicidade
objetivando uma leitura crítica e interpretativa através de suas imagens e textos
escritos. Por último, apresentaremos como foi a elaboração e organização do
trabalho com o gênero textual na Unidade Didática que foi instrumento da
implementação do projeto no colégio Rui Barbosa.
Embora, estas reflexões tenham sido trazidas pela ideia do pouco uso dos
recursos tecnológicos disponíveis na escola, só nos confirmou que sem a prática e
manuseio das tecnologias fica difícil realizar um bom trabalho, pois usar as mídias
hoje é uma necessidade básica para uma bom desempenho profissional. Por isso é
fundamental acompanhar estes desafios educacionais trazidos pela vida pós
moderna, e tudo isso deve ser associado a postura do educador revendo sua
prática. A evolução da sociedade mostra este novo cenário descrito por
PIMENTA&GHEDIN,2002:
Refletir sobre os conteúdos trabalhados, as maneiras como se trabalha, a postura frente aos educandos, frente ao sistema social, político, econômico, cultural é fundamental para se chegar à produção de um saber fundado na experiência. Deste modo, o conhecimento que o educador “transmite” aos educandos não é somente aquele produzido por especialistas deste ou daquele campo específico de conhecimento,mas ele próprio se torna um especialista do fazer (teórico-prático-teórico).(PIMENTA & GHEDIN,2002 p.135)
Diante disso, na implementação do projeto procurou seguir estas
orientações e aproveitou os conhecimentos trazidos pelos alunos e ao mesmo
tempo desenvolver habilidades de leitura e escrita, visto que a tecnologia já faz
parte do contexto.
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Pretendeu-se com o trabalho realizado junto com os alunos, que eles
tivessem uma maior confiança em si mesmos e respeito pelo outro na hora de expor
suas ideias por meio do diálogo. Assim, os alunos foram percebendo que quando
usavam seus conhecimentos junto com as tecnologias, estavam construindo o
saber de uma forma ampla e significativa.
2 Desenvolvimento
2.1 - Prática reflexiva usando as tecnologias
Nos dias atuais, com as inúmeras funções que um professor desempenha,
o tempo disponível não é suficiente para o preparo de suas aulas e atualizações
necessárias, muitos acabam não dando conta de exercer o seu papel como
deveriam. Para que eles tenham um melhor desempenho na educação e
acompanhem a modernidade e a globalização, faz-se necessário que o educador
aprenda a trabalhar com as mídias, no mínimo com as que já dispomos nas escolas.
O impacto das mídias na vida das pessoas, tanto no meio urbano, quanto no rural,
não deve ser ignorado pela sociedade brasileira. Por isso, a escola ao desempenhar
o seu papel deve usar as mídias para o desenvolvimento de cada educando.
Assim, o professor terá que associar seu conhecimento com as tecnologias
disponíveis e a partir daí, planejar suas aulas com auxilio das mídias e usá-las
como objeto de trabalho e estudo, embora pareça algo fácil, mas não é, apresenta-
se como um grande desafio para todas as partes envolvidas no processo
ensino/aprendizagem.
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2.2- Escolha do Gênero textual publicidade e propaganda
A escolha do gênero textual publicidade e propaganda, atendeu os
pressupostos das Diretrizes Curriculares do Ensino trazendo como conteúdo
estruturante o discurso em quanto prática social. O discurso se materializa em
inúmeros gêneros textuais disponíveis na comunicação. Sendo assim foi escolhido o
texto publicitário por que é rico em mecanismos de persuasão, argumentação e
interpretação.
Portanto, os professores podem utilizar-se deste gênero como suporte, para
possibilitar ao educando o desenvolvimento da reflexão e pensamento crítico,
fazendo que ele seja capaz de posicionar-se criticamente diante de uma
mensagem publicitária ou uma propaganda ou até mesmo de uma imagem
persuasiva.
A unidade foi construída a partir dos anúncios publicitários e propagandas
veiculadas em revistas, sites, televisão, radio, jornais, internet, etc. Serviram como
elementos motivadores para estudar e desenvolver atividades de ampla leitura, pois
bons leitores também são bons escritores, e a leitura amplia o conhecimento
gramatical e o seu vocabulário. Sendo assim, espera-se que o aluno, quando em
contato com este gênero, amplie também a sua visão de mundo.
2.3- Implementação do projeto
O Projeto proposto foi inicialmente apresentado a direção e equipe
pedagógica do Colégio Rui Barbosa, posteriormente aos professores, funcionários e
também para a comunidade escolar. Os principais envolvidos no Projeto foram
alunos de 1º e 2º anos do Ensino Médio do colégio acima citado.
O desenvolvimento da implementação do projeto aconteceu de setembro a
novembro de 2010. O período não foi muito apropriado para a realização do
trabalho, era praticamente final do ano, estávamos em sala de aula e realizando o
trabalho de grupo em rede, por isso, foi difícil conciliar todas as atividades ao
mesmo tempo. Para esta implementação aproveitou-se a unidade que foi elaborada
como uma das atividades exigidas como requisito do programa PDE.
Primeiro, o professor procurou de maneira clara e objetiva, expor o que
pretendia com o projeto proposto. Em seguida, abriu espaço para que os alunos
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mostrassem seu conhecimento sobre o assunto. Verificou-se que alguns estavam
fazendo curso de Marketing e assim, deram uma boa contribuição nas aulas e
atividades até o final da unidade.
Na primeira unidade foi solicitado que respondessem a um questionário para
se ter uma noção do tipo de aparelhos tecnológicos que eles possuíam, quanto
tempo usavam cada um e se já haviam comprado algo por causa de uma
propaganda assistida.
Partindo destas informações, foi feita uma leitura das propagandas antigas
e novas, observando que a mensagem apareceu por meio das cores usadas nas
imagens. Pesquisou-se a origem do termo advertising1, que é muito usado na língua
portuguesa. Também nesta unidade pode-se esclarecer a diferença entre uma
propaganda paga pelo governo e uma publicidade paga pelo anunciante
identificado.
Continuando com o trabalho de leitura, a partir das unidades, consegue-se
mostrar claramente que a mensagem transmitida pela publicidade não é apenas, por
meio da argumentação, mas sim pelo elemento visual das cores e símbolos que por
sua vez define a sua estrutura.
Nas unidades, foram abordas várias questões sociais como: a fome, a
saúde, a copa do mundo, a imagem do jogador famoso para a realização de uma
campanha publicitária. Esta abordagem aconteceu através de compreensão de
textos orais e escritos que contribuíram para desenvolver a leitura crítica.
Na sequência, foi trabalhado as estruturas gramaticais das frases que
aparecem na propaganda do jogador brasileiro Kaka. “Help build the next
generation. With just one euro you can give five hungry children a school meal.”
Fighting hunger is a team effort. Join me in making this a cup the world’cup “2. O
trabalho com esta unidade foi todo realizado no laboratório de informática do
colégio.
As últimas unidades, foram lidas observando as diferenças de cada uma,
como a discriminação racial, meio ambiente, sexualidade e a diversidade cultural ue
todos nós vivenciamos no cotidiano. Também foi esclarecido com
1 propaganda, publicidade 2”Ajude construir a próxima geração. Com apenas um euro você pode dar a cinco crianças com fome, uma refeição escolar”
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As últimas unidades, foram lidas observando as diferenças de cada uma,
como a discriminação racial, meio ambiente, sexualidade e a diversidade cultual que
todos nós vivenciamos no cotidiano. Também foi esclarecido com mais detalhes
sobre as técnicas persuasivas, usadas nos textos publicitários alertando-os que
seria fundamental para a próxima unidade.
Para finalizar, em grupos, os alunos usaram diferentes tecnologias e
técnicas persuasivas, produzindo suas próprias propagandas, vídeos, cartazes e
anúncios impressos. Houve uma excelente interação entre os grupos, venceram
seus preconceitos em todos os momentos de trabalho como pode-se verificar na
fala de um dos grupos:
“ além do conhecimento adquirido por meio da leitura e a criação das
propagandas, pudemos pensar na grandiosidade do trabalho de uma
produção, por mais simples que seja, a começar pelo tempo que nos
dispusemos , o grande número de pessoas envolvidas, a escolha das
músicas, a maquiagem, a roupa, o texto escrito para fala de cada um dos
integrantes, cenário, o local para a realizar o trabalho, até mesmo
lanchinho gostoso na casa dos colegas” ( 2° ano matutino).
3 Fundamentação teórica
Desde o Brasil colônia nós vemos que a introdução de uma língua
estrangeira no nosso país teve muitos entraves e modificações na lei. Com estas
mudanças, seu ensino teve altos e baixos também na valorização e na organização
social ao longo da história, nas propostas curriculares, na metodologia política
pedagógica, mas hoje, com o reconhecimento da diversidade de idiomas e a
importância de se conhecê-los , a Língua Estrangeira Moderna, que não era vista
como um meio de comunicação, ganha uma nova abordagem de ensino, a
abordagem comunicativa que se apresenta como reação ao estruturalismo.
Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira surge com ênfase
na comunicação oral e escrita, procurando reduzir as desigualdades sociais e
atender algumas demandas da sociedade. A inclusão da língua estrangeira no
ensino médio, vestibulares, Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (Celem) e
entrada em massa das tecnologias nos meios de comunicação que transformou este
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cenário, só afirma que a competência comunicativa é fundamental para a
aprendizagem. Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação (DCE) o ensino da
língua estrangeira deve partir da análise diagnóstica junto aos professores da Rede
Pública para justificar a concepção teórico-metodológica destas Diretrizes.
A abordagem comunicativa tem orientado o trabalho em sala de aula
favorecendo o uso da língua estrangeira. Portanto os professores reconhecem que o
currículo deve ser ampliado na sua totalidade para a formação do aluno e que a
esta formação exige uma fundamentação metodológica durante o processo de
escolarização, para subsidiar efetivamente o ensino da Língua Estrangeira Moderna.
Segundo Mascia (2003, p.218) o ensino comunicativo desenvolveu-se em
três fases. “ A primeira é associada ao nocional-funcional e é calcada em práticas
audiolínguais; a segunda é marcada pelos atos de fala com a incorporação de
tendências sociolingüísticas, e a terceira corresponde a uma vertente mais crítica,
em que se pretendeu promover as interações culturais”, a vertente crítica mostra a
visão de cultura como prática social. Estas reflexões mostram que o idioma a ser
ensinado na escola não é neutro, mas tem marcas políticas econômicas e
ideológicas que resultam no plurilinguismo, da política educacional e na
possibilidade de valorização e respeito cultural.
A língua estrangeira pode ajudar a dar uma consciência ao aluno. Ele pode
compará-la a sua língua materna e usar recursos para expandir sua capacidade e
possibilidade de aprender, ampliar a diversidade cultural também na escola, criando
sua própria identidade como sujeito. A aprendizagem da língua estrangeira usando a
abordagem crítica proporciona uma reflexão sobre a maneira que as pessoas
interagem com o mundo por meio da linguagem tornando aquele que aprende em
cidadãos críticos e transformados para a sociedade atual.
Segundo Bakhtin (1988), toda enunciação envolve a presença de pelo
menos duas vozes, a voz do eu e do outro. Para este filósofo, não há discurso
individual, todo discurso é construído no processo de interação e em função do
outro. O espaço discursivo entre os dois cria a relação e se constituem socialmente.
Aí então a língua estrangeira apresenta este espaço de ampliação do contato com
outras formas de conhecer e construir a realidade.
Com esta visão de prática social o texto será ponto de partida para que a
língua estrangeira construa significados através do professor, desenvolvendo junto
ao aluno o trabalho de reflexão dos gêneros textuais e atividades. Visto que texto e
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leitura são indissociáveis, um não existe sem o outro. Para Bakhtin (1992, p.297) o
texto é entendido como materialização da comunicação verbal, e os gêneros se
devolvem com o tempo através das atividades humanas.
A riqueza e variedade dos gêneros do discurso são infinitas, pois
variedade humana é inesgotável, e a cada esfera dessa atividade
comporta um repertório do discurso que vai diferenciando-se e
ampliando-se à medida que a própria esfera se desenvolve e fica mais
complexa. (BAKHTIN,1992, p.279)
Compreendemos que o trabalho com os gêneros discursivos na escola é
uma excelente oportunidade de trabalhar a língua nos mais variados usos do dia a
dia, pois nada que fazemos está fora linguisticamente de gênero.
A sociedade tem clara a percepção de que o aprendizado não acontece
apenas na família e com o professor, mas com as mídias e outras tecnologias de
informação e comunicação. Cabe então ao professor direcionar e mediar as
informações para leitura, escrita e a fala. Moran nos alerta sobre as característica
da TV comercial em que:
Os temas são pouco aprofundados, explorando os ângulos emocionais
contraditórios inesperados. Passam a informação em pequenas doses
(de forma com organizadas em forma de mosaico (rápidas sínteses
de cada assunto) e com apresentação variada (cada tema dura pouco e é
ilustrado).[...] A escola precisa observar o que esta acontecendo nos meios
de comunicação e mostra-lo na sala de aula discutindo-o com os alunos
,ajudando-os a que percebam os aspectos positivos e negativos das
abordagens sobre cada assunto. Fazer re-leituras de alguns programas
em cada área do conhecimento, partindo da visão que os alunos têm, e
ajudá-los a avançar de forma suave, sem imposições nem maquiqueísmos
(bem x mal )..(MORAN, 2002, p.176 )
Portanto, o professor deve estar consciente de que está inserido numa
sociedade rodeada pela tecnologia e deve se aliar a estes meios, juntamente com
seus alunos e aproveitar das tecnologias educacionais que estão disponíveis
também nas escolas, sejam elas eletrônicas ou não.
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As tecnologias, de acordo com Orofino (2005, p.118), vem contribuir para
transformar o processo de ensino/aprendizagem e relações educacionais. A autora
defende que a escola pode e deve abrir uma nova aventura estética e política com o
uso das mídias, significa estar aberto às linguagens que já ocupam grande parte da
vida de nossos alunos e alunas. (OROFINO,2005, p.118).
As Tecnologias da Informação e Comunicação tem proporcionado
experiências de interatividade, dando suporte e bagagem ao acesso a informações,
criação de conhecimento e vínculo entre o professor aluno durante as aulas e
também fora dela quando estão usando a mídia no dia-a-dia. As tecnologias são
muito mais do que simples aparelhos, quase não há limites para a necessidade do
uso humano, Por isso temos que nos aliar ao conhecimento e inovar as
metodologias para facilitar nossas aulas proporcionando uma melhor compreensão
pelos estudantes.
As informações já trazidas incorporadas por eles servem como referência
para novas descobertas e ajudam na compreensão de conteúdos e a aprendizagem
no mundo globalizado em que vivemos.
O Melting Pot, ou seja, a mistura de cultura, como é o caso dos Estados
Unidos e do Brasil, onde as diversas culturas estão misturadas e amalgamadas sem
intervenção do estado, muitas vezes são vistas como ameaça para um povo cujo
multiculturalismo provoca desprezo e indiferença como Canadá entre as línguas
francesa e a língua inglesa. Já a cultura brasileira faz uma leitura bem clara dessa
mistura, podemos ver quando destacamos um texto publicitário onde a diversidade
cultural se opõe ao que julga ser uma forma etnocentrismo. As pessoas interagem
constantemente com diversidades de textos produzidos pela sociedade. Entre eles
estão os textos publicitários e propagandas, ao quais foram escolhidos para ampliar
a visão do aluno em relação ao mundo e desenvolver as relações de poder e
ideologias.
A leitura tem que ser critica e reflexiva, levar a uma compreensão da
mensagem e ao mesmo tempo das imagens que constitui estímulos para seu
objetivo de interação e construção de conhecimentos.
Um texto publicitário quando tem significado para alguém é a partir de uma
cultura que se dá esta construção de significados . Ele deve ser ao mesmo tempo
persuasivo, conciso, informativo e muitas vezes não se prender a língua culta. Ele
valoriza os usos e costumes e estabelece uma relação com o público. Planejamento
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e organização, são aspectos fundamentais da mensagem para que produto e o texto
atinja o leitor.
Devido a sua constituição é que , apresentou-se uma proposta de reflexão
e trabalho com o texto publicitário e propaganda como suporte nas aulas, de
maneira que o gênero permitisse aos alunos o trabalho com ação o discurso nas
atividades para uma construção social ampla de mundo. Entre muitas
características linguísticas do texto publicitário e o seu projeto argumentativo,
destacamos a persuasão e a ideologia.
O texto publicitário utiliza recursos para convencer e persuadir. Através dos
apelos visuais e verbais com a intenção de levar o leitor a acreditar naquilo que está
sendo anunciado ai aparece a ideologia a ilusão fazendo os milagres de
transformação na vida das pessoas, com aquilo que é anunciado.
Portanto, possibilitar aos alunos a leitura do texto publicitário à partir da
Analise do Discurso é permitir que façam uma leitura profunda, crítica e menos
ingênua, é dar instrumentos para que possam quebrar as armadilhas dos textos.
Com isso o professor está dando mecanismos da linguagem a fim de que o mesmo
possa usufluir ou defender-se, tornando-o um leitor crítico do uso das mídias. É
importante também que ele perceba que os meios de comunicação, abordam os
mais variados temas em suas publicidades e propagandas, e muitas vezes não
percebemos a diferença entre estas palavras, SANT’ANNA nos esclarece esta
nomenclatura:
A palavra publicidade significa, genericamente, divulgar, tornar público,
uma propaganda compreende a idéia de implantar, de incluir uma
idéia,uma crença na mente alheia.Comercialmente falando, anunciar,
visa promover vendas e para vender é necessário, na maior parte dos
casos implantar na mente da massa humana uma idéia sobre o
produto.Todavia em virtude da origem eclesiástica da palavra muitos
preferem usar publicidade, ao invés de propaganda contudo hoje ambas
as palavras são usadas indistintamente. SANT´ÁNNA(1998,p. 75)
Alguns cursos tem o nome de Publicidade e Propaganda que subentende
que são coisas diferentes, mas aqui no Brasil conforme Sandmann a publicidade é
usado para a venda de um produto ou serviços e propagandas, é um termo mais
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abrangente e que pode ser usado em todos os sentidos. Concluímos com este
desafio de Sandmann sobre a linguagem da Propaganda
Tendo em vista que destinatário da mensagem propagandistica, o
comunicatário, principalmente o urbano, vive num universo saturado de
estímulos, que o mesmo bem que se disponha a isso, não consegue dar
atenção e assimilar todas as mensagens que lhe chegam via rádio,
televisão, jornal, revistas, outdoors, internet etc., a linguagem da
propaganda enfrenta o maior dos desafios: prender a como primeira
tarefa é a atenção desse destinatário. Por isso a criatividade
incansável do propagandista publicitário na busca incessante de meios
estilísticos que façam com que o leitor ou ouvinte preste a atenção ao
texto, chocando até se necessário.(SANDMANN,1993.p.12)
4- Considerações finais
Espera-se com este trabalho que o professor, principalmente de Língua
Estrangeira(LE), reflita sobre a prática de cada aula, com as novas teorias
educacionais vinculadas ao pós-moderno global onde a Língua Inglesa se torna um
instrumento nas comunicações. Assim poderá possibilitar o aluno a ter uma visão
responsável de identidades culturais e da sua própria identidade, através de vários
discursos que o ensino de LE lhe propicia.
Ao trabalhar os gêneros textuais na sequência didática dentro de uma
abordagem critico-reflexiva, houve a necessidade de adequar atividades as
necessidades comunicativas, usando também a língua materna, disponibilizar um
tempo maior para compreensão durante as atividades desenvolvidas, devido a
dificuldade de cada aluno, respeitando assim o ritmo de trabalho do grupo. Também
com a escolha do gênero publicitário pudemos desenvolver a leitura, a escrita, e
despertar para leitura crítica, pois o ato de ler mesmo com toda tecnologia colocada
ao alcance das pessoas hoje, tornou uma prática indispensável em qualquer meio,
para aquisição de conhecimento.
Este trabalho é apenas mais uma alternativa para necessidade pedagógica
do ensino de LE, não é um ponto final, lembrando que a língua e o mundo está em
constante mudança e que a todo momento temos desafios profissionais na
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educação, e é importante buscar novos caminhos através da formação para
acompanhar estas mudanças.
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