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projeto “para não esquecer ou I’M VERY MUCH IN LOVE W/U”
“Em janeiro de 2014 morreu Roger Jean-Claude Mbédé, um homem de 34 anos do Camarões que foi
preso e agredido fisicamente por enviar um SMS para outro homem dizendo: “I’M VERY MUCH IN LOVE
W/U” (EU ESTOU MUITO APAIXONADO POR VOCE). Em 2011, denunciado pelo destinatário “C.F.”,
Roger foi preso e teve o apoio de diversas organizações de direitos humanos como Amnistia Internacional
e Human Rights Watch. Foi liberado por motivos de saúde em júlio de 2012, já que sofreu diversas
agressões graves na prisão durante o tempo que esteve encarcerado. Sem condições financeiras para
pagar o tratamento médico que necessitava e sem o apoio de sua família que o considerava uma
maldição, faleceu no início do ano.”
fonte: http://es.wikipedia.org/wiki/Jean-Claude_Roger_Mb%C3%A9d%C3%A9
“para não esquecer ou I’M VERY MUCH IN LOVE W/U” é um programa* composto por 11
instruções, criado a partir do desejo de extrair uma poética da insistência na memória desta
história.
Ao realizar estas instruções, outras ações performáticas surgem desdobradas da experiência
como: “Rosa”, “Espera”, “Pegatina” e “Bordados”.
Este projeto teve início em janeiro de 2014 e acontece em residências artísticas e parcerias com outros projetos. Até o presente momento foram 6 meses de residência na Casa das Caldeiras (SP), 1 mês no Centro Cultural Espanha Córdoba (Argentina), 1 mês na Associação LINEA DE COSTA – Museu ECCO (Cadiz, Escpanha) e 2 ações no “Semanas de Dança” no Centro Cultural São Paulo (SP) e uma pelo “Aún Sin Título”no teatro DocumentA/Escénicas (Argentina).
* “Chamo as ações performativas programas, pois, neste momento, esta me parece a palavra mais apropriada para descrever um tipo de ação metodicamente calculada, conceitualmente polida, que em geral exige extrema tenacidade para ser levada a cabo, e que se aproxima do improvisacional exclusivamente na medida em que não seja previamente ensaiada. Performar programas é fundamentalmente diferente de lançar-se em jogos improvisacionais. O performer não improvisa uma idéia: ele cria um programa e programa-se para realizá-lo (mesmo que seu programa seja pagar alguém para realizar ações concebidas por ele ou convidar espectadores para ativarem suas proposições). Ao agir seu programa, desprograma organismo e meio. A inspiração para a inserção da palavra-conceito “programa” na teoria da performance vem do texto “Como Criar Para Si Um Corpo Sem Orgãos” Gilles Deleuze e Félix Guattari, onde se propõe que o programa é “motor de experimentação”(Deleuze & Guatarri, 1999, p.12). Um programa é um ativador de experiência. Longe de um exercício, prática preparatória para uma função, a experiência é a ação em si mesma. Eleonora Fabião - “Performance e teatro: poéticas e políticas da cena contemporânea”
instrução:
1. durante 7 dias corridos, das 10h às 14h, contar pessoalmente para o maior número de
pessoas a história de Roger Jean-Claude Mbédé.
2. Convença os funcionários e artistas residentes da instituição a compartilhar com você
alguns contatos de sua agenda e monte uma lista com 34 contatos.
3. Gerar uma corrente de SMS:
instrução:
4. Fazer uma convocatória dentro trocando um encontro amigável de 18 minutos por dois
endereços de pessoas que você não conhece e criar uma lista com 34 endereços.
5. Escrever 34 cartas a mão, para os 34 destinatários da lista de endereços criada, contando
a história de Roger Jean-Claude Mbédé de maneira viva, não somente replicando
informação.
6. Enviar as cartas junto a um termo onde a pessoa se compromete a não esquecer esta
história. Peça a ela que assine e envie de volta para você.
instrução:
4. Durante 7 dias corridos, dentro da Casa das Caldeiras, carimbe R$34 por dia com a frase
instrução:
8. Fazer uma convocatória de programas performáticos com duração de 3’40’’a serem realizados por você para não esquecer a história de Roger Jean-Claude Mbédé.
ações derivadas:
ação: “ROSA #2” / local: Tempo Forte na Casa das Caldeiras, São Paulo –SP / julho,2014
ação: “ROSA #1” / local: Mapa Teatro, Bogotá – Colômbia / junho,2014
Durante diversas horas a artista teceu buracos de uma janela com fios de algodão cor-de-rosa utilizando somente os elementos contidos na própria janela e suas fissuras, sem agregar prego, gancho ou qualquer outro aparato para fixação dos fios preservando sua fragilidade e dependência entre fio e janela. Trata-se de uma ação que deriva em instalação efêmera site-specific.
fotos: Andrez Catañeda, Carlos Pérez Jaramillo e Talma Salem
fotos: Mica Wernicke
ação: “ROSA #3” / local: Museu ECCO, Cadiz –ES / outubro, 2014
(exposto em conjunto com fotos da “Pegatina” e “Bordados” e participação de Dudu Tsuda.)
fotos: LINEA DE COSTA
ação: “PEGATINA” / local: Córdoba, Argentina / julho, 2014
Com a ajuda dos artistas locais Antuco Aldape, Belu Galarraga, Matías Zanotto e Sebastian Pairone, foram mapeadas e cobertas com tarjas negras frases de declaração de amor pixadas em vias públicas da cidade de Córdoba, Argentina.
fotos: Matías Zanotto
ação: “BORDADOS” / local: Museu ECCO, Cadiz –ES / outubro, 2014
(exposto em conjunto com fotos da “Pegatina” e a instalação “Rosa”
Exposição do verso de tecido bordado com declarações de amor, confissões e promessas.
fotos: LINEA DE COSTA
Performance de Talma Salem com instrução do coreógrafo Americano Sherwood Chen, t r a v e s í a é uma intervenção para espaços públicos que proporciona a alteração do espaço-temporal por meio de uma movimentação instável e contínua.
Um corpo quadrúpede, sem rosto, avança lentamente buscando no horizonte do olhar para trás seu ponto de equilíbrio.
Esta intervenção foi criada dentro do projeto “Guerrilha Poética: cartografia dos sentidos” contemplado pelo prêmio Funarte Petrobrás Klauss Vianna 2012. Ela é fruto de um processo de imersão da artista, em uma sala de ensaio de um antigo hospital hoje transformado no Condomínio Cultural (Instituto Cultural Mundo Novo), após 3 semanas de convivência com 20 outros artistas. Um olhar para dentro. Um corpo que avança e traça só o seu caminho.
t r a v e s í a [solo]
local: Avenida Paulista, São Paulo – Brasil / dezembro,2013
fotos: Mica Wernicke
t r a v e s í a [duo]
local: Córdoba – Argentina / setembro,2013
participação de Matías Zanotto
Algumas ações do Ghawazee Coletivo de Ação
todas as ações no www.talmasalem.com
ação #13
local: Minhocão, São Paulo – Brasil / março, 2012
Participação do GHAWAZEE coletivo de ação no Festival BAIXOCENTRO com a participação de voluntárias. Foram enviadas mensagens a diversas mulheres, artistas ou não dizendo que o coletivo precisava de aliadas, caso fosse do interesse, a pessoa deveria responder com a palavra POLVORA! As interessadas receberam um e-mail que dizia data e hora da ação e solicitava seu endereço.Receberam então em suas casas uma carta com as instruções da ação e uma caixinha com 13 fósforos ghawazee. Todas organizadas em um “paredão”, em silencio queimaram 13 fósforos cada uma e começaram a gritar sem parar. 6’30’’de grito até que a primeira da fila cala a segunda e assim por diante até que todas estejam caladas. 6’30’’de silencio e se dissolvem na multidão do festival.
fotos: Gabriel Cabral e Mica Wernicke
ação #4
local: escada do Teatro Municipal, São Paulo – Brasil / julho, 2011
10 mulheres sentadas em suas cadeiras, em uma fileira horizontal, aguardam um convite.
Vestidas com trajes burlescos, maquiagem carregada. essas mulheres estão de olhos fechados, e assim permanecem até o final da ação. na pálpebra dos olhos, um desenho de um olho aberto.
Uma vitrola no chão toca boleros antigos, músicas convidativas para uma dança em par.
Uma lousa com os dizeres " Disponíveis para uma dança a dois".
Duração: 2h
título: ação #7
local: Casa da Purpurina, Rua Purpurina, São Paulo – Brasil / outubro, 2011
Participação do coletivo na ocupação artística em um complexo de casas prestes a ser demolido por resultado do processo de especulação imobiliária do bairro Vila Madalena em São Paulo. Projeto “DEMOLIÇÕES” realizado pelo coletivo artístico Núcleo de Garagem.
Esta ação aconteceu nos dias subsequentes a ação #6, onde por intervenção dos vizinhos da galeria e da própria policia militar de São Paulo, não pudemos esperar que as roupas secassem na instalação.
Elas foram levadas para a Casa da Purpurina em ocupação, onde foi montada em uma das casas uma instalação com as roupas e onde também os corpos das artistas do coletivo foram postos a “secar” em um silêncio imóvel de 2 horas.
fotos: Ricardo Vincenzo
ação #6
local: o b_arco centro cultural contemporâneo, São Paulo – Brasil / outubro, 2011
Participação do coletivo no projeto Noturno, esta ação aconteceu do lado de fora da galeria e teve 3 horas de duração. Consistia em lavar, esfregar, torcer e estender 1000 peças de roupa suja. Evoca a imagem das tradicionais lavadeiras brasileiras e também faz um jogo com a expressão “lavar roupa suja”.
fotos: Yann Vadaru
# mini-ações Córdoba
Ações enviadas pelas outras integrantes do Ghawazee Coletivo de Ação para que a artista Talma Salem as realizasse na cidade de Córdoba na Argentina.