subjetividade aula2

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Subjetividade 2. A subjetividade como objeto para a Psicolog Considerando a difculdade de conceituação únic do objeto de estudo da Psicologia, optou-se po apresentar uma defnição ue sirva como re!er"ncia para os demais cap#tulos desse livr subjetividade. A identidade da Psicologia % o ue a di!erencia dos demais ramos das ci"ncias &umanas ' (conomia) Pol#tica) *ist+ria) etc ' consideran ue cada um desses ramos en!oca o ser &umano de maneira particular. A Psicologia colabora c estudo da subjetividade , e essa % a sua !orma particular, espec#fca de contribuição para a compreensão da totalidade da vida &umana. Subjetividade A matéria-prima da Psicologia é o ser humano em todas as suas e press es, as vis#vei o comportamento/) as invis#veis os sentimen as singulares porue somos o ue somos/ e as gen%ricas porue somos todos assim/. 0 o ser &umano corpo) ser &umano pensamento) ser &umano a!eto) ser &umano ação e tudo isso sinteti1ado no termo subjetividade. A subjetividade % a s#ntese singular e individ ue cada um de n+s vai construindo con!orme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as e peri"ncias da vida social e cultural. 0 uma s#ntese ue de um lado nos identifca, por ser única, e de outro lado nos iguala, na medida e ue os elementos ue a constituem são e perenciados no campo comum da objetividade social.

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Subjetividade 2. A subjetividade como objeto para a Psicologia

Considerando a dificuldade de conceituao nica do objeto de estudo da Psicologia, optou-se por apresentar uma definio que sirva como referncia para os demais captulos desse livro: a subjetividade. A identidade da Psicologia o que a diferencia dos demais ramos das cincias humanas Economia; Poltica; Histria; etc considerando-se que cada um desses ramos enfoca o ser humano de maneira particular. A Psicologia colabora com o estudo da subjetividade, e essa a sua forma particular, especfica de contribuio para a compreenso da totalidade da vida humana. Subjetividade A matria-prima da Psicologia o ser humano em todas as suas expresses, as visveis (o comportamento); as invisveis (os sentimentos); as singulares (porque somos o que somos) e as genricas (porque somos todos assim). o ser humano corpo; ser humano pensamento; ser humano afeto; ser humano ao e tudo isso sintetizado no termo subjetividade.

A subjetividade a sntese singular e individual que cada um de ns vai construindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experincias da vida social e cultural. uma sntese que de um lado nos identifica, por ser nica, e de outro lado nos iguala, na medida em que os elementos que a constituem so experenciados no campo comum da objetividade social.

Essa sntese a subjetividade o mundo de idias, significados e emoes construdo internamente pelo sujeito a partir de suas relaes sociais, de suas vivncias e de sua constituio biolgica; tambm fonte de suas manifestaes afetivas e comportamentais. Portanto, vamos nos constituindo a cada dia. A subjetividade a maneira de sentir, pensar, fantasiar, se comportar, sonhar, amar, de cada um. o que constitui o nosso modo de ser. Entretanto, a sntese que a subjetividade representa no inata ao indivduo. Ele a constri aos poucos, apropiando-se do material do mundo social e cultural, e faz isso ao mesmo tempo em que atua sobre o mundo, ou seja, ativo na sua construo. Criando e transformando o mundo (externo), o homem constri e transforma a si prprio.

De certo modo podemos dizer que a subjetividade no s produzida, moldada, mas tambm automoldvel, ou seja, o homem pode promover novas formas de subjetividade, recusando-se ao assujeitamento e perda de memria imposta pela fugacidade da informao, recusando a massificao que exclui e estigmatiza o diferente, a aceitao social condicionada ao consumo, a medicalizao do sofrimento. Nesse sentido, retomamos a utopia de que cada ser humano pode participar na construo do seu destino e de sua coletividade. O movimento e a transformao so elementos bsicos. Nesse sentido, a subjetividade no cessar de se modificar, pois as experincias sempre traro novos elementos para renov-la. 3. A Psicologia e o misticismoA Psicologia, como rea da cincia, vem se desenvolvendo na histria desde 1879, quando W Wundt (1832-1926) criou o primeiro Laboratrio de Experimentos em Psicofisiologia, em Leipzig, Alemanha. Esse marco histrico significou o desligamento das ideias psicolgicas de ideias abstratas e espiritualistas que defendiam a existncia de uma alma nos seres humanos, a qual seria a sede da vida psquica. A partir da, a histria da Psicologia de fortalecimento de seu vnculo com os princpios e mtodos cientficos. A ideia de um ser autnomo, capaz de se responsabilizar por seu prprio desenvolvimento e pela sua vida, tambm vai se fortalecendo a partir desse momento. Hoje a Psicologia ainda no consegue explicar muitas coisas sobre o ser humano. Sabe-se que a cincia no esgotar o que h para conhecer, pois a realidade est em permanente movimento, novas perguntas surgem a cada dia, o ser humano est em movimento e em transformao, colocando tambm novas perguntas para a Psicologia. Ex: Inveno dos computadores trazendo mudanas s formas de pensamento, inteligncia, exigindo da Psicologia novos estudos e transformao no seu quadro terico.

Alguns dos desconhecimentos da Psicologia tm levado os Psiclogos a buscarem respostas em outros campos do saber humano, fazendo com que algumas prticas no Psicolgicas sejam associadas s prticas psicolgicas. O tar, a astrologia, a quiromancia, a numerologia, entre outras prticas advinhatrias e/ou msticas, tm sido associadas ao fazer e ao saber psicolgico.

importante frisar que essas no so prticas psicolgicas e so passveis de punio se no forem utilizadas de acordo com critrios cientficos. Sabendo que esses saberes no esto no campo da Psicologia, mas podem se tornar seu objeto de estudo. Caso isso no ocorra pode se caracterizar charlatanismo ou desempenho inadequado da profisso. Eis o alerta: No se deve misturar a Psicologia com prticas advinhatrias ou msticas baseadas em pressupostos diversos e opostos ao da Psicologia.

No entanto, devemos estar abertos ao novo que, no mbito da cincia, pode trazer novos saberes. A cincia, como uma das formas de saber do ser humano, tem seu campo de atuao com mtodos e princpios prprios, mas, como forma de saber, no est pronta e nunca estar. importante sinalizar que tudo o que ocorre com o ser humano motivo de interesse para a cincia, que deve aplicar seus princpios e mtodos para construir respostas. Atividades Conversem sobre a Psicologia cientfica sua matria-prima e seu enfoque. Para isso retomem as seguintes questes: O que subjetividade? Por que a subjetividade no inata? Por que as prticas msticas no compem o campo da Psicologia cientfica? Questes 1. Qual a relao entre cotidiano e conhecimento cientfico? D um exemplo de uso cotidiano do conhecimento cientfico (em qualquer rea). 2. Explique o que senso comum. D um exemplo desse tipo de conhecimento. 3. Explique o que voc entendeu por viso-de-mundo.

Cite alguns exemplos de conhecimentos da Psicologia apropriados pelo senso comum. 5. Quais os domnios do conhecimento humano? O que cada um deles abrange? 6. Quais as caractersticas atribudas ao conhecimento cientfico? 7. Quais as diferenas entre senso comum e conhecimento cientfico?

8. Quais so os possveis objetos de estudo da Psicologia? 9. Quais os motivos responsveis pela diversidade de objetos para a Psicologia? 10. Qual a matria-prima da Psicologia? 11. O que subjetividade? Por que ela no inata? 12. Por que as prticas msticas no compem o campo da Psicologia cientfica?