suplício de uma viagem - perse.com.br · e nela o meu convívio dos meus 31 anos após esse...
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Suplício de uma viagem
Suplício de uma viagem
Pedro F. Eça 2ª Edição 2013
Pedro F. Eça
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Prefácio Embora o autor não considere seu livro de
autoajuda, pois ele apenas narra sua própria história sem maiores pretensões, não há como não considerá-lo como tal. Uma pessoa que após um acidente terrível passou por tantas peripécias e tantos sacrifícios e conseguiu separá-los todos e manteve sua fé inabalável em Deus, é algo que não se vê todos os dias.
De maneira simples ele nos conduz através do seu drama, nos fala de um mundo novo ao qual teve que se adaptar e aceitar dentro das suas limitações, sem perspectiva, mas com o apoio fundamental da família sem a qual não teria conseguido. Faz-nos repensar nossas fraquezas que embora tendo tudo ainda encontra-se do que reclamar.
Recomendo a todos a leitura do seu livro, uma lição de vida, principalmente a aqueles que não têm confiança em si mesmo, acham que tudo está perdido e não vale a pena lutar. Pedro F. Eça é um exemplo de vontade, perseverança, superação. Enfim um exemplo a ser seguido.
Antônio R Pinto.
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Síntese Aqui vocês iram ler uma história que ao longo das
minhas décadas dos meus anos, venho interpretando o meu modo de ser, agir e realizar as minhas conquistas. Após um grave acidente automobilístico, por uma fatalidade falta de atenção, descuido, predestinação, imprudência? Não sei. - Só imagino! Foi naquele monte de areia que me quebrei. Entretanto, passei a conviver no mundo da paraplegia. E nela o meu convívio dos meus 31 anos após esse acidente. Diante deste episódio foi conhecedor dos meus atos, fatos e perseverança, com a fé e na esperança de algum dia voltar a andar. Andar este! Que em um milésimo de segundo, entre um e outro, que se transformou em uma metamorfose de palavras mágicas.
Esta obra foi escrita com uma linguagem simples e bem popular. Nela vocês vão encontrar informações úteis do dia a dia das pessoas com necessidade especiais, o cadeirante, umas até ilustrativa de como proceder com uma pessoa portadora de necessidade especiais no caso o paraplégico ou tetraplégico. O paraplégico é a falta coordenação motora dos membros inferiores que deixam de existir, e o tetraplégico são as partes dos membros superiores e inferiores que também deixam de existir a coordenação motora, e este exige um cuidado mais específico.
Pedro F. Eça
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ÍNDICE
Prefácio Página 5
Síntese Página 6
1. Mamãe eu cheguei! Página 10
2. O batizado Página 11
3. Uma aventura na mata Página 12
4. A minha adolescência Página 17
5. O dia do socorro Página 20
6. Coisas da vida de um adolescente Página 25
7. A viagem Página 26
8. Sonhos de uma adolescência Página 28
9. A notícia. Página 34
10 O desfile Página 37
11 O aventureiro Página 41
12 A despedida Página 43
13 Uma cidade que se chama Salvador Página 45
14 O craque e sua vez Página 47
15 A independência Página 51
16 O fundo do poço Página 53
17 O rumo à nova terra Página 56
18 Um pressentimento do cotidiano Página 60
19 Os verdes mares Página 63
20 O susto Página 69
21 Navegar era preciso Página 70
22 A promoção Página 75
23 O pedido Página 78
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24 O dia da quebradeira Página 81
25 O dia seguinte Página 88
26 Os bastidores do estado mórbido Página 89
27 Caminhar era preciso Página 101
28 A bravura dos inocentes Página 103
29 A emoção Página 110
30 O retorno ao Hospital Página 112
31 Tudo pode ser diferente Página 114
32 Informa dica! Um Página 119
33 O constrangimento Página 120
34 As aventuras de um sêmen Página 122
35 A vida continua Página 123
36 Trânsitos urbanos e o deficiente Página 126
37 A vida! Há de continuar Página 128
38 No âmbito do transporte urbano Página 130
39 Mas nem tudo esta perdido Página 131
40 Um chumbado e o ignorante Página 132
41 Uma escada na minha vida Página 136
42 À vontade e dúvida Página 138
43 A dedicação Página 138
44 Informa dica! Dois Página 139
45 Encontramo-nos por ai! Página 140
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1. Mamãe eu cheguei!
Foi em quarta-feira no horário das 12h30min do dia Vinte e Nove de Junho em um lugarejo chamado: Canoa Virada, que um garoto assim como eu e
entre tantos outros e milhares de brasileirinhos, nascia neste dia. Eu filho de pai lavrador e mãe costureira e do lar, por opção. Todos do sul do estado da Bahia. Tendo eu, sete irmãos, sendo: o Carlos o primeiro e na sequência de nascimento, veio os gêmeos, que viriam a falecer logo após 48 horas de vida. Sendo eu o quarto em sequencia de numeração, logo vieram: Antônio César, José Carlos e Selma, esta e última da sequencia até o pai nas ultimas tentativa de pretender um filho do sexo feminino. Aqui começa uma narrativa a qual, na leitura de cada página vocês leitores vão perceber que em determinados momentos e em alguns trechos, até curiosos e dramáticos, vão fazer parte talvez da vida de cada um, isso se deve uma mera coincidência. Uma vida que apenas tinha a intenção e de que, queria viver dignamente e decentemente como qualquer ser humano aqui neste planeta terra. E que sempre ao amanhecer de cada dia cumprimentar Deus, a natureza, o mundo dando um bom dia para todos do meu habitar.
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2. O batizado No dia em que foi feito o meu batizado, uns dois
ou três dias após o meu nascimento. A minha Avó submeteu a colocar, as minhas vestimentas, como se diz: digna de um bom batizado do interior, como todos já sabem, até aí, nenhuma novidade. Todos prontos, parecia festa de ocasião. E lá vamos nós, aquele batalhão de pessoas, fazendo fila. Caminhando com o cuidado para não pisar no calcanhar do que iria à frente. Sim. Porque se não poderia até se perder, quem sabe lá! Quando de repente em um piscar de olhos as minhas vestimentas se soltaram do meu corpo, e a Vó materna foi tentar consertar e ai foi um Deus me acuda pelo amor de Deus, que desespero imagine? Foi aquele pego daqui, dali, acolá. E eu por ser muito raquítico, ou talvez até mesmo por descuido, escapulir dos braços da minha Vó, chegando a uma conclusão definitiva a qual estava bastante complicada, pois onde passavam naquele momento havia uma ponte a qual era de madeira, e nela havia uma balaustrada onde por coincidência ou providencia fiquei encalhado na mesma. Pois é, porque logo embaixo dessa ponte havia um córrego, A altura da mesma até lá embaixo onde se via o córrego passando por debaixo da ponte, havia uma altura conforme relatado havia mais ou menos uns dez metros. Pensando bem quanto que faltou para que eu desse o meu primeiro mergulho, a lá Tarzan um antigo lendário dos filmes de
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aventuras que logo surgiram nesta época. Conforme nós já ouvimos falar.
Então, conforme a permissão dos anjos, não era ali que eu seria ser batizado, e sim na igreja hora sô como dizem o mineiro. Pelo que me constava era para ser batizado na igreja né? Enfim colocaram as vestimentas, amarrotadas assim mesmo e ufa! Enfim, chegamos ao destino. Bom, água na cabeça choro como qualquer criança que é batizado. De volta para casa, ai, com mais cuidado claro. Chegando: daí em diante conforme relato dos que tiveram neste dia do batizado, só foi comemoração, leitões assado, galinha ao molho pardo, bebidas como, por exemplo, o famoso Licor de Jenipapo que por sinal lá para estas bandas era a bebida do momento. Foi uma farra e tantas assim disseram os participantes da festa neste dia. Passaram alguns anos, ali estava brincando de carro feito de madeira e carretel de linha que na época era fabricado com madeira, cavalo feito de cabo de vassoura, caçando pássaro de bodoque, conhecido como estilingue, o curioso é que quando acertava um pássaro ficava com remoço, sem pensar que um dia haveria a tal da extinção. E assim ia levando a
vida de um verdadeiro matuto.
3. Uma aventura na mata Quando completei meus Dez anos de vida, surgiu uma ideia a qual achei grandiosa e
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espetacular para uma vida de matuto. Tipo assim: gênio, o rei da cocada preta, no meio da garotada, imaginem. Imaginado que já era um adulto, resolvi, tomar as minhas próprias decisões. Unir as minhas forças de adolescente, peguei um machado e me sentindo que poderia tomar as minhas próprias decisões, sem interferência de alguém, no caso seria os meus pais. E lá vou eu tipo fiscal da natureza, cantarolando, realmente incontrolado pela traquinagem, olha daqui, ali, acolá, lembrei-me ih! Tem uma matinha ali bem perto vou lá que vou achar uma árvore do jeito que eu estou pensando. Então, mata adentro, veio aquele espanto, ih! Olha lá a danada. Porém um dia atrás havia dado um temporal e algumas árvores ficaram presas entre umas e outras. Achei! Esta árvore, no entanto esta que eu achei havia ficado inclinada sobre a outra é como pedindo para ser cortada, não fiquei atento para verificar se a mesma estava presa sobre a outra. Nem ai para elas. Então, cheio de vontade parti para dentro, e é essa aqui que eu quero imaginei e está do jeito, assim confirmei.
E cheio de entusiasmo apesar da idade já sabia manusear o machado ao contento. Que entusiasmo para decepar à coitada. A euforia era tanta, que nem imaginei a existência do IBAMA, também não sei se nesta época havia a presença do mesmo para este tipo de fiscalização. Enfim tomei a tão sonhada decisão, posição de sentido, lá vai, é uma é duas, imaginaram o que vai acontecer? São
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três machadadas, uma após a outra. Quando subitamente pool! Óóó, tá! Tá! Tá! Cráat! Após esse tipo de barulho de árvore gemendo, foi quando percebi que aquela árvore não havia gostado nada da minha grande e obstinada ideia. Pois logo após este barulho despenquei de cabeça para baixo dando uma de avião da esquadrilha da fumaça, fazendo caracol entre um galho e outro. A altura que cair era bastante considerável, uns oito metros presumo. Passado alguns minutos do tombo, e do susto, consciente do que havia acontecido, olhei para um dos lados assim que meio desconfiado para verificar se alguém estava olhando para mim. Se mi viu cair; Até aí tudo bem! Imaginava, olhando para um dos lados consequentemente, percebi lá estava o meu inseparável machado bem próximo ao meu tronco de corte para cima, dando uma de intelecto olhando para mim como, querendo dizer alguma coisa que eu não ia aprovar. Estava entendo, ou eu estava fazendo de desentendido. Talvez o danado estivesse dizendo: presta atenção, seu incompetente e não percebeu o que poderia acontecer contigo, e o que você foi arranjar? E eu dando a resposta:
É cabra! Pela primeira vez dei um mergulho diferente! No seco, não é para qualquer um né? E Com um semblante de não bom moço, recriminei. Talvez por instinto, levantei naturalmente daquela queda, meio sem jeito, assim meio que desconfiado, por alguém ter me visto daquela maravilhosa façanha e aventura na selva.
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Isso sem saber da história do Indiano Jones. Peguei o meu inseparável machado, e retornei para casa, que ficava bem lá detrás dos montes. Lá chegando: é que percebi o quanto estava machucado, quando a minha mãe com aquele semblante de espanto e aquela maratona de perguntas. Igual delegado fazendo interrogatório, por quê? O que foi? E o que tinha acontecido. – E o que estava fazendo? – Porque aquele rosto cheio de hematomas? Que até então ainda não tinha visto. Fui logo praticamente obrigado a contar o episódio nos seus mínimos detalhes. Para depois então, ser repreendido. E em seguida procurar os recursos e meios para acabar com os hematomas. E como não havia ortopedista e nenhum sistema de pronto socorro, para que eu pudesse ser atendido. O jeito foi partir para o chamado método rudimentar; e um deles foi o que eu mais temia, mas naquele momento não havia outro jeito se não, entrar em uma bacia cheia d´água e sal, lá conhecida como gamela. Confeccionada artesanalmente de madeira. Logo após aquele banho foi ardência de todo jeito, pois era arranhão de tudo quanto era jeito.
Quando olhando para o lado quem eu vi? O machado. Bem ali no seu canto de costume, onde geralmente era guardado. Confesso que naquele momento, falei bastantes palavrões para o infeliz, só não sei quem era o mais infeliz, eu ou o machado.