tcc mesa pedagógica infantil: a importância de estimular a aprendizagem

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11 1 INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO PROBLEMA O trabalho a ser apresentado trata-se de um Trabalho de Conclusão do Curso de Design de Móveis, referente ao projeto de uma mesa pedagógica infantil que ajude a estimular a aprendizagem desde a fase de iniciação à vida escolar. A escolha do tema foi possível graças à observação de mobiliários infantis existentes nas escolas. Observou-se que estes não possuem preocupação em estimular o interesse da criança em estudar, não obtendo diferencial no que diz respeito aos aspectos estéticos e simbólicos. É comum encontrar móveis infantis que atendem apenas aos requisitos funcionais básicos de um móvel, preocupando- se essencialmente em reduzir o tamanho e atender a principal função prática, que é a de apoiar objetos. Somente nos últimos anos o usuário infantil vem se beneficiando com o interesse por parte dos arquitetos e designers na aquisição de conhecimentos de sociologia, psicologia e ergonomia infantis com o objetivo de atender as reais necessidades das crianças. A criança em fase de iniciação escolar necessita de uma atenção especial. Ela precisa sentir-se familiarizada com o ambiente escolar e atraída por este, de modo que possa ser estimulada a aprender, relacionando o ambiente de estudo com algo prazeroso e benéfico para ela. Pensando nisso, chegou-se a proposta de projetar e desenvolver uma mesa pedagógica infantil, que fosse esteticamente atrativa e ergonomicamente confortável para as crianças, possuindo formato interessante, cores chamativas e fosse um produto diferenciado, com a intenção de influenciar positivamente na aprendizagem da criança. A metodologia do presente trabalho consiste em: realização de uma pesquisa referente ao desenvolvimento infantil, com relação ao processo de formação da aprendizagem de crianças entre 4 e 6 anos de idade; pesquisas referentes ao desenvolvimento infantil; pesquisa referente à adaptação da criança em fase de iniciação escolar, pesquisa com relação à aprendizagem e motivação, com relação ao lúdico e à importância do brincar, estudo de cores e uma pesquisa sobre ergonomia e materiais. Além disso, o trabalho abrange uma breve pesquisa de Mercado, observando quais as novidades e tendências do mercado e o que precisa

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Page 1: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

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1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO PROBLEMA

O trabalho a ser apresentado trata-se de um Trabalho de Conclusão do Curso

de Design de Móveis, referente ao projeto de uma mesa pedagógica infantil que

ajude a estimular a aprendizagem desde a fase de iniciação à vida escolar.

A escolha do tema foi possível graças à observação de mobiliários infantis

existentes nas escolas. Observou-se que estes não possuem preocupação em

estimular o interesse da criança em estudar, não obtendo diferencial no que diz

respeito aos aspectos estéticos e simbólicos. É comum encontrar móveis infantis

que atendem apenas aos requisitos funcionais básicos de um móvel, preocupando-

se essencialmente em reduzir o tamanho e atender a principal função prática, que é

a de apoiar objetos. Somente nos últimos anos o usuário infantil vem se

beneficiando com o interesse por parte dos arquitetos e designers na aquisição de

conhecimentos de sociologia, psicologia e ergonomia infantis com o objetivo de

atender as reais necessidades das crianças.

A criança em fase de iniciação escolar necessita de uma atenção especial.

Ela precisa sentir-se familiarizada com o ambiente escolar e atraída por este, de

modo que possa ser estimulada a aprender, relacionando o ambiente de estudo com

algo prazeroso e benéfico para ela. Pensando nisso, chegou-se a proposta de

projetar e desenvolver uma mesa pedagógica infantil, que fosse esteticamente

atrativa e ergonomicamente confortável para as crianças, possuindo formato

interessante, cores chamativas e fosse um produto diferenciado, com a intenção de

influenciar positivamente na aprendizagem da criança.

A metodologia do presente trabalho consiste em: realização de uma pesquisa

referente ao desenvolvimento infantil, com relação ao processo de formação da

aprendizagem de crianças entre 4 e 6 anos de idade; pesquisas referentes ao

desenvolvimento infantil; pesquisa referente à adaptação da criança em fase de

iniciação escolar, pesquisa com relação à aprendizagem e motivação, com relação

ao lúdico e à importância do brincar, estudo de cores e uma pesquisa sobre

ergonomia e materiais. Além disso, o trabalho abrange uma breve pesquisa de

Mercado, observando quais as novidades e tendências do mercado e o que precisa

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ser aperfeiçoado; uma pesquisa de campo com professores e alunos de 4 creches

da cidade de Curitiba, analisando quais as necessidades existentes. Contém

também um painel do usuário, onde são definidas as características do público alvo,

ou seja, para quem será direcionado o projeto. No item “projeto”, estão contidas as

gerações de alternativas com as possíveis sugestões de mesa pedagógica infantil e

a alternativa escolhida, bem como um “passo a passo” de como o móvel foi

fabricado e um memorial descritivo do mesmo.

É importante lembrar que as crianças, em fase de iniciação escolar,

encontram-se em plena fase de desenvolvimento e estão começando a possuir

noções de espaço, estando em constante movimentação. É a fase da descoberta,

do aprendizado. Portanto, o papel do móvel não é fazer com que as crianças fiquem

“estáticas” em seu ambiente de estudo, mas que interajam da melhor maneira

possível com ele, utilizando-o para desenvolver suas atividades pedagógicas e

recreativas de uma maneira prazerosa e divertida.

1.2 OBJETIVO GERAL

Desenvolver uma mesa pedagógica infantil que ajude a estimular o processo

de aprendizagem e desenvolvimento da criança, na faixa etária de 4 a 6 anos.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Desenvolver um conjunto de mesa pedagógica infantil e bancos, para crianças em

fase de iniciação escolar (de 4 a 6 anos), voltado para atividades pedagógicas;

- Propiciar o atendimento de algumas necessidades das crianças em termos

estéticos, lúdicos, funcionais e ergonômicos, estimulando assim o processo de

aprendizagem das mesmas;

- Estimular que a criança, durante a fase de iniciação escolar, comece a enxergar os

estudos como algo positivo e prazeroso a partir da inserção de um móvel atraente e

compatível com suas necessidades.

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1.4 JUSTIFICATIVA

A fase da infância é a fase de descobertas, de experimentações, ou seja, a

criança precisa ser estimulada a brincar, a interagir, a ler, a exercitar seu cérebro.

Pensando nisso, foi proposto o desenvolvimento do projeto de uma mesa

pedagógica infantil, podendo ser residencial ou institucional, que atendesse a essa

necessidade, que envolvesse a criança e estimulasse o processo de aprendizagem

da mesma.

Pretende-se com o presente trabalho, fazer com que as crianças passem a

enxergar o ambiente escolar, bem como os estudos, de uma maneira positiva, ao

contrário do que a grande parte das crianças acaba enxergando. Isso porque grande

parte delas não recebe a devida atenção na fase de iniciação escolar, fase esta

muito importante para o desenvolvimento infantil, já que representa uma grande

mudança em sua vida, envolvendo obrigações, responsabilidades, regras a serem

seguidas, disciplina e adaptação. É o momento de se adequar a um mundo novo e,

para isso, ela precisa se familiarizar com o ambiente de estudo, precisa sentir-se

segura, confortável e estimulada a desenvolver suas atividades pedagógicas.

O trabalho torna-se interessante pelo fato de no Brasil ainda haver uma

lacuna com relação à preocupação com o design do mobiliário infantil. Ao explorar

esse universo a pesquisa busca encontrar uma maneira de colaborar com a

satisfação dessa necessidade existente no mercado, de maneira a atender às

expectativas do público alvo visado.

A proposta é de interessante relevância, já que envolve uma das principais

questões nacionais, a questão da Educação, principalmente no que diz respeito à

fase de iniciação escolar, já que é nesse período que a criança acaba decidindo seu

interesse pelos estudos, o que, inevitavelmente, acaba influenciando em sua futura

vida acadêmica e profissional.

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1.5 METODOLOGIA

A metodologia do presente trabalho consistiu em: realização de uma pesquisa

referente à aprendizagem e desenvolvimento infantil, estudando especificadamente

crianças entre 4 e 6 anos de idade; pesquisas referentes à adaptação da criança em

fase de iniciação escolar, pesquisa com relação à importância do lúdico na infância,

pesquisa com relação à importância das cores no universo infantil, pesquisa

ergonômica, pesquisa sobre a influência do design do mobiliário infantil no

comportamento e aprendizagem das crianças, estudo de materiais, pesquisa de

mercado, observando quais as novidades e tendências do mercado e o que precisa

ser aperfeiçoado, pesquisa de campo em quatro centros de educação infantil da

cidade de Curitiba, analisando quais as necessidades existentes e pesquisa com

relação aos materiais utilizados. Para o desenvolvimento do projeto primeiramente

foi montado um painel do usuário, especificando qual o público-alvo a ser atingido.

Posteriormente foram feitas gerações de alternativas, através de esboços, que foram

transpassados em maquete eletrônica para melhor visualização, com as possíveis

sugestões de mobiliário infantil para estudo. A alternativa final se deu, analisando

aspectos positivos e negativos de cada alternativa e buscando solucionar os

problemas existentes em cada uma, buscando uma maneira de melhorá-la e torná-la

viável tecnicamente. O trabalho também traz um “passo-a-passo” de como o móvel

foi desenvolvido dentro da Universidade, além de ilustrações que representam sua

inserção em dois ambientes: quarto infantil e sala de aula. Para finalizar, há um

memorial descritivo sobre o móvel.

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2 A CRIANÇA E A INFÂNCIA

A criança é um ser humano em desenvolvimento que explora o mundo ao seu

redor, através de situações vivenciadas no seu espaço. É através de sua atitude de

curiosidade, juntamente com o auxílio dos pais, professores e do meio em que vive,

que a criança aprende a identificar situações, pessoas e objetos e a interagir com

eles.

Segundo Rochael (2009), a infância é o período que vai desde o nascimento

até aproximadamente o décimo primeiro ano de vida de uma pessoa. É um período

de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do

peso da criança - especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a

puberdade. Mais do que isto, é um período onde o ser humano desenvolve-se

psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento da pessoa e

na aquisição das bases de sua personalidade.

Neste capítulo serão abordadas questões relacionadas ao desenvolvimento

infantil, especificamente os gradientes de desenvolvimento durante a faixa etária de

4 a 6 anos.

2.1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL

De acordo com Vieira (2007) a infância é uma fase de muitas mudanças,

formulações, experiências, significações, ressignificações e aprendizados. Porém,

como as mudanças no mundo infantil acontecem de uma forma dosada e gradual, o

adulto tende a interpretar erroneamente, que o mundo da criança é semelhante ao

seu; todavia a criança possui uma natureza singular, sente e pensa o mundo de um

jeito muito próprio. Ela inclusive pode ser caracterizada por certas características

referentes ao estágio de seu crescimento e desenvolvimento.

A criança passa por inúmeras mudanças durante seu processo de

desenvolvimento: mudanças físicas, motoras, biológicas e psicológicas. Baynes

(1992) defende que a infância é um período de desenvolvimento físico e mental

rápido e intenso, e, portanto, a importância das experiências para o desenvolvimento

sadio da criança, não pode ser menosprezada. Porém é necessário lembrar que o

amadurecimento de cada criança é algo pessoal, ou seja, não é verificado da

mesma maneira em todas as crianças. O desenvolvimento infantil envolve muitas

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variáveis, como saúde física e mental, a influência das relações sociais e

ambientais, o acesso à educação, entre outras características psicológicas próprias

de cada um. Porém, de acordo com diversos estudos no ramo da psicologia e

pedagogia, podem-se determinar gradientes de desenvolvimento, que facilitem o

estudo acerca do desenvolvimento infantil. Estes gradientes servem para determinar

as tendências e os esquemas de comportamento infantil. De acordo com Gessel

(1987), gradiente do desenvolvimento é uma série de fases ou graus de maturidade

por onde a criança vai progredir em direção a um nível mais elevado de

comportamento. O gradiente de desenvolvimento serve como um quadro de

referência, pois o plano geral de desenvolvimento encontra-se fora do nosso

alcance.

Ainda de acordo com Gessel (1987) o desenvolvimento infantil é um processo

contínuo e gradativo:

“A personalidade da criança é o produto de um crescimento lento e gradual. O seu sistema nervoso amadurece por graus e seqüências naturais. Ela senta-se antes de se por em pé, balbucia antes de falar, diz “não”, antes de dizer sim”, inventa antes de dizer a verdade, desenha uma circunferência antes de desenhar um quadrado, é egoísta antes de ser altruísta, depende dos outros antes de depender de si própria. Todas as suas capacidades, incluindo as morais, estão sujeitas a leis do desenvolvimento.”(GESSEL, 1987).

O autor sustenta essa idéia ao afirmar que todo crescimento depende de um

crescimento anterior. A criança é, assim, o resultado da essência de seu passado.

Dessa forma, para o autor, a sua psicologia aos cinco anos, é o “produto” de tudo o

que lhe aconteceu nos quatro anos decorridos após o nascimento - e nas quarenta

semanas que o precederam.

De acordo com Gessel (1999), todas as crianças são únicas, mas todas elas

são também membros de uma só espécie humana. Em obediência às características

da espécie há seqüências do crescimento que quase nunca são alteradas. O

domínio motor dos olhos precede o dos dedos, o equilíbrio da cabeça precede o

equilíbrio do corpo, a preensão palmar precede a digital, apreensão voluntária

precede o abandono voluntário. Estes são apenas alguns exemplos simples da

ordem seqüencial inerente à estruturação do comportamento da criança, desde as

suas manifestações mais simples às mais complexas.

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2.2 GRADIENTES DE DESENVOLVIMENTO

Segundo Gessel (1999), os gradientes do desenvolvimento são quadros que

podem indicar em que fase da maturidade a criança se encontra e que tipos de

comportamentos ela pode apresentar. A finalidade dos gradientes é a de determinar

a posição aproximada que a criança ocupa diante das várias seqüências do

desenvolvimento.

A seguir serão apresentados os gradientes de desenvolvimento infantil de

crianças entre 4 a 6 anos de idade, a faixa etária escolhida para o público-alvo.

2.2.1 A criança de 4 anos

A criança de 4 anos é afirmativa e expansiva, começa a adquirir certa ordem

lingüística. Explode de atividade motora, corre, pula num pé só e salta. Possui

grande atividade mental, traduzida num descuidado emprego de palavras e uso de

imaginação e fantasia. Nessa fase, a criança tende a sair dos limites, principalmente

na linguagem e nas suas proezas imaginativas. É alegre e viva e possui uma boa

coordenação motora. (GESSEL, 1987).

O segredo da psicologia da criança de 4 anos está na sua intensa energia

associada a uma organização mental de grande mobilidade. A sua criação de

imagens mentais é muito volátil. Move-se de uma configuração para outra com

grande agilidade. Nas brincadeiras teatrais envolve-se nos papéis e sai deles com a

maior facilidade. No desenho é, muitas vezes, um autêntico improvisador. (GESSEL,

1987).

Segundo Rochael (2009), a criança de quatro anos apresenta integração do

automatismo corporal. É vigorosa nas brincadeiras, seu ritmo corporal está repleto

de novas conquistas e habilidades: anda com firmeza, corre depressa, sobe em

lugares altos e difíceis. Ao ar livre é irrequieta, necessita gastar energia, praticar

atividades físicas. Seu vocabulário é rico (mais de 2000 mil palavras), pode-se

concentrar por períodos de 30 minutos e é capaz de criar suas próprias atividades.

Faz perguntas e se interessa pela morte, nascimento, pessoas, Deus, diferenças

sexuais. Reconhece partes do corpo e interessa-se por gestos e roupas de adultos.

É capaz de realizar construções elaboradas, pode vestir-se, abotoar roupas e

realizar a higiene pessoal. A figura humana está presente nos desenhos e retrata

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coisas que já viu. Recorta papéis e segura objetos como lápis e pincéis. Nessa fase,

a colagem é uma atividade apreciada.

Ainda Segundo Rochael (2009), na comunicação, a criança expressa palavras

sem sentido e palavrões. Consegue dizer seu nome, sobrenome e idade. Canta

pequenas canções e faz perguntas com freqüência. Fala muito sozinha e sua

imaginação é fértil. Necessita de experiências e vivências, pois as idéias são

maiores que as capacidades. Suas emoções são extremas: ou gosta muito ou

detesta. Tem noções de limite. Mostra-se afetuosa, demonstra autoritarismo,

expansividade e iniciativa. Gosta de ser elogiada e se auto-elogia.

Demonstrações de medo são evidentes, recomenda-se cuidado com a

temática das histórias contadas. Tem noção de rua e cidade e é capaz de

representar itinerários mentalmente.

As crianças nessa faixa etária passam a se identificar com outra pessoa por

causa de vários motivos, incluindo laços de amizade (um amigo ou uma pessoa

próxima como outro parente ou uma babá, por exemplo) e semelhanças físicas e

psicológicas. Também passam a ver diferenças entre pessoas do sexo masculino e

feminino, tanto nos aspectos físicos quanto nos aspectos psicológicos, como os

estereótipos dados a ambos os sexos pela sociedade (exemplos: menino brinca com

bola, menina brinca com boneca). Crianças desta faixa etária começam a

desenvolver os aspectos básicos de responsabilidade e de independência,

preparando a criança para o próximo estágio da infância e os anos iniciais de escola.

Elas são altamente ativas em geral, estão constantemente explorando o mundo à

sua volta. Passam também a aprender que na sociedade existem coisas que eles

podem ou não fazer.

Figura 01: Crianças de 4 anos

Fonte:http:/ /psicologiaeeducacao.wordpress.com/

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2.2.2 A criança de 5 anos

De acordo Rochael (2009), a criança de 5 anos apresenta um evidente

progresso em seu crescimento: são mais altas e com proporções diferenciadas das

outras. Com ares importantes, tratam os menores com superioridade. Querem ser

reconhecidas, necessitando apoio e responsabilidade delegados por quem lida com

elas. A criança nessa faixa etária planeja suas atividades: a idéia precede a ação, o

que significa pensar antes de agir.

Com um vocabulário rico, vence maiores dificuldades de pronúncia e faz

muitas perguntas. Apresenta precisão e destreza na motricidade para pedalar,

correr, sentar, nadar, atirar e virar cambalhotas; tem bom conhecimento das

proporções corporais e apresenta certa independência.

A motricidade fina está mais hábil: dá nós simples, modela, manipula,

constrói, veste-se sozinha; domina atividades gráfico-plásticas. Consegue dentro de

seus limites amarrar, abotoar, usar talheres para comer e escrever seu primeiro

nome. Com iniciativa e idéias próprias, é mais autocrítica e segura. Apresenta

ansiedade em relação a coisas cuja explicação desconhece, mas aceita regras e

limite, conseguindo jogar cooperativamente. É sociável, tem interesse pelos vizinhos

e pessoas novas, demonstrando sentido mais seguro do “eu”.

A mãe continua sendo o centro de seu universo, embora esteja muito mais

independente dela. Interessa-se pelo tempo presente e compreende a relação

dia/noite; manhã/tarde.

Crianças nessa idade gostam de contos de fada, vivem no mundo da

imaginação. Nessa época a criança precisa tornar familiar o que já é familiar, por

isso é comum a preferência por representações domésticas, já que a vida em família

ainda é uma novidade. (GESSEL, 1999). Uma das maneiras de facilitar esse

processo, é por meio de brincadeiras que representem essas relações, como

“brincar de casinha” e de boneca.

Aos cinco anos a criança está apta a enfrentar a simples vida comunitária de

uma sala de aula. Nas suas características emocionais, na sua inteligência geral e

na faculdade de adaptação revela estar de posse de um sistema de ação bem

organizado e bem desenvolvido. Os cinco anos são, segundo Gessel (1987), uma

idade nodal. É o período em que a criança encontra-se numa fase de ajustamento

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equilibrado consigo própria e com seu ambiente. É o período em que ela já tem

marcada sua individualidade.

Gessel (1987) afirma que aos cinco anos e meio a criança passa por uma

fase bipolar, tentando ao mesmo tempo encontrar-se e descobrir seu novo ambiente.

A escolha e a conciliação entre os dois pólos criam-lhe tensões e hesitações, já que

novos problemas de desenvolvimento estão sendo resolvidos, por isso é comum

haver dificuldades e instabilidades durante o percurso de sua educação formal.

Sendo assim, elas necessitam de muito apoio, responsabilidade, brincadeiras

em grupo, oportunidade para concentração e boa orientação.

A seguir será estudada a faixa etária especificada no projeto (4 a 6 anos de

idade) com relação ao seu nível de desenvolvimento. Este estudo é essencial, já que

é necessário conhecer o público-alvo a ser atingido, antes de iniciar o projeto.

Figura 02: Crianças de 5 ano s

Fonte:http://psicologiaeeduc acao.wordpress.com/

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2.2.3 A criança de 6 anos

Segundo Rochael (2009), o crescimento físico da criança de 6 anos é

acentuado e difere-se de outras idades pela perda dos dentes de leite. Consegue

vestir-se sozinha, precisa de espaço para realizar suas atividades. Canta muito,

dramatiza, faz comparações e tem senso de humor apurado, possui boa

comunicação e gosta de repetir palavras aprendidas.

Suas vivências são relatadas com prazer, querendo transformar o mundo num

laboratório de experiências; faz muitas perguntas, gosta de planejar passeios,

querendo fazer tudo à sua maneira. O adulto deve encorajá-la a ouvir e saber falar

na hora exata, sempre estimulando a expressão livre para um bom desenvolvimento

do vocabulário em conversações.

O interesse pelas horas já se faz notar, assim como pelas ciências. Dá

notícias das ocorrências mundiais e sua concentração pode ultrapassar 60 minutos.

Sente necessidade da matemática e seu desenvolvimento favorece um interesse

natural e crescente pela leitura (curiosidade pela língua escrita). A racionalização

também é uma habilidade que é aprendida e constantemente melhorada. Até o

quinto ou sexto ano de vida as crianças muitas vezes procuram resolver problemas

através da primeira solução - certa ou não, racional ou não - que vem à sua mente.

Após o sexto ano de vida, a criança passa a procurar por diversas soluções, e a

reconhecer a solução correta ou aquela que mais se aplica à solução do problema.

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Figura 03: crianças de 6 anos

Fonte:http://psicologiaeed ucacao.wordpress.com/

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3 APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO INFANTIL

A partir do nascimento a criança vai sendo apresentada ao mundo, fazendo

uso de seus sentidos para explorá-los, internalizando nomes, cores, sensações,

sentimentos, percepções, gostos, cheiros, fazendo associações entre as

informações que recebe. A arrumação ou disposição dessas informações recebida

pela criança é chamada aprendizagem.

Segundo Bee (1984) a aprendizagem é algo que deve ser significativo na vida

do indivíduo, onde se sobressai a qualidade de um envolvimento pessoal

permanente e que vai ao encontro das necessidades do sujeito.

É importante lembrar que ocorre aprendizagem sempre que, ao receber

estímulo, de alguma forma o indivíduo responde ao ambiente. A interação, portanto,

é um fato que está presente nas aprendizagens.

Foi a partir do século XX , com os estudos mais aprofundados em psicologia,

que começaram a surgir teorias explicativas do funcionamento do processo do

aprender. A partir dos estudos realizados ao longo do século XX, percebeu-se que

era através da aprendizagem que o homem adquiria hábitos e comportamentos.

Além disso, a aprendizagem passou a ser definida como o processo de aquisição de

novos conteúdos a partir de um sistema de trocas (homem-meio) constante. Nesse

ponto nota-se alguns elementos do processo de aprendizagem. São eles: memória,

atenção, interesse e inteligência.

Segundo La Rosa (2002), todos os humanos tem potencialidade para

aprender e curiosidade natural para isso. Porém, na aprendizagem, tudo o que é

novo é considerado uma ameaça e a pessoa ao se sentir ameaçada pela novidade,

tende a não querer modificar-se. Ou seja, a aprendizagem é sempre uma mudança

na organização do self (“si mesmo”) e na sua percepção – por isso tende a provocar

resistências. Dessa forma é importante que o indivíduo sinta-se motivado a

aprender, buscando o conhecimento de acordo com seus interesses e seu ritmo

pessoal. Esta aprendizagem, por conseqüência, será mais duradoura e persistente.

Para que ocorram as aprendizagens é necessário um estado de alerta

(moderado), impulso, vontade e desejo de aprender, ou seja, motivação. Sabe-se

que aquilo que não é tomado como significativo, tende a ser abandonado.

De acordo com La Rosa (2002), as aprendizagens sempre ocorrem na vida

do homem, porém, existem algumas condições que podem favorecê-las ou inibí-las,

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tais como condições físicas, psicológicas , ambientais ou sociais. Para o autor, as

condições psicológicas da aprendizagem dizem respeito à motivação do indivíduo,

ou seja, à forma como este se mobiliza e direciona sua ação na aprendizagem.

Sendo a motivação um processo interno e constituindo-se em uma resposta pessoal

do indivíduo frente à determinada situação, está também na dependência

(especialmente em alunos mais novos) do incentivo propiciado pelo professor.

As situações ambientais que influem na aprendizagem dizem respeito a um

ambiente adequado e reforçador, que possua condição de acomodação física, de

temperatura, iluminação e ventilação agradáveis. Todos esses aspectos tendem a

favorecer as aprendizagens em eficácia e realização.

A aprendizagem pode ser dada de maneira informal, através das variadas

interações em diversos ambientes, circunstâncias e com diferentes indivíduos

através da experiência diária - a chamada aprendizagem circunstancial. Ou pode ser

formal, onde os eventos devem ser organizados e planejados. Por exemplo, sala de

aula.

Aprendizagem não é apenas ampliar o número de informação e

conhecimentos, mas principalmente, constitui-se na mudança que opera no sujeito

através das experiências.

Segundo Koffka (apud Piaget, 1998) o desenvolvimento refere-se a um

âmbito mais amplo que a aprendizagem. A criança aprende a realizar uma operação

de determinado gênero, mas ao mesmo tempo está obtendo outros tipos de

conhecimentos, pois todo o caminho que ela utiliza para chegar até o conhecimento

(suas dúvidas, suas pesquisas, conversas) também faz parte da aprendizagem e

acaba por contribuir para o desenvolvimento da criança. Ao dar um passo em frente

no campo da aprendizagem, a criança dá dois no campo do desenvolvimento. Por

isso aprendizagem e desenvolvimento não são coincidentes.

De acordo com Rosa (2007) a memória é um fator bastante importante na

aprendizagem, pois que, sem ela, as aprendizagens se tornariam sem significado. É

a memória o elemento que faz a ligação entre o ontem e o hoje e, embora não

existam ainda conhecimentos substanciais acerca de seu funcionamento, sabe-se

que, através dela, pelo menos em parte, aquilo que foi aprendido fica retido e, de

alguma forma, alguns fatos podem ser reativados pela lembrança. A memória é um

elemento importante porque permite a identificação do ontem, estabelecendo

relação com o hoje, o agora.

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É interessante ressaltar que a aprendizagem da criança inicia-se muito antes

da aprendizagem escolar. A aprendizagem escolar não parte do zero. Por exemplo,

a criança começa a estudar aritmética, mas já muito antes de ir à escola, adquiriu

determinada experiência referente à quantidade, encontrou já varias operações de

divisão e adição, complexas e simples. Portanto, a criança já se deparou com

problemas semelhantes, antes mesmo de aprender na escola sobre aritmética. Ou

seja, a aprendizagem escolar é precedida de uma etapa perfeitamente definida de

desenvolvimento, alcançado pela criança antes de entrar para a escola.(PIAGET,

1998).

Toda e qualquer aprendizagem, quer seja hábito, informação, conhecimento

ou aprendizagens de sentimentos e emoções, são importantes para a vida porque

vão levar o indivíduo ao sentido de adequação e participação no meio. Pela

aprendizagem é possível o conhecimento. Só o conhecimento é que possibilita ao

homem a descoberta de novas teorias, novos métodos e novos padrões que podem

levar a espécie humana a progredir, no sentido de melhores condições de vida e

também no que se refere à compreensão dos fenômenos que caracterizam o ser

humano. (ROSA, 2007).

Segundo Vygotsky (2007) a aprendizagem deve ser considerada como um

fator de desenvolvimento. De acordo com o autor, se a aprendizagem está em

função não só da comunicação, mas também no nível de desenvolvimento

alcançado, adquire então importância especial. Trata-se de compreender como

funcionam esses mecanismos mentais que permitem a construção dos conceitos e

que se modificam em função do desenvolvimento.

Neste tópico foram abordados conceitos sobre aprendizagem e sua

importância. Esta pesquisa é essencial, pois contempla o objetivo do trabalho:

estimular a aprendizagem das crianças. No próximo capítulo serão abordados os

seguintes tópicos: teorias sobre o processo de aprendizagem, adaptação da criança

em fase de iniciação escolar e aprendizagem x motivação.

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3.1 TEORIAS SOBRE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Um conjunto de teorias foi sendo criado para explicar de que forma o ser

humano aprende ao longo de seu desenvolvimento. Geralmente as teorias da

aprendizagem estão associadas às teorias de desenvolvimento humano, justamente

porque é durante o desenvolvimento que vai da infância à fase adulta, que pode-se

observar como as crianças, jovens e adultos constroem suas aprendizagens.

O primeiro grande conjunto de teorias que tentou explicar a aprendizagem

foram as teorias inatistas. De acordo com Ferreira (1986, p 929), inatista significa

aquilo que “nasce com o indivíduo, congênito, que pertence à natureza de um ser.”

Assim, as teorias inatistas são aquelas que acreditam na existência de idéias

ou princípios, independente da experiência. Ou seja, para essa corrente teórica, a

aprendizagem independe daquilo que é vivido pelo sujeito, independe das suas

experiências no mundo, estando a aprendizagem relacionada à capacidade

congênita do sujeito de desempenhar as tarefas que lhe são propostas.

Segundo Moura, Azevedo e Mehlecke (2006) o inatismo opõe-se à

experimentação por considerar que o indivíduo, ao nascer, já traz determinadas

condições do conhecimento e da aprendizagem que se manifesta, ou

imediatamente, ou progressivamente, durante o processo de seu desenvolvimento

biológico. Assim, toda a atividade de conhecimento passa a ser exclusivamente do

sujeito que aprende, sem participação do meio.

Já as teorias ambientalistas levam em consideração o meio no qual a criança

está inserida. O ambiente passa a ser o grande responsável pelo que a criança

aprende. A criança aparece como uma folha em branco, na qual serão inseridos

hábitos, comportamentos e demais aprendizagens.

Tanto no caso das teorias inatistas quanto no caso das ambientalistas, não se

fala em interação entre o dentro e o fora, ou seja, entre a criança e suas estruturas

internas e o meio no qual está inserida. Essa relação passa a ser encontrada no

conjunto de teorias conhecido como interacionistas, da qual fazem parte as teorias

construtivistas, que têm como principal teórico Jeam Piaget.

As teorias interacionistas percebem a aprendizagem como um processo de

inter-relação entre o sujeito e o objeto, ou melhor, é através da interação do sujeito e

do objeto que o aprendiz extrai aquilo que quer conhecer e as informações

necessárias para seu uso, caracterizando um tipo de aprendizagem ativa.

Page 17: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

27

Dessa maneira o construtivismo, além de ver a aprendizagem como um

processo de interação entre o sujeito e o objeto do conhecimento, também considera

o aprendizado um sujeito ativo, construtor (daí a origem do termo construtivismo) de

seu próprio conhecimento. É a partir das relações estabelecidas que ocorre não só a

construção de um tipo específico de aprendizagem, mas também uma

aprendizagem mais humana, que envolve não apenas os processos mentais ou

estímulos gerados no meio, nem tão somente a interação do sujeito com o objeto do

seu interesse, mas passa a levar em consideração também as relações

estabelecidas pelo sujeito durante o seu processo de aprender, colocando em foco a

relação de sala de aula, ou mais especificadamente, a relação professor-aluno.

Dentro do processo de aprendizagem duas coisas são muito importantes: a

memória e a atenção.

A memória é tratada como a capacidade de armazenamento de informações

no cérebro, ou ainda como a capacidade de resgatar aquilo que foi armazenado.

Segundo Teelving e Thomsom (1973), apenas aquilo que foi armazenado

pode ser recuperado e a maneira em que pode ser recuperado depende de como foi

armazenado. É por isso que a memória é um processo importante para aprender, o

que não significa dizer que só aprendemos memorizando, mas que ela nos auxilia

quando precisamos de alguma informação anterior.

Existem muitas teorias sobre a memória, mas uma das mais atuais é a que

faz uma analogia entre a memória humana e a memória dos computadores, a partir

dos sistemas de input (entrada) e output (saída) de informações, onde as mesmas

são acessadas a partir de estímulos dados pelo usuário. No caso, os aprendizes.

De acordo com Eysence e Keane (1994), o termo “atenção” tem sido utilizado

de muitas maneiras, dentre as quais destaca-se a que considera a atenção um

processo de concentração. Pode-se dizer que a concentração ocorre a partir de

estímulos que tanto podem ser internos quanto externos. Geralmente prestamos

atenção nas coisas ou objetos que nos despertam algum tipo de interesse. Esse

interesse pode ser gerado por estímulos internos, (como a vontade de conhecer

algo) ou por estímulos externos (necessidade de aprender para passar no

vestibular). Logo, uma aula desinteressante, desconectada dos interesses dos

alunos e de suas faixas etárias, provavelmente não provocam estímulos suficientes

para que os alunos se mantenham atentos ao que os professores estão dizendo em

sala de aula.

Page 18: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

28

Dessa maneira pode-se dizer que a capacidade de concentração e a memória

estão intimamente ligados com o processo de aprendizagem.

3.2 ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA EM FASE DE INICIAÇÃO ESCOLAR

De acordo com Maturana (1997, p.105) estuda-se que na maioria das

culturas, o ingresso da criança na escola corresponde a uma fase de

desenvolvimento socialmente decisiva. Verifica-se que nesta etapa, a criança

experimenta a necessidade de ser reconhecida pela realização das tarefas

valorizadas pelo ambiente. O aprender na escola, torna-se especialmente marcante

nas etapas iniciais de escolarização, cumprindo importante papel no processo do

desenvolvimento da criança. Sabe-se que no processo de aprender, variáveis

afetivas e cognitivas são consideradas como importantes na compreensão e no

envolvimento da criança, influenciando o desempenho escolar.

É sabido que o sucesso escolar depende, em grande maioria, de

características emocionais que foram cultivadas nos anos que antecedem a entrada

da criança na escola. A primeira oportunidade para moldar os ingredientes da

inteligência emocional é nos primeiros anos, embora essas aptidões continuem a

formar-se durante todo o período escolar. Por isso é importante que os pais

estimulem a inteligência emocional de seus filhos para aprendizagem escolar,

trabalhando neles o interesse e a auto-confiança em aprender, para que sejam

capazes de realizar tarefas escolares e expressarem suas necessidades em

companhia de outras crianças. (MATURANA, 1997).

De acordo com o pediatra e psicanalista D. W. Winnicott (1975), quando

estamos falando em separações, em situações novas e desconhecidas a criança

experimenta angústia, medo e desamparo e por isso, precisa de apoio, para se

sentir segura e familiarizada com o ambiente. A fase de iniciação escolar é um

exemplo disso, já que se trata de uma transição extremamente importante na vida

da criança e da mãe. É a primeira separação real dos dois, marcando a entrada da

criança no mundo social. Evidentemente isso não pode acontecer de forma brusca.

Por isso é necessário que a escola represente algo positivo para a criança, um local

amigável de aprendizado, onde ela possa interagir com outras crianças e realizar

diversas atividades que auxiliem em seu desenvolvimento. Isso porque ela passará

Page 19: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

29

grande parcela de sua vida em instituições de ensino. Portanto, a escola

representará uma parte importante da vida da criança durante a maior parte de seus

anos de desenvolvimento. É papel dos pais ou responsáveis estimularem seus filhos

a freqüentarem as escolas, acompanhá-los em suas atividades escolares e

oferecerem apoio e motivação às crianças, principalmente durante o processo de

iniciação à vida escolar.

Observa-se que na fase de descoberta e aprendizagem infantil acontecem

vários níveis sensitivos, tudo é concreto, palpável, tem gosto, cheiro, volume, toma

forma para ser aprendido e descoberto para se fazer real no mundo da criança.

Essas descobertas levam à criança às abstrações favorecendo interações para suas

hipóteses sobre o mundo. Com isso prevê-se que a educação básica é o que

garante habilidades que serão desenvolvidas no futuro como compreensão,

flexibilidade de raciocínio para solucionar problemas, incentivo à liderança, à

iniciativa, autonomia e habilidades de comunicação.

3.3 APRENDIZAGEM X MOTIVAÇÃO

De acordo com Rosa (2007) “ é através da aprendizagem que o homem muda

e transforma o meio”. A aprendizagem pode ser definida como uma modificação

sistemática do comportamento, por efeito da prática ou experiência, com um sentido

de progressiva adaptação ou ajustamento”. (CAMPOS, 1986).

De acordo com Luria et all (1990) a motivação para aprender pode ser

determinada em grande parte pelos valores que apóiam e que justificam esta

aprendizagem. Por exemplo, aprender com o objetivo de se tornar um bom

profissional ou a fim de se qualificar para o mercado de trabalho. Por outro lado, a

“capacidade” de aprender é determinada em grande parte pela motivação interna,

dentro dos limites do desenvolvimento.

Segundo Neto (2005) o reforço externo, relativo à performance das

habilidades adquiridas vinda dos pais e conhecidos, possibilita o incentivo a

motivação. Se a performance for percebida pela criança, ao adquirir um

aperfeiçoamento, então, poderá levá-la a uma boa auto-estima, e também à

motivação intrínseca ou interna. Por outro lado, a criança que pouco percebe as

suas competências, necessita de maior estímulo externo, possui baixa auto-estima e

Page 20: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

30

demonstra-se ansiosa, e ainda, enxerga pouca perspectiva de melhora em suas

habilidades.

Neto (2005) defende que é necessário conciliar o desenvolvimento da

motivação intrínseca da criança (pela auto percepção dos avanços obtidos), com o

apoio da motivação externa (avaliação dos adultos, informações a respeito, elogios

verdadeiros). Este tipo de desenvolvimento requer acompanhamento, contato e

participação. Os afetos devem estar presentes, uma vez que são fonte fundamental

de motivação, além das informações que se fazem presentes em cada situação. Boa

dose de paciência e vontade complementam o arsenal de instrumentos necessários

ao adulto para que colabore quanto ao desenvolvimento motivacional da criança.

A motivação deve receber especial atenção e ser melhor considerada pelas

pessoas que mantêm contato com as crianças, realçando a importância desta esfera

em seu desenvolvimento. A motivação é a energia para a aprendizagem, o convívio

social, os afetos, o exercício das capacidades gerais do cérebro, da superação, da

participação, da conquista, da defesa, entre outros.

A criança se sente motivada a executar muitas tarefas em virtude do

reconhecimento e impressões daqueles com quem convive, na tentativa de

demonstrar a sua evolução e as conquistas que realiza. Os bons motivos serão

sempre a chave para o desenvolvimento natural da criança, além de gerar harmonia

entre os elementos internos e externos, parte da própria natureza humana. (NETO,

2005).

Este tópico possui extrema importância, já que abordou a questão da

motivação, ou seja, a principal maneira de atingir o objetivo do projeto: estimular o

desenvolvimento de crianças em fase de iniciação escolar.

Figura 04: Criança aprendendo a escrever

Fonte: http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/

Page 21: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

31

4 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA INFÂNCIA Martins (1999) acredita que o lúdico acerca as fantasias descompromissadas

com a realidade, e que proporciona aos objetos o ganho de poderes humanos, e aos

humanos, poderes sobre-humanos. Em outras palavras, é o lúdico que aguça a

imaginação e que está presente em produtos, brincadeiras e jogos. E se o lúdico

está intimamente ligado à imaginação, esta por sua vez está ligada a jogos,

brinquedos e brincadeiras.

Segundo Marinho (1992), a ludicidade é um dos principais eixos norteadores

do processo ensino-aprendizagem, pois possibilita a organização dos diferentes

conhecimentos numa abordagem metodológica com a utilização de estratégias

desafiadoras. Assim a criança motiva-se ainda mais a aprender, pois tem mais

prazer em descobrir. A brincadeira é uma das formas de estimular a ludicidade, é a

linguagem das crianças. Pela brincadeira pode-se aprender a interação social, a

trabalhar a atenção, seqüência, habilidades, solucionar problemas, explorar

sentimentos, desenvolver causa e efeito, estimular a criatividade, além de

desenvolver áreas do cérebro responsáveis pela afetividade e sociabilidade.

Além disso, para Marinho (1992) o lúdico possui relação com a construção

social da criança. Está intimamente ligado ao contexto social em que essa vive,

tendo em vista que as brincadeiras revelam a cultura e os costumes de uma

determinada sociedade.

O lúdico pode ser considerado como a forma em que as crianças representam

a cultura de uma sociedade e também uma forma por meio da qual descarregam

suas tensões e frustrações, além de ser um instrumento para a aprendizagem de

regras sociais. Sobre isso Vygotsky (1998, p. 132) comenta que “uma criança não se

comporta de forma puramente simbólica no brinquedo; ao invés disso, ela quer

realizar seus desejos, permitindo que as categorias básicas da realidade passem

através de sua experiência”.

Neste capítulo serão abordados temas referentes à importância do lúdico na

infância: importância dos jogos e da brincadeira. Este capítulo é extremamente

relevante, já que servirá de base para a elaboração do projeto da mesa pedagógica.

Page 22: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

32

4.1 A LUDICIDADE COMO RECURSO EDUCATIVO O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo”. Se

achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao

jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido

como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano, de modo que a

definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade

lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo.

A principal preocupação dos educadores refere-se a como ensinar,

envolvendo e estimulando o aluno a aprender.

Desde épocas passadas o jogo já era visto por vários estudiosos como uma

atividade bastante rica, no sentido de apontar possibilidades pedagógicas para o

desenvolvimento de conhecimentos em inúmeras áreas. Froebel, que foi o primeiro

pedagogo a incluir o jogo no sistema educativo, acreditava que as crianças

aprendiam através do brincar e a personalidade poderia ser aperfeiçoada e

enriquecida através do brinquedo.

É possível perceber que a valorização do jogo permanece no processo

educativo das crianças pelos educadores contemporâneos:

Jacquin (1963) enfatiza que o jogo facilita tanto o progresso da personalidade

integral da criança como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas,

intelectuais e morais. Partindo da consideração de que as atividades lúdicas podem

contribuir para o desenvolvimento intelectual da criança, Cratty (1975) sugere a

utilização de atividades motoras sob a forma de jogos para o domínio de conceitos e

para o desenvolvimento de algumas capacidades psicológicas, tais como: memória,

avaliação e resolução de problemas. De acordo com Piaget (1976) a atividade lúdica

é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo dessa forma,

indispensável à prática educativa. Vygotsky (1989) sustenta a idéia de que é enorme

a influência do brinquedo no desenvolvimento da criança. Para o autor, no brinquedo

a criança cria e expressa uma situação imaginária, além de projetar-se nas

atividades adultas de sua cultura e ensaiar seus futuros papéis e valores.

Estudos evidenciam a importância das atividades lúdicas, principalmente do

jogo na aprendizagem infantil, destacando que essas atividades são uma fonte de

prazer e descoberta para a criança. O lúdico tem grande valor educativo e pode ser

utilizado na escola como um dos recursos didáticos no processo de ensino-

Page 23: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

33

aprendizagem, contribuindo com o desenvolvimento de atividades didático-

pedagógicas. Dessa forma, as atividades lúdicas contribuem de maneira significativa

para o processo de construção do conhecimento pelo indivíduo.

Segundo Marinho (1992), no brincar, casam-se a espontaneidade e a

criatividade com a progressiva aceitação das regras sociais e morais. Segundo o

autor, o brincar pode ser entendido como a capacidade de criar da criança e está

relacionado com a suas vivências. Toda brincadeira é uma imitação transformada,

no plano das emoções e das idéias, de uma realidade anteriormente experenciada.

No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e têm um

significado diferente daquele que aparentam ter. A brincadeira favorece na criança a

melhoria da auto-estima e contribui para a interiorização de determinados modelos

de adulto presentes nos diversos grupos sociais.

De acordo com Miranda (2001) a brincadeira é assunto sério. É justamente

quando a criança viaja na imaginação que ela experimenta o mundo e “treina” para

ser adulto. É interessante notar que para a criança, o ato de brincar e jogar

desempenha o mesmo papel, em nível de importância, que o trabalho produtivo para

os adultos, já que as situações vivenciadas através das brincadeiras e dos jogos

possibilitam o desenvolvimento da sociabilidade, da linguagem, da coordenação

motora, da noção espacial e corporal. Além disso, ela aprende a cumprir regras,

trabalhar em grupo, conhecer e desafiar limites, ao mesmo tempo em que melhora

sua agilidade e perspicácia diante das situações que aparecem durante as

brincadeiras e os jogos. Ou seja, o ato de brincar contribui para um melhor

desenvolvimento da criança em todos os aspectos: físico, afetivo, intelectual e

social.

“Brincando a criança organiza e constrói seu próprio conhecimento e

conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão

oral e corporal, reforça as habilidades sociais e reduz a agressividade.”

(MIRANDA,1992). Beloni (2007) acrescenta que é através da atividade lúdica que a

criança prepara-se para a vida, assimilando a cultura do meio em que vive,

integrando-se a ele, adaptando-se às condições que o mundo lhe oferece e

aprendendo a competir, cooperar com seus semelhantes e conviver como um ser

social.

Page 24: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

34

Segundo Teixeira 1995 (apud NUNES), várias são as razões que levam os

educadores a recorrer às atividades lúdicas e a utilizá-las como um recurso no

processo de ensino-aprendizagem:

• As atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da criança, e neste

sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma

tendência lúdica;

• O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço

espontâneo;

Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o

indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto

de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional,

capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de

prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse

intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução

de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também

requerem um esforço voluntário;

• As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade física e

mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as operações

mentais, estimulando o pensamento.

Dessa maneira, o lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da

vida humana. Assim, na idade infantil e na adolescência a finalidade do lúdico é

essencialmente pedagógica, visto que a criança e até mesmo o jovem geralmente

opõe uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica,

não é prazerosa. (NEVES, 2007). Por isso é muito importante que a escola ofereça

condições, com relação a espaços e materiais, entre outros aspectos, que

possibilitem o desenvolvimento de projetos e planejamentos que privilegiem a

ludicidade.

Portanto, a brincadeira, o jogo e o brinquedo, enfim as atividades lúdicas

devem ser utilizadas como recursos didáticos no processo educacional,

principalmente na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental.

Page 25: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

35

4.2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DO JOGAR Uma das primeiras teorias sobre o brincar infantil surgiu no século XVIII e

entendia esta atividade como o produto de uma energia excedente.(GROOS,1976).

Já os estudiosos que dominaram as teorias do brincar na primeira metade do século

XX, como Piaget e Vygotsky, definem o brincar a partir da sua relação com o

desenvolvimento psicológico mais amplo. Posteriormente, teóricos como Berlyne

(1963) explica o brincar como um comportamento intrinsecamente motivado; e

Bruner (1976) postula o brincar como uma atividade que deve facilitar a

aprendizagem e/ou a prática de comportamentos específicos.

O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e

intelectual e sempre estiveram presentes em qualquer povo desde os tempos mais

remotos. Através deles, a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a

socialização, a iniciativa e a auto-estima, preparando-se para ser um cidadão capaz

de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor. O jogo, nas

suas diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no

desenvolvimento psicomotor, bem como no desenvolvimento de habilidades do

pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a

criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a

aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem

quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa

competição ou em outras situações. (CAMPOS, 2006).

Oliveira (2002) afirma que o desenvolvimento humano decorre das trocas

recíprocas que se estabelecem durante toda a vida entre indivíduos e o meio, cada

aspecto influindo sobre o outro, por isso não se pode ignorar a significativa

contribuição que a brincadeira traz à infância. Ela favorece as trocas de experiências

vividas por cada criança, ajudando-a no processo de inserção na sociedade em que

vive, pois a auxilia na compreensão dos signos sociais que a rodeia.

O brinquedo facilita a apreensão da realidade e é muito mais um processo do

que um produto. Exige movimentação física, envolvimento emocional, além do

desafio mental que provoca. Possibilita a emergência de comportamentos

espontâneos e improvisados. O brinquedo é a essência da infância; é o veículo do

crescimento; é um meio extremamente natural que possibilita à criança explorar seu

Page 26: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

36

mundo, possibilitando as descobertas, o entendimento, conhecer os seus

sentimentos, suas idéias e sua forma de reação. (OLIVEIRA, 2002).

Segundo Piaget (1967), da mesma forma, o jogo não pode ser visto apenas

como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o

desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral. Através dele se processa a

construção de conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-

operatório. Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu

espaço e seu tempo, desenvolvendo a noção de casualidade, chegando à

representação e, finalmente, à lógica. As crianças ficam mais motivadas para usar a

inteligência, pois se esforçam para superar obstáculos tanto cognitivos como

emocionais.

Tem-se expandido rapidamente a investigação sobre o papel e valor do jogo

no desenvolvimento humano. Um largo corpo de suportes científicos, muitas vezes

recorrendo a dimensões multidisciplinares de estudo, evidencia certas conclusões:

a) O jogo promove o desenvolvimento cognitivo em muitos aspectos: descoberta,

capacidade verbal, produção divergente, habilidades manipulativas, resolução de

problemas, processos mentais, capacidade de processar informação. (RUBIN et all,

1983);

b) Em sequência, o empenhamento no jogo e os níveis de complexidade envolvidos,

alteram e provocam mudanças na diversidade das operações mentais (LEVY, 1984);

c) A criança aprende a estruturar a linguagem através do jogo, isto é, brinca com

verbalizações e ao fazê-lo, generaliza e adquire novas formas lingüísticas.

(GARVEY, 1977);

d) A cultura é passada através do jogo. Esquemas lúdicos e formas de jogo passam

de geração em geração, adulto para a criança, e de criança para criança. (SMITH,

1979);

e) Habilidades motoras são formadas e desenvolvidas através de situações

pedagógicas que utilizam o jogo como meio educativo. (NETO & PIÉRON, 1993).

O jogo, portanto, é a mais importante das atividades da infância, pois a

criança necessita brincar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. A

importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na prática

pedagógica é uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser

explorados somente para lazer, mas também como elementos bastante

enriquecedores a fim de promover a aprendizagem. Através dos jogos e

Page 27: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

37

brincadeiras, o educando encontra apoio para superar suas dificuldades de

aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo. Os professores

precisam estar cientes de que a brincadeira é necessária e que traz enormes

contribuições para o desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar.

4.2.1 Jogos para crianças de 4 anos

Nessa idade, sua energia e sua iniciativa devem ser empregadas em jogos

livres. Começam a desenvolver mais as habilidades manuais, apreciando muito o

desenho e a pintura. A criança de 4 anos utiliza bastante a imaginação: aprecia

jogos de faz-de-conta e dos “jogos de papéis”. Além disso, é bastante curiosa e

começa a interessar-se mais pelos outros e a integrar-se em atividades de grupo

com outras crianças. É capaz de obedecer aos mais velhos, seguindo regras

simples do que "pode" e "não pode". Brincam de casinha, boneca, chutar bola.

Compreendem regras simples, como as do dominó, ao mesmo tempo em que

gostam de inventar suas próprias regras. A criança dessa idade mostra interesse em

aprender letras e números. Os jogos indicados são os que propiciam regras, além

dos brinquedos de estímulo criativo e de memória. (GESSEL,2007).

A figura 05 representa um dos jogos indicados para essa faixa etária: Logos

lógicos. Indica-se este jogo por estimular as crianças a entrarem em contato com

figuras geométricas e estimular a criatividade, através dos encaixes das peças.

FIGURA 5 – LOGOS LÓGICOS

Descrição: Formas e cores com encaixe. Indicação Pedagógica: Desenvolve a imaginação e a criatividade utilizando formas geométricas, cores primárias, espessuras, texturas e encaixes. Dimensões: 3 placas • 10mm • 21,5cm x 20cm 3 placas • 5mm • 21,5cm x 20cm

FONTE: www.jogospedagogicos.com.br

Page 28: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

38

4.2.2 Jogos para crianças de 5 anos

A criança de cinco anos tem um domínio mais regular e mais seguro do corpo e

por isso, é capaz de brincar sem grande ajuda dos adultos. Interessa-se por pintar,

desenhar, cortar e colar. O material mais apreciado para seus brinquedos, quer

pelos meninos, quer pelas meninas, continuam a ser os blocos de construções. As

meninas gostam de fazer casas para as bonecas e de criar com elas situações

pessoais. Os meninos constroem estradas, pontes, túneis, aviões, caminhões

militares e carro de bombeiros. O interesse das crianças de cinco anos pelas casas

exprime-se na reprodução imaginativa de acontecimentos domésticos. Nessa fase

as crianças também gostam de se balançar, de galgar obstáculos, de saltar, de

patinar e de pular de lugares altos além de sentirem grande interesse pela leitura,

apreciando muito ouvir histórias infantis. (GESSEL,1999). Outros jogos sugeridos

são: jogos de tabuleiro, quebra cabeça, jogos de pintar, escrever, ler, colar ou

desenhar, jogos da memória.

A figura 06 representa um dos jogos indicados para essa faixa etária: a centopéia

vocálica. Indica-se este jogo por estimular a alfabetização das crianças nessa idade.

FIGURA 6 – CENTOPÉIA VOCÁLICA

Descrição: Quebra-Cabeça com Vogais.

Indicação Pedagógica: Desenvolve a coordenação motora, auxilia o reconhecimento de cores e a grafia das vogais.

FONTE: www.jogospedagogicos.com.br

Page 29: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

39

4.2.3 Jogos para crianças de 6 anos

O interesse pela pintura, pelo corte e pela colagem continua sendo evidenciado

aos 6 anos. Uma das exigências mais positivas que fazem as crianças dessa idade

é a de uma bicicleta. Essa ânsia parece basear-se mais na necessidade e no desejo

de um exercício locomotor nas pernas e de equilíbrio do corpo do que o desejo de

possuir um veículo.

A diferença entre os sexos começa a definir-se mais claramente na escolha das

brincadeiras. Contudo, em brincadeiras de forte atividade motora e em brincadeiras

de imaginação, ambos os sexos competem num terreno comum. Verifica-se um

grande interesse por parte das meninas em brincar de boneca e casinha. Os

meninos mostram forte interesse em transportes e construções. Além disso, as

crianças mostram interesse pela leitura, escrita e pelos números. Os jogos

preferidos das crianças nessa fase são anagramas, dominó, damas e jogos de

cartas simples, pois são jogos que se ajustam bem a seus interesses intelectuais.

(GESSEL, 1999).

Pode-se perceber que o desenho e a pintura são uma das primeiras atividades

que as crianças desenvolvem, pois estimulam a criatividade e a imaginação, já que o

desenho é sempre acompanhado de confabulação e fantasia. Também possibilitam

que a criança melhore sua visão de mundo e de ser humano e que enriqueça sua

percepção.

A figura 07 representa um dos jogos indicados para esta idade: o jogo do quebra-

cabeças. Além disso este jogo estimula a criança a aprender as horas.

FIGURA 07 – RELÓGIO QUEBRA-CABEÇA

Descrição: Quebra-Cabeça. Indicação Pedagógica: De forma lúdica a criança aprende formas, cores, encaixe, grafia dos númerais, a identificação e formação das horas. Dimensões: 1 placa • 5mm • 21,3cm x 19,8cm

FONTE: www.jogospedagogicos.com.br

Page 30: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

40

O estudo dos jogos neste capítulo foi essencial para definir que tipos de jogos

são mais adequados para as crianças em fase de iniciação escolar.

5 A IMPORTÂNCIA DAS CORES NO UNIVERSO INFANTIL

A cor é um dos fatores de grande importância para o bem-estar psicológico

das crianças, principalmente ao utilizarem o móvel com a finalidade de praticar

atividades escolares, já que a percepção visual pelo ser humano também envolve

aspectos subjetivos, simbólicos e culturais que podem influenciar no comportamento

das pessoas.

Segundo Pasteureau (1997), o uso das cores tem uma ligação direta no

desenvolvimento da criança. Estímulos decorrentes da presença de figuras coloridas

contribuem para o aprimoramento da capacidade motora e cognitiva, raciocínio, fala,

audição, entre outras funções. Isso acontece porque a criança é influenciada pelas

cores desde a fase inicial de vida, se estendendo por muitos anos. As cores alegres

e vibrantes comprovadamente chamam a atenção da criança. Por esse fato, os pais

devem usar e abusar do “mundo colorido” como peça importante também na

educação dos filhos.

As cores facilitam no processo de assimilação dos ensinamentos por parte dos

pais. É interessante observar de que maneira as cores podem influenciar na vida de

uma criança. Por exemplo, muitos pais estimulam a criança a comer frutas e

verduras, atraindo o olhar da criança para o prato colorido. Dessa maneira ela sente-

se convencida que o alimento em questão faz bem, é saudável e apetitoso. Da

mesma forma acontece com a higiene, quando os pais compram escova de dente,

xampu ou esponja de banho colorida para motivar indiretamente a criança a se

limpar.

Aplicadas na decoração de ambientes ou nos móveis, as cores constituem-se

como poderosos estímulos, capazes de promoverem as mais diversas sensações.

Definidas corretamente, elas podem representar um componente dos mais

importantes para a construção de móveis infantis que sejam agradáveis e atrativos

visualmente, além de estimular a criança a estudar.

Page 31: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

41

Este capítulo abrangerá a importância e o significado das cores. A partir dessa

pesquisa, juntamente com a pesquisa de campo, é que serão escolhidas as cores

que melhor se adequam ao projeto da mesa pedagógica infantil.

5.1 SIGNIFICADO DAS CORES

O psicólogo Paulo Felix Conceição, vice-presidente da Associação Pró-Cor do

Brasil e membro do conselho técnico-científico da entidade, explica que, para que

haja uma melhor interação entre o ambiente e seus usuários, faz-se necessária uma

correta avaliação dos fatores que compõe o espaço, tais como: tamanho,

localização, posição, fluxo de pessoas, iluminação e ventilação, além de perfeito

conhecimento do perfil psicológico e social das pessoas que irão habitar esse

ambiente.

Em sua “Teoria das Cores”, Barros (2006, p. 302) afirma que“[...] cada cor

produz um efeito específico sobre o homem [...]” Esse efeito é em grande parte

produzido pelas propriedades e características de cada cor.

Pedrosa (2003), outro estudioso da cor, afirma que o vermelho, por exemplo,

é a cor que mais se destaca visualmente e a que mais rapidamente é distinguida

pelos olhos, pois é a mais saturada das cores. Já o laranja, apresenta a

característica da luminosidade, assim como o amarelo.

Neufert (1976) também realizou estudos sobre as relações do homem com a

cor. Para ele a cor tanto pode provocar otimismo ou depressão, quanto atividade ou

passividade. Em relação às cores e sua aplicação nos ambientes, o autor faz

algumas observações: A cor mais impulsiva é o alaranjado; seguem-se o amarelo,

os verdes e o púrpura. As menos impulsivas são o azul, o verde e o violeta (cores

frias). As cores impulsivas geralmente são indicadas para compartimentos

pequenos, as pouco impulsivas, pelo contrário, são indicadas para grandes

superfícies. As cores quentes são ativas, excitantes, porém também podem ser

irritantes. As cores frias são passivas, tranqüilizante ou íntimas.

A ação da cor depende também da iluminação e do ambiente. O branco é

considerado a cor da limpeza e da ordem absoluta. Na organização cromática dos

compartimentos o branco desempenha um papel muito importante para desligar as

cores umas das outras assim como neutralizar, aclarar, alegrar e estruturar.

(NEUFERT, 1976, p. 27).

Page 32: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

42

O psicólogo Paulo Felix (2009) citou as características básicas de algumas cores:

Os azuis – É uma cor fria que acalma. É a cor do infinito, do sonho, da fidelidade, da

água e da aristocracia. Possui apelo racional associado à inteligência e ao

raciocínio, diferente do vermelho que possui apelo emocional. As tonalidades azuis

simbolicamente associadas à imensidão do céu, às águas claras e à espiritualidade,

provocam sensações refrescantes. São tons que permitem o relaxamento, alívio de

tensões e a calma, mas as nuances devem ser cuidadosamente estudadas e

dosadas, pois os excessos podem causar introversão e denotar tentativa de super-

controle dos sentimentos e da excitação.

Os amarelos - As tonalidades amarelas são, simbolicamente, associadas à luz, ao

sol, à consciência e à alegria de viver.Também estão ligadas à idéia de nobreza,

riqueza material e espiritual. No oriente é a cor mais importante depois do vermelho;

pela associação com a cor do ouro. Entretanto, o excesso de amarelo pode denotar

tendências excessivamente extrovertidas, que podem remeter a algo de mau gosto.

Os laranjas - As tonalidades laranjas pertencem a um grupo intermediário entre os

amarelos e os vermelhos. Estão ligados à idéia de vitalidade, alegria e

energia.Também estão associados a sinais de saúde e dinamismo, cor quente, viva,

alegre e acolhedora.

Os vermelhos - O aspecto simbólico do vermelho está relacionado à força da vida,

ao coração, ao erotismo, à nobreza, ao fogo, à proibição, mas também, se usado em

excesso, à instabilidade emocional e à agressividade. É uma das cores preferidas

pelas crianças e por ser a cor da criatividade, da alegria e do dinamismo é

considerada como a cor da infância. (PASTEUREAU,1997).

Os verdes - As tonalidades de verde estão ligadas ao sentido de esperança, de vida

e de sorte. É uma cor equilibrada, isto é, sem muita alegria ou tristeza, sem muita

paixão ou ódio. É associada a calmantes “justificando seu uso em hospitais, locais

de repouso e mesas de jogo.”(IIDA, 2005, p 484), assim como à saúde, higiene,

ecologia, natureza e à liberdade.

Page 33: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

43

Branco - Cor da pureza, da castidade e da inocência. É, na cultura ocidental

associada à paz, à limpeza, à simplicidade e discrição, à sabedoria.

Preto - Cor da morte e do luto, na cultura ocidental. É a cor da depressão, da falta,

do pecado, do ódio, da solidão e da tristeza. Pode ser ainda associada à elegância,

modernidade e à autoridade.

A seguir o assunto tratado será a ergonomia, uma questão de grande

relevância para a definição das medidas do projeto.

Page 34: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

44

6 ERGONOMIA

Segundo Rio e Pires (2001), Ergonomia é uma disciplina científica que estuda

o relacionamento do homem e o ambiente no qual desenvolve sua atividade,

buscando solucionar os problemas de saúde, segurança e conforto que podem

surgir desta relação.

Ainda segundo o autor, o estudo ergonômico pode ser dividido em duas

etapas:

Na primeira etapa é analisado o ambiente de trabalho, ou seja, local onde a

pessoa desempenha suas atividades. Na análise do ambiente verifica-se o layout, o

mobiliário, a iluminação, a temperatura, os ruídos e os elementos arquitetônicos.

Na segunda etapa do estudo ergonômico analisam-se as características

físicas do homem, a execução de seus movimentos e posturas corporais, e as

tensões musculares que surgem quando estas posturas são realizadas

inadequadamente.

Neste estudo, alguns fatores são detalhados, considerando a direta

interferência com a situação do mobiliário e da sala de aula.

Sendo assim são apresentados, dos fatores ambientais, o mobiliário, layout e

iluminação. Quanto à segunda etapa do estudo ergonômico, apresentam-se, na

seqüência, as considerações antropométricas.

Na primeira etapa, analisando o mobiliário deve-se considerar o seguinte:

- Se está disposto de forma que os espaços de uso ou alcances, propiciem as

melhores situações no desenvolvimento das atividades;

- Se possui elementos que possam machucar os segmentos corporais do

usuário;

- Se a relação espacial entre os móveis está proporcionando um conjunto

equilibrado.

Na análise da cadeira, especificamente, deve-se considerar o seguinte:

- Se permite a alternância postural e ao mesmo tempo evita o desconforto da

posição por períodos mais longos;

- Se evita induzir o usuário a posturas erradas, que possam desencadear

problemas na coluna lombar e cervical e nos membros superiores (ombros,

Page 35: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

45

cotovelos e punhos), além de causar deficiências circulatórias nos membros

inferiores;

- Se é apropriada à atividade que o usuário desenvolve no dia-a-dia;

- Se está sendo usada corretamente, apoiando as nádegas no assento e os

pés no chão, ou em apoio próprio para esse fim, quando isso não puder

ocorrer é preciso possuir regulagens para permitir o mesmo.

Na análise da iluminação do ambiente deve-se considerar o seguinte:

- Sua adequação para cada atividade e o ideal é que permita contrastes pouco

intensos e ausência de ofuscamento, gerando boas condições de trabalho e

contribuindo para o conforto visual;

- Utilização de materiais ou cores com baixa intensidade refletora em

superfícies de mesas, para evitar reflexos de quaisquer espécies, por isto é

importante escolher adequadamente as cores do ambiente.

Na análise do layout, definido como o arranjo espacial do ambiente

constituído pela disposição do mobiliário, das máquinas e das pessoas, deve-se

considerar o seguinte:

- Se existe um conjunto de relações ótimas entre pessoas, espaços físicos,

componentes e disposição do mobiliário;

- Se as distâncias previstas nas áreas de fluxo ou circulação, movimentação ou

posturas, propiciam conforto entre as pessoas. Segundo RIO e PIRES (2001)

o estudo ergonômico do ambiente tem como objetivo proporcionar um estado

agradável e satisfatório de harmonia com o ser humano, evitando fadigas

físicas como distorções posturais e movimentos anti ergonômicos, que

resultam de adaptações corporais feitas no sentido de obter melhor

visualização de componentes colocados de forma inadequada no espaço.

As duas ciências contribuintes da ergonomia que mais se aproximam das

questões aproximadas ao móvel escolar são: a Antropometria e a Biomecânica.

A Antropometria estuda as medidas das várias características do corpo, sendo a

“estática” voltada para a medição das dimensões do corpo parado, e a “dinâmica”

centrada na medida das pessoas enquanto executam uma função.

Page 36: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

46

A Biomecânica analisa as causas e fenômenos dos movimentos e é aplicável em

diversos campos de atividades como por exemplo: estudo de postura e locomoção;

classificação de grupos de movimentos em relação a postos de trabalho; estudos

das interfaces entre homem, máquina e meio ambiente; saúde e segurança nas

tarefas do trabalho; prevenção e reabilitação de processos patológicos relacionados

ao movimento; análise e diagnóstico do rendimento nos esportes, e outros. (CUNHA;

ESTEVES, 2001).

6.1 ERGONOMIA INFANTIL

Para a elaboração de um espaço interativo de ensino devem-se aplicar conceitos

ergonômicos. O estudo da ergonomia tem como objetivo integrar harmonicamente o

homem com seu posto de trabalho. A ergonomia tem aplicações gerais de

convivência do ser humano para gerar bem-estar, conforto e êxito nas atividades

que desenvolve diariamente. Com a ajuda da ergonomia pode-se adaptar de forma

usual, o espaço interativo de ensino relacionando a atividade, o espaço e seu

mobiliário. (IIDA, 2005).

No ambiente de estudos, mesa e cadeira são as peças mais importantes,

devendo possuir regulagens para que suas medidas possam permitir uma postura

correta de acordo com a faixa etária. A idade entre 3 e 12 anos tem sido a mais

esquecida – com freqüência são encontrados móveis para bebês e logo em seguida

para adolescentes já em escala adulta. A criança que começa a alfabetizar-se, por

exemplo, muitas vezes é obrigada a utilizar mesa e cadeira em escalas

inadequadas. Os próprios pais contribuem para esta filosofia, esquecendo que

durante anos estão privando seus filhos de um espaço mais ergonômico onde

possam crescer aprendendo a exprimir e expandir sua criatividade. Para que a casa

e a escola realizem da melhor maneira sua vocação de transmitir segurança e saber,

é necessário que o espaço arquitetônico e os móveis sejam projetados de maneira

adequada para as crianças, de modo a permitir o livre exercício da imaginação.

O ambiente deve ser claro e arejado, os móveis simples e leves e o material

prático e lavável. A zona de estudos também pode estar situada em diferentes

alturas: - A partir de 50 cm, por exemplo, o espaço embaixo é perfeito para guardar

brinquedos grandes e jogos, sem poluir visualmente o ambiente.

Page 37: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

47

As figuras 08 e 09 abaixo mostram as medidas ergonômicas adequadas de mesa e

cadeira de estudo para cada idade, dentro do universo Infantil.

Figura 08: Medidas de mesa e cadeira escolar infant il Fonte: http://www.ignezferraz.com.br/mainportfolio4

Figura 09: Representação Ergonômica- Material de ap oio visual referente a Fig 06 Fonte: http://www.ignezferraz.com.br/mainportfolio4

Infelizmente observa-se que as crianças, ao entrarem sadias na escola, saem

anos depois com a postura comprometida de alguma forma. A causa desses

problemas, segundo Mandal (apud Moro, 2005), são as cadeiras inclinadas para

trás, com a superfície da mesa na horizontal, onde, na tentativa de se acomodar, as

crianças inclinam-se sobre a superfície da mesa, comprimindo as suas vértebras

lombares. A pressão mantida por diversas horas sobre os ossos em formação das

crianças, irá ocasionar transformações posturais permanentes, que provavelmente

comprometerá gravemente a saúde das crianças no futuro.

Page 38: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

48

Infelizmente, conforme sustentado por KAO (1976), a utilização de

conhecimentos de Ergonomia às questões educacionais ainda são raros.

As Normas Brasileiras (NBR 140006/1997) prevêem esse problema, dividindo

a carteira escolar em sete classes de medidas de tamanho para mesas e assentos

em todas as instituições educacionais, onde deveriam ser observadas as variáveis

antropométricas de cada aluno. Porém, na prática, essa norma nunca foi obedecida.

Uma proposta ergonômica para o mobiliário escolar implica primeiramente em

disseminar os resultados de estudos sobre o tema e adoção de medidas práticas de

substituição do design da mobília atual para reduzir custos humanos nos alunos.

Essa humanização do posto de trabalho do estudante exigiria, também, a revisão

crítica de procedimentos associados às práticas antigas de concepção. As práticas

atuais de manejo do comportamento, para manter o estudante na posição sentada,

devem ser substituídas por conseqüências reforçadoras presentes no próprio

conjunto cadeira-mesa.

Além disso, não basta que cadeiras e mesas educacionais, para serem

reconhecidas como tal, localizem-se dentro das salas de aula. Antes de mais nada,

essas peças de mobiliário devem cumprir seu papel de agente físico facilitador no

processo educacional, como bem salientou SASAKI (1988). Desta maneira buscou-

se neste projeto, desenvolver um conjunto de móvel infantil pedagógico

ergonomicamente correto, que possa ser tanto de uso institucional, quanto de uso

residencial, podendo ser utilizado em atividades pedagógicas ou recreativas, de

maneira a influenciar positivamente no processo de aprendizagem das crianças em

fase de iniciação escolar.

6.1.1 Antropometria Infantil

Segundo Dul e Weerdmeester (1995), a antropometria estuda as dimensões e

proporções do corpo humano, os alcances dos movimentos, as variações

individuais, as diferenças entre as etnias, regiões e culturas. As dimensões

antropométricas são usadas na Ergonomia para planejar o dimensionamento do

espaço de trabalho, e projetar mobiliário e outros equipamentos (IIDA, 2005).

Page 39: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

49

Conforme o autor, na realização de um projeto de mobiliário, ou qualquer

objeto que terá integração direta com um usuário, é necessária a aplicação de

parâmetros antropométricos para garantir conforto e segurança em sua utilização.

O levantamento antropométrico é realizado com o objetivo de oferecer dados

dimensionais, confiáveis e fiéis do homem para uso em projeto de produtos, móveis

e ambientes de trabalho.

Segundo Iida (2005), o método de medição do levantamento antropométrico

pode ser funcional, dinâmico e estático.

O método funcional trata da medição relacionada com a execução de tarefas

específicas, em que cada parte do corpo não se move isoladamente, mas há a

conjunção de diversos movimentos para realizar uma função.

No dinâmico, são medidos os alcances dos movimentos, de todos os

segmentos corporais, como a cabeça, as pernas, os antebraços e os braços, e é

aplicado nos projetos de máquinas com partes móveis e ambientes de trabalho,

como pode ser visto na figura 10.

O método estático trata das medidas corporais do indivíduo com o corpo

parado ou com poucos movimentos, nas posições em pé ou sentada. Este tipo de

medição é aplicada nos projetos de objetos sem partes móveis ou com pouca

mobilidade, como por exemplo, o mobiliário.

Segundo IIDA (1990), o levantamento antropométrico é constituído por seis

etapas, que consistem em:

1º) Definição dos objetivos: onde e porquê serão utilizadas as medidas.

FIGURA 10– ANTROPOMÉTRIA DINÂMICA

FONTE: IIDA (1990)

Page 40: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

50

2º) Definição das medidas: descrição detalhada indicando a postura corporal,

os instrumentos antropométricos a serem utilizados e as técnicas. Ex: medição com

ou sem calçado, com ou sem roupa, na postura ereta ou relaxada.

3º) Método de medição: direto, com instrumentos de medição como régua,

trena, fita-métrica e balança; ou indireto, através de fotos do corpo ou parte dele, a

probabilidade de erro é maior.

4º) Seleção da amostra: universo representativo de sujeitos onde serão

aplicados os resultados: país, atividade desenvolvida pelas pessoas e faixa etária.

5º) Medições: elaboração de roteiro de medidas e formulário para anotações,

e treinamento das pessoas que farão a medição.

6º) Análises estatísticas: média e desvio padrão, percentis.

Ao estabelecer as dimensões de uma cadeira, os aspectos antropométricos

devem estar relacionados às exigências biodinâmicas envolvidas. O processo de

estabilização corporal envolve não só a superfície do assento, mas também as

pernas, os pés e as costas em contato com outras superfícies. Além disso, certa

força muscular também é exigida. Se, através de um projeto inadequado de

antropometria, a cadeira não permitir que a maioria dos usuários de fato tenha os

pés ou as costas em contato com outras superfícies, a instabilidade do corpo

aumentará e uma força muscular adicional terá que ser gerada para manter o

equilíbrio. Quanto maior o grau de força muscular ou controle exigido, maior a fadiga

e o desconforto. (PANERO & ZELNIK,2002).

As dimensões básicas, geralmente aceitas no projeto de cadeiras e afins,

incluem altura, profundidade e largura no assento, altura do encosto e altura e

espaçamento dos apoios para braços. (PANERO & ZELNIK,2002).

Para a confecção do protótipo, observaram-se algumas normas presentes na

NBR 14006 (1997) para Móveis escolares:

- Dadas as peculiaridades das escolas brasileiras, as dimensões mínimas de

profundidade e largura do tampo da mesa foram definidas como 450 mm x 600 mm;

- A superfície da mesa especificada nesta norma é horizontal. Entretanto, se for

necessária uma superfície inclinada esta não deve ter uma inclinação maior que 10º;

- A inclinação do assento deve ter no máximo 4º. A superfície do assento pode ser

plana ou ter conformações. Qualquer conformação deve estar nos dois terços

posteriores do assento;

Page 41: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

51

- As saliências não devem apresentar características cortantes ou perfurantes

capazes de causar ferimentos ou danos em vestimentas, quando verificadas

conforme a norma estabelecida;

- O tampo, encosto e assento nas superfícies em contato direto e constante com o

usuário não podem ser de material metálico.

Estas foram algumas considerações importantes tomadas como base para a

iniciação do projeto.

Este capítulo tratou da ergonomia e da antropometria infantil. Foi a partir

deste estudo, juntamente com a observação das medidas do mobiliário existente no

mercado e nas escolas, que se chegou à definição das medidas do projeto. A seguir

será abordada a questão da influência do design do mobiliário, voltado

principalmente à ergonomia.

Page 42: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

52

7 A INFLUÊNCIA DO DESIGN DO MOBILIÁRIO INFANTIL NO

COMPORTAMENTO E APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS

Segundo Hatschbach (2006) o mobiliário escolar é sem dúvida um elemento

da sala de aula que influencia no desempenho, segurança, conforto e em diversos

comportamentos dos alunos. Quando não atende as necessidades físicas do usuário

esta influência é negativa, pois o uso contínuo do móvel pode provocar sérios danos

a sua saúde física.

Comportamentos indesejados na sala de aula, ocorrência de barulho

repetitivo, como também, comportamento acadêmico inapropriado, muitas vezes são

observados em decorrência do desconforto causado pelo mobiliário.

É comum verificarmos em instituições de ensino crianças de diversas idades

que compartilham os mesmos conjuntos escolares. Por exemplo, crianças da

primeira e oitava séries utilizando o mesmo móvel, desrespeitando as diferenças

físicas existentes entre crianças e adolescentes. Essa prática acaba ocasionando

desconforto postural e, por conseqüência, influencia no comportamento dos alunos

em sala de aula.

Hatschbach (2006) lembra que as regulamentações sobre o conjunto escolar

determinam que deve ser constituído por dois elementos independentes, a mesa e a

cadeira do aluno. A mesa deve possuir tampo, estrutura e porta-objetos, e a cadeira

deve ser constituída de assento, encosto e estrutura. O móvel precisa proporcionar

conforto e segurança ao aluno na relação com o conjunto cadeira e mesa conforme

as regulamentações sobre os aspectos ergonômicos da norma.

Pesquisas demonstram que há uma relação estreita entre carteiras escolares

e problemas médicos, segurança e disciplina na sala de aula. O mobiliário, em

função dos requisitos da tarefa, determina a configuração postural dos usuários e

define os esforços, dispêndios e constrangimentos - elementos essenciais para a

adoção de comportamentos diversos - estabelecidos numa jornada de trabalho em

sala de aula, além de manter vínculo restrito com a absorção do conhecimento

(Nunes et al., In Rangé, 1995).

Dessa maneira é importante que o móvel seja confortável, funcional e

apropriado ao tamanho da criança, além de ergonomicamente correto e visualmente

atrativo. Essas características farão com que as crianças sintam-se estimuladas a

aprender e a estar no ambiente de estudo, já que elas associarão o mobiliário a algo

Page 43: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

53

positivo e agradável, o que acabará auxiliando e influenciando em suas atividades

pedagógicas.

A seguir será apresentado um tópico sobre os tipos de materiais mais comuns

de serem utilizados em móveis escolares, bem como suas características e

benefícios.

Page 44: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

54

8 ESTUDO DE MATERIAIS

8.1 MDF

Segundo o Manual prático do mobiliário escolar, J. R. A. da CUNHA; R.

ESTEVES (2001), em função da pequena dimensão das fibras, a superfície do MDF

é mais lisa do que a maioria dos outros painéis utilizados na fabricação de móveis,

permitindo bom acabamento com pintura, laminação por folhas de celulose, ou

laminados melamínicos de alta pressão. Embora possuam uma menor quantidade

de resina e suas fibras sejam muito menores que as partículas dos aglomerados, a

densidade do MDF (Médium Density Fiberboard – “Placa de Fibras de Média

Densidade”) é muito próxima a dos aglomerados, estando entre 640 e 840 kg/m³,

dependendo da espessura da chapa.

Ainda se comparado ao aglomerado, o MDF possui preço superior, porém

algumas vantagens técnicas como sua maior resistência à umidade; ao arranque de

parafusos e usinabilidade têm feito este produto espaço crescente no espaço

moveleiro.

Dimensões comerciais de painéis de MDF :

Espessuras (em mm):

6 / 9 / 10 / 12 / 15 / 18 / 20 / 25 / 30 e 35

Dimensões da Placas (em m):

1,83 x 2,75.

8.2 MDP

O MDP é especialmente indicado para a produção de móveis residenciais e

comerciais de linhas retas, formas orgânicas, que não exijam usinagens em baixo

relevo, entalhes ou cantos arredondados.

O MDP é resultado do uso intensivo de tecnologia de prensas contínuas, de

modernos classificadores de partículas e complexos softwares de controle de

processo, associado à utilização de resinas de última geração e madeira de florestas

plantadas. Por isso, o MDP pertence a uma nova geração de Painéis de Partículas

de média Densidade com características superiores e totalmente distintas dos

painéis de madeira aglomerada de antigamente.

Page 45: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

55

Características:

. Alta densidade das camadas superficiais, assegurando um acabamento superior

nos processos de impressão, pintura e revestimentos;

. Produção com o conceito de 3 camadas: colchão de partículas no miolo e camadas

finas nas superfícies;

. Homogeneidade e grande uniformidade das partículas das camadas externas e

interna;

. Propriedades mecânicas superiores: melhor resistência ao arrancamento de

parafuso, menor absorção de umidade e empenamento;

. Utilização de madeiras selecionadas provenientes de florestas plantadas,

econômica e ecologicamente sustentáveis.

O MDP é encontrado com revestimento melamínico em Baixa Pressão (BP),

Finish Foil (FF), ou sem revestimento para aplicação de Lâminas de Madeira,

Laminados de Alta-Pressão ou Pintura e Impressão.

8.3 COMPENSADO

De acordo com a NBR 94907 citado por CUNHA; ESTEVES (2001)

“Compensado ou Chapa de Madeira Compensada é um painel normalmente

composto de lâminas cruzadas entre si, ou lâminas em combinação com miolo de

sarrafeado ou outro tipo de painel à base de madeira.” Essas lâminas, normalmente

em número ímpar são coladas entre si perpendicularmente com um adesivo.

O nome Compensado deriva da compensação de esforços de empenamento

de uma prancha composta de lâminas de madeira coladas uma sobre as outras,

obtida pelo entrelaçamento dessas lâminas perpendicularmente entre si.

Pela existência de tensões internas e pela capacidade de absorção da umidade

do ambiente a madeira maciça e, mais ainda as lâminas finas de madeira,

movimentam-se, dilatando e contraindo conforme varia a umidade do ar. Sem a

compensação desses esforços seria impossível a obtenção de chapas planas

estáveis.

Page 46: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

56

Segundo a NBR 9490 (Normas Brasileiras 9490) define:

a) Compensado é geralmente construído a partir com número ímpar de

camadas com grãos das lâminas adjacentes perpendiculares entre si.

b) As lâminas externas e todas as lâminas de ordem ímpar geralmente

possuem as grãs (veios) orientadas paralelamente à maior dimensão do

painel.

Os compensados podem ser fabricados integralmente com lâminas (laminados

ou multilaminados), ou compostos por lâminas e sarrafos de madeira maciça

(sarrafeados), estes últimos tendo sempre as lâminas do lado externo, recobrindo de

ambos os lados os sarrafos.

Existem ainda os compensados moldados, que podem originar peças curvas

moldadas conforme sua aplicação. Eles são utilizados geralmente, na fabricação de

assentos e encostos anatômicos para cadeiras.

Outro tipo de compensado existente é o naval. Este é muito utilizado na

construção civil ou em situações que exigem alta exposição à umidade.

Dentre suas vantagens Teixeira (1999) destaca:

- Uniformidade de resistência por causa da disposição cruzada das fibras;

- Menor possibilidade de fendas e empenamentos, pois os sentidos diferentes das

fibras compensam as diferenças de contrações.

- Facilidade em ser moldado;

- Em relação aos móveis, proporciona leveza física e pode ser aplicada nas suas

estruturas aparentes.

Desvantagens:

- Pode possuir restrições de natureza ambiental, ao utilizar madeiras maciças, ou

baixa disponibilidade de toras de qualidade para a laminação.

- Custos elevados em relação a outras madeiras transformadas.

Page 47: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

57

8.4 AGLOMERADO

O aglomerado é uma chapa de madeira, com miolo composto de resíduos de

madeira como pó e serragem, resina e cola, que após passar por processo de

prensa se transforma em painel de madeira. Não possui acabamento, portanto, pode

receber qualquer tipo de revestimento. É Utilizado na fabricação de móveis de baixa

qualidade montados com cavilhas e cola. Não é recomendado o uso de pregos e

parafusos, devido ao risco de ocorrerem rachaduras. Disponível no tamanho-padrão

de 2,75 m x 1,83 m e espessuras que variam de 0,6 mm a 30 mm.

A madeira aglomerada é constituída por três camadas de diferentes

densidades, pois as duas camadas externas são densas, compactas e lisas, com

espessuras iguais e partículas finas; já a camada é menos densa, com porosidades

para absorver tensões (TEIXEIRA, 1999).

Teixeira (1999) destaca as vantagens desse material:

- Permite acabamento com laminado melamínico, lâminas de madeira, plásticos ou

pintura;

- Apresenta resistência à flexão e à ruptura;

- Bom isolante acústico e térmico;

-Laminação pode ser feita em qualquer direção;

- Partículas dispostas de maneira aleatória o que confere resistência multidirecional;

- Múltiplas aplicações: móveis, tampos de mesa, laterais de portas e de armários,

divisórias, laterais de estantes, cabeceiras, racks;

- Pode ser colado, grampeado e aceita buchas e dobradiças;

- Custo relativamente baixo.

Como desvantagem pode-se citar:

- A densidade reduzida do núcleo pode ocasionar problemas para a retensão de

ferragens, as quais precisam ser cuidadosamente selecionadas;

- Quando sem revestimento pode tornar-se muito suscetível à umidade, absorvendo

água e inchando.

Page 48: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

58

8.5 LAMINADOS MELAMÍNICOS

Laminado melamínico (também conhecido como Fórmica, que é a marca

registrada de um fabricante) é um elemento decorativo inventado por John Frederick

Hosler e Theodore Russell Clarke, utilizando a resina melamínica. São chapas

compostas de folhas de papel “kraft” impregnadas com resinas fenólicas revestidas

com uma capa de papel claro de celulose pura, impregnado com resina melamínica.

Os papéis “Kraft” previamente banhados na resina fenólica e secos, são

formados em pilhas de cinco ou mais folhas recebendo como acabamento a última

folha de papel de celulose pura (branco, colorido ou impresso com motivos

decorativos) e impregnada com resina melamínica.

Este pacote de folhas saturadas de resinas é levado a prensas aquecidas em

pressões acima de 70 Kg/cm2 e temperatura de 160 º C ou mais. Para cada “pacote”

de folhas é intercalada uma folha de aço inoxidável denominada de “espelho”, que

conforme sua superfície brilhante, fosca ou texturizada, resultará a textura do

laminado. Em decorrência da combinação de elevada pressão e temperatura, uma

pilha de 6 a 7 folhas resultará em laminado de 0,8 mm de espessura, altamente

denso, com elevada resistência superficial ao impacto e principalmente à abrasão.

No mobiliário escolar sua principal aplicação se dá no revestimento dos

tampos das mesas, em função de sua resistência aos produtos de limpeza; à

umidade e à abrasão, além de suas características higiênicas. (TEIXEIRA, 1999).

8.5.1 Post-forming

O Fórmica Postforming é um laminado decorativo de alta pressão, termo-

moldável, que diferencia-se dos demais laminados devido a sua propriedade de

poder ser curvado quando aquecido em equipamento específico. A sua aplicação

em bordas arredondadas, com raio mínimo interno ou externo de 12,7 mm, permite

opções originais de design para revestimentos horizontais e verticais.

O Fórmica PF possui grande resistência ao desgaste, ao calor, ao impacto e a

manchas, tornando-o prático e durável. Sua composição baseia-se na impregnação

de materiais celulósicos com resinas termoestáveis, formando um conjunto que será

prensado por meio de calor e de alta pressão.

Page 49: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

59

No móvel escolar este material é indicado para revestimento de superfícies de

mesas e carteiras e como superfície em assentos e encostos anatômicos de

compensado moldado.

A seguir será apresentada uma breve pesquisa de mercado realizada pela

internet. O objetivo desta pesquisa é conhecer os tipos de carteiras infantis

existentes no mercado e a partir desse estudo, detectar as características positivas

do mobiliário, bem como a necessidade de melhoria existente.

Page 50: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

60

9 PESQUISA DE MERCADO

9.1 CONJUNTOS ESCOLARES EXISTENTES NO MERCADO

Nesta etapa da pesquisa buscou-se fazer um levantamento dos móveis

existentes no mercado, através de pesquisas feitas pela internet. O objetivo dessa

pesquisa é observar o design do mobiliário contemporâneo, verificando seus

materiais, formatos, funcionalidades, cores, ergonomia, entre outras características.

Esta pesquisa contribuirá para o desenvolvimento do móvel infantil, já que serão

observadas as características positivas e negativas dos móveis existentes,

buscando, dessa maneira, perceber as necessidades das crianças que estão em

fase pré-escolar.

Segue os exemplos de móveis infantis pedagógicos existentes no Mercado

atualmente:

FIGURA 11 – CONJUNTO PRÉ-ESCOLAR TREVO

Tipo: Conjunto coletivo, composto por mesa em forma de

trevo e 4 cadeiras.

Materiais: Mesa em compensado revestido com fórmica

texturizada, e cadeiras com assento e encosto em ABS1.

Cores: Azul, amarelo, verde e vermelho.

Fabricante: Empresa CEQUIPEL.

FONTE: CATÁLOGO CEQUIPEL 2005

Page 51: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

61

FIGURA 12 – CARTEIRA ESCOLAR COM INCLINAÇAO NO TAMPO

Tipo: Conjunto escolar com tampo levemente inclinado.

Materiais: Carteira com tampo em compensado revestido com post-forming2, e com gradil em aço. Cadeira com assento e encosto em compensado envernizados na cor natural e estrutura de aço. Cores: Tampo branco e estrutura azul. Fabricante: Empresa CEQUIPEL.

FONTE: CATÁLOGO CEQUIPEL 2005

FIGURA 13 – CARTEIRA ESCOLAR MODELO TRADICIONAL

Tipo: Conjunto escolar tradicional.

Materiais: Tampo, assento e encosto em compensado, com bordas arredondadas, e revestidos com fórmica. A carteira possui gradil para livros e a estrutura do móvel é toda em aço. Cores: Estrutura preta, e o assento, encosto e tampo em verde claro. Fabricante: Empresa CEQUIPEL.

FONTE: CATÁLOGO CEQUIPEL 2005

FIGURA 14 – CONJUNTO ESCOLAR BRINQUEDO

Tipo: Conjunto Brinquedo

Materiais: Pés e quadro fabricado em madeira de pinus e tampo em MDF.

Acompanha 4 cadeiras fabricadas em madeira de pinus. Ideal para crianças de até 6 anos. Pintura Atóxica.

Medidas: 52 cm de largura, 52 cm de profundidade e 50 cm de altura.

FONTE: http://www.macpool.com.br/Artigos/

Page 52: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

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FIGURA 15 – CONJUNTO ESCOLAR EM ABS

Tipo: Conjunto Escolar em ABS

Materiais: polietileno

Medidas: Comprimento: 74 cm

Largura: 46cm

Altura: 42 cm.

FONTE: http://www.fantasyplay.com.br

FIGURA 16 – CONJUNTO ESCOLAR MESA E BANCOS

Tipo: Mesa e bancos

Características: mesa acoplada a dois bancos para até 4 crianças. Possui porta-lápis direto no tampo.

Materiais: polietileno

Medidas: comprimento: 81 cm

Largura: 86 cm

Altura: 40 cm.

Fabricante: Brinquedos bandeirante.

FONTE: http://www.fantasyplay.com.br

Page 53: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

63

FIGURA 17– CONJUNTO ESCOLAR ESCRIVANINHA COM CADEIRINHA

Tipo: Conjunto escolar escrivaninha com cadeirinha

Características: Espaço para guardar material ao levantar a tampa. Esta pode ser utilizada para escrever ou desenhar com caneta WMP.

Materiais: polietileno

Medidas: comprimento: 50 cm

Largura: 39,4 cm

Altura: 60 cm.

Fabricante : Xalingo

FONTE: http://www.fantasyplay.com.br

FIGURA 18– CONJUNTO ESCOLAR- ESCRIVANINHA TURTLE

FONTE: http://www.fantasyplay.com.br

Tipo: Conjunto escolar escrivaninha Turtle

Características: Uma inédita escrivaninha em formato

de tartaruga, com várias funções: a) mesinha para as crianças estudarem, lancharem, brincarem. b) levantando o tampo funciona como cavalete de

pintura com suporte para prender o papel.

Materiais: polietileno

Medidas: comprimento: 73 cm

Largura: 40 cm

Altura: 77 cm.

Fabricante : Step 2

Page 54: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

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FIGURA 19– CONJUNTO ESCOLAR- ESCRIVANINHA LITLE TIKES

FONTE: http://www.pimpao.com.br/produtos.php

Tipo: Conjunto Escolar escrivaninha Litle Tikes Características: Inclui cadeira, nichos nas laterais para colocar revistas e espaços para guardar materiais. Pode ser usada como cavalete. Possui luz embutida. Materiais: Polietileno Medidas: Comprimento: 84 cm Largura: 48 cm Altura: 110 cm Fabricante: Litle Tikes

Page 55: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

65

9.1.1 Análise da Pesquisa de Mercado

A pesquisa de mercado é de grande importância, pois é através dela que se

pode observar o que as empresas de móveis estão fabricando para o público infantil,

quais as tendências do mercado e se esses móveis estão satisfazendo as

necessidades das crianças.

Pôde-se perceber que existe uma variedade muito grande de tipos de

conjuntos escolares no mercado, feitos de diversos materiais, como: MDF,

compensados, aglomerados, revestidos em fórmica, estruturados em aço ou

madeira, ou feitos em material plástico - o ABS. Verificou-se, com essa pesquisa,

que as empresas que investem em Design no ramo do mobiliário infantil, ou seja,

que levam em consideração aspectos ergonômicos, funcionais e estéticos no móvel,

são na grande maioria das vezes, as empresas voltadas para uma classe social

mais elevada. Isso porque o emprego de processos e materiais diferenciados, como

os que utilizam o plástico moldado no processo de fabricação, acaba encarecendo o

produto final. Analisando essa situação, verificou-se a necessidade de projetar um

conjunto de móveis para atividades pedagógicas, que utilizasse processos e

materiais acessíveis a maioria das pessoas e, que ao mesmo tempo, fosse

confortável, ergonomicamente correto, funcional e atrativo para as crianças.

A seguir serão apresentadas as pesquisas de campo realizadas com

professores e alunos em quatro instituições de ensino na Cidade de Curitiba. Estas

pesquisas têm por objetivo detectar as necessidades existentes no mobiliário a partir

da observação e análise do mesmo, dentro destas instituições.

Page 56: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

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10 PESQUISA DE CAMPO EM ESCOLAS E CRECHES

Nesta etapa foram realizadas pesquisas de campo em quatro centros

educativos infantis da Cidade de Curitiba. As instituições pesquisadas foram: O

Centro Municipal de Educação Infantil da Prefeitura, localizado no Bairro Rebouças,

o Centro de Educação Infantil Pequeno Mundo, localizado no Bairro do Xaxim, o

Pólo de Educação Infantil Jesus Menino e o Centro de Educação Infantil Colméias,

ambas localizadas no Bairro Hauer. Estas pesquisas foram feitas através da

observação e análise da utilização do mobiliário escolar infantil. Também foram

aplicados questionários para professores e alunos, com o intuito de descobrir os

aspectos positivos e negativos observados no mobiliário, a fim de que estes fossem

estudados posteriormente para auxiliar no processo de desenvolvimento de idéias

para o móvel infantil pedagógico. Os questionários realizados podem ser conferidos

nos apêndices do trabalho.

10.1 RELATÓRIO DA PESQUISA REALIZADA NO CMEI DA PREFEITURA DE

CURITIBA

A primeira instituição a ser pesquisada foi o Centro Municipal de Educação

Infantil da Prefeitura de Curitiba, localizado na Av. Pres Getúlio Vargas, ao lado da

Faculdade OPET. Houve uma conversa com os professores da Escola dentro da

sala de aula, juntamente com as crianças. Durante essa conversa, foram aplicados

questionários para os professores, e, de forma oral, as crianças também puderam

manifestar suas opiniões.

Observou-se que as mesas da Instituição são feitas de compensado laminado

e a estrutura dos pés de ferro, como pode ser ilustrado na figura 20. Os móveis são

coloridos e considerados pelos professores como práticos e adequados ao tamanho

das crianças.

Das 3 pessoas entrevistadas, 100 % alegaram que as crianças mostram

algum tipo de resistência (choram, reclamam) quando suas mães as deixam na

creche, mas isso ocorre apenas no início, ou seja, rapidamente elas se acostumam

com o ambiente escolar.

Quanto ao tempo que as crianças permanecem sentadas fazendo alguma

atividade, a maioria dos professores entrevistados relatou que as crianças na faixa

Page 57: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

67

etária de 4 a 6 anos de idade não permanecem muito tempo nessa posição, ficando

o período de 1 a 2 horas no máximo, sentadas. Durante a entrevista, observou-se

que as crianças estavam mudando constantemente de atividade, distraindo-se

rapidamente.

As atividades praticadas pelas crianças da escola são: pintura/desenho,

leitura, cortar/colar, brincadeiras/jogos e lanchar, sendo que as atividades realizadas

com maior freqüência e que as motivam mais são: pintura/desenho, brincadeiras e

jogos. (legos, bonecas, carrinhos).

Os professores afirmaram que as crianças sentem-se confortáveis ao praticar

suas atividades utilizando os móveis da escola.

Com relação à aparência dos móveis, a maioria dos professores respondeu

que é considerada “boa” e a característica que mais se destaca é a praticidade.

No item a que se refere às melhorias no mobiliário escolar, os professores

sugeriram que o tamanho das mesas fosse maior e que possuísse mais

funcionalidades. Além disso, afirmaram que o ideal seria que o conjunto oferecesse

maior conforto e segurança às crianças, devendo ser arredondado nos cantos, para

que as crianças não se machucassem.

Quanto às cores, a maioria dos professores sugeriu que o móvel fosse

colorido, podendo ser azul, amarelo, branco ou lilás.

As cores preferidas pelas crianças, na maioria foram as primárias: vermelho,

amarelo e azul.

Não foi possível compilar outros dados da instituição, como o Projeto político

pedagógico do Centro de Educação Infantil e fotos da instituição, já que a pesquisa

não foi realizada com prévia autorização da diretora da escola, que exigiu uma

autorização da prefeitura da Cidade. Como o processo era burocrático, achou-se

melhor finalizar a pesquisa, já que os dados principais já haviam sido coletados.

Page 58: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

68

Figura 20: Tipo de mobiliário existente no CMEI

Fonte: www.linplast.com.br

10.2 CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL PEQUENO MUNDO

O Centro de Educação Infantil Pequeno Mundo, localizado na Rua Waldemar

Loureiro de Campos, no Bairro do Xaxim foi criado no ano de 2009, graças à

iniciativa de duas professoras amigas, graduadas em pedagogia que desde a época

da Universidade sonhavam em construir um Centro de Educação Infantil. Buscaram

apoio da família e conseguiram realizar o sonho há 1 ano.

A faixa etária das crianças atendidas pelo Centro de Educação Infantil

Pequeno Mundo é de 1 a 5 anos de idade. A escola possui: 1 biblioteca e vídeo, 1

sala de soninho, 1 sala de maternal II, 1 sala de pré I, 1 sala de pré II, 1 sala de

recreação, 4 banheiros, 1 área de serviço, 1 almoxarifado e 2 áreas verdes.

O Centro de Educação Infantil Pequeno Mundo possui aulas de dança,

espanhol, jardinagem, culinária, musicalização, judô, colônia de férias e contra- turno

para as crianças. O projeto contra-turno visa melhorar o aperfeiçoamento da criança

na escola. Funciona diariamente em turno aposto à escola, disponibilizando prática

recreativa e apoio pedagógico. Além disso, o Centro dispõe de alimentação como:

café, almoço e lanche.

A mesa e as cadeiras são de madeira pinus, pintados na cor verde, sendo

que a mesa é revestida em fórmica na cor branca e possui cantos arredondados

para evitar acidentes, como pode ser visto na figura 22.

A escola visa à construção de um espaço de convivência, de trocas, de

reelaboração de conhecimentos e de transformação social. A instituição de ensino

pesquisada entende a escola de educação infantil como um espaço onde a criança

Page 59: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

69

pode se desenvolver através de um processo rico em interações e construção de

conhecimentos significativos, exercendo a cidadania desde a infância.

Figura 21: Centro de Educação Infantil pequeno Mund o

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 22: Conjunto Escolar do CEI Pequeno Mundo

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 60: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

70

10.2.1 Relatório da Pesquisa realizada com professores no CEI Pequeno Mundo

De acordo com a pesquisa realizada com os professores, foi constatado que

as crianças mostram algum tipo de resistência (choram/reclamam) quando suas

mães as deixam na creche durante alguns dias, até se acostumarem com o novo

ambiente de estudo. Quanto ao tempo em que ficam sentadas, a maioria das

crianças não ultrapassa o período de 1 hora. As atividades que realizam nesse

tempo são: pintura/desenho, cortar/colar, leitura, escrita, brincadeiras/jogos, lanchar

e assistir tv. Destas, a que mais as motivam é a brincadeira, podendo ser individual

ou em grupo.

Os professores afirmaram que as crianças sentem-se bem ao utilizar os

móveis da escola e julgaram como “boa” a aparência dos mesmos. Para eles o

aspecto que mais se destaca no mobiliário existente, é a praticidade, deixando

aparência e conforto em segundo plano. Quanto às sugestões de mudanças, a única

destacada foi que os móveis fossem coloridos, ao invés de serem todos na cor verde

e branco.

Page 61: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

71

10.2.2 Relatório da Pesquisa realizada com as crianças no CEI Pequeno Mundo

O método da aplicação do questionário foi em grupo e oralmente. Ao serem

perguntadas se as crianças apreciavam ir à escola e estudar, a grande maioria disse

que sim, por se sentir bem no ambiente.

As atividades mais praticadas na sala de aula são brincadeiras didáticas,

pintar, desenhar, jogos e assistir filmes. Destas, a atividade mais apreciada pelas

crianças é o “brincar”.

Ao serem perguntadas sobre a aparência dos móveis escolares, a maioria

respondeu que achava “bonito” e “confortável”. Quanto à preferência por cores do

móvel, as mais votadas pelas crianças foram: azul, vermelho e amarelo.

10.3 POLO EDUCACIONAL JESUS MENINO

O pólo Educacional Jesus menino localiza-se na Rua Dr. Julio César Ribeiro

de Souza, n 1332, no bairro Hauer em Curitiba. O público alvo da escola são

crianças de 6 a 10 anos e pré-adolescentes de 11 a 14 anos, do 1º ao 5º ano.

Geralmente os alunos que freqüentam a Escola advêm de famílias das comunidades

do Hauer e pertencem à classe média, em sua maioria.

A escola passou a ter legitimidade a partir de 01 de agosto de 2001, com a

cessação da Escola de Ensino fundamental Colméia junto à secretaria de Educação

do PR, em 31 de julho do mesmo ano, tendo sido criada em substituição a esta.

A empresa mantenedora da escola é a Prática Aliança, que é formada por

duas professoras estaduais aposentadas e uma advogada que se uniram para levar

em frente um ideal de trabalho, através do qual a educação possa exercer

efetivamente a sua função social. O ideal da Prática Aliança seria formar indivíduos

pensantes, críticos e conscientes que possam promover as mudanças necessárias

para a melhoria da sociedade em que vivem.

Todas as ações da escola adotam como princípios os valores preconizados

pelo cristianismo. Considera-se também a organização da família onde a relação

entre Deus e o homem é reavaliada colocando a caridade como uma das maiores

virtudes humanas, exigindo o amor ao próximo, como aquele que dedicamos a nós

mesmos.

Page 62: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

72

Os professores que trabalham na instituição são, no mínimo, graduados em

algum curso da área educacional, possuindo experiência na função.

A escola funciona em um prédio reformado pela sua administração onde

desenvolve suas finalidades buscando atender as exigências dos órgãos

reguladores de suas atividades como: inspeção sanitária, setor de urbanismo da

prefeitura, corpo de bombeiros, entre outros órgãos.

O prédio da escola foi construído em 1970. O grupo mantenedor da escola

Jesus menino assumiu o Ensino fundamental em 2000. As suas dependências

ocupam todo o andar superior do prédio com área de atendimento de 548 m2. O

atendimento ao aluno é feito em 4 salas de aula de 48 m2. Todas possuem 2

grandes quadros de giz, mobiliário considerado adequado, pintura clara. São salas

bem iluminadas e arejadas. Possuem ainda uma mesa e um armário para guardar

material dos alunos, 1 tv 29 ‘, vídeo cassete e DVD. Há ainda uma sala de vídeo

com tv de plasma de 50’, aparelho DVD e 40 lugares com cadeiras almofadadas

para atividades extraordinárias, mesa do professor, aparador e armário para guardar

materiais.

O laboratório de informática é composto por 8 computadores conectados à

rede mundial de internet, através do sistema banda larga, onde existe um espaço de

atendimento aos alunos e 8 cadeiras.

A biblioteca consta com vasto acervo bibliográfico e bancada para 16 alunos,

constituindo-se em um espaço de troca de informações literárias e realização de

atividades específicas de leitura como o projeto “quem lê, vai longe”.

O acesso às dependências da escola é independente da creche que funciona

no térreo, possuindo uma escada externa.

Existe na entrada do prédio uma área de 50 m2 para a recepção das crianças

e entrega das mesmas no final das aulas. Dentro do prédio há uma sala de 67 m2

chamado de ”espaço de convivência”, onde são recepcionados os visitantes e

realizadas diversas atividades como coral e apresentações culturais.

Para os recreios e atividades de Educação física é utilizado um pátio interno

coberto de 150 m2 e outro descoberto com a mesma área. As duas instituições-

escola e creche - utilizam o mesmo espaço em horários alternados.

O Pólo possui diversos projetos interdisciplinares, tais como: canto, coral,

capoeira, ética e cidadania, esportes, informática, inglês e programa de resistência

às drogas e violência.

Page 63: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

73

A escola Jesus menino, mostrada na figura 23, possui filosofia humanista, não

confessional, centrada em valores cristãos, ambiente social e propicia a vivência de

valores éticos e morais. Seu principio pedagógico educativo é baseado na

afetividade.

O conjunto escolar apresenta a carteira com tampo em compensado,

revestido na parte superior com fórmica na cor verde, com gradil de ferro para

guardar o material escolar. A cadeira apresenta assento e encosto em compensado

moldado, com cantos arredondados. A estrutura é em aço tubular com acabamento

em pintura epóxi preta, como pode ser visto na figura 24.

Figura 23 : Pólo Educacional Jesus Menino

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 24 :Conjunto Escolar da Escola Jesus Menino

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 64: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

74

10.3.1 Relatório da Pesquisa realizada com professores na Escola Jesus Menino

A pesquisa foi realizada com 4 professores. 75% dos professores

concordaram que as crianças mostram algum tipo de resistência (choram,

reclamam) quando suas mães as deixam na escola. Apenas 25% afirmaram que

elas não apresentam resistência, adaptam-se rapidamente.

Quanto ao número de horas em que ficam sentadas, todos os professores

entrevistados responderam que as crianças permanecem o período de 3 a 4 horas

nessa posição, praticando algum tipo de atividade.

As atividades praticadas pelas crianças são: pintura, desenho, cortar, colar,

leitura, escrita, brincadeiras, jogos, lanchar, música e capoeira. Dessas atividades as

que mais motivam as crianças é pintura/desenho, ficando em segundo lugar as

brincadeiras e os jogos.

Quanto ao conforto dos móveis 50% dos professores responderam que as

crianças sentem-se bem, porém eventualmente reclamam de desconforto. Quanto à

aparência dos móveis 50% alegou ser boa e 50% considerou como “regular”.

Quando questionados sobre qual a característica que mais os agradam nos móveis

da escola, 75% dos professores entrevistados responderam que a característica

mais apreciada é a praticidade. Apenas para 25 % dos professores entrevistados, a

aparência é a característica mais evidenciada no conjunto escolar. Todos os

professores entrevistados sugeriram mudanças nos móveis da escola como:

cadeiras mais ergonômicas, carteiras mais funcionais, móveis modernos, de acordo

com a tendência, móveis com cores mais chamativas / quentes e cadeiras mais

confortáveis. 100% dos professores sugeriram que o móvel fosse colorido. O único

professor que especificou as cores, sugeriu o Azul e o lilás como preferidas.

Page 65: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

75

10.3.2 Relatório da Pesquisa realizada com as crianças da Escola Jesus Menino

O método da aplicação do questionário foi realizado através da leitura

preliminar das questões para a classe e, posteriormente, a resolução das questões

pelos alunos. Ao serem perguntadas se as crianças apreciavam ir à escola e

estudar, todas as crianças disseram que sim, por se sentirem bem no ambiente e

acharem importante o estudo.

As atividades praticadas na sala de aula são: pintura/desenho, brincadeiras

didáticas, jogos, leitura e escrita. Destas, a atividade mais apreciada pelas crianças

é a leitura e o desenho/pintura.

Ao serem perguntadas sobre a aparência dos móveis escolares, a maioria

respondeu que achava “bonito” e confortável. Porém, algumas crianças reclamaram

do tamanho dos móveis (carteira/cadeira), por serem ou “muito altos”, ou “muito

baixos”. Quanto à preferência por cores do móvel, as mais votadas pelas crianças

foram: Rosa, vermelho e laranja.

10.4 CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL COLMÉIAS

O Centro de Educação Infantil Colméias localiza-se na Rua Julio César

Ribeiro de Souza, N º1332, no bairro Hauer, em Curitiba.

A idéia de se dar o nome de Associação das abelhinhas de Santa Rita de

Cássia à organização informal que existia na vila Hauer desde 1959, onde sua

fundadora Sra Nezita Blansky Kleenke, atendia aos pobres e carentes que vinham à

sua porta em busca de ajuda material, partiu da mesma pela devoção que tinha à

Santa Rita de Cássia.

Em 1962 o trabalho começou a tomar maior vulto tornando-se um referencial

de atendimento a pessoas carentes em toda Vila Hauer e imediações, fazendo-se

necessário organizar e sistematizar o trabalho através de uma entidade jurídica, que

tivesse legitimidade para realizar convênios e concorrer a verbas de órgãos públicos.

Assim em 1962 foi fundada a Associação das Abelhinhas de Santa Rita de Cássia,

com a finalidade de prestar assistência social à população carente da região,

concentrando seu trabalho nas mães, a fim de possibilitar às mesmas a realização

de um trabalho produtivo e remunerado como forma de aumentar o seu rendimento

Page 66: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

76

familiar. Embora prestando uma homenagem à Santa Rita de Cássia, a entidade não

possuía vínculo com a Paróquia de Santa Rita, onde estava centralizado seu

trabalho. Com a construção da sede própria e conseqüente aumento de crianças em

idade escolar que acompanhavam suas mães nas atividades que desenvolviam,

iniciou-se na associação, informalmente, um atendimento específico, de caráter

educacional, restringindo-se ao ensino fundamental básico. A primeira turma de

alunos prestou exames na secretaria de Estado de educação do Paraná em 1967,

sendo toda a turma aprovada. Por isso o nome Colméia, nome dado à Escola pela

caracterização do trabalho desenvolvido pela Associação. ”Uma associação de

abelhinhas forma uma colméia” dissera Dona Nezita quando nomeou a escola.

De semelhante com a vida das abelhas, pode-se dizer que a entidade

desenvolve através de seu trabalho a chamada “trofalaxia”- troca de alimentos que é

uma das características básicas da organização social das Colméias, onde todos os

membros compartilham da mesma fonte de alimentos. Por meio da assistência que

promove no Centro de Educação Infantil Colméias, a entidade mantenedora busca

suprir as necessidades de alimentos, vestiários e educação das crianças carentes,

com recursos advindos de campanhas e doações provindas da própria comunidade.

Hoje, busca-se na inspiração de seu nome, a idéia de que todo seu trabalho

realizado no centro de Educação infantil deve ser tão organizado e disciplinado

como na comunidade das abelhas.

Modalidades ofertadas:

4 meses a 2 anos – Maternal- 2 turmas

2 anos- Maternal - 1 turma

3 anos- Maternal - 1 turma

4 anos - Pré -1 turma

5 anos - Pré II- 1 turma

6 anos Pré III- 1 turma.

Recursos físicos:

6 salas de aula, 1 biblioteca, 1 brinquedoteca, 1 sala de direção, 1 sala de

coordenação, 1 secretaria, 1 portaria, 1 sala de arquivo, 1 videoteca, 2 salas para

deposito, 1 dispensa, 5 banheiros, 1 lavanderia e 1 refeitório.

O público-alvo da escola seria famílias pequenas, formadas por pais operários

ou mães solteiras, com renda de mais ou menos 1,5 salário mínimo.

Page 67: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

77

Quanto ao mobiliário, o conjunto escolar apresenta carteira retangular com

tampo em compensado, revestido na parte superior com fórmica na cor verde, com

gradil de ferro para guardar o material escolar. A cadeira apresenta assento e

encosto em compensado moldado, com cantos arredondados. A estrutura é em aço

tubular, como pode ser visto na figura 26. Esse conjunto escolar é voltado para as

crianças de 5 a 6 anos. A escola possui a mesma linha de conjunto escolar para

crianças de 3 a 4 anos. O que diferencia esses móveis, é que o tampo é

arredondado e as alturas da mesa e cadeira são menores, como pode ser

observado na figura 27. Essa adaptação foi idéia da própria diretora da Escola, que

mediu as crianças e fez uma média de todas as alturas para que o móvel pudesse

satisfazer a maioria destas.

Figura 25 : Centro de Educação Infantil Colméias

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 68: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

78

Figura 26: Conjunto Escolar do CEI Colméias Fi gura 27: Conjunto Escolar do CEI Colméias

Fonte: Autoria própria, 2010. Fonte: Autoria própria, 2010.

10.4.1 Relatório da Pesquisa realizada com professores no CEI Colméias

De acordo com a pesquisa realizada com os professores, foi constatado que

as crianças mostram algum tipo de resistência (choram/reclamam) quando suas

mães as deixam na creche, até se acostumarem com o novo ambiente de estudo.

Quanto ao tempo em que ficam sentadas, a maioria das crianças não ultrapassa o

período de 1 hora. As atividades que realizam nesse tempo são: pintura/desenho,

cortar/colar, leitura, escrita, brincadeiras/jogos, lanchar. Destas, as atividades que

mais as motivam é a pintura e o desenho.

Os professores alegaram que as crianças sentem-se bem ao utilizar os

móveis da escola e julgaram como “boa” a aparência dos mesmos, sendo que o

aspecto que mais se destaca no mobiliário, é a praticidade e o conforto ergonômico.

Quanto às sugestões de mudanças, foi sugerido que os móveis fossem

coloridos, com cantos arredondados, feitos de um material que facilitasse a limpeza

e que possuísse uma gaveta embutida ou um nicho para guardar materiais

escolares.

Page 69: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

79

10.4.2 Relatório da Pesquisa realizada com as crianças no CEI Colméias

O método da aplicação do questionário foi em grupo e oralmente. Ao serem

perguntadas se as crianças apreciavam ir à escola e estudar, a grande maioria disse

que sim, por se sentir bem no ambiente.

As atividades praticadas na sala de aula são brincadeiras didáticas, jogos e

incentivo a leitura e escrita. Destas, a atividade mais apreciada pelas crianças é o

momento da leitura, pois o professor, desde cedo, incentiva as crianças a

freqüentarem a biblioteca, contar e ouvir estórias.

Ao serem perguntadas sobre a aparência dos móveis escolares, a maioria

respondeu que achava “bonito” e “confortável”. Quanto à preferência por cores do

móvel, as mais votadas pelas crianças foram: azul, rosa e amarelo.

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80

11 ANÁLISE DAS PESQUISAS DE CAMPO NAS ESCOLAS E RES ULTADOS

Percebeu-se com a presente pesquisa que a maioria dos Centros de

Educação Infantil utiliza móveis padronizados, sendo fabricados em compensado,

revestidos em fórmica e a estrutura em aço. Até mesmo a cor é padronizada, sendo

a verde a principal escolhida pelas instituições de ensino, por se tratar de uma cor

considerada “calmante”, visto que as crianças nessa fase são muito agitadas.

A única instituição pesquisada que utilizou a madeira como principal material

(tanto na estrutura, como no assento da cadeira e tampo da mesa), conferindo ao

móvel um aspecto mais “aconchegante”, como se pode verificar na figura 23, foi o

Centro Educacional Pequeno Mundo, uma Instituição de Ensino privada. Por outro

lado, a única instituição pesquisada que se preocupou em diversificar as cores dos

móveis para torná-los mais atraentes às crianças, foi o Centro de Educação

Municipal Infantil da prefeitura, localizado ao lado da Faculdade OPET. Além disso,

os móveis, apesar de não possuírem conforto aparente, devido ao material (assento

e fórmica e estrutura em ferro) estavam adequados em seu tamanho e altura para as

crianças.

Os móveis referentes às outras duas instituições pesquisadas (Centro

Educacional Jesus Menino e Centro Educacional Infantil Colméias) não

apresentaram nenhum elemento atrativo para as crianças. Porém pôde-se perceber

que ambas as Instituições se preocuparam em manter a ergonomia, adaptando as

medidas da mesa e cadeira para as crianças a partir da média das alturas e medidas

do corpo das crianças.

Pôde-se perceber que houve preocupação por parte de todos os Centros

Infantis pesquisados em deixar os móveis mais seguros para as crianças. As

instituições que se destacaram nesse aspecto foi o Centro de Educação Infantil

Colméia’s - que além de arredondarem os cantos das mesas e cadeiras, também

disponibilizaram mesas redondas especialmente para as crianças menores- e o

Centro de Educação Infantil Pequeno Mundo, que disponibiliza uma linha de móveis

em madeira, feita especialmente para as crianças da Escola.

Com relação ao aspecto funcional, todas as mesas pesquisadas atendem a

função básica - apoiar objetos. Os únicos mobiliários que atendem a função de

guardar materiais, são os existentes no Centro educacional Infantil Jesus Menino e o

Page 71: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

81

Centro Educacional Infantil Colméia’s, em que as carteiras possuem um espaço

localizado abaixo da mesa para essa função.

Observa-se que em todas as Escolas pesquisadas há uma preocupação

grande com o incentivo da leitura, a prática de jogos pedagógicos em sala de aula e

as atividades em grupo.

Após analisar todos esses aspectos (funcionais, estéticos, ergonômicos e

pedagógicos) e após comparar as respostas dos questionários avaliados, algumas

necessidades e características foram identificadas abaixo:

- O móvel deverá ser colorido, respeitando a preferência de 100 % das

crianças entrevistadas, tomando o cuidado para não utilizar cores fortes em grande

quantidade, como o vermelho e laranja, visto que essas cores trazem sensação de

“agitação” à criança.

- O material escolhido para fabricar o Conjunto de mesa e bancos foi a chapa

de madeira de MDF, por se tratar de uma chapa resistente, de boa qualidade e

economicamente acessível;

- O móvel deve possuir medidas ergonômicas que sejam compatíveis para a

idade de 4 a 6 anos, baseando-se nas medidas já utilizadas pela Escola Colméia’s.

- O conjunto de mesa e banco deve ser seguro, confortável e atrativo para as

crianças. A mesa deve possuir cantos arredondados e o banco deve ser estofado

para oferecer o conforto exigido.

- O móvel deverá servir para até 4 crianças, já que é importante que elas

trabalhem em grupos e equipes para se socializarem;

- Como a mesa será pedagógica, haverá jogos em seu tampo, que deverão

ser compatíveis com a idade de 4 a 6 anos. Estes jogos contribuirão para o estímulo

da aprendizagem das crianças.

- O móvel deverá possuir espaços para guardar objetos como mochilas,

cadernos, lápis, tesouras, entre outros materiais didáticos.

- O móvel poderá ser utilizado tanto em instituições de ensino, como em

residências.

- O móvel deverá possuir características lúdicas, que vão atrair e despertar o

interesse das crianças.

Estas características e necessidades fazem parte da definição do projeto. O

próximo capítulo abordará toda a definição do protótipo: painel do usuário, geração

Page 72: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

82

de alternativas, escolha dos jogos pedagógicos, processo de fabricação da mesa,

escolha das cores, memorial descritivo e análise de uso.

12 O PROTÓTIPO

A metodologia utilizada para a realização do projeto do protótipo foi baseada

em dois autores: Lobach e Baxter. Lobach (2000) afirma que todo o processo de

Design é tanto um processo criativo como um processo de solução de problemas

concretizado em um projeto industrial e incorporando as características que possam

satisfazer as necessidades humanas de forma duradoura, podendo se desenvolver

de forma extremamente complexa dependendo da magnitude do problema, e a

divide em quatro fases distintas: Análise do Problema, Geração de Alternativas,

Avaliação das Alternativas e Realização da Solução do Problema. Embora nunca

sejam separáveis no caso real, elas se entrelaçam umas às outras com avanços e

retrocessos durante o processo de projeto.

Já Baxter (1998) prioriza as questões mercadológicas quando diz que “a

inovação é um ingrediente vital para o sucesso dos negócios”, onde “o planejamento

incluindo identificação de uma oportunidade, pesquisa de marketing, análise dos

produtos concorrentes, proposta do novo produto, elaboração das especificações da

oportunidade e a especificação do projeto” são quesitos fundamentais para fazer

frente à concorrência industrial como estratégia empresarial inovadora, propondo

redução de custos e criação de uma identidade ou estilo no produto.

O presente trabalho baseia-se nessas duas metodologias, sem, entretanto,

preocupar-se com a ordem exata das “fases” de trabalho propostas, já que, como

bem salientou Bonsiepe (et al, 1984), “a metodologia não tem finalidade em si

mesma, é só uma ajuda no processo projetual, dando uma orientação no

procedimento do processo e oferecendo técnicas e métodos que podem ser usados

em certas etapas”, dessa forma o autor diz que o Designer deve ter o controle e a

decisão de qual a melhor alternativa a ser investida.

Page 73: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

83

12.1 PAINEL DO USUÁRIO

O público-alvo escolhido para a realização do projeto da mesa e cadeira

pedagógica é constituído por crianças entre 4 e 6 anos de idade, em fase de

iniciação escolar. O perfil dessas crianças, representado pelo painel do usuário,

ilustrado na figura 28, é de crianças de classe média que apreciam os estudos,

brincadeiras, os amigos e a convivência familiar. São crianças que estão

desvendando o mundo, através de suas explorações diárias, tanto na escola, como

durante o convívio social. Praticam atividades como: desenho, pintura, colagem,

brincadeiras pedagógicas, leitura com ajuda dos pais ou professores e iniciação à

escrita. Além disso, apreciam cores vibrantes e chamativas.

Page 74: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

84

Figura 28: Painel do Usuário

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 75: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

85

12.2 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS E DEFINIÇÃO DO PROJETO

Para tornar possível a realização do projeto da Mesa Pedagógica Infantil,

foram realizadas algumas alternativas, as quais foram sendo transformadas de

acordo com as necessidades e viabilidades técnicas existentes.

A princípio, a preocupação principal era o formato, a estética da mesa e dos

bancos a serem projetados. Após realizar pesquisas acerca do mobiliário escolar

infantil em sites, revistas e nas escolas em que foram realizadas as pequisas de

campo, algumas idéias foram surgindo. A primeira idéia foi fazer a mesa e os

bancos, de maneira que ficassem acoplados um no outro. Ao mesmo tempo a mesa

seria redonda e o banco acompanharia esse formato. A idéia surgiu pensando na

necessidade de fazer um móvel que agradasse as crianças e, possuindo formato

orgânico, poderia atender essa expectativa. Depois de fazer o primeiro esboço a

lápis, algumas questões começaram a surgir. A principal delas foi com relação ao

processo de fabricação, em vista do tipo de material que se pensou em fazer. A

primeira idéia foi fazer o móvel em polietileno, visto que esse material é resistente,

pode ser produzido em diversas cores, possui boa aparência estética, e,

consequentemente, se torna atrativo para as crianças. Porém, ao pesquisar sobre o

custo do móvel nesse material e o processo produtivo, optou-se por substituí-lo pelo

MDF, que é um material resistente, mais conhecido e mais acessível

economicamente.

Por conta do tipo de material já especificado a “estética” do produto já foi

sofrendo alterações. Pensando em facilitar o processo de fabricação e ao mesmo

tempo, evitar “perda de espaço”, já que o tampo da mesa ocuparia grande área se

fosse redondo, foi decidido que o formato do móvel passaria a ser retangular,

possuindo apenas os cantos arredondados para evitar possíveis acidentes com as

crianças.

A idéia de fazer a mesa acoplada com os bancos surgiu ao observar algumas

formas geométricas. Um dos exemplos que contribuiu para isso pode ser observado

na figura 29.

Após estabelecer a idéia da mesa retangular, com cantos arredondados e que

fosse acoplado aos bancos, chegou-se a geração de algumas alternativas, que

foram sendo modificadas ao longo do projeto.

Page 76: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

86

A idéia da primeira alternativa, gerada no programa Sketch up, era fazer uma

mesa pedagógica em formato de “T”, presa sobre uma plataforma de 10 cm de

altura, que contivesse dois bancos grandes em formato de “baú”, como pode ser

verificado na figura 30. Os bancos, além da função “sentar”, também poderiam ser

utilizados para guardar os brinquedos das crianças. Porém, ao visualizar a

alternativa, achou-se que a forma ficou “esteticamente pesada”, visto que os baús

teriam que ter mais ou menos 80 cm de largura cada, para que pudessem ser

utilizados por 2 crianças de cada lado, ao mesmo tempo. Além disso, o assento, que

também teria a função de tampo do baú, ficaria muito pesado para as crianças e

poderiam causar um acidente, quando estas tentassem abrir a fim de guardar ou

pegar algum brinquedo.

Como um dos objetivos do móvel era que contivesse um espaço para guardar

materiais, optou-se por substituir a sugestão do “banco baú” pela idéia de fazer o

banco retangular, com uma prateleira na parte inferior. Os pés passaram a ser

quadrados, com uma espessura menor que a base da mesa e maior que seu tampo.

Isso manteve a função de guardar materiais e conferiu um aspecto mais moderno e

leve ao móvel. A mesa manteve o formato em “T”, e acrescentou-se uma prateleira

na parte inferior desta, com a mesma função. A mesa manteve-se localizada sobre a

plataforma de 10 cm de altura. Além disso, surgiu a idéia de fazer uma espécie de

“rasgo” no tampo da mesa, que serviria para guardar lápis, borracha, entre outros

pequenos objetos que as crianças costumam perder. Essa alternativa pode ser

conferida pela figura 31.

Na alternativa 32 manteve-se a mesma idéia, porém o tipo de pés da mesa foi

modificado e, conseqüentemente, a prateleira também. Manteve-se o “rasgo” na

parte superior do tampo da mesa.

Ao observar que a prateleira poderia atrapalhar a movimentação das crianças

ao se sentarem, optou-se por retirá-lá e voltar com a primeira idéia do pé fixo no

tablado, acrescentando uma espécie de “porta lápis” ao lado dos pés, como pode

ser verificado na figura 33.

O Círculo colorido no centro da mesa, presente em todas as alternativas,

partiu da idéia de fazer uma espécie de “roleta de jogos”, em que apenas o círculo

giraria em um eixo que ficaria abaixo da mesa. Este círculo ficaria rente a mesa

possuiria um dispositivo que travaria seu movimento quando as crianças estivessem

jogando. A idéia foi abandonada, pois além de não apresentar uma função

Page 77: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

87

considerada importante, restringiria a utilidade da mesa, caso as crianças quisessem

utilizar uma superfície lisa para desenhar, por exemplo.

As alternativas foram estudadas pela aluna, juntamente com a professora

Elenise, que leciona a Matéria de Projetos na UTFPR. Observaram-se

características positivas e negativas em todas as propostas e buscou-se aliar as

idéias mais viáveis. A professora observou que a idéia do “rasgo” no tampo da

mesa iria atrapalhar os alunos que quisessem utilizar o espaço para desenhar ou

escrever, visto que a mesa deveria ser utilizada por 4 crianças. Sugeriu-se que o

tampo fosse liso e que mantivesse a idéia do “porta-lápis” na lateral, acrescentando-

se gavetas pequenas no móvel.

Também foi observado que seria mais viável retirar o tablado do móvel, já que

este poderia causar acidentes para as crianças, além de perder a flexibilidade para

movimentação do móvel. Essa idéia proporcionou o acréscimo de mais uma

funcionalidade para o móvel, a de ser utilizado também como estante, bastando para

isso, colocá-los um sobre o outro, de maneira que os assentos dos dois bancos se

encontrassem.

Os “porta lápis” foram modificados, substituindo as “caixinhas” por porta-lápis

esteticamente mais interessantes, diante da possibilidade de comprá-los

separadamente. A parte inferior da mesa ficou livre e seus pés mantiveram a forma

retangular, porém optou-se por aumentar a espessura, a fim de proporcionar um

impacto maior. A figura 34 ilustra a alternativa final.

Além da professora Elenise, durante o processo de geração de alternativas,

foram levados em consideração as opiniões de amigos, familiares e do marceneiro

da UTFPR, Sr Francisco, levando em consideração os resultados obtidos pela

pesquisa realizada anteriormente com os professores e alunos dos Centros de

Educação Infantil.

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88

.

Figura 29: formas geométricas acopladas

Fonte: http://www.romelhoartesvisuais.blogspot.com/

Figura 30: Alternativa 01

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 79: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

89

Figura 31: Alternativa 02

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 32: Alternativa 03

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 33: Alternativa 04

Fonte: Autoria própria, 2010.

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90

Figura 34: Alternativa 05

Fonte: Autoria própria, 2010.

12.2.1 Escolha dos Jogos Pedagógicos

Considerando que a mesa pedagógica a ser construída teria a função

principal de estimular a desenvolver a aprendizagem das crianças de 4 a 6 anos,

pesquisou-se jogos pedagógicos que poderiam satisfazer essa necessidade.

Constatou-se que existe uma infinidade de tipos de jogos para essa idade,

como quebra-cabeças, jogo da memória, trilhas, jogos de encaixe, jogos que

estimulam a escrita, a contagem, a identificação de números, cores, dentre outros

tipos. Alguns exemplos de jogos pedagógicos puderam ser conferidos nas figuras 5,

6 e 7.

Após pesquisar os tipos de jogos pedagógicos e suas funções, pensou-se em

como inseri-los na mesa. Foi então que surgiu a idéia de selecionar os jogos fixos

(de tabuleiro por exemplo) para que pudessem ser colados na mesa de modo que

apenas suas peças fossem soltas.

Os jogos escolhidos foram: o jogo de xadrez (figura 35), o jogo da velha

(figura 36), a trilha de números (figura 37) e a trilha do alfabeto (figura 38).

O jogo de xadrez foi escolhido porque ele contribui para o desenvolvimento da

memória, da capacidade de concentração e da velocidade de raciocínio.

Page 81: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

91

De acordo com Vaz (2009), em estudo realizado na Alemanha Oriental,

comparando o desenvolvimento de grupos de estudantes de diversas idades,

separando-os em dois grupos: os que jogavam e os que não jogavam Xadrez,

concluiu-se que:

o O Xadrez estimula a atividade intelectual e estabiliza a personalidade de

crianças e jovens durante seu crescimento. Isso é evidente, sobretudo, na

puberdade: crianças que jogam Xadrez apresentam menos crises decorrentes

das transformações dessa fase etária do que as que não jogam.

o O raciocínio lógico e a capacidade de cálculo são estimulados, produzindo

excelentes resultados no desempenho escolar, com destaque particularmente

notável nos casos da Física e da Matemática.

o Em aspectos gerais, os alunos que jogam Xadrez apresentam nítida

superioridade em força de vontade, tenacidade, memória e concentração.

o O Xadrez ensina a criança a avaliar as conseqüências dos seus atos,

tornando-as mais prudentes e responsáveis.

Ainda de acordo com Vaz (2009), em pesquisas realizadas na Inglaterra, chegou-

se à conclusão de que a concentração e a habilidade em formular e posteriormente

concretizar planos no tabuleiro contribui significativamente para a tomada de

decisões e execução das mesmas. No caso das crianças e jovens, o Xadrez

estimula o desenvolvimento intelectual; no caso dos adultos e idosos, o Xadrez

contribui preservando por mais tempo a agilidade mental.

O jogo da velha teria se originado na Inglaterra, quando nos finais de tarde,

mulheres se reuniriam para conversar e bordar. As mulheres idosas, por não terem

mais condições de bordar em razão da fraqueza de suas vistas, criaram este jogo,

que passou a ser conhecido como o da "velha". Este jogo é ideal para o estimular o

raciocínio lógico das crianças, além de discriminar posição, estabelecer

comparação, utilizar os planos vertical, horizontal e os eixos cartesianos e formular

estratégias.

O jogo da trilha de números auxilia a criança a identificar as seqüências

numéricas, além de estimular a contagem. Já a trilha do alfabeto, auxilia a criança a

identificar a seqüência das letras do alfabeto e sua representação.

Page 82: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

92

Os quatro jogos foram inseridos em um papel com a seguinte disposição: o

jogo da velha e o jogo de xadrez ficaram no centro de um fundo amarelo retangular

e as trilhas ficaram dispostas nos cantos da folha. Esta disposição, que pode ser

conferida pela figura 39, foi escolhida para que as quatro crianças pudessem utilizar

os diferentes jogos ao mesmo tempo, podendo jogar em dupla, com o adversário ao

seu lado, ou em dupla com o adversário à sua frente, no caso dos jogos de xadrez e

jogo da velha. No caso das trilhas, há a possibilidade das crianças jogarem em

dupla, trio ou em quatro pessoas. A figura 40 ilustra o resultado da aplicação dos

jogos na mesa pedagógica.

Figura 35: Jogo de Xadrez

FONTE: www.google.com.br/imagens

Figura 36: Jogo da velha

FONTE: www.google.com.br/imagens

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93

Figura 37: Jogo da trilha de números

FONTE: www.google.com.br/imagens

Figura 38: Jogo da trilha do alfabeto

FONTE: www.google.com.br/imagens

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94

Figura 39: Montagem dos jogos para mesa pedagógica

FONTE: Gustavo e Lucas, 2010.

Figura 40: Aplicação da Figura na Mesa Pedagógica.

Fonte: Autoria própria, 2010.

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95

12.3 PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA MESA PEDAGÓGICA

A primeira etapa do processo de fabricação da mesa foi o “pré-corte” na Serra

Circular, ou seja, o corte das peças da mesa e dos bancos, deixando dois

centímetros de sobra, para posterior acerto. Após essa etapa, as chapas foram

cortadas na medida exata em que seriam montadas (fig. 41). Estas peças foram

separadas (fig. 42).

Primeiramente optou-se por fazer o tampo da mesa pedagógica. Como o

tampo teria que ter 30 mm de altura, foi necessário fazer uma espécie de “quadro”,

em sua parte inferior. Para tanto, foi necessário cortar cinco ripas de madeira, as

quais foram coladas, furadas (fig. 43) e parafusadas (fig. 44) na parte inferior do

tampo de 15 mm. Estas ripas ficaram dispostas rentes ao tampo e uma delas foi

fixada no centro deste, para que a estrutura ficasse firme. (fig. 45).

Para a confecção dos pés da mesa, primeiramente cortaram-se os cantos das

4 peças, formando uma espécie de “dente” que encaixaria na parte inferior da

mesa(fig. 46 e fig. 47). Com o objetivo de fazer com que o pé da mesa obtivesse os

100 mm de espessura, uma peça em “L” foi parafusada entre as duas peças que

estruturavam os pés. Essa peça em “L” foi colocada voltada para o interior do pé da

mesa, de maneira a deixar um espaço para a entrada da gaveta e oferecer apoio a

esta (fig,. 48). Para finalizar o pé da mesa, as duas peças restantes foram

parafusadas, de maneira a formar uma espécie de “caixa” (fig. 49). Depois de

prontos, os pés foram encaixados na parte inferior da mesa (fig. 50).

O passo seguinte foi o “arredondamento” dos cantos da mesa. Desenhou-se o

raio de 50 mm nos cantos do tampo (fig. 51). Depois disso, com ajuda de uma serra

de mão, as bordas foram arredondadas (fig. 52). O acabamento foi dado utilizando

uma lixadeira automática e posteriormente, uma lixa simples. (fig. 53).

Os porta-lápis foram comprados em uma loja especializada em objetos para

artesanato. Estes foram colados na parte externa dos pés da mesa. Primeiramente

marcou-se a altura da posição dos mesmos e contornou-se a peça com um lápis.

(fig. 54). Depois, passou-se cola de contato nas partes inferiores dos porta-lápis (fig.

55) e nas partes externas dos pés da mesa. Esperou-se secar alguns minutos (fig.

57) e então foi realizada a colagem das peças (fig. 58).

Para a confecção dos bancos primeiramente foi feita a marcação da

disposição dos pés e da divisória interna com lápis (fig. 59). Depois, os pés foram

Page 86: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

96

parafusados sobre o assento. A prateleira foi colada e a divisória interna parafusada

por cima do tampo. Para aumentar a espessura dos pés, colaram-se duas ripas de

madeira entre as duas chapas que formam o pé. A Figura 61 mostra o banco quase

finalizado. Como os pés do banco estavam presos somente com cola de contato, foi

necessário utilizar grampos, que foram prendidos de maneira a unir o “sanduíche” de

chapas (fig. 62).

As peças permaneceram presas por um período de 24 horas. Depois disso,

passou-se para o processo de finalização - o acabamento curvado dos pés.

Primeiramente desenhou-se o raio a lápis (fig. 63). Depois, utilizou-se a serra de

mão para recortar a chapa (fig. 64 e 65). O detalhe da curva pode ser conferido pela

figura 66.

É importante lembrar que os bancos podem ser dispostos de maneira a

formar uma estante infantil, bastando para isso, colocá-los um sobre o outro. (fig.

67). A fixação, nesse caso, é dada através de parafuso. Os bancos também podem

ser dispostos de maneira que os assentos se encontrem, transformando em uma

nova estante. Sua fixação, nesse caso, seria com velcro, o qual também possui a

função de fixador das almofadas do banco.

A estrutura da mesa pedagógica completa pode ser observada na figura 68.

As espumas foram adquiridas na própria Universidade. Posteriormente foram

cortadas no tamanho aproximado do assento dos bancos, com o intuito de deixar

uma pequena “folga” para sua posterior colocação. O estofamento das almofadas

para o banco foi um dos únicos serviços terceirizados no processo produtivo. A

fixação destas foi dada através da colagem de faixas de velcro na parte inferior das

almofadas, bem como na superfície do assento dos bancos.

O acabamento do móvel foi dado com lixa e a posterior utilização de primer.

Após a secagem do primer, a superfície do móvel foi lixada novamente até que

ficasse totalmente lisa para o recebimento da tinta. A tinta esmalte sintético “alto

brilho” foi aplicada nas cores vermelho, azul e amarelo (cada cor aplicada em suas

respectivas superfícies, determinadas no desenho) em três demãos. Cada demão

exigiu um período de aproximadamente 8 horas de secagem. Durante o processo da

pintura, tomou-se cuidado para que não as outras superfícies não fossem borradas

com cores diferentes das estabelecidas. Para isso, foi necessário colocar fita crepe

nos cantos do móvel e proteger algumas áreas com papéis, cada vez que a cor da

tinta era mudada.

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97

A imagem dos jogos foi impressa em vinil devido ao fato de possuir facilidade

de limpeza, melhor acabamento e durabilidade. Além disso, a colagem de um

adesivo próprio para a mesa foi descartada, pois exigiria ajuda profissional, além de

encarecer o custo, sem necessidade.

A colagem do vinil foi feita com cola de contato. O resultado final da mesa

pronta pode ser conferido através da figura 69.

Figura 41: Pré-corte da chapa de MDF

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 42: Separação das chapas cortadas

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 88: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

98

Figura 43: Furação das chapas de MDF

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 44: Parafusando a chapa de MDF

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 45: Quadro interno do tampo da mesa

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 89: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

99

Figura 46: Chapas de MDF cortadas e furadas - Pés d a mesa

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 47: Disposição dos pés encaixados na parte i nterna da mesa

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 48: Fabricação do pé da mesa-peça em “L”

Fonte: Autoria própria, 2010.

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100

Figura 49: Fabricação do pé da mesa-“caixa” pronta

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 50: pés encaixados na mesa

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 51: Arredondamento dos cantos da mesa

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 91: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

101

Figura 52: Corte para Arredondamento dos

cantos da mesa

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 53: Lixamento dos cantos da mesa

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 54: Marcação da altura do Porta-lápis

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 92: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

102

Figura 55: Passando cola de contato na peça

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 56: Cola de contato na parte externa dos pés da mesa

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 57: Processo de secagem das peças

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 93: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

103

Figura 58: Porta-lápis após colagem

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 59: Marcação da disposição dos pés sob o tam po da mesa

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 60: Assento sendo parafusado sobre os pés do banco

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 94: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

104

Figura 61: banco montado

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 62: Grampos prendendo os pés do banco

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 63: Desenho da curva dos pés

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 95: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

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Figura 64: Corte da curva dos pés

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 65: Corte da curva dos pés

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 96: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

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Figura 66: Pé após o corte curvado

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 67: Disposição dos bancos formando a estante infantil

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 97: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

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Figura 68: Estrutura do móvel pronta

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 69: Mesa Pedagógica pronta

Fonte: Autoria própria, 2010.

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12.3.1 Escolha das cores para o Conjunto de Mesa Pedagógica e bancos infantis

Durante a pesquisa de campo feita com as crianças e professores, uma das

perguntas realizadas foi com relação à preferência das cores na mesa e banco

infantil. Além de levar em consideração a opinião das crianças, que optaram por

cores vivas na maioria dos casos, também levou-se em consideração a opinião dos

professores, que algumas vezes, optaram por cores mais “calmantes”. Além disso,

tomaram-se como base, pesquisas com relação ao significado das cores,

procurando oferecer ao móvel um aspecto alegre, divertido, harmônico e atraente

aos olhos das crianças. As cores que melhor atenderam aos critérios propostos

foram: o azul, o amarelo e o vermelho. Além de serem cores que agradam tanto

meninos, quanto meninas, podendo ser utilizadas para ambos os gêneros. Trata-se

de cores vibrantes, alegres, comunicativas e atraentes.

O azul é uma cor fria e segundo estudiosos, é a cor do sonho, da fidelidade,

da água e da aristocracia. Possui apelo racional associado à inteligência e ao

raciocínio. É relacionado à imensidão do céu, às águas claras e à espiritualidade,

provocando sensações refrescantes. Permite o relaxamento, o alívio de tensões e a

calma. Essa cor foi utilizada nos pés da mesa e nos pés de um dos bancos. Foi

utilizada em grande quantidade por ser uma das cores preferidas por adultos e

crianças, além de trazer sensação de calma, sem perder o “colorido” que representa

a infância.

O amarelo é simbolicamente associado à luz, ao sol, à consciência, à

extroversão e à alegria de viver. Também está ligada à idéia de nobreza, riqueza

material e espiritual. Foi utilizado no tampo da mesa, nos pés de um dos bancos e

em dois dos porta-lápis. Essa cor foi escolhida pelo fato de as imagens dos jogos já

possuírem cores fortes e coloridas, necessitando de um fundo mais claro para

contrastar, porém sem deixar de perder a “alegria” e a vivacidade infantil.

O vermelho está relacionado à força da vida, ao coração, á nobreza, ao fogo,

à proibição. É uma das cores preferidas pelas crianças e por ser a cor da

criatividade, da alegria e do dinamismo é considerada como a cor da infância.

(PASTEUREAU,1997). Foi utilizado nos assentos dos bancos (tanto na estrutura,

quanto no revestimento em corino) e em dois porta-lápis, a fim de contrastarem com

as outras cores existentes no móvel (amarelo e azul) e oferecerem um aspecto

vibrante e chamativo ao mobiliário. Procurou-se não utilizar esta cor

Page 99: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

109

exageradamente para que o móvel não trouxesse sensação de agitação/inquietação

nas crianças.

12.4 MEMORIAL DESCRITIVO DO MÓVEL

O projeto de móveis infantis para crianças de 4 a 6 anos de idade contém:

- 1 mesa com tampos arredondados, medindo 1000x600mm; h= 500 mm;

- 2 bancos de 820x320 mm; h= 300mm;

- 4 porta-lápis, medindo 210x85mm; h=175mm;

A mesa pedagógica infantil é feita de MDF, possuindo 2 pés retangulares de

470 mm, que se encaixam abaixo do tampo retangular com cantos arredondados. A

mesa possui 4 porta-lápis coloridos, distribuídos da seguinte maneira: 2 porta-lápis

na parte externa do pé direito da mesa ( sendo um vermelho e o outro amarelo) e 2

porta-lápis na parte externa do pé esquerdo da mesa, possuindo as mesmas cores.

Os porta-lápis são feitos de MDF e possuem em sua extremidade superior o

desenho de uma estrela vazada, o que ofereceu ao móvel um aspecto ainda mais

infantil e lúdico. Eles podem ser utilizados para guardar lápis coloridos, giz, tesouras,

colas ou outros objetos, como agendas e cadernos de desenho. A mesa também

possui 4 pequenas gavetas, podendo ser utilizadas para guardar pequenos objetos,

como as peças dos jogos existentes na mesa.

A mesa possui 4 jogos diferentes: 1 trilha do alfabeto, 1 jogo da velha, 1 jogo

de xadrez (que também pode ser utilizado para jogar damas) e 1 trilha de números.

Estes jogos podem ser utilizados pelas crianças, tanto em dupla (no caso do

jogo da velha e jogo de xadrez) como em trio ou em 4 pessoas (no caso das trilhas).

Procurou-se distribuir estes jogos de maneira a facilitar sua utilização pelas crianças

e de aproveitar o espaço oferecido pela mesa: os jogos que geralmente são jogados

em dupla estão dispostos no centro da mesa, um em cada extremidade. Dessa

maneira, as crianças que sentarem-se em dupla poderão jogá-los facilmente. Já os

jogos que contém as trilhas, estão dispostos nos cantos direito e esquerdo da mesa,

podendo ser jogados em dupla (dois jogadores sentados do mesmo lado da mesa

ou cada jogador em um lado da mesa), em trio ou em quatro crianças, podendo

alternar os lugares.

A superfície lisa da mesa oferece a possibilidade das crianças a utilizarem

apenas como apoio, para desenho e pintura.

Page 100: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

110

Os bancos também foram feitos de MDF, possuindo 2 pés quadrados cada,

com um acabamento arredondado no apoio. Os bancos possuem prateleiras

internas que podem ser utilizadas para guardar mochilas ou materiais escolares. O

assento possui uma almofada feita de espuma e revestida em corino vermelho,

fixada com velcro, o que ofereceu maior conforto para as crianças.

Além de possuírem a função de sentar, os bancos também podem ser

utilizados como estante infantil de duas maneiras:

- Se forem colocados um sobre o outro, de maneira que seus assentos se

encontrem (fig. 70), a fixação se dará através do próprio velcro existente no assento.

É interessante observar que a estante infantil obtém um jogo de cores interessante.

- Se forem colocados um sobre o outro normalmente, na mesma posição “de pé”, a

fixação deverá ser feita com parafusos. Observa-se que o aspecto da estante muda

totalmente, ficando mais harmoniosa e ganhando mais uma prateleira, o próprio

assento do banco.

Percebe-se que nos dois casos as almofadas deverão ser retiradas para tal

finalidade.

A mesa pedagógica infantil possui um aspecto alegre, com cores primárias e

vivas. É um móvel especialmente voltado para crianças na faixa etária de 4 a 6

anos. A mesa mostra-se extremamente funcional e pedagógica, já que os jogos

estimulam o desenvolvimento das crianças e socializam as mesmas. É importante

lembrar que na fase da infância é muito importante as crianças terem contato com

outras crianças da mesma faixa etária, já que elas devem se comunicar, aprender a

dividir, a brincar juntas, respeitar regras, aprender a ganhar e a perder.

Além disso, observa-se que os bancos oferecem conforto às crianças,

característica pouco encontrada nos móveis escolares atuais. Outra característica

que foi levada em consideração ao fabricar o móvel infantil, foi com relação à

segurança, buscando sempre arredondar os cantos do móvel para evitar possíveis

acidentes.

A figura 72 ilustra a representação da inserção da Mesa pedagógica em um

quarto infantil, demonstrando que o móvel também pode ser de uso residencial. As

figuras 73 e 74 ilustram a representação da mesa pedagógica em uma sala de aula.

Page 101: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

111

Figura 70: Bancos sendo utilizados como estante inf antil

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 71: Bancos sendo utilizados como estante inf antil

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 102: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

112

Figura 72: Inserção da Mesa Infantil pedagógica no Quarto de uma criança

Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 73: Esboço da Inserção da Mesa Infantil peda gógica em uma sala de aula

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 103: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

113

Figura 74: Inserção da Mesa Infantil pedagógica em uma sala de aula

Fonte: Autoria própria, 2010.

13 ANÁLISE DE USO

Após a confecção do protótipo o móvel foi testado por duas crianças com

idade de 04 e 07 anos. Apesar do mobiliário ser voltado para crianças de 04 a 06

anos, foi possível perceber que também pode ser utilizado por crianças de outras

idades. A reação das crianças ao utilizarem a mesa pedagógica foi extremamente

positiva. Elas brincaram durante um período de 02 horas e se divertiram bastante.

Enquanto as crianças utilizavam o móvel, foi realizado um pequeno vídeo da sua

utilização. O resultado superou as expectativas, pois as crianças demonstraram, de

maneira espontânea, seu interesse e contentamento em utilizar a mesa pedagógica.

Page 104: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

114

Figura 75: Mesa Infantil pedagógica

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 105: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

115

Figura 76: Utilização da Mesa Infantil pedagógica

Fonte: Autoria própria, 2010.

Page 106: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

116

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho apresentado foi de grande importância, pois envolveu pesquisas

muito valiosas acerca do universo infantil, as quais puderam dar suporte para o

desenvolvimento de um protótipo criado e desenvolvido pela própria aluna dentro da

Universidade.

Estudou-se acerca do desenvolvimento e aprendizagem infantil, dividindo as

fases em gradientes de desenvolvimento e observando suas principais mudanças,

além de observar os fatores que impulsionam o aprendizado. Também estudou-se

acerca da importância do lúdico na infância como um fator pedagógico e

fundamental na vida da criança, demonstrando seus diversos benefícios para o

desenvolvimento infantil. Além disso, estudou-se sobre o significado das cores, os

materiais utilizados para móveis escolares e sobre a ergonomia infantil.

Observou-se durante as pesquisas de mercado que existe uma variedade

muito grande de móveis infantis, no que diz respeito à diversidade de formas, cores

e materiais. Porém, estes móveis não são encontrados normalmente nas escolas e

creches da cidade, por possuir um custo elevado. Foi interessante observar que as

mesas e cadeiras infantis nessas instituições geralmente são padronizadas,

podendo ser encontradas, tanto em instituições públicas, como em instituições

privadas, sem muitas diferenças entre si.

Com relação à realização das pesquisas de campo nas escolas com

professores e alunos, foi uma oportunidade importante de conhecer as necessidades

das crianças e a opinião dos professores, que puderam sugerir maneiras de

melhorar o mobiliário. Percebeu-se que, tanto os professores, quanto as crianças,

deram extrema importância para as cores dos móveis, desejando móveis coloridos

no ambiente de estudo. Também foram observadas outras necessidades, como

ergonomia, conforto e funcionalidade.

As pesquisas de campo foram essenciais para o desenvolvimento do projeto,

pois foram através delas, é que as necessidades para sua realização foram listadas.

Um aspecto negativo encontrado durante as pesquisas, é que muitas escolas

mostraram-se receosas, muitas vezes, acreditando que a pesquisa faria uma

espécie de “fiscalização” dos móveis existentes ou da Instituição escolar. Outras

escolas exigiam um processo muito burocrático para a realização da pesquisa e

foram, portanto, descartadas.

Page 107: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

117

Outro aspecto negativo é que não foi possível em nenhuma das escolas, tirar

fotos dos alunos utilizando as carteiras, pois deveria haver uma autorização dos

pais, que não estavam presentes no dia da pesquisa.

Por outro lado, algumas escolas foram muito receptivas com relação às

pesquisas e ao fornecimento de informações, como a Escola Colméias e a Escola

Jesus Menino, que enxergaram uma oportunidade de aproveitar o trabalho em

benefício próprio, valorizando o trabalho da aluna e oferecendo o suporte necessário

para sua realização, visando à possibilidade de comprar o protótipo posteriormente.

O interessante é perceber que durante a geração das alternativas, muitos

aspectos foram sendo observados e estudados, principalmente com relação à

viabilidade técnica, sendo modificados e aperfeiçoados com o tempo. Todos estes

estudos foram de extrema importância para a definição do projeto final. Mesmo

depois de ter definido o projeto, durante a confecção do protótipo, algumas

características foram modificadas a fim de facilitar e otimizar a fabricação, como por

exemplo a fabricação das almofadas soltas, que antes seriam estofadas junto à seus

respectivos bancos. Esta característica permitiu mais uma funcionalidade aos

bancos: utilizá-los como estante infantil.

Com relação à inserção do móvel na escola não foi possível realizá-la, em

vista da dificuldade de transportar o móvel até a instituição, sabendo-se que após

sua inserção, o móvel deveria ser transportado novamente para a Universidade no

dia da apresentação.

Foi possível notar durante o trabalho, que muitas idéias, quando modificadas,

em decorrência da falta de viabilidade técnica ou econômica, podem gerar novas

idéias que podem facilitar o desenvolvimento de um projeto e a fabricação de um

protótipo, sem deixar de manter sua qualidade e atender suas necessidades.

Uma sugestão de melhoria seria que o móvel pudesse ser feito em material

mais leve para facilitar o transporte, como polietileno ou chapa de bambu.

O Conjunto de mesa pedagógica infantil e bancos superaram as expectativas,

pois além de ser um móvel especialmente fabricado para crianças de 4 a 6 anos de

idade, possuindo preocupação com conforto (almofadas removíveis revestidas em

espuma), ergonomia (tamanho adequado da mesa e banco), estética (possuindo

cores alegres e vivas, além de motivos infantis), funcionalidade (possuindo espaços

para colocar objetos, tanto na mesa, quanto nos bancos), segurança (arredondando

os cantos da mesa e dos bancos) mostra-se pedagógica, oferecendo variedade de

Page 108: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

118

jogos que estimulam o desenvolvimento das crianças e ajudam no processo de

socialização das mesmas. Por ser um móvel para 4 crianças, incentiva-se ainda

mais a socialização, visto que na fase pré-escolar é essencial as crianças terem

contato com outras crianças da mesma faixa etária, já que elas devem se

comunicar, aprender a dividir, a brincar juntas, respeitar regras, aprender a ganhar e

a perder. Dessa maneira, observando todos esses aspectos, é possível atingir o

objetivo principal do trabalho, que é o de estimular o desenvolvimento e a

aprendizagem das crianças na fase de iniciação escolar.

Page 109: TCC Mesa pedagógica Infantil: a importância de estimular a aprendizagem

119

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