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SÉTIMA NAVEGAÇÃO – TERRA VISTA – GOVERNADOR VALADARES Na manhã de sábado e neste trecho inicial, a esquadrilha CEU decola pouco antes de nós, fico na escuta e vejo que embora o teto esteja baixo, não havia chuva, decolei na esteira deles, e fui acompanhando o litoral, afinal havia muita formação e todo cuidado é pouco, alguns minutos rumo sul, e as nuvens começam a ficar mais altas e esparsas, logo vemos parte do céu, começo a subir buscando meu nível de vôo, 065, conforme o plano de vôo feito.

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Page 1: SÉTIMA NAVEGAÇÃO – TERRA VISTA – GOVERNADOR VALADAR … · em Poços e então pude finalizar esta minha navegação que percorreu 4 estados, São Paulo, Goiás, Bahia e Minas

SÉTIMA NAVEGAÇÃO – TERRA VISTA – GOVERNADOR VALADARES

Na manhã de sábado e neste trecho inicial, a esquadrilha CEU decola pouco antes de nós, fico na escuta e vejo que embora o teto esteja baixo, não havia chuva, decolei na esteira deles, e fui acompanhando o litoral, afinal havia muita formação e todo cuidado é pouco, alguns minutos rumo sul, e as nuvens começam a ficar mais altas e esparsas, logo vemos parte do céu, começo a subir buscando meu nível de vôo, 065, conforme o plano de vôo feito.

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2ª PARTE - 7ª NAVEGAÇÃO - VALADARES – LAVRAS – POÇOS DE CALDAS

Chegada a Valadares, um belo aeroporto, um recepção formidável por parte da sala AIS.

Chegamos a Valadares, após 3hs de vôo, abastecemos e fui fazer o plano de vôo, estava aflito com as condições meteorológicas, segundo o METAR de Belo Horizonte e Ipatinga (SBIP), o tempo estava parcialmente nublado, com nuvens a 3.500, hora este nível, para aquela região era muito baixo, me obrigando voar a 1.000 da GL, o que tornou esta perna muito cansativa, pois ventava e o relevo não ajudava, com picos altos e etc..., foram 3hs de pura batedeira! Pelo meu plano de vôo inicial, iria direto para São João Del Rei, após algumas conversas com o pessoal do aeroporto de Valadares me disseram que SNJR não possuía abastecimento,

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minhas alternativas eram Barbacena ou Lavras, como esta era a primeira vez que voava na região, antes de decolar, liguei para Barbacena, a pessoa que atendeu disse que o abastecimento local era tão somente para a força Aérea, quando então descobri que lá só havia vôos da força aérea por ser uma base aérea, ainda não tenho certeza (???), restando assim somente Lavras, que acabou por ser meu destino.

Minha intenção inicial era pernoitar em Lavras, eu, como dito anteriormente, estava muito cansado, com toda turbulência enfrentada nas últimas três horas, levando em conta ainda que já estava voando a 6hs, havia combinado com o Waltinho, presidente do aeroclube de Lavras de arrumar condução até um hotel, mas conversa vai, conversa vem e acabei ligando o meu Notebook, para ver a previsão do dia seguinte, qual não foi a surpresa de ver que a frente fria que estava no sul, avançou mais rápido do que o previsto e agora a previsão mudou e o mau tempo estaria entrando no domingo no início da tarde, com esta previsão, vi que o risco de ficar “graundeado” por conta do tempo era grande, então resolvi, mesmo cansado, seguir para São João da Boavista/SP, porque lá, já teria passado a região montanhosa e estaria a menos de 1h de Itu, decolamos de Lavras as 16hs, a distância entre Lavras e São João da Boa Vista era de apenas 130nm, e portanto pouco mais de 1:20hs de vôo, desta vez, o vento havia mudado e agora era de proa, acredito que a pré frontal da frente fria já se fazia presente, após meia hora de vôo, ou seja já eram 16:30h, o estimado do GPS, dava 1:40h para SDJV, portanto a chegada lá em São João, seria às 18:10h, 20 minutos após o por do sol! O final de tarde estava lindo, céu aberto, poucas nuvens, vento de proa! Acelero! A maior parte da viagem voei entre 4.600 e 4.800 RPM, cravo 5.100, tentando ganhar velocidade, mas a VS pouco avança além dos 70Kts, quando estou no través de Poços de Caldas, o sol se põe no horizonte, olho no relógio e vejo que tenho 5 minutos para o por do sol oficial, portanto não havia a menor possibilidade de chegar a São João da Boa Vista, então alterno para SBPC, chamo a rádio local, passo um rápido AFIL e sou autorizado a pousar, exatamente no por do sol! O pessoal do aeroclube, deu abrigo ao PU-CEU, guardando-o no hangar, no dia seguinte as 7hs, chegamos ao aeroporto, embora na vertical do mesmo estivesse aberto, o entorno estava com muita névoa, e para quem conhece a região, a proa de São Paulo, é em direção ao Morro do Gavião um pico a 5.800 fts., conversei com o pessoal do aeroclube e todos desaconselharam decolar com aquela névoa, logicamente fiquei aguardando melhorar as condições. Quando eram 10hs resolvi decolar e logo puxei o manche buscando a proa para São Paulo, deixando o Morro do Gavião a minha direita, subi uns 2.000 pés, foram mais ou menos 10 minutos, então pude ver melhor o horizonte, completamente fechado com CB`s na

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proa subindo certamente a mais de 10.000 fts, olhei para os lados e vi que estava tudo fechando, então dei meia volta e retornei, o aeroporto de Poços, que já estava com nuvens a menos de 500 da GL, chamei a rádio local e comuniquei a desistência do vôo e o retorno, o tempo deteriorava muito rápido, então solicitei ir direto para o pouso, pois fazer o circuito completo seria arriscado, vez que do lado do aeroporto há um morro que já estava encoberto, fui assim autorizado fazer o circuito pela direita e então pousei. Guardei novamente o PU-CEU no hangar e fomos para a Rodoviária, combinei que na semana seguinte iria buscá-lo. Fomos para a Rodoviária e pegamos um ônibus para Campinas e depois Sorocaba, (descemos ao lado do aeroclube na rodovia do açúcar, em todo o nosso percurso choveu muito, a decisão de deixar o avião em Poços foi acertada! No sábado seguinte, dia 08, o Diogo Viudes, me deu uma carona no seu possante RV-9, pois ele tinha que ir para Lavras, conversar sobre a entelagem de seu Coyote, na volta me deixou em Poços e então pude finalizar esta minha navegação que percorreu 4 estados, São Paulo, Goiás, Bahia e Minas Gerais, foram aproximadamente 407 litros de gasolina, 22:36 horas de vôo e 3.766,97 kilometros percorridos (2.034nm).