suliana ferreira de almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1....

18
SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210 1837 CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA AVALIAÇÃO DE TRATAMENTO TÓPICO DE FE- RIDAS INCISAS INDUZIDAS EM EQUINOS UTILI- ZANDO O FITOTERÁPICO SANGUE DE DRAGÃO (Croton lechleri). TOPICAL TREATMENT EVALUATION OF WOUNDS INCISED INDUCED IN EQUINES USING DRAGON'S BLOOD (CROTON LECHLERI) PHYTOTHERAPIC. Suliana Ferreira de Almeida Vitor Dalmazo Melotti Rômulo Santos Adjuto Eloi Guilherme Reis Blume Justino Xavier de Souza Neto Resumo A riqueza de espécies vegetais com potencial cicatrizante no Brasil, permite aos médicos veterinários utilizarem fitoterápicos como alternativa viável para auxiliar na cicatrização de lesões de pele em equinos por segunda intenção. No cotidiano da clínica de equinos, é frequente se deparar com injurias de pele que, possuem em sua maioria, um prognóstico favorável e que, no entanto, apresentam alta probabilidade de consequências indesejáveis, resultando em curso cicatricial moroso e consequente cicatrização inadequada. Este estudo teve por objetivo avaliar os efeitos do látex de Sangue de Dragão (Croton lechleri) como promotor de cicatrização em lesões cutâneas experimentalmente induzidas em equinos. Quatro lesões foram produzidas na região glútea e quatro na metacarpianas de dois cavalos adultos. As lesões receberam aplicações tópicas durante 21 dias nas seções de curativos diários, sendo que as injúrias de tratamento receberam a seiva resinosa de Sangue de Dragão e as lesões de controle receberam cloreto de sódio a 0,9%. As avalia- ções macroscópicas e histológicas das lesões foram realizadas aos 3, 7, 14, 21 e 35 dias de pós-operatório. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos estudados. As médias das taxas de contração das lesões glúteas foram 95,57% e 88,75%, para as lesões de controle e tratadas, respectivamente. Nas injúrias da região metacarpiana, estas médias foram 84,78% nas lesões de controle e 87,71% nas lesões tratadas. Nas condições experimentais deste estudo, conclui-se que o látex de Sangue de Dragão foi benéfico na cicatrização de lesões cutâneas na espécie equina, sendo uma alternativa terapêutica para a cura de injúrias nesta espé- cie. Palavras-Chave: cavalos; cicatrização de lesões; fitoterapia. Abstract The Brazil's richness of plant species with healing potential allows veterinarians to use herbal remedies as a viable alternative to help the healing of skin lesions in horses by second strain. In the daily practice of equine clinics, it is common to encounter skin injuries that mostly have a favorable prognosis and yet have a high probability of undesirable consequences, resulting in a slow healing course and consequent inadequate healing. This study aimed to evaluate the effects of dragon's blood (Croton lechleri) in experimentally induced skin lesions in horses. Four lesions were produced in the gluteal region and four in the metacarpal regions of two adult horses. Lesions received topical application for 21 days in the daily dressing sections, treatment injuries received dragon's blood resinous and in control lesions received 0.9% sodium chloride. The macroscopic and histological evaluations of the lesions were performed at 3, 7, 14, 21 and 35 days postoperatively. No significant differences were observed between the groups. The mean gluteal wound contraction rates were 95,57% and 88,75%, for the control and treated lesions, respectively. For the wounds in the metacarpal region, these averages were 84,78% in control lesions and 87,71% in treated lesions. Under the experimental conditions of the present study, it was concluded that dragon's blood latex has beneficial in wound healing in the equine species, being a therapeutic alternative for skin wound healing in this species. Keywords: horses; lesion healing; phytotherapy. Contato: [email protected], [email protected] Introdução Substâncias fitoterápicas podem ser empre- gadas como protocolo principal ou complemento terapêutico do tratamento de lesões cutâneas (MARTINS, 2003). No Brasil, dada à riqueza de espécies vegetais com propriedades cicatrizantes, repelentes e antimicrobianas, vários estudos tem sido conduzidos para comprovar a ação benéfica de fitoterápicos no tratamento de injúrias cutâneas induzidas em equinos, tais como: o uso de óleo de copaíba no tratamento de lesões lombares e de membros (LUCAS et al., 2017); o emprego do extrato hidroalcoólico e do óleo-resina, ambos obtidos da Copaíba, como agente pró-cicatrizante de feridas lombares (KAUER et al., 2016); os efei- tos do uso tópico de óleo de girassol em lesões cutâneas induzidas (OLIVEIRA JUNIOR, 2010); e o uso de extrato de barbatimão no tratamento de ferida exuberante (VIANA et al., 2014). Pesquisas avaliaram a biocompatibilidade da seiva do Sangue de Dragão (Croton lechleri) no tecido subcutâneo de ratos e obteve resposta po- sitiva para essa substância o que expandiu o pa- norama para novas pesquisas (CAMPOS, 2009). Na busca de substâncias alternativas para cicatri- zação de lesões por segunda intenção na espécie equina, Rodrigues e Melotti (2018) demonstraram resultados satisfatórios no uso da seiva do Sangue Como citar esse artigo: Almeida SF, Melotti VD, Eloi RSA, Blume GR, Neto JXS. AVALIAÇÃO DE TRATAMENTO TÓPICO DE FERIDAS INCISAS INDUZIDAS EM EQUINOS UTILIZANDO O FITOTERÁPICO SANGUE DE DRAGÃO (Croton lechleri). Anais do 18° Simpósio de TCC e 15° Seminário de IC do Centro Universitário ICESP. 2019(18); 1837-1852

Upload: others

Post on 02-Sep-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1837

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA AVALIAÇÃO DE TRATAMENTO TÓPICO DE FE-RIDAS INCISAS INDUZIDAS EM EQUINOS UTILI-ZANDO O FITOTERÁPICO SANGUE DE DRAGÃO (Croton lechleri). TOPICAL TREATMENT EVALUATION OF WOUNDS INCISED INDUCED IN EQUINES USING DRAGON'S BLOOD (CROTON LECHLERI) PHYTOTHERAPIC.

Suliana Ferreira de Almeida

Vitor Dalmazo Melotti Rômulo Santos Adjuto Eloi

Guilherme Reis Blume

Justino Xavier de Souza Neto

Resumo A riqueza de espécies vegetais com potencial cicatrizante no Brasil, permite aos médicos veterinários utilizarem fitoterápicos como alternativa viável para auxiliar na cicatrização de lesões de pele em equinos por segunda intenção. No cotidiano da clínica de equinos, é frequente se deparar com injurias de pele que, possuem em sua maioria, um prognóstico favorável e que, no entanto, apresentam alta probabilidade de consequências indesejáveis, resultando em curso cicatricial moroso e consequente cicatrização inadequada. Este estudo teve por objetivo avaliar os efeitos do látex de Sangue de Dragão (Croton lechleri) como promotor de cicatrização em lesões cutâneas experimentalmente induzidas em equinos. Quatro lesões foram produzidas na região glútea e quatro na metacarpianas de dois cavalos adultos. As lesões receberam aplicações tópicas durante 21 dias nas seções de curativos diários, sendo que as injúrias de tratamento receberam a seiva resinosa de Sangue de Dragão e as lesões de controle receberam cloreto de sódio a 0,9%. As avalia-ções macroscópicas e histológicas das lesões foram realizadas aos 3, 7, 14, 21 e 35 dias de pós-operatório. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos estudados. As médias das taxas de contração das lesões glúteas foram 95,57% e 88,75%, para as lesões de controle e tratadas, respectivamente. Nas injúrias da região metacarpiana, estas médias foram 84,78% nas lesões de controle e 87,71% nas lesões tratadas. Nas condições experimentais deste estudo, conclui-se que o látex de Sangue de Dragão foi benéfico na cicatrização de lesões cutâneas na espécie equina, sendo uma alternativa terapêutica para a cura de injúrias nesta espé-cie. Palavras-Chave: cavalos; cicatrização de lesões; fitoterapia. Abstract The Brazil's richness of plant species with healing potential allows veterinarians to use herbal remedies as a viable alternative to help the healing of skin lesions in horses by second strain. In the daily practice of equine clinics, it is common to encounter skin injuries that mostly have a favorable prognosis and yet have a high probability of undesirable consequences, resulting in a slow healing course and consequent inadequate healing. This study aimed to evaluate the effects of dragon's blood (Croton lechleri) in experimentally induced skin lesions in horses. Four lesions were produced in the gluteal region and four in the metacarpal regions of two adult horses. Lesions received topical application for 21 days in the daily dressing sections, treatment injuries received dragon's blood resinous and in control lesions received 0.9% sodium chloride. The macroscopic and histological evaluations of the lesions were performed at 3, 7, 14, 21 and 35 days postoperatively. No significant differences were observed between the groups. The mean gluteal wound contraction rates were 95,57% and 88,75%, for the control and treated lesions, respectively. For the wounds in the metacarpal region, these averages were 84,78% in control lesions and 87,71% in treated lesions. Under the experimental conditions of the present study, it was concluded that dragon's blood latex has beneficial in wound healing in the equine species, being a therapeutic alternative for skin wound healing in this species. Keywords: horses; lesion healing; phytotherapy.

Contato: [email protected], [email protected]

Introdução

Substâncias fitoterápicas podem ser empre-gadas como protocolo principal ou complemento terapêutico do tratamento de lesões cutâneas (MARTINS, 2003). No Brasil, dada à riqueza de espécies vegetais com propriedades cicatrizantes, repelentes e antimicrobianas, vários estudos tem sido conduzidos para comprovar a ação benéfica de fitoterápicos no tratamento de injúrias cutâneas induzidas em equinos, tais como: o uso de óleo de copaíba no tratamento de lesões lombares e de membros (LUCAS et al., 2017); o emprego do extrato hidroalcoólico e do óleo-resina, ambos obtidos da Copaíba, como agente pró-cicatrizante

de feridas lombares (KAUER et al., 2016); os efei-tos do uso tópico de óleo de girassol em lesões cutâneas induzidas (OLIVEIRA JUNIOR, 2010); e o uso de extrato de barbatimão no tratamento de ferida exuberante (VIANA et al., 2014).

Pesquisas avaliaram a biocompatibilidade da seiva do Sangue de Dragão (Croton lechleri) no tecido subcutâneo de ratos e obteve resposta po-sitiva para essa substância o que expandiu o pa-norama para novas pesquisas (CAMPOS, 2009). Na busca de substâncias alternativas para cicatri-zação de lesões por segunda intenção na espécie equina, Rodrigues e Melotti (2018) demonstraram resultados satisfatórios no uso da seiva do Sangue

Como citar esse artigo: Almeida SF, Melotti VD, Eloi RSA, Blume GR, Neto JXS. AVALIAÇÃO DE TRATAMENTO TÓPICO DE FERIDAS INCISAS INDUZIDAS EM EQUINOS UTILIZANDO O FITOTERÁPICO SANGUE DE DRAGÃO (Croton lechleri). Anais do 18° Simpósio de TCC e 15° Seminário de IC do Centro Universitário ICESP. 2019(18); 1837-1852

Page 2: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1838

de Dragão em feridas pré existentes em equinos, contudo observou-se a necessidade de mais pes-quisas para averiguar a eficiência do uso da seiva do Sangue de Dragão como promotor da cicatriza-ção em equinos, uma vez que neste experimento não foi possível a realização de grupo controle e avaliação histológica das feridas (RODRIGUES; MELOTTI, 2018).

O Sangue de Dragão, também conhecido como sangue de grado, sangue de drago e sangre de dragon se refere ao látex vermelho e viscoso extraído de várias espécies arbóreas do gênero Croton, pertencente à família das Euphorbiaceae Juss, assim como a seringueira e a mandioca. A Croton lechleri, é um dos maiores gêneros das Euphobiaceas, é uma espécie de árvores monoica presente na porção mais ocidental da Amazônia, medindo de 8 a 30 metros de altura e de 15 a 30 cm de diâmetro (Figura 1) (CAMPOS, 2009; RO-DRIGUES; MELOTTI, 2018). Essas árvores pro-duzem uma resina de cor avermelhada, visto na Figura 2, que se mostra mais intensa em árvores mais velhas e de tom alaranjado em árvores mais jovens. Esse látex vermelho cor de sangue deu a espécie o nome popular de Sangue de Dragão (LUNZ, 2019).

Figura 1 - Folhas, flores e tronco - Croton lechleri.

Fonte: Culbert (2019).

Os primeiros relatos de emprego do Sangue de Dragão no tratamento de ferimentos datam de 1600, pelo padre espanhol Bernabé Cobo. No entanto, esse látex vem sendo utilizado a vários anos por populações amazônicas (CAMPOS, 2009). Diversos são os usos de Croton lechleri na medicina dos povos amazônicos: tratamento de feridas para estancar a hemorragia, acelerar a cicatrização, proteger de infecções, tratamento de câncer, reumatismo, hemorragias, gripes, úlceras estomacais, cólicas intestinais, diarreia, ação her-pética e outras (CAMPOS, 2009; LOPES et al., 2013; LOPES, 2014; OSAKADA, 2009).

Estudos revelaram as atividades biológicas de compostos químicos extraídos da resina San-gue de Dragão, tais como “proantocianidinas” e os “diterpenos”, no entanto, o alcalóide taspina possui

um princípio ativo que atua sobre radicais livres associados a processos patológicos, apresenta capacidade cicatrizante, potencial repelente, pro-priedades anti-inflamatórias, antibacteriana, antio-xidantes, potencial citotóxico para células cancerí-genas, antifúngico (LOPES et al., 2013).

Figura 2 - Seiva vermelha - Croton lechleri.

Fonte: Natikka (2019).

Pesquisas científicas revelaram que a do-mesticação do cavalo moderno teve início a cerca de 5.500 anos (JANSEN et al., 2002) e essa espé-cie continua mantendo características comporta-mentais peculiares. De modo inato, cavalos rea-gem aos estímulos do ambiente de maneira ativa e com respostas céleres e exacerbadas (VIANA et al., 2014). São animais que não admitem passi-vamente contenção, ameaça ou situações que lhes cause desconforto. Como consequência des-sa característica comportamental, o seu emprego em atividades esportivas ou de tração animal e associadas as instalações inadequadas em que são mantidos, recorrentemente estão expostos a traumas ou lesões (PAGANELA et al., 2009).

A equideocultura nacional está bem consolidada e os resultados definitivos do Censo Agro 2017 apontam um efetivo do rebanho de equinos de 4.236.062 cabeças (BRASIL, 2019) que movimenta anualmente R$ 16,15 bilhões de reais na economia brasileira (LIMA; CINTRA, 2016). Essa crescente importância da espécie desperta interesse científico, econômico e médico, porque além das características comportamentais e da predisposição a injúrias, os cavalos possuem traços singulares no processo fisiológico de cicatrização de lesões (ARAUJO et al., 2018) que somados ao uso indiscriminado de curativos ou protocolos clínicos equivocados, podem facilitar a ocorrência de cicatrizes não cosméticas, longos períodos de recuperação e onerosidade no tratamento (STEINER et al.,2019).

O mecanismo de cura de uma lesão consiste em um processo fisiológico de regeneração e reparo (KUMAR et al., 2010; RUH et al., 2013). A regeneração trata da proliferação

Page 3: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1839

de células e tecidos para substituir estruturas destruída. O reparo, por sua vez, consiste, mais frequentemente, em um arranjo de regeneração e formação de cicatriz pela deposição de colágeno (KUMAR et al., 2010).

O processo de cicatrização de injúrias é composto por fases bem descritas com base em estudos histológicos, sendo elas: fase inflamatória; fase proliferativa ou desenvolvimento de tecido de granulação com acumulo de matriz extracelular (colágeno, elastina e fibras reticulares); e remode-lação (RUH et al., 2013; SILVA, 2012). As fases se sobrepõem e suas peculiaridades e duração vari-am de acordo com fatores relacionados ao agente traumático, a região lesionada e a resposta natural do indivíduo afetado (RUH et al., 2013).

A primeira fase da via de cicatrização de le-sões é fase inflamatória. É essencial para a pre-venção de infecções de lesões, a demarcação de tecidos não viáveis e sinalização para os proces-sos de reparo consecutivos (WILMINK et al., 2003). Nessa fase ocorre liberação de compostos vaso-constritores, especialmente tromboxana A2 e pros-taglandinas, seguida da agregação plaquetária e ativação da cascata de coagulação (CAMPOS et al., 2007; NITZ et al., 2006).

A fase proliferativa se subdivide em quatro momentos: epitelização, angiogênese, formação de tecido de granulação e deposição de colágeno (THEORET, 2016). Na epitelização a lesão é re-vestida pelo desenvolvimento de coágulos e, na sequência, pela proliferação de células epiteliais na tentativa de reestabelecer a barreira protetora. A angiogênese é essencial para a cicatrização adequada e se caracteriza pela migração de célu-las endoteliais e formação de capilares, sendo estimulada pelo fator de necrose tumoral alfa – TNF-α (CAMPOS et al., 2007). A formação do tecido de granulação consiste na parte final da fase proliferativa (THEORET, 2016). O tecido de granulação é constituído por fibroblastos, capilares neoformados, macrófagos e matriz extracelular. Os fibroblastos dos tecidos vizinhos migram para a lesão e são ativados pelo fator de crescimento PDGF que induz a proliferação celular, a quimiota-xia e a síntese matricial. Feito isso os fibroblastos são estimulados pelo fator transformador beta (TGF-β) a produzirem colágeno tipo I e a transfor-marem-se em miofibroblastos, que por sua vez, promovem a contração da lesão (CAMPOS et al., 2007).

A remodelação tem por característica mais importante a deposição de colágeno de maneira organizada, que se inicia ainda na formação do tecido de granulação e persiste por meses após a reepitelização da lesão (CAMPOS et al., 2007). Com o tempo, o colágeno inicial (tipo III) é reab-sorvido e um novo colágeno (tipo I) mais espesso é produzido e organizado ao longo das linhas de

tensão. Essas alterações se refletem em aumento da força tênsil da lesão, no entanto, jamais retor-nará a 100% da força tênsil de uma pele sã (CAMPOS et al., 2007).

Pesquisas científicas constataram que a fa-se inflamatória nos equinos possui pouca intensi-dade, no entanto, é prolongada. Equinos também produzem níveis inferiores de outros mediadores essenciais para potencializar a resposta inflamató-ria e contração da lesão (STEINER et al.,2019; WILMINK et al., 2003). Contraditoriamente, uma inflamação excessiva ou duradoura na fase infla-matória pode contribuir para o desenvolvimento de patologias com respostas particulares no curso do reparo das lesões, com produção prematura de tecido de granulação. Este é denominado exube-rante quando se apresenta mais elevado que o nível das bordas da pele integra, interferindo na contração da lesão e retardando as demais etapas do processo de cicatrização (VIANA et al., 2014).

Estudos atestam que em regiões distais dos membros, os equinos apresentam menores taxas de contração tecidual, epitelização e desenvolvi-mento de granulação excessiva (PAGANELA et al., 2009; THEORET, 2016). Questões ambientais e fisiológicas atuam de forma determinante no de-senvolvimento cicatricial das feridas cutâneas e podem influenciar na regularidade da cicatriz, no tempo necessário para cicatrização e no desen-volvimento de tecido de granulação exuberante no processo cicatricial (LUCAS et al., 2017).

A frequência e a dificuldade no tratamento adequado de lesões cutâneas em equinos, devido as peculiaridades da espécie, requerem alternati-vas viáveis e eficazes de substâncias que auxiliem no processo cicatricial evitando ou minimizando o aparecimento de tecido cicatricial exuberante (PAGANELA et al., 2009). Na medicina veterinária o Croton lechleri (Sangue de Dragão) pode ser uma alternativa no tratamento de feridas cutâneas em equinos, e como não existem muitos relatos do seu uso, é importante a avaliação da sua biocom-patibilidade e potencial ação pró-cicatricial em lesões cutâneas em equinos. O objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos da aplicação tópica do látex de Sangue de Dragão (Croton lechleri) como promotor de cicatrização de lesões induzi-das experimentalmente na espécie equina, obser-vando características clínicas e histológicas das lesões.

Materiais e Métodos

Animais experimentais e separação dos grupos

A realização deste trabalho foi aprovada pe-la Comissão de Ética no Uso Animal (CEUA) do Centro Universitário ICESP de Brasília, por meio

Page 4: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1840

do Protocolo nº AP02919. Para minimizar o núme-ro de animais envolvidos no experimento e para anular variações individuais, utilizou-se um único grupo de cavalos, que tiveram um lado considera-do controle e outro tratado.

Foram utilizados dois equinos adultos, ma-cho e fêmea, sem raça definida, com aproxima-damente 10 anos de idade e peso médio de 230,0kg.

Em cada animal, foram provocadas oito fe-ridas, quatro no lado direito e quatro no lado es-querdo. Duas lesões foram confeccionadas na região glútea, uma cranial e outra caudal com

espaçamento aproximado de 10,0cm entre cada lesão. Duas feridas foram confeccionadas na face lateral metacarpiana, uma proximal e outra distal, com espaçamento aproximado de 8,0cm entre cada lesão (OLIVEIRA JUNIOR, 2010).

Por sorteio, as feridas do lado direito do animal foram utilizadas para avaliação macroscó-pica e as lesões do lado esquerdo para avaliação histológica. Como exibido na Figura 3 as lesões craniais e proximais foram escolhidas para trata-mento e as feridas distais e caudais escolhidas para controle.

Figura 3 - Finalidade das lesões: verde – tratamento, vermelho – controle.

Fonte: Adaptado de Agrodefesa (2016).

Confecção das lesões

Os animais foram preparados para o proce-dimento cirúrgico de confecção das feridas com jejum alimentar e hídrico de 12 e 6 horas respecti-vamente. Foi realizada a tricotomia e antissepsia de ambos os lados da região glútea e da região metacarpiana.

Os animais foram mantidos em estação e pré-medicados com detomidina 1,0%, na dose de 0,04mg/kg, por via intravenosa. O bloqueio para confecção das feridas na região glútea foi realiza-do em leque com o emprego de cloridrato de lido-caína a 2,0% sem vasoconstritor e, para confec-ção das feridas na região metacarpiana foi aplica-do bloqueio incisional na região da epífise proxi-mal dos metacarpianos, também com emprego de cloridrato de lidocaína a 2,0% sem vasoconstritor proporcionando a manutenção dos animais em estação (LUCAS et al., 2017; OLIVEIRA JUNIOR, 2010; RIBEIRO et al., 2013; SOUZA et al., 2014).

Todas as feridas foram confeccionadas utili-zando moldes plásticos mensurados para manter padronização e dimensões das lesões segundo Oliveira Junior (2010). Moldes plásticos de

6,25cm2 foram empregados na região glútea e moldes plásticos de 2,89cm2 na região metacarpi-ana, como visto na Figura 4. A excisão abrangeu a pele e o tecido subcutâneo subjacente conforme preconizou Lucas et al. (2017). Para realização da incisão e remoção do fragmento de pele, foram empregados um bisturi e uma pinça dente de rato (SILVA et al., 2014).

Figura 4 - Moldes plásticos para confecção de lesões.

Fonte: Autor (2019).

Protocolo de tratamento das lesões

Page 5: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1841

O extrato de seiva de dragão, Croton lechle-ri, empregado no experimento é procedente da Associação dos Pequenos Agrossilvicultores do Projeto de Reflorestamento Econômico Consorci-ado Adensado RECA, do Distrito de nova Califór-nia em Porto Velho, Rondônia.

O protocolo de tratamento das feridas ado-tado foi o definido por Lucas et al. (2017) modifi-cado, no qual as feridas foram diariamente limpas com gaze esterilizada e solução salina estéril a 0,9%. Ato continuo, procedeu a aplicação tópica de Sangue de Dragão em quantidade suficiente para cobrir todo o leito da ferida. Após o curativo diário, as feridas foram cobertas. Na região glútea as feridas eram cobertas com gaze estéril como visto na Figura 5 e na região metacarpiana com bandagens de crepe sobre gaze estéril, como visto na Figura 6. A rotina de curativos foi mantida até o 21 dia de pós-operatório (DPO).

Figura 5 - Curativo da região glútea.

Fonte: Autor (2019).

Figura 6 - Curativo da região metacarpiana

Fonte: Autor (2019).

Protocolo de acompanhamento de paci-entes

Após o procedimento de indução das feridas, todos os animais receberam fenilbutazona (4,4 mg/kg, por via intravenosa) a cada 24 horas du-rante 3 dias, para controle da dor e edema das lesões (LUCAS et al.,2017).

Todos os dias, os animais foram examina-dos clinicamente para registro de frequência car-díaca (FC) e respiratória (FR); temperatura retal (TºC); tempo de preenchimento capilar (TPC); coloração das mucosas oral e conjuntival; e avali-ação da lesão experimentalmente induzida (OLI-VEIRA JUNIOR, 2010).

Avaliação clínica e macroscópica das le-sões

Foram realizadas avaliações das feridas cu-tâneas logo após o procedimento cirúrgico e nos 3º, 7º, 14º, 21º e 35º dias após o início do experi-mento. As características clínicas observadas fo-ram: presença ou ausência de exsudato, crosta, inflamação, granulação, epitelização.

Além das análises observacionais, foram feitas avaliações macroscópicas de alterações com documentação fotográfica e posterior avalia-ção de contorno das lesões, com o emprego do software ImageJ a fim de obter a área da ferida durante a evolução do processo cicatricial (LUCAS et al., 2017).

De posse dos dados referentes as áreas das lesões, foi possível determinar a porcentagem de contração das lesões com o uso da equação de contração dada por = área inicial - área final / área inicial, utilizada por Ribeiro et al. (2013).

Avaliação histológica das lesões

A avaliação histológica do processo de cica-trização foi feita com amostras de pele abrangen-do as bordas da ferida e tecido íntegro das regiões glúteas e metacarpianas, obtidas logo após o pro-cedimento cirúrgico e nos 3º, 7º, 14º, 21º e 35º dias após o início do experimento (LUCAS et al., 2017; OLIVEIRA JUNIOR, 2010), utilizando punch de 6 mm de diâmetro (FERREIRA et al., 2007; OLIVEIRA JUNIOR, 2010). Foram extraídas amostras dos lados controle e tratado de apenas um animal em cada tempo, com o propósito de evitar que traumas consecutivos reagudizem o processo inflamatório e, como consequência, im-pactem no processo cicatricial (RIBEIRO et al., 2013; SILVA et al., 2014).

O procedimento para obtenção das amos-tras consistiu na antissepsia das lesões e bloqueio local com cloridrato de lidocaína a 2,0% sem va-soconstritor. Os fragmentos cutâneos foram obti-dos através de biópsia incisional, posteriormente os fragmentos foram acondicionados em frascos

Page 6: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1842

identificados de forma simples (alfabeto crescente) contendo solução fixadora formaldeído tamponado 10,0%, sendo histoprocessado de forma rotineira e corado com Hematoxilina & Eosina (H&E) e trico-tômico de Masson. As avaliações foram realizadas às cegas, em microscópio óptico, por dois patolo-gistas veterinários do laboratório HistoPato. As características avaliadas na microscopia foram: 1) tipificação celular inflamatória; 2) distribuição in-flamatória; 3) intensidade inflamatória; 4) integri-dade epidermal; 5) proliferação epidermal; 6) fi-broplasia/elastose; 7) angioplasia (RIBEIRO et al., 2013).

Resultados

Avaliação clínica dos animais

Os resultados obtidos nos exames clínicos dos equinos utilizados no experimento estão rela-cionados individualmente nos apêndices (Apêndi-ces A e B) nos dias definidos para avaliação ma-croscópica das lesões. É notável que todos os valores referentes a frequências cardíaca e respi-ratória, temperatura retal, tempo de preenchimento capilar e coloração de mucosas apresentaram-se dentro dos parâmetros de normalidade para a espécie (DAVES, 2018).

Avaliação macroscópica das lesões glú-teas

Observados os valores médios e desvios-padrão das lesões, coletados ao longo do período experimental, é possível verificar a redução da área da lesão para ambos os grupos, como visto na

Tabela 1 . O grau de contração final calcula-

do para as lesões do grupo experimental foi de 95,57% e para o grupo controle foi de 88,75%.

Tabela 1 – Áreas das lesões glúteas tratadas com Sangue de Dragão (tratamento) e de controle.

D0 D3 D7 D14 D21 D35

Tratamento 7,55 ± 0,21 7,41 ± 0,40 6,66 ± 0,75 4,53 ± 2,83 2,98 ± 2,70 0,33 ± 0,36

Controle 7,08± 0,00 6,86 ± 0,06 6,23 ± 0,10 3,88 ± 2,63 1,36 ± 1,10 0,80 ± 1,01

Fonte: Autor (2019).

Observado o processo de cicatrização das lesões glúteas em ambos os grupos, tratamento com Sangue de Dragão e de controle, conclui-se que a evolução foi semelhante em ambos os gru-pos, porém com maior redução de área para as lesões tratadas com Sangue de Dragão, confirma-do na Figura 7. A curva de cicatrização desenhada

ao longo do período do experimento utilizando as médias das áreas das lesões se mostrou próxima ao linear até o 14º dia. A partir daí o grupo de con-trole mostrou menor média de redução de área de lesão em comparação ao grupo tratado com San-gue de Dragão.

Figura 7 – Comparativo entre tempo médio de cicatrização de lesões tratadas com Sangue de Dragão (tra-tamento) e de controle na região glútea

Fonte: Autor (2019).

Page 7: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1843

Os registros da evolução macroscópica das lesões glúteas podem ser vistos na Figura 8 e a média dos achados macroscópicos observados nas avaliações clínicas ao longo do experimento estão apresentados no Quadro 1. As lesões trata-

das com Sangue de Dragão apresentaram exsu-dato fibrinopurulento mais volumoso que as feridas de controle, demonstrando presença de um pro-cesso inflamatório mais acentuado.

Quadro 1 – Achados macroscópicos observados na avaliação clínica das lesões glúteas.

Momento Tratamento Controle

D0 Coágulos de sangue; Edema Coágulos de sangue; Edema

D3 Exsudato fibrinopurulento; Crostas Exsudato; Crostas

D7 Exsudato fibrinopurulento; Crostas nos bor-dos da lesão; Tecido de granulação; Dor a palpação

Secreção serosa; Crostas espessas nos bor-dos da lesão; Tecido de granulação; Dor a polpação

D14 Exsudato fibrinopurulento; Crostas serosas nos bordos da lesão; Tecido de granulação; Sinais de contração da lesão

Secreção serosa; Crostas nos bordos da le-são; Tecido de granulação; Sinais de contra-ção da lesão

D21 Secreção serosa; Tecido de granulação; Sinais de contração da lesão

Tecido de granulação; Sinais de contração da lesão

D35 Contração completa da lesão cirúrgica Contração completa da lesão cirúrgica Fonte: Autor (2019).

Figura 8 – Aspecto macroscópico das lesões glúteas tratadas com Sangue de Dragão (A, B, C, D, E e F) e lesões de controle (G, H, I, J, K e L), ambas observadas nos dias 0, 3, 7, 14, 21 e 35.

Fonte: Autor (2019).

Avaliação histológica das lesões glúteas

Os principais achados encontrados na ava-liação histológica das biópsias de pele das lesões da região glútea, submetida a tratamento com Sangue de Dragão e lesões de controle, estão

apresentadas no Quadro 2. Os achados mostram que o processo de neovascularização e colagenó-lise se mostrou antecipado na lesão tratada com Sangue de Dragão.

Quadro 2 – Achados histológicos das lesões glúteas.

Momento Tratamento Controle

D0 Colágeno original; Folículo piloso; Glândulas sebáceas

Colágeno original; Folículo piloso; Glândulas sebáceas

D3 Úlcera com crosta; Acantose; Inflamação multi-focal aleatória (++); Infiltrado de polimorfonu-cleares; Angioplasia superficial (++); Colagenó-lise. Visto na Figura 9.

Ulcera, Crosta, Acantose.

D7 Úlcera com crosta; Acantose; Inflamação multi-focal aleatória (++); Infiltrado de polimorfonu-cleares; Angioplasia multifocal (++); Colagenó-lise.

Úlcera com crosta; Acantose; Inflamação multifocal aleatória (++); Infiltrado de polimor-fonucleares; Angioplasia multifocal; Degene-ração epidermal/ folicular; Colagenólise. Vis-

Page 8: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1844

to na Figura 10.

D14 Acantose; Hiperqueratose; Inflamação superfi-cial (+); Infiltrado de polimorfonucleares; Angio-plasia superficial (+);

Úlcera com crosta; Acantose; Hiperquerato-se; Inflamação superficial (+);

Continua.

Continuação.

Momento Tratamento Controle

D14 Fibroplasia/ elastose; Degeneração epidermal/ folicular; Colagenólise.

Infiltrado de polimorfonucleares; Angioplasia superficial (+); Fibroplasia/ elastose; Degene-ração epidermal/ folicular; Colagenólise.

D21 Úlcera; Inflamação multifocal aleatória (++); Infiltrado de polimorfonucleares; Angioplasia difusa (+++); Fibroplasia/ elastose; Colagenóli-se.

Acantose; Inflamação multifocal aleatória (+); Infiltrado de polimorfonucleares; Angioplasia difusa (+++); Fibroplasia/ elastose; Colage-nólise.

D35 Inflamação multifocal aleatória (+); Infiltrado de linfócitos; Angioplasia difusa (+++); Fibroplasia/ elastose; Colagenólise.

Inflamação multifocal aleatória (+); Infiltrado de linfócitos; Angioplasia difusa (+++); Fibro-plasia/ elastose; Degeneração epidermal/ folicular; Colagenólise.

Fonte: Autor (2019).

Figura 9 – Lesão tratada com sangue de dragão no D3 apresentando úlcera, necrose epidérmica

(Aumento de 100x).

Fonte: Eloi e Blume (2019).

Figura 10 – Lesão de controle no D7 apresentan-do angioplasia e infiltrado mononuclear (Aumento

de 100x).

Fonte: Eloi e Blume (2019).

Avaliação macroscópica das lesões metacarpi-anas

Os valores médios e desvios-padrão das le-sões metacarpianas, coletados ao longo do perío-do experimental consta na Tabela 2, onde é possí-

vel verificar a redução da área da lesão para am-bos os grupos. O grau de contração calculado para as lesões do grupo experimental foi de 84,78% e para o grupo controle foi de 87,71% ao final do experimento.

Tabela 2 – Áreas das lesões metacarpianas tratadas com Sangue de Dragão (TTO) e de controle (CTE)

D0 D3 D7 D14 D21 D35

Page 9: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1845

Tratamento 3,14 ± 0,57 2,82 ± 0,50

2,49 ± 0,41 1,58 ± 0,62 0,95 ± 0,09 0,48 ± 0,52

Controle 2,56± 1,78 1,71 ± 0,86 1,73 ± 0,60 1,23 ± 0,12 1,15 ± 0,22 0,31 ± 0,31

Fonte: Autor (2019).

A evolução da cicatrização das lesões em ambos os grupos, tratamento com Sangue de Dragão e de controle, podem ser observadas Figu-ra 11. Nota-se uma evolução bem linear para as lesões tratadas com Sangue de Dragão em com-

paração com as lesões de controle que apresen-tam tendência a formar platôs entre as avaliações do 3º e 7º dia e do 14º e 21º dia de experimento.

Figura 11 – Comparativo entre tempo médio de cicatrização de lesões tratadas com Sangue de Dra-gão (tratamento) e lesões de controle na região metacarpiana de equinos.

Fonte: Autor (2019).

Do ponto de vista macroscópico as lesões

metacarpianas apresentaram evolução satisfatória. A Figura 12 mostra a macroscópica das lesões metacarpianas ao longo do experimento e o Quadro 3 apresenta a média dos principais achados macroscópicos observados nas avaliações clínicas. Todas as lesões

apresentaram discreto aumento de área nos primeiros 2 dias de experimento. As lesões tratadas com Sangue de Dragão se apresentavam menos hemorrágicas que as lesões de controle. As lesões de controle destacaram-se pela presença de tecido de granulação exuberante e neovasos friáveis no 21º dia do experimento.

Figura 12 – Aspecto macroscópico das lesões metacarpianas tratadas com Sangue de Dragão (A, B, C, D, E e F) e lesões controles (G, H, I, J, K e L), ambas observadas nos dias 0, 3, 7, 14, 21 e35.

Page 10: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1846

Fonte: Autor (2019).

Quadro 3 – Achados macroscópicos encontrados na avaliação clínica das lesões metacarpianas tratadas com Sangue de Dragão (tratamento) e lesões de controle (controle).

Momento Tratamento Controle

D0 Coágulos de sangue; Edema. Coágulos de sangue; Edema

D3 Exsudato fibrinopurulento; Áreas hemorrági-cas; Dor a palpação; Superfície granulosa

Exsudato; Áreas hemorrágicas; Dor a palpa-ção

D7 Exsudato fibrinopurulento; Pontos hemorrági-cos; Tecido de granulação; Dor a palpação

Exsudato fibrinopurulento; Pontos hemorrági-cos; Tecido de granulação; Dor a palpação

D14 Exsudato fibrinopurulento; Tecido de granula-ção exuberante; Sinais de contração da lesão

Secreção serosa; Pontos hemorrágicos; Teci-do de granulação exuberante; Sinais de con-tração da lesão

D21 Secreção serosa; Tecido de granulação exu-berante; Sinais de contração da lesão

Secreção serosa; Tecido de granulação exu-berante; Sinais de contração da lesão

D35 Contração parcial da lesão cirúrgica Contração parcial da lesão cirúrgica

Fonte: Autor (2019).

Avaliação histológica das feridas meta-carpianas

Os principais achados observados na avali-ação histológica das biópsias das lesões da região metacarpiana, estão apresentadas no Quadro 4. Os achados mostram que a lesão tratada com Sangue de Dragão tendeu a apresentar uma pre-

coce formação do tecido de granulação, favoreci-da pela proliferação celular observada no 3º dia do experimento. A fase inflamatória das lesões se estenderam além dos 21 dias em ambas as lesões, tratadas com Sangue de Dragão e de controle, além de apresentarem um grau mais severo nas leituras do 21º e 35º dia.

Quadro 4 – Achados histológicos das lesões metacarpianas

Page 11: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1847

Momento Tratamento Controle

D0 Colágeno original; Folículo piloso; Glândulas sebáceas.

Colágeno original; Folículo piloso; Glândulas sebáceas.

D3

Úlcera com crosta; Acantose; Hiperqueratose; Inflamação multifocal aleatória (++); Infiltrado de polimorfonucleares; Angioplasia multifocal (++); Degeneração epidermal/ folicular; Cola-genólise. Visto na Figura 13.

Úlcera com crosta; Acantose; Inflamação multifocal aleatória (++); Infiltrado de polimor-fonucleares; Angioplasia multifocal (++)l; De-generação epidermal/ folicular; Colagenólise. Visto na Figura 14.

D7

Úlcera com crosta; Acantose; Inflamação mul-tifocal aleatória (++); Infiltrado de polimorfonu-cleares; Angioplasia multifocal (++); Fibropla-sia/ elastose; Degeneração epidermal/ folicu-lar; Colagenólise.

Úlcera com crosta; Acantose; Hiperqueratose; Inflamação multifocal aleatória (++); Infiltrado de polimorfonucleares; Angioplasia multifocal (++); Fibroplasia/ elastose; Degeneração epi-dermal/ folicular; Colagenólise.

D14

Úlcera sem crosta; Acantose; Hiperqueratose; Inflamação superficial (++); Infiltrado de poli-morfonucleares; Angioplasia superficial (++); Fibroplasia/ elastose; Degeneração epidermal/ folicular; Colagenólise.

Úlcera com crosta; Acantose; Hiperqueratose; Inflamação multifocal aleatória; Infiltrado de polimorfonucleares; Angioplasia multifocal (++); Fibroplasia/ elastose; Degeneração epi-dermal/ folicular; Colagenólise

Continua.

Continuação.

Momento Tratamento Controle

D21

Úlcera sem crosta; Acantose; Hiperqueratose; Inflamação multifocal aleatória (++); Angiopla-sia difusa (+++); Fibroplasia/ elastose; Degene-ração epidermal/ folicular; Colagenólise.

Úlcera sem crosta; Acantose; Inflamação multifocal aleatória (++); Angioplasia difusa (+++); Fibroplasia/elastose; Degeneração epidermal/folicular; Colagenólise.

D35

Úlcera com crosta; Inflamação multifocal alea-tória (+); infiltrado de polimorfonucleares; Angi-oplasia difusa (+++); Fibroplasia/ elastose; De-generação epidermal/ folicular; Colagenólise.

Úlcera com crosta; Inflamação multifocal aleatória (+); infiltrado de polimorfonucleares; Angioplasia difusa (+++); Fibroplasia/ elasto-se; Degeneração epidermal/ folicular; Cola-genólise.

Fonte: Autor (2019).

Figura 13 – Lesão tratada com sangue de dragão no D3 apresentando necrose e úlcera (Aumento

de 100x.

Fonte: Eloi e Blume (2019).

Page 12: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1848

Figura 14 – Lesão de controle no D3 apresentan-do necrose, úlcera e inflamação neutrofílica (Au-

mento de 100x.

Fonte: Eloi e Blume (2019).

Discussão

Neste estudo foi testado o efeito do látex de Sangue de Dragão, Croton lechleri, na cicatri-zação de feridas cutâneas induzidas em equinos. A escolha da espécie equina se deu porque esses animais apresentam prognóstico incerto no trata-mento das lesões cutâneas. Equinos expressam diferenças no padrão de cicatrização a depender da região lesionada (VIANA et al., 2014). Feridas em regiões mais distais nos membros são mais frequentes na clínica de equinos e seu tratamento é desafiador. Assim como Souza et al., (2006) e Oliveira Junior (2010), optamos por avaliar lesões metacarpianas para constatar se o fitoterápico apresentaria resultados promissores também nesse tipo de lesão.

O látex de Sangue de Dragão utilizado no experimento não passou por análise de composi-ção, sua porcentagem de concentração e seu grau de pureza eram desconhecidos. Lopes (2014) durante seu experimento, realizou a extra-ção do látex de Sangue de Dragão e a manipula-ção do mesmo em pomada, o que deu a ele a confiança de que o produto utilizado não possuía agentes contaminantes que pudessem interferir nos resultados de sua pesquisa. Neste estudo, a ausência do controle na obtenção do látex de Croton lechleri pode ter influenciado nos resulta-dos aqui observados.

A seiva de Sangue de Dragão é tida como um potencial repelente (LOPES et al., 2013), no entanto, esse experimento não comprovou esse potencial, tendo em vista a ocorrência de conta-minação de lesões tratadas com Croton lechleri por ovos de Cochliomyia hominivorax, o que não confirma seu potencial repelente para esse tipo de inseto.

Além da contaminação por insetos, este

experimento observou que alguns animais apre-sentavam o comportamento repetido de remover os curativos e coçarem as regiões lesionadas, provocando arranhões, agudização da lesão ou exposição da ferida à agentes contaminantes. Esses relatos não foram constatados por Ferreira et al. (2007), Lucas et al. (2017) e Oliveira Junior (2010) em seus experimentos com lesões provo-cadas em equinos.

O número reduzido de animais utilizado no experimento contrariou o que foi adotado por Lucas et al. (2017) e Oliveira Junior (2010). Essa limitação no número de amostras elevou os resul-tados de desvio padrão das médias das áreas das lesões como um todo e também não permiti-ram demonstrar grande variação nos resultados das avaliações clínicas e histológicas. Ainda as-sim, a população adotada permitiu observar, em linhas gerais, os efeitos favoráveis do uso da seiva de Croton lechleri no tratamento de lesões cutâneas em equinos.

As feridas confeccionadas apresentaram dimensões variadas, mesmo lançando mão dos moldes plásticos para delimitação das mesmas, contrariando o que sugeriu Oliveira Junior (2010). No entanto, mesmo com essa variação de área inicial, foi possível observar a curva de cicatriza-ção das lesões tratadas com Sangue de Dragão e lesões de controle.

O uso do anti-inflamatório não esteroidal (AINE) é recomendado pela literatura se tratando da clínica de equinos que descrevem protocolos pós cirúrgicos. Neste experimento não foi diferen-te o uso do AINE ministrado por via intravenosa, permitindo que todas as lesões fossem beneficia-das pela ação do fármaco. O objetivo do uso do AINE era para minimizar a dor nos animais parti-cipantes do experimento. Esse objetivo foi alcan-

Page 13: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1849

çado, visto que não foi constatada alterações nas aferições de frequência cardíaca e respiratória ao longo do experimento. Caso tivesse se instalado o quadro de dor, por ação adrenérgica, seria pos-sível observar aumento desses parâmetros nas aferições realizadas (OLIVEIRA JUNIOR, 2010).

Os resultados histológicos mostram que os tecidos passaram pelas fases de inflamação, proliferação e remodelamento, não sendo notado alterações perceptíveis nessas análises entre os grupos avaliados. A confiabilidade dos resultados histológicos se dá pelo fato de que as amostras e os tratamentos empregados eram desconhecidos para a dupla de médicos veterinários que realiza-ram as análises. Resultando em uma avaliação às cegas, como a realizada por Oliveira Junior (2010).

A aplicação da seiva de Croton lechleri de-monstrou a presença de hiperqueratose, angio-plasia e colagenólise ao 3º dia do experimento em lesão metacarpiana o que sugere um poten-cial fator promotor da cicatrização. Segundo Pa-ganela et al. (2009) a angioplasia observada, fornece a condução de metabólitos e oxigênio para sustentar o tecido de reparação que prolifera na área da lesão, sendo assim, um adjuvante no processo cicatricial.

As lesões tratadas com Sangue de Dragão na região metarcarpiana apresentaram menos episódios de sangramentos durante as seções de curativos em comparação com as feridas de con-trole. A taspina é um dos alcaloides bioativos presentes na seiva de Sangue de Dragão (LO-PES et al., 2013) e é responsável por aumentar a atividade do fator de crescimento de transforma-ção beta (TGFβ) (DONG et al., 2005) que ativa a migração de fibroblastos (CAMPOS et al., 2007), além de reforçar o processo cicatricial através de modificações em substâncias presentes na matriz extracelular e acelerar o crescimento de capilares recém-formados (DONG et al., 2005). Essa pro-pensão ao aumento de fibroblastos na lesão em processo de proliferação é considerada um fator promotor de cicatrização (DONG et al., 2005).

As lesões tratadas com Croton lechleri apresentaram exsudato fibrinopurulento que per-sistiu até o 14º dia de tratamento, o que sugere a ação antibacteriana do Sangue de Dragão (LO-PES et al., 2013). Foi observado também que a inflamação presente nas lesões tratadas com Sangue de Dragão não se mostrou crônica, o que é sugestivo da ação anti-inflamatória do fitoterápi-co (LOPES et al., 2013). Essa ação anti-inflamatória deve exercer alguma influência na resposta inflamatória específica e provavelmente refletiu na branda presença de tecido de granula-ção exuberante nas lesões.

Theoret (2016) mostrou que existe um

tempo e uma diferença na evolução da cicatriza-ção em equinos. Fato este comprovado no pre-sente estudo. De uma maneira geral, as lesões glúteas se mostraram mais aceleradas no pro-cesso de cicatrização que as feridas metacarpia-nas. Foi constatado que nas feridas dos membros, ocorreu a formação de um tecido de granulação mais exuberante (com vasos friáveis) e persisten-te, alongando o tempo de contração total da lesão para além dos 21 dias. Esse resultado é diferente do observado por Lopes (2014) quando aos 21 dias ele constatou total contração e epitelização das lesões tratadas com pomada de Sangue de Dragão em ratos (Rattus norvegicus). Contudo, os resultados observados neste estudo se apro-ximam dos resultados observados por Kauer et al. (2016) e Oliveira Junior (2010) que aos 21 dias constataram avançada reorganização tecidual em seus experimentos com óleo-resina de copaíba e óleo de semente de girassol, respectivamente, aplicados em lesões induzidas em equinos.

Conclusão:

Sob as condições experimentais do presen-te estudo, as avaliações dos resultados obtidos permitiram concluir que o uso tópico do látex de Sangue de Dragão, Croton lechleri, mostrou-se benéfico no processo de cicatrização das feridas cutâneas experimentalmente induzidas nos equi-nos usados neste experimento. No geral, acredi-ta-se que foi satisfatória a resposta cicatricial ao tratamento testado, porém, nas lesões glúteas, a resposta cicatricial foi maior ao tratamento expe-rimental do que nas lesões metacarpianas. O estudo sugere que o látex de Croton lechleri pos-sa ser usado como uma possibilidade terapêutica na terapia de feridas equinas, mas vale ressaltar que estudos adicionais são necessários para determinar os efeitos desse fitoterápico em dife-rentes estágios de cicatrização, além de investi-gações quanto a concentração ideal do látex nas aplicações cutâneas.

Agradecimentos:

A Deus e minha família por todo incentivo e apoio que sempre me concederam.

A todos os professores que me ensinaram ao longo dessa graduação, pois foi a soma dos esforços de cada um que me trouxeram até aqui.

Ao meu orientador M.V. M.Sc Vitor Dal-mazo Melotti por termos realizado esse experi-mento e por ter me apresentado a rotina dos ani-mais de grande porte.

Ao professor M.V. M.Sc Rômulo Eloi pela imensa ajuda com as análises histológicas.

À Gerência de Apreensão de Animais do

Page 14: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1850

DF, em especial ao sr Ralf e ao M.V. Justino, que muito me auxiliaram e ensinaram sobre cavalos e seres humanos.

Aos meus colegas de graduação em medi-cina veterinária e a minha grande amiga M.V. Mariana Monteiro Amado, por toda a força e in-centivo.

Ao ICESP e ao NIP pelo apoio prestado aos alunos.

Referências:

ARAUJO, G.H.M.; CARVALHO, A.B.B.; SANTOS, G.P.; ANJOS, J.C.R.; OLIVEIRA, R.S.; RABELO, R.E.; MORAES, J.M. Cicatrização de ferida pro-funda em equino com uso de dreno ativo, laser de baixa potência e ultrassom terapêutico: Relato de Caso. Revista Acadêmica Ciência Animal : Edi-ção Especial - Medicina de Equídeos, Curitiba, v. 16, n. 1, p. 1-6, ago. 2018. Disponível em: https://periodicos.pucpr.br/index.php/cienciaanimal/article/view/23704. Acesso em: 28 out. 2019.

AGRODEFESA GO. Requisição e resultado de diagnóstico de AIE . 2016. 1 Ilustração p&b. Dis-ponível em: http://www.agrodefesa.go.gov.br/files/anexoIlabevet.pdf. Acesso em: 13. Abr. 2019.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tística. Ministério da Economia. Censo agrope-cuário, florestal e aquícola 2017. Rio de Janei-ro: IBGE, 2019. Disponível em: <https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/templates/censo_agro/resultadosagro/index.html>. Acesso em: 29 out. 2019.

CAMPOS, M.S. Avaliação da biocompatibilida-de da seiva do Croton lechleri (Sangue de Dragão) em tecido subcutâneo de ratos . 2009. 67 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Esta-dual Paulista, Faculdade de Odontologia de Ara-çatuba, 2009.

CAMPOS, A.C.L.; BORGES-BRANCO, Alessan-dra; GROTH, Anne K. Cicatrização de Feridas. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva, Curiti-ba – PR, v. 20, n. 1, p.51-58, 2007.

CULBERT, D. Flowers, leaves and trunk - San-gre de grado . 30 outubro 2019. 1 fotografia. Dis-ponível em: http://tropical.theferns.info/image.php?id=Croton+lechleri. Acesso em: 30 out. 2019.

DAVIES, Z. Equine Science . Third Edition. Ed. Wiley-Blackwell: 2018. 418p.

DONG, Y. L.; HE, L.C.; WANG, H.H.; YOU, H.S.; WU, J.F. Effect of taspine hydrochloride on skin wound healing in rats and its mechanism. Journal of Chinese integrative medicine , v. 3, n. 5, p. 386-390, 2005.

ELOI, R.S.A.; BLUME, G.R. Laudo de análises histológicas de lesões cutâneas. Laboratório Histopato . 4 fotografias. Brasília, 2019.

FERREIRA, J.C.; SOUZA, M.V.; VILÓRIA, M.I.V.; FONSECA, E.F.; VIANNA, M.W.S.; COSTA, J.C.M. Efeitos da monofenilbutazona em eqüinos cicatrização por segunda intenção. Revista Ce-res , v. 54, n. 1, p. 262-269, 2007.

JANSEN, T.; FORSTER, P.; LEVINE, M.A.; OEL-KE, H.; HURLES, M.; RENFREW, C.; WEBER, J.; OLEK, K. Mitochondrial DNA and the origins of the domestic horse. Proceedings of The Natio-nal Academy of Sciences , v. 99, n. 16, p. 10905-10910, jun. 2002. Disponível em: http://www.pnas.orgcgidoi10.1073pnas.152330099. Acesso em: 30 set. 2019.

KAUER, D.P.; HUSSNI, C.A.; PELLIZZON, C.H.; ALONSO, J.M.; GUSHIKEN, L.F.S. Tratamentos de feridas cutâneas experimentais com extrato e Óleo de Copaíba em equinos. XXVIII Congresso de Iniciação Científica da Unesp . Bauru – SP, 2016.

KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; FAUSTO, N.; ASTER, J.C. Robbins & Cotran Patologia: Bases Pato-lógicas das Doenças. 8. ed. São Paulo: Elsevier, 2010. p. 4456.

LIMA, R.A.S.; CINTRA, A.G.C. Revisão do estu-do do complexo do agronegócio do cavalo . Brasília: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2016, 56p.

LOPES, T.V. Avaliação da ação cicatricial da seiva do Croton lechleri. 2014. 69f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Veterinária. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2014.

LOPES, T.V.; FÉLIX, S.R.; SCHONS, S.V.; NOBRE, M.O. Dragon's blood (Croton lechleri Mull., Arg.): an update on the chemical composi-tion and medical applications of this natural plant extract. A review. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, Fortaleza, v. 7, n. 2, p. 167 – 191, 2013.

LUCAS, F.A.; KANDROTAS, A.L.; NETO, E.N.; SIQUEIRA, C.E.; ANDRÉ, G.S.; BROMERS-CHENKEL, I.; PERRI, S.H.V. Copaiba oil in expe-rimental wound healing in horses. Ciência Rural,

Page 15: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1851

Santa Maria, v.47, n. 4, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782017000400601. Acesso em: 24 mar. 2019.

LUNZ, A.M.P. O caso do Sangue de Dragão, es-pécie medicinal da Amazônia. Página Rural . 2012. Disponível em: http://www.paginarural.com.br/artigos_detalhes.php?id=2328&imprimir=1. Acesso em: 16 abr. 2019.

MARTINS, P.S.; ALVES, A.L.G.; HUSSNI, C.A.; SEQUEIRA, J.L.; NICOLETTI, J.L.M.; THOMAS-SIAN, A. Comparação entre fitoterápicos de uso tópico na cicatrização de pele em equi-nos. Archives Of Veterinary Science , Curitiba, v. 8, n. 2, p.1-7, 2003.

NATIKKA. Red resin seeping from a wound in the trunk . 30 outubro 2019. 1 fotografia. Disponí-vel em: http://tropical.theferns.info/plantimages/5/4/54644c2f76e8f30e79f19bc91d8b3492a574bd98.jpg. Acesso em: 30 out. 2019.

NITZ, A.C.; ELY, J.B.; D’ACAMPORA, A.J.; TA-MES, D.R.; CORRÊA, B.P. Estudo morfométrico no processo de cicatrização de feridas cutâneas em ratos, usando: Coronopu didymus e Calendula officinali. Arquivos Catarinenses de Medicina , Santa Catarina, v. 35, n. 4, p.74-79, 2006.

OLIVEIRA JUNIOR, L.A.T. Efeitos do uso tópico de óleo de semente de girassol ( Helianthus annus) em feridas cutâneas experimentalmen-te induzidas em equinos . 2010. 62f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) Centro Universitá-rio Vila Velha, Espírito Santo, 2010.

OSAKADA, A. Desenvolvimento inicial de san-gue-de-dragão ( Croton lechleri MÜLL.ARG.) sob diferentes classes de solos, corretivos e níveis de luminosidade na Amazônia Central . 2009. 75 f. Dissertação (Mestrado em Fisiologia vegetal, Fitogeografia, Sistemática e Taxonomia vegetal, Botânica aplicada, Biologia vege) - Insti-tuto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Ma-naus, 2009.

PAGANELA, J.C.; RIBAS, L.M.; SANTOS, C.A.; FEIJÓ, L.S.; NOGUEIRA, C.E.W.; FERNANDES, C.G. Abordagem clínica de feridas cutâneas em equinos. Revista Portuguesa de Ciências Vete-rinárias . Artigo de revisão, v. 104, p. 569-572, 2009.

RIBEIRO, G.; SILVA, M.A.G.; MARTINS, C.B.; BORGES, V.P.; LACERDA NETO, J.C. Associa-ção fitoterápica no tratamento de feridas cutâneas induzidas em equinos. Arquivo Brasileiro de

Medicina Veterinária e Zootecnia , v. 65, n. 5, p. 1427-1433, 2013.

RODRIGUES, M.C.J.; MELOTTI, V.D. Uso da seiva do Sangue de Dragão (Croton lechleri) no tratamento de feridas por segunda intenção em equinos. Anais do 14ª Simpósio de TCC e 7º Seminário de IC da Faculdade ICESP . v. 14, 2018.

RUH, A.C.; FERNANDES, D.; ARTONI, R.F.; FA-VERO, G.M. Inflamação: entre a regeneração e a cicatrização. Publicatio UEPG : Ciências Biológi-cas e da Saúde, Ponta Grossa, v. 19, n. 1, p. 11-19, 2013.

SILVA, M.A.G.; CANOLA, P.A.; RIBEIRO, A.P.C.; MENDONÇA, C.C.; TRENTO, T.; SCHMIDT, A.B. Eficácia da alantoína e do óxido de zinco (Alan-tol®) na cicatrização deferidas em equinos. Ciên-cia Veterinária nos Trópicos , Recife, v. 17, n. 3, p. 54, set/dez, 2014.

SILVA, M.F.A. Cicatrização. In: OLIVEIRA, André L. A. Técnicas cirúrgicas de pequenos ani-mais . 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. Cap. 7, p. 119-120.

SOUZA, D.W.; MACHADO, T.S.L.; ZOPPA, A.L.V.; CRUZ, R.S.F., GÁRAGUE, A.P.; SILVA, L.C.L.C. Ensaio da aplicação de creme à base de Triticum vulgare na cicatrização de feridas cutâneas indu-zidas em equinos. Revista Brasileira de Plantas Medicinais , Botucatu, v. 8, n. 3, p.9-13, 2006.

SOUZA, M.V.; PINTO, J.O; COSTA, M.; SANTOS, E.C; GARCIA, S.L.R; OLIVEIRA, L.L. Quantifica-ção de fatores de crescimento na pele de equinos tratada com plasma rico em plaquetas. Pesquisa Veterinária Brasileira . v. 34, n. 6, p.599-612, 2014.

STEINER, D.; BOSCARATO, A.G.; ORLANDINI, C.F.; JARDIM, G.F.; ALBERTON, L.R. Considera-ções sobre o processo de cicatrização em feridas dermais em equinos. Enciclopédia Biosfera - Centro Científico Conhecer , Goiânia, v. 16, n. 29, p.524-538, 2019. Disponível em: <http://www.conhecer.org.br/enciclop/2019a/agrar/consideracoes.pdf>. Acesso em: 28 out. 2019.

THEORET, C. Physiology of Wound Healing: Phases of wound repair. In: THEORET, Christine; SCHUMACHER, Jim. Equine Wound Manage-ment. 3. ed.: John Wiley & Sons, Inc., 2016. Cap. 1. p. 1-13.

VIANA, L.F.S.; Wenceslau, A.A.; Costa, S.C.L.; Figueiredo, M.A.F.; Andrade, F.S.S.D.; Ferreira, M.L. Tratamentos complementares para ferida

Page 16: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18);1837-1852 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

1852

com tecido de granulação exuberante em um equino - Relato de caso. Revista Brasileira de Medicina Veterinária , Niterói, v. 36, n. 4, p. 417-420, out/dez, 2014.

WILMINK, J.M.; VEENMAN, J.N.; VAN DEN BO-

OM, R.; RUTTEN, V.P.M.G.; NIEWOLD, T.A.; LEES, P.; ARMSTRONG, S.; VAN WEEREN, P. R.; BARNEVELD, A. Differences in polymorpho-nucleocyte function and local inflammatory res-ponse between horses and ponies. Equine Vete-rinary Journal , v. 35, n. 6, p. 561-569, 2003.

Page 17: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

Apêndice A: Avaliação clínica do Equino 1 no antes da cirurgia, com 3, 7, 14, 21 e 35 dias pós confecção das lesões

Parâmetro: Dia 0: Dia 3: Dia 7: Dia 14: Dia 21: Dia 35:

Frequência cardíaca (bpm) 32,0 30,0 32,0 32,0 32,0 32,0

Frequência respiratória (mpm) 16,0 16,0 18,0 18,0 18,0 18,0

Temperatura corpórea (ºC) 37,6 37,6 37,6 37,6 37,2 37,3

Tempo de preenchimento capilar (segundos)

2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0

Coloração de mucosas Rosa claro Rosa claro Rosa claro Rosa claro Rosa claro Rosa claro Fonte: Autor (2019).

Page 18: Suliana Ferreira de Almeidanippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos... · 2020. 1. 27. · Contato: Suliana.almeida@gmail.com, vitor.dalmazo@icesp.edu.br Introdução

Apêndice B: Avaliação clínica do Equino 2 no antes da cirurgia, com 3, 7, 14, 21 e 35 dias pós confecção das lesões

Parâmetro : Dia 0: Dia 3: Dia 7: Dia 14: Dia 21: Dia 35:

Frequência cardíaca (bpm) 30,0 32,0 30,0 30,0 30,0 32,0

Frequência respiratória (mpm) 18,0 18,0 16,0 18,0 18,0 18,0

Temperatura corpórea (ºC) 37,6 37,6 37,6 37,7 37,6 37,7

Tempo de preenchimento capilar (segundos)

2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0

Coloração de mucosas Rosa claro Rosa claro Rosa claro Rosa claro Rosa claro Rosa claro Fonte: Autor (2019).