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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E COLOGIA
Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de
Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
Leandro do Nascimento Máximo
JOÃO PESSOA – PARAÍBA
Junho de 2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E COLOGIA
Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de
Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
Leandro do Nascimento Máximo
Monografia apresentada à
Coordenação do curso de Ciências
Biológicas da Universidade Federal da
Paraíba, como parte dos requisitos
obrigatórios para a obtenção do grau de
bacharel em Ciências Biológicas.
Orientadora:
Profa. Dra. Amélia Iaeca Kanagawa
JOÃO PESSOA – PARAÍBA
Junho de 2010
Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus
(Conde, Paraíba – Brasil)
Leandro do Nascimento Máximo
Monografia apresentada à
Coordenação do curso de Ciências Biológicas
da Universidade Federal da Paraíba, como
parte dos requisitos obrigatórios para a
obtenção do grau de bacharel em Ciências
Biológicas.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________
Profa. Dra. Amélia Iaeca Kanagawa (Orientadora) UFPB/CCEN/DSE
___________________________________________________________________
Prof. Dr. George Emmanuel Cavalcanti de Miranda UFPB/CCEN/DSE
___________________________________________________________________
Profa. Dra. Maria Alice Neves UFPB/CCEN/DSE
___________________________________________________________________
Profa. Dra. Eliete Lima de Paula Zarate UFPB/CCEN/DSE
___________________________________________________________________
Msc. Patrícia Guimarães Araújo UFPE/DOCEAN/PPGO
Agradecimentos
Uma tarefa árdua sempre é feita em equipe. São inúmeras as contribuições recebidas e
possivelmente não agradecidas nominalmente. Quero deixar aqui meus agradecimentos às
pessoas que contribuíram de diversas maneiras para a execução deste trabalho, espero que
todos se sintam agradecidos pelas inestimáveis parcelas de conhecimento, paciência, carinho,
amizade e amor que me foram dadas.
Aos meus pais, manino e Nilza, pelo amor, paciência e investimento que me foram
dados, e pelas renuncias que fizeram por mim, sem os quais eu jamais seria quem eu sou e
chegaria onde cheguei.
À minha orientadora, profa. Dra. Amelia I. Kanagawa, pela confiança, atenção,
paciência, formação profissional e bibliografia cedida.
Ao prof. Dr. George E. C. de Miranda, pela ideia de realização deste trabalho e pela
ajuda nas horas em que foi solicitado.
À profa. Dra. Maria Alice Neves, pelso conselhos e valiosa ajuda com o tombamento do
material.
À téc. Do Laboratório de Algas Marinhas, D. Elizabeth pela ajuda na herborização do
material.
A todos os docentes que contribuíram valiosamente com a minha formação,
compartilhando conhecimento e momentos que paulatinamente me fizeram crescer e buscar a
cada dia fazer sempre o melhor.
Aos meus amigos e colegas de curso, á turma 2005.2 que esteve na luta desde o início,
pelos momentos inesquecíveis juntos.
E em especial a minha grande amiga Joana D’arc, pela amizade, confiança, ajuda, pelo
companheirismo, momentos de descontração e de seriedade, e pelas fotos, sem a qual, este
trabalho não teria sido concluído.
A todas as pessoas que contribuíram de forma direta ou indireta para a realização deste
trabalho e que por algum motivo não foram aqui citadas, meu enorme e sincero...
MUITO OBRIGADO!
Aqui, nesta pedra, alguém sentou para olhar o mar
O mar não parou para ser olhado
Foi mar pra tudo que é lado
Polonaise – Paulo Leminski
Resumo
As algas da classe Ulvophyceae são primariamente marinhas, mas existem
algumas espécies que podem ser encontradas em água doce. Estão presentes nesta classe os
espécimes que possuem talo cenocítico, filamentoso, globoso ou de estrutura foliácea. No
presente trabalho estudou-se a ocorrência dos representantes desta classe na Praia de
Carapibus, localizada no município do Conde, litoral sul da Paraíba, sendo esta, a primeira
contribuição ao conhecimento ficológico do local. A obtenção do material se deu em coletas
realizadas entre os anos de 2007 a 2009. Para a análise morfológica, o material foi
previamente fixado em formol a 4% e posteriormente visualizado a olho nu ou em cortes a
mão livre em microscópio estereoscópio ou óptico. Foi então feito um registro fotográfico
com uma câmera digital e depois herborizado e tombado para a coleção científica do Herbário
Prof. Lauro Pires Xavier (JPB), na UFPB. Para a área estudada constatou-se a ocorrência de
28 espécies, 1 subespécie, 4 variedades e 2 formas, distribuídas em 13 gêneros, de acordo com
a classificação adotada por Wynne (2005): Bryopsis, Caulerpa, Codium, Halimeda,
Anadyomene, Phyllodiction, Chaetomorpha, Cladophora, Chamaedoris, Ernodesmis,
Dictyosphaeria, Valonia e Ulva, pertencentes a 6 famílias. A família mais representativa foi
Caulerpaceae com 7 espécies, 4 variedades e 2 formas das quais Caulerpa microphysa
(Weber-van Bosse) Feldmann está sendo referida pela primeira vez para o litoral paraibano.
Além desta, também é uma nova referência a espécie Chaetomorpha nodosa Kützing da
família Cladophoraceae. É de grande importância os levantamentos taxonômicos, pois
contribuem para o conhecimento da composição florística de um local e para a tomada de
decisões sobre a preservação ambiental e conservação da biodiversidade.
Índice de ilustrações
Figura 1. Mapa do litoral da Paraíba, mostrando a localização da praia de Carapibus, em
relação à cidade de João Pessoa................................................................................................13
Figura 2. Vista panorâmica do local de estudo deste trabalho..................................................13
Figura 3. Poças de maré formadas na maré baixa, localizadas no médio litoral.......................14
Figura 4. Porção superior do infralitoral, com parte das rochas descobertas pela maré baixa.14
Figuras 5-6. Bryopsis sp............................................................................................................34
Figuras 7-8. Bryopsis pennata J. V. Lamouroux......................................................................34
Figuras 9-10. Bryopsis plumosa (Hudson) C. Agardh..............................................................34
Figura 11. Caulerpa cupressoides var. lycopodium (J. Agardh) Weber van Bosse f. disticha.34
Figura 12. Caulerpa cupressoides var. lycopodium (J. Agardh) Weber van Bosse f.
lycopodium................................................................................................................................34
Figura 13. Caulerpa kempfii Joly e Pereira...............................................................................34
Figura 14. Caulerpa mexicana Sonder ex Kützing...................................................................34
Figura 15. Caulerpa microphysa (Weber van Bosse) Feldmann..............................................34
Figura 16. Caulerpa prolifera (Forsskål) Lamouroux..............................................................36
Figura 17. Caulerpa racemosa (Forsskål) J. Agardh var. occidentalis (J. Agardh) Børgesen.36
Figura 18. Caulerpa racemosa (Forsskål) J. Agardh var. peltata (J. V. Lamour.) Eubank.....36
Figura 19. Caulerpa racemosa var. racemora (Forsskål) J. Agardh........................................36
Figura 20. Caulerpa sertularioides (S. G. Gmelin) M. Howe..................................................36
Figuras 21-23. Codium isthmocladum Vickers.........................................................................36
Figuras 24-27. Halimeda opuntia (Linnaeus) J. V. Lamouroux...............................................36
Figuras 28-29. Anadyomene stellata (Wulfen in Jacq.) C Agardh……………………………....52
Figuras 30-31. Phyllodictyon anastomosans (Harv.) Kraft & Wynne……...………………..52
Figura 32. Chaetomorpha brachygona Harvey………………………………………………52
Figura 33. Chaetomorpha nodosa Kützing…………………………………………………..52
Figuras 34-35. Cladophora coelothrix Kützing.......................................................................52
Figura 36. Cladophora crispula Vickers..................................................................................52
Figus 37-38. Cladophora prolifera (Roth) Kützing.................................................................54
Figura 39. Cladophora rupestris (Linnaeus) Kützing..............................................................54
Figura 40. Cladophora vagabunda (Linnaeus) C. Hoek..........................................................54
Figura 41. Chamaedoris penniculum (J. Ellis & Solander) Kützing........................................54
Figura 42. Dictyosphaeria versluysii Weber van Bosse...........................................................54
Figuras 43-44. Ernodesmis verticillata (Kützing) Børgesen....................................................54
Figura 45. Valonia utricularis (Roth) C. Agardh.....................................................................54
Figuras 46-48. Ulva fasciata Delile..........................................................................................60
Figuras 49-51. Ulva flexuosa Wulfen.......................................................................................60
Figuras 52-53. Ulva flexuosa subsp paradoxa (C. Agardh) M. J. Wynne................................60
Figuras 54-56. Ulva lactuca Linnaeus......................................................................................60
Figuras 57. Percentual de distribuição dos táxons infragenéricos de Ulvophyceae por Ordem,
encontrados na área de estudo..................................................................................................62
Figura 58. Número de táxons infragenéricos de Ulvophyceae distribuídos por Família..........62
Índice de Tabelas
Tabela 1. Distribuição espaço-temporal das Ulvophyceae coletadas na Praia de Carapibus...63
Sumário
1 Introdução................................................................................................................................9
1.1 Objetivos.............................................................................................................................11
1.1.1 Objetivo Geral..................................................................................................................11
1.1.2 Objetivos Específicos.......................................................................................................11
1.2 Metodologia........................................................................................................................12
2 Sinopse dos táxons identificados...........................................................................................15
3 Chave artificial dicotômica para identificação dos gêneros encontrados na área de
estudo........................................................................................................................................17
4 Táxons Identificados.............................................................................................................18
BRYOPSIDALES....................................................................................................................18
CLADOPHORALES...............................................................................................................37
ULVALES................................................................................................................................55
5 Discussão...............................................................................................................................61
6 Referencias............................................................................................................................65
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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1 INTRODUÇÃO
O Subreino das Viridiplantae, que também é conhecido como Chlorobionta ou
Chloroplastida, é considerado um grupo monofilético e apresenta duas linhagens
reconhecidas: as Chlorophyta (que contém somente algas verdes) e as Streptophyta (que
contém o restante das algas verdes mais as Embryophyta). O grupo das Streptophyta é
considerado parafilético, e por essa razão o conjunto „algas verdes‟ também é parafilético
(FRANCESCHINI et al, 2009).
Para definir o grupo das Chlorophyta não existem caracteres derivados próprios,
apenas sequências gênicas. Análises destas sequências invariavelmente demonstram que o
grupo é parafilético. Caracteres que nos permitem distinguir as Chlorophyta das Streptophyta
(como por exemplo, o metabolismo do glicolato) não são exclusivos do grupo (REVIERS,
2006). No entanto, podemos definir caracteres básicos das Chlorophyta, como o fato de
possuírem clorofilas a e b e armazenarem amido no cloroplasto, geralmente em associação
com um pirenóide, o que as fez diferirem do resto do grupo das algas eucarióticas que
armazenam produtos de reserva no citoplasma (LEE, 1999). Neste grupo, está presente a
classe Ulvophyceae, foco de estudo deste trabalho.
Embora a maioria das algas verdes seja aquática, elas são encontradas em uma ampla
variedade de habitats, incluindo superfície da neve, tronco de árvores, solo, água doce e
salgada, ou ainda em associações simbiônticas com fungos, protozoários, celenterados e
esponjas. A maioria das algas verdes aquáticas é de água doce, mas muitos grupos são
marinhos (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007).
A classificação das classes pertencentes à Divisão Chlorophyta varia de acordo com o
autor. Segundo Lee (1999), As quatro classes importantes são Micromonadophyceae,
Charophyceae, Chlorophyceae e Ulvophyceae. Graham e Wilcox (2000) subdividem-na em
Ulvophyceae, Chlorophyceae, Charophyceae e Trebouxiophyceae. Já Franceschini et al
(2009) subdivide as Chlorophyta em Prasinophyceae, Ulvophyceae lato sensu, Chlorophyceae
e Trebouxiophyceae.
As algas da classe Ulvophyceae são primariamente marinhas, embora haja certo
número de espécies de água doce, tendo provavelmente migrado do ambiente marinho
(RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007), sendo ainda algumas poucas adaptadas ao ambiente
terrestre. Todas as algas verdes marinhas filamentosas ou de estrutura foliácea provavelmente
pertencem à classe Ulvophyceae. O ciclo de vida geralmente envolve a alternância de um talo
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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haplóide com um talo diplóide. A grande ocorrência de alternância de gerações em
Ulvophyceae pode ser devido ao ambiente marinho mais estável, o que propiciou a evolução
do ciclo de vida. Zigotos latentes não são conhecidos na classe (LEE, 1999). Não contêm
ainda algas flageladas em sua fase vegetativa, sendo a grande maioria dos táxons multicelular
(REVIERS, 2006) ou cenocítico.
Aproximadamente 110 gêneros e 950 espécies estão incluídos em Ulvophyceae
(REVIERS, 2006). Evidências estruturais junto com dados moleculares sugerem que o maior
evento evolucionário na diversificação de ulvofíceas inclui a transição de: (1) células
uninucleadas para multinucleadas; (2) talo unicelular para filamentoso, foliáceo ou cenocítico;
(3) ciclo de vida com meiose zigótica para ciclo com alternância de gerações e meiose
espórica. Análises comparativas da estrutura da célula reprodutiva e dos atributos estruturais
da mitose e da citocinese sugerem que Ulvophyceae é um grupo monofilético (GRAHAM;
WILCOX, 2000).
Por não haver um único corpo substancial e estruturas definitivas (autapomorfias) para
a classe Ulvophyceae, alguns autores tem proposto diversos subgrupos para o status de classe
(VAN DEN HOEK et al, 1995).
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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1.1 OBJETIVO
1.1.1 Objetivo Geral
O presente trabalho tem por objetivo realizar um levantamento taxonômico das algas
pertencentes à classe Ulvophyceae na praia de Carapibus, no município do Conde,
contribuindo desta maneira para o conhecimento das algas verdes marinhas bentônicas do
litoral paraibano, e para o conhecimento da biodiversidade do local de estudo.
1.1.2 Objetivos Específicos
1. Fazer um levantamento florístico das espécies de Ulvophyceae que ocorrem
na praia de Carapibus;
2. Estudar a sazonalidade e a época de ocorrência durante o ano de cada uma
das espécies encontradas no local;
3. Apresentar uma chave artificial para identificação das algas verdes
encontradas na área de estudo, bem como descrições e ilustrações em
fotografias e/ou desenhos esquemáticos dos táxons estudados;
4. Ampliar a coleção científica do Herbário Prof. Lauro Pires Xavier através de
tombamento do material coletado.
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1.2 Metodologia
A coleta do material utilizado foi realizada na praia de Carapibus, no município do
Conde, a 33 km de João Pessoa, litoral sul da Paraíba, com coordenadas geográficas
07°17‟58,6” S e 34°47‟57,2” W (Figs. 1-4).
As coletas foram realizadas no mesmo local nas seguintes datas: agosto/2007,
junho/2008, janeiro/2009, setembro e outubro/2009. O material foi coletado no mediolitoral,
incluindo poças de maré, e em faixas superiores do infralitoral, estando fixo a substratos
arenosos ou rochosos, a outras algas ou ainda material de arribada.
O material coletado foi primeiramente congelado e depois fixado em formol a 4% ou
fixado diretamente assim que coletado. A identificação se procedeu com base na análise
macroscópica e microscópica deste material, utilizando comparações com o já descrito e
identificado na literatura citada na bibliografia e utilizando a classificação adotada por Wynne
(2005).
A análise macroscópica se deu com visualização a olho nu ou à lupa, do material já
fixado e inteiro, na qual foi identificado cor, tamanho, forma, aparência, etc. Análises
microscópicas se deram com a utilização de microscopia óptica comum, com cortes feitos a
mão livre, e preparação de lâminas utilizando apenas água destilada pra ser visualizada ao
microscópio a estrutura anatômica, disposição e formato das células ou estruturas celulares
como septos, cloroplastos, etc. As medidas encontradas nos resultados foram feitas com a
medição de cinco indivíduos de cada espécie (quando possível), apresentando os maiores e
menores resultados para cada critério.
Material calcificado como Halimeda Lamouroux 1812, recebeu um tratamento para
descalcificação com ácido clorídrico (HCl) a 10 % antes de ser preparada a lâmina, para uma
melhor visualização de suas estruturas.
As fotos feitas do material que constam neste trabalho foram tiradas em laboratório,
macroscopicamente com o material imerso em água e sob luz branca e microscopicamente ao
microscópio óptico comum, utilizando câmera digital GE.
Os resultados, classificação e comentários estão a seguir.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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Figura 1. Mapa do litoral da Paraíba, mostrando a localização da praia de Carapibus, em relação à cidade
de João Pessoa.
Figura 2. Vista panorâmica do local de estudo desse trabalho.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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Figura 3. Poças de maré formadas na maré baixa, localizadas no mediolitoral.
Figura 4. Porção superior do infralitoral, com parte das rochas descobertas pela maré baixa.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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2 SINOPSE DOS TÁXONS IDENTIFICADOS
BRYOPSIDALES
Bryopsidaceae
Bryopsis sp
Bryopsis pennata J. V. Lamouroux 1809
Bryopsis plumosa (Hudson) C. Agardh 1821
Caulerpaceae
Caulerpa cupressoides (H. West in Vahl) C. Agardh var. lycopodium (J.
Agardh) Weber van Bosse f. disticha Weber van Bosse 1898
Caulerpa cupressoides (H. West in Vahl) C. Agardh var. lycopodium (J.
Agardh) Weber van Bosse f. lycopodium Weber van Bosse 1898
Caulerpa kempfii A. B. Joly e S. Pereira 1975
Caulerpa mexicana Sonder ex Kützing 1849
Caulerpa microphysa (Weber van Bosse) Feldmann 1955*
Caulerpa prolifera (Forsskål) Lamouroux 1809
Caulerpa racemosa (Forsskål) J. Agardh var. occidentalis (J. Agardh)
Børgesen 1907
Caulerpa racemosa (Forsskål) J. Agardh var. peltata (J. V. Lamour.) Eubank
1946
Caulerpa racemosa var. racemora (Forsskål) J. Agardh 1872
Caulerpa sertularioides (S. G. Gmelin) M. Howe 1905
Codiaceae
Codium isthmocladum Vickers 1905
Halimedaceae
Halimeda opuntia (Linnaeus) J. V. Lamouroux 1812
CLADOPHORALES
Anadyomenaceae
Anadyomene stellata (Wulfen in Jacq.) C Agardh 1823
Boodleaceae
Phyllodictyon anastomosans (Harv.) Kraft & Wynne 1996
Cladophoraceae
Chaetomorpha brachygona Harvey 1858
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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Chaetomorpha nodosa Kützing 1849*
Cladophora coelothrix Kützing 1843
Cladophora crispula Vickers 1905
Cladophora prolifera (Roth) Kützing 1843
Cladophora rupestris (Linnaeus) Kützing 1843
Cladophora vagabunda (Linnaeus) C. Hoek 1963
Siphonocladaceae
Chamaedoris penniculum (J. Ellis & Solander) Kützing 1893
Dictyosphaeria versluysii Weber van Bosse 1905
Valoniaceae
Ernodesmis verticillata (Kützing) Børgesen 1912
Valonia utricularis (Roth) C. Agardh 1822
ULVALES
Ulvaceae
Ulva fasciata Delile 1813
Ulva flexuosa Wulfen 1803
Ulva flexuosa subsp paradoxa (C. Agardh) M.J. Wynne 2005
Ulva lactuca Linnaeus 1753
* Primeira citação para o Estado da Paraíba
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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3 CHAVE ARTIFICIAL DICOTÔMICA PARA IDENTIFICAÇÃO DOS
GÊNEROS ENCONTRADOS NA ÁREA DE ESTUDO
1a. Talo calcificado (fazer o teste com HCl)..............................................................................2
1b. Talo não calcificado..............................................................................................................3
2a. Talo levemente calcificado................................................................................Chamaedoris
2b. Talo fortemente calcificado....................................................................................Halimeda
3a. Talo cenocítico......................................................................................................................4
3b. Talo formado por células......................................................................................................6
4a. Talo cenocítico uniaxial........................................................................................................5
4b. Talo cenocítico multiaxial..........................................................................................Codium
5a. Presença de trabéculas atravessando o interior do talo............................................Caulerpa
5b. Ausência dessas trabéculas.......................................................................................Bryopsis
6a. Talo filamentoso...................................................................................................................7
6b. Talo não filamentoso............................................................................................................8
7a. Filamentos ramificados.......................................................................................Cladophora
7b. Filamentos não ramificados...........................................................................Chaetomorpha
8a. Talo parenquimatoso......................................................................................................Ulva
8b. Talo não parenquimatoso.....................................................................................................9
9a. Talo foliáceo.......................................................................................................................10
9b. Talo não foliáceo................................................................................................................11
10a. Talo estipitado................................................................................................Phyllodictyon
10b. Talo séssil........................................................................................................Anadyomene
11a. Talo globoso.................................................................................................Dictyosphaeria
11b. Talo vesiculoso.................................................................................................................12
12a. Talo estipitado...................................................................................................Ernodesmis
12b. Talo séssil.................................................................................................................Valonia
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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4 TÁXONS IDENTIFICADOS
BRYOPSIDALES
Bryopsidaceae Bory 1829
Bryopsis J. V. Lamouroux 1809
Espécie lectotípica: B. pennata Lamouroux
Talo de cor verde escura, cenocítico, filamentoso, ramificado, crescendo em tufos, fixo
ao substrato por base rizomatosa. Ramos eretos com ramificação dística pinada, verticilada ou
irregular. Formação de septo apenas na base do gametângio.
Com três espécies na área de estudo, que podem ser identificadas com o auxilio da
seguinte chave:
1a. Talo com presença de ramos verticilados em alguma parte do talo............Bryopsis sp
1b. Presença de ramos dispostos de forma pinada ou secunda.........................................2
2a. Pínulas simples, as inferiores não muito maiores que as superiores............B. pennata
2b. Ramificação pinada a bipinada, pínulas inferiores bem maiores que as superiores
...........................................................................................................................B. plumosa
Bryopsis pennata J. V. Lamouroux 1809
J. Bot., Paris, v. 2, p. 134, pr. 3, fig. 1, 1809
Prancha 1 – Figuras 7 e 8
Talo verde escuro, iridescente, flácido e delicado, pequeno, crescendo em tufos com
até 6 cm de altura, apresentando um estolão fino, delicado e pouco desenvolvido; estipe curto,
com até 500 µm de diâmetro; acima do estipe, ramificação dística, pinada, às vezes unilateral
ou com falhas em uma ou ambas as fileiras de pínulas; frondes de contorno linear. Pínulas
inferiores medindo até 280 µm de diâmetro e as superiores, 244 µm de diâmetro.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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Materiais examinados:
CONDE: Carapibus, 19-IX-2009, L. N. Máximo & J. D. F. Luna s. n. (JPB423900,
17-X-2009, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42410), 30-VIII-2007, L. N. Máximo & G. E. C.
Miranda s. n. (JPB42448), 13-I-2009, L. N. Máximo & J. F. C. Monteiro s. n. (JPB42472).
Comentários:
Espécie tipo (lectótipo) para o gênero Bryopsis. As ramificações dísticas de B.
pennata não são constantes, podendo ser encontrados eixos com râmulos voltados para
apenas um lado, com padrão de ramificação secunda, ou apresentando falhas. Talo com tal
disposição de pínulas pode ser classificado como uma variedade da espécie, B. pennata var.
secunda (Harvey) Collins et Harvey. Segundo Behar (1972) essa variedade cresce junto com
B. pennata sendo difícil separar as variedades. Os espécimes foram encontrados crescendo
principalmente em meio a poças de maré, imerso a parcialmente descoberto, na faixa de
mediolitoral. Espécie relativamente fácil de ser encontrada no local de estudo, sendo
encontrada em metade das coletas realizadas. O material examinado está de acordo com
Kanagawa (1984) para a Paraíba. Guiry & Guiry (2009) cita B. plumosa var. pennata
(Lamouroux) Børgesen e Bryopsis densa Pilger como sinônimas para a espécie.
Bryopsis plumosa (Hudson) C. Agardh 1821
Sp. Algar., p. 448. 1821 – 28
Basônimo: Ulva plumosa Hudson, Fl. Angl., p. 571, 1732
Prancha 1 – Figuras 9 e 10
Talo verde escuro, liso, flácido, crescendo em tufos com até 5 cm de altura. Estolão
fino, cilíndrico e pouco desenvolvido. Eixos eretos com ramificações regularmente pinadas a
bipinadas. Pínulas basais do eixo primário mais longas do que as apicais com diminuição
progressiva em direção ao ápice, conferindo ao talo a forma triangular com até 1,1 cm de
largura. Estipe longo e cilíndrico, 214-458 µm de diâmetro por 5-15 mm de comprimento.
Pínulas com constrições na base, diâmetro uniforme até o ápice ligeiramente afilado. As
inferiores com até 5 mm de comprimento e 122-214 µm de diâmetro. As superiores com 305-
1220 µm de comprimento e 122-183 µm de diâmetro. Presença de cloroplastos fusiformes.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 17-X-2009, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42413).
Comentários:
Apesar de a literatura citar B. plumosa com presença de frondes triangulares, sendo os
râmulos inferiores bem maiores que os superiores, os espécimes encontrados na área estudada
apresentam grande semelhança com B. pennata, como descreveu Kanagawa (1984).
Preferimos classificar os espécimes como B. plumosa devido à presença de ramificações
bipinadas na fronde. Espécimes encontrados próximos a B. pennata, em meio a poças de
maré, fixo a substrato arenoso, apenas na ultima coleta, realizada em outubro de 2009. Guiry
& Guiry (2009) cita a variedade B. plumosa var. nuda Homes como sinônima da variedade
tipo.
Bryopsis sp
Prancha 1 – Figuras 5 e 6
Talo verde escuro, liso, abundantemente ramificado, com até 5 cm de altura. Estolão
desenvolvido com muitos ramos eretos. Eixos eretos cilíndricos partindo de um estolão com
filamentos rizoidais ramificados. Estipe com até 4 cm de comprimento por 550-610 µm de
diâmetro. Acima do estipe, eixo com ramificações pinadas, secundas ou verticiladas,
regularmente espaçadas até o ápice. Ramos inferiores simples a ramificados, com diâmetro
uniforme de 183-336 µm e 3-10 mm de comprimento. Ramos apicais simples, 92-122 µm de
diâmetro por 1,2-1,3 mm de comprimento.
Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 17-X-2009, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42376).
Comentários:
O padrão de ramificação de Bryopsis sp, não combina com o citado para a literatura na
Paraíba, por isso preferimos classificá-la apenas em nível de gênero. Espécime encontrado em
apenas um dia de coleta, submersa, em meio a poças de maré localizadas no mediolitoral, fixa
a um substrato arenoso.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
21
Caulerpaceae Greville 1830
Caulerpa Lamouroux 1809
Espécie lectotípica: C. prolifera (Forsskål) Lamouroux
Talo cenocítico uniaxial, multinucleado, com crescimento através da porção
estolonífera ramificada, sendo esta, glabra ou pilosa. A partir da porção estolonífera, crescem
ramos eretos, simples ou ramificados, coberto por numerosos râmulos curtos, dística a
multisseriadamente dispostos. Ramos rizoidais rentes ao substrato, terminados em tufos de
finos filamentos. Parede celular com prolongamentos filiformes, as trabéculas – que
atravessam o talo internamente e se anastomosam. Presença de cloroplastos discóides.
Com sete espécies encontradas na área de estudo, que podem ser identificadas com o
auxilio da seguinte chave:
1a. Talo com ramo inteiro, laminar............................................................................C. prolifera
1b. Talo com um eixo central e com râmulos laterais................................................................2
2a. Râmulos verticilados, dicotomicamente divididos................................................C. kempfii
2b. Râmulos não verticilados......................................................................................................3
3a. Râmulos dispostos de forma dística e oposta........................................................................4
3b. Râmulos dispostos de forma radiada ou irregular................................................................6
4a. Pínulas cilíndricas.................................................................................................................5
4b. Pínulas achatadas...............................................................................................C. mexicana
5a. Pínulas curtas.................................................................................................C. cupressoides
5b. Pínulas mais longas, no mínimo 15 vezes mais longas que seu
diâmetro..............................................................................................................C. sertularioides
6a. Ramulos dispostos esparsamente no eixo........................................................C. microphysa
6a. Eixo densamente coberto por râmulos..................................................................................7
7a. Râmulos com ápice achatado ou globoso..........................................................C. racemosa
7b. Râmulos com ápice afiado ou mucronado....................................................C. cupressoides
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
22
Caulerpa cupressoides (H. West in Vahl) C. Agardh 1823
Sp. Algar.: 441. 1823
Basônimo: Fucus cupressoides Vahl, Skr. Naturt. Selsk., v. 5, n. 2, p. 29, 1802
Talo verde escuro, de consistência rígida, com ramos eretos longos, simples ou
ramificados com até 11 cm de altura. Râmulos simples dispostos dística, trística ou
multisseriadamente no eixo central do ramo, com ápice afilado e mucronado. Estolão nu, com
filamentos rizoidais finos e longos.
Com uma variedade e duas formas encontradas no local de estudo, que podem ser
identificadas com o auxilio da seguinte chave:
1a. Râmulos dísticos..........................................................................var. lycopodium f. disticha
1b. Râmulos multisseriados com disposição em três ou mais fileiras.................................
......................................................................................................var. lycopodium f. lycopodium
Caulerpa cupressides (H. West in Vahl) C. Agardh var. lycopodium (J. Agardh) Weber van
Bosse f. disticha Weber van Bosse 1898
Ann. Jard. Buitenz., v. 15, p. 338, pr. 27, fig. 14, 1898
Basônimo: Caulerpa distichophylla Sonder in Mazé & Schramm 1865
Prancha 1 – Figura 11
Talo com até 11 cm de altura. Estolão glabro, ramificado, com 1,5 mm de diâmetro
com filamentos rizoidais longos, finos e ramificados. Ramos eretos com eixo cilíndrico,
simples ou ramificados, com porção inicial desnuda de râmulos. Râmulos com até 1,5 mm de
comprimento, dispostos de forma pinada, dística e oposta, cônicos a cilíndricos, com ápice
mucronado, curvados para a região do ápice.
Caulerpa cupressoides (H. West in Vahl) C. Agardh var. lycopodium (J. Agardh) Weber van
Bosse f. lycopodium Weber van Bosse 1898
Ann. Jard. Bot. Buitenz., v. 15, p. 337, pr. 27, fig. 11, 1898
Basônimo: Caulerpa lycopodium J. Agardh, Ofvers. K. Vetensk. Akad., v. 4, n. 1, p. 6 1847
Prancha 1 – Figura 12
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
23
Talo com até 13 cm de altura. Estolão glabro com 2 mm de diâmetro, fixo ao substrato
por tufos de filamentos rizoidais. Ramos eretos ramificados, com eixo principal densamente
coberto por râmulos cilíndricos. Râmulos com até 4 mm de comprimento, com ápice
mucronado voltado para o ápice do ramo, distribuídos de forma compacta, dando ao talo um
aspecto cilíndrico.
Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 19-IX-2009, L. N. Máximo & J. D. F. Luna s. n. (JPB42408), 17-
X-2009, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42441), 30-VIII-2007, L. N. Máximo & G. E. C.
Miranda s. n. (JPB42456), 03-VII-2007, G. E. C. Miranda s. n. (JPB42488).
Comentários:
C. cupressoides apresenta duas variedades, a var. lycopodium e a var. cupressoides,
sendo apenas a primeira encontrada na área de estudo. Kanagawa (1984) menciona que C.
cupressoides var. lycopodium f. lycopodium é mais abundante, frequente e sem problemas de
identificação. Segundo a autora, C. cupressides var. lycopodium f. disticha apresenta
características intermediárias que torna difícil sua delimitação. O nosso material caracterizado
como C. cupressides var. lycopodium f. disticha não apresentou essa singularidade, sendo
facilmente identificado. Barata (2008) fala da pouca variedade morfológica apresentada pela
C. cupressides var. lycopodium no litoral brasileiro, mas cita variações no porte do talo, como
apresentado no material examinado, variando de talos delicados com poucos râmulos a talos
robustos densamente cobertos por râmulos. Todos os espécimes coletados são de arribada.
Caulerpa kempfii A. B. Joly e S. Pereira 1975
Ciência e Cultura, v. 27, n. 4, pr. 417, 1975
Prancha 1 – Figuras 13 e 14
Talo verde escuro, delicado, flexível com até 1,4 cm de altura, com ramo estolonífero
piloso. Eixo cilíndrico ereto e ramificado, coberto de râmulos filiformes na região basal, com
4-8 tufos de ramos verticilados, sobrepostos. Cada tufo de verticilo com 4 ramos laterais, com
râmulos sucessiva e dicotômicamente ramificado até 6ª ordem, com constrições nas
dicotomias. Râmulos basais com 231 µm de comprimento por 73 µm de diâmetro. Râmulos
medianos medindo 195 µm de comprimento por 48 µm de diâmetro. Râmulos apicais com
ápice mucronado medindo 158 µm por 48 µm de diâmetro.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
24
Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 03-VIII-2007, G. E. C. Miranda s. n. (JPB42502)
Comentários:
A principal característica que separa C. kempfii das demais espécies de Caulerpa com
râmulos verticilados é a quantidade de tufos por ramo, cerca de seis, e a presença de
constrições na base das dicotomias dos râmulos. O material examinado apresentou porte
menor e bem mais delicado do que o descrito por Kanagawa (1984) para a Paraíba e por
Barata (2008) para o Brasil. Segundo Kanagawa (1984) C. kempfii parece ser endêmica do
Nordeste brasileiro, não sendo encontrada em nenhum outro lugar do mundo. Foi encontrado
apenas um único fragmento da porção ereta do talo desta espécie no primeiro dia de coleta,
emaranhado a outras algas.
Caulerpa mexicana Sonder ex Kützing 1849
Sp. Algar., p. 496. 1849
Prancha 1 – Figura 15
Talo verde claro a verde escuro, com manchas mais escuras no eixo principal dos
ramos eretos, flácido. Ramos eretos medindo 0,5-7 cm de comprimento a partir da base do
pedúnculo e 4-11 mm de largura. Râmulos achatados, falciformes e disticamente opostos,
voltados para o ápice do talo com 2-7 mm de comprimento e 1-2 mm de largura, com ápice
agudo e mucronado. Eixo central medindo 0,5-2 mm de largura. Estolão glabro, cilíndrico,
com 1 mm de diâmetro, pouco ramificado, com filamentos rizoidais formando tufos.
Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 05-VI-2008, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42379), 19-IX-2009,
L. N. Máximo & J. D. F. Luna s. n. (JPB42391), 17-X-2009, L. N. Máximo et al s. n.
(JPB42419), 13-I-2009, L. N. Máximo & J. F. C. Monteiro s. n. (JPB42480).
Comentários:
C. mexicana é muito confundida com Caulerpa taxifolia (M. Vahl) C. Agardh 1817,
por terem um aspecto geral bastante parecido. O que diferencia as espécies é a presença de um
eixo ereto mais delicado e com râmulos sobrepostos não chegando próximo ao centro em C.
mexicana. O material descrito por Behar (1972) como C. taxifolia possivelmente seja C.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
25
mexicana, devido às características descritas. Alga encontrada em abundância na área de
estudo, principalmente nas últimas coletas realizadas, formando tapetes nas rochas do
infralitoral superior. Hoje, Guiry & Guiry (2009) já trata Caulerpa crassifolia (C. Agardh) J.
Agardh 1873, Caulerpa crassifolia f. mexicana (Sonder ex Kützing) J. Agardh 1873,
Caulerpa taxifolia var. crassifolia C. Agardh 1823 e Caulerpa pinnata f. mexicana (Sonder
ex Kützing) Weber-van Bosse 1898 como sinônimas de C. mexicana.
Caulerpa microphysa (Weber van Bosse) Feldmann 1955
Rev. Gén. de Bot., v. 62, p. 422-431, 2 figs., 1955
Basônimo: Caulerpa racemosa f. microphysa Weber van Bosse 1898
Prancha 1 – Figura 16
Talo verde claro, translúcido. Ramos assimiladores curtamente estipitado e
apresentando râmulos com ápice dilatado e esférico, suportado por um estipe constrito no
ápice. Râmulos medindo 1,2-2 mm de comprimento por 1,5-1,8 mm de diâmetro. Estolão nu,
cilíndrico, muito ramificado, com 0,5-0,7 mm de diâmetro, apresentando tufos de filamentos
rizoidais.
Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 03-VIII-2007, G. E. C. Miranda s. n. (JPB42492)
Comentários:
Material encontrado no ambiente formando densas almofadas cobrindo o substrato
rochoso, mais delicado do que o encontrado por Barata (2008) para o Brasil. Feldmann (1955)
menciona varias características morfológicas que distingue C. microphysa das múltiplas
variedades de Caulerpa racemosa, mas podemos destacar que a principal característica de C.
microphysa é que todas as partes de seu talo são muito pequenas, com relação a C. racemosa.
A espécie foi encontrada em abundância, mas apenas uma única vez no local de coleta,
cobrindo rochas do infralitoral superior. Guiry & Guiry (2009) cita Caulerpa racemosa f.
microphysa Weber van Bosse 1898, Caulerpa racemosa var. microphysa (Weber van Bosse)
Reinke 1900 e Caulerpa lentillifera f. parvula Børgesen 1949 como sinônimas para a
espécie. Primeira citação para o estado da Paraíba.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
26
Caulerpa prolifera (Forsskål) Lamouroux 1809
J. Bot. Paris, v. 2, p. 30, 1809
Basônimo: Fucus prolifera Forsskål, Fl. Aegyp-Arab., p. 193. 1775
Prancha 2 – Figura 17
Talo verde escuro, de até 11 cm de altura. Estolão longo, glabro, cilíndrico e
ramificado, com tufos de fiamentos rizoidais longos com 1-1,5 mm de diâmetro. Ramos
eretos estipitados, com estipe fino e cilíndrico, medindo até 1,4 cm de comprimento.
Expansão foliar achatada, com margem lisa, podendo apresentar ou não proliferações, com
base atenuada e ápice ligeiramente atenuado. Fronde achatada medindo até 11 cm de
comprimento por 16 mm de largura.
Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 05-VI-2008, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42383), 19-IX-2009,
L. N. Máximo & J. D. F. Luna s. n. (JPB42387), 17-X-2009, L. N. Máximo et al s. n.
(JPB42432), 30-VIII-2007, L. N. Máximo & G. E. C. Miranda s. n. (JPB42460), 13-I-2009,
L. N. Máximo & J. F. C. Monteiro s. n. (JPB42466).
Comentários:
Espécie tipo do gênero Caulerpa. Apresenta-se com caracteres bem específicos, sendo
facilmente identificada em campo. Segundo Kanagawa (1984), manchas amareladas no talo
poderiam indicar que o talo está fértil. No presente material, a papila responsável pela
liberação dos elementos de reprodução foi observada no material coletado em agosto de 2007.
Espécie facilmente encontrada na área de estudo, presente em quase todas as coletas, em
material de arribada ou formando tapetes no substrato arenoso ou rochoso no mediolitoral
inferior e no infralitoral superior respectivamente.
Caulerpa racemosa (Forsskål) J. Agardh 1872
Talo verde claro a escuro, rígido. Estolão glabro, cilíndrico e ramificado. Ramos eretos
cilíndricos, simples ou ramificados coberto total ou parcialmente por râmulos pedunculados,
com ápice dilatado, globóide a achatado. Ramos rizoidais terminados em tufos de filamentos
rizoidais.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
27
Com três variedades na área de estudo, que podem ser identificadas com o auxílio da
seguinte chave:
1a. Râmulos com ápice achatado (discóide)..........................................C. racemosa var. peltata
1b. Râmulos cilíndricos a globóides...........................................................................................2
2a. Râmulos com pedúnculo mais curto que o diâmetro do ápice......................................
...........................................................................................................C. racemosa var. racemosa
2b. Râmulos com o pedúnculo mais longo que o diâmetro do ápice..................................
.......................................................................................................C. racemosa var. occidentalis
Caulerpa racemosa (Forsskål) J. Agardh var. occidentalis (J. Agardh) Børgesen 1907
Kongelige Danske Videnskabernes Selskabs Skrifter, 7. Række, Naturvidenskabelig og
Mathematisk Afdeling, v. 4, p. 379, figs. 28-29. 1907
Basônimo: Caulerpa chamnitzia (Esp.) Lamx var. occidentalis J. Agardh, Acta Univ. Lund.,
v. 9, n. 8, p. 37, 1872
Prancha 2 – Figura 18
Talo com até 9,3 cm de altura. Estolão com 3-5 mm de diâmetro. Eixo ereto coberto
por râmulos pedunculados dispostos irregularmente ao redor do eixo principal, com ápice
dilatado, globóide a levemente achatado. Râmulos com até 8 mm de comprimento e ápice
com 2-3 mm de diâmetro.
Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 17-X-2009, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42435), 03-VIII-2007,
G. E. C. Miranda s. n. (JPB42503).
Comentários:
O que pode diferenciar esta variedade das demais é o marcante comprimento do
pedúnculo que é bem maior que o diâmetro do ápice dilatado. Materiais coletados de arribada
ou fixo ao substrato rochoso no infralitoral superior. Guiry & Guiry (2009) trata Caulerpa
chamnitzia var. occidentalis J. Agardh 1873 e Caulerpa racemosa f. occidentalis (J.Agardh)
Nizamuddin 1964 como sinônimas para C. racemosa var. occidentalis.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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Caulerpa racemosa (Forsskål) J. Agardh var. peltata (J. V. Lamour.) Eubank 1946
Univ. Calif. Public. Bot., v. 18, n. 18, p. 421, figs. 2r-s, 1946
Basônimo: Caulerpa peltata J. V. Lamouroux, J. Bot., Paris, v. 2, p. 145, pr. 3, fig. 2. 1809
Prancha 2 – Figura 19
Talo verde claro, com 0,2-2,6 cm de altura. Estolão cilíndrico, ramificado, com tufos
de filamentos rizoidais. Ramos eretos curtos e cilíndricos com râmulos pedunculados
terminando em discos achatados dispostos alternadamente. Râmulos de até 6 mm de altura e 4
mm de diâmetro no ápice.
Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 05-VI-2008, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42378), 30-VIII-2007,
L. N. Máximo & G. E. C. Miranda s. n. (JPB42455).
Comentários:
De acordo com Wynne (1998), C. racemosa var. peltata e C. racemosa var.
laetevirens são consideradas sinônimas. O nome C. racemosa var. peltata mantem-se, pois
baseia-se em Fucus chemnitzia [var] peltatus (Lamouroux) Turner 1819 que é mais antigo e
tem prioridade. Espécie difícil de ser encontrada na área de estudo, sendo obtido um único
exemplar em apenas duas coletas sendo ambos de arribada. Guiry & Guiry (2009) aceita
Caulerpa peltata J. V. Lamouroux como espécie distinta e não como uma variedade de C.
racemosa.
Caulerpa racemosa var. racemosa (Forsskål) J. Agardh 1872
Acta Univ. Lund., v. 9, n. 8, p. 35, 1872
Basônimo: Fucus racemosus Forsskål, Fl. Aegyp – Arab., p. 191. 1775
Prancha 2 – Figura 20
Talo verde claro a verde escuro com até 10,5 cm de comprimento. Estolão glabro,
cilíndrico, com até 3 mm de diâmetro. Ramos eretos cobertos total ou parcialmente por
râmulos pedunculados dispostos irregularmente ao redor do eixo principal, com 2-5 mm de
comprimento e um ápice dilatado globoso.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 19-IX-2009, L. N. Máximo & J. D. F. Luna s. n. (JPB42406), 30-
VIII-2007, L. N. Máximo & G. E. C. Miranda s. n. (JPB42451), 03-VIII-2007, G. E. C.
Miranda s. n. (JPB42504).
Comentários:
O material aqui identificado apresenta medidas maiores que os descritos por
Kanagawa (1984) e Barata (2008), com ramos eretos chegando a 3 vezes o tamanho dos
identificados por elas. Espécie fácil de ser encontrada, com materiais coletados de arribada ou
fixo em substrato arenoso no mediolitoral ou rochoso no infralitoral. Segundo Barata (2008) e
Guiry & Guiry (2009), a variedade típica de C. racemosa inclui agora o que anteriormente era
classificado como C. racemosa var. clavifera (C. Agardh) Weber Bosse e C. racemosa var
uvifera (C. Agardh) J. Agardh.
Caulerpa sertularioides (S. G. Gmelin) M. Howe 1905
Bull. Torrey Bot. Club, v. 32, p. 576, 1905
Basônimo: Fucus sertularioides Gmelin, Hist. Fuc., p. 15. 1758
Prancha 2 – Figura 21
Talo verde escuro, liso, delicado, com até 14 cm de altura. Estolão glabro, ramificado,
cilíndrico, com 1,5-2 mm de diâmetro, crescendo paralelo e superficialmente ao substrato com
tufos de filamentos rizoidais longos. Ramos eretos simples ou raramente ramificados, sésseis
ou estipitados. Quando estipitado, com estipe de até 7 mm de comprimento e, acima deste,
com râmulos dispostos disticamente de maneira oposta. Râmulos cilíndricos, curvados para
cima, terminados em um ápice afilado e mucronado com até 0,5 mm de diâmetro e 11 mm de
comprimento.
Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 19-IX-2009, L. N. Máximo & J. D. F. Luna s. n. (JPB42392), 17-
X-2009, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42438), 30-VIII-2007, L. N. Máximo & G. E. C.
Miranda s. n. (JPB42461).
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
30
Comentários:
O material está de acordo com o descrito por Kanagawa (1984) para a Paraíba. O
material descrito por Brayner et al (2008) apesar de estar de acordo com as medidas
encontradas neste estudo, apresenta comprimento dos râmulos bem menores. Espécie
encontrada principalmente no infralitoral superior, crescendo sobre rochas, às vezes com o
estolão emaranhado ao estolão de outras espécies de Caulerpa. Guiry & Guiry (2009) trata
Caulerpa plumaris (Forsskål) C. Agardh 1823 e Corradoria plumaris (Forssk.)
Trevisan 1849 como sinônimas para a espécie.
Codiaceae Kützing 1843
Codium Stackhouse 1797
Espécie holotípica: C. tomentosum Stackhouse
Talo cilíndrico, ereto ou crostoso, não calcificado, constituído por filamentos
cenocíticos abundantemente ramificados e densamente entrelaçados, dando ao talo um
aspecto esponjoso. Quando ereto, talo dicotomicamente ramificado. Filamentos medulares
finos, cilíndricos e incolores, de onde são originados os utrículos da região cortical. Estes, de
variadas formas, são ricos em cloroplastos discóides e sem pirenóide. Do ápice dos utrículos
se originam pêlos longos e hialinos que ao caírem deixam cicatrizes. Gametângio ovóide,
clavado ou fusiforme inserido na porção mediana do utrículo, separados destes por um septo.
Com apenas uma espécie na área de estudo:
Codium isthmocladum Vickers 1905
Ann. Sci. Nat. Bot., v. 9, n. 1, p. 57, 1905
Prancha 2 – Figuras 22 a 24
Talo verde oliva, ereto de até 15 cm de comprimento, fixo ao substrato por um
apressório basal discóide de até 1,5 cm de diâmetro. Talo de aspecto esponjoso, cilíndrico,
com ramificação dicotômica regular de até 8ª ordem. Ramos de 2-5 mm de diâmetro, mais
largos nas dicotomias. Filamentos medulares incolores 24-36,6 µm de diâmetro. Utrículos
individuais clavados a piriformes medindo 330-550 µm de comprimento e 73-317 µm de
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
31
diâmetro com ápices arredondados a truncados. Gametângios ovóide-lanceolados a fusiformes
com 183-280 µm de comprimento por 61-85 µm de diâmetro, distando 231-256 µm do ápice.
Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 03-VIII-2007, G. E. C. Miranda s. n. (JPB42482)
Comentários:
Esta espécie apresenta grande plasticidade morfológica, com ramos curtos densamente
ramificados a ramos longos e pouco ramificados (OLIVEIRA-CARVALHO, 2008). Foram
encontrado utrículos de formas e tamanhos variados. Segundo Kanagawa (1984), a espécie é
provavelmente restrita ao atlântico tropical. Material raro, encontrado apenas uma vez no
local de coleta fixo a rochas no infralitoral. Não foi observado gametângio abortivo. Guiry &
Guiry (2009) trata Codium pilgerii O.C. Schmidt 1923 como sinônimo para a espécie.
Halimedaceae J. Agardh
Halimeda Lamouroux 1812
Espécie tipo: H. tuna (Ell. e Sol.) Lamouroux
Talo calcificado, ereto ou prostrado, de cor branco-esverdeada, constituído por
filamentos cenocíticos formando segmentos articulados de formas variadas, os artículos.
Filamentos medulares ramificados constituindo uma região medular frouxa, dos quais se
originam utrículos corticais. Utrículos cobertos por uma camada calcária formando um córtex.
Com apenas uma espécie na flora local:
Halimeda opuntia (Linnaeus) J. V. Lamouroux 1812
Nouv. Bull. Sci. Soc. Philom., v. 3, p. 186, 1812
Basônimo: Corallina opuntia Linnaeus, Syst. Nat., p. 805, 1758
Prancha 2 – Figuras 25 a 28
Talo esbranquiçado, fortemente calcificado, abundantemente ramificado em todos os
planos. Artículos achatados, flabeliformes, pouco retorcidos, com margem reta a crenada,
com 4-9 mm de largura e 4-6 mm de altura. Utrículos primários poligonais em vista frontal e
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
32
dicotomicamente ramificados (dois utrículos secundários por utrículo primário) em vista
lateral. Utrículos primários com 30-45 µm de comprimento, com formato triangular com base
afunilada e ápice dilatado.
Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 03-VIII-2007, G. E. C. Miranda s. n. (JPB42500)
Comentários:
H. opuntia é o representante mais comum do gênero e tem grande importância
ecológica por formar grandes prados sobre os recifes (BANDEIRA-PEDROSA et al, 2004).
Tem uma ampla distribuição global, principalmente em águas quentes, mas esses estudos
podem sofrer mudanças de acordo com investigação molecular (GUIRY& GUIRY, 2009). Os
exemplares examinados foram encontrados epifitando Caulerpa racemosa var. racemosa.
Segundo Guiry & Guiry (2009), diversas variedades e formas tais como H. opuntia f. typica
(Linnaeus) J. Agardh , H. opuntia var. triloba (Decaisne) Barton, H. opuntia var. typica, H.
opuntia f. triloba (Decaisne) J. Agardh 1887 e H. opuntia f. cordata (J.Agardh) E.S.
Barton 1901 já são tratadas como sinônimas da variedade tipo, assim como as espécies
Halimeda multicaulis (Lamarck) J.V. Lamouroux 1816 e Halimeda triloba Decaisne 1842.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
33
Legendas Prancha 1
Figuras 5-6. Bryopsis sp.
Figura 5. Aspecto geral do talo. Escala: 1 cm.
Figura 6. Visão microscópica do padrão de ramificação. Escala: 552 µm
Figuras 7-8. Bryopsis pennata J. V. Lamouroux
Figura 7. Aspecto geral do talo. Escala: 1 cm.
Figura 8. Visão microscópica do padrão de ramificação. Escala: 1 cm.
Figuras 9-10. Bryopsis plumosa (Hudson) C. Agardh
Figura 9. Aspecto geral do talo. Escala: 1 cm.
Figura 10. Visão microscópica do padrão de ramificação. Escala: 552 µm.
Figura 11. Aspecto geral de Caulerpa cupressoides var. lycopodium (J. Agardh) Weber van
Bosse f. disticha. Escala: 1 cm.
Figura 12. Aspecto geral de Caulerpa cupressoides var. lycopodium (J. Agardh) Weber van
Bosse f. lycopodium. Escala: 1 cm.
Figura 13. Detalhe em microscopia óptica do ramo verticilado de Caulerpa kempfii Joly e
Pereira. Escala: 146 µm
Figura 14. Aspecto geral de Caulerpa mexicana Sonder ex Kützing. Escala 1 cm.
Figura 15. Aspecto geral de Caulerpa microphysa (Weber van Bosse) Feldmann. Escala: 1
cm
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
34
Prancha 1
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
35
Legendas Prancha 2
Figura 16. Aspecto geral de Caulerpa prolifera (Forsskål) Lamouroux. Escala 1 cm. Figura
17. Aspecto geral de Caulerpa racemosa (Forsskål) J. Agardh var occidentalis. Escala 1 cm.
Figura 18. Esquema do aspecto geral de Caulerpa racemosa (Forsskål) J. Agardh var.
peltata. Escala 1 cm.
Figura 19. Aspecto geral de Caulerpa racemosa (Forsskål) J. Agardh. Escala: 1 cm.
Figura 20. Aspecto geral de Caulerpa sertularioides (Gmelin) Howe. Escala: 1 cm.
Figuras 21-23. Codium isthmocladum Vickers.
Figura 21. Aspecto geral do talo. Escala: 1 cm.
Figura 22. Visão microscópica dos utrículos. Escala: 30 µm.
Figura 23. Detalhe em microscopia de um utrículo com um gametângio. Escala: 30 µm.
Figuras 24-27. Halimeda opuntia (Linnaeus) Lamouroux.
Figura 24. Aspecto geral do talo. Escala: 1cm.
Figura 25. Visão microscópica frontal dos utrículos primários. Escala: 30µm.
Figuras 26-27. Visão microscópica dos utrículos primários e secundários. Escala: 30 µm.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
36
Prancha 2
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
37
CLADOPHORALES
Anadyomenaceae Hauck 1884
Anadyomene Lamouroux 1812
Espécie tipo: A. flabellata Lamouroux
Talo laminar expandido, rígido, crescendo em tufos, fixo ao substrato por rizóides.
Fronde constituída por células cilíndricas, longitudinalmente alongadas, clavadas, formando
nervuras unidas lateralmente por células menores, de vários formatos, preenchendo todos os
espaços intersticiais. Células multinucleadas, com numerosos cloroplastos discóides unidos
por filamentos formando uma rede parietal, cada um com um pirenóide.
Com apenas uma espécie na flora local:
Anadyomene stellata (Wulfen in Jacq.) C. Agardh 1823
Sp. Algar., p. 400, 1822
Basônimo: Ulva stellata Wulfen in Jacquin, Collec. Bot., v. 1, p. 351, 1786
Prancha 3 – Figuras 29 e 30
Talo verde escuro, foliáceo, sem perfurações na fronde, ereto, rígido, crescendo em
tufos com até 3 cm de altura, preso ao substrato por apressório discóide formado por rizóides.
Fronde monostromática, formada por células alongadas longitudinalmente, clavadas, medindo
até 1,7 mm de comprimento por 366 µm de diâmetro, interligadas por células menores, de
formato irregular. Ápice de cada “nervura” com 4-6 outras “nervuras” de diferentes
comprimentos, sendo a mediana mais longa, dispostas em formato de leque, em direção ao
ápice. Margem lisa formada por células pequenas e esféricas.
Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 05-VI-2008, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42382), 19-IX-2009,
L. N. Máximo & J. D. F. Luna s. n. (JPB42409), 17-X-2009, L. N. Máximo et al s. n.
(JPB42417), 30-VIII-2007, L. N. Máximo & G. E. C. Miranda s. n. (JPB42453), 13-I-2009,
L. N. Máximo & J. F. C. Monteiro s. n. (JPB42479).
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
38
Comentários:
É geralmente uma alga que cresce em águas rasas, frequentemente encontrada em
densas aglomerações de indivíduos (LITTLER & LITTLER, 1991). A. stellata é a única
espécie do gênero descrita para o estado da Paraíba e está de acordo com o material descrito
por Kanagawa (1984). Espécie encontrada crescendo em tufos sobre as rochas no infralitoral
ou sobre outras algas. Guiry & Guiry (2009) trata como sinônimas da variedade tipo as
variedades A. stellata var. floridana Gray 1866 e A. stellata var. luxurians De Toni 1889,
assim como as espécies Anadyomene flabellata J.V. Lamouroux 1812 (considerada espécie
tipo do gênero) e Anadyomene cutleriae Gray 1866.
Boodleaceae Bøergesen 1925
Phyllodictyon J. E. Gray 1866
Espécie tipo: P. pulcherrimum J. E. Gray
Talo ereto, crescendo isoladamente ou em tufos, constituído de estipe simples ou
ramificado e fronde achatada, com aspecto de rede, formada por um eixo principal
unisseriado, com ramificações opostas até 3ª ordem, anastomosadas entre si. Talo fixo ao
substrato através de rizóides.
Com apenas uma espécie na flora local:
Phyllodictyon anastomosans (Harv.) Kraft & Wynne 1996
Phycol. Res., v. 44, p. 139, figs. 16-25, 1996
Basônimo: Cladophora anastomosans Harv., Phycol. Austral. 2: pl. CI. 1859
Prancha 3 – Figuras 31 e 32
Talo verde claro, rígido, encurvado, composto por lâmina e estipe, crescendo em tufos
de até 3,5 cm de altura, fixos ao substrato por rizóides ramificados. Estipe formado por uma
única célula alongada com até 12 mm de comprimento. Fronde de formato triangular com até
8 mm de comprimento e 11 mm de largura, constituída por um eixo principal unisseriado,
com ramificações em um só plano, opostas, anastomosadas, com aspecto de rede.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
39
Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 13-I-2009, L. N. Máximo & J. F. C. Monteiro s. n. (JPB42477).
Comentários:
Algumas espécies do gênero Struvea foram renomeadas e inseridas no gênero
Phyllodictyon, como é o caso da espécie P. anastomosans. Espécie rara, sendo encontrado
um único exemplar de arribada, emaranhado a Caulerpa mexicana, no infralitoral superior.
Guiry & Guiry (2009) trata as espécies Struvea delicatula Kützing 1866, Struvea
anastomosans (Harvey) Piccone & Grunow ex Piccone 1884, bem como Pterodictyon
anastomosans (Harvey) J.E. Gray 1866 como sinônimas para a espécie.
Cladophoraceae Wille in Warm 1884
Chaetomorpha Kützing 1845 nom. conser.
Espécie tipo: C. linum (O.F. Müller) Kützing.
Talo filamentoso, unisseriado, não ramificado, fixo ao substrato por uma célula basal,
podendo crescer isoladamente ou em tufos, neste caso, com um apressório grande e basal.
Células cilíndricas ou em forma de barril, multinucleadas, com cloroplastos laminares,
poligonais, unidos por filamentos formando uma rede parietal, com presença de um pirenóide
por plastídio.
Com duas espécies na área de estudo que podem ser identificadas com o auxílio da
seguinte chave:
1a. Células da região mediana do talo medindo até 18 µm de comprimento...............C. nodosa
1b. Células da região mediana do talo medindo acima de 18 µm de comprimento
...............................................................................................................................C. brachygona
Chaetomorpha brachygona Harvey 1858
Smithsonian Contr. Knowl., v. 10, n. 2, p. 87 – 88, 1858
Prancha 3 – Figura 33
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
40
Talo verde claro, delicado, filamentoso, unisseriado, não ramificado, densamente
enovelado e emaranhado a outras algas. Filamentos com células quadráticas a alongadas,
medindo 21-40 µm de diâmetro e 24-97 µm de comprimento e parede com até 3 µm de
espessura. Células terminais com ápices arredondados.
Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 13-I-2009, L. N. Máximo & J. F. C. Monteiro s. n. (JPB42463).
Comentários:
O material encontrado na área de estudo apresenta-se mais delicado e menor, do que o
descrito por Kanagawa (1984) para a Paraíba e Alves et al. (2009) para a Bahia. Espécie rara
nas coletas, sendo encontrado um tufo apenas uma vez em um dia de coleta, fixo a um
substrato rochoso, submerso em uma poça de maré localizada no mediolitoral.
Chaetomorpha nodosa Kützing 1849
Spec. Alg. 376. 1849
Basônimo: Conferva nodosa (Kütz.) Mont. Ann. Sci. Nat. Bot., v. 3, n. 14, p. 303, 1850
Prancha 3 – Figura 34
Talo filamentoso, delicado e sem ramificações. Células da região mediana do talo com
6-18 µm de comprimento e 6-21 µm de diâmetro. Célula basal bastante curta, medindo 12-18
µm de comprimento e 9-12 µm de diâmetro. Célula com 9-15 µm de comprimento e 9-12 µm
de diâmetro no ápice.
Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 30-VIII-2007, L. N. Máximo & G. E. C. Miranda s. n.
(JPB42447), 13-I-2009, L. N. Máximo & J. F. C. Monteiro s. n. (JPB42464), 19-IX-2009, L.
N. Máximo & J. D. F. Luna s. n. (JPB42428), 19-IX-2009, L. N. Máximo & J. D. F. Luna s.
n. (JPB42402), 17-X-2009, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42423).
Comentários:
Encontrada isolada, fixa a Cladophora coelotrix Kützing 1853, Cladophora crispula
Vickers 1908 e Cladophora rupestris (L.) Kützing 1843. O material analisado apresenta
medidas bem inferiores às encontradas por Alves et al. (2009) para a Bahia. Alves (2008)
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
41
relata a presença de entumescimento nas células do talo de C. nodosa, mas essa característica
não foi observada no presente material. Primeira citação para o Estado da Paraíba.
Cladophora Kützing 1843
Espécie tipo: C. oligoclona (Kützing) Kützing
Talo filamentoso, unisseriado, abundantemente ramificado, livres ou fixos ao substrato
por rizóides provenientes da célula basal e/ou das imediatamente superiores. Ramificação
dicotômica, tricotômica ou ainda politômica, alterna ou unilateral. Células cilíndricas,
multinucleadas com numerosos cloroplastos discóides interligados formando um retículo
parietal com 1 pirenóide cada.
Com cinco espécies a área de estudo, que podem ser identificadas com o auxilio da
seguinte chave:
1a. Talo emaranhado em outras algas.........................................................................C. crispula
1b. Talo fixo ao substrato através de rizóides ou apressório......................................................2
2a. Talo fixo através de apressório basal...............................................................C. vagabunda
2b. Talo fixo através de rizóides.................................................................................................3
3a. Presença de constrições nos rizóides...................................................................C. prolifera
3b. Ausência dessas constrições.................................................................................................4
4a. Rizóides originados a partir da célula basal e de células dos ramos laterais
..................................................................................................................................C. coelothrix
4b. Rizóides originados apenas da célula basal.........................................................C. rupestris
Cladophora coelothrix Kützing 1843
Phycol. Gen., p. 272, 1843
Prancha 3 – Figuras 35 e 36
Talo densamente ramificado, flácido, com até 2 cm de comprimento. Fixação através
de processos rizoidais da célula basal de até 3 mm de comprimento que podem ou não ser
septados, crescendo a partir do pólo basal das células axiais sem formar feixes de rizóides.
Ramificação pseudodicotômica na região inferior do talo e, acima, alterna a alternadamente
secunda. Ramos com septos na base. Células inferiores do eixo cilíndricas, curvas ou retas,
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
42
com 701-1403 µm de comprimento, 95-125 µm de diâmetro e parede com 6-9 µm de
espessura. Células apicais cilíndricas, com ápice arredondado e sem constrições, com 640-
1220 µm de comprimento e 95-122 µm de diâmetro.
Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 30-VIII-2007, L. N. Máximo & G. E. C. Miranda s. n.
(JPB42447), 13-I-2009, L. N. Máximo & J. F. C. Monteiro s. n. (JPB42464).
Comentários:
O material estudado apresenta pequenas variações das medidas descritas por
Kanagawa (1984), para mais ou para menos. Apesar de não ter sido encontrado material fértil,
foram observadas células ligeiramente dilatadas. Espécie encontrada crescendo em substrato
arenoso, submerso ou já descoberto, em poças de maré no médio litoral, e difícil de ser
encontrada na área de estudo, sendo coletado apenas em duas coletas. Guiry & Guiry (2009)
apresenta as espécies Cladophora modonensis Kützing 1849, Cladophora repens (J. Agardh)
Harvey 1849 e Cladophora bryopsoides Zanardini ex Frauenfeld 1855 como sinônimas para a
espécie.
Cladophora crispula Vickers 1905
Ann. Sc. Nat. Bor., ser. 9, v. 1, p. 56, 1905
Prancha 3 – Figura 37
Talo verde-oliva, delicado, macio, densamente emaranhado no talo de outras algas,
com até 2 cm de comprimento, formando tufos. Eixo com ramificações pseudodicotômicas e
leves constrições nos septos das células. Ramos principais longos, cobertos por râmulos
secundos, curtos e curvos, simples ou ramificados. Células do eixo principal cilíndricas, retas,
122-183 µm de diâmetro e 268-402 µm de comprimento. Células dos ramos principais
cilíndricas, retas ou ligeiramente curvadas, com 61-92 µm de diâmetro e 397-610 µm de
comprimento. Células apicais cilíndricas a subcilíndricas, um pouco afiladas em direção ao
ápice, com 37-73 µm de diâmetro e 183-244 µm de comprimento.
Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 19-IX-2009, L. N. Máximo & J. D. F. Luna s. n. (JPB42428).
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
43
Comentários:
O material encontrado na área de estudo, difere do material analisado por Alves (2008)
por apresentar medidas das células bem maiores do que encontrado por ela e também de
Kanagawa (1984) por ser menor e mais delicado. Espécie rara nas coletas realizadas, sendo
encontrada apenas uma vez, fixa a substrato arenoso no mediolitoral inferior.
Cladophora prolifera (Roth) Kützing 1843
Phycol. Gen., p. 271, 1843
Basônimo: Conferva prolifera Roth 1797, p. 182, pr 3
Prancha 4 – Figuras 38 e 39
Talo verde escuro, quase enegrecido, rígido, ereto, com até 3,5 cm de comprimento,
fixo ao substrato por rizóides longos e finos, com 109-259 µm de diâmetro, sem septos,
provenientes dos pólos basais das células do eixo e dos principais ramos laterais, com parede
espessa, 9-21 µm de espessura e com nítidas constrições anelares e lúmen repleto de
cloroplastos. Eixo principal longo, pouco ramificado, com células subcilíndricas medindo
518-1525 µm de comprimento por 122-305 µm de diâmetro. Ramificações
predominantemente tricotômicas, chegando a politômicas no ápice. Células apicais com ápice
ligeiramente afilado com 1-1,5 mm de comprimento e 122-305 µm de diâmetro.
Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 03-VIII-2007, G. E. C. Miranda s. n. (JPB42499)
Comentários:
Espécie facilmente identificada e distinguida das demais espécies por apresentar talo
rígido e filamentos rizoidais com constrições anelares. Espécie rara nas coletas, sendo
encontrada apenas uma vez. Guiry & Guiry (2009) trata as variedades C. prolifera var.
confertissima Kützing 1849, C. prolifera var. firma Kützing 1849, C. prolifera var. flaccida
Kützing 1849 e C. prolifera var. scoparia (Kützing) Schiffner 1931 como sinônimas para a
variedade tipo, bem como as espécies Cladophora multifida Brand, Cladophora scoparia
Kützing 1845 e Cladophora rugulosa G. Martens 1868.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
44
Cladophora rupestris (Linnaeus) Kützing 1843
Phycol. Gen., p. 270, 1843
Basônimo: Conferva rupestris Linnaeus
Prancha 4 – Figura 40
Talo verde claro a verde escuro na base, esparsamente ramificado, com até 4 cm de
altura, fixo ao substrato através de processos rizoidais ramificados, septados e originados da
célula basal. Talo com eixo curto, com pseudodicotomias originando ramos eretos de até 6ª
ordem. Célula basal com 73-98 µm de diâmetro e 537-647 µm de comprimento, e parede
celular de até 9 µm de espessura. Células axiais e dos principais ramos cilíndricas, sem
constrições nos septos, com 76-146 µm de diâmetro e 1,1-1,5 mm de comprimento, com
parede celular de 6 µm de espessura. Células terminais cilíndricas com ápice arredondado, 85-
110 µm de diâmetro e 854-1708 µm de comprimento e até 3 µm de espessura na parede.
Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 19-IX-2009, L. N. Máximo & J. D. F. Luna s. n. (JPB42402), 17-
X-2009, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42423).
Comentários:
São algas com ramificações principalmente pseudodicotômicas e ramos superiores
formando um padrão secundo. O material encontrado apresenta-se maior e mais robusto que o
encontrado por Kanagawa (1984), chegando a ter ramificações de até 6ª ordem, contra
ramificações de até 4ª ordem encontrada por ela. Espécie encontrada crescendo em substrato
arenoso e rochoso em poças de maré no médio litoral, difícil de encontrar, sendo coletada em
apenas dois dias de coleta. Guiry & Guiry (2009) cita as variedades C. rupestris var.
mediterranea Kützing 1849, C. rupestris var. baltica Kützing 1845 e C. rupestris var. nuda
Hamel 1925, as formas C. rupestris f. mediterranea (Kützing) Ardissone, C. rupestris f.
flaccida Suringar 1857, C. rupestris f. rigida Suringar 1857, C. rupestris f. submarina
Foslie 1884, C. rupestris f. contracta Simmons 1897 e C. rupestris f. nuda (Harvey) Holmes
& Batters ex Batters 1902 como sinônimas para a variedade tipo, bem como as espécies
Cladophora opposita Kützing 1843, Cladophora plumosa Kützing 1843, Cladophora
ramosissima (Draparnaud ex Kützing) Kützing 1843, Cladophora lyngbyana Kützing 1845,
Cladophora nuda (Harvey) Harvey 1849 e Cladophora bertolonii Kützing 1849.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
45
Cladophora vagabunda (Linnaeus) C. Hoek 1963
Rev. Eur. sp. Cladophora, p. 144, 1963
Basônimo: Conferva vagabunda Linnaeus Sp. Plantarun, p. 1167, 1753
Prancha 4 – Figura 41
Talos verdes claros a verdes amareladas, delicadas e flácidas com até 10 cm de altura,
fixa ao substrato através de apressório discóide formado por rizóides ramificados e septados.
Talos abundantemente ramificado, com primeiras ramificações pseudodicotômicas, unilaterais
a politômicas nas partes mais distais do talo e ramos fasciculados retos ou falciformes.
Células basais dos eixos principais medindo 549-946 µm de comprimento por 97-195 µm de
diâmetro. Células do eixo principal com 793-1576 µm de comprimento e 207-256 µm de
diâmetro. Células dos ramos terminais medindo 183-476 µm de comprimento e 49-134 µm de
diâmetro e células apicais cilíndricas, às vezes dilatadas, com ápice afilado, às vezes
arredondado, com 146-293 µm de comprimento e 61-134 µm de diâmetro.
Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 17-X-2009, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42425), 30-VIII-2007,
L. N. Máximo & G. E. C. Miranda s. n. (JPB42445).
Comentários:
O material analisado concorda com as medidas encontradas por Kanagawa (1984) para
a Paraíba. Espécie encontrada crescendo em substrato arenoso, em poças de maré no
médiolitoral. O gênero Cladophora foi encontrado em quase todas as coletas, embora
representado por espécies diferentes. Pode-se notar que nenhuma espécie do gênero apareceu
mais do que duas vezes nos dias em que foram realizadas as coletas. Guiry & Guiry (2009)
cita Cladophora utriculosa var. aegaea Kützing 1849, Cladophora mauritiana
Kützing 1849, Cladophora brachyclona Montagne ex Kützing 1849, Cladophora tenerrima
Kützing 1849, Cladophora heteropsis Kützing 1849, Cladophora flavovirens Kützing 1849,
Cladophora utriculosa var. cartilaginea Kützing 1849, Cladophora penicillata
Kützing 1853, Cladophora sulphurea Zanardini ex Frauenfeld 1855, Cladophora rupestris f.
gracilior Suringar 1857, Cladophora uncinella Harvey 1860, Cladophora implicata
(Zanardini) Bertoloni 1862, Cladophora zostericola Martens 1866, Cladophora inserta
Dickie 1876, Cladophora daveyana Reinbold 1899, Cladophora expansa var. glomerata
Thuret ex Collins 1902, Cladophora mauritiana var. ungulata Brand 1904, Cladophora
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
46
heteronema f. sanvicensis Brand 1904, Cladophora glomerata var. pusilla Brand 1904
Cladophora elegans f. major Brand 1904, Cladophora pinniger Setchell 1924, Cladophora
inserta f. ungulata (Brand) Setchell 1926, Cladophora inserta f. typica Setchell 1926,
Cladophora monumentalis Børgesen 1935, Cladophora divergens Schiffner 1937,
Cladophora adriatica Schiffner 1938, Cladophora fuscescens var. decipiens Schiffner 1938,
Cladophora lagunarum var. prolifera Schiffner 1938, Cladophora penicillata var. gracilis
Schiffner 1938, Cladophora subnuda Schiffner 1938 e Cladophora pulverulenta (Mertens)
Phinney 1945 como sinônimas para a espécie.
Siphonoclacaceae Schmitz 1879
Chamaedoris Montagne 1842
Espécie tipo: C. peniculum (Solander) Kützing
Talo ereto constituído por pedúnculo unicelular com constrições anelares ao longo do
comprimento, pouco calcificado, com uma região apical formando um tufo radialmente
achatado, com filamentos unisseriados, dicotomicamente ramificados, não calcificados, com
septo acima da dicotomia. Cloroplastos poligonais com disposição parietal formando um
retículo, com um pirenóide grande e central.
Com apenas uma espécie na área de estudo:
Chamaedoris peniculum (J. Ellis & Solander) Kützing 1893
Rev. Ge. Plant, III, p. 400, 1893
Basônimo: Corallina peniculum Solander, Nat. Hist. Zoophytes, p. 127, pr. 7, figs. 5-8, pr. 25,
fig. 1, 1786
Prancha 4 – Figura 43
Talo verde claro, com 4-7 cm de comprimento, formado por um pedúnculo com
constrições anelares, com um tufo de filamentos dicotomicamente ramificados formando um
capítulo. Encontrado crescendo isoladamente ou em tufos. Quando em tufos, unidos na região
rizoidal por prolongamentos na base do pedúnculo. Pedúnculo simples, cilíndrico e ereto,
levemente impregnado de carbonato de cálcio, delgado com 1-1,5 mm de diâmetro de onde
sai radialmente inúmeros filamentos unisseriados, não calcificados, com 91,5-122 µm de
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
47
diâmetro, dicotomicamente ramificados, emaranhados, formando um capitulo de 0,8-3,4 cm
de largura. Cloroplastos presentes em placas poligonais.
Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 03-VIII-2007, G. E. C. Miranda s. n. (JPB42498), 05-VI-2008, L.
N. Máximo et al s. n. (JPB42380), 19-IX-2009, L. N. Máximo & J. D. F. Luna s. n.
(JPB42407), 13-I-2009, L. N. Máximo & J. F. C. Monteiro s. n. (JPB42468).
Comentários:
Em cada tufo pode-se encontrar indivíduos em diferentes estágios de
desenvolvimento. Espécie relativamente fácil de ser encontrada, principalmente fixa a
substrato arenoso no infralitoral superior, ou ainda de arribada. Kanagawa (1984) menciona
que esta espécie é endêmica do litoral do atlântico tropical americano, mas Araújo (1983) diz
que estas algas parecem estar restritas para a costa nordestina, com limite no litoral sul da
Bahia, sendo a única espécie do gênero para as Américas. Chamaedoris annulata (Lamarck)
Montagne 1842 é considerada a espécie tipo, mas segundo Guiry & Guiry (2009) C.
peniculum é o nome correntemente aceito para espécie tipo, pois agora as trata como
sinônimas. Também considera sinônimas de C. peniculum as espécies Penicillus annulatus
Lamarck 1813, Nesea annulata (Lamarck) J.V. Lamouroux 1816, Scopularia annulata
(Lamarck) Chauvin 1842 e Corallocephalus peniculum (Ellis & Solander) Kützing 1843.
Dictyosphaeria Decaisne 1842
Espécie tipo: D. cavernosa (Forsskål) Bøergesen
Talo multicelular, crescendo solitário ou em grupos, de consistência sólida, rígida,
maciço ou oco, com aspecto subesférico a achatado, fixo ao substrato por rizóides. Talo
composto por células poligonais, unidas entre si por células tenaculares microscópicas
formando um pseudoparênquima. Cloroplastos laminares, discóides a poligonais, livres ou
unidos por filamentos formando um retículo parietal. Crescimento através de divisão celular
segregativa.
Com apenas uma espécie na área de estudo:
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
48
Dictyosphaeria versluysii Weber van Bosse 1905
Nuova Notarisia, v. 16, p. 144, pr. 2, fig. 6, 1905
Prancha 4 – Figuras 44 e 45
Talo verde claro, sólido, rígido, subesférico a dorso-ventralmente achatado, até 3,3 cm
de diâmetro, por 1,8 cm de altura, fixo ao substrato por rizóides. Células macroscópicas
poligonais medindo até 1 mm de diâmetro, unidas firmemente por células tenaculares
microscópicas. Projeções cilíndricas na face ventral formando rizóides hapterioidais. Presença
de projeções espiniformes da parede celular, em direção ao centro da célula, com 73-97,5 µm
de comprimento por 12 µm de diâmetro na base. Talo encontrado crescendo solitário ou em
aglomerações.
Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 05-VI-2008, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42386), 30-VIII-2007,
L. N. Máximo & G. E. C. Miranda s. n. (JPB42458), 13-I-2009, L. N. Máximo & J. F. C.
Monteiro s. n. (JPB42478), 03-VIII-2007, G. E. C. Miranda s. n. (JPB42487).
Comentários:
Espécie naturalmente encontrada incrustada em rochas na face oposta ao quebra mar,
protegida das ondas, crescendo isoladas ou em grupos, no médio litoral superior. Behar
(1972) relata que as projeções espiniformes podem ser simples ou bifurcadas, mas no presente
material só foi observada projeções simples. Guiry & Guiry (2009) cita as espécies
Dictyosphaeria vanbosseae Børgesen 1912, Dictyosphaeria bokotensis Yamada 1925 e
Dictyosphaeria setchellii Børgesen 1940 como sinônimas para a espécie.
Valoniaceae Hauck 1885
Ernodesmis Børgesen 1912
Espécie tipo: E. verticillata (Kützing) Børgesen
Talo vesiculoso, com ramificações verticiladas no ápice das células clavadas.
Cloroplastos laminares em placas poligonais, unidos por filamentos formando uma rede
parietal. Presença de um pirenóide por cloroplasto.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
49
Com apenas uma espécie conhecida para o gênero:
Ernodesmis verticillata (Kützing) Børgesen 1912
Bot. Tidsskr., v. 32, p. 259, 1912
Basônimo: Valonia verticillata Kützing, Sp. Algar., p. 508, 1848
Prancha 4 – Figura 42
Talo verde claro, pequeno, vesiculoso, ramificado, com até 2 cm de altura, fixo ao
substrato através de rizóides. Célula basal com até 7 mm de comprimento por 1 mm de
diâmetro, clavada, com porção inferior fina e ápice dilatado, com tufo de 5-12 ramos
unicelulares, também clavados. Ápice de cada ramo com respectivos ramos cada vez menores
até 4ª ordem. Cloroplastos em placas poligonais formando uma rede parietal.
Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 05-VI-2008, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42385).
Comentários
Única espécie descrita para o gênero. Kanagawa (1984) descreve E. verticillata com
constrições anelares na célula basal do talo, mas as mesmas não foram observadas no presente
material. Espécie rara nas coletas realizadas, encontrado emaranhado ao material coletado,
possivelmente de arribada.
Valonia C. Agardh 1822
Espécie lectotípica: V. aegagropila C. Agardh
Talo ereto, vesiculoso, simples ou ramificado, crescendo isoladamente ou em grupos.
Cenócitos macroscópicos, clavados ou ovóides, fixos ao substrato ou a outros talos através de
rizóides microscópicos. Cloroplastos discóides com um pirenóide, livres ou unidos formando
uma rede parietal.
Com apenas uma espécie na área de estudo:
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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Valonia utricularis (Roth) C. Agardh 1822
Sp. Algar. I, p. 433, 1822
Basônimo: Conferva utricularis Roth, Cat. Bot. I, p. 160, pr. 1, fig. 1, 1797
Prancha 4 – Figura 46
Talos verde escuro, frouxamente unidos entre si, formando uma colônia. Talo ereto,
túrgido, liso, com ramificações irregulares. Cenócitos cilíndrico-clavados, com 2-3 mm de
diâmetro e 6-10 mm de comprimento. Cloroplastos discóides com um pirenóide central,
formando um retículo parietal.
Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 05-VI-2008, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42384), 03-VIII-2007,
G. E. C. Miranda s. n. (JPB42496).
Comentários:
V. utricularis forma uma densa placa semiglobosa de talos eretos e ramificados,
frouxamente unidos e facilmente separáveis, o que, a priori, pode diferir de V. aegarophila C.
Agardh, que possui inúmeros rizóides ligando-os entre si. Essas placas semi globosas são
encontradas em substrato arenoso e/ou rochoso no médiolitoral inferior.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
51
Legendas Prancha 3
Figuras 28-29. Anadyomene stellata (Wulfen in Jacq.) C Agardh.
Figura 28. Aspecto geral do talo. Escala: 1 cm.
Figura 29. Visão microscópica das células clavadas. Escala: 732 µm.
Figuras 30-31. Phyllodictyon anastomosans (Harv.) Kraft & Wynne.
Figura 30. Aspecto geral do talo. Escala: 1 cm.
Figura 31. Visão microscópica das células da fronde formando uma rede. Escala: 300 µm.
Figura 32. Visão microscópica de Chaetomorpha brachygona Harvey. Escala: 30 µm.
Figura 33. Visão microscópica de Chaetomorpha nodosa Kützing. Escala: 30 µm.
Figuras 34-35. Cladophora coelothrix Kützing.
Figura 34. Visão microscópica das células e do padrão de ramificação. Escala: 300 µm.
Figura 35. Visão microscópica de uma dilatação da célula. Escala: 100 µm.
Figura 36. Visão microscópica das células e do padrão de ramificação de Cladophora
crispula Vickers. Escala: 300 µm.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
52
Prancha 3
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
53
Legendas Prancha 4
Figuras 37-38. Cladophora prolifera (Roth) Kützing.
Figura 37. Visão microscópica das células e do padrão de ramificação. Escala: 300 µm.
Figura 38. Visão microscópica do rizóide com constrições anelares. Escala: 300 µm.
Figura 39. Visão microscópica das células e do padrão de ramificação de Cladophora
rupestris (L.) Kützing. Escala: 1 mm.
Figura 40. Visão microscópica das células e do padrão de ramificação de Cladophora
vagabunda (L.) Hoek. Escala: 1 mm.
Figura 41. Esquema do aspecto geral de Ernodesmis verticillata (Kützing) Børgesen. Escala:
1 cm.
Figura 42. Aspecto geral do talo de Chamaedoris penniculum (Solander) Kützing. Escala:
1cm.
Figuras 43-44. Dictyosphaeria versluysii Weber van Bosse.
Figura 43. Aspecto geral do talo. Escala: 1 cm.
Figura 44. Visão microscópica da projeção espiniforme. Escala: 24µm.
Figura 45. Aspecto geral do talo de Valonia utricularis (Roth) C. Agardh. Escala: 1 cm.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
54
Prancha 4
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
55
ULVALES
Ulvaceae Lamouroux 1813
Ulva Linnaeus 1753
Espécie tipo: U. lactuca Linnaeus
Talo verde claro, foliáceo expandido ou tubular oco, parenquimatoso com 1-2 camadas
de células, fixo ao substrato por um apressório pequeno ou por filamentos rizoidais. Células
de formato poligonal, fortemente unidas, uninucleadas com um cloroplasto parietal com 1 ou
mais pirenóides. Ramificações geralmente na base do talo, com ramos semelhantes ao eixo
principal. Todas as células do talo são capazes de formar elementos de reprodução.
Com quatro espécies na área de estudo, que podem ser identificadas com o auxílio da
seguinte chave:
1a. Talo tubular oco....................................................................................................................2
1b. Talo expandido, formando uma fronde foliácea...................................................................3
2a. Talo epifitando outras algas.......................................................U. flexuosa subsp paradoxa
2b. Talo crescendo em substrato arenoso...................................................................U. flexuosa
3a. Talo simples, expandido ou com expansões lobadas na região marginal..............U. lactuca
3b. Talo recortado em fitas estreitas e longas..............................................................U. fasciata
Ulva fasciata Delile 1813
Flo. Egypte, p. 153, 1813
Prancha 5 – Figuras 47 a 49
Talo verde claro, preso ao substrato por apressório discóide. Talo recortado e estreito,
formando fitas de até 18 cm de comprimento por 5,5 cm de largura, com 76 µm de espessura.
Células em vista frontal retangulares a poligonais, com contorno arredondado, sem disposição
definida, com 12-27 µm de diâmetro. Em corte transversal, células retangulares com base e
ápice arredondados, 33 µm de comprimento por 18 µm de diâmetro. Um cloroplasto em
forma de taça por célula, com até 4 pirenóides por plastídeo.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
56
Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 13-I-2009, L. N. Máximo & J. F. C. Monteiro s. n. (JPB42470).
Comentários:
U. fasciata apresentava-se formando extensos tapetes na área estudada, principalmente
na faixa do mediolitoral, mas em apenas um dia de coleta. Araújo (1983) descreve ter
encontrado no Rio Grande do Norte um espécime com 1 m de comprimento. Guiry (2009)
cita as espécies U. lactuca f. fasciata (Delile) Hering 1846 e Phycoseris fasciata (Delile)
Montagne 1856 como sinônimas para a espécie.
Ulva flexuosa (Wulfen) Wulfen 1803
Acta Univ. Lund., v. 6, p. 126, 1883
Basônimo: Conferva flexuosa Wulfen ex Roth, Cat. Bot., p. 188, 1800
Prancha 5 – Figuras 50 a 52
Talo verde claro, tubular, com 1-17 cm de comprimento e 0,5-2 mm de diâmetro,
simples a pouco ramificado com ramificações e proliferações de primeira ordem somente na
porção inferior do talo. O talo pode apresentar um aumento em largura acentuado ou pequeno
e gradativo em direção ao ápice. Células, em vista frontal, retangulares a poligonais com 6-9
µm de diâmetro e 12-18 µm de comprimento próximo ao ápice e quadráticas a retangulares
com 6-12 µm de comprimento ao longo da extensão do talo. Cloroplastos laminares com 2-4
pirenóides. Células orientadas longitudinalmente na porção inicial do talo.
Materiais Examinados:
CONDE: Carapibus, 19-IX-2009, L. N. Máximo & J. D. F. Luna s. n. (JPB42399), 17-
X-2009, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42431), 13-I-2009, L. N. Máximo & J. F. C. Monteiro
s. n. (JPB42462). 30-VIII-2007, L. N. Máximo & G. E. C. Miranda s. n. (JPB42450).
Comentários:
Espécie comum do gênero, encontrada em todo Brasil. Talo com grande variação de
tamanho, variando de 1 a 17 cm de comprimento, com fronde pouco a largamente expandida.
Presença de células orientadas longitudinalmente na base do talo, concordando com
Kanagawa (1984). As medidas do porte do talo também estão de acordo com Araújo (1983)
para o estado do Rio Grande do Norte, apesar de ela descrever o talo com inúmeras
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
57
proliferações próximas a base e as medidas celulares serem maiores. Segundo Guiry (2009)
são tratadas como sinônimas para a espécie os nomes Enteromorpha tubulosa var. ramosa
Schiffner, Enteromorpha intestinalis var. tubulosa Kützing 1845, Enteromorpha tubulosa
(Kützing) Kützing 1856, Enteromorpha flexuosa (Wulfen) J. Agardh 1883, Enteromorpha
lingulata J. Agardh 1883, Enteromorpha prolifera var. tubulosa (Kützing) Batters 1902 e
Enteromorpha intestinalis f. tubulosa (Kützing) V.J. Chapman 1937.
Ulva flexuosa subsp paradoxa (C. Agardh) M.J. Wynne 2005
A check-list of benthic marine algae of the tropical and subtropical western Atlantic: second
revision. Beihefte zur Nova Hedwigia., v. 129, p. 1-152, 2005
Basônimo: Ulva paradoxa C. Agardh 1817
Prancha 5 – Figuras 53 e 54
Talo verde claro, muito delicado, flexível, abundantemente ramificado por toda a
extensão e até 1,5 cm de altura, epífita ao talo de outras algas. Talos cilíndricos tubulares
exceto nos ramos mais jovens que são unisseriados a plurisseriados. Células em vista frontal,
quadráticas a retangulares, dispostas em séries longitudinais e regulares por todo o talo,
medindo 6-15 µm de diâmetro por 9-12 µm de comprimento. Cloroplastos laminares,
parietais, com presença de 3-5 pirenóides.
Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 19-IX-2009, L. N. Máximo & J. D. F. Luna s. n. (JPB42404).
Comentários:
Espécie encontrada na região de estudo como epífita de Gracilaria sp. Segundo Guiry
(2009), as espécies Enteromorpha paradoxa var. typica Batters, Ulva paradoxa C.
Agardh 1817, Scytosiphon erectus Lyngbye 1819, Enteromorpha erecta (Lyngbye)
Carmichael 1833, Enteromorpha plumosa Kützing 1843, Enteromorpha paradoxa (C.
Agardh) Kützing 1845, Enteromorpha hopkirkii M'Calla ex Harvey 1849, Enteromorpha
clathrata var. hopkirkii (M'Calla ex Harvey) G. Hamel 1931 e Enteromorpha flexuosa
subsp. paradoxa (C. Agardh) Bliding 1963 são agora tratadas como sinônimas para a espécie.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
58
Ulva lactuca Linnaeus 1753
Sp. Plantarum, v. 2, p. 1163. 1753
Prancha 5 – Figuras 55 a 57
Talo verde claro, laminar, com lâmina inteira e margem lisa, fixo ao substrato ou a
outras algas por apressório discóide e pequeno. Talo com altura de até 4,5 cm e 3,3 cm de
diâmetro. Células em vista frontal quadráticas a poligonais, com 15-18 µm de diâmetro;
células em corte transversal quadráticas a retangulares com 27 µm de comprimento por 21-27
µm de diâmetro. Cloroplastos em forma de taça com 1-2 pirenóides por plastídeo.
Material Examinado:
CONDE: Carapibus, 05-VI-2008, L. N. Máximo et al s. n. (JPB42381), 19-IX-2009,
L. N. Máximo & J. D. F. Luna s. n. (JPB42397), 17-X-2009, L. N. Máximo et al s. n.
(JPB42421), 03-VIII-2007, G. E. C. Miranda s. n. (JPB42489).
Comentários:
Os espécimes de Ulva encontrados por Araújo (1983) no Rio Grande do Norte
geralmente tem o porte bem maior do que os encontrados na área de estudo, sendo o
comprimento de Ulva lactuca de até 23 cm. Kanagawa (1983) menciona uma ampla
variedade morfológica e Abbott & Hollenberg (1976) fala que essa espécie é a que mais é
identificada errada do que as outras espécies de Ulva, sendo o tamanho das células em corte
transversal e o tipo de células, os caracteres mais críticos para identificação da espécie do que
em outros espécimes do gênero e. Guiry (2009) cita as espécies classificas como Ulva
lactucaefolia S.F. Gray 1821, Ulva fenestrata Postels & Ruprecht 1840 Ulva stipitata J.E.
Areschoug 1850 e Ulva crassa Kjellman 1877 como sinônimas de U. lactuca.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
59
Legendas Prancha 5
Figuras 46-48. Ulva fasciata Delile.
Figura 46. Aspecto geral do talo. Escala: 1 cm.
Figura 47. Visão microscópica frontal das células. Escala: 30 µm.
Figura 48. Visão microscópica do talo em corte transversal. Escala: 30 µm.
Figuras 49-51. Ulva flexuosa Wulfen.
Figura 49. Visão microscópica do talo. Escala: 30 µm.
Figura 50. Visão microscópica frontal das células. Escala: 30 µm.
Figura 51. Visão microscópica do talo em corte transversal. Escala: 30 µm.
Figuras 52-53. Ulva flexuosa subsp paradoxa (C. Agardh) M.J. Wynne.
Figura 52. Visão microscópica do talo. Escala: 30 µm.
Figura 53. Visão microscópica frontal das células. Escala: 30 µm.
Figura 54-56. Ulva lactuca Linnaeus.
Figura 54. Visão microscópica do talo. Escala: 1 cm.
Figura 55. Visão microscópica frontal das células. Escala: 30 µm.
Figura 56. Visão microscópica do talo em corte transversal. Escala: 30 µm.
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
60
Prancha 5
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
61
8 Discussão
De acordo com a classificação adotada por Wynne (2005), na área estudada foram
identificados 32 táxons infragenéricos, sendo 28 espécies, uma subespécie, quatro variedades
e duas formas, distribuídos entre as ordens Bryopsidales (12 espécies, quatro variedades e
duas formas), Cladophorales (13 espécies) e Ulvales (três espécies e uma subespécie). A
ordem com maior percentual de representantes foi Bryopsidales (47%), seguida por
Cladophorales (41%). O menor percentual de representantes ficou com Ulvales, com apenas
12% (figura 57).
Neste levantamento, foram identificadas 10 famílias, dentre as quais, Caulerpaceae foi
a mais representativa, com 10 táxons infragenéricos, distribuídos em sete espécies, quatro
variedades e duas formas (figura 58). As caulerpaceas tem grande capacidade de se fixar em
diversos substratos, principalmente o rochoso, onde formam extensos tapetes recobrindo
diversas áreas recifais (OLIVEIRA-CARVALHO; PEREIRA; ZICKEL, 2003). Como
exemplo destes tapetes naturais podemos citar: Caulerpa mexicana Sonder ex Kützing, C.
racemosa var. racemosa (Forsskål) J. Agardh, C. prolifera (Forsskål) Lamouroux e C.
sertularioides (S. G. Gmelin) M. Howe, que foram encontradas na área de estudo. Vale
salientar que grande parte do material de arribada coletado pertence as caulerpaceas (tabela
1).
A família Cladophoraceae foi a segunda melhor representada, com sete táxons,
destacando-se o gênero Cladophora Kützing com cinco espécies. Esse gênero é formado por
espécies que apresentam grande complexidade taxonômica, provavelmente devido à grande
plasticidade morfológica observada nessas espécies, que são influenciadas pelo ambiente e
pela idade do talo (GESTINARI, 2004). Pode-se dizer que devido a essas características,
Guiry & Guiry (2009) apresentam grande quantidade de sinônimos para algumas das espécies
encontradas.
Com relação à distribuição espacial dos táxons, podemos observar que o mediolitoral e
as poças entremarés localizadas nessa região apresentaram uma maior riqueza de táxons em
relação ao infralitoral superior com 19 táxons infragenéricos (sendo 13 táxons exclusivos)
contra 17 táxons infragenéricos (sendo 11 exclusivos) localizados no infralitoral superior.
Devemos destacar, no entanto, que apesar de terem sido encontrados na região assinalada,
algumas espécies tiveram seus representantes coletados de arribada (tabela 1).
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
62
Por fim, apresentamos duas espécies como novas referências para o litoral paraibano, a
Caulerpa microphysa (Weber van Bosse) Feldmann e Chaetomorpha nodosa Kützing.
Cabe ressaltar que os dados apresentados não são conclusivos para a ficoflora de
Ulvophyceae da região, pois não foram feitas coletas sistemáticas em toda a extensão da área
de estudo, no entanto, é valido mencionar a grande importância dos levantamentos
taxonômicos sistemáticos para um melhor conhecimento da composição florística e contribuir
para a tomada de decisões sobre a preservação ambiental e conservação da biodiversidade.
Figura 57. Percentual de distribuição dos táxons infragenéricos de Ulvophyceae por
Ordem, encontrados na área de estudo
Figura 58. Número de táxons infragenéricos de Ulvophyceae distribuidos por Família
47%
41%
12%
Bryopsidales
Cladophorales
Ulvales
0 2 4 6 8 10 12
Caulerpaceae
Cladophoraceae
Ulvaceae
Bryopsidaceae
Siphonocladaceae
Valoniaceae
Codiaceae
Halimedaceae
Anadyomenaceae
Boodleaceae
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
63
Tabela 1. Distribuição espaço-temporal das Ulvophyceae coletadas na Praia de Carapibus
Táxons
Dia da coleta Substratos Regiões
03/0
8/0
7
30/0
8/0
7
05/0
6/0
8
13/0
1/0
9
19/0
9/0
9
17/1
0/0
9
Roch
oso
Are
noso
Alg
al
Med
ioli
tora
l
Infr
ali
tora
l
Arr
ibad
a
Bryopsis pennata - + - + - + - + - + - -
Bryopsis plumosa - - - - - + - + - + - -
Bryopsis sp - - - - - + - + - + - -
Caulerpa cupressoidis var.
lycopodium f. disticha
- + - - - + - - - + + +
C. cupressoidis var.
lycopodium f. lycopodium
+ + - - + - - - - + + +
C. kempfii* + - - - - - - - - - - -
C.a mexicana - - + + + + + - - - + -
C. michophysa + - - - - - + - - - + -
C. prolifera - + + + + + + + - + + +
C. racemosa var. occidentalis + - - - - + + - - + + +
C. racemosa var. peltata - + + - + - + - - - + +
C. racemosa var. racemosa + + - - + - + + - + + +
C. sertularioidis - + - - + + + - - - + -
Codium isthmocladum + - - - - - + - - - + -
Halimeda opuntia + - - - - - - - + - + -
Anadyimene stellata - + + + + + + - + - + -
Phyllodiction anastomosans - - - + - - - - - - + +
Chaetomorpha brachygona - - - + - - + - - + - -
Chaetomorpha nodosa - - - + + + - - + + - -
Cladophora crispula - - - - - + - + - + - -
C. coelothrix - + - + - - - + - + - -
C. prolifera + - - - - - - + - + - -
C. rupestris - - - - + + + + - + - -
C. vagabunda - + - - - + - + - + - -
Chamaedoris peniculum + - + + + - - + - - + +
Dictyosphaeria versluysii + + + + - - + - - - + -
Ernodesmis verticilata - - + - - - - - - - + +
Valonia utricularis + - + - - - + + - + - -
Ulva flexuosa subs. paradoxa - - - - + - - + - + - -
U. flexuosa - + - - + + + + - + - -
U. fasciata + - + - + + - - + + - -
U. lactuca - - - + + - + + + + + -
+ = presença; - = ausência; * = apenas fragmento encontrado
Máximo, L. N. Taxonomia de Ulvophyceae (Chlorophyta) da Praia de Carapibus (Conde, Paraíba – Brasil)
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