solubilidade de compostos organicos
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI
QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL II
SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS ORGÂNICOS
DEBORAH SANTANA FREITAS PEREIRA, LAÍS BARBOSA DE ALMEIDA, LIVIA CAROLINE DOS SANTOS, RICARDO SILVA COELHO, SABRINA
MARA MACEDO VIEIRA
(SUBTURMA B)
PROFESSOR: RAFAEL C. RUSSO CHAGAS
Ouro Branco, MG - Brasil 30 de novembro de 2010
SUMÁRIO
1.RESUMO.......................................................................................................................3
2.INTRODUÇÃO..............................................................................................................3
3.OBJETIVOS...................................................................................................................5
4.PROCEDIMENTOS.......................................................................................................5
5.RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................................................7
6.CONCLUSÃO..............................................................................................................10
7.BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................11
1.RESUMO
Na presente prática, foram analisados cinco compostos, a princípio,
desconhecidos. A partir dos testes de solubilidade, estes foram classificados em classes
de grupos funcionais de acordo com a tabela e o fluxograma dado. Estes cinco
compostos incluem o Naftaleno, o Ácido Propiônico, o Acetato de Etila, a
Dimetilformamida e a Glicerina. Os testes foram realizados em tubos de ensaio e os
solventes utilizados foram água, éter etílico, solução de hidróxido de sódio 5%, solução
de bicarbonato de sódio 5%, solução de ácido clorídrico 5% e ácido sulfúrico
concentrado a frio. Os compostos foram reconhecidos e relacionados à sua respectiva
classe.
2.INTRODUÇÃO
Grande parte dos processos rotineiros de um laboratório de Química Orgânica
(reações químicas, métodos de análise e purificação de compostos orgânicos) é efetuada
em solução ou envolve propriedades relacionadas à solubilidade de compostos
orgânicos. (GONÇALVES,1988)
A solubilidade de uma substância é uma propriedade física muito importante, na
qual se baseiam certos métodos de separação de misturas, de extração de produtos
naturais e de recristalização de substâncias. Também é uma propriedade muito
empregada nas indústrias de tintas, perfumes, sabão e detergente, açúcares e plásticos.
Ela depende da natureza do soluto, do solvente e da temperatura. Para prever o
comportamento de certos solutos em relação a certos solventes (à temperatura
constante) é necessário se analisar as suas estruturas moleculares, ou melhor, o tipo de
interação que há entre soluto e solvente. (VOGEL, 1981)
As forças intermoleculares são de importância primordial na explicação das
solubilidades das substâncias. A dissolução de um sólido em um líquido é, em muitos
aspectos, parecida com a fusão de um sólido. A estrutura cristalina ordenada do sólido é
destruída e o resultado é a formação de um arranjo mais desordenado das moléculas (ou
íons) na solução. No processo de dissolução, as moléculas também devem ser separadas
umas das outras e deve-se fornecer energia para ambas as mudanças. A energia
necessária para superar as energias de rede e as atrações intermoleculares ou
interiônicas é proveniente da formação de novas forças de atração entre o soluto e o
solvente. (SOLOMONS, 2004)
A solubilidade dos compostos orgânicos pode ser dividida em duas categorias
principais: a solubilidade decorrente de simples miscibilidade e a solubilidade resultante
de uma reação química, por exemplo, uma reação ácido-base. Na prática, determina-se a
solubilidade de uma amostra desconhecida nos solventes que podem fornecer
informações úteis, tais como: solubilidade em água, solução de hidróxido de sódio 5%,
solução de bicarbonato de sódio 5%, solução de ácido clorídrico 5% e ácido sulfúrico
concentrado a frio. Em geral, encontram-se indicações sobre o grupo funcional presente
na substância. Por exemplo, uma vez que os hidrocarbonetos são insolúveis em água, o
simples fato de um composto como o éter etílico ser parcialmente solúvel em água
indica a presença de um grupo funcional polar. Embora úteis na identificação eventual
de uma amostra, deve-se ter em mente que os testes de solubilidade não são infalíveis,
posto que muitos casos limítrofes de solubilidade são conhecidos.(COOLEY,1999).
Além disso, a solubilidade em certos solventes fornece informações mais
específicas sobre um grupo funcional. Por exemplo, o ácido benzóico é insolúvel em
água, mas o hidróxido de sódio diluído o converte em seu sal, que é solúvel. Assim, a
solubilidade de um composto insolúvel em água, mas solúvel em solução de NaOH
diluída é uma forte indicação sobre o grupo funcional ácido. Finalmente, é possível, em
certos casos, fazer deduções sobre a massa molecular de uma substância. Por exemplo,
em muitas séries homólogas de compostos monofuncionais, aqueles com menos de
cinco átomos de carbono são solúveis em água, enquanto que os homólogos são
insolúveis. (VOGEL, 1981)
Em geral, compostos com grupos polares e de baixa massa molecular terão
solubilidade em água. A presença de grupos ácidos (um grupo carboxila, por exemplo)
resultará em solubilização em meio básico devido à reação de formação de um sal
(carboxilato de sódio). Por outro lado, compostos com grupos básicos (aminas, por
exemplo) terão reação em meio ácido gerando um sal de amônio. (VOGEL, 1981)
Após classificação da amostra desconhecida em um determinado grupo de
solubilidade, é necessário aplicar testes de funcionalidade adequados. Por meio deles,
funções muito parecidas podem ser facilmente diferenciadas, como por exemplo:
aldeídos de cetonas, acetilenos de olefinas, alcoóis de éteres, etc. Em geral os testes são
muito simples e rápidos, mas exigem sempre o uso de reagentes, muitas vezes
agressivos, tóxicos ou dispendiosos. A caracterização de grupos funcionais por métodos
espectrométricos modernos (particularmente IV e RMN) é muito mais rápida, mas
também exigem instrumentação dispendiosa e nem sempre disponível. De todo modo,
muitas vezes os testes químicos de caracterização de grupos funcionais são ainda
indispensáveis na elucidação de questões duvidosas sob o ponto de vista das técnicas
espectrométricas. (COOLEY,1999).
3.OBJETIVOS
O principal objetivo desse experimento é a determinação da solubilidade das
cinco substâncias testadas para, então, verificar o tipo de grupo funcional que as
mesmas possuem e propor qual será o composto orgânico em cada caso.
4.PROCEDIMENTOS
Para a realização dos testes de solubilidade; a prática seguiu o seguinte
fluxograma:
Primeiramente, numerou-se os tubos de ensaio. Adicionou-se 1,0 mL da
substância 1 no tubo de ensaio nº 1, em seguida, adicionou-se aproximadamente 1,0 mL
de água e agitou-se a solução. Como a substância era solúvel em água, precisou-se fazer
o segundo teste; adicionando-se 1,0 mL da substância 1 no tubo de ensaio nº 2
juntamente com 1,0 mL de éter etílico 5% e agitou-se a solução. A substância 1 também
foi solúvel em éter, então se mediu o pH com papel indicador.
No tubo de ensaio nº 3, adicionou-se 1,0 mL da substância 2 juntamente com 1,0
mL de água e agitou-se a solução. Como a substância 2 foi solúvel em água; no tubo de
ensaio nº 4 adicionou-se 1,0 mL da mesma, juntamente com 1,0 mL de éter etílico 5%.
A substância 2 foi insolúvel em éter.
No tubo de ensaio nº 5, adicionou-se 1,0 mL da substância 3, juntamente com
1,0 mL de água, e agitou-se a solução. Como a substância 3 foi insolúvel em água,
repetiu-se o procedimento com NaOH no tubo de ensaio nº 6, com HCl no tubo de
ensaio nº 7 e com H2SO4 no tubo de ensaio nº 8. Todos apresentaram insolubilidade da
substância 3 nos referidos solventes. Então, no tubo de ensaio nº 9, adicionou-se 1,0 mL
da substância 3 juntamente com 1,0 mL de H3PO4, no qual a amostra foi solúvel.
No tubo de ensaio nº 10, adicionou-se 1,0 mL da substância 4 juntamente com
1,0 mL de água e agitou-se. Como a substância 4 foi solúvel em água, colocou-se 1,0
mL da mesma no tubo de ensaio nº 11 juntamente com 1,0 mL de éter, no qual a
amostra foi solúvel. Mediu-se o pH com papel indicador.
Finalmente no tubo de ensaio nº 12, adicionou-se uma pequena quantidade (a
ponta da espátula de amostra) da substância 5, que é sólida, juntamente com uma
pequena quantidade de água (aproximadamente 1,0 mL) e agitou-se a solução. Como a
substância 5 não foi solúvel em água; no tubo de ensaio nº 13 adicionou-se a mesma
quantidade de sólido do tubo anterior, juntamente com 1,0 mL de NaOH, no qual a
amostra também apresentou insolubilidade. No tubo de ensaio nº 14 colocou-se
novamente a mesma quantidade da substância 5 juntamente com 1,0 mL de HCl e
agitou-se a solução. Como a amostra não foi solúvel em HCl, o teste foi repetido no
tubo de ensaio nº 15, porém com H2SO4 como solvente, no qual a substância 5 foi
solúvel.
Os dados foram anotados em uma tabela e posteriormente analisados para se
descobrir quais eram as substâncias correspondentes.
Durante a prática, os primeiros tubos de ensaio usados foram lavados e
numerados novamente para fazer os testes seguintes, pois não haviam tubos suficientes.
5.RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir dos resultados obtidos e seguindo o fluxograma de identificação de
compostos orgânicos, foi possível preencher a tabela abaixo.
Tabela com os resultados experimentais do grupo:
Amostra Água Éter NaOH
5%
HCl
5%
H2SO4
96%
H3PO4
85%
Classe Papel de
tornassol
1 solúvel Solúvel SA Descoloriu
o vermelho
2 solúvel insolúvel S2
3 insolúvel insolúvel insolúvel Insolúvel solúvel N1
4 solúvel Solúvel S1 Não alterou
5 insolúvel insolúvel insolúvel Solúvel I
Como no final do experimento foram fornecidas as substâncias utilizadas, a
tabela acima nos permitiu confirmar a que classe cada amostra pertence e identificá-las.
Amostra 1: Ácido propiônico → ácido monocarboxílico com 3 átomos de
carbono; classe SA
Amostra 2: Glicerina → composto polifuncional; classe S2
Amostra 3: Acetato de etila → éster com um só grupo funcional; classe N1
Amostra 4: Dimetilformamida→ amida; classe S1
Amostra 5: Naftaleno → composto aromático não-ativo; classe I
A solubilidade dos compostos orgânicos pode ser dividida em duas categorias
principais: a solubilidade na qual uma reação química é a força motriz e a solubilidade
na qual somente está envolvida a simples miscibilidade. As duas estão inter-
relacionadas, sendo que a primeira é, geralmente, usada para identificar os grupos
funcionais e a segunda para determinar os solventes apropriados para recristalização,
nas análises espectrais e nas reações químicas.
A propriedade que uma substância tem de se dissolver espontaneamente em
outra substância (solvente) é denominada Solubilidade; esta é a medida da quantidade
máxima de soluto que pode ser dissolvida em um determinado solvente, formando uma
solução. Essa solução é então dita saturada com relação ao soluto considerado.
Solubilidade nada mais é que a quebra das ligações químicas que compõe o sólido,
retirando de um arranjo ordenado para um desordenado em que o composto tem uma
interação como o solvente. Diferentemente da miscibilidade, na solubilidade pode
ocorrer o processo de dissociação ou ionização do soluto, o que formam os íons capazes
de gerar e conduzir corrente.
A solubilidade entre líquidos é chamada de miscibilidade. Líquidos que se
misturam entre si são chamados de miscíveis. Geralmente, líquidos miscíveis têm
estruturas moleculares semelhantes, como exemplo da água e o álcool etílico. Ambos
possuem moléculas polares que se atraem mutuamente. Se os líquidos se misturam em
todas as proporções, são miscíveis e formam uma solução homogênea (uma única fase),
se os líquidos não se misturam, eles formam um sistema heterogêneo (duas ou mais
fases).
Compostos orgânicos podem ter caráter ácido ou básico, realizando, assim,
reações de neutralização com soluções ácidas ou básicas. A presença de grupos ácidos
(um grupo carboxila, por exemplo) resultará em solubilização em meio básico devido à
reação de formação de um sal (carboxilato de sódio). Por outro lado, compostos com
grupos básicos (aminas, por exemplo) terão reação em meio ácido gerando um sal de
amônio.
A polaridade molecular tem um efeito significativo na solubilidade. As
substâncias iônicas são formadas por partículas de carga elétrica positiva (íon positivo
ou cátion) e por partículas com carga elétrica negativa (íons negativos ou ânions), sendo
que essas partículas se mantém ligadas umas às outras por forças de natureza elétrica. Já
com as substâncias moleculares ou covalentes, as moléculas não são partículas com
cargas elétricas, embora apresentem pólos elétricos (moléculas polares) ou não
(moléculas apolares). Para uma molécula ser polar, é necessário que a mesma tenha uma
ou mais ligações polares e uma geometria que não cause o cancelamento dos dipolos
das ligações. As polaridades das ligações podem ser estimadas facilmente a partir da
eletronegatividade dos elementos ligados, mas a polaridade depende também da
geometria. É exatamente por causa de atrações de natureza elétrica, que se pode
estabelecer a seguinte regra geral: compostos iônicos e compostos covalentes polares
são solúveis em solventes polares, e substâncias apolares são solúveis em solventes
apolares. Uma generalização muito utilizada em química (mas que como a maioria das
generalizações tende a simplificar demais a situação) é que "semelhante dissolve
semelhante". Isto significa que, quando duas ou mais substâncias possuem partículas
semelhantes, em estrutura e propriedades elétricas, elas devem se misturar formando
uma solução. Nesse contexto, podemos explicar porque alguns compostos orgânicos são
solúveis em água (substância polar) e outros em éter etílico (substância apolar). O
caráter polar ou apolar de uma substância está diretamente ligado ao conceito de
solubilidade, já que espécies semelhantes tendem a dissolver outras espécies
semelhantes. Existem compostos orgânicos anfóteros, que apresentam caráter
hidrofílico e hidrofóbico. Isso se deve à parte polar formada pelo seu grupo funcional, e
pela parte apolar da sua cadeia carbônica. Dessa forma, podem ser miscíveis com água,
principalmente se seu grupo funcional, além de polar, for capaz de realizar ligações de
hidrogênio com a água, e miscível em éter devido às interações de London entre sua
cadeia carbônica e a do éter. A cadeia carbônica dos compostos orgânicos solúveis em
água e em éter não pode passar de mais que seis carbonos, senão, tornariam insolúveis
em água. Como composto de seis carbonos e com grupos polares são geralmente
líquidos em temperatura ambiente, usamos o termo miscível.
Reações envolvidas durantes o experimento:
Amostra 3: acetato de etila
Procedimentos propostos para separar e recuperar os compostos das seguintes misturas:
Mistura A:
Ácido benzóico e benzaldeído
O benzaldeído é pouco solúvel em água e o ácido benzóico quando na presença
de hidrogeno carbonato de sódio (NaHCO3), sofre desprotonação ocorrendo a formação
de um sal de ácido, que é muito solúvel em água. Logo, podemos utilizar uma reação
com NaHCO3, na presença de água, para separá-los. O sal C6H5COO-NA+ ficará
dissolvido na água. Para restituir o ácido benzóico, basta reagir com uma fonte de H+
(H2SO4).
Mistura B
Anilina, tolueno e ácido benzóico
Do mesmo modo que na mistura anterior, utiliza-se uma reação com NaHCO3, na
presença de água, para separá-los. O sal C6H5COO-NA+ ficará dissolvido na água. Para
restituir o ácido benzóico, basta reagir com uma fonte de H+ (H2SO4). A anilina e o
tolueno, pouco solúveis em água, podem ser separados adicionando HCl 5% à mistura,
pois a anilina é solúvel em HCl e reagirá com o mesmo, formando o sal de anilina
C6H5NH3+Cl-. Desse modo poderá ser separada do tolueno e ser recuperada através de
uma reação com uma base (NaOH).
6.CONCLUSÃO
Os testes foram bem sucedidos quanto à identificação das amostras, reiterando a
comparação entre propriedades de compostos orgânicos como método de
caracterização, em especial a solubilidade.
A prática exige cautela e atenção, principalmente na agitação dos tubos de ensaio
que, se não for feita corretamente, pode influenciar nos resultados dos testes de
solubilidade. Portanto o caminho seguido para a classificação dos compostos orgânicos
por solubilidade mostra-se viável para identificação de um número significante de
amostras de compostos.
7.BIBLIOGRAFIA
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<http://web.ccead.puc-rio.br/condigital/mvsl/Sala%20de%20Leitura/conteudos/
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COOLEY, J. H.; WILLIAMS, R. V. Qualitative Analysis in the Beginning Organic
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GONÇALVES, D.; ALMEIDA, R. R. Química Orgânica e Experimental; McGraw-
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MINATTI E. et AL. Química Orgânica experimental A: Solubilidade de compostos
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SOLOMONS, T.W.G.; FRYHLE, C. B. Química Orgânica. 8ª ed. Rio de Janeiro. LTC,
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VOGEL, A. I. Química orgânica: análise orgânica qualitativa. 3ª ed. Rio de Janeiro: Ao
Livro Técnico, S.A. 1981, v.3.