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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
SENAI/Jaraguá do Sul
TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO EAD
AVALIAÇÃO ERGONOMICA DOS POSTOS DE TRABALHO NA SEGURANÇA E
VIGILANIA PATRIMONIAL
ERGONOMIA NA SEGURANÇA PESSOAL E PATRIMONIAL
MARCOS MANOEL VIEIRA
Criciúma
2016
MARCOS MANOEL VIEIRA
AVALIAÇÃO ERGONOMICA DOS POSTOS DE TRABALHO NA SEGURANÇA E
VIGILANIA PATRIMONIAL
ERGONOMIA NA SEGURANÇA PESSOAL E PATRIMONIAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI/Jaraguá do Sul, como requisito parcial para obtenção do título de <Técnico em Segurança do Trabalho>. Professora Orientadora: Amanda Cristina Maschio Pires.
Criciúma
2016
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01- Vigilante na Exercicio da Profissão. 12
Figura 02 - Apresentação do Profissional. 14
Figura 03 - Síndrome do pânico. 20
Figura 04 - Vigilante em postura em pé. 21
Figura 05 - Banco para encosto do profissional. 22
Figura 06 - Profissional em segurança realizando varias funções o mesmo tempo. 23
Figura 07 - RX da Coluna. 27
Figura 08 - Segurança de eventos. 28
Figura 09 - Trabalho de Monitoramento 29
Figura 10 - Guarita Ergonomicamente Incorreta. 30
Figura 11 - Layout Portaria Segura 32
LISTA DE TABELAS E QUADROS
Gráfico1-Problemas ortopédicos e distúrbios venosos que atingem os vigilantes. 19
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(TEPT) - Transtorno de Estresse Pós-Traumático
PF- Policia Federal
LER e DORT- Lesões por esforços repetitivos.
OMS- Organização Mundial de Saúde.
EPI- Equipamento de Proteção Individual
INSS- Instituto Nacional de Seguridade Social
CAT- Comunicação de Acidente de Trabalho
MPT- Ministério Público do Trabalho
MTE- Ministério do Trabalho e Emprego
SACV- Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 11
1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 11
1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 11
1.2.2 Objetivos Específicos .............................................................................. 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 12
2.2 FATORES HUMANOS ..................................................................................... 13
2.4.1 Distúrbio do sono .................................................................................... 15
2.4.2 Problemas cardiovasculares .................................................................. 16
2.4.3 Depressão e Ansiedade .......................................................................... 17
2.4.4 Articulações e membros ......................................................................... 18
2.4.5 Síndrome do Pânico ................................................................................ 20
2.6.1 Portaria ..................................................................................................... 24
2.6.2 Telefonista ou recepção .......................................................................... 25
2.6.3 Vigilantes em bancos e instituições financeiras................................... 27
2.6.4 Seguranças Particulares em Eventos .................................................... 28
2.6.5 Monitoramento em Câmeras e Alarmes ................................................. 29
2.6.6 Guaritas e Portarias Avaliação Ergonômicas ....................................... 30
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 33
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 34
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35
AGRADECIMENTOS
Agradeço sem duvida primeiramente a Deus, por me conceder paciência e
tranqüilidade, já que em muitos momentos a ansiedade se faz presente.
E também agradecer ao SENAI por me conceder a oportunidade de fazer
parte dos muitos privilegiados em estudar nessa instituição que forma os melhores
profissionais do futuro.
Agradeço também a todos os professores, tutores e orientadores, lembrando
também da coordenação por nos ajudar, na verdade nos socorrer nas horas onde a
dificuldade se fez presente.
E definitivamente agradecer ao orientador Professor Cássio Raul Cruz pelo
apoio e a orientação impecável em um assunto desafiador, com a saída do
Professor Cássio a Coordenadora Amanda Cristina Maschio Pires assumiu a minha
orientação e de forma extremamente profissional, me ajudou a concluir, a quem
devo com toda a admiração agradecer de forma especial.
E por fim a minha família por me apoiar nas minhas decisões referente aos
estudos que em muitos momentos me privou dos momentos em família.
10
1 - INTRODUÇÃO
Em um mundo globalizado onde se prega a segurança do trabalhador como
primordial em muitas empresas, a saúde e segurança dos profissionais que atuam
com segurança patrimonial e pessoal têm sido esquecida, sendo muita vezes pré-
conceituada como supérflua, já que a terceirização não é vista com bons olhos.
Não é do conhecimento de muitos que esses profissionais são treinados e
preparados para agirem em situações adversas, onde se fizer necessário para
garantir a segurança do contratante em questão. A Segurança do Trabalho do
profissional em questão não tem grande expressão, já que para muitos contratantes
o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI) entre outras medidas de
segurança é considerado desnecessário, mais ainda no que concerne a ergonomia.
Em se falando em ergonomia, na área da segurança patrimonial muito pouco
ou quase nada se tem comentado ou assegurado ao profissional em questão, a
aplicação das Normas Regulamentadoras (NRs) que deveriam ser implantadas e
respeitadas em uma profissão onde o colaborador sofre com o pré-conceito em
relação aos serviços prestado.
11
1.1 JUSTIFICATIVA
O objetivo maior é defender uma nova visão na situação ergonômica,
diferente a realidade que os profissionais da área de vigilância e segurança hoje
têm. O profissional em questão enfrenta turnos inteiros onde tem que apresentar
postura, já em outras situações são mais de 12 horas em postos de trabalho nada
ergonômico, onde há somente um banco (quando há), para o profissional ter o
mínimo de conforto. E em não se falando na área psicológica onde o profissional é
carente em atendimento, e acompanhamento, na esperança de se aplicar as NRs
em que se tornar cabível.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Levantar a questão da Ergonomia na atividade de segurança e vigilância
patrimonial, diferindo e acrescentando situações, que aparentam estar esquecidas
em uma profissão de extrema. Portanto o objetivo deste trabalho é procurar mudar o
ponto de vista dos empresários e contratantes, quanto a real adaptação da
Segurança do Trabalho na Segurança Patrimonial e Pessoal em relação ao uso dos
corretos EPIs e EPCs e a implantação de uma política Ergonômica necessária e
urgente, no intuito de tornar a profissão em si mais segura e ergonômica, e em
conformidade com as NRs 16 e 17.
1.2.2 Objetivos Específicos
Pesquisar e conhecer os conceitos relacionados a ergonomia.
Levantar os riscos ergonômicos aos quais os vigilantes e seguranças estão
expostos em suas rotinas de trabalho.
Propor medidas de controle para reduzir estes riscos.
12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ERGONOMIA (DEFINIÇÃO)
A ergonomia surgiu segundo Itiro Iida (2005), logo após a II Guerra Mundial,
como conseqüência do trabalho Interdisciplinar realizado por diversos profissionais,
tais como engenheiros, fisiologistas e psicólogos, durante a guerra.
Conforme Itiro Iida (2005), ergonomia também expandiu horizontalmente,
abarcando quase todos os tipos de atividades humanas em se falando os setores de
serviços, (saúde, educação, transporte, lazer e outros) e até no estudo de trabalhos
domésticos.
Todas as três características ergonômicas (física, cognitiva e organizacional)
são usadas na área da vigilância e segurança patrimonial, já que o profissional em
questão pode apresentar todos os tipos de problemas ergonômicos como mental
físico e organizacional.
A título de conhecimento Iida (2005), informa que ao contrario de muitas
outras ciências cujas origens se perdem no tempo e no espaço, a ergonomia tem
uma data oficial de nascimento que é 12 de Julho de 1949.
Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem, sendo que
existem diversas definições de ergonomia, e todas procuram resaltar o
caráter interdisciplinar e o objetivo de seu estudo, que é a interação entre o
homem e o trabalho, no sistema Homem máquina ambiente. (Os chamados
ergonomistas trabalham em domínios especializados, abordando certas
características especificas do sistema, que são ergonomia física, cognitiva
ou organizacional IIDA, 2005 p. 03).
Figura 01 - Vigilante no Exercício da Profissão.
Fonte: vigqrv.blogspot.com, 2010
13
2.2 FATORES HUMANOS
Na área da segurança patrimonial, o fator humano é imprescindível e
extremamente necessário, já que o profissional da área de segurança é treinado e
preparado não somente física, mas também psicologicamente para exercer a função
com profissionalismo.
Todavia o colaborador é acima de tudo humano, e por ser humano também é
sujeito a muitos males que se apresentam no dia a dia da profissão, essa que ainda
é pouco respeitada no âmbito profissional o que acarreta ainda mais a
responsabilidade do profissional em se mostrar totalmente capaz na profissão que
escolheu.
O fato de o fator ser humano, ser tão necessário nessa atividade, entra em
cena a situação a qual o profissional fica exposto, a muitas e possíveis dificuldades
ergonômicas que acarretaram em futuras enfermidades funcionais.
Nota se então que as NRs 16 que trata de periculosidade, incluíndo atividade
de segurança patrimonial e a 17 que tem como assunto principal a ergonomia
deixam muito a desejar na abrangência humana aos assuntos referentes ao ser
humano que exerce essa profissão.
No caso dos zeladores, vigias, garagistas, vigilantes e guardas de
segurança, o potencial de risco envolvido no exercício do trabalho tornou-se
tão elevado que já não é mais possível ignorar que, a exemplo do
tratamento dado a outros profissionais, é preciso estender a esses
trabalhadores o adicional de periculosidade. Vieira, Lima. Lima. 2005.
pag.45
14
2.3 PSICOLOGIAS, ESTRESS E PERICULOSIDADE DA PROFISSÃO.
Segundo a revista proteção em seu artigo: “Jornada de Trabalho de vigilantes
afeta saúde física e mental” de 14 de Outubro de 2010, as jornadas longas sem
intervalos fixos, as agressões físicas e psicológicas e as pressões impostas por
patrões despreparados é sem divida o maior problema da profissão em questão.
Entre os distúrbios mentais e psicológicos identificados em trabalhadores da
vigilância, o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) certamente pode ser
referido como um dos mais presentes.
Trata se de uma perturbação psíquica, definida pelo Ministério da Saúde
(2001, p. 181) como “uma resposta tardia e/ou protraída a um evento ou situação
estressante (de curta ou longa duração) de natureza excepcionalmente ameaçadora
ou catastrófica.
Esse distúrbio mental se caracteriza, segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS) (1994), pelo “desenvolvimento de sintomas característicos
após a exposição a um extremo estressor traumático, envolvendo a
experiência pessoal direta de um evento real ou ameaçador que envolve
morte, serio ferimento ou outra ameaça a própria integridade física”.
Figura 02 - Apresentação do Profissional
Fonte: Revista proteção. 2010. atevstesp.blogspot.com
15
2.4 POSSÍVEIS ENFERMIDADES QUE AFLIGEM O PROFISSIONAL DA
SEGURANÇA E VIGILÂNCIA PRIVADA
2.4.1 Distúrbio do sono
O sono não é um processo homogêneo, já que durante o sono a uma
sucessão de quatro fases: adormecimento, sono superficial, sono profundo e REM
(rapid eye moviments) (IIDA, 2005).
Em cada uma dessas fases há variações de índices fisiológicos como o ritmo
cardíaco, ritmo respiratório, tônus muscular e atividades elétricas do cérebro (EEG).
A primeira fase, de adormecimento, marca o inicio do sono e dura de um a sete
minutos, depois disso a uma sucessão de outras fases que se repetem a cada
noventa a cem minutos. IIDA, 2005.
Na fase REM, o cérebro torna-se ativo, como se estivesse acordado, os olhos
movem-se rapidamente e os sonhos são frequentes. Nessa fase ocorre a máxima
desconcentração muscular e a dificuldade em acordar, um sono só é considerado de
boa qualidade quando se consegue se atingir algumas fases REM. (IIDA, 2005).
Diversas substâncias estimulantes costumam ser usadas pelos trabalhadores
não somente noturnos como também diurnos para espantar o sono e manter a
vigilância. Os mais comuns são a cafeína, o fumo e o álcool.
“O sono não é um processo homogêneo, já que durante o sono a uma
sucessão de quatro fases: adormecimento, sono superficial, sono profundo e REM
(rapid eye moviments)” (IIDA , 2005, p.347).
Os distúrbios do ciclo vigília-sono são definidos como uma perda de sincronia
entre o ciclo vigília-sono do indivíduo e o ciclo vigília-sono socialmente estabelecido
como normal, resultando em queixas de insônia, interrupção precoce do sono ou de
sonolência excessiva. Esses distúrbios podem ser de origem orgânica presumida,
dependendo da contribuição relativa de fatores psicológicos, psicossociais ou
orgânicos. (COSTA Elizabeth Dias. 2001).
16
2.4.2 Problemas cardiovasculares
No âmbito da literatura cientifica da cardiologia, pressupõem-se não haver
uma causa única para os distúrbios cardiovasculares. Em geral, a doença pode
estar relacionada a uma diversidade de fatores de risco, como: idade, sexo,
hereditariedade, hábitos de alimentação e de vida ( uso de fumo, álcool,
sedentarismo, obesidade, colesterol elevado e pressão arterial elevado). Porém
além dos fatores de risco já citados, vários estudos tem admitidos a possibilidade de
se pensar em uma correlação entre as situações emocionais intensas, causadores
de estresse, e suas conseqüências fisiopatológicas, particularmente aquelas que
afetam o sistema cardiovascular. (Vieira, Lima, LIMA. 2010).
Considera-se que fatores como o estresse e a exposição ocupacional ou
ambiental a substâncias tóxicas podem estar relacionada ao número significativo de
casos de doenças cardiovasculares. (Filho e Júnior 2003).
O ministério da saúde do Brasil reconhece que o trabalho efetuado pelo
profissional da segurança, pode estar relacionado a algumas doenças do sistema
circulatório como hipertensão arterial, angina peitoris, infarto agudo do miocárdio,
parada cardíaca, arritmias cardíacas e doença aterosclerótica do coração e
síndrome de Reynaud. (Vieira, Lima, Lima. 2010).
Todas essas doenças podem ser provocadas devido à muitas horas em que o
profissional tem que se manter inerte em postura nos locais de trabalho ocasionando
assim futuros problemas circulatórios.
17
2.4.3 Depressão e Ansiedade
A depressão é o mais comum dos transtornos mentais, mas é uma doença
tratável. Os tipos de depressão são: clássica, destemia transtorno bipolar e sazonal.
A Organização Mundial da Saúde calcula que, em vinte anos, a depressão ocupará
o segundo lugar no ranking dos males que mais matam. (ABREU Antonio
Afonso.2014).
Na área da vigilância e segurança patrimonial a depressão e a ansiedade
afligem muitos profissionais alguns mais, já em outros somente sofrem de
ansiedade.
Levando-se em conta o aspecto técnico, devemos entender ansiedade como
um fenômeno que ora nos beneficia, ora nos prejudica, dependendo das
circunstâncias ou intensidade, e que tornar-se patológico, isto é, prejudicial ao nosso
funcionamento psíquico (mental) e somático (corporal). (DIAS, Wladmir.2015).
Assim, os transtornos de ansiedade correspondem aos estados de
ansiedade (estar ansioso) em indivíduos que possuem uma personalidade
ansiosa de fundo ou base (ser ansioso). Logo, fisiologicamente pensando,
quando o ser se une ao estar em uma personalidade já ansiosa, estados
severos de desconforto e sofrimento são gerados (SILVA, 2011).
18
2.4.4 Articulações e membros
Devido a duras jornadas que excedem 12 horas de trabalho, a maior parte
dos profissionais da área de segurança e vigilância, são passiveis de apresentar
enfermidades provenientes das articulações e dos membros.
Segundo (Vieira, Lima, Lima 2010 p. 152), foi possível constatar que a
permanência na posição de pé, durante longos períodos de trabalho, era uma das
dificuldades mais comuns para os vigilantes, fonte de inúmeras queixas de dores
nas pernas, na coluna, articulações e cãibras entre esses trabalhadores, como é
possível constatar adiante:
Gráfico 1 - Problemas ortopédicos e distúrbios venosos que atingem os vigilantes1
Fonte: Vieira, Lima, Lima. 2010
O problema de saúde mais comum na área da vigilância, apontado tanto pelo
Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais, quanto pelos trabalhadores, são as
varizes. (Vieira, Lima, Lima 2010 p. 152).
De acordo com a definição da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia
Vascular (2010), as varizes são “veias dilatadas e tortuosas que se desenvolvem
sob a superfície cutânea”, que podem ser de pequeno, médio ou de grande calibre,
dependendo do estágio em que se encontram, sendo acometidas pela doença
varicosa, em geral, as veias dos membros inferiores: pés, pernas e coxas.
O fator principal das doenças varicosas é a hereditariedade, sendo que as
mulheres são as mais propensas ao desenvolvimento desse distúrbio de saúde, em
função “dos hormônios femininos - principalmente a progesterona que favorece a
dilatação das veias”. (Vieira, Lima, Lima 2010 p. 152).
19
Sendo assim, como explicar a alta incidência das dores nas pernas, costas,
pescoço e das varizes em uma categoria profissional, na qual 87% são homens,
quando o comum é justamente o oposto, ou seja, a probabilidade de uma
prevalência maior desse distúrbio em mulheres? (Vieira, Lima, Lima 2010 p. 153).
Sem dúvida, para responder a essa questão é necessário considerar o relato
dos próprios trabalhadores e outros fatores de risco já conhecidos pela literatura
científica, como, por exemplo, Pitta, Santos e Fonseca (2003): obesidade, calor do
ambiente e ortostatismo (postura de pé).
a) Quando um indivíduo está trabalhando de pé, parado, os seguintes
fenômenos circulatórios são observados:
1) Pouca atuação do fator bomba muscular, com diminuição do retorno
venoso.
2) Exigência excessiva das válvulas venosas, que podem degenerar caso
haja algum fator predisponente.
3) O acúmulo de sangue nos membros inferiores e nas veias da pelve,
com a possibilidade de edema nessas regiões.
4) Nutrições inadequadas da pele, favorecendo a formação de úlceras.
Quando o indivíduo passa subitamente para a posição em pé, pode ocorrer
hipotensão ortostática, devido à adaptação inadequada do reflexo dos
pressorreceptores.
A resposta normal é um discreto aumento da freqüência cardíaca sem
alteração ou pequeno aumento da pressão arterial.
A compressão de vasos sanguíneos pode ocorrer em situações de atividade
muscular ou por apoio de uma mesma área do corpo em qualquer superfície.
De acordo com a duração, localização e extensão desta compressão,
ocorrem diminuição de aporte sanguíneo em menor ou maior grau, que pode resultar
no mínimo, sensação de formigamento, desconforto ou dor.
Outras estruturas podem também ser comprimida, como ligamentos, interseções musculares, tendões, entre outros. Neste caso, pode ocorrer desde pequena irritação local até processo inflamatório mais grave. Quando há compressão de nervos, além do processo inflamatório, menor ou maior, podem ocorrer, também, alterações da sensibilidade. Um bom exemplo desta situação é a permanência do trabalhador na posição em pé por um determinado período de tempo, e como consequência a queixa é de dor ou desconforto nos membros inferiores (Couto,1978).
20
2.4.5 Síndrome do Pânico
Segundo o site Paraná Online (2013), os transtornos mentais deixam suas
marcas diariamente no comportamento das pessoas. Seja na hora de lidar com
amigos e familiares ou quando as usuais tarefas do trabalho tornam-se uma missão
praticamente impossível.
“Estima-se que cerca de 30% da população tem ou terá algum distúrbio
mental durante a vida, sendo que os mais freqüentes são os transtornos de pânico e
ansiedade”, revela o psiquiatra Roberto Canton. “Os pacientes que sofrem de
transtorno do pânico e ansiedade costumam ter medo de sentir medo”, descreve o
médico. (Paranaonline.com 2013.)
Conforme Paranaonline.com. 2013; na vida profissional, o prejuízo também é
grande e as perdas na capacidade produtiva são significativas. Os profissionais na
área da segurança e vigilância ao ser expostos a situações de risco a sua
segurança, como assaltos e violência físicas e morais desenvolvem a síndrome de
pânico, que os expõem a faltas a afastamentos sem ter a mínima orientação e
acompanhamento profissional.
“A crise de pânico é uma reação fisiológica do corpo em que a glândula
suprarrenal produz uma quantidade muito alta de adrenalina, que age no cérebro –
especificamente no Sistema Nervoso Autônomo, responsável pela atividade
automática de várias funções” (GUERRA, 2015).
Figura 3 - Síndrome do pânico.
Fonte:www.parana-online.com.br, 2013
21
2.5 POSTURA DO PROFISSIONAL.
No tocante a postura do profissional em segurança e vigilância, segundo:
Oswaldo Michel. 2008, para que a postura no trabalho assegure conforto e não
acarrete problemas de saúde ao empregado é importante prestar atenção á
flexibilidade.
A variação das posições durante as tarefas favorece os movimentos das
articulações e proporciona economia de energia. Ficar muito tempo numa mesma
posição provoca cansaço. Mas em qualquer atividade existe uma postura base, que
é aquela em que a pessoa fica a maior parte da jornada de trabalho. (Oswaldo
Michel. 2008).
No caso da segurança patrimonial, em que é realmente necessário que o
profissional desenvolva postura, já que alem de mostrar respeito muitas empresas
da área de segurança privam por uma disciplina postural como carro chefe de
propaganda de seus profissionais.
Na visão ergonômica as empresas deveriam adotar uma nova política no
tratamento ao profissional, não somente pensando na valorização, mas sim na
saúde do colaborador; que em caso de doença ocupacional revertera a empresa de
um possível ônus extra desnecessário caso medidas de segurança fossem
adotadas.
Figura 4. Vigilante em postura em pé.
Fonte: g1.globo.com. 2015
22
De acordo com a definição da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia
Vascular (2010), as varizes são “veias dilatadas e tortuosas que se desenvolvem
sob a superfície cutânea”, que podem ser de pequeno, médio ou de grande calibre,
dependendo do estágio em que se encontram, sendo acometidas pela doença
varicosa, em geral, as veias dos membros inferiores: pés, pernas e coxas. (Vieira,
Lima, Lima 2010).
Na maior parte dos casos, Segundo Vieira, Lima, Lima 2010; os vigilantes
cumprem jornadas de oito horas diárias ou mais, como ocorre nas escalas 12 x 36.
Além de expostos a situações que podem provocar a fadiga geral, como intempéries
climáticas, ausência de água potável e de condições adequadas para refeições,
tensão e conflitos com o público, fazendo com que permaneçam na postura de pé
durante todo ou a maior parte do turno de trabalho, cuja postura é uma das razões
principais, devido às quais a jornada de trabalho é considerada como fonte de
fadiga.
Figura 5 - Banco para encosto do profissional.
Fonte: www.cmqv.org .2007
“A ergonomia tende a desenvolver postos de trabalho que reduzam as
exigências biomecânicas, procurando colocar o trabalhador em boa postura de
trabalho, os objetos dentro dos alcances dos movimentos corporais e que haja
facilidade de percepção e informações” (IIDA,1990).
23
2.6 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO PROFISSIONAL.
Nos dias de hoje existe uma nova visão quanto à profissão relacionada ao
profissional da área da segurança e vigilância patrimonial, mas em tempos remotos
o vigilante era conhecido como vigia, guardinha entre outros adjetivos referente à
profissão.
Com a regularização da profissão e a responsabilidade do controle sendo
passada a Polícia Federal (PF), o profissional passou a ser mais valorizado em
termos de profissão, todavia porem o profissional em segurança ainda desenvolve
muitas atividades as quais acarreta excesso de responsabilidades na maioria essas;
que deveriam ser realizadas por outros profissionais.
Figura 6 - Profissional em segurança realizando varias funções o mesmo tempo.
Fonte: oolhoquefala.blogspot.com.br . 2014.
Art. 1o A presente Portaria disciplina as atividades de segurança privada, armada ou desarmada, desenvolvidas pelas empresas especializadas, pelas empresas que possuem serviço orgânico de segurança e pelos profissionais que nelas atuam, bem como regula a fiscalização dos planos de segurança dos estabelecimentos financeiros. § 1o As atividades de segurança privada serão reguladas, autorizadas e fiscalizadas pelo Departamento de Polícia Federal - DPF e serão complementares às atividades de segurança pública nos termos da legislação específica (POLÍCIA FEDERAL, 2012).
24
No processo de terceirização dos serviços, uma empresa transfere as
atividades consideradas secundárias, em relação ao foco do negócio empresarial,
para outra pessoa (um terceiro). Essa forma contratual é comumente empregada
com o objetivo de reduzir gastos e preocupações com o gerenciamento das
atividades secundárias, como manutenção, conservação, limpeza e vigilância.
(Vieira, Lima, Lima 2010).
No âmbito da segurança privada, a terceirização é reconhecida como prática
legal,respaldada pelos ordenamentos jurídicos: Lei 7.102/83 e Enunciado 331 - TST,
entretanto,mesmo legalizada, na prática ela assume características que exigem uma
análise de suas repercussões para os serviços de vigilância prestados, para os
direitos trabalhistas e para a saúde dos trabalhadores. (Vieira, Lima, Lima 2010).
Os desvios de função referente às responsabilidades do profissional da
segurança podem sim acarretar problemas ergonômicos de saúde e psicológicos já
que os colaboradores são cobrados e responsabilizados para realizarem atividades
não concernentes a sua profissão, e a função a que foi treinado.
Sendo assim, segue algumas atividades desenvolvidas pelo profissional na
área de segurança e vigilância e suas aplicações ergonômicas:
2.6.1 Portaria
Segundo o site, garantefloriano.com (2012), em reclamatória trabalhista
movida contra um condomínio discute-se a função do porteiro e do vigilante. Dúvida
sobre o assunto foi encaminhada ao Telecondo (tele condomínio), que respondeu
nos seguintes termos (resumimos). Não se pode confundir a função de porteiro com
a função de vigia ou vigilante.
Porteiro é o funcionário que deve controlar o ingresso de pessoas, bens,
correspondência no edifício, isto é, limita-se a observar e monitorar a entrada, não
sendo responsável pela segurança do patrimônio. O porteiro limita-se a observar os
fatos, não estando obrigado à prestação de outros serviços, enquanto que os
vigilantes exercem funções mais complexas, em face das responsabilidades e do
preparo a que se submetem, sendo exigida, deles, a defesa policial, visando à
proteção de bens.
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O vigia exerce muitas vezes a atividade de segurança, mas não pode ser
incluído na categoria de vigilante, pois nesta há requisitos específicos.
A atividade de vigilante exige preparo para enfrentar situações de perigo, de
como agir ao verificar irregularidades no local, o ingresso de pessoas estranhas,
protegerem o patrimônio, noções de segurança pessoal.
A Lei 7.102/83 que dispõe sobre segurança para estabelecimentos
financeiro estabelece normas para constituição e funcionamento de
empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte
de valores, prevendo entre os requisitos para o exercício da profissão de
vigilante “ter instrução correspondente à quarta série do primeiro grau” e “ter
sido aprovado em curso de formação de vigilante” (BRASIL, 1983).
2.6.2 Telefonista ou recepção
Sem duvida nenhuma os empresários de hoje tentam unir o útil ao agradável
em suas empresas, eles contratam o profissional de segurança e os colocam a
realizarem varias atividades as quais não se referem a que foram treinados, como
recepcionar visitantes em empresas e atender e realizar ligações das empresas
contratantes. Trata-se de uma prática que pode se manifestar de formas variadas,
mais ou menos sutis, mas que implica sempre a exposição frequente dos
trabalhadores a situações vexatórias e constrangedoras, acarretando para os
mesmos sentimentos de menos-valia, insatisfação, desânimo, indignação, e
afetando, com o passar do tempo, sua autoestima e saúde mental, Segundo Vieira,
Lima, Lima 2010.
Já quanto aos atendimentos telefônicos os maiores riscos ergonômicos são
as doença auditivas e problemas psicológicos já que muitas vezes o profissional é
cobrado referente a problemas de atendimento aos clientes.
Há também os profissionais que desenvolvem problemas de dores de cabeça
constantes, que se não tratadas podem evoluir para enxaquecas e outras doenças
referentes as males do mal uso do telefone.
26
No concernente a lei o desvio de função Segundo o site Vitorperoca.com
2016; é uma infração grave, quanto a segurança o desvio de função tira a atenção
do profissional, podendo ocorrer um possível sinistro devido a falta de atenção do
vigilante ou segurança do local, que perde muito tempo em atendimentos telefônicos
ou recepção aos transeuntes da empresa em que presta trabalho.
Em ergonomia o desvio de função do vigilante na área da recepção e da
telefonia, pode resultar em problemas psicológicos em profissionais que devem
manter a atenção e a calma, a fim de responder de pronto em caso de sinistro em
ocorrência.
Nesta hipótese de desvio parcial e acúmulo de funções, os Tribunais
Regionais do Trabalho têm se posicionado de formas diversas, destacando-se os
seguintes pontos:
a) a princípio, o empregado não teria direito às diferenças salariais pelo
desvio de função parcial e acúmulo de função porque a remuneração de cada
função seria compatível com o exercício de todas elas;
b) o empregado não teria direito às diferenças salariais porque não realizava
todas as funções correspondentes às funções para as quais foi contratado;
c) o empregado teria direito a um acréscimo salarial proporcional,
considerando que o desvio foi parcial.
.
O ruído é uma palavra derivada do latim rugi tu que significa
estrondo. Acusticamente é constituído por várias ondas sonoras com
relação de amplitude e fases distribuídas 47anarquicamente, provocando
uma sensação desagradável, bem diferente da música. (MARTINS,
MARCELE SALLES. 2010 p.46).
27
2.6.3 Vigilantes em bancos e instituições financeiras
Quanto aos colaboradores da área de segurança em instituições financeiras,
como bancos ou empresas de transportes de valor, esses sim são vitimados com os
maiores problemas ergonômicos.
O profissional que prestam serviços em bancos, por exemplo, são obrigados a
ficarem por horas a fio em pé, e existem instituições bancarias que não permitem
que os vigilantes sequer se apóiem em algum apoio para descansar seus corpos,
forçados a ficarem em postura ereta.
Já os que colaboram em empresas de transportes de valores correm riscos
ergonômicos como possíveis, LER e DORT, já que tem que carregar malotes de
pesos variados e manuseá-los sem o mínimo cuidado, devido a urgência da entrega
dos valores nas instituições a qual prestam serviços.
Figura 7 - Ilustração de raio -X da Coluna
Fonte: www.educamundo.com.br.2011
As dores nas costas estão entre os principais motivos de consultas ao
médico e também entre as principais causas de afastamento do trabalho.
Embora possam estar relacionadas a diversas enfermidades as dores
lombares surgem, principalmente, em indivíduos sem qualquer outra doença
e, muitas vezes, são associadas ao estilo de vida de cada um, incluindo as
atividades no trabalho. Quando estão associadas às atividades profissionais
e pode-se estabelecer uma relação de causa e efeito entre o trabalho e a
dor é chamada de lombalgias ocupacionais (Sociedade Brasileira de
Traumatologia, 2011).
28
2.6.4 Seguranças Particulares em Eventos
Os seguranças que prestam serviços em eventos e segurança pessoal
podem sim ter dificuldades na área ergonômica; em eventos, aos quais prestam
serviço, os profissionais enfrentam horas em pé o que pode ocasionar doenças na
área circulatória.
Na área do emocional fica ainda mais difícil, já que em certos eventos como
boates e danceterias os profissionais enfrentam problemas psicológicos dos mais
variados, referente aos riscos de violência não só psicológica como também físicas.
E não é diferente com os seguranças particulares, que tem muitos riscos no
quesito psicológico já que tem que portar arma de fogo, e em uma situação de
perigo deve ter consciência de que a segurança do contratante vorá em primeiro
lugar.
O trabalho é realizado, na maioria das vezes, na posição de pé. Os
alojamentos destinados a eles, tanto de permanência (durante o dia) quanto os de
pernoite (nos casos de eventos realizados fora da cidade), apresentam uma
infraestrutura inadequada, com condições de acomodação e higiene precárias. Por
vezes, sequer há água tratada e, normalmente, o número de vestiários disponíveis
não atende às suas necessidades. (Vieira, Lima, Lima 2010 p. 121).
Figura 8 – Seguranca de eventos .
Fonte: buscaespaco.com.br/seguranca-de-eventos. 2014.
São considerados profissionais de segurança pessoal ou patrimonial os trabalhadores que atendam a uma das seguintes condições: a) empregados das empresas prestadoras de serviço nas atividades de segurança privada ou que integrem serviço orgânico de segurança privada, devidamente registrada e autorizada pelo Ministério da Justiça, conforme lei 7102/1983 e suas alterações posteriores. b) empregados que exercem a atividade de segurança patrimonial ou pessoal em instalações metroviárias, ferroviárias, portuárias, rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos, contratados diretamente pela administração pública direta ou indireta (BRASIL, 2013).
29
2.6.5 Monitoramento em Câmeras e Alarmes
Consta na NR 16 ANEXO 3, os serviços de Telemonitoramento/ telecontrole,
que são a execução de controle e/ou monitoramento de locais, através de sistemas
eletrônicos de segurança. Esses devem ser efetuados por vigilantes formados
(BRASIL, 2013).
E deve se então garantir ao profissional que presta esse serviço a mínima
condição ergonômica necessária para que o profissional possa exerce La com
precisão e profissionalismo.
Todavia conforme a figura 10 em anexo algumas empresas não privam pela
ergonomia do colaborador.
Os profissionais que prestam esse trabalho estão sujeitos a ter LER e DORT,
e problemas nos sistema circulatório devido a muitas horas em eu tem eu ficar em
inércia não permitindo uma circulação sanguínea necessária.
Figura 09. Trabalho de Monitoramento.
Fonte : http://www.sindivipa.com.br. 2012.
Telemonitoramento telecontrole. Execução de controle e/ou monitoramento de locais, através de sistemas eletrônicos de segurança. (BRASIL, 2013)
30
2.6.6 Guaritas e Portarias Avaliação Ergonômicas
Como podemos observar no nosso dia a dia, as guaritas e portarias são em
sua maioria ergonomicamente incorretas, afinal é nelas que os profissionais
responsáveis pela segurança dos patrimônios passam muitas horas de suas vidas
profissionais.
Foto 10. Guarita Ergonomicamente Incorreta.
Fonte: http://www.adiplantec.com.br.2010
“A ausência de locais para assentar ou de guaritas de proteção adequadas, isto é, equipadas para proteção contra as intempéries climáticas (calor, sol, chuva, frio, vento),agrava ainda mais essa situação” (LIMA, 2005. P. 79).
Conforme o site adiplantec.com. BR (2010), trabalhar por horas numa portaria
não é algo fácil. Ainda mais se a guarita não dispuser condições apropriadas,
considerando que o profissional além de ter que estar atento a tudo e todos por
vezes sofre com o sono fora de hora.
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Uma boa opção é a contratação de um arquiteto e um consultor de segurança
para planejar o layout, posicionar os equipamentos, o tipo de mesa/balcão e entre
outros, conforme listado:
·a) Disposição e tamanho: o local deve permitir a visibilidade total das
principais entradas; Quanto ao tamanho, deve ser levado em consideração a
quantidade de pessoas que lá trabalham e o tipo da utilização – se residencial,
comercial ou industrial; Devem possibilitar a movimentação dos profissionais com
tranquilidade, assim como acondicionar corretamente os equipamentos disponíveis.
O monitor, por exemplo, deve ter uma distância de aproximadamente 80 a 100 cm
do rosto do profissional e sua parte superior na altura dos olhos. (Adiplantec.com.
2010)
b) Equipamentos e utensílios: é importante que possua um eficiente sistema
de comunicação (para dentro e fora do condomínio), um assento ergonômico, uma
bancada para apoiar equipamentos e livros de controles, iluminação com dimmer e
ventilação adequada (se necessário ar-condicionado ou ventilador).
c) Iluminação: o portão da frente deve ser muito bem iluminado, pois ajuda no
trabalho de reconhecimento e permite que o profissional identifique sem dificuldades
quem está na entrada do prédio.
d) Blindagem: sem dúvidas que aumentam a segurança, mas é preciso que
haja boa infraestrutura no geral no condomínio (portões, muros, entradas bem
vigiadas). A blindagem deve ser feita na alvenaria e nos vidros.
e) Ventilação: a guarita precisa ser arejada. Locais abafados provocam
sonolência Se o local for pequeno, o uso de ventiladores ou ar-condicionado é
essencial, sobretudo durante o verão. Estes equipamentos são fundamentais para
um bom andamento do trabalho do profissional.
f) Iluminação externa: não somente da parte externa é importante, mas boa
iluminação interna também é essencial. Quanto melhor iluminada a portaria maior a
possibilidade de evitar sonolência.
g) Vidros: não devem possibilitar a visão de fora para dentro. Para isso, além
da película, o condomínio pode optar por vidros escurecidos de fábrica ou aumentar
a distância entre profissional e o visitante e ainda vidros em ângulo.
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· h) Cadeira/assento adequados: o assento deve possuir regulagem de altura,
sendo que e a altura deve estar condizente com a altura da bancada. Para as
bancadas mais altas, recomenda-se também um assento com apoio para os pés.
Prefira as cadeiras que possuam apoio para os braços e ergométricas que são as
aconselhadas para preservar a saúde do profissional.
i) Bebedouro: fundamental para que o funcionário se mantenha hidratado,
sobretudo em dias quentes; Outra estratégia é colocar café à disposição dos
porteiros, além de ser um bom aliado para afastar o sono (uma cafeteira elétrica
pode ser prática).
h) Banheiro: é recomendável, especialmente quando o condomínio trabalha
com um número reduzido de profissionais, embora não haja norma que obrigue.
Além de reduzir o tempo de espera para entrar ou sair do condomínio, diminui a
“exposição” deste profissional. Um cuidado é em relação à janela do banheiro. Ela
deve ser pequena para evitar possíveis invasões. Se houver blindagem, este local
não poder ficar de fora.
i)Televisão: não é recomendado pelos especialistas de segurança, por distrair
e provocar sono.
Foto 11 - Layout Portaria Segura
Fonte : www.sindiconet.com.br 2012.
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Diante do exposto, fica claro que nos dias de hoje a ergonomia ainda não é
uma constante na área da vigilância e segurança patrimonial.
Outro tema que é da maior importância que incluem a área da ergonomia do
profissional em segurança são os riscos psicológicos e emocionais a que os
vigilantes e seguranças são expostos.
Tendo como conseqüência o agravado número de acidentes e incidentes,
onde os profissionais são levados a extremos, como rompantes de violência e
lamentavelmente engorda os índices de suicídios e síndrome do pânico.
Tomando como base o que diz a NR 17, no concernente ao conforto que o
profissional deve ter para exercer sua função, a segurança patrimonial deixa muito a
desejar, já que seus profissionais em sua maioria desenvolvem doenças circulatórias
e posturais, como dores na coluna e chegando a uma possível trombose, e em não
se falando em LER e DORTs, que maltratam o profissional.
E por fim fica claro que a falta de segurança em muitas instalações, como
guaritas e portarias, expõem os profissionais a não só a perigos, como também e
principalmente a riscos ergonômicos que se não abordados causaram nos
profissionais da área da segurança, faltas e encostos, e atestados na área da saúde.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluindo todo o proposto, toda a parte de ergonomia na área da segurança
e vigilância patrimonial deve ser urgentemente repensada, e a visão de muitos
empresários, que somente visam lucros deve ser questionada.
Um real empenho na área da ergonomia e segurança física e emocional do
profissional que exerce essa função; tende a mudar números, em faltas e encostos
por problemas físicos e psicológicos, dos profissionais que querem apenas cumprir
com o dever a qual foram treinados e preparados.
No intuito de garantir a segurança dos contratantes, e a certeza de que sua
saúde física e emocional é respeitada e garantida no âmbito da ergonomia.
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