sutra do diamante (lama padma samten)

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  • 8/10/2019 Sutra Do Diamante (Lama Padma Samten)

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    Sutra do Diamante

    (Vajracchedika Prajna Paramita)

    (1) Assim eu ouvi. Uma manh, quando o Buddha estava erto de Shravasti no !osque de "eta, #$e e Sua comunidade de mi$

    du%entos e cinquenta mon&es 'oram cidade ara mendi&ar sua re'eio matina$* e deois que vo$taram e terminaram a

    re'eio, dei+aram de $ado seus ro!es e ti&e$as e $avaram seus s. #nto o Buddha sentou-se e os outros sentaram diante

    de$e.() Do meio da assem!$ia $evantou-se o Vener/ve$ Su!huti. #$e desco!riu seu om!ro direito, ajoe$hou-se so!re a erna

    direita, e, juntando as a$mas das mos, inc$inou-se diante do Buddha. 0Senhor,0 e$e disse, 0atha&ata2 3onrado-or-todo-o-

    mundo2 4ue maravi$hoso que sejamos rote&idos e instru5dos e$a Sua miseric6rdia2 Senhor, quando homens e mu$heres

    anunciam que desejam se&uir o 7aminho do Bodhisattva e nos er&untam como devem roceder, que devemos di%er-$hes8

    (9) Bom Su!huti,0 resondeu o Buddha, 0semre que a$&um anuncia, :#u quero se&uir o 7aminho do Bodhisattva orque

    quero sa$var todos os seres sencientes* e no imorta se so criaturas 'ormadas em um ;tero ou chocadas em ovos* se seus

    cic$os de vida so to o!serv/veis como os de minhocas, insetos e !or!o$etas* ou se aarecem miracu$osamente como

    co&ume$os ou deuses* ou se so caa%es de ensamentos ro'undos ou de nenhum ensamento, 'ao o voto de condu%ir

    cada um dos seres ao

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    0Su!huti resondeu, 0Da maneira como entendo o ensinamento e$e no ode ser ensinado e no ode ser atin&ido ou

    comreendido e nem ode ser ensinado. Por quG8 Porque o atha&ata disse que a Verdade no uma coisa que ode ser

    di'erenciada ou contida e ento a Verdade no ode ser comreendida ou e+ressada. A Verdade nem e nem no .0

    (H) #nto o Senhor er&untou, 0Se a$&um enchesse trGs mi$ &a$/+ias com os sete tesouros - ouro, rata, $/is-$a%u$i, crista$,

    /&ata, ro$as verme$has e corna$ina - e desse tudo o que ossu5sse como esmo$a ou caridade, &anharia &rande mrito80

    Su!huti resondeu, 0Senhor, &rande mrito, de 'ato, ca!eria a e$e ainda que, na verdade, e$e no tenha uma e+istGncia

    searada qua$ o mrito udesse ser associado.0#nto o Buddha disse, 0Suonha que a$&um entendesse aenas quatro $inhas do nosso Discurso mas ainda assim

    reso$vesse se dar ao tra!a$ho de e+$icar estas $inhas ara a$&um mais* ento, Su!huti, seu mrito seria maior que o do

    doador de esmo$as. Por quG8 Porque este Discurso ode rodu%ir Buddhas2 #ste Discurso reve$a a Per'eio da F$uminao

    que ranscende 7omara?es2

    (I) 0Di&a, Su!huti. Um disc5u$o que comea a cru%ar a corrente di% a si mesmo, :#u mereo as honras e recomensas de

    a$&um que comeou a cru%ar a corrente=80

    0

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    0Sim, Senhor, #$e o tem.0

    0Su!huti, aesar de haver incont/veis erras B;ddhicas e incont/veis seres com di'erentes mentes nessas erras B;ddhicas,

    o atha&ata comreende a todos com sua Nente que udo A!arca. 4uanto s suas mentes, so meramente chamadas de

    :mente.= ais mentes no tGm e+istencia rea$. Su!huti, imoss5ve$ reter a mente do assado, imoss5ve$ reter a mente do

    resente, e imoss5ve$ areender a mente do 'uturo orque em nenhuma de suas atividades a mente tem su!stJncia ou

    e+istGncia.0(9) 0# 'ina$mente, Su!huti, novamente sai!as que se um homem desse tudo o que tem - tesouros su'icientes ara encher

    incont/veis mundos - e outro homem ou mu$her acordasse ara o uro ensamento da F$uminao e tomasse aenas quatro

    $inhas deste discurso, as recitasse, considerasse, comreendesse e ento, ara o !ene'5cio de outros, as distri!u5sse e

    e+$icasse, o mrito deste ou desta seria o maior de todos.

    0A&ora, como deveria ser a maneira de um Bodhisattva e+$icar estas $inhas8 Deveria ser desae&ado das coisas

    'raudu$entas do Samsara e deveria ermanecer na verdade eterna da ea$idade. Deveria sa!er que o e&o um 'antasma e

    que ta$ i$uso no recisa ersistir or muito temo.

    0# assim e$e deve ver o mundo imermanente do e&o -

    7omo uma estre$a cadente, ou a vaidosa VGnus o'uscadae$a Aurora,

    Pequena !o$ha na /&ua corrente, um sonho,

    A chama de uma ve$a, que tremu$a e se vai.0

    4uando o Buddha terminou, o Vener/ve$ Su!huti e os outros na assem!$ia se encheram de a$e&ria com o ensinamento

    d#$e* e, rece!endo-o sinceramente em seus cora?es, tomaram seus caminhos.0

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    SUTRA DO DIAMANTE(Vajracchedika Prajna Paramita)

    1. Fntroduo.......................................................................... 9. @ Paramita da Menerosidade (Dana Paramita).................... 99. @ Paramita da Bondade Sem #&o (Si$a Paramita)............... >. @ Paramita da 3umi$dade e PaciGncia (Qshanti Paramita)... C. @ Paramita do Re$o e da Perseverana (Vira Paramita)...... HC. @ Paramita da ranqTi$idade (Dhana Paramita)................. IE. @ Paramita da Sa!edoria (Prajna Paramita)........................ 1H. 7onc$uso.......................................................................... 1>

    Verso em lngua portuguesa deste texto foi elaborada em sua forma atual em julho de 1986 por A.Aveline - entro de !studos "udistas - #orto Alegre $% - a partir da verso em ingl&s publi'ada por()ight *oddard 'omo parte do livro+ A "uddhist "ible, 198 1966 !. #. (utton o. /n'. 0%A pags.8-12 - tradu3ido do s4ns'rito por 5ai ao. $e-digitado por 7abiane $o'ha dos %antos em janeiro99 erevisado pelo lama #adma %amten em maro 221. A reviso ainda : 'onsiderada insu;'iente.

    rata-se de um texto experimental apenas para estudo e no um do'umento do (arma.

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    DARMA

    Darma,Fncomarave$mente ro'undo e misterioso, raramente encontrado,Nesmo em centenas de mi$hares de mi$h?es

    de cic$os universais* a n6s a&ora 'acu$tado vG-$o,@uvi-$o, aceit/-$o, &uard/-$o*

    Possamos n6s comreender verdadeiramenteAs a$avras do atha&ata2

    ...

    Possam as virtudes decorrentes da $eitura deste sutrarecair so!re todas as coisas e todos os seres vivos,ara que e$es ossam se&uir conosco o 7aminho do Buda.

    ...

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    1. INTRODUO

    (1) Assim eu ouvi. Numa ocasio estava o Senhor u!a resi!in!o no reino !e Sravasti,hos"e!a!o no #ar!im #etavana, $ue Anatha%&in!i'a havia !a!o irman!a!e, e com eeestavam reuni!os mi !u*entos e cin$+enta e"erientes hi'shus.

    -uan!o se a"roimou a hora !a reei/o matina, o Senhor u!a e seus !isc0"uoscoocaram suas rou"as !e sair rua e, carrean!o suas tieas, !iriiram%se ci!a!e !e

    Sravasti, on!e "assaram a esmoar seu aimento !e "orta em "orta. -uan!o retornaramao #ar!im #eta, tiraram suas rou"as !e rua, anharam seus "s, com"artiharam !areei/o matina, uar!aram as tieas "ara o !ia seuinte e, a seuir, sentaram%se aore!or !o Senhor u!a.

    (2) enerve Suhuti evantou%se !e seu uar, em meio Assemia, a"rumousuas rou"as !e ta mo!o $ue seu omro !ireito 7cou e"osto, a8oehou%se sore seu 8oeho!ireito, 8untou as mos e, incinan!o%se res"eitosamente ao Senhor u!a, !isse9

    % :athaata, ;onra!o !os Mun!os, nosso ama!o Senhor< &ossa a tua miseric=r!ia cairsore n=s, "ara $ue tu nos cui!es e nos !>s o om ensinamento.

    Senhor u!a re"icou a Suhuti !i*en!o9 % ?ertamente, eu tomarei o cui!a!o !evi!o !eca!a o!hisattva%Mahasattva e !arei a ees a mehor instru/o.

    Suhuti continuou9 % ;onra!o !os Mun!os< N=s estamos muito satiseitos em ouvir tuas

    sara!as instru/@es. Di*e%nos o $ue !ever0amos aar $uan!o homens e muheres, ons e"ie!osos, v>m a n=s "eruntan!o como !everiam iniciar a "rtica "ara atinir a Maiseva!a e &ereita Sae!oria (Anuttara%SamBa'%Samo!hi), $ue !ever0amos !i*er aeesC ?omo !everiam ees a$uietar suas mentes vaueantes e su8uar seus"ensamentos com"usivosC

    Senhor u!a re"icou a Suhuti !i*en!o9 % :u 7*este uma oa "erunta, Suhuti.u/am cui!a!osamente eu irei res"on!>%a !e ta orma $ue to!os na Sana irocom"reen!er.

    -uan!o homens e muheres "ie!osos e ons vierem a voc>s as"iran!o iniciar a "rtica"ara atinir a mais eeva!a e "ereita Sae!oria, ees tero a"enas $ue seuir a$uio $ue"assarei a !i*er "ara voc>s, e, muito em reve, sero ca"a*es !e su8uar seus"ensamentos !iscriminativos e !ese8os osessivos, e sero ca"a*es !e atinir a "ereitatran$+ii!a!e !a mente.

    2. O PARAMITA DA GENEROSIDADE (DANA PARAMITA)

    (3) nto o Senhor u!a !iriiu%se assemia9 % ?a!a um no mun!o, come/an!ocom os mais eeva!os o!hisattva%Mahasattvas, !everiam seuir o $ue vou "assar eensinar aora a voc>s, "ois este ensinamento trar a ierta/o a to!os, $uer se8amnasci!os !e um ovo, ou orma!os em um ventre, ou evou0!os "or ertii*a/o eterna, ou"ro!u*i!os "or metamorose, com ou sem orma, "ossuin!o acu!a!es mentais ou!estitu0!os !e acu!a!es mentais, ou amos, !estitu0!os e no !estitu0!os !e acu!a!esmentais, ou nenhum, nem !estitu0!os nem no !estitu0!os !e acu!a!es mentais, e to!os

    sero con!u*i!os em !ire/o ao "ereito Nirvana. A"esar !os seres sensoriais ento aserem iertos "or mim serem inumerveis, sem imite, ain!a assim em reai!a!e noeistem estes seres sensoriais a serem ierta!os. "or $ue, SuhutiC &or$ue casohouvesse nas mentes !os o!hisattva%Mahasattvas conce"/@es aritrrias !e enEmenostais como a eist>ncia !e i!enti!a!e em aum e i!enti!a!e em um outro, i!enti!a!ecomo !ivi!i!a em um nFmero in7nito !e seres $ue nascem e morrem, ou i!enti!a!e comounio com auma Ama Gniversa eternamente eistente, ees seriam ina!e$ua!amentechama!os !e o!hisattva%Mahasattvas.

    (4) Am !o mais, Suhuti, os o!hisattva%Mahasattvas, ao ensinar o Darma aos outros,!everiam "rimeiro iertar a si mesmos !e to!os os im"usos !ecorrentes !as eas vis@es,sons ara!veis, "aa!ares a!ocica!os, rarHncia, macie* e "ensamentos se!utores. "or $u>C &or$ue se em sua "rtica !e enerosi!a!e, ees 7carem sem ser inIuencia!os"or tais coisas, vivenciaro >n/os e mritos inestimveis e inconce0veis.

    $ue "ensas, Suhuti, "oss0ve avaiar a !istHncia es"acia $ue se esten!e na!ire/o !o cu a esteC

    J

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    % No, Aen/oa!o< K im"oss0ve estimar a !istHncia em es"a/o $ue se esten!e na!ire/o !o cu a este.

    % Suhuti, "oss0ve estimar a am"i!o !o es"a/o nos cus a norte, su e oeste, ou em$ua$uer !os $uatro cantos !o universo, acima e aaioC

    % No, ;onra!o !os Mun!osn/os e mritos sini7casse $ua$uersustanciai!a!e, se no osse mais !o $ue mera e"resso, o :athaata no teria usa!oas "aavras >n/os e mritos.

    (13) $ue "ensas, SuhutiC So muito numerosos os tomos !e "oeira $ue com"@emos ih@es !e universosC

    % Muito numerosos certamente, Senhor Aen/oa!on/o e mritos muito consi!erveis. Ain!a $ue $uio $ue oSenhor se reere como >n/os e mritos, ee no atriui $ua$uer vaor o8etivo ou$uanti!a!e ee a"enas se reere isso no senti!o convenciona.

    Senhor u!a continuou9 % Se houvesse um outro !isc0"uo $ue, a"=s haver estu!a!o eoserva!o mesmo um Fnico verso !esta scritura, e"icasse seu sini7ca!o aos outros,seu mrito e >n/os sero muitos maiores. "or $u>C &or$ue !estas e"ana/@es osu!as atiniram Anuttara%samBa'%samo!hi, e seus ensinamentos esto asea!os nestasara!a scritura. Mas Suhuti, to "ronto eu acae !e aar !estes u!as e seus Darmas,eu "reciso recoher as "aavras, "ois no eistem nem u!as nem Darmas.

    (14?) Senhor u!a ento continuou9 % -uan!o um o!hisattva%Mahasattva inicia a"rtica "ara atinir Anuttara%samBa'%samo!hi, ee "recisa aan!onar, tamm, to!a a

    ia/o a conce"/@es aritrrias !e enEmenos. -uan!o "ratican!o a ativi!a!e "ensar, ee!everia ecuir !e7nitivamente to!os os "ensamentos conecta!os com enEmenos !eviso, au!i/o, "aa!ar, oato e tato, e to!as as !iscrimina/@es asea!as nees, manten!osua ca"aci!a!e !e "ensar in!e"en!ente !e tais conce"/@es aritrrias !e enEmenos. Amente "ertura!a "or estas !iscrimina/@es !e conceitos sensoriais e "eas conce"/@esaritrrias suse$+entes a res"eito !eas, e, uma ve* $ue a mente se torna "ertura!a,ea cai em asas imaina/@es como com res"eito a uma i!enti!a!e e sua rea/o com asoutras i!enti!a!es !iscrimina!as. K "or esta ra*o $ue o :athaata encora8aconstantemente os o!hisattva%Mahasattvas "ara $ue em sua "rtica !e enerosi!a!eno se8am "ertura!os "or $uais$uer conce"/@es aritrrias !e enEmenos, tais comovis@es, sons, etc.

    o!hisattva%Mahasattva !everia tamm receer !onativos sem ser inIuencia!o "or"ensamentos "reconceituosos como com res"eito a uma i!enti!a!e e a i!enti!a!e !osoutros, e a"enas "eo "ro"=sito Fnico !e ene7ciar seres sensoriais, sem"re emran!o$ue amos, os enEmenos e os seres sensoriais, so "ara serem consi!era!os comomeras 7uras !e e"resso. ntretanto, Suhuti, os ensinamentos !o :athaata so to!os

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    (L)% $ue "ensas, SuhutiC Su"on!o um !isc0"uo $ue tenha atini!o o rau !e?rota"anna (entrou na 'orrente), ee "o!eria a*er asser/@es tais como eu entrei nacorrenteC

    Suhuti re"icou9 % No, ;onra!o !os Mun!os< &or$ue ain!a $ue em ta cassi7ca/o !eestios isto sini7$ue $ue ee tenha entra!o na ?orrente Sara!a, ain!a, aan!over!a!eiramente, ee no entrou em coisa auma, nem sua mente se !istrai com taisconce"/@es aritrrias como orma, som, "aa!ar, o!or, tato e !iscrimina/o. K !evi!o a

    este rau !e com"reenso $ue ee est haiita!o a ser chama!o !e ?rota"anna.% $ue "ensas, SuhutiC Su"@e $ue um !isc0"uo cheou ao rau !e Sa'ra!aamin(mais um retorno) "o!eria ee a*er uma asser/o aritrria ta como eu atini o rau !eSa'ra!aaminC

    % No, ;onra!o !os Mun!os. &or$ue "eo rau !e Sa'ra!aamin enten!e%se $ue eerenascer uma ve* mais a"enas. Ain!a $ue, aan!o ver!a!eiramente, no haverrenascimento neste mun!o nem em $ua$uer outro mun!o. K "or saer !isto $ue ee chama!o !e Sa'ra!aamin.

    % $ue "ensas, SuhutiC Su"@e $ue um !isc0"uo atiniu o rau !e Anaamim(nenhum retorno mais) "o!eria ee manter em sua mente conce"/@es tais como euatini o rau !e AnaamimC

    % No, ;onra!o !os Mun!os< &or$ue "eo rau !e Anaamim h o sini7ca!o !e $ue

    ee 8amais retornar, ain!a $ue, aan!o ver!a!eiramente, a$uee $ue atiniu este raununca aimenta tais conceitos aritrrios, e "or esta ra*o est haiita!o a ser chama!o!e Anaamim.

    % $ue "ensas, SuhutiC Su"@e $ue um !isc0"uo atiniu o rau !e Arahat "o!eria eemanter em sua mente conce"/@es aritrrias tais como eu tornei%me um ArahatC

    % No, ;onra!o !os Mun!os< &or$ue aan!o ver!a!eiramente, no h tais coisas comoaum inteiramente ierto (Arahat). stivesse um !isc0"uo $ue tenha atini!o este rau!e iera/o aimentan!o no interior !e sua mente conce"/@es aritrrias tais como eutornei%me um Arahat, ee oo estaria !iscriminan!o coisas tais como sua "r="riai!enti!a!e, i!enti!a!e !os outros, seres vivos e uma ama universa. h, Aen/oa!oSenhor< :u !isseste $ue eu atini o Sama!hi !e no%asser/o e "or isto atini o c0ma!os estios humanos, e, !evi!o a isto, eu sou um Arahat. Se eu tivesse aimenta!o nointerior !a minha mente o "ensamento eu sou um Arahat ivre !e to!o o !ese8o, meuSenhor no "o!eria ter !ecara!o $ue Suhuti enche%se !e satisa/o na "rtica !esi>ncio e tran$+ii!a!e.

    (1P)% $ue "ensas, SuhutiC -uan!o o :athaata em uma vi!a "rvia estava com ou!a Di"an'ara, receeu aum ensinamento !e7nitivo ou atiniu aum rau !e7nitivo!e !isci"ina, !evi!o ao $ua, mais tar!e, veio a tornar%se um u!aC

    % No, ;onra!o !os Mun!os< -uan!o o :athaata era um !isc0"uo !o u!a Di"an'ara,aan!o ver!a!eiramente, no receeu $ua$uer ensinamento !e7nitivo, e nem atiniu$ua$uer ece>ncia !e7nitiva.

    % $ue "ensas, SuhutiC s o!hisatva%Mahasattvas emee*am as :erras%!e%u!a"ara on!e voC

    % No, ;onra!o !os Mun!os< "or $u>C &or$ue a$uio $ue o Senhor $uer !i*er "eae"resso emee*amento !as :erras%!e%u!a mera 7ura !e e"resso.Senhor u!a continuou9 % &or$ue esta ra*o, Suhuti, as mentes !e to!os os

    o!hisattvas !everiam ser "uri7ca!as !e to!os os conceitos reaciona!os aos enEmenosviso, au!i/o, "aa!ar, oato, tato e !iscrimina/o. es !everiam usar as acu!a!esmentais !e mo!o es"ontHneo e natura, sem $ua$uer con!icionamento a conceitos"rovenientes !a e"eri>ncia !os senti!os.

    Suhuti, su"on!o $ue um homem tem um cor"o to ran!e $uanto o Monte Sumeru. $ue "ensasC Seria este cor"o consi!era!o ran!eC

    % traor!inariamente ran!e, ;onra!o !os Mun!os< &or$ue a$uio $ue o Senhor u!a$uer !i*er com a e"resso a ran!e*a !o cor"o humano no imita!o "or $ua$uerconce"/o aritrria, se8a $ua or, assim, isto "o!e ser corretamente chama!o !eran!e.

    (14) % Sore o $ue oi !ito anteriormente a res"eito !o :erceiro &aramita !a &aci>ncia,o :athaata no mantm em sua mente $uais$uer conce"/@es aritrrias !os enEmenos!e "aci>ncia % ee meramente se reere a isto como o :erceiro &aramita. "or $u>C &or$ue

    1P

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    $uan!o, em uma vi!a "rvia, o "r0nci"e Qaina cortou a carne !e seus memros e seucor"o, mesmo ento o :athaata "ermaneceu ivre !e i!ias tais como sua "r="riai!enti!a!e, a i!enti!a!e !os outros, seres vivos, uma ama universa. &or$ue se !uranteeste sorimento ee tivesse aimentan!o $uais$uer !estas i!ias aritrrias,inevitavemente teria ca0!o em im"aci>ncia e =!io.

    , am !isso, Suhuti, eu emro $ue !urante minhas $uinhentas vi!as anteriores,usei vi!a a"=s vi!a "ara "raticar "aci>ncia e "ara ohar minha eist>ncia humi!emente,como se osse um santo chama!o "ara sorer humiha/@es. Mesmo ento, minha mente

    estava ivre !e $uais$uer !esses conceitos aritrrios !e enEmenos como minhai!enti!a!e, i!enti!a!e !os outros, seres vivos e uma ama universa.(16) Senhor u!a retomou9 % Suhuti, caso ha8a entre os !isc0"uos cheios !e ,

    auns $ue ain!a no ama!ureceram seu 'arma e $ue iro "rimeiro sorer a retriui/onatura !as a/@es cometi!as em vi!a "rvias sen!o !era!a!os "ara um !om0nio inerior!e eist>ncia, "ossam ees a"ica!amente e cheios !e , oservar e estu!ar estascritura, e !evi!o a isto serem !es"re*a!os e "erseui!os "eas "essoas, seu 'armaime!iatamente ama!urecer e ees "rontamente atiniro Anuttara%samBa'%samo!hi.

    Suhuti, eu emro $ue muito tem"o atrs, inumerveis asam'hBas !e 'a"as antes !oa!vento !o u!a Di"an'ara, sem $ue $ua$uer ata tivesse si!o cometi!a "or mim, euservi e reverenciei e recei instru/o es"iritua e !isci"ina !e oitocentos e $uatro mihares!e mir0a!es !e u!as. Ain!a assim, se um !isc0"uo, nas on0n$uas "ocas !o Ftimo

    'a"a !este mun!o, oservar cheio !e , estu!ar e "Er em "rtica os ensinamentos !estaescritura, as >n/os $ue "or isso vier a anhar ece!ero em muito a$uea a!$uiri!a "ormim !urante esses onos anos !e servi/o e !isci"ina so a orienta/o !e tantos u!as.Sim, isto ece!er meu "ore mrito na "ro"or/o !e !e* mir0a!es "ara um. Sim, ain!amais9 como incontveis mir0a!es "ara um.

    Senhor u!a continuou9 % Suhuti, em contraste ao $ue aei sore inestimve >n/o$ue vir aos !isc0"uos a"ica!os $ue oservam e estu!am esta escritura mesmo nesteon0n$uo Ftimo 'a"a, eu "reciso !i*er a ti $ue outros ao ouvir esta scritura 7caro comsuas mentes conusas e no acre!itaro nea. Ain!a assim, Suhuti, tu !everias emrar$ue !a mesma orma $ue o Darma !esta scritura transcen!e o "ensamento humano,tamm o eeito e resuta!o 7na !o seu estu!o e !e sua "rtica inescrutve.

    5. O PARAMITA DO ZELO E PERSEVERANA (VIRA PARAMITA)

    (11)% $ue "ensas, SuhutiC Se houvessem tantos rios Oanes como eistem ros !eareia no rio Oanes, seriam esses rios muito numerososC

    % traor!inariamente numerosos, meu Senhor.% Su"on!o $ue houvesse esses rios, $uo incomensurveis seriam seus ros !e areian/os sero maiores.(12) am !isso, Suhuti, se aum !isc0"uo, em aum uar, ensinasse mesmo umFnico stan*a !esta scritura, este uar se tornaria cho sara!o e seria reverencia!o eenri$ueci!o "eas oeren!as !os !euses, !evas e es"0ritos como se osse um "ao!esara!o ou um tem"o. Muito mais sara!o se tornaria o uar se o !isc0"uo estu!asse eoservasse to!a a scritura< ste8a certo, Suhuti, ta !isc0"uo teria >ito em atinirAnuttara%samBa'%samo!hi, e o uar on!e esta scritura osse reverencia!a se tornariasemehante a um atar consara!o a u!a ou a um !e seus honra!os !isc0"uos.

    (15) Senhor u!a continuou9 % Suhuti, caso houvesse aum !isc0"uo om ecari!oso, homem ou muher, $ue "or seu *eo em "raticar a enerosi!a!e, estivesse!eci!i!o a sacri7car sua vi!a "ea manh, ou ao meio%!ia, ou ao entar!ecer, em tantasocasi@es $uantos so os ros !e areia !o rio Oanes, se estas ocasi@es se re"etissem "orcentenas !e mir0a!es !e 'a"as, seriam ran!es suas >n/os e mritosC

    % Seriam ran!es certamente, Senhor u!a.% Su"on!o, Suhuti, $ue um outro !isc0"uo venha a oservar e estu!ar esta scritura

    em "ura , suas >n/os e mritos seriam ain!a maiores. se ain!a um outro !isc0"uo,11

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    am !e oservar e estu!ar esta scritura, *eosamente e"ic%a a outros e co"i%a ea*>%a circuar, suas >n/os e mritos seriam ain!a muito maiores.

    m outras "aavras, Suhuti, esta scritura est investi!a com uma virtu!e e "o!er$ue inestimve, iimita!o e ineve. :athaata euci!a esta scritura s= "ara a$uees!isc0"uos $ue a"ica!amente e "erseverantemente uscam a "ereita viv>ncia !eAnuttara%samBa'%samo!hi, "ercorren!o os estios !e com"aio $ue caracteri*am oMahaBana. -uan!o os !isc0"uos se tornarem ca"a*es !e oservar e estu!ar com *eo e esta scritura, e"ic%a aos outros e circu%a am"amente, o :athaata reconhecer e

    a"oiar at $ue ees tenham sucesso em a!$uirir as virtu!es inestimveis, iimita!as emaravihosas. :ais !isc0"uos iro com"artihar com o :athaata sua tarea !e com"aio eseu retorno !e Anuttara%samBa'%samo!hi.

    "or $ue, Suhuti, est esta "romessa imita!a aos !isc0"uos MahaBanaC K "or$ue os!isc0"uos ;inaBana ain!a no oram ca"a*es !e iertar a si mesmos !e conce"/@esaritrrias !e enEmenos tais como eu, outros, seres vivos e ama universa, e, "ortanto,ain!a no so ca"a*es !e oservar e estu!ar com e a"ica/o e e"icar esta scrituraaos outros.

    uve, Suhuti< uar on!e esta scritura or oserva!a, estu!a!a e e"ica!a setornar cho sara!o ao $ua incontveis !evas e an8os traro suas oeren!as. :aisuares, no im"orta $uo humi!es se8am, sero reverencia!os como se ossem tem"osamosos e "ao!es, aos $uais incontveis "ererinos viro oerecer suas "rticas

    es"irituais e incenso. sore ees "airar uma nuvem !e !evas e an8os $ue os as"erircom oeren!as !e Iores ceestiais.

    !. O PARAMITA DA TRAN"#ILIDADE (DHANA PARAMITA)

    (1J) nto Suhuti in$uiriu o Senhor u!a !i*en!o9 % Su"on!o $ue um om e "ie!oso!isc0"uo, se8a homem ou muher, tenha inicia!o a "rtica "ara oten/o !e Anuttara%samBa'%samo!hi, como !ever ee a*er "ara su8uar inteiramente seus "ensamentosvaueantes e !ese8os osessivosC

    Senhor u!a re"icou9 % Suhuti, aum om e "ie!oso !isc0"uo $ue este8aem"reen!en!o a "rtica !e concentrar sua mente em um esor/o "ara atinir Anuttara%samBa'%samo!hi, !everia aimentar um Fnico "ensamento, $ua se8a, -uan!o eu atinira mais eeva!a e "ereita sae!oria iertarei to!os os seres sensoriais con!u*in!o%os "a* eterna !o Nirvana. Se este voto sincero, esses seres sensoriais esto 8 iertos. ain!a, Suhuti, se a ver!a!e com"eta vivencia!a, sae%se $ue nem mesmo um Fnicoser sensoria oi 8amais ierto. "or $ue, SuhutiC &or$ue se os o!hisattva%Mahasattvastivessem manti!o em sua mente $uais$uer conce"/@es aritrrias como sua "r="riai!enti!a!e, outras i!enti!a!es, seres vivos, ou uma ama universa, ees no "o!eriam serchama!os !e o!hisattva%Mahasattvas. o $ue isto sini7ca, SuhutiC sto sini7ca $ueno eistem seres sensoriais a serem iertos e no eiste i!enti!a!e $ue "ossa iniciar a"rtica !e chear Anuttara%samBa'%samo!hi.

    $ue tu "ensas, SuhutiC -uan!o o :athaata estava com o u!a Di"an'ara, teve eeaum "ensamento aritrrio !e Darma como ao $ue "u!esse aranti%o na usca "ara

    atinir Anuttara%samBa'%samo!hi intuitivamenteC% No, Senhor Aen/oa!o. ?omo eu enten!o o $ue tu !isseste a n=s, $uan!o o Senhoru!a estava com o u!a Di"an'ara, no criou $ua$uer conce"/o aritrria !e Darmacomo ao $ue "u!esse aranti%o na usca "ara atinir Anuttara%samBa'%samo!hi.

    Senhor u!a 7cou muito satiseito com a res"osta e !isse9 % sts certo, Suhuti.aan!o a ver!a!e, no eiste ta conce"/o aritrria !e Darma. Se houvesse, o u!aDi"an'ara no teria anteci"a!o $ue em auma vi!a utura eu atiniria a con!i/o !eu!a com o nome !e Sa'Bamuni. $ue isto sini7ca, SuhutiC sto sini7ca $ue o $ue euatini no ao imita!o e aritrrio $ue "o!e ser chama!o !e Anuttara%samBa'%samo!hi, mas a con!i/o !e u!a cu8a ess>ncia i!>ntica ess>ncia !e to!as ascoisas9 universa, inconce0ve, inescrutve.

    Su"on!o, Suhuti, $ue houvesse ain!a um !isc0"uo $ue a7rmasse $ue o :athaataa"oiou%se em conceitos $ue o arantiram na usca !e Anuttara%samBa'%samo!hi. Deveser enten!i!o, Suhuti, $ue o :athaata ver!a!eiramente no se a"=ia em $ua$uer visose"arativa !e Darma $ue asseurasse seu >ito em atinir Anuttara%samBa'%samo!hi.

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    Senhor u!a enati*ou !i*en!o9 % Suhuti, a con!i/o !e u!a $ue o :athaataatiniu e no , ao mesmo tem"o, a mesma $ue Anuttara%samBa'%samo!hi. sto a"enas uma outra maneira !e !i*er $ue o enEmeno !e to!as as coisas i!>ntico con!i/o !e u!a e Anuttara%samBa'%samo!hi, e $ue nem reai!a!e nem irreai!a!e,mas resi!e 8unto com to!os os enEmenos no va*io e si>ncio, inconce0ve e inescrutve.Suhuti, esta a ra*o "ea $ua eu !io $ue o Darma !e to!as as coisas no "o!e 8amaisser aarca!o "or $uais$uer conce"/@es aritrrias !e enEmenos, no im"orta $uouniversa ta conce"/o "ossa ser. sta a ra*o "ea $ua isto chama!o !e Darma e a

    ra*o "ea $ua no h ta coisa como o Darma.Suhuti, su"@e $ue eu estivesse aan!o sore o tamanho !o cor"o humano, o $ue tuenten!erias "or istoC

    % ;onra!o !os Mun!os< u enten!eria $ue o Senhor no estaria aan!o sore otamanho !o cor"o humano como um conceito aritrrio !e sua enomenooia. uenten!eria $ue as "aavras trariam a"enas um senti!o convenciona.

    % Suhuti, eatamente o mesmo se ! $uan!o os o!hisattva%Mahasattvas aam !aierta/o !e uma $uanti!a!e inumerve !e seres sensoriais. Se ees tivessem em mente$uais$uer conce"/@es aritrrias !e seres sensoriais ou !e nFmeros !e7ni!os, ees seriamin!inos !e serem chama!os !e o!hisattva%Mahasattvas. "or $ue, SuhutiC &or$ue aver!a!eira ra*o "ea $ua ees so chama!os !e o!hisattva%Mahasattvas "or$ue eesaan!onaram to!as as conce"/@es aritrrias tais como essas. o $ue ver!a!eiro "ara

    uma conce"/o, ver!a!eiro "ara to!as as !emais. s ensinamentos !o :athaata sointeiramente ivres !e to!as estas conce"/@es aritrrias tais como a "r="ria i!enti!a!e!e aum, a i!enti!a!e !os outros, seres vivos e ou uma ama universa.

    &ara tornar este ensinamento mais entico, o Senhor u!a continuou9 % Se umo!hisattva%Mahasattva aasse assim, eu emee*arei as terras%!e%u!a, ee seriain!ino !e ser chama!o !e o!hisattva%Mahasattva. "or $u>C &or$ue o :athaataensinou e"icitamente $ue $uan!o um o!hisattva%Mahasattva usa tais "aavras, ee no!eve manter na mente $uais$uer conce"/@es aritrrias !e enEmenos ee !eve usar taise"ress@es meramente como "aavras.

    Suhuti, s= a$uees !isc0"uos cu8a com"reenso "o!e "enetrar !e mo!osu7cientemente "roun!o no senti!o !os ensinamentos !o :athaata concernentes aus>ncia !e i!enti!a!e !e amos, coisas e seres vivos, e $ue "o!em enten!er caramenteseu sini7ca!o, $ue so !inos !e serem chama!os !e o!hisattva%Mahasattvas.

    (1) Senhor u!a ento in$uiriu Suhuti, !i*en!o9 % $ue "ensas tuC &ossui o:athaata um oho 0sicoC

    Suhuti re"icou9 % viamente, Senhor Aen/oa!o, o :athaata "ossui um oho 0sico.% &ossui ee um oho !e iumina/o, SuhutiC% ?ertamente o :athaata "ossui o oho !e iumina/o ee no seria o Senhor u!a !e

    outra orma.% :athaata "ossui o oho !a intei>ncia transcen!entaC% Sim, Aen/oa!o Senhor, o :athaata "ossui o oho !a intei>ncia transcen!enta.% :athaata "ossui o oho !a intui/o es"irituaC% Sim, Aen/oa!o Senhor, o :athaata "ossui o oho !a intui/o es"iritua.

    % &ossui o :athaata o oho !o amor !e u!a e com"aio "or to!a a vi!a sensoriaCSuhuti concor!ou e !isse9 % Aen/oa!o Senhor, tu amas to!a a vi!a sensoria. $ue "ensas, SuhutiC -uan!o eu me re7ro aos ros !e areia !o rio Oanes, eu

    a7rmo $ue ees so ver!a!eiramente ros !e areiaC% No, Aen/oa!o Senhor, tu aas !ees a"enas como ros !e areia.% Suhuti, se houvessem tantos rios Oanes como eistem ros !e areia no rio

    Oanes, e se houvessem tantas :erras%!e%u!a $uantos so os ros !e areia em to!os osinumerveis rios, seriam essas :erras%!e%u!a consi!era!as como muito numerosasC

    % Muito numerosas, certamente, Senhor u!a.% uve, Suhuti. No interior !essas inumerveis :erras%!e%u!a eistem to!as as

    ormas !e seres sensoriais com to!as suas vrias mentai!a!es e conce"/@es, to!as easinteiramente conheci!as !o :athaata, mas nenhuma !eas manti!a na mente !o

    :athaata como uma conce"/o aritrria !e enEmeno. es so meramente imaina!os.Nenhum nesta vasta acumua/o !e conceitos !es!e tem"os%sem%in0cio, nenhum !essestem sustanciai!a!e.

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    (3P) Senhor u!a resumiu9 % Suhuti, se aum om e "ie!oso !isc0"uo, se8a homemou muher, tomasse os ih@es !e universos e os moesse at virarem "= im"a"ve e oasso"rasse no es"a/o, o $ue "ensas, SuhutiC :eria este "= auma eist>ncia in!ivi!uaC

    Suhuti re"icou9 % Sim, Senhor Aen/oa!o, como "= im"a"ve in7nitamente!issi"a!o se "o!eria !i*er $ue tem uma eist>ncia reativa, mas !a orma como oAen/oa!o usa as "aavras, ee no tem eist>ncia, as "aavras t>m a"enas um senti!o7urativo. De outro mo!o, as "aavras im"icariam a cren/a na eist>ncia !a matriacomo uma enti!a!e in!e"en!ente e auto%eistente, o $ue no .

    Am !o mais, $uan!o o :athaata se reere aos ih@es !e universos, ee "o!eriaa*er isso a"enas como uma 7ura !e e"resso. "or $u>C &or$ue se os ih@es !euniversos eistissem reamente, sua Fnica reai!a!e consistiria em sua uni!a!e c=smica.Se8a como "= im"a"ve ou como ran!es universos, o $ue im"orta istoC K s= no senti!o!e uni!a!e c=smica na Ftima ess>ncia $ue o :athaata "o!e corretamente se reerir aisto.

    Senhor u!a 7cou muito satiseito com esta res"osta e !isse9 % Suhuti, a"esar !osseres humanos terrestres terem sem"re !iscrimina!o conce"/@es aritrrias !e matria eran!es universos, a conce"/o no tem ase rea, uma constru/o !a mente morta.Mesmo $uan!o isto reeri!o como uni!a!e c=smica, ao inescrutve.

    Senhor u!a continuou9 % Se aum !isc0"uo osse !i*er $ue o :athaata em seusensinamentos constantemente se reere a si mesmo, aos outros, aos seres vivos, a uma

    ama universa, o $ue tu "ensarias, SuhutiC :eria ta !isc0"uo enten!i!o o senti!o !o $ueeu estava ensinan!oC

    Suhuti re"icou9 % No, Senhor Aen/oa!o. :a !isc0"uo no teria enten!i!o osini7ca!o !as "aavras !o Senhor, "ois $uan!o o Senhor se reeriu a esses conceitos,nunca se reeriu a sua eist>ncia rea ee a"enas usou as "aavras como 7uras es0moos. K a"enas neste senti!o $ue eas "o!em ser usa!as, "ois conceitos, i!ias,ver!a!es imita!as e !armas, no t>m mais reai!a!e !o $ue matria e enEmenos.

    nto o Senhor tornou isto mais entico !i*en!o9 % -uan!o os !isc0"uos, Suhutiiniciam sua "rtica !e usca !e Anuttara%samBa'%samo!hi, ees !everiam ento ver,"erceer, saer e vivenciar $ue to!as as coisas e to!os os !armas so no%coisas e,"ortanto, no !everiam conceer em suas mentes $uais$uer 7a/@es aritrrias, se8am$uais orem.

    (32) Senhor u!a continuou9 % Se aum !isc0"uo oertasse aos :athaatas uma ta$uanti!a!e !os sete tesouros ca"a* !e encher os inumerveis e iimitveis mun!os e seum outro !isc0"uo, um homem om e "ie!oso, ou muher, em sua "rtica !e usca "araatinir Anuttara%samBa'%samo!hi, oservasse a"ica!amente e cheio !e , e estu!assemesmo um Fnico stan*a !esta scritura e e"icasse isto aos outros, as >n/os e mritosacumua!as "or este outro !isc0"uo seriam reativamente maiores.

    Suhuti, como "oss0ve e"icar esta scritura aos outros sem manter em menteconce"/@es aritrarias !e coisas, enEmenos e !armasC sto s= "o!e ser eito, Suhuti,manten!o a mente em "ereita tran$+ii!a!e e em uma uni!a!e%sem%eo com a tai!a!e$ue a con!i/o !e :athaata. "or $u>C "or$ue to!as as conce"/@es mentais aritrrias!e matria, enEmenos, e !e to!os os atores con!icionantes e to!as as i!ias e

    conce"/@es $ue os reacionam, so semehantes a um sonho, um antasma, uma oha,uma somra, uma nvoa evanescente, o riho !e uma a0sca atmosrica. :o!o o!isc0"uo ver!a!eiro !everia, ento, 7tar !esa"ea!amente to!os os enEmenos e to!asas ativi!a!es !a mente, e manter sua mente va*ia, sem i!enti!a!e e tran$+ia.

    $. O PARAMITA DA SA%EDORIA (PRA&NA PARAMITA)

    (J) % $ue tu "ensas, SuhutiC :eria o :athaata atini!o $ua$uer coisa $ue "ossa ser!escrita como Anuttara%samBa'%samo!hiC Auma ve* ee te !eu este ensinamentoC

    Suhuti re"icou9 % ?omo eu enten!o o ensinamento !o Senhor :athaata, no h tacoisa como Anuttara%samBa'%samo!hi, nem "oss0ve "ara o :athaata ensinar $ua$uerDarma 7o. "or $u>C &or$ue as coisas ensina!as "eo :athaata so, em sua nature*aessencia, inconce0veis e inescrutveis eas so nem eistentes nem no%eistentes easnem so enEmenos nem ar$uti"os ocutos (noumena). $ue sini7ca istoC sto sini7ca$ue os u!as e o!hisattvas no so iumina!os "or $ua$uer ver!a!e 7a, mas "or um"rocesso intuitivo $ue es"ontHneo e natura.

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    (26) nto o Senhor u!a in$uiriu !e Suhuti9 % $ue "ensas, SuhutiC K "oss0vereconhecer o :athaata "or suas trinta e !uas marcas 0sicas !e ece>nciaC

    Suhuti re"icou9 % Sim, ;onra!o !os Mun!os, o :athaata "o!e ser reconheci!o !estamaneira.

    % Suhuti, se assim ento ?ha'ravartin, o rei !o mun!o, "o!eria ser cassi7ca!o entreos :athaatas.

    Suhuti, ento com"reen!en!o seu erro, !isse9 % ;onra!o !os mun!os< Aoracom"reen!o $ue o :athaata no "o!e ser reconheci!o meramente "or suas trinta e !uas

    marcas 0sicas !e ece>ncia. Senhor u!a ento !isse9 % iesse aum, ao ohar a imaem ou a 7ura !e um:athaata, a7rmar conhecer o :athaata e oerecer cutos e "reces a ee, tu !everiasconsi!erar ta "essoa um heree $ue no conhece o ver!a!eiro :athaata.

    (5) $ue "ensas tu, SuhutiC K "oss0ve mesmo ver o :athaata no enEmeno !e suaa"ar>ncia 0sicaC

    % No, ;onra!os !os Mun!os< K im"oss0ve mesmo ver o :athaata no enEmeno !e suaa"ar>ncia 0sica. "or $u>C &or$ue o enEmeno !e sua a"ar>ncia 0sica no o mesmo$ue o :athaata essencia.

    % :u ests certo, Suhuti. enEmeno !a a"ari/o 0sica inteiramente !eusivo. antes $ue o !isc0"uo enten!a isto, ee no "o!e com"reen!er o ver!a!eiro :athaata.

    (13?) $ue "ensas, SuhutiC &o!eria aum com"reen!er a "ersonai!a!e !o

    :athaata "eas suas trinta e !uas marcas 0sicas !e ece>nciaC% No, Aen/oa!o< N=s no "o!emos ver a maravihosa "ersonai!a!e "or suas trinta e

    !uas marcas !e ece>ncia. "or $u>C &or$ue o $ue o :athaata havia e"ressa!o comotrinta e !uas marcas 0sicas !e ece>ncia no tra* nenhuma asser/o !e7nitiva ouaritrria com res"eito s $uai!a!es !e um u!a. As "aavras so usa!as a"enas como7uras !e e"resso.

    (2L) Senhor u!a !isse9 % Suhuti, se aum !isc0"uo !issesse $ue o :athaata estaora in!o ou vin!o, ou est aora senta!o ou !eita!o, ee no teria enten!i!o o "rinc0"io$ue eu estava ensinan!o. "or $u>C &or$ue ain!a $ue a "aavra :athaata sini7$ueA$uee $ue ento veio e A$uee $ue ento se oi, o ver!a!eiro :athaata nunca vem!e nenhum uar nem vai "ara aum uar. nome :athaata meramente uma"aavra.

    (2P) nto o Senhor :athaata novamente in$uiriu !e Suhuti, !i*en!o9 % &o!e o:athaata ser reconheci!o inteiramente atravs !e auma maniesta/o !e ormaC

    % No, ;onra!o !os Mun!os< :athaata no "o!e ser reconheci!o inteiramente "orauma maniesta/o !e orma. "or $u>C &or$ue o enEmeno !e orma ina!e$ua!o"ara maniestar a con!i/o !e u!a. &o!e servir a"enas como uma mera e"resso, umaauso ao $ue inconce0ve.

    % $ue "ensas, SuhutiC &o!eria o :athaata ser inteiramente reconheci!o "or aumaou "or to!as suas transorma/@es transcen!entaisC

    % No, ;onra!os !os Mun!os< :athaata no "o!eria ser inteiramente reconheci!o"or auma ou "or to!as suas transorma/@es transcen!entais. "or $u>C &or$ue o $ue o

    :athaata acaou !e se reerir como transorma/@es transcen!entais meramente uma

    7ura !e e"resso. Mesmos os mais eeva!os o!hisattva%Mahasattvas so inca"a*es !ecom"reen!er inteiramente, mesmo "or intui/o, a$uio $ue inescrutve em suaess>ncia.

    (2J) Senhor u!a continuou9 % Suhuti, no "ensa o o"osto, ou se8a, $ue $uan!o o:athaata atiniu Anuttara%samBa'%samo!hi, isso no se !eu "ea "osse !as trinta e !uasmarcas 0sicas !e ece>ncia. No "ensa isto. ?aso tu "enses $ue $uan!o inician!o a"rtica !a usca !e Anuttara%samBa'%samo!hi tu !everias te 7ar em $ue to!os osenEmenos !evem ser corta!os ora, re8eita!os, no "ensa isto. "or $u>C &or$ue $uan!oum !isc0"uo "ratica a usca "ara atinir Anuttara%samBa'%samo!hi, ee nem !everia se7ar nessas conce"/@es aritrrias !e enEmenos e nem se 7ar na sua re8ei/o.

    (21) Senhor u!a ento aertou Suhuti !i*en!o9 % Suhuti, no "ensa $ue o:athaata cheue mesmo a consi!erar em sua "r="ria mente9 u !evo enunciar umsistema !e ensinamento "ara euci!ar o Darma. :u nunca !everias aimentar ta"ensamento in!ino. "or $u>C &or$ue se aum !isc0"uo !esse uari!a a semehante"ensamento, ee no a"enas estaria conun!in!o o ensinamento !o :athaata, masestaria iuamente reaian!o a si mesmo. , am !isso, o $ue acaou !e ser reeri!o

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    como um sistema !e ensinamento no tem sini7ca!o, uma ve* a er!a!e no "o!e sercorta!a em "e!a/os e arran8a!a em um sistema. As "aavras "o!em a"enas ser usa!ascomo 7uras !e e"resso.

    A seuir o venerve Suhuti, !evi!o a sua intei>ncia iumina!a e transcen!enta,!iriiu%se ao Senhor u!a !i*en!o9 % Aen/oa!o Senhor< m "ocas vin!ouras, $uan!oaum ser sensoria tiver a o"ortuni!a!e !e ouvir esta scritura, ir ee !es"ertar nointerior !e sua mente os eementos essenciais !a C

    Senhor u!a !isse9 % Suhuti, "or $ue tu ain!a mantns em tua mente tais

    conce"/@es aritrriasC No eistem tais coisas como seres sensoriais, nem eistem seresno%sensorias. "or $ue, SuhutiC &or$ue o $ue tu tens em mente como seres sensoriais irrea e no%eistente. -uan!o o :athaata usou tais "aavras em seus ensinamentos,ee as usou a"enas como 7uras !e e"resso. :ua $uesto , "ortanto, irreevante.

    (22) Suhuti novamente in$uiriu9 % Aen/oa!o Senhor< -uan!o tu atiniste Anuttara%samBa'%samo!hi, sentiste no interior !e tua mente $ue na!a havia si!o a!$uiri!oC

    Senhor u!a re"icou9 % K "recisamente isto, Suhuti. -uan!o eu atini Anuttara%samBa'%samo!hi, no senti $ua$uer conce"/o aritrria !e Darma !iscrimina!a nointerior !e minha mente, nem mesmo a mais suti. Mesmo as "aavras Anuttara%samBa'%samo!hi so meramente "aavras.

    (23A) Ain!a assim, Suhuti, o $ue eu atini em Anuttara%samBa'%samo!hi o mesmo$ue to!os os outros atiniram ao $ue in!ierencia!o, nem "ara ser oha!o como um

    esta!o eeva!o e nem "ara ser oha!o como um esta!o inerior. K inteiramentein!e"en!ente !e $uais$uer conce"/@es !e7nitivas e aritrrias !e uma i!enti!a!ein!ivi!ua, outras i!enti!a!es, seres vivos eTou uma ama universa.

    CONCLUSO

    (6) Suhuti res"eitosamente in$uiriu o Senhor u!a9 % ;onra!os !os Mun!os< m !iasuturos, se um !isc0"uo ouvir este ensinamento ou "arte !ee, se8a uma se/o ou umasenten/a, haver ee !e ter sua !es"erta!aC

    % Suhuti, no tenha !Fvi!as a res"eito. Mesmo no remoto "er0o!o !e $uinhentos anosa"=s o Nirvana !o :athaata, haver a$uees $ue, "ratican!o cari!a!e e manten!o os"receitos, iro crer em se/@es e senten/as !esta scritura e iro !es"ertar em suasmentes uma "ura e ver!a!eira. :u !everias saer, entretanto, $ue tais !isc0"uos, muitotem"o antes, "antaram ra0*es !e mritos, no sim"esmente "erante um atar !e u!a,ou !ois, ou cinco, mas "erante uma centena !e mihares !e mir0a!es !e assam'ias !eu!a, !e ta mo!o $ue $uan!o ees ouvem senten/as e se/@es !esta scritura, eesinstantaneamente !es"ertam uma "ura e ver!a!eira no interior !e suas mentes.

    Suhuti, o :athaata sae $ue os seres sensoriais $ue tiveram sua !es"erta!a a"=souvir senten/as e se/@es !esta scritura iro acumuar >n/os e mritos $ue soinestimveis. ?omo $ue eu sei !istoC K "or$ue estes seres sensoriais !evem 8 ter!escarta!o tais conce"/@es aritrrias !e enEmenos tais como seu "r="rio eo, o eo !osoutros, seres vivos e ama universa. Se ees no o 7*eram, suas mentes iroinevitavemente !iscriminar tais coisas e ento ees no sero ca"a*es !e "raticar

    enerosi!a!e nem manter os "receitos.Am !o mais, estes seres sensoriais !evem ter tamm !escarta!o to!as as i!iasaritrrias reaciona!as s conce"/@es !e uma i!enti!a!e, outras i!enti!a!es, seres vivose uma ama universa, "or$ue seno, suas mentes inevitavemente !iscriminariam taisi!ias reativas. ain!a, estes seres sensoriais !evem 8 ter !escarta!o to!as as i!iasaritrrias com res"eito conce"/o !e no%eist>ncia !e uma i!enti!a!e "essoa, outrasi!enti!a!es, seres vivos, e uma ama universa. Se ees ain!a no !escartaram, suasmentes estaro ain!a !iscriminan!o tais i!ias. &ortanto, to!o o !isc0"uo $ue estuscan!o Anuttara%samBa'%samo!hi !everia !escartar, no a"enas as conce"/@es ares"eito !e sua "r="ria i!enti!a!e, outras i!enti!a!es, seres vivos e uma ama universa,mas !everia !escartar tamm to!as as i!ias a res"eito !e tais conce"/@es e to!as asi!ias a res"eito !e no%eist>ncia (ou irreai!a!es) !e tais conce"/@es.

    Ain!a $ue o :athaata em seu ensinamento a/a uso constante !e i!ias e conce"/@esa res"eito !ees, os !isc0"uos !everiam manter a mente ierta rente a tais conce"/@es ei!ias. es !everiam reemrar $ue o :athaata, ao a*er uso !eas "ara e"icar oDarma, sem"re as usa como anaoia a uma 8ana!a, $ue "ara usar a"enas "ara

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  • 8/10/2019 Sutra Do Diamante (Lama Padma Samten)

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