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Introdução
Verifica-se, a nível mundial, um aumento da procura de energia. Os desenvolvimentos
tecnológicos no sector da energia são contínuos. O reconhecimento do efeito dos sistemas energéticos
no ambiente, na sociedade e na economia leva a repensar o modelo energético actual. Por todo o
mundo, tem-se assistido à liberalização dos mercados e ao crescimento da concorrência. O rápido
aumento do consumo de energia, em conjunto com os problemas do actual modelo energético, faz com
que seja essencial um novo modelo com máxima eficiência e poupança energética.
Os países estão a explorar fontes de energia alternativas para assegurar a sustentabilidade da
sociedade moderna e ajudar a enfrentar as necessidades futuras. A questão fulcral consiste em
satisfazer as crescentes necessidades energéticas sem afectar negativamente o ambiente e garantindo
o bem-estar das gerações actuais e futuras. Assiste-se já à emergência de uma nova era, onde as
energias renováveis terão um papel dominante. A Suécia não é excepção: os objectivos ambientais são
concretos e definidos e o crescimento das energias renováveis é uma realidade.
Este mercado é ainda pouco explorado na Suécia, na medida em que, apesar de a energia
hidroeléctrica ter um grande peso no modelo energético sueco, estão a ser desenvolvidas outras
estruturas que permitam utilizar outros tipos de energia renovável. Explorando as potencialidades
energéticas suecas, é possível a construção de um modelo energético sustentável.
Este estudo pretende essencialmente dar a conhecer o mercado energético sueco e apontar
opções que possam ser exploradas pelas empresas portuguesas.
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Índice
1. – Sector energético: Perspectiva Internacional 6 1.1. – Visão Global 6 1.2. – Produção de Energia 7
2. – O Mercado Sueco: Fornecimento de Energia 11
2.1. – Visão Global 11 2.2. – Electricidade 13 2.3. – Aquecimento e Arrefecimento Distrital 17 2.4. – Petróleo 21 2.5. – Carvão 21 2.6. – Gás Natural 22 2.7. – Nuclear 23 2.8. – Hidroeléctrica 24 2.9. – Marés 25 2.10. – Eólica 26 2.11. – Solar 28 2.12. – Geotérmica 29 2.13. – Biomassa 29 2.14. – Células de Combustível (Hidrogénio) 32
3. – O Mercado Sueco: Consumo de Energia 32
3.1. – Sector Residencial/Serviços 32 3.2. – Sector Industrial 33 3.3. – Sector dos Transportes 34
4. – O Mercado Sueco: Players 36 5. – O Mercado Sueco: Políticas Energéticas 37
5.1. – Objectivos Energéticos 37 5.2. – Políticas Energéticas 38 5.3. – Investigação e Desenvolvimento 39 5.4. – Concursos 39 5.5. – Cooperação Internacional 40
6. – Oportunidades de Mercado 40
6.1. – Cenário Futuro 40 6.2. – Oportunidades de Mercado 41
7. – Sites Consultados 41
8. – Anexos
8.1. – Anexo 1: Kungälv Solar Thermal Heating 42
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Índice de Gráficos
1. – World Consumption 6
2. – Consumption per capita 2008 7
3. – Oil consumption by region 2008 7
4. – Oil production by region 2008 8
5. – Natural gas consumption by region 2008 8
6. – Natural gas production by region 2008 9
7. – Coal consumption by region 2008 9
8. – Coal production by region 2008 9
9. – Nuclear power consumption by region 2008 10
10. – Fornecimento e uso da energia 2008 11
11. – Índice de performance ambiental 2008 12
12. – Produção de electricidade na Suécia 1970-2008 13
13. – Combustíveis usados na produção de electricidade
na Suécia 1985-2008 14
14. – Utilização de electricidade por sector 2008 15
15. – Número de certificados emitidos por tipo de central 2003-2008 16
16. – Fontes de energia usadas no aquecimento distrital
na Suécia 1985-2008 18
17. – Importações de petróleo 2008 21
18. – Uso de derivados de petróleo na Suécia, incluindo armazenamento
1970-2008 21
19. – Uso de carvão na produção de energia na Suécia 1985-2008 22
20. – Fornecimento de gás natural na Suécia 1985-2008 22
21. – Produção de electricidade a partir da energia eólica 1985-2008 26
22. – Uso de biocombustíveis, turfa, etc. na indústria na Suécia 1985-2008 30
23. – Uso de biocombustíveis, turfa, etc. no aquecimento distrital
na Suécia 1985-2008 31
24. – Fontes de energia usadas no sector residencial/serviços 1985-2008 32
25. – Fontes de energia usadas no sector industrial 1985-2008 33
26. – Consumo de energia por sector industrial 1990-2008 34
27. – Combustíveis no sector dos transportes 2008 34
28. – Biocombustíveis no sector dos transportes 2000-2008 35
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Índice de Tabelas
1. – Renewable energy added and existing capacities 2008 10
2. – Produção e consumo de electricidade 2008 14
3. – Importação/Exportação de energia 2008 15
4. – Maiores produtores de electricidade na Suécia 1996-2008 17
5. – Empresas na área de aquecimento distrital por sector de laboração 19
6. – Fornecedores de arrefecimento distrital na Suécia 20
7. – Empresas na área de arrefecimento distrital por sector de laboração 20
8. – Produção eléctrica nas centrais nucleares suecas 2004-2008 23
9. – Capacidade instalada (acima 20MW) por rio 2008 24
10. – Produção eléctrica por rio 2008 24
11. – Maiores centrais hidroeléctricas na Suécia 2008 25
12. – Maiores reservatórios de água na Suécia 2008 25
13. – Empresas na área da biomassa por sector de laboração 31
14. – Empresas presentes no mercado sueco de energia (Janeiro 2009) 36
Índice de Figuras
1. – Sistema dos certificados de electricidade 16
2. – Sistema de aquecimento distrital 17
3. – Sistema de arrefecimento distrital 19
4. – Centrais nucleares na Suécia 23
5. – Sistema Seabased 26
6. – Parques eólicos na Suécia (2009) 27
7. – Perdas de calor numa moradia 33
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1. Sector Energético: Perspectiva Internacional
1.1. Visão Global
O consumo mundial de energia primária – incluindo petróleo, gás natural, carvão, energia
nuclear e energia hidroeléctrica – cresceu 1,4%1 em 2008 em relação ao ano anterior, o menor
crescimento desde 2001 (Gráfico 1 ). A International Energy Agency (IEA) estima que o consumo de
energia tenha caído cerca de 1,6% em 2009 como resultado da crise económica e financeira. Mas
também é esperado que o consumo de energia siga, a longo prazo, a sua tendência ascendente, com a
recuperação económica.
De acordo com o BP Energy Report 2009, pela primeira vez o consumo de energia nos países
fora da OCDE excedeu o consumo dos países da OCDE. A região da Ásia-Pacífico, por si só, é
responsável por 87% do crescimento do consumo de energia primária em 2008. Apesar de ter
abrandado pelo quinto ano consecutivo, o consumo energético chinês contribuiu para quase três quartos
do aumento do consumo de energia primária. O consumo nos E.U.A. decresceu 2,8%, o maior declínio
desde 1982 (Gráfico 2 ).
A região da Ásia-Pacífico foi responsável por 35,3% do consumo de energia em 2008, seguindo-
se a Europa e a Euroasia com 26,2% e a América do Norte com 24,8%. O Médio Oriente consumiu
5,4%. A América Central e do Sul foi responsável por 5,1% do consumo. Por fim, na região africana
contabilizou-se 3,2% do consumo mundial de energia de 2008.
1 BP Energy Report 2009
Gráfico 1 – World Consumption (million tones oil equivalent) Fonte: BP Energy Report 2009
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1.2. Produção de energia
Em 2008 e pelo terceiro ano consecutivo, o carvão teve a principal fatia no crescimento do
consumo de energia primária. O petróleo é ainda o recurso mais importante a nível mundial, apesar de o
seu consumo ter vindo a decrescer em favor do carvão e do gás natural.
Petróleo
O petróleo representou 34,8%2 do consumo mundial de energia em 2008. O consumo global de
petróleo caiu 0,6%, a primeira quebra desde 1993 e o maior desde 1982 (Gráfico 3 ). O consumo nos
países da OCDE caiu 3,2%. Fora da OCDE o consumo abrandou mas continuou a crescer,
especialmente entre os
países exportadores. O
comércio de petróleo caiu em
1,7% em 2008, a primeira
queda desde 2002 e a maior
desde 1987, devido à
redução do consumo dos
países importadores
(especialmente os países da
OCDE) e ao aumento do
consumo interno dos países
exportadores.
2 BP Energy Report 2009
Gráfico 2 – Consumption per capita 2008 (tones oil equivalent) Fonte: BP Energy Report 2009
Gráfico 3 – Oil co nsumption by region 2008 (million barrels day) Fonte: BP Energy Report 2009
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Enquanto o consumo decresceu, a produção de petróleo cresceu 0,4%. Em 2008 a capacidade
instalada para refinação aumentou em cerca de 830.000 barris por dia, sendo que a maior parte do
crescimento se fez na região da Ásia-Pacífico. Destaca-se a China onde a capacidade instalada cresceu
2,9%. Os maiores produtores são a Arábia Saudita, os países da antiga União Soviética, EUA, o Irão e a
China (Gráfico 4 ).
Gás natural
O gás natural representou 24,1%3 do consumo mundial de energia em 2008 (Gráfico 5 ). O
consumo de gás natural cresceu 2,5%, um valor abaixo da média da última década. O comércio de gás
natural aumentou igualmente 3,8%.
A produção, por sua
vez, cresceu em 3,8%
(Gráfico 6 ). Pelo segundo ano
consecutivo, este crescimento
foi fortemente fomentado
pelos EUA. A produção na UE
cresceu pela primeira vez
desde 2004. Os maiores
produtores são os países da
antiga União Soviética, EUA,
Canadá, Irão e Noruega.
3 BP Energy Report 2009
Gráfico 4 – Oil production by region 2008 (million barrels day ) Fonte: BP Energy Report 2009
Gráfico 5 – Natural gas consumption by region 2008 (billion cu bic meters) Fonte: BP Energy Report 2009
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Carvão
O consumo global de carvão abrandou em 2008 (Gráfico 7 ), apesar de este continuar a ser o
recurso com maior ritmo de crescimento e representar 29,3%4 do consumo mundial de energia. Os
maiores produtores são a China, EUA, Índia, Austrália e os países da antiga União Soviética (Gráfico 8 ).
Em mercados liberalizados, os preços do carvão em 2008 aumentaram mais rapidamente do que os de
outros combustíveis fósseis.
4 BP Energy Report 2009
Gráfico 6 – Natural gas production by region 2008 (billion cub ic meters) Fonte: BP Energy Report 2009
Gráfico 7 – Coal consumption by region 2008 (million tones equivalent) Fonte: BP Energy Report 2009
Gráfico 8 – Coal production by region 2008 (million tones equivalent) Fonte: BP Energy Report 2009
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Nuclear
A produção de energia nuclear decresceu em 0,7%5, seguindo a tendência do consumo (Gráfico
9). A energia nuclear assegura cerca de 6% do consumo mundial de energia, mas vários países
reflectem, a longo prazo, na possibilidade de terminar a produção pelos riscos que acarreta.
Energias renováveis
As energias renováveis continuaram a crescer a um ritmo elevado. A energia hidroeléctrica
aumentou 2,8%, sendo que a produção cresceu 20,3% na China e decresceu 0,4% no resto do mundo.
A capacidade instalada das energias eólica e solar cresceu 29,9% e 69%, respectivamente. A produção
de etanol cresceu 34%, liderada pelos aumentos nos EUA e Brasil.
5 BP Energy Report 2009
Gráfico 9 – Nuclear power consumption by region 2008 (million tones oil equivalent) Fonte: BP Energy Report 2009
Tabela 1 – Renewable energy added and existing capacities 200 8 Fonte: REN21 2009
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2. O Mercado Sueco: Fornecimento de Energia
2.1. Visão Global
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São produzidos por ano na Suécia cerca de 150TWh de electricidade, sendo que 90%6 desta
produção assenta em energia hidroeléctrica e nuclear. A restante produção provém de combustíveis
fósseis, biomassa e energia eólica. Esta última ainda tem muito potencial a explorar, na medida em que
produz apenas cerca de 2TWh por ano. A electricidade em conjunto com o aquecimento distrital é a base
do sistema de energia sueco (excepto transportes). Os sectores industrial, de serviços e residencial são
altamente dependentes da electricidade. Contudo, o petróleo continua a dominar o sector dos
transportes.
A Suécia está relativamente avançada no que respeita ao cumprimento dos objectivos e
exigências ambientais. O foco na eficiência energética e em fontes alternativas de energia é evidente.
Actualmente, é responsável por apenas uma fatia modesta das emissões de dióxido de carbono, já que o
seu modelo energético se baseia essencialmente em energia hidroeléctrica e nuclear, conjuntamente
com centrais de co-geração de calor e electricidade (Combined Heat and Power – CHP), as quais
utilizam abundantemente biocombustíveis e
desperdícios florestais. Segundo o Environmental
Performance Index (Gráfico 11 ), a Suécia é um
dos líderes mundiais em termos de performance
ambiental.
É também o país da União Europeia (UE)
com maior percentagem de energias renováveis,
com 44,1%7. Desde 2002 que a produção de
energia eléctrica proveniente de fontes
renováveis aumentou em 7,7TWh8, em parte
devido aos grandes incentivos estatais. Em 2008,
cerca de 14,2TWh de electricidade foram
produzidas através de fontes renováveis. Devido
à pesquisa e desenvolvimento feitos na área
energética e à boa utilização dos recursos
naturais suecos, o país não é dependente do petróleo, gás natural, carvão ou outras importações de
energia, como acontece noutros países europeus. Por isso, o objectivo de 49% até 2020 definido pela
UE no Outono de 2008 prevê-se alcançável, sendo que exige que o desenvolvimento das energias
renováveis acelere. Segundo a Swedish Energy Agency, são necessários mais 1.000 trabalhadores
todos os anos no sector da energia para suportar os novos investimentos e eventuais reformas de
antigos trabalhadores.
De facto, a preservação ambiental e as mudanças no clima representam duas das principais
preocupações dos suecos. Segundo um estudo do SOM Institutet Göteborgs Universitet (2008), 51% dos
suecos preocupam-se com a preservação ambiental e 52% com as mudanças climatéricas. Além disso,
80% concorda com o aumento da produção de energia eólica, 56% com o aumento da energia das
marés, 47% com o aumento da energia hidroeléctrica e 39% com o aumento da energia proveniente da
6 Swedish Energy Agency 2009 7 Swedish Energy Agency 2008; 37,4% em 1998 8 Swedish Energy Agency 2009
Gráfico 11 – Índice de performance ambiental 2008 Fonte: Yale University e Columbia University em colaboração com World Economic Forum e Joint Research Centre of the European Commission
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biomassa. Quanto à energia nuclear, a população já expressou, num referendo realizado em 1980, a sua
concordância com a desactivação das centrais nucleares existentes. Foi acordado que as centrais
seriam desactivadas até 2010 caso houvesse outra forma de energia que conseguisse assegurar um
fornecimento equivalente ao da energia nuclear.
Este é o ponto central do dilema energético sueco, já que as grandes preocupações ambientais
entram em conflito com a importância da energia na competitividade da indústria, essencialmente
exportadora, e também com os investimentos governamentais em reactores nucleares mais modernos,
ao mesmo tempo que aposta nas energias renováveis. É essencial assegurar um fornecimento que
permita a competitividade da indústria. Este assunto poderá ter fortes implicações políticas, visto que
será discutido no Parlamento em Março/Abril de 2010 e se realizarão eleições legislativas em Setembro.
As recomendações da Swedish Energy Agency para o modelo energético sueco são:
• Clarificar as condições para o uso actual e futuro da capacidade instalada de energia nuclear,
considerando os preços da electricidade, as alterações climáticas e o fornecimento seguro de
energia;
• Esforços contínuos para reduzir o uso de petróleo nos transportes, especialmente encorajando
um uso mais eficiente de combustível e promovendo alternativas aos combustíveis fósseis;
• Foco no aumento das energias renováveis mais sustentáveis, baseando-se na avaliação dos
seus benefícios económicos, ambientais e sociais.
2.2. Electricidade
Nos últimos anos assistiu-se a várias mudanças nos mercados da electricidade nos países
nórdicos, resultantes da liberalização dos mercados. A Suécia faz parte do sistema de electricidade
escandinavo (Nord Pool), ligando-se à Dinamarca, Finlândia e Noruega; tem também conexões com a
rede de electricidade alemã e polaca.
A produção de electricidade tem sido, desde os anos 80, dominada pela energia hidroeléctrica e
nuclear. O restante é produzido através de centrais de co-geração de calor e electricidade (Combined
Heat and Power – CHP), as quais geram energia a partir de biocombustíveis (essencialmente biomassa
e celulose) e desperdícios. A
contribuição da energia eólica é
ainda muito reduzida apesar de
haver grande potencial para
crescimento. A variação anual
desta combinação de fontes de
energia depende da
disponibilidade de água, sendo
que nos anos em que a
pluviosidade é maior a energia
hidroeléctrica regista uma maior
fatia (Gráfico 12 ).
Gráfico 12 – Produção de electricidade na Suécia 1970 -2008 *Hidroeléctrica inclui eólica até 2000 Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
*
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Na última década, esta combinação tem vindo a ser alterada devido às variações da
precipitação, ao encerramento de dois reactores nucleares (Barsebäck 1 e 2) e ao aumento do uso da
biomassa. A utilização da capacidade instalada decresceu um pouco para a energia hidroeléctrica,
sendo que aumentou para a nuclear, a geotérmica e a eólica.
Em 2008 o total de energia eléctrica produzida na Suécia foi 146TWh9, um aumento de 0,7% em
relação ao ano anterior. Destes, 68,4TWh resultaram da força hidráulica e 61,4TWh das centrais
nucleares. 2TWh derivaram da energia eólica (Tabela 2 ). Vários incentivos para expandir a produção de
electricidade através de energias renováveis culminaram com o aparecimento, em 2003, dos certificados
de electricidade.
9 Swedish Energy Agency e Statistics Sweden
Tabela 2 – Produção e consumo de electricidade 2008 (TWh; val ores negativos são exportações) Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
Gráfico 13 – Combustíveis usados na produção de electricidade n a Suécia 1985 -2008 Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
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Entre 1970 e 1987 o uso de
electricidade na Suécia cresceu a
uma taxa média de quase 5% por
ano. Porém, desde então que este
ritmo de crescimento abrandou
significativamente. O total de energia
eléctrica consumido foi de 144TWh.
Uma redução de 1,6% em relação a
2007. O sector residencial e de
serviços foi responsável por 49%
deste consumo, seguindo-se a
indústria -38,5% (Gráfico 14 ).
A balança comercial
energética é positiva, com as
exportações, em 2008, superiores em 2TWh às importações. A maior parte da exportação de energia
destinou-se, pelo segundo ano consecutivo, à Dinamarca10. Quanto às importações, a maior parte
proveio da Noruega, como aliás tinha acontecido em 2007 (Tabela 3 ).
Certificados de electricidade
Os certificados de electricidade são um sistema de apoio baseado no mercado, e criado com o
objectivo de expandir a produção de electricidade através de fontes de energia renováveis (incluindo as
centrais de co-geração de calor e electricidade que usam turfa como combustível). O objectivo até 2020,
definido em Junho de 2009 pelo Parlamento, é de aumentar a produção para 25TWh, sendo que deste
valor se excluem as grandes centrais hidroeléctricas.
Em 2002 a Suécia produzia já 70,3TWh11 de electricidade proveniente de fontes de energia
renováveis, mas maioritariamente (90%) de grandes centrais hidroeléctricas. Em Maio de 2003 foi
introduzido o sistema de certificados de electricidade, que durará até 2030. O sistema é regulado pela
Swedish Energy Agency e pela Svenska Kraftnät.
10 Svenska Kraftnät 11 Swedish Energy Agency
Gráfico 14 – Utilização de electricidade por sector 2008 (TWh) Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
Tabela 3 – Importação/Exportação de energia 2008 (TWh; os val ores de 2007 encontram-se entre parêntesis) Fonte: Svenska Kraftnät
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Pela produção de um megawatt-hora (MWh) de energia proveniente de fontes renováveis ou turfa, os
produtores recebem um certificado de electricidade. Os certificados existem apenas em formato
electrónico e não podem ser convertidos para formato papel.
Os tipos de energia considerados para o efeito são: eólica; solar; marés; geotérmica; biomassa;
turfa (quando queimada em centrais de co-geração de calor e electricidade); hidroeléctrica (apenas
pequenas centrais).
~
O sistema funciona da seguinte forma: todos os consumidores de electricidade têm de apoiar a
produção de energia através de fontes renováveis. Assim, o Governo atribui aos produtores de
electricidade que respeitam os requisitos um certificado por cada megawatt-hora (MWh) produzido e os
fornecedores de electricidade, bem como certos utilizadores, estão obrigados a comprar um determinado
número de certificados, de acordo com a proporção da sua venda ou consumo de electricidade. A
quantidade de certificados
(quota) a ser comprados varia
anualmente, consoante as
vendas de electricidade
declaradas à Swedish Energy
Agency, aumentando a
procura. Em troca, há um
incentivo ao aumento da
produção de energia
renovável, já que os
produtores recebem receitas
adicionais por cada certificado
vendido (Figura 1 ).
Figura 1 – Sistema dos certific ados de electricidade Fonte: Swedish Energy Agency
Gráfico 15 – Número de certificados emitidos por ti po de central 2003-2008 Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
Eólica
Hidroeléctrica
Biocombustíveis
Turfa
Total
Mil
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ica
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Num mercado competitivo, o preço dos certificados é determinado pela relação entre a oferta e a
procura. Vários factores afectam a fixação do preço, como por exemplo a procura esperada por
certificados, a instalação esperada de nova capacidade, decisões políticas, etc. Os custos dos
certificados para os fornecedores de electricidade são incluídos como parte do preço da electricidade
que estes cobram aos consumidores. O sistema, apesar de aumentar o preço final no consumidor, reduz
o impacto ambiental da produção de electricidade.
Todos os produtores e fornecedores de electricidade estão registados no sistema electrónico
Cesar da Svenska Kraftnät. A transferência de certificados é efectuada através deste sistema.
Empresas produtoras de electricidade
O mercado da electricidade é desde há vários anos dominado por três empresas: Vattenfall,
E.ON e Fortum. A Vattenfall produziu 45,2% do total de fornecimento de electricidade na Suécia em
2008, sendo que a E.ON produziu 20,4% e a Fortum 19,1%. Isto deve-se essencialmente ao seu
domínio no ramo da energia hidroeléctrica. Pode ver-se a evolução desde 1996 na Tabela 4 .
2.3. Aquecimento e Arrefecimento Distrital
O aquecimento distrital é a forma de aquecimento dominante na Suécia. Define-se como a
produção e fornecimento centralizados de água quente, distribuída por um sistema fechado de tubos e
usado para o aquecimento de edifícios através de radiadores e o fornecimento de água quente (Figura
2). O aquecimento distrital é uma alternativa energética eficiente e ecológica, na medida em que utiliza
vários tipos de combustíveis renováveis.
O aquecimento distrital é
usado desde o final da década de
40 e, actualmente, existem mais
de 200 sistemas de aquecimento
distrital. Fornece cerca de
metade do aquecimento
necessário para residências e
estabelecimentos comerciais.
Quase três quartos dos edifícios
residenciais são aquecidos por
Tabela 4 – Maiores produtores de electricidade na S uécia 1996-2008 (TWh) Fonte: Swedish Energy Agency
Figura 2 – Sistema de aquecimento distrital Fonte: Swedish Energy Agency
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aquecimento distrital. Em 2008, foram consumidos cerca de 55TWh no aquecimento central. O sector
residencial, serviços, etc. utilizou cerca de 42,6TWh, enquanto a indústria apenas utilizou 5,6TWh.
As centrais de aquecimento distrital (centrais térmicas, centrais de co-geração de calor e
electricidade, etc.) usadas para o aquecimento central, podem utilizar vários tipos de combustível. Em
1970 a biomassa fornecia cerca de 2%12 da energia usada para o aquecimento distrital. Hoje em dia
fornece 62%13 dessa energia.
As políticas energéticas favoreceram o aquecimento distrital através de vários incentivos para a
substituição dos sistemas de aquecimento a petróleo, eléctricos ou outros, sendo que 21%14 das
conversões dos sistemas de aquecimento a petróleo e 69% das conversões dos sistemas de
aquecimento eléctrico foram para aquecimento distrital.
Os organismos oficiais ligados ao aquecimento distrital são a Swedish District Heating
Association, Swedish Energy Agency e Swedish Trade Council.
A Suécia é líder em sistemas de aquecimento distrital pela sua longa experiência no
planeamento, construção e manutenção destes sistemas. Nos últimos anos, várias empresas e peritos
suecos estiveram envolvidos no planeamento, modernização e expansão de centrais e redes de
aquecimento distrital na Europa Central e de Leste e na América do Norte. De facto, está em
crescimento o interesse internacional no sistema de aquecimento distrital e na expansão das centrais de
co-geração de calor e electricidade. Este tipo de aquecimento permite reduzir significativamente as
emissões e aproveitar vários tipos de energia que, de outra forma, seriam inutilizados.
Algumas das empresas mais conceituadas segundo a Swedish Energy Agency na área do
aquecimento distrital, incluindo produtores de equipamento, encontram-se na Tabela 5 , por sector de
laboração:
12 Swedish Energy Agency 13 Government Offices of Sweden 14 Swedish Energy Agency
Gráfico 16 – Fontes de energia usadas no aquecimento distrital na Suécia 1985-2008 Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
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19
Equipamentos de caldeiras Válvulas, Tubos e Acessórios
Petrokraft Powerpipe Systems
VEÅ Alvenius
Controlo e Automação Industriarmatur ARI
Energy Opticon Mittel Fjärrvärme
TAC TAC
Transferência de Calor Armatec
Alfa Laval Operadores
Armatec Göteborg Energi International
SWEP International Mälarenergi
Medição de Calor Tekniska Verken in Linköping
Metrima Umeå Energi
Tubos (Pré)Isolados Öresundskraft
Alstom Power Flow Systems Subestações
Powerpipe Systems Alfa Laval
Investigação e Desenvolvimento Armatec
Lund Institute of Technology SWEP Internacional
Consultores Apoio à Gestão
FVB District Energy FVB District Energy
Göteborg Energi International Energy Opticon
SWECO International SWECO International
ÅF-Energi & Miljö ÅF-Energi & Miljö
Em relação ao arrefecimento distrital, este apareceu apenas nos anos 90. A primeira central de
arrefecimento distrital foi inaugurada em 1992. Hoje em dia, há cerca de 30 centrais. Estudos mostram
que a procura total por arrefecimento ronda os 2000-5000 GWh15.
Os organismos oficiais ligados ao arrefecimento distrital são a Swedish District Heating
Association, Swedish Energy Agency e Swedish Trade Council.
Baseado no mesmo
princípio do aquecimento distrital,
utiliza água arrefecida a qual é
distribuída através de tubos num
sistema fechado e usada para
arrefecer o ar que circula nos
sistemas de ventilação de
residências, escritórios, edifícios
industriais e outros espaços
(Figura 3 ). A mesma água
regressa à central para ser
arrefecida. Pode inclusive ser
15 Swedish Energy Agency
Tabela 5 – Empresas na área de aquecimento distrital por sect or de laboração Fonte: Swedish Energy Agency
Figura 3 – Sistema de arrefec imento distrital Fonte: Swedish Energy Agency
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
20
arrefecida de forma natural, através das camadas de água fria no fundo dos lagos, rios ou oceanos. A
água sai da central a aproximadamente 6ºC e entra a aproximadamente 16ºC. Os sistemas de
arrefecimento situam-se, geralmente, no centro de grandes áreas urbanas (Tabela 6 ).
Algumas das empresas mais conceituadas segundo a Swedish Energy Agency na área do
arrefecimento distrital, incluindo produtores de equipamento, encontram-se na Tabela 7 , por sector de
laboração:
Investigação e Desenvolvimento Operadores
Lund Institute of Technology Fortum
KTH Göteborg Energi
Chalmers Norrenergi
Subestações Mälarenergi
Alfa Laval Tekniska Verken i Linköping
Armatec Öresundskraft
Swep International Göteborg
Válvulas, Tubos e Acessórios
Powerpipe Systems Consultores e Apoio à Gestão Medição de Calor FVB District Energy
Metrima ÅF-Energi & Miljö
Transferência de Calor Capital Cooling Europe AB
Alfa Laval
Tabela 6 – Fornecedores de arrefecimento distrital na Suécia (GWh) Fonte: Swedish Energy Agency
Tabela 7 – Empresas na área de arrefecimento distrital por se ctor de laboração Fonte: Swedish Energy Agency
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
21
2.4. Petróleo
Em 2008 o petróleo forneceu
31,8%16 do total da energia primária na
Suécia. O sector dos transportes é o
maior dependente do petróleo, usando
quase o triplo do petróleo utilizado em
ambos os sectores industrial e
residencial/serviços.
Aquando da crise petrolífera no
início dos anos 70, 70% da energia na
Suécia era assegurada pelo petróleo.
Desde 1970 que o seu uso, na Suécia,
diminuiu em cerca de 51% (Gráfico 18 ), especialmente o uso de combustíveis para aquecimento.
Em 2008, a Suécia importou cerca de 20,02 milhões de toneladas de petróleo e produtos de
petróleo foram importados. A maior parte das importações (11,09 milhões de toneladas) teve origem no
Mar do Norte (Dinamarca, Noruega, Reino Unido) (Gráfico 17 ). Estas avultadas importações devem-se
ao facto de que muito do petróleo é processado na Suécia antes de voltar a ser exportado.
2.5. Carvão
Nos anos 50 o carvão tinha um papel muito importante no fornecimento de energia na Suécia;
perdeu, contudo, importância quando se generalizou o uso do petróleo, mais barato e mais facilmente
manuseável. Após a crise petrolífera dos anos 70 o carvão voltou a ser usado, pois voltou a ser rentável.
As restrições ambientais e os impostos crescentes sobre as emissões de dióxido de carbono e
enxofre fizeram com que o consumo voltasse a decrescer nos anos 90, deixando de ser usado para a
produção de calor em centrais térmicas. Continua, no entanto, a ser utilizado, combinado com outros
recursos energéticos, em centrais de co-geração de calor e electricidade (Gráfico 19 ).
16 Statistics Sweden and Swedish Energy Agency
Gráfico 17 – Importações de petróleo 2008 (Milhões de toneladas) Fonte: Statistics Sweden, Statistical Notices 401 e Swedish Energy Agency
Gráfico 18 – Uso de derivados de petróleo na Suécia, incluindo armazenamento 1970-2008 Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
22
Em 2008, foram fornecidas cerca de 27TWh17 de energia provenientes do carvão. Na indústria, o
carvão continua a ser utilizado essencialmente na indústria metalomecânica, quer para processos
intrínsecos à indústria, quer para a produção de energia.
2.6. Gás Natural
O gás natural foi introduzido na Suécia em 1985. O seu uso cresceu rapidamente até aos anos
90 e depois estabilizou. Recentemente, o seu uso tem vindo a aumentar, em consequência da expansão
da rede de fornecimento.
Em 2008, foram importados 91318
milhões de m3 de gás natural para a Suécia.
O gás natural representou 1,6%19 do
fornecimento total de energia, com um total
de 10TWh fornecidos. A indústria consumiu
cerca de 60% deste valor, enquanto o sector
residencial/serviços consumiu cerca de 18%.
Uma pequena parcela do gás natural
fornecido é usada como combustível no
sector dos transportes. Cerca de 7TWh foram
usados nestes sectores, sendo que o
restante foi usado em centrais de co-geração
de calor e electricidade.
Existem vários planos para expandir
17 Statistics Sweden and Swedish Energy Agency 18 International Energy Agency 19 Statistics Sweden and Swedish Energy Agency
Gráfico 19 – Uso de carvão na produção de energia na Suécia 198 5-2008 Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
Gráfico 20 – Fornecimento de gás natural na Suécia 1985-2008 (TWh) Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
23
a rede de fornecimento de gás natural como, por exemplo, a expansão da rede Gislaved/Gnosjö até
Oxelösund via Jönköping e Boxholm, a qual foi aprovada pelo Energy Markets Inspectorate. Também
existem planos para novas redes de fornecimento, como por exemplo o projecto Skanled que envolve
uma ligação entre o Mar do Norte e o sul da Noruega, continuando até Stenungssund, Varberg e Lysekil
(Suécia). Algumas entidades dinamarquesas também mostraram interesse no projecto e estão a planear
a expansão para a Dinamarca.
2.7. Nuclear
Em 2008, o fornecimento de energia
nuclear chegou aos 183TWh20. 61,3TWh de
electricidade foram produzidos através da
energia nuclear, um decréscimo de 5% em
relação ao ano anterior. O choque petrolífero
dos anos 70 levou à introdução na Suécia da
energia nuclear. Desde então grande parte
da produção de electricidade está alicerçada
na energia nuclear. Actualmente, há 10
reactores activos na Suécia (Figura 4 e
Tabela 8 ).
Num referendo realizado em 1980, a
população sueca expressou a sua
concordância com a desactivação das centrais nucleares existentes. Foi acordado que as centrais
seriam desactivadas até 2010, caso houvesse outra forma de energia que conseguisse assegurar um
fornecimento equivalente ao da energia nuclear. De facto, em 1999 foi encerrado o reactor Barsebäck 1
e em 2005 o Barsebäck 2. No entanto, foi abolida em Fevereiro de 200921 a proibição de construção de
20 Statistics Sweden e Swedish Energy Agency 21 Visão 5 Março 2009 (pp. 74-76)
Figura 4 – Centrais nucleares na Suécia Fonte: Svenska Grafikbyrån
Boiling Water Reactor Pressurized Water Reactor
Tabela 8 – Produção eléctrica nas centrais nucleares suecas 2 004-2008 (TWh) Fonte: OKG, Ringhalsgruppen, Forsmarks Kraftgrupp e Dagens Nyheter
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
24
novas centrais nucleares na Suécia, a qual durava já há 30 anos. Estão planeadas construções de novos
reactores em Forsmark, Oskarshamn e Ringhals.
A energia nuclear é, na actualidade, o centro do dilema energético sueco, já que as grandes
preocupações ambientais entram em conflito com a importância da energia para a competitividade da
indústria, essencialmente exportadora, e também com os investimentos governamentais em reactores
nucleares mais modernos ao mesmo tempo que aposta nas energias renováveis. Este assunto poderá
ter fortes implicações políticas, visto que será discutido no Parlamento em Março/Abril de 2010 e se
realizarão eleições legislativas em Setembro.
2.8. Hidroeléctrica
Historicamente, a energia hidroeléctrica é muito importante na Suécia e, a par da energia
nuclear, é um dos pilares do modelo energético sueco.
A Suécia tem cerca de 1.800
centrais hidroeléctricas, cuja capacidade
instalada ronda os 16.200MW22. Mais de
200 têm uma capacidade de 10MW ou
superior. A maior é a de Harsprånget
no rio Lule, com uma capacidade de
830MW, na qual são produzidos cerca
de 2TWh de electricidade por ano
(Tabela 11 ). A maior parte da energia
hidroeléctrica é produzida no Norte do
país.
A produção de electricidade a
partir da energia hidroeléctrica varia
anualmente, dependendo de vários factores,
como a precipitação. Num ano em que o
fluxo de água seja normal, as centrais
hidroeléctricas podem fornecer cerca de
65TWh de electricidade. No ano de seca de
1991 a produção total foi 51TWh, enquanto
no ano de 2001, em que a precipitação foi
abundante, a produção de electricidade
ascendeu a 78TWh. Em 2008 foram
produzidos 68,3 TWh de electricidade a partir
da energia hidroeléctrica, um aumento de
4% em relação ao ano anterior.
22 Svensk Energi
Tabela 9 – Capacidade instalada (acima 20MW) por rio (2008) Fonte: Svensk Energi
Tabela 10 – Produção eléctrica por rio (2008) Fonte: Svensk Energi
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
25
2.9. Marés
Apesar de ter grande potencial, a energia das ondas é uma forma relativamente inexplorada de
energias renováveis. A Suécia tem também potencial para produzir electricidade através da energia das
marés, tanto na costa como em rios.
Actualmente, a investigação e o desenvolvimento estão a progredir a nível mundial e algumas
das centrais já têm uma capacidade de 30MW, o que pode gerar electricidade para cerca de 20.000
habitações. O aproveitamento da energia das marés na Suécia tem sido relativamente reduzido, mas
alguns projectos estão já em fase de desenvolvimento. A Swedish Energy Agency está a financiar o
Seabased (Figura 5 ), um novo conceito para extracção de energia das marés que iniciou testes em
Lysekil em 2008. A Vattenfall está também envolvida no projecto. O protótipo foi desenvolvido na
Universidade de Uppsala.
Os testes foram bem sucedidos e, algumas horas após o seu início, o gerador já produzia
electricidade medida na estação de Gullholmen. A técnica utilizada no projecto extrai energia a partir de
ondas de alturas relativamente pequenas no Mar Báltico e no Mar do Norte. Nos próximos 10 anos está
Tabela 12 – Maiores reservatórios de água na Suécia (2008) Fonte: Svensk Energi
Tabela 11 – Maiores centrais hidroeléctricas na Suécia (2008) Fonte: Svensk Energi
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
26
programada a construção de geradores offshore
na costa de Fiskebäckskil, cada um deles tendo
uma capacidade de 10kW, estimando-se que
produzam electricidade equivalente à procura de
energia de 20 habitações em Gullholmen23.
2.10. Eólica
A Suécia é um mercado atractivo para o desenvolvimento da energia eólica, devido às boas
condições geográficas e à pequena densidade populacional, o que deixa algumas zonas praticamente
inabitadas. De acordo com a Swedish Wind Energy Association, a capacidade técnica para produção de
energia eólica ronda os 540TWh por ano.
Em comparação com outros países europeus, a capacidade instalada para aproveitamento de
energia eólica na Suécia é ainda relativamente pequena. Contudo, nos últimos anos a capacidade
instalada aumentou, chegando aos 1021MW24 no final de 2008. Em 2008, foram gerados 2TWh de
electricidade a partir da energia eólica, um aumento de 43% em relação ao produzido em 2007 (Gráfico
21). A Swedish Wind Energy Association prevê que seja necessário um crescimento de 2TWh para
20TWh para cumprir os objectivos europeus para 2020, o que significa uma capacidade instalada entre 6
a 9GW, dos quais 2 a 3GW podem ser localizados offshore.
23 Borevind AB 24 European Wind Energy Association (EWEA)
Figura 5 – Sistema Seabased Fonte: Nyteknik.se
Gráfico 21 – Produção de electricidade a partir da energia eóli ca 1985-2008 Fonte: Elforsk e The Swedish Energy Agency Annual R eport Electricity Certificate System
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
27
Este aumento é fortemente apoiado pelo Estado. O Ministério do Ambiente sueco designou já 4
entidades para coordenar o desenvolvimento de energia eólica, bem como o estabelecimento de um
centro nacional para a energia eólica. De igual modo, o Estado prolongou os certificados de electricidade
até 2030 e prevê-se uma redução dos impostos sobre a propriedade para os parques eólicos.
Actualmente, a Suécia possui cerca de 888MW de capacidade instalada onshore. O maior
parque eólico sueco, Havsnäs (Figura 6 ), com uma capacidade de 96MW, está ainda em construção,
prevendo-se que seja ainda em 2010.
Segundo a EWEA, a nível offshore, no final de 2009 a Suécia contava com 5 parques eólicos,
num total de 75 turbinas e 163MW de capacidade instalada. O parque eólico Lillgrund (Figura 6 ),
Figura 6 – Parques eólicos na Suécia (2009) Fonte: Svensk Vindenergi
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
28
inaugurado em Junho de 2008, é o terceiro maior parque eólico offshore a nível mundial. O projecto,
implementado pela empresa sueca Vattenfall, é constituído por 48 turbinas, com uma capacidade total
de 110MW. Estima-se que a produção num ano normal seja cerca de 385GWh.
A Suécia não possui um fabricante doméstico de turbinas. No entanto, várias empresas suecas
produzem e exportam vários componentes para fabricantes de turbinas na Dinamarca e Alemanha, entre
outros. É o caso da ABB, SKF, VG Power, Roxtec e ESAB. Na área do desenvolvimento de tecnologia
registam-se igualmente empresas suecas como a SW Vindkraft AB e a DynaWind AB.
Deste modo, as principais empresas no mercado sueco de energia eólica são estrangeiras:
Vestas (incluindo duas fábricas), Enercon (incluindo produção de torres), Siemens, GE Wind, Suzlon e
Nordex. Alguns investigadores e consultores internacionais entraram de igual modo no mercado sueco
como é o caso da Airtricity, RES, WPD, Starkraft, entre outros. A WinWind, empresa finlandesa, também
entrou no mercado através da DynaWind, fabricando torres.
2.11. Solar
A energia solar contribui com uma parte ínfima para a produção de electricidade na Suécia,
porque, apesar de ter muito potencial, a sua produção é ainda muito dispendiosa. Hoje em dia existem
cerca de 65.000m2 (8MWh)25 de células solares na Suécia que geraram, aproximadamente, 7 GWh de
electricidade em 2008. Existem também cerca de 375.000m2 (270MWh) de colectores solares térmicos,
os quais geraram mais de 100 GWh de calor em 2008.
Durante o período de 1999 a 2001 foram construídas grandes instalações solares, incluindo a
maior instalação na Suécia, com 10.000m² (7 MWh): a Munkgärde Heating Plant em Kungälv (Anexo 1 ).
No ano de 2008 foram aprovadas 5 instalações de painéis solares com uma capacidade instalada de
189KW e produzindo 129MWh.
A Suécia tem vindo a investir no desenvolvimento de tecnologias de aproveitamento da luz solar,
essencialmente combinando-a com outras formas de energia (geotérmica, iluminação LED, etc.) para ser
usada em ambientes em que as formas de energia convencionais estão inacessíveis, como por exemplo
florestas, áreas montanhosas ou áreas rurais remotas. De facto, a Suécia é líder nas tecnologias solares
híbridas.
Actualmente, é de salientar a pesquisa feita pelo Ångström Solar Center, da universidade de Uppsala,
cuja tecnologia thin-film apresenta células com uma eficiência de 16%, a maior a nível mundial.
Salienta-se ainda o programa nacional “SolEl” para pesquisa de sistemas e aplicações
fotovoltaicos, que é resultado de um esforço conjunto dos sectores energético, industrial e de
construção.
Estão disponíveis vários fundos estatais para investimento em sistemas fotovoltaicos em
edifícios públicos, edifícios novos, etc.
De entre as empresas ligadas à energia solar, a Swedish Energy Agency selecciona como mais
conceituadas: ArcticSolar AB, Gällivare Photovoltaic AB (GPV), PV Enterprise Sweden AB, Solibro e N67
Solar.
25 Svensk Solenergi
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
29
2.12. Geotérmica
Aquando da crise petrolífera dos anos 70, a energia geotérmica cresceu significativamente. Foi
nessa altura que foi construída a (ainda hoje) maior central geotérmica mundial, Värtan, localizada em
Estocolmo, com uma capacidade de 260MW. O investimento em energia geotérmica decaiu nos anos
80.
No entanto, nos últimos anos tem-se registado um novo aumento, não só na Suécia mas
também no resto do mundo. Este aumento deve-se ao facto de a energia geotérmica recompensar
financeiramente em relação a outras formas de energia, não só ao nível do processo de produção, mas
também ao nível fiscal (por exemplo, os impostos sobre dióxido de carbono, entre outros). Os subsídios
de conversão e as parcerias públicas e privadas contribuíram de igual modo para este aumento.
Apesar de não haver muitos fabricantes de equipamentos de energia geotérmica, o valor dos
seus outputs ascende a vários milhões de SEK (Coroas Suecas). Segundo Martin Forsén, o director da
Swedish Heat Pump Association (SVEP), a qual reúne cerca de 700 empresas de fabrico e instalação, o
sucesso da energia geotérmica dependeu essencialmente de dois factores: uma vasta investigação e
desenvolvimento e os subsídios estatais e cooperação com a Vattenfall. Desde 1975, o Estado investiu
cerca de 200 mil milhões SEK no sector da energia geotérmica.
Hoje em dia, há mais de 500.000 equipamentos de extracção de calor terrestre em uso, sendo
que a maioria se encontra em moradias. Dois terços26 dos consumidores escolhem energia geotérmica
quando substituem os seus sistemas de aquecimento. Apesar de os equipamentos utilizarem
electricidade para funcionar, é preciso apenas uma parte de electricidade para gerar três partes de calor
para aquecimento da água e de radiadores.
Actualmente, a tecnologia sueca é reconhecida por toda a Europa e a Suécia detém cerca de
metade do mercado europeu de energia geotérmica27. A Swedish Energy Agency em parceria com a SP
Technical Research Institute of Sweden tem feito vários testes independentes de diferentes tipos de
equipamento para aproveitamento de energia geotérmica.
Segundo a Swedish Energy Agency, as empresas mais conceituadas nesta área são: THERMIA,
NIBE, IVT, CTC, EVIHeat e ClimateWell.
2.13. Biomassa
A biomassa é um recurso energético importante na Suécia, tanto para o fornecimento de energia
para a indústria como para as centrais de co-geração de calor e electricidade e o sistema de
aquecimento distrital. Uma das maiores vantagens competitivas suecas é a grande extensão de floresta,
áreas agrícolas e poços de turfa, em conjunto com o know-how acumulado e a forte pesquisa e
desenvolvimento. A biomassa assegura cerca de um quinto da energia do país, mas segundo a Swedish
Energy Agency há possibilidade de duplicar a produção de energia a partir da biomassa até 2050. Em
2008 a biomassa forneceu 120TWh28 de energia.
A biomassa encontra-se em expansão na Suécia desde os anos 70 que. Em 1980, o governo
sueco já tinha investido cerca de 1.300 milhões SEK em 600 projectos para biomassa sólida e turfa. O
investimento em investigação e desenvolvimento e centrais de testes também foi significativo. Um ponto
26 Swedish Energy Agency 27 Swedish Energy Agency 28 Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
30
fulcral no aproveitamento da biomassa é o respeito pelo ambiente e a biodiversidade, aproveitando este
tipo de energia de forma responsável. Desde o início da década de 80 que a proporção de biomassa
usada em centrais de co-geração de calor e electricidade cresceu. De facto, a Swedish Energy Agency
aponta estas centrais como uma forma bastante eficiente de aproveitamento da biomassa, quer para
usos domésticos, quer para usos industriais.
Em relação à biomassa sólida, o objectivo consiste em aumentar de 20 para 30TWh29 até 2050,
com um acréscimo de 6 a 8TWh provenientes da agricultura através da introdução de melhorias em toda
a cadeia de fornecimento: as colheitas devem estar menos dependentes das condições meteorológicas e
o uso dos resíduos florestais deve ser optimizado para se aproveitar todo o seu potencial, assim como a
produção de biogás.
No que respeita aos biocombustíveis, a Suécia já produz quer biocombustíveis de primeira
geração (etanol, biodiesel e biogás) como de segunda geração (etanol a partir de celulose, DME Metanol
e FT-Diesel). Há vários projectos desenvolvidos nestas áreas, como é o caso do projecto BioDME e o
SunPine.
A Volvo, fabricante de automóveis sueca, coordena o projecto BioDME, uma parceira entre a
indústria automóvel e os produtores e distribuidores de combustível que inclui toda a cadeia tecnológica
necessária entre a matéria-prima bruta (biomassa) e os camiões movidos a combustível DME, incluindo
a distribuição. A empresa sueca Chemrec, a qual detém a patente da tecnologia de gaseificação,
construiu uma central em Piteå em conjunto com a empresa norueguesa Haldor Topsøe. Prevê-se que
em 2010 já produza 4 a 5 toneladas de BioDME por dia. A empresa Smurfit Kappa fornece as matérias-
primas. A Volvo irá utilizar a tecnologia DME em 14 camiões e a Preem irá construir estações de serviço
em quatro cidades suecas. O projecto é co-financiado pelo Seventh Framework Program (FP7) da União
Europeia e a Swedish Energy Agency. (www.biodme.eu).
29 Swedish Energy Agency
Gráfico 22 – Uso de biocombustíveis, turfa, etc. na indústria n a Suécia 1985-2008 Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
31
A empresa SunPine, uma parceria entre Sveaskog, Södra Skogsägarna e a refinaria Preem
construíram a primeira fábrica mundial de biodiesel a partir de celulose. A central foi construída em Piteå,
sendo que os seus outputs são posteriormente refinados em Gotemburgo. (www.sunpine.se).
Devido à importância da biomassa, a concorrência no sector é crescente. O Governo incentiva
também o mercado, ao isentar de impostos a biomassa sólida, turfa e biocombustíveis para quase todos
os aproveitamentos energéticos.
As empresas que actuam na área da biomassa, quer sólida, quer biocombustíveis, e indicadas
pela Swedish Energy Agency são as seguintes:
Gráfico 23 – Uso de biocombustíveis, turfa, etc. no aquecimento distrital na Suécia 1985-2008 Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
Tabela 13 – Empresas na área da biomassa por sector de laboraç ão Fonte: Swedish Energy Agency
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32
2.14. Células de Combustível (Hidrogénio)
As células de combustível geram electricidade para carros, barcos e edifícios. Funcionam
através de hidrogénio, o qual pode ser extraído do gás natural, biogás, água, etanol, metanol, etc. Há
grande potencial para os motores eficientes que funcionam através de células de combustível, apesar de
ainda haver muitas áreas em que a tecnologia pode ser optimizada.
Entre 2004 e 2005, como parte do projecto Clean Urban Transport for Europe (CUTE) da União
Europeia, foram utilizados para transporte público em Estocolmo três autocarros movidos através de
células de combustível.
A Suécia possui empresas a actuar neste mercado, com tecnologias para a produção e
funcionamento das células, materiais mais económicos e sistemas de conexão para o fornecimento de
hidrogénio. Além disso, investigadores na Universidade de Uppsala estão a trabalhar para desenvolver
tecnologias que podem utilizar outros materiais para extrair hidrogénio.
As empresas mais conceituadas nesta área, segundo a Swedish Energy Agency, são Morphic –
Cell Impact, Catator e Opcon Autorotor. Há ainda duas empresas emergentes apontadas pela Swedish
Energy Agency: GETT Fuel Cells e PowerCell.
3. O Mercado Sueco: Consumo de Energia
3.1. Sector Residencial/Serviços
Em 2008, o consumo de energia no sector residencial/serviços foi de 142TWh30, 36% do total de
consumo de energia na Suécia. O sector é constituído por residências (incluindo casas de férias
permanentemente ocupadas) e espaços comerciais (excluindo-se os espaços industriais), actividades do
sector dos serviços, incluindo iluminação pública, estações de tratamento de águas residuais, esgotos e
electricidade.
Neste sector, a maior parte da energia é usada nas residências e espaços comerciais (87%31).
Cerca de 60% do uso de energia destina-se ao aquecimento de espaços e de água. É o sector que
utiliza a maior parcela de electricidade, cerca de 49% do total de electricidade consumido no ano de
2008 na Suécia.
O consumo de energia tem-se
mantido relativamente constante, se
bem que as fontes utilizadas têm vindo
a alterar-se. O uso de petróleo e
derivados decaiu significativamente,
especialmente devido ao crescimento
do aquecimento distrital, a par de
outras formas de energia como a
biomassa e a geotérmica. O consumo
de electricidade como fonte de energia
tem vindo a aumentar desde os anos
80 (Gráfico 24 ).
30 Swedish Energy Agency 31 Swedish Energy Agency
Gráfico 24 – Fontes de energia usadas no sector residencial/serviços 1985-2008 (TWh) Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
33
Neste sector há uma tendência
crescente de transformação da construção
num sistema de energia, isto é,
desenvolver conhecimento técnico ao
nível da construção e as suas interacções
com o consumo energético de modo a
montar sistemas que, cumprindo a sua
função de fornecimento seguro de
energia, permitam contribuir para um uso
mais eficiente e poupança de energia. Há
várias formas de o fazer, analisando as
estruturas dos edifícios e descobrindo as
suas falhas (Figura 7 ). O objectivo é reduzir o consumo de energia no sector residencial/serviços em
20% até 2020 e em 50% até 2050, em relação ao nível de 1995. Estas reduções deverão ser
acompanhadas pela diminuição da utilização de combustíveis fósseis para aquecimento, como aliás se
tem vindo a verificar.
Para além das melhorias verificadas na poupança energética através dos sistemas utilizados nos
edifícios, há também um esforço para modificar comportamentos e atitudes. Em 2006 a Swedish Energy
Agency iniciou um programa de investigação e desenvolvimento designado Energy, IT and Design, cujo
foco é influenciar os hábitos diários, valores e comportamento dos utilizadores, de modo a aumentar a
eficiência e poupança energéticas (essencialmente electricidade) através do melhoramento na aplicação
das tecnologias da informação e do design.
3.2. Sector Industrial
Na indústria foram
consumidos, em 2008, 151TWh32 de
energia, uma diminuição de 3,5% em
relação ao ano anterior. Este
consumo representa 38% do
consumo total de energia na Suécia,
assumindo-se a indústria como o
sector que mais energia consome.
Os recursos energéticos
mais utilizados são a electricidade
(36,8% do consumo de 2008) e os
biocombustíveis (34,6% do
consumo de 2008), seguindo-se o
petróleo (10,5%) e o carvão (10,8%)
(Gráfico 25 ).
32 Swedish Energy Agency
Figura 7 – Perdas de calor numa moradia Fonte: Swedish Energy Agency
Gráfico 25 – Fontes de energia usadas no sector industrial 1985-2008 (TWh) Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
aicep Portugal Global
Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
34
Em relação à distribuição do uso de energia por sector, o sector do papel e celulose é o líder no
que respeita ao consumo de energia, sendo responsável por cerca de 50% do consumo total de energia.
Utiliza essencialmente biocombustíveis. Segue-se a indústria siderúrgica com cerca de 15% do consumo
total de energia, usando maioritariamente carvão, gás de coque e electricidade. A indústria química é
responsável por cerca de 8% do consumo de energia, baseando-se este consumo essencialmente em
energia eléctrica. A indústria de engenharia mecânica consome cerca de 7% do total de energia, devido
ao seu grande peso nos outputs industriais suecos. Os restantes 20% são distribuídos por outros
sectores industriais (Gráfico 26 ).
Segundo a Swedish Energy Agency, cerca de 300 mil milhões de SEK para produção e
distribuição de electricidade na indústria serão investidos nos próximos 10 anos pela indústria, sendo
que metade deste investimento será em energia eólica e metade será em centrais de co-geração de
calor e electricidade, hidroeléctricas e nucleares.
3.3. Sector dos Transportes
O total de energia consumido para transporte
de passageiros e mercadorias rondou os 103TWh33 em
2008, o que representa 26% do consumo total de
energia na Suécia. 50%34 deste consumo é feito por
veículos próprios.
O petróleo e seus derivados dominam este
sector, satisfazendo mais de 90% das necessidades do
sector em 2008. O uso de gás natural é pouco
significativo, bem como de electricidade (Gráfico 27 ).
33 Swedish Energy Agency 34 ISA
Gráfico 26 – Consumo de energia por sector industrial 1990 -2008 (TWh) Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
Gráfico 27 – Combustíveis no sector dos transportes 2008 Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
aicep Portugal Global
Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
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Nos últimos anos tem-se verificado,
contudo, um grande crescimento do uso de
biocombustíveis (Gráfico 28 ). Em 2008,
este representaram cerca de 4% do uso
total de combustíveis no sector.
Actualmente, mais de 600 autocarros
movidos a etanol circulam na Suécia, bem
como mais de 100.000 carros. De igual
modo, cerca de 15.500 veículos são
movidos a biogás, havendo 90 estações de
serviço que fornecem este combustível a
veículos ligeiros e 29 a veículos pesados.
De facto, os membros da União Europeia têm um compromisso comum: até 2020, 10% da
energia usada no sector dos transportes terá de provir de fontes renováveis. Este estende-se igualmente
à indústria automóvel da UE, cujos veículos, a partir de 2015, não podem ter uma eficiência superior a
130g CO2/KM. A prioridade no sector dos transportes é melhorar a eficiência energética dos veículos e
substituir os combustíveis fósseis por combustíveis renováveis. A Suécia tem três grandes centrais para
produção e desenvolvimento de biocombustíveis, as quais são parcialmente financiadas pela Swedish
Energy Agency: Piteå, Värnamo e Örnsköldsvik.
A Swedish Energy Agency financia também investigação e desenvolvimento no sector dos
transportes; disso é exemplo o programa LETS (Governing transitions towards low-carbon energy and
transport systems 2050), que está a ser desenvolvido (2008-2011) pela Universidade de Lund. O
propósito essencial do programa é identificar e explorar rotas para implementação de sistemas e infra-
estruturas de transporte que permitam baixas emissões de dióxido de carbono.
Uma tendência no sector dos transportes é a tecnologia híbrida. O know-how sueco neste sector
foi construído com base em parcerias entre a indústria automóvel, investigação académica e agências
governamentais. Todos os fabricantes de automóveis suecos já apresentaram novos veículos eléctricos
ou híbridos. De acordo com a McKinsey & Company, 10% da frota de carros sueca poderá ser
constituída por carros híbridos ou eléctricos até 2030. Espera-se que, dentro de 20 anos, motores de
combustão inteiramente novos permitam uma poupança energética na ordem dos 40-50%, quer em
combinação, quer em competição com células de combustível. Na Suécia, as empresas que já
desenvolveram soluções amigas do ambiente são: Volvo Cars, Scania, Saab Automobile, Haldex e
Cargine (empresa emergente).
Uma outra tendência é a poupança energética através do designado EcoDriving, ideia fundada
pela organização STR. Este está direccionado a empresas, municípios e organizações que querem
formar os seus funcionários para conduzir de uma forma mais eficiente e que auxilie à poupança
energética. Há vários modelos de formação, especificados para condução de ligeiros (EcoDriving),
pesados (Heavy EcoDriving), equipamento de trabalho (Working EcoDriving) e tráfego rodoviário
(EcoDriving Rail). Está em desenvolvimento o EcoDriving para condutores de embarcações marítimas
Gráfico 28 – Biocombustíveis no sector dos transportes 2000-2008 (TWh) Fonte: Statistics Sweden e Swedish Energy Agency
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
36
(EcoShipping). Mais de 41.00035 pessoas foram formadas para EcoDriving, 19.000 para Heavy
EcoDriving e 2.500 para Working EcoDriving.
4. O Mercado Sueco: Players
O mercado sueco da energia é dominado por três empresas: a Vattenfall, E.ON e Fortum.
Juntas, estas empresas detém cerca de 79% de toda a capacidade instalada de energia hidroeléctrica e
99% da capacidade instalada de energia nuclear. A Vattenfall e a E.ON detêm igualmente 18% da
capacidade instalada de energia eólica.
Empresa Hidroeléctrica Nuclear Eólica Outras Total
Membros Svensk Energi
Vattenfall AB 7930 4600 162 1074 13766
E.ON Sverige AB 1779 2593 21 1626 6019
Fortum Power and Heat AB 3128 1637 0 994 5759
Statkraft Sverige AB 1261 0 0 1 1262
Skellefteå Kraft AB 674 61 2 77 814
Mälarenergi AB 57 0 0 513 570
Göteborg Energi AB 0 0 4 308 312
Jämtkraft AB 211 0 11 46 268
Tekniska Verken i Linköping AB
91 0 0 170 261
Holmen Energi AB 252 0 0 0 252
Umeå Energi AB 153 0 10 15 178
Öresundskraft AB 3 0 0 156 159
Karlstads Energi AB 24 47 0 34 105
LuleKraft AB 0 0 0 90 93
Sundsvall Elnät AB 0 0 0 74 74
Växjö Energi AB 0 0 0 50 50
Sollefteåforsens AB 49 0 0 0 49
Borås Elnät AB 12 0 0 34 46
Jönköping Energi Nät AB 20 0 0 23 43
Övik Energi AB 0 0 0 40 40
35 Swedish Energy Agency
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Empresa Hidroeléctrica Nuclear Eólica Outras Total
Membros Svensk Energi
Gävle Energi AB 15 0 1 23 39
Eskilstuna Energi & Miljö AB 0 0 0 39 39
Lunds Energikoncernen AB (publ) 0 0 2 26 28
Restantes membros 118 0 28 169 315
Total 15777 8938 241 5582 30538
Não-Membros Svensk Energi
Svenska Kraftnät 0 0 0 640 640
Södra Cell 0 0 0 235 235
Billerud 0 0 0 150 150
Stora Enso 0 0 0 145 145
SCA 0 0 0 97 97
Holmen 0 0 0 90 90
Restantes 418 0 780 1178 2376
Total Suécia 16195 8938 1021 8027 34181
5. O Mercado Sueco: Políticas Energéticas
5.1. Objectivos Energéticos
A política energética sueca aspira à criação, a longo prazo, de um sistema de energia
sustentável, com um fornecimento exclusivamente proveniente de fontes renováveis36. O objectivo
governamental é assegurar um fornecimento seguro e eficiente de energia a preços competitivos
(especialmente na indústria), a curto e longo prazo, com o mínimo de impacto na saúde e no ambiente.
Os dois organismos principais que regulam o mercado energético são a Swedish Energy Agency e a
Svenska Kraftnät.
De acordo com as directivas europeias, mas também decisões políticas internas, 49% do
consumo energético da Suécia, até 2020, terá de provir de fontes renováveis, tal como, 10% da energia
utilizada no sector dos transportes. A Swedish Energy Agency define que o uso de electricidade
proveniente de fontes renováveis irá aumentar 17TWh de 2002 a 2016, enquanto se estimula o
desenvolvimento tecnológico e a redução de custos. O objectivo para a energia eólica, definido em 2002,
36 Government Offices of Sweden
Tabela 14 – Empresas presentes no mercado sueco de energia (Ja neiro 2009) Fonte: Svensk Energi
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
38
é o da produção de mais 10TWh até 2015. O uso de combustíveis fósseis deverá ser mantido a um nível
mínimo. Além disso, cada unidade aquecida no sector residencial e serviços deverá reduzir o consumo
de energia para esse aquecimento em 20% até 2020.
O orçamento de Estado para 2010 prevê um aumento de 20% de eficiência energética até 2020.
O programa inclui trabalho regional e local, iniciativas para informação, consultoria e apoio para
melhoramentos técnicos, entre outros. O programa irá utilizar cerca de 300 milhões SEK por ano entre
2010 e 2014.
As emissões de gases que contribuem para o efeito de estufa deverão reduzir, no período de
2008 a 2012, pelo menos 4% em relação ao nível de 1990, também tendo em conta o Protocolo de
Kyoto. Neste âmbito, são utilizados os mecanismos de flexibilidade previstos no Protocolo. Em 2010, as
emissões de dióxido de enxofre deverão já ser cerca de 50.000 toneladas, e as emissões de óxido de
nitrogénio cerca de 148.000 toneladas. Em termos ambientais, o orçamento de Estado para 2010 aponta
como objectivo a redução das emissões fora do sistema de troca da UE em 40% até 2020, em
comparação com 1990.
5.2. Políticas Energéticas
A Suécia aplicou políticas económicas como base da sua política energética durante vários anos,
sendo os impostos as medidas tradicionais. Originalmente, o objectivo destes impostos era auxiliar as
finanças públicas, mas evoluiu para o objectivo de atingir metas ambientais. Actualmente, o esforço
incide no desenvolvimento de políticas de mercado.
Na Suécia existe um conjunto de políticas para regular o mercado energético que utilizam
impostos sobre a energia e o dióxido de carbono, subsídios, entre outros, mas que se centram sobretudo
nos certificados de electricidade. Há políticas energéticas administrativas (regulações, limites de
emissões, etc.) e económicas (certificados de electricidades, impostos, subsídios, etc.), mas também
iniciativas de informação e uma grande aposta em investigação e desenvolvimento.
Em 2003 o Governo introduziu um sistema de apoio baseado no mercado: os certificados de
electricidade, que atribui aos produtores de electricidade através de fontes renováveis que respeitam os
requisitos um certificado por cada Megawatt-hora (MWh) produzido. Espera-se que o sistema contribua
para a produção de mais 17TWh de electricidade através de fontes renováveis até 2016, sendo 7 a
8TWh eólica e o mesmo volume para centrais de co-geração de calor e electricidade que funcionam
através de biomassa. O objectivo para centrais de energia hidroeléctrica de pequena dimensão é um
aumento de 2TWh.
Quanto a apoios, encontram-se disponíveis vários subsídios ou isenções de impostos para
promover o crescimento de utilização das energias renováveis como, por exemplo, subsídios para
substituir os sistemas de aquecimento tradicionais a combustíveis fósseis. Destaque para o programa
para a melhoria da eficiência energética (PFE), em que o Estado isenta de impostos, durante 5 anos, as
empresas que tenham um elevado consumo de electricidade para que estas implementem soluções
mais eficientes a nível energético, tal como sucedeu com o programa KLIMP, que funcionou entre 2003 e
2008, concedendo fundos para investimentos que reduzissem as emissões de gases nocivos,
essencialmente no sector dos transportes e fornecimento de electricidade.
Outras acções passam por informações técnicas sobre formas de tornar os edifícios mais
eficientes, hábitos diários para eficiência energéticas, etc.
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5.3. Investigação e Desenvolvimento
A nível mundial, a Suécia é um dos países que mais investe per capita em investigação e
desenvolvimento. As energias renováveis não são excepção. A Suécia tem vindo a investir em
investigação e desenvolvimento no ramo das energias, renováveis e não renováveis, e da eficiência e
poupança energética desde a crise do petróleo nos anos 70.
O programa nacional para investigação no ramo de energia, responsabilidade da Swedish
Energy Agency, apoia a pesquisa em universidades e institutos de investigação, mas também no sector
privado. Este programa promove o desenvolvimento de novas tecnologias, bem como a sua introdução
no mercado e comercialização. As áreas temáticas abrangidas são: sistemas de energia, construção
como sistema de energia, transportes, indústria fortemente dependente de energia, biomassa nos
sistemas de energia e o sistema de fornecimento de electricidade (através de todas as fontes de energia
possíveis).
Dentro do âmbito do programa formam-se “centros de competência”, que são fóruns nos quais
universidades, empresas e a Swedish Energy Agency trabalham conjuntamente para desenvolver
soluções adaptadas ao mercado. Acutalmente, existem 6 centros financiados pela Swedish Energy
Agency: Combustion Engine Research Centre (CERC), High-Temperature Corrosion Centre (HTC) e
Catalysis Competence Centre (KCK) na Chalmers University of Technology em Gotemburgo; Electric
Power Engineering Competence Centre (EKC) e Centre for Internal Combustion Engine Research Opus
(Cicero) no Royal Institute of Technology em Estocolmo; Competence Centre for Combustion Processes
(KCFP) no Lund Institute of Technology.
Há duas organizações que são importantes fontes de financiamento para investigação e
desenvolvimento relacionados com a energia e o clima: Swedish Research Council e Swedish Research
Council Formas. Há também várias autoridades públicas que financiam a investigação e o
desenvolvimento nesta área: Swedish Agency for Innovation on Systems (Vinnova), Swedish
Environmental Protection Agency, Swedish Agency for Economic and Regional Growth (Nutek), ALMI,
Foundation for Strategic Environmental Research (Mistra) e Swedish Energy Agency. Anualmente, a
Swedish Energy Agency canaliza cerca de 800 milhões SEK de fundos estatais para a investigação e
desenvolvimento no ramo energético.
Cleantech of Sweden
A Cleantech of Sweden é uma iniciativa da Swedish Energy Agency iniciada em 2007 para
promover as exportações suecas de produtos de tecnologia ambiental. As possibilidades oferecidas pela
Suécia estão organizadas no site www.cleantechofsweden.com .
O Governo financia em cerca de 15% todos os investimentos na Cleantech.
5.4. Concursos
Para empreendedores com ideias ou start-ups na Suécia há oportunidade de participar em
concursos para receber coaching, bem como financiamento sob a forma de subsídios e publicidade nos
media.
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Venture Cup : É um concurso para planos de negócio que surgiu na Suécia em 1998 e
actualmente abrange toda a região nórdica. O objectivo é auxiliar à concretização de conceitos de
negócio em vários sectores. Desde o início, 8.605 conceitos de negócio concorreram. A Swedish Energy
Agency é parceiro da Venture Cup.
Forska & Väx : Fundado pela Vinnova em 2005, tem o objectivo de financiar pequenas e médias
empresas que querem investir em investigação e desenvolvimento inovadores na Suécia, quer de forma
independente, quer em cooperação. Em 2008, 60 empresas receberam um total de 50 milhões SEK em
financiamento.
VINN NU: Concurso centrado nas empresas recentemente formadas na Suécia que baseiam o
seu negócio nos resultados da investigação e desenvolvimento, para que estas se estabeleçam como
empresas de sucesso. Este concurso, iniciado em 2002, é patrocinado pela Vinnova e a Swedish Energy
Agency. Cerca de 19% das candidaturas que receberam financiamento tinham projectos relacionados
com energia.
MiljöInnovation : Este concurso completou 10 anos na Primavera de 2008 e está aberto a
todas as empresas suecas com inovações comercialmente viáveis que reduzam o impacto ambiental. O
orçamento disponível para distribuir pelas empresas é cerca de 350 mil SEK por ano.
5.5. Cooperação Internacional
A cooperação internacional tem sido, desde sempre, fundamental para o desenvolvimento do
sistema energético sueco. Os principais métodos de cooperação utilizados são o EU Strategic Energy
Technology Plan (SET-Plan), Nordic Energy Research Programme, participação na International Energy
Agency e parcerias estratégicas com a China, Índia, Estados Unidos da América e Brasil.
6. Oportunidades de Mercado
6.1. Cenário Futuro
Para a Suécia, o cenário previsto é que as energias renováveis que deverão registar uma maior
expansão serão a biomassa, especialmente através das centrais de co-geração de calor e electricidade,
a energia eólica e a hidroeléctrica.
A Swedish Energy Agency estima que até ao final de 2012 várias centrais de co-geração de
calor e electricidade terão entrado em fase de construção, com uma produção anual prevista de
3,74TWh de electricidade. Estas centrais utilizarão maioritariamente biomassa, mas também gás natural.
A utilização do calor e electricidade provenientes das centrais de co-geração de calor e electricidade
destina-se essencialmente a aquecimento distrital. A energia eólica, quer onshore, quer offshore, irá ser
expandida.
Em relação à energia hidroeléctrica, estão em curso vários projectos, sendo que muitos deles
incidem na expansão do output energético da rede existente de centrais hidroeléctricas. Até 2012,
estima-se que a produção aumente em 0,42TWh.
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Suécia – Energias Renováveis (Abril 2010)
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6.2. Oportunidades de Mercado
A Stockholm Business Region Development aponta os seguintes sectores a desenvolver, os
quais se podem estender, não só à região de Estocolmo, mas também a todo o território sueco:
- Produção de energia: eólica, solar, biocombustíveis, biomassa, geotérmica;
- Armazenamento de energia: células de combustível, sistemas híbridos, baterias avançadas;
- Eficiência energética: iluminação, edifícios, janelas, recuperação de energia de processos;
- Transportes: veículos, logística, estruturas, biocombustíveis;
- Água e águas residuais: armazenamento e conservação de água das tempestades e aterros,
tratamento de água e águas residuais;
- Ar e ambiente: redução das emissões, monitorização, compensação e troca de emissões;
- Materiais: nano, biológicos, químicos;
- Indústria: produção mais eficiente, processos ambientalmente responsáveis;
- Agricultura: pesticidas naturais, gestão agrícola, hidrocultura;
- Reciclagem e tratamento de lixos.
7. Sites Consultados
- http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/eurostat/home
- www.biogasportalen.se
- www.borevind.se
- www.cdea.ca
- www.ei.se
- www.energimyndigheten.se
- www.energy.eu
- www.ewea.org
- www.formas.se
- www.gasforeningen.se
- www.gwec.net
- www.iea.org/index.asp
- www.naturvardsverket.se
- www.nordpool.com
- www.nyteknik.se
- www.se2009.eu/en
- www.sero.se
- www.sgb.se/default.aspx
- www.svebio.se
- www.svenskenergi.se
- www.svensksolenergi.se
- www.svenskvindenergi.org
- www.svk.se
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42 Agência para o Investimento e Comércio Externo de P ortugal, E.P.E. – Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA
Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 [email protected] www. portugalglobal.ptCapital Social – 110 milhões de Euros
• Matrícula CRC Porto Nº 1 • NIPC 506 320 120
8. Anexos
8.1. Anexo 1: Kungälv Solar Thermal Heating
Fonte: CDEA