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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
SITUAÇÃO DO HIV/AIDSNO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS/MG
DE 2007 A 2016
2017Julho - Ano VII/01
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
APRESENTAÇÃO
A infecção pelo vírus HIV, desde o seu aparecimento em 1981 nos Estados Unidos, tem assumidocaracterísticas pandêmicas e desafiado os serviços de saúde quanto ao seu enfrentamento.Ainda hoje, esta infecção constitui um problema global de saúde pública com impacto social,econômico e demográfico.
INTRODUÇÃO
Estima-se que, mundialmente, existam 36,9 milhões de pessoas que vivem com o HIV. Destes,17,1 milhões não sabem que tem o vírus e cerca de 22 milhões não tem acesso ao tratamento,
1incluindo 1,8 milhões de crianças . O Brasil tem registrado, anualmente, uma média de 41,1 milcasos de AIDS nos últimos cinco anos. De 1980 a junho de 2016, foram notificados no país
2842.710 casos de AIDS .
Em Divinópolis, os primeiros casos da doença foram relatados em 1988. O atendimento doscasos da doença é realizado no Serviço de Assistência Especializada (SAE) que disponibilizaserviços permanentes para qualquer cidadão no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).O CTA realiza testes de HIV, Sífilis e hepatites B e C gratuitamente, o atendimento é inteiramentesigiloso e oferece a quem realiza o teste a possibilidade de ser acompanhado por uma equipe deprofissionais de saúde, responsável pela orientação sobre o resultado final do exame.
As fontes utilizadas para a obtenção dos dados são as notificações compulsórias dos casosde HIV e de AIDS em adultos, excluídos os casos em gestantes, no Sistema de Informação deAgravos de Notificação (SINAN).
METODOLOGIA E FONTE DOS DADOS
OBJETIVO
Este estudo tem como objetivo descrever aspectos epidemiológicos do HIV/AIDS emDivinópolis/MG, no período de 2007 a 2016.
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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
No período de 2007 a 2016 foram diagnosticados 377 casos de AIDS em residentes deDivinópolis. A taxa de detecção teve um aumento de 57,7% no período, passando de 11,8 em2007 para 27,9 em 2016 (tabela 1).
RESULTADOS
Quanto ao sexo, observou-se que 70,0% dos casos eram do sexo masculino e 30,0% do sexofeminino. O número de casos em homens foi sempre maior que em mulheres em todo o períodoanalisado (gráfico 1).
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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
APRESENTAÇÃO
O maior número de casos ocorreu nas faixas etárias de 20 a 34 anos e 35 a 49 anos, que juntassomam 79,0% dos casos notificados no município no período analisado. O predomínio foi daraça/cor branca e parda e a maiorias dos casos tinha ensino médio completo (tabela 2).
Nesse estudo, a maioria da população (52,0%) contraiu a infecção através de contatosheterossexuais, enquanto 30,8% contraiu através de contatos homossexuais (tabela 3).
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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Em relação à evolução dos casos observa-se que 346 (91,8%) dos indivíduos estão vivos,enquanto 7,2% morreram em decorrência da doença e 1,0% foram a óbito por outras causas quenão a AIDS (tabela 3).
A taxa de incidência no município vem aumentando nos últimos dez anos, sendo que em 20162foi superior à média nacional de 20,5 por 100.000 habitantes .
DISCUSSÃO
O número de casos em homens ainda é bem maior do que em mulheres, discordando do perfil3 4nacional da “feminização” da doença . Nesse estudo, assim como no Brasil , há uma predominância
da AIDS em indivíduos da cor branca e em adultos jovens. Esse dado gera preocupações, pois seevidencia uma população jovem portadora de uma doença que compromete qualidade e expectativade vida, além de mão de obra para o mercado de trabalho.
Motivada pelas desigualdades sociais, a infecção pelo HIV vem sofrendo transformaçõessignificativas em seu perfil epidemiológico, pois anteriormente acometia quase que somentehomossexuais e bissexuais masculinos, pessoas que necessitavam de transfusão sanguínea,
5como os hemofílicos, e os usuários de drogas injetáveis , e atualmente, cresce o contágio pelo6contato heterossexual, conhecido como heterossexualização da infecção pelo HIV . O aumento
da transmissão por contato heterossexual resulta em crescimento substancial de casos em mulheres,5o que vem sendo apontado como o mais importante fenômeno para o atual momento da epidemia .
Com o diagnóstico em tempo hábil, o uso da terapia medicamentosa disponibilizada pelo SistemaÚnico de Saúde (SUS) e o acompanhamento clínico adequado, aumentaram não somente aexpectativa de vida, mas também a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/AIDS - PVHA.Com o aumento da sobrevida crescem em importância os aspectos ligados à promoção da saúde
7integral e da qualidade de vida .
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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
CONCLUSÃO
Conhecer o perfil das pessoas que vivem com HIV/AIDS faz parte das etapas indispensáveis para oplanejamento e para a oferta de serviços, além de acrescentar para a avaliação das ações de saúdevisando sempre à promoção da saúde e prevenção de agravos. Nesse sentido, as equipes de atençãobásica à saúde desenvolvem atuação fundamental, pois estão voltadas às ações de conscientização nacomunidade, diagnóstico precoce e minimização das complicações.
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1. JOINT UNITED NATIONS PROGRAMME ON HIV/AIDS (UNAIDS) et al. AIDS by the numbers.Geneva, Switzerland: UNAIDS, 2015.
REFERÊNCIAS
2. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico: AIDS e DST. 2016.
3. Parker R, Camargo Jr, Kenneth R. Pobreza e HIV/AIDS: aspectos antropológicos e sociológicos.Cad Saúde Pública [internet]. 2000 [citado em 09 nov 2016]; 16 [sup 1]:89-102. Disponível em:http://www.plataformademocratica.org/Publicacoes/7940_Cached.pdf
4. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids eHepatites Virais. Boletim Epidemiológico: Hiv/Aids. 1a ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2015.5. BASTOS, Francisco Inácio Pinkusfeld Monteiro et al. AIDS e pauperização: principais conceitose evidências empíricas. 2000.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de VigilânciaEpidemiológica. Hepatites virais: o Brasil está atento. 3. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde,2008. 60 p.
7. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids eHepatites Virais. Recomendações para a prática de atividades físicas para pessoas vivendo comHIV e aids. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2012.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Autores
Mirna de Abreu e Silva,
Osmundo Santana Filho
Projeto gráfico
Equipe de Educação em Saúde
Diretora de Vigilância em Saúde
Janice de Oliveira Soares
Secretário Municipal de Saúde
Rogério Barbieri Sichieri
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VIGILÂNCIA EM SAÚDE: 3229-6871CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO-CTA: 3221-3735
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDERua Minas Gerais, 900 Centro