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Boi. San. Veg., Plagas. 22: 521-536, 1996 Sobre a presença de Parabemisia myricae (Kuwana) (Homoptera; Aleyrodidae) em Portugal J. C. FRANCO, M. CAVACO, J. P. CARVALHO y J. E. FERNANDES Se cita por primera vez la presencia de Parabemisia myricae (Kuwana) en Portugal. Este aleirodido fué detectado en un huerto de naranjo dulce, en la región de Tavira, en agosto de 1993. Se trata de la segunda espécie de esta família que se encuentra en los cítricos desde Ia aparición, en 1977, de Aleurothrixus floccosus (Maskell). En este trabajo presentamos datos preliminares sobre su distribución en Algarve y se discute la posible evolución de la situatión actual teniendo en cuenta su caracter de plaga potencial de los cítricos y la informatión disponible sobre distribución geográfi- ca, hospederos, danos que provoca, bioecologia, enemigos naturales y posibles médios de lucha. J. C. FRANCO. Sec. Aut. Prot. Integrada, Inst. Sup. Agronomia, 1399 Lisboa Codex- Portugal. M. CAVACO y J. P. CARVALHO. Dept. Entomologia, Estação Agr. Nac. Qta. Marquês, 2780 Oeiras - Portugal J. E. FERNANDES. Div. Prot. Culturas., Dir. Reg. Agric. Algarve, Patacão - Portugal Palabras clave: Parabemisia myricae, cítricos, Portugal INTRODUÇÃO Em Janeiro de 1993 a entomofauna fitófa- ga referenciada em citrinos em Portugal Continental totalizava 45 espécies, distribuí- das por oito ordens e 18 famílias (CARVALHO, 1994, CARVALHO & RAMOS, 1994). De entre estas, destaca-se o grupo das cochonilhas (famílias Pseudococcidae, Margarodidae, Coccidae e Diaspididae) que abarca 42% da diversidade global e inclui três das seis espé- cies consideradas pragas-chave dos citrinos na principal Região citrícola do País, o Algarve (CARVALHO, 1990), nomeadamente Planococcus citri (Risso), Lepidosaphes bec- kii (New.) e Saissetia oleae (Walk.). As res- tantes espécies-chave incluem um díptero, Ceratitis capitata (Wied.), um lepidóptero, Prays citri (Mill.), e um aleirodídeo, Aleurothrixus floccosus (Mask.). Esta última espécie, detectada pela primeira vez em 1977, era o único aleirodídeo que estava assinalado Fig.l- Região posterior da exúvia pupal de Parabemisia myricae (Kuw.) (orig. J.C. Franco).

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Page 1: Sobre a presença de Parabemisia myricae (Kuwana) (Homoptera ...€¦ · Fig. 3.- Quadrículas UTM onde foi detectada a presença de Parabemisia myricae (Kuw.), na Região do Algarve

Boi. San. Veg., Plagas. 22: 521-536, 1996

Sobre a presença de Parabemisia myricae (Kuwana) (Homoptera; Aleyrodidae) em Portugal

J. C. FRANCO, M. CAVACO, J. P. CARVALHO y J. E. FERNANDES

Se cita por primera vez la presencia de Parabemisia myricae (Kuwana) en Portugal. Este aleirodido fué detectado en un huerto de naranjo dulce, en la región de Tavira, en agosto de 1993. Se trata de la segunda espécie de esta família que se encuentra en los cítricos desde Ia aparición, en 1977, de Aleurothrixus floccosus (Maskell).

En este trabajo presentamos datos preliminares sobre su distribución en Algarve y se discute la posible evolución de la situatión actual teniendo en cuenta su caracter de plaga potencial de los cítricos y la informatión disponible sobre distribución geográfi­ca, hospederos, danos que provoca, bioecologia, enemigos naturales y posibles médios de lucha.

J. C. FRANCO. Sec. Aut. Prot. Integrada, Inst. Sup. Agronomia, 1399 Lisboa Codex-Portugal.

M. CAVACO y J. P. CARVALHO. Dept. Entomologia, Estação Agr. Nac. Qta. Marquês, 2780 Oeiras - Portugal

J. E. FERNANDES. Div. Prot. Culturas., Dir. Reg. Agric. Algarve, Patacão - Portugal

Palabras clave: Parabemisia myricae, cítricos, Portugal

INTRODUÇÃO

Em Janeiro de 1993 a entomofauna fitófa-ga referenciada em citrinos em Portugal Continental totalizava 45 espécies, distribuí­das por oito ordens e 18 famílias (CARVALHO, 1994, CARVALHO & RAMOS, 1994). De entre estas, destaca-se o grupo das cochonilhas (famílias Pseudococcidae, Margarodidae, Coccidae e Diaspididae) que abarca 42% da diversidade global e inclui três das seis espé­cies consideradas pragas-chave dos citrinos na principal Região citrícola do País, o Algarve (CARVALHO, 1990), nomeadamente Planococcus citri (Risso), Lepidosaphes bec-kii (New.) e Saissetia oleae (Walk.). As res­tantes espécies-chave incluem um díptero, Ceratitis capitata (Wied.), um lepidóptero, Prays citri (Mill.), e um aleirodídeo, Aleurothrixus floccosus (Mask.). Esta última espécie, detectada pela primeira vez em 1977, era o único aleirodídeo que estava assinalado Fig.l- Região posterior da exúvia pupal

de Parabemisia myricae (Kuw.) (orig. J.C. Franco).

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Fig. 2.-Difusão de Parabemisia myricae na Bacia Mediterrânea,com base no número acumulado de Países onde foi referenciada

para os citrinos em Portugal Continental, nãoobstante as mais de 60 espécies referenciadasnesta cultura, a nível mundial (MOUND &HALSEY, 1978), as sete na Bacia doMediterrâneo (VIGGIANI, 1989) e as seis navizinha Espanha (GARRIDO, 1992).

Em Agosto de 1993, em resultado deobservações efectuadas no âmbito de umprojecto de investigação (JNICT N°PBIC/C/AGR/1484/92), cujo objectivo é odelineamento de estratégias de protecçãointegrada em citrinos, relativamente aoshomópteros-chave, foi detectada, pelosautores, a presença de mais uma espécie dealeirodídeo, num pomar de laranjeira doce,na Região de Tavira (Algarve). As suspeitassobre a identidade da espécie, resultantesdas observações efectuadas em campo,foram confirmadas pelo estudo microscópi-co da exúvia pupal (Fig.l), que permitiuconcluir tratar-se de Parabemisia myricae(Kuw.). A identificação foi posteriormenteconfirmada pelo colega J. MonteiroGuimarães.

Neste trabalho apresentam-se dados pre-liminares sobre a distribuição de R myricaeem Portugal e discute-se a possível evolução

da situação actuala tendo como referência oseu estatuto de potencial praga dos citrinos ea informação disponível sobre distribuiçãogeográfica, hospedeiros, estragos que provo-ca, bio-ecología, inimigos naturais e possí-veis meios de protecção da cultura.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Detectada pela primeira vez em 1924, noJapão, a espécie foi descrita por Kuwana em1927 com a designação de Bemisia myricae,a partir de exemplares colhidos em Myricarubra, Morus alba, Citrus spp. e outros hos-pedeiros. Os primeiros prejuízos foramregistados, em 1925, numa parcela de amo-reiras (M. alba) utilizada na produção debicho-da-seda (Bombyx mori), tendo-seestendido, nos anos seguintes, a centenas dehectares. Admite-se que este aleirodídeopossa ter sido introduzido acidentalmente noJapão, juntamente com material vegetativoimportado de outros países asiáticos, numperíodo de recrudescimento da sericicultura,ou que se tenha feito notar em consequênciada intensificação da cultura da amoreira, que

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Quadro 1. Distribuição geográfica de Parabemisia myricae (Kuw.)

Região

EuropaChipreGréciaCretaEspanhaItáliaPortugal

ÁsiaJapãoMalásiaIsraelTurquiaHong KongChinaFormosaSiriaLíbano

ÁfricaEgiptoCosta do MarfimTunisia

América do NorteEUA (Califórnia)EUA (Florida)

América do SulVenezuela

PacíficoHawaii (EUA)

AustralasiaNova Guiné

Detecção

198319881988198919901993

19241952197819821990????

198719891990

19781984

?

?

?

Hospedeiro

citrinoscitrinos e vinha?citrinoscitrinoscitrinos e abacate

amoreira?citrinos e abacatecitrinos?????

??citrinos

gardenias e citrinoscitrinos

?

7

?

Referência

ORPHANIDES (1991)

MICHALOPOULUS(1989)

IIE (1992)GARRIDO (1992)

RAPISARDA et ai. (1990

ROSE & DEBACH (1992)

MEYERDIRK & MORENO (1984)

SWIRSKI & WYSOKI (1988)

UYGUNeía/.(1990)IIE (1992)HAMON et ai (1990)

HAMON eí a/. (1990)

VlGGIANI (1989)

OEPP (1988)

HE (1992)IIE (1992)CHERMITI & ONILLON (1992)

ROSE et ai (1981)

HAMON et ai. (1990)

HAMON et ai. (1990)

OEPP (1988)

OEPP (1988)

teria passado a constituir uma nova e abun-dante fonte de alimento (ROSE & DEBACH,

1992).Segundo IIE (1986), em finais de

1986, a presença da espécie encontrava-sereferenciada apenas em sete países, distri-buidos por três continentes. Actualmente

(Quadro 1) a sua distribuição estende-sejá a todos os continentes, englobandocerca de 20 países. A sua difusão pelaBacia do Mediterrâneo tem sido relativa-mente rápida, podendo considerar-se doisperíodos distintos, quanto à taxa de pro-gressão (Fig.2). O primeiro tem início em

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Fig. 3 . - Quadrículas UTM onde foi detectada a presença de Parabemisia myricae (Kuw.), na Região do Algarve

1978, ano em que P. myricae foi detecta-da em Israel, e termina em 1987, a quecorrespondeu uma taxa de progressãomédia de uma nova referência por cada2,25 anos. O segundo período vai de 1987a 1993, apresentando uma taxa de pro-gressão média de uma nova referência porcada 0,8 anos.

Em Portugal, após a detecção de P.myricae no Algarve, foram efectuadas, noâmbito da tese de mestrado do segundoautor, prospecções em plantações de citri-nos, distribuídas pelas principais manchascitrícolas da Região (Fig.3). Essas pros-pecções permitiram verificar que P myri-cae já se encontrava amplamente dispersa,sendo por isso previsível a sua rápidadifusão por toda a área do Algarve e, muitoprovavelmente, a invasão de outrasRegiões do País.

HOSPEDEIROS

P. myricae é uma espécie polífaga cujoleque de hospedeiros engloba cerca de 80espécies distribuídas por 35 famílias(Quadro 2). Em Portugal apenas foi detec-tada em citrinos e abacateiro.

ESTRAGOS E IMPORTÂNCIAECONÓMICA

Os estragos produzidos por P. myricaesão essencialmente de dois tipos: directos eindirectos. No primeiro caso, resultam daactividade alimentar de adultos e ninfas quese traduz na extracção de seiva e na intro-dução de saliva tóxica nos tecidos vegetais(LLORENS & GARRIDO, 1992). Como resulta-do desta última acção verifica-se a hipertro-

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fia de células, com a consequente defor-mação dos tecidos em crescimento, obser-vando-se no final um ligeiro ondulado namargem das folhas e a existência dedepressões no limbo (Fig.4). No segundocaso, os estragos estão ligados à excreção demelada pelas ninfas, a qual, ao se depositarna página superior das folhas, favorece odesenvolvimento de fungos saprofitas, vul-garmente designados por fumagina, que vão,juntamente com a melada, interferir nafotossíntese e transpiração das plantas infes-tadas. A melada e a fumagina funcionamainda como substâncias adesivas, retendopoeiras e detritos sobre as folhas, os quais,para além de potenciarem os efeitos já refe-ridos, são prejudiciais à actividade de diver-sas espécies de parasitóides (ROSE &DEBACH, 1992).

A presença de melada está, ainda, na ori-gem de outro tipo de interacções negativascom os inimigos naturais de outras espéciesfitófagas (A. floccosus, Aonidiella aurantii(Mask.), L. beckii, Coccus hesperidum L. eS. oleae), pelo facto de ser procurada pelaformiga-argentina, Iridomyrmex humilisMayer (ROSE & DEBACH, 1992).

Ainda no que respeita aos estragos indi-rectos, existem evidências de que P. myricaepode ser vector de uma nova virose dos citri-nos detectada na Turquia (KORKMAZ et ai,1994), o que, a confirmar-se, teria reper-cussões óbvias no seu actual estatuto depraga.

Apesar da rápida difusão a nível mun-dial, P myricae não tem assumido a mesmaimportância económica em todos os países.A sua introdução na Califórnia (ROSE et ai,1981) e em Israel (SWIRSKI et ai, 1988) ori-ginou avultados prejuízos em citrinos e aba-cateiro. ROSE & DEBACH (1992) referem queo acréscimo de custos com a protecção depomares de limoeiros relativamente a estealeirodídeo, atingiu cerca de mil dólares porhectare.

Em Portugal as populações de P. myricaeainda não atingiram níveis populacionaiselevados. Situação semelhante parece tam-bém ocorrer em Espanha (F. GARCÍA MARI,

Fig.4- Aspecto das depressões provocadas por Parabenúsiamyricae no limbo das folhas (orig. J.C. Franco).

comun. pessoal, 1994). É de referir contudoque no início da Primavera de 1994, foiobservado um elevado nível populacional deadultos de P. myricae em postura numa par-cela de laranjeiras da variedade Valencialate, na Região de Moncarapacho, noAlgarve. Contrariamente ao que faziam pre-ver as observações efectuadas nesse período,e sem que tenham sido realizados tratamen-tos químicos, a maioria da população deestados imaturos da nova geração de P.myricae não completou o desenvolvimento,tornando-se o ataque insignificante, semimportância económica.

R myricae encontra-se incluída na listaA2 de pragas de quarentena da OEPP(SMITHS ai, 1992).

MORFOLOGIA

Os ovos têm cerca de 0,2 mm de compri-mento (UYGUN et ai, 1990), são fusiformes*

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526 J. C. FRANCO, M. CAVACO, J. P. CARVALHO & J. E. FERNANDES

Quadro 2 - Hospedeiros de Parabemisia myricae (Kuw.)

Familia Espécie Referencia bibliográfica

Annonaceae

AceraceaeBetulaceaeChenopodiaceaeCichorioideaeEbenaceaeElaeocarpaceaeEricaceaeEuphorbiaceaeFagaceae

FlacourtiaceaeJuglandaceaeLabiateaLauraceae

Malvaceae

Moraceae

MyricaceaeMyrsinaceaeMyrtacea

PassifloraceaePolygonaceaeProteaceaePunicaceaeRosaceae

Annona squamosaA. cherimoliaAcer sp.Betula spp.Chenopodium sp.Sonchus sp.Diospyms kakiElaeocarpus serratosRhododendron sp.Mercurialis annuaQuercus spp.Q. acutissimaQ. serrataDovyalis hebecarpaCarya illinoensisLamium sp.

Cinnamomum camphoraLaurus nobilisMachilus sp.Persea americanaP. gratíssimaFicus sp.F caricaHibiscus spp.Malva neglectaMadura pomíferaMorus spp.M. albaM. nigraMyrica rubraMaesa japónicaMyrtus communisPsidium cattleianumP. guajavaPassiflora edulisPolygonum sp.Macadamia sp.Púnica granatumCydonia vulgarisEriobotrya japónicaMalus communisPrunus amygdalus

GARCÍA et al. (1992)

LONGO et al (1990b)

UYGUN et al. (1990)

OEPP (1988)LONGO et al. (1990b)

UYGUN etal. (1990)

MOUND & HALSEY (1978);

MOUND & HALSEY (1978)

MOUND & HALSEY (1978)

UYGUN et al. (1990)

OEPP (1988)MOUND & HALSEY (1978)

UAMONetal. (1990)SmRSKíetal. (1988)UYGUN et al. (1990)

UYGUN et al. (1990)

OEPP (1988)UYGUN et al. (1990)

MOUND & HALSEY (1978)

OEPP (1988)GARCÍA et al. (1992)

UYGUN et al. (1990)

MOUND & HALSEY (1978)

OEPP (1988)UYGUN et al. (1990)

UYGUN et al. (1990)

UYGUN et al. (1990)

OEPP (1988)OEPP (1988)MOUND & HALSEY (1978)

MOUND & HALSEY (1978)

UYGUN et al. (1990)

GARCÍA et al. (1992)

MOUND & HALSEY (1978)

GARCÍA etal. (1992)

UYGUN et al. (1990)

GARCÍAS al. (1992)

UYGUN et al. (1990)

UYGUN et al. (1990)

OEPP (1988)UYGUN et al. (1990)

GARCÍA et al. (1992)

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BOL. SAN. VEG. PLAGAS, 22, 1996 527

Quadro 2 - Hospedeiros de Parabemisia myricae (Kuw.) (Continuación)

Familia Especie Referencia bibliográfica

Rubiaceae

Rutacea

Salicaceae

SapindaceaeSapotaceae

Solanaceae

Theaceae

UlmaceaeUrticaceaeVerbenaceaeVitaceae

P. armeniacaP. aviumP. domesticaP. mumeP pérsicaP. salicinaP. trifloraPyrus communisRosa sp.Coffea spp.Chiococca albaGardenia floridaG. jasminoidesRubus sp.Citrus spp.C. aurantiumC. bergamiaC. limonumC. nobilisC. sinensisSeverina buxifoliaSalix babylonicaS. gracilistylaLitchi chinensisAchras sapotaLúcuma nervosaDatura stramoniumSolanum lycopersicumS. nigrumThea sinensisCamellia sinensisUlmus sp.Parietaria officinalisDuranta repensParthenocissus quinquefolioVitis spp.Wtis vinifera

LONGO et al. (1990b)

OEPP (1988)OEPP (1988)MOUND & HALSEY (1978)

MOUND & HALSEY (1978)

OEPP (1988)MOUND & HALSEY (1978)

OEPP (1988)UYGUN eí a/. (1990)

OEPP (1988)HAMON et al. (1990)

HAMON <?f a/. (1990)

HAMON et al. (1990)

UYGimetal. (1990)MOUND & HALSEY (1978)

LONGO et al. (1990b)

LONGO cía/. (1990b)

LONGO et al. (1990b)

LONGO et al. (1990b)

LONGO et al. (1990b)

LONGO et al. (1990b)

MOUND & HALSEY (1978)

MOUND & HALSEY (1978)

GARCÍAS al. (1992)

GARCÍA et al. (1992)

GARCÍAS al. (1992)

LONGO et al. (1990b)

UYGUNeía/. (1990)UYGUN et al. (1990)

MOUND & HALSEY (1978)

OEPP (1988)GARCÍAS al. (1992)

LONGO et al. (1990a)

GARCÍAS al. (1992)

UYGUN et al. (1990)

UYGUN et al. (1990)

GARCÍA et al. (1992)

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Fig.5- Ovos de Parabemisia myricae (Kuw.) inseridosna margem de uma folha (orig. J.C. Franco).

Fig.6 - Aspecto de urna ninfa de Parabemisia myricae(Kuw.), observando-se a franja de cera que se

deposita marginalmente ao corpo (orig. J.C. Franco).

Fig.7 - Fêmea adulta de Parabemisia myricae (Kuw.),(orig. J.C. Franco).

pedunculados, e a sua coloração é, inicial-mente, branca amarelada, tornando-se negrapróximo da eclosão (Fig.5).

As ninfas, têm de comprimento 0,25 mm(Io instar) a 1 mm (4o instar) (UYGUN etai, 1990), apresentam cor amarelo-esverdeadae, contrariamente ao que acontece com A.floc-cosus, quase não produzem secreções cerosas,factos que contribuem para que a sua presençana plantação passe com facilidade despercebi-da. A única secreção observável limita-se auma fina franja de cera que se deposita na mar-gem do corpo das ninfas (Fig.6).

Os adultos têm cerca de 1 mm de com-primento (UYGUN et ¿z/., 1990) e, imediata-mente após a emergência, apresentam ocorpo com cor amarela. Na região dorsal dacabeça e tórax observam-se manchas acin-zentadas (Fig.7). À semelhança do que severifica com a maioria das espécies de alei-rodídeos, as asas têm coloração branca, uni-forme e aspecto pulverulento.

A identificação da espécie baseia-se noestudo microscópico da exúvia do últimoinstar (4o instar) (Fig.l). Esta espécie apre-senta normalmente 32 sedas submarginais; opar de sedas caudais pode ter até 60 um e asrestantes não ultrapassam 45 um; a estrutu-ra vasiforme é triangular, com os lados rec-tos ou ligeiramente côncavos; o opérculoocupa a metade basal da estrutura vasifor-me, sendo a parte restante ocupada pelaextremidade distai da língula, que é lateral-mente bilobada (MARTIN, 1987).

De entre os trabalhos que apresentamchaves de identificação que incluem Pmyricae, referem-se os de MARTIN (1985,1987) e PAULSON & KUMASHIRO (1985).

BIO-ECOLOGIAE COMPORTAMENTO

A actividade de voo dos adultos de Pmyricae é diurna, apresentando uma distri-buição bimodal ao longo do dia, com máxi-mos ao fim da manhã (10:00-12:00) e datarde (18:00-20:00) (MEYERDIRK & MO-RENO, 1984).

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Fig.8 - Aspecto de fêmeas adultas de Parabemisia myricae (Kuw.) em postura,sobre folhas jovens de laranjeira doce (orig. J.P. Carvalho).

As fêmeas manifestam marcada preferên-cia para efectuar a postura em folhas muitojovens (Fig. 8) (ROSE et al, 1981, GARRIDO,1992, CHERMITI & ONILLON, 1993). Contudo,quando os níveis populacionais são elevadostambém se podem observar posturas em fol-has completamente desenvolvidas, rebentose frutos jovens (UYGUN et aly 1990,CHERMITI & ONILLON, 1993).

As posturas podem ocorrer em ambas aspáginas e também nas margens da folha(Fig.5). Segundo UYGUN et ai (1990) os pri-meiros ovos são postos nas margens e nervu-ras das folhas e, sucessivamente, no limbo dapágina superior e inferior. MICHALOPOULOS(1989) refere que, em laranjeira, as posturasefectuadas na página inferior das folhas sãoproporcionalmente em menor número dosque as observadas em limoeiro, verificando-se, neste caso, uma distribuição equitativados ovos pelas duas páginas.

O comportamento preferencial das fême-as, relativamente à postura, favorece asobrevivência dos descendentes. De facto,WALKER & AITKEN (1985), em estudos efec-

tuados em limoeiro, verificaram existir umarelação inversa entre a idade da folha e asobrevivência das ninfas deste aleirodídeo.A existência de diferenças na espessura e nacomposição da cutícula das folhas, envol-vendo a possível presença de fago-inibido-res nas folhas maturas, está aparentementena base das preferências manifestadas pelasfêmeas adultas no que respeita à selecção dosubstrato para a postura, bem como da mor-talidade diferencial observada nas ninfasdesta espécie (WALKER, 1985 1987, 1988).

Apesar da maioria das posturas ser efec-tuada na página superior, as ninfas recémeclodidas tendem a instalar-se preferencial-mente na página inferior (SWIRSKI et ai,1992, ORPHANIDES et ai, 1991, F. GARCÍAMARI, común, pessoal 1994).

P. myricae é, aparentemente, uma espé-cie telítoca (ROSE et ai, 1981, SWIRSKJ et ai,1989, ROSE & DEBACH, 1992), enquanto quea maioria das espécies de aleirodídeos sãoarrenótocas (BYRNE & BELLOWS, 1991). Osmachos são inexistentes (LONGO et ai,1990b, UYGUN et ai, 1990) ou muito raros,

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podendo, neste último caso, observar-se pro-porções de 1:240, entre machos e fêmeas(ROSE et ai, 1981, SWIRSKI et ai, 1989,ROSE & DEBACH, 1992). Contudo, IINO &MATSUTANI (1933) observaram, em popu-lações estudadas no Japão, a presença demachos ao longo do ciclo biológico e aexistência de cópula.

Em Portugal os estudos efectuados até aomomento sugerem a existência de telitoquianas populações de P myricae. De acordocom as observações efectuadas pelo primei-ro autor, não se detectou a presença demachos nas amostras colhidas no Algarve.

Segundo ROSE & DEBACH (1992) aduração do ciclo evolutivo, de ovo a adulto,sobre plantas jovens de limão rugoso, man-tidas em estufa a uma temperatura de17,3°C-21,1°C e 65%-100% de HR, foi de21 dias. UYGUN et a/.(1990) referem umaduração média do ciclo evolutivo de 24,4dias, para a temperatura de 25°C-26 °C e HR60 + 5%. Ainda de acordo com estes autores,em idênticas condições de HR, a temperatu-ra óptima para o desenvolvimento e o zerode desenvolvimento são, respectivamente,25 ± 1 °C e 10,2 °C. Sob condições óptimasde temperatura e HR, as fêmeas têm duraçãomáxima de vida de 6 dias e fecundidademédia de 70 ovos.

O facto de P myricae ter ciclo evolutivocurto, aliado a um zero de desenvolvimentorelativamente baixo, permite-lhe completarvárias gerações por ano, cujo número édeterminado pelas condições ecológicas decada região e ano (temperatura, HR, nature-za do hospedeiro vegetal, disponibilidade derebentação jovem): 8 a 10, em Espanha(GARRIDO, 1992, GARCÍA et al, 1992); até 9,em Chipre (ORPHANIDES, 1991); 7 a 8, naTurquia (UYGUN et ai, 1990); 7, na Sicília(RAPISARDA & PAVONE, 1994); 6 a 7, noJapão (BYRNE & BELLOWS, 1991); 5, naTunísia (CHERMITI & ONILLON, 1993).

P myricae hiberna principalmente noestado de ninfa (SWIRSKI et ai, 1989, UYGUNet ai, 1990, ORPHANIDES, 1991, GARCÍA etai, 1992, CHERMITI & ONILLON, 1993,RAPISARDA & PAVONE, 1994), muita embora,

em certas regiões (SWIRSKI et ai, 1989,UYGUN et ai, 1990), se possa também obser-var, no Inverno, a presença de adultos eovos. Segundo GARCÍA et ai (1992),CHERMITI & ONILLON (1993) e RAPISARDA &PAVONE (1994) o 3o e/ou 4o instar são osdominantes durante os meses de Inverno.

A emergência dos adultos que dão ori-gem à primeira geração, regista-se a partirda primeira metade de Fevereiro, em Chipree Espanha (ORPHANIDES, 1991, GARCÍA etai, 1992), ou de fins de Fevereiro a iníciosde Março, na Turquia, Grécia, Sicília eTunísia (MICHALOPOULOS, 1989, UYGUN etai, 1990, CHERMITI & ONILLON, 1993,RAPISARDA & PAVONE, 1994).

Os conhecimentos sobre a dinâmica daspopulações de P myricae são ainda relativa-mente escassos. Sobre esta matéria desta-cam-se os contributos de UYGUN et ai,(1990), CHERMITI & ONILLON (1993) eRAPISARDA & PAVONE (1994), através deestudos preliminares efectuados em citrinos,respectivamente, na Turquia, Tunísia eSicília.

UYGUN et ai (1990) e CHERMITI &ONILLON (1993) referem que os maiorespicos de postura ocorreram na Primavera,tendo os segundos autores registado umadensidade máxima de 4190 ovos/dm2, eminícios de Maio. Contrariamente, RAPISARDA& PAVONE (1994) verificaram que o Outonoé o período em que ocorrem os maiorespicos de postura, com um máximo de 744ovos/folha, registado em meados deOutubro. Estas diferenças têm provavelmen-te na origem padrões distintos nos fluxos derebentação e na intensidade e estrutura dosfactores de mortalidade.

Existe sincronismo entre os fluxos derebentação e os picos populacionais do alei-rodídeo. Este facto leva a que a natureza dohospedeiro vegetal tenha um papel determi-nante na dinâmica das populações de Pmyricae. Assim, o limoeiro, por apresentarfluxos de rebentação mais escalonados,parece constituir, comparativamente comoutras espécies de citrinos, um dos hospe-deiros mais favoráveis, permitindo a manu-

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tenção de níveis populacionais mais eleva-dos de P myricae (UYGUN et ai, 1990).

RAPISARDA & PAVONE (1994) observa-ram a existência de quatro períodos distin-tos, ao longo do ano, no que respeita à acçãodos factores de mortalidade natural sobre asninfas de P myricae: o período de Inverno,até Abril, com uma taxa de mortalidadeentre 50% e 90%; o período de Primavera,de Abril a Maio, em que a taxa de mortali-dade oscilou entre 10% a 30%; o período deVerão, de Junho a Setembro, com uma mor-talidade inferior a 5%; o período de Outono,de Outubro a meados de Dezembro, em quea mortalidade média ultrapassou ligeiramen-te a registada na Primavera.

INIMIGOS NATURAIS

A lista de inimigos naturais de P myri-cae é relativamente vasta (Quadro 3). Apósa sua introdução em diversas regiões doGlobo, várias espécies endémicas de preda-dores e de parasitóides têm incluído estealeirodídeo entre as suas presas ou hospedei-ros (SWIRSKI et ai, 1988, GARCÍA et ai,1992, LONGO et ai, 1994). Contudo, apenasalgumas espécies, com especial destaquepara os parasitóides, parecem poder consti-tuir, só por si, factores reguladores das popu-lações deste aleirodídeo.

Apesar de não ter sido ainda efectuadonenhum estudo sobre os inimigos naturaisde P myricae em Portugal, assinalam-se noQuadro 3 as espécies que, de entre os preda-dores e parasitóides referidos na literatura,se encontram referenciadas no País, associa-das a citrinos (SILVA, 1980, FRANCO et ai,1992, CARVALHO & FRANCO, 1994, PANTA-LEÃO et ai, 1994).

MEIOS DE PROTECÇÃOBIOLÓGICA

P myricae constitui um caso actual desucesso da protecção biológica. O projectoque lhe esteve na base foi pormenorizada-

mente descrito e discutido por ROSE & DE-BACH (1992).

Após a detecção de P myricae sobreplantas de Gardenia jasminoides existentesem viveiros do Sul da Califórnia, emOutubro de 1978, assistiu-se a uma rápidadifusão da espécie tendo, no espaço de trêsanos, invadido uma área de plantaçõescomerciais de citrinos correspondente a seiscondados.

O recurso aos tratamentos insecticidas,como forma de combater as populações damosquinha branca, contribuiu apenas paraaumentar a importância da praga e perturbaros equilibrios existentes, provocando pulu-lações de outras pragas. Tornava-se, pois,necessário proceder à introdução de inimi-gos naturais de P myricae para restabeleceros equilibrios afectados pelo aparecimentodesta nova praga.

Assim, entre 1979 e 1981, foram intro-duzidas na Califórnia, a partir do Japão, trêsespécies de parasitóides, uma do géneroEretmocerus e duas do género Encarsia, noâmbito de um programa de protecção bioló-gica, avaliado em 500 000 dólares. No finalde 1982, durante os estudos de avaliação dasespécies introduzidas, detectou-se a pre-sença de um outro parasitóide, de origemdesconhecida, posteriormente descrito comoEretmocerus debacki ROSE & ROSEN, 1992.O espectacular impacto produzido por estaespécie nas populações de P myricae, levoua uma re-orientação do projecto inicial,tendo sido dada, a partir de então, especialatenção a E. debacki, que foi distribuídapelas regiões onde não existia. Em 1984 E.debacki era o único parasitóide activo e osníveis populacionais de P myricae eram jámuito baixos, com densidades da ordem deum indivíduo por 4000 folhas. Os benefíciosresultantes deste programa de protecção bio-lógica, em termos de redução de custos empesticidas durante um ano e considerandoapenas a produção de limões do condado deVentura, foram avaliados em 8,5 milhões dedólares.

Trata-se aparentemente de um caso emque uma espécie autóctone de um parasitei-

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Quadro 3 - Inimigos naturais de P. myricae (Kuw.). As espécies assinaladas com um * existem emPortugal associadas a citrinos.

Tipo

Predador

Ordem/Família

NeuropteraChrysopidae

Hemerobiidae

Coniopterigidae

ColeópteraCoccinellidae

DípteraSyrphidae

HeteropteraAnthocoridae

AcariñaPhytoseidae

Espécie

Chrysoperla sp.C. carnea (Stephens) *Sympherobius spp.S. sanctus TjederConwentzia psociformis (Curtis)*Semidalis aleurodiformis Stephan

Chilocorus bipustulatus L.*Clitosthetus arcuatus (Rossi) *Delphastus pusillus (LeConte)Nephaspis amnícola WingoOenopia conglóbala (L.)*

?

?

Anthocorissp.

Amblyseius swirskii Athias-Henriot

Referência

LONGO et ai. (1994)SWIRSKII ai. (1988)LONGO et ai. (1994)SWIRSKI et ai. (1988)LONGO et ai. (1990b)LONGO et ai. (1990b)

SWIRSKI et ai (1988)LONGO et ai. (1990b)SWIRSKI et ai. (1988)SWIRSKI et ai. (1988)LONGO et ai. (1990b)

ROSE et ai (1981)

SWIRSKI et ai (1988)LONGO et ai. (1994)

SWIRSKI et ai. (1988)

Parasitóide

Euseius rubini (Swirski & Amitai)Iphiseius degenerans (Berlese)Typhlodromus athiase Porath & Swirski

HymenopteraAphelinidae Cales noacki Howard *

Encarsia spp.E.(Prospaltella) bemisiae (Ishii)E. lutea (Masi)E. meritoria (Gahan)E. nr. meritóriaE. transvenaEretmocerus debacki Rose & RosenEretmocerus spp.

Platygasteridae Amitus sp.

SWIRSKI et ai. (1988)SWIRSKI et ai (1988)SWIRSKI et ai (1988)

PINTO (1993)ROSE et ai (1981)ROSE et ai (1981)LONGO et ai (1990b)LONGO et ai (1990b)ROSE & DEBACH (1982)

CHERMITI & ONILLON (1993)

ROSE & ROSEN (1992)

ROSE et al (1981)ROSE & DEBACH (1992)

Entomopatógeneo Aschersonia aleyrodis Webber SWIRSKI et ai- (1988)

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de se transferiu para uma nova espécie dehospedeiro, recentemente introduzida, assu-mindo o estatuto de agente eficaz de pro-tecção biológica. Não existem, contudo,dados suficientes para determinar, comsegurança, a origem de E. debacki.

Este afelinídeo foi posteriormente intro-duzido, com idêntico sucesso, em Israel(SWIRSKY et ai, 1989), Turquia (UYGUN etai, 1990) e Itália (SINACORI et ai, 1993,BARBAGALLO et ai, 1993, CONTI et ai,1994). ORPHANIDES (1991) faz referência auma espécie do género Eretmocerus, detec-tada em Chipre em 1987, que no espaço dedois a três anos dominou de forma efectivaas populações de P. myricae. Este autoradmite, com algumas reservas, poder tratar-se de E. debacki, uma vez que em 1985 setinha procedido a uma tentativa de intro-dução desta espécie, a partir de Israel, masem que apenas foram largados menos de 10indivíduos, quase moribundos.

MEIOS DE PROTECÇÃO QUÍMICA

O recurso aos meios de protecção quími-ca, como forma de limitar as populações deP myricae, é considerado por diversos auto-res (UYGUN et ai, 1990, FLINT, 1994,SWIRSKI et ai, 1988) uma solução não satis-fatória. De entre os factores que contribuempara esta situação destacam-se a polifagia daespécie, o seu elevado potencial biótico, quese traduz numa rápida recuperação das suaspopulações após um tratamento insecticida,a abundante excreção de melada, a relativaresistência dos ovos e pupas aos tratamentosinsecticidas e o facto das formas imaturas seconcentrarem em folhas jovens que seencontram ainda em expansão, a que corres-ponde, uma diluição no tempo do efeito doinsecticida (UYGUN et ai, 1990, GARCÍA etai, 1992).

Contudo, há referências sobre a eficáciade algumas substâncias activas no combate aeste aleirodídeo. Assim, RAPISARDA et ai(1990b), compararam a eficiência dos trata-mentos efectuados com óleo de verão, óleo

de verão + metidatião, butocarboxime, meti-datião, dimetoato, quinalfos, metomil, per-metrina e clorpirifos, em função do estadode desenvolvimento e do intervalo de tempoapós o tratamento, tendo verificado, setedias após o tratamento, que a mistura óleo deverão + metidatião foi a que apresentou mel-hores resultados. De acordo com os estudosefectuados pelo "Grupo de trabalho de citri-nos" espanhol, as substâncias activas bupro-fezina, metidatião e pirimifos-metilo têmele-vada eficácia (J. L. RIPOLLES, comun. pesso-al, 1995).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde a sua detecção em Portugal, emAgosto de 1993, P. myricae tem mantido umestatuto de praga secundária. O mesmo pare-ce acontecer em Espanha.

Este facto, contudo, não deve constituirsó por si um motivo que leve a encarar o seuestudo como algo dispensável. A sua quali-dade de espécie invasora justifica que P.myricae seja objecto de estudo. Trata-se demais uma espécie fitófaga dos citrinos emPortugal, que vem alterar as relações inte-respecíficas existentes, com consequênciassobre a entropia do sistema de protecçãodesta cultura. Em termos de protecção inte-grada, a introdução de uma nova pragapotencial traduz-se em acréscimo de dificul-dade no equacionar das estratégias mais ade-quadas, uma vez que há que ter em contamaior número de variáveis.

Por outro lado, o processo de estabeleci-mento de uma espécie invasora, numa dadaregião, compreende quatro fases sucessivas,nomeadamente, introdução, colonização,naturalização e dispersão (CAREY, 1991). Astrês primeiras fases podem estender-se porvários anos e a detecção da espécie só oco-rre normalmente durante a terceira fase. Seconsiderarmos que P. myrieae pode passarcom facilidade despercebida devido àscaracterísticas macromorfológicas das nin-fas (ver Morfologia) e à semelhança dosadultos em relação a outros aleirodídeos

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associados a citrinos, podemos admitir comoprovável que, neste caso, a sua detecçãopossa só ocorrer na quarta fase. Nesta fase,também designada por colonização secundá-ria, a distribuição da espécie e os níveispopulacionais atingidos aumentam a proba-bilidade da sua detecção.

Sendo assim, torna-se difícil prever, combase na análise da experiência dos váriospaíses onde P myricae foi acidentalmenteintroduzida, o período de tempo que medeiaentre a detecção desta espécie numa dadaregião e o momento a partir do qual as suaspopulações assumiriam estatuto de praga,uma vez que a detecção pode ocorrer emfases distintas do processo de invasão.

A evolução da situação em Portugal,no que respeita à possibilidade de P myri-cae vir a assumir estatuto de praga nospróximos anos, vai certamente ser influen-ciada pela recente introdução do lepidóp-tero Phyllocnistis citrella Stainton naRegião do Algarve. Esta espécie foi detec-tada no Verão de 1994 (CARVALHO &ENTRUDO, em publ.) e rapidamente seexpandiu por quase toda a Região, tendoinvadido também o Alentejo e o Sul doRibatejo e Oeste. O impacto visual que osseus ataques produzem está a suscitar alar-me nos agricultores. Tal como acontececom P. myricae, trata-se de uma espécie

que se desenvolve nas folhas mais jovensda rebentação e que, por isso, está muitodependente dos fluxos de rebentação. Estacaracterística da ecologia de P. citrellacria dificuldades à utilização da protecçãoquímica, idênticas às que foram referidasrelativamente a P myricae.

Tal como tem sido feito noutros paísesonde estas duas espécies foram acidental-mente introduzidas, torna-se prioritário pro-ceder a uma inventariação das espécies deinimigos naturais existentes em Portugal,avaliar a sua acção como agentes de limi-tação natural e decidir sobre a importação deespécies exóticas.

AGRADECIMENTOS

A J. MONTEIRO GUIMARÃES (IPPAA/CNPPA) a confirmação da identificação deP myricae e as sugestões relativamente aomanuscrito; a F. GARCÍA MARI (Univ. Pol.Valencia) e J. L. RIPOLLES (SPV-Almansora)as informações prestadas sobre os trabalhosdesenvolvidos em Espanha. Este trabalho foifinanciado pela JNICT (projecto N°PBIC/C/AGR/1484/92) e M CAVACO foi bol-seira da JNICT (BM/3533/92) no períodoem que decorreram as prospecções.

ABSTRACT

FRANCO, J. C ; CAVACO, M.; CARVALHO, J. P., y FERNANDES, J. E., 1996. First recordsof Parabemisia myricae (Kuwana) (Homoptera; Aleyrodidae) in Portugal. Boi. San.Veg. Plagas, 22 (3): 521-536.

Parabemisia myricae (Kuw.) is reported for the first time in Portugal. This specieswas detected in a sweet orange orchard in the region of Tavira (Algarve) in August 1993.It is the second aleyrodid to be reported on citrus in Portugal after the introduction ofAleurothrixus floccosus (Mask.) in 1977.

In this paper preliminary data on its distribution in Algarve are presented and basedon the information available about the geographical distribution, hosts, damages, bioe-cology, natural enemies and control measures, its future situation as a new potentialcitrus pest in Portugal is discussed.

Key words: Parabemisia myricae, citrus, Portugal

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(Aceptado para su publicación: 11 septiembre 1995)