slides da aula - o auto da barca do inferno · 1509-1515 –português substitui o saiaguês e...
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Gil Vicente (1465-1537)
• Quem foi?
– Ourives da Rainha Velha, D. Leonor
– Homem de prestígio na corte
• Formação
• sólida formação teológica e filosófica (imagina-se)
• - Acima de tudo, um ortodoxo católico.
Homem ousado e crítico de seu tempo
• Auto da Feira: crítica ao Papa
• 1531: discurso no claustro de São Francisco
– Padres = supersticiosos
Pensamento medieval
• Religiosidade cristã: subordinação do homem a Deus
• Busca da edificação do homem.
Pensamento medieval
• “Viveu em cheio no renascimento, mas deixou –nos uma interpretação cristã do homem, no sentido tradicionalista, cavalheiresco e catequizador.” Segismundo Espina
• “Sua concepção de mundo foi teocêntrica; o seu ideal social – hierático, e a sua ética – a do asceta: desnudar o homem e mostrar-lhe que a vida tem de ser sempre uma preparação para a morte.” Joaquim de Carvalho
Carreira teatral e vida
• 34 anos de teatro, dos 72 de vida.
• Viu 4 reinados portugueses:
– De D. Afonso V a D. João III
• Viajava com a corte.
Fases teatrais
1502-1520 – escreve em dialeto saiaguês1ª fase: imitação do estilo do dramaturgo espanhol Juan del Encinapeças: Auto da Visitação, Auto dos Reis Magos, entre outras.
1509-1515 – português substitui o saiaguês e começa a crítica social2ª fase: Auto da Índia, O Velho da Horta, entre outras.
1515-1521 – época da maturidade, com uma de suas melhores produções 3ª fase: Auto das Barcas (Inferno, céu e purgatório), entre outras.
1521-1524 – preferência ao teatro alegórico4ª fase: Farsa de Inês Pereira, Comédia do Viúvo, entre outras.
1524-1536 – repete os tipos experimentados nas anteriores5ª fase: Auto da Festa, Farsa dos Físicos, entre outras.
Estrutura
Atos: apenas umVersos redondilha maior, 7 sílabas (às vezes com métrica imprecisa)Rima: às vezes tem, às vezes não
“Quem reze sempre por ti?...Hi-hi-hi-hi-hi-hi-hi!…E tu viveste a teu prazer,cuidando cá guarecer (encontrar abrigo, salvação)porque rezam lá por ti?Embarca!, ou embarcai!,que haveis de ir à derradeira,(final)mandai meter a cadeiraque assim passou vosso pai”.
Temas
Tema:
Essa peça apresenta três temas principais:
Crítica social Religiosidade Bons Costumes
a vários estereótipos (Bem x Mal) (apontamento de
(tipos sociais) maus costumes)
Acima de tudo, critica OS HOMENS, que se corrompem.
Fidalgo (inferno)
• Seguido por um criado que lhe conduzia uma cadeira.
• Nobre decaído, típico do século XVI
– Tirano
– Desprezou o “pobre povo”
– “Chifrado” pela mulher
Onzeneiro (inferno)
• Saco de dinheiro vazio.
• Agiota (que cobra juros – pecado da usura)
– Lucrou em cima do pobres
Parvo (Céu)
• É um ninguém, um coitado (representa o povo ou o homem de bem).
• Pecou “sem malícia”.
Sapateiro (inferno)
• De avental, carregado de fôrmas.
• Excomungado.
• Roubou o povo por trinta anos.
Frade (inferno)
• Traz espada, escudo e amante.
• Praticou esgrima.
• Envolveu-se com meninas.
• Representa o clero decaído.
Brígida (inferno)
• Traz virgos postiços, mentiras, meninas que vendia.
• Alcoviteira.
• Mentirosa, enganadora, pecadora.
• Liga-se aos Judeus, aos Corruptos, a toda a corja que Gil Vicente condena.
Judeu (inferno)
• Com um bode às costas.
• Etnia vista com preconceito pelos portugueses.
• Tenta comprar o Diabo.
• Amigo de Brígida Vaz.
Corregedor e Procurador (inferno)
• Carregado de feitos (processos) e traz sua vara na mão. O procurador vem com Livros.
• Ele fala um mau latim para ostentar sua erudição.
• Roubaram.
• Conhecia Brígida Vaz