sistema integrado de abastecimento de Água da rmbh bacia...
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Sistema Integrado de Abastecimento
de Água da RMBH
Bacia do Rio das Velhas
Belo Horizonte Dezembro 2013
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ÍNDICE
1. IDENTIFICAÇÃO DA AGÊNCIA REGULADORA ......................................................................... 5
2. IDENTIFICAÇÃO DO PRESTADOR DE SERVIÇOS ................................................................... 5
3. OJETIVO ........................................................................................................................................ 5
4. METODOLOGIA ............................................................................................................................ 5
5. SISTEMA INTEGRADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA RMBH ....................................... 6
5.1. Sistemas Produtores Integrados: ................................................................................. 6
5.2. Centro de Operação de Sistemas - COS ..................................................................... 7
5.3. Controle de Qualidade da Água do Sistema Integrado ................................................ 7
5.3.1. Laboratório Central ............................................................................................... 8
6. SISTEMA DE PRODUÇÃO RIO DAS VELHAS ............................................................................ 9
6.1. Características da Fiscalização ................................................................................... 9
6.2. Representantes Presentes .......................................................................................... 9
6.3. Cronograma de Trabalho ........................................................................................... 10
6.4. Descrição Sumária do Sistema de Produção de Água ............................................... 10
6.5. Segmentos Operacionais e Unidades Fiscalizadas ................................................... 11
6.6. Fluxograma do Sistema de Produção Rio das Velhas ............................................... 12
6.7. Fatos levantados sobre o Sistema de Produção de Água .......................................... 12
6.7.1. Captação Superficial ........................................................................................... 13
6.7.2. EAB – Elevatória de Água Bruta ......................................................................... 14
6.7.3. AAB- Adutora de Água Bruta .............................................................................. 16
6.7.4. ETA – Estação de Tratamento de Água .............................................................. 18
6.7.5. UTR – Unidade de Tratamento de Resíduos ...................................................... 20
6.7.6. AAT – Adutora de Água Tratada ETA a EAT ...................................................... 22
6.7.7. EAT – Elevatória de Água Tratada ..................................................................... 22
6.7.8. AAT - Adutora de Água Tratada EAT a Stand-Pipe ............................................ 26
6.7.9. Mingu - Reservatório de Acumulação ................................................................. 27
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6.7.10. AAT - Adutora de Água Tratada Stand-Pipe – Reservatório São Lucas .......... 29
6.7.11. Controle de Qualidade da Água do Sistema Rio das Velhas ........................... 29
6.7.11.1. Laboratório da Estação de Tratamento de Água - ETA ................................... 29
6.7.11.2. Análise do Controle da Qualidade Laboratorial ............................................... 30
6.8. Considerações Finais ................................................................................................ 31
6.9. Constatações e Não Conformidades ......................................................................... 31
6.10. Recomendações .................................................................................................... 32
6.11. Equipe Técnica – Rio das Velhas ........................................................................... 32
6.12. Agente de Fiscalização do Sistema Integrado de Abastecimento de Água da RMBH
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ANEXOS
ANEXO I CROQUI ESQUEMATICO: SISTEMA DE PRODUÇÃO RIO DAS VELHAS..........33
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GLOSSÁRIO
AAB Adutora de Água Bruta
AAT Adutora de Água Tratada
BST Booster
CMB Conjunto Motor-bomba
DN Diâmetro Nominal
EEAB Estação Elevatória de Água Bruta
EEAT Estação Elevatória de Água Tratada
ETA Estação de Tratamento de Água
RAP Reservatório Apoiado
RSE Reservatório Semi-Enterrado
RAT Reservatório Água Tratada
SAA Sistema de Abastecimento de Água
TQC Tanque de Contato
UTR Unidade de Tratamento de Resíduos
RMBH Região Metropolitana de Belo Horizonte
COS Centro de Operação de Sistemas
m³ Metros Cúbicos
m Metros
mm Milímetros
mca Metros de coluna d’água
TAU Tanque de Alimentação Unidirecional
Stand - Pipe Estrutura de Transição do Regime Recalque e Gravidade
TTA Torre de Tomada d’ Água
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1. IDENTIFICAÇÃO DA AGÊNCIA REGULADORA
Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário
do Estado de Minas Gerais – ARSAE-MG.
Endereço: Cidade Administrativa - Rodovia Prefeito Américo Gianetti, s/nº - Serra Verde –
Edifício Gerais / 12º andar
Telefone: (31) 3915-8058 Fax: (31) 3915-2060
2. IDENTIFICAÇÃO DO PRESTADOR DE SERVIÇOS
Nome: Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA-MG
Endereço: Rua Mar de Espanha, 525 – Santo Antônio – BH / MG – CEP 30330-270
Fone: (31) 3250-1300
3. OJETIVO
O objetivo do Relatório de Fiscalização é descrever e detalhar o diagnóstico das condições
técnicas e operacionais da prestação dos serviços de abastecimento de água, a cargo da
COPASA - MG, na RMBH, através do sistema de produção Rio das Velhas.
A ação de fiscalização direta e indireta realizada por fiscais credenciados visa determinar o grau
de conformidade do sistema auditado, em consonância com a legislação pertinente,
especialmente, as Resoluções expedidas pela ARSAE-MG.
4. METODOLOGIA
A metodologia para desenvolvimento da fiscalização compreendeu os procedimentos de vistoria
técnica, levantamentos em campo, análise e avaliação documental, obtenção de informações e
dados gerais do sistema, identificação e frequência de ocorrências.
A vistoria foi acompanhada por representante designado pelo prestador de serviços e pela
equipe técnica local, que se encarregaram de explicar os processos operacionais e a
funcionalidade de cada unidade e equipamento.
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5. SISTEMA INTEGRADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA RMBH
O Sistema Integrado de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Belo Horizonte
(RMBH) abrange 16 dos 34 municípios. São eles: Belo Horizonte, Betim, Contagem, Ibirité,
Igarapé, Juatuba, Mário Campos, Mateus Leme, Nova Lima, Raposos, Pedro Leopoldo, Ribeirão
das Neves, Sabará, Santa Luzia, São Joaquim de Bicas e Sarzedo.
Esse Sistema pode ser dividido em duas grandes bacias de abastecimento:
- Bacia do Paraopeba, responsável por 60% da RMBH, predominantemente pela região Oeste;
- Bacia do Rio das Velhas, responsável por 40%, predominantemente pela região Leste.
A Integração do Sistema se refere ao conjunto de unidades operacionais interligadas, que
compreendem:
5.1. Sistemas Produtores Integrados:
Bacia do Rio Paraopeba:
- Rio Manso;
- Serra Azul;
- Vargem das Flores;
- Ibirité
Bacia do Rio das Velhas:
- Rio das Velhas
- Morro Redondo
- Barreiro
Para Integração das duas bacias, Paraopeba e Rio das Velhas, e garantia do abastecimento da
RMBH, foi implantada a “Linha Azul”, rede de água tratada, de aproximadamente 26 km de
extensão e tubulação com DN de 1.200 mm.
Este relatório refere-se ao sistema de produção da Bacia do Rio das Velhas.
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5.2. Centro de Operação de Sistemas - COS
A gestão da operação do Macrossistema de Abastecimento de Água da RMBH é monitorada
pelo Centro de Operação de Sistemas - COS com a implantação do sistema 3T – telesupervisão,
telecomando e telemedição que proporciona precisão e agilidade às tomadas de decisão em
tempo real.
Caso ocorram colapsos e ou problemas de pressões hidráulicas nas adutoras acima de
DN150mm e nos macro reservatórios o COS tem condições operacionais de realizar
intervenções imediatas, minimizando assim os impactos dos possíveis danos. Está localizado na
sede da COPASA. (Fotos 01 e 02)
Foto 01 Foto 02
5.3. Controle de Qualidade da Água do Sistema Integrado
O monitoramento da qualidade da água baseia-se no controle físico-químico e microbiológico da
água de consumo humano, permitindo a identificação da ocorrência de falhas no processo de
abastecimento de água. No entanto, é primordial um adequado e cuidadoso desenvolvimento de
identificação dos pontos críticos em todas as fases do processo, evitando, dessa forma, o
comprometimento da qualidade da água e a saúde dos usuários.
Ressalta-se que o controle de qualidade da água de consumo humano sob a perspectiva dos
riscos à saúde, compreende as atividades de planejamento da amostragem, coleta de amostras,
análise laboratorial, controle de qualidade analítica e gestão operacional e estratégica de
informações.
Nesse sentido, o controle laboratorial realizado pela COPASA permite avaliar a condição de
qualidade da água distribuída através de definição de ações operacionais e gerenciais que
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adequem sua qualidade ao padrão de potabilidade exigido pela Portaria MS nº 2.914/2011, bem
como a proteção e conservação do manancial e de sua bacia contribuinte.
Ademais, a Portaria MS nº 2.914/2011 remete a necessidade de complementar o controle de
qualidade de água com ações que visem à melhoria da proteção da água tratada, ao controle
preventivo e à adoção de medidas proativas de operação.
5.3.1. Laboratório Central
O Laboratório Central dispõe de Sistema Informatizado de Controle de Qualidade da Água
(SICQA), desenvolvido para facilitar o controle e registro das diversas atividades de rotina
laboratoriais. Todos os laboratórios da COPASA têm suas rotinas alinhadas com metodologias
analíticas definidas e padronizadas.
Para garantir a confiabilidade das análises laboratoriais é realizado o Controle de Qualidade
Analítico. Este controle é realizado internamente, em cada setor de análise (CQA
Intralaboratorial) e entre os laboratórios da COPASA (CQA Interlaboratorial).
O Laboratório Central possui o Sistema de Gestão Integrado BS EN ISO 9001:2008 – ABNT
NBR ISO/IEC 17025:2005, além da implantação de diversos parâmetros, como o sistema do
substrato enzimático para análises bacteriológicas, análises de cianobactérias e cianotoxinas e
análises dos protozoários Cryptosporidium e Giardia em água. (Fotos 03 e 04)
Quanto ao gerenciamento e controle das cianobactérias, a COPASA realiza monitoramento
sistemático dos sistemas produtores em atendimento a Portaria MS nº 2.914/2011, com vistas à
avaliação da qualidade da água de abastecimento público.
Foto 03 – Análise de cianobactérias realizadas Foto 04 – Análise microbiológica da água realizada no Laboratório Central da COPASA. no Laboratório Central da COPASA.
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6. SISTEMA DE PRODUÇÃO RIO DAS VELHAS
6.1. Características da Fiscalização
Tipo de Fiscalização Fiscalização Direta e Indireta
Sistema Rio das Velhas
Endereço Local
Rodovia MG – 030 – Km 27 (Estrada da COPASA)
Bela Fama – Nova Lima – CEP: 34.000-000
Serviço Fiscalizado Sistema de Produção Rio das Velhas
Ofício Encaminhado Prestador de Serviços: Ofício ARSAE-MG/DG N°
1231/2013.
Período da Inspeção de Campo 17 e 18 de Setembro de 2013
6.2. Representantes Presentes
Funcionários designados pelo Prestador:
Nélson Cunha Guimarães – Gerente do DVRV
Glaycon de Brito Cordeiro – Gerente da DVMO
Equipe técnica local:
Josiene M. Soares Perdigão – Engenheira de Operação
Neider Baptista dos Santos Filho – Supervisor de Tratamento
Hamilton Rodrigues dos Santos – Engenheiro de Manutenção Eletromecânica
Gleison Rodrigues Quintão – Supervisor de elevatória e Subestação
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6.3. Cronograma de Trabalho
6.4. Descrição Sumária do Sistema de Produção de Água
O sistema é composto pelas seguintes unidades operacionais:
- Captação Superficial
Captação Superficial Vazão (l/s) Outorga
Rio das Velhas 8.771,0 l/s Portaria SEMAD 0219/2012
- ETA – Convencional
Vazão 8.000 l/s - Capacidade Nominal de 8.000 l/s.
- Estações Elevatórias:
Estação Elevatória Quantidade conjunto
moto-bomba Bombeamento
EAB 10 8.000 l/s (Q máx)
EAT 11 7.400 l/s (Q máx)
PERÍODO Terça-Feira
17/09/2013
Quarta-Feira
19/09/2013
Manhã
Reunião de abertura com o prestador de serviços.
Fiscalização no sistema Rio das Velhas.
Tarde
Fiscalização no sistema Rio das Velhas.
Fiscalização no reservatório São Lucas.
Apresentação do COS (Centro de Operação de
Sistemas).
Reunião de encerramento com o prestador de
serviços.
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- Adução:
Adutora Descrição
AAB
Adutora de água bruta 01 e 02 de 527 m de extensão e DN 1.800 mm
AAT ETA - EAT
- Trecho: ETA até EAT Adutora de água tratada, trechos em concreto armado e sifões em aço com 3.330 m de extensão e DN 2.400mm - Trecho: EAT – Stand Pipe Adutora de água tratada em aço com 750m de extensão, sendo duas com DN 1.520mm e duas com DN 1.220mm - Trecho: Derivação 4ª linha Adutora de água tratada em aço com 462 m de extensão e DN 1.250mm - Trecho: reservatório São Lucas Adutora de água tratada, trechos em concreto armado e sifões em aço com 13.541 m de extensão e DN 2.400mm. Termina no Res. São Lucas
- Reservatórios:
Reservatórios Capacidade (m3) Função
Compensação 19.000 Reservação e fornecimento água ao Sistema nas "horas de ponta”.
RAP Mingu - Acumulação
32.000 Complementação vazão do Sistema Rio das Velhas
6.5. Segmentos Operacionais e Unidades Fiscalizadas
Descrição
Produção de Água
Segmento Operacional Unidade Fiscalizada
Captação Superficial - Rio das Velhas
ETA - Tratamento
- Laboratório
Elevatórias - EAB (Baixo Recalque)
- EAT (Alto Recalque)
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Descrição
Produção de Água Segmento Operacional Unidade Fiscalizada
Adutoras - AAB
- AAT
Reservatórios - Reservatório Mingu
- Reservatório de Compensação
UTR
- Laboratório
- Tanque Floculador
- Tanque Adensador
- Tanque Homogeinizador
- Prensa Contínua
6.6. Fluxograma do Sistema de Produção Rio das Velhas
6.7. Fatos levantados sobre o Sistema de Produção de Água
São listados neste capítulo os fatos apurados na inspeção de campo sobre o sistema de
abastecimento de água da RMBH – sistema de produção Rio das Velhas e as informações
coletadas junto ao prestador de serviços, no sentido de verificar o cumprimento da
regulamentação expedida pela ARSAE-MG.
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6.7.1. Captação Superficial
→ Descrição
A captação do sistema Rio Velhas é do tipo superficial, com tomada direta no rio das Velhas,
localizada no distrito de Bela Fama, município de Nova Lima – MG.
A fonte de produção Rio das velhas é composta por uma barragem submersa, em estrutura de
concreto e fechamento por stop-logs - pranchões de madeira. Existem duas alças de
sedimentação, presentes na bifurcação do rio que operam alternadamente de acordo com nível
de sedimentação da alça em operação, possuem as seguintes características:
- A alça esquerda possui 1.750 metros de extensão e capacidade de armazenamento de
186.000 m³.
- A alça direita tem 1.620 metros de extensão e capacidade de armazenamento de 165.000 m³.
No período de fiscalização a alça da esquerda estava em operação.
O sistema de captação possui duas barragens em concreto armado e providas individualmente
de 03 comportas metálicas com acionamento elétrico com o canal de admissão de água em
concreto armado com 90 metros de comprimento, 12 metros de largura e 08 metros de altura,
suprido pelas alças em operação alternada.
O sistema de gradeamento é duplo e o segundo possui uma peneira rotativa para limpeza das
grades.
Observou-se na alça direita a presença de sedimentos, contudo, de acordo com a operação da
captação, o nível de sedimentação estava normal dentro dos parâmetros de segurança, segundo
o prestador de serviços.
→ Condições Operacionais
Não foram detectadas inconformidades nesta unidade. As condições operacionais são
satisfatórias. Os equipamentos e as estruturas prediais apresentavam-se em bom estado de
conservação e manutenção. Toda a área do sistema de produção do Rio das Velhas é de
propriedade/responsabilidade da COPASA é identificada e protegida, com controle de acesso de
pessoas não autorizadas. (Fotos 05 a 08).
→ Constatações
Presença de lixo no canal de tomada d’ água, localizado no primeiro gradeamento.
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Foto 05 - Alças de Operação
(direita e esquerda).
Foto 06 - Barragens submersas: fechamento por
stop logs.
Foto 07 – Sedimentação em alguns
pontos da alça Direita.
Foto 08 – Lixo no gradeamento
do canal de tomada.
6.7.2. EAB – Elevatória de Água Bruta
→ Descrição
A Elevatória de Água Bruta é composta de 10 poços de sucção, individuais para cada conjunto
motor-bomba, sob o piso da elevatória.
O recalque de 28 mca é feito por 10 conjuntos elevatórios.
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As unidades 1 e 4 são compostas por bombas Worthington de fluxo misto, centrífugas, vazão de
750 l/s e motores Codima, assíncronos, trifásicos, 350 CV, 440 V.
As unidades 2 e 3 são compostas por bombas Worthington de fluxo misto, centrífugas, vazão de
750 l/s e 1090 l/s respectivamente. Motores WEG, assíncronos, trifásicos, 450 CV, 440 V.
A unidade 5 é composta por bomba Worthington de fluxo misto, vazão de 750 l/s e motor
Toshiba, assíncrono, trifásico, 450 CV e 440V.
As unidades 06, 07, 08, 09 e 10 são compostas por Bombas Worthington, centrífugas, vazão de
1500l/s. As unidades 06 e 07 possuem motor Toshiba, trifásico, 760 CV, 2.300 V e as unidades 8
e 10 por Motor Arno, trifásico, 760 CV, 2.300 V e unidade 9 Motor ABB, 760 CV, 2.300 V.
Capacidade instalada: 11,59 m³/s e 4.453 KW.
A SE-EAB é formada pela SE/1 e SE/2, sendo:
- SE/1 alimentada em 13,2 kV, através de linha distribuição originária da SE-Galo e é
responsável pelo suprimento de energia aos motores das bombas 1, 2, 3, 4 e 5, aos serviços
auxiliares de comando, às peneiras rotativas e a iluminação da EAB.
Possui 3 (três) transformadores principais de 750 K e 13,8/0,44 kV. Potência instalada: 2.250
kVA.
- SE/2 a alimentação igual a SE-1, supre as unidades 6, 7, 8, 9, e 10, os serviços auxiliares de
comando e a iluminação da EAB.
Possui 5 (cinco) transformadores principais de 750 K e 13,8 kV/2,3 que alimentam cada motor.
Potência instalada: 3750 kVA.
→ Condições Operacionais
Não foram detectadas inconformidades nesta unidade. As condições operacionais são
satisfatórias.
A EAB possui o sistema operacional automatizado, embora, no momento da fiscalização, os
comandos das bombas estivessem sendo realizados manualmente. (Fotos 09 a 12).
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Foto 09 Foto 10
Foto 11 Foto 12
6.7.3. AAB- Adutora de Água Bruta
→ Descrição
A água proveniente da captação do rio das Velhas é composta por 02 canalizações paralelas em
aço. São conduzidas por recalque, por uma extensão de 527 metros de DN 1.800mm, da EAB
até a ETA.
Em cada linha está instalado para proteção contra transientes hidráulicos, um tanque de
Alimentação Unidirecional - TAU, com volume de 32 m³, válvula de retenção de 800 mm e
ventosas de dupla função nas mudanças de nível no caminhamento.
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→ Condições Operacionais
Observou-se um pequeno vazamento na AAB, entretanto, não compromete as condições
operacionais da unidade. A tubulação como um todo, está em bom estado de conservação.
(Fotos 13 a 16).
→ Constatações
Verificado pequeno vazamento na adutora de água bruta.
Foto 13 Foto 14
Foto 15 Foto 16
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6.7.4. ETA – Estação de Tratamento de Água
→ Descrição
A ETA do sistema produtor Rio das Velhas é do tipo convencional com os processos de
oxidação, coagulação, floculação, decantação, filtração, fluoretação, desinfecção e estabilização.
Possui as seguintes etapas: canal de chegada com medição por calha Parshall e registrador
secundário, 02 câmaras de mistura rápida na coagulação, 24 floculadores hidráulicos e
mecanizados com 04 câmaras em cada, 06 decantadores do tipo piscina, providos de
raspadores de lodo móveis, mecanizados e automatizados (monorakes), 24 unidades de
filtração, subdivididas em 02 câmaras, com leito simples de areia, fluxo descendente.
O processo de aplicação de produtos químicos é realizado da seguinte forma:
- Oxidação e desinfecção são realizadas por cloração,
- Fluoretação por ácido fluossilícico e
- Correção de pH com cal hidratada.
A aplicação dos produtos químicos ocorre de forma mecanizada e automatizada, não havendo,
praticamente, contato dos operadores diretamente com o produto. Foram observados os
equipamentos de EPI e de lavagem de olhos em caso de contato direto.
Próximos à ETA encontram-se: 02 reservatórios de água para lavagem dos filtros com
capacidade de 3.000 m³, os tanques de estocagem de coagulante líquido (560 m³) e ácido
fluossilícico (70 m³). Dois silos de armazenamento de cal hidratada com transporte pneumático
sendo: um de capacidade de 100 m³ utilizado para ajuste de alcalinidade e outro de 200 m³
utilizado para ajuste de pH. Instalações para 02 “tanks-conteiners” de cloro líquido com 18
toneladas cada e uma reserva de 08 cilindros de 900k.
A capacidade máxima de tratamento é de 8.000 l/s e a vazão média tratada é aproximadamente
6.200 l/s. O funcionamento é ininterrupto.
→ Condições Operacionais
As condições operacionais das unidades do tratamento são satisfatórias, com equipamentos e
estruturas prediais em bom estado de conservação e manutenção. (Fotos 17 a 24)
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Foto 17 – Vista Geral da ETA. Foto 18 – Chegada Água Bruta – Calha Parshall.
Foto 19 – Floculadores. Foto 20 - Sistema Mecanizado de Remoção do
Lodo – Monorake.
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Foto 21 – Filtros. Foto 22- Saída Água Tratada –
Calha Parshall.
Foto 23 – Antiga Sala de Comando Foto 24 – Estocagem de cal
6.7.5. UTR – Unidade de Tratamento de Resíduos
→ Descrição
A unidade de tratamento de resíduos (UTR) tem como objetivo o recolhimento e tratamento dos
lodos gerados na ETA (descargas dos decantadores e da lavagem de filtros).
A UTR é composta por 03 decantadores secundários, 02 adensadores, tanque de
homogeneização, sistema de desidratação por bag´s e sistema desidratação mecânica (02
prensas roscas desaguadora).
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Água sobrenadante é desenvolvida para o rio das Velhas e o sólido extraído e enviado para
aterro sanitário.
→ Condições Operacionais
As condições operacionais da UTR são satisfatórias. Equipamentos e unidades prediais em bom
estado de conservação e manutenção. A construção da UTR está concluída e em operação,
entretanto, o prestador de serviços relatou que haverá complementações na unidade na etapa
de descarte do resíduo sólido, para viabilizar o processo de descarte dos sólidos ao aterro
sanitário. (Fotos 25 a 30).
Foto 25 Foto 26
Foto 27 Foto 28
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Foto 29 Foto 30
6.7.6. AAT – Adutora de Água Tratada ETA a EAT
→ Descrição
A água tratada é conduzida por gravidade por uma extensão de 3.330 metros, sendo, 3.072
metros em concreto armado e 258 metros em aço (sifões invertidos) de DN 2.400mm, da ETA
até a EAT, localizados em Nova Lima.
→ Condições Operacionais
Não foram detectadas inconformidades. As condições operacionais são satisfatórias.
6.7.7. EAT – Elevatória de Água Tratada
→ Descrição
A Elevatória de Água Tratada - EAT está localizada em Nova Lima, é composta por dois
reservatórios de compensação em concreto armado sendo:
O primeiro dividido em três câmaras, com capacidade total de 9.000 m³ e outro com câmara
única com capacidade para 10.000 m³.
Na casa de máquinas abrigam-se 09 conjuntos moto-bomba.
No edifício anexo são abrigando 02 conjuntos moto-bomba.
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As unidades 01 a 05 são constituídas por bombas KSB, centrífugas de eixo horizontal, com
altura manométrica de 195 mca, vazão de 750 l/s e 1.200 RPM e motores elétricos Titan,
síncronos e de eixo horizontal, com potência de 2.600 HP, 6.000 V e 1.200 RPM com exceção
da unidade 2 que possui motor Weg de 2.500 CV.
As unidades de 06 a 09 são constituídas por bombas centrífugas Worthington, de eixo horizontal,
com vazão de 750 l/s, altura manométrica de 195 mca e motores trifásicos ABB, assíncronos, de
eixo horizontal, 2.535 HP, 6.600 V e 1.775 RPM, com exceção da unidade 06 que possui motor
Toshiba.
As unidades 10 e 11 são constituídas por bombas centrífugas KSB, de eixo horizontal, vazão de
1.500 l/s, altura manométrica de 226 mca e motores trifásicos WEG, assíncronos, de eixo
horizontal, 5.500 CV, 13.200 V. Possuem capacidade instalada de 9,75 m³/s, 25.155 KW.
A SE- Galo está localizada junto à EAT recebe energia diretamente da Cemig em Nova Lima, em
138 kV, através da linha de transmissão derivada de Sabará – Ouro preto, numa extensão de
aproximadamente 1.000 metros.
Esta subestação supre diretamente a EAT por meio de linha de distribuição interna, própria do
prestador de serviços, numa extensão de 4 km em 13,2 kV, a ETA, EAB e o núcleo residencial.
Possui no mesmo pátio um SE elevadora da linha de distribuição interna, com 2 transformadores
de 3-3,25 MVA e 1 transformador de 5-6,25 MVA.
O primeiro reservatório de compensação, com capacidade para 10.000 m³ estava operando
adequadamente, sem sinais de infiltração, com os suspiros voltados para baixo e com tela de
proteção. O segundo reservatório de compensação tem capacidade de reservação de 9.000 m³
e é dividido em três câmaras. Estava com uma de suas câmaras isolada devido à reforma
(processo de impermeabilização). Medidas estão sendo tomadas para a correção dos
vazamentos e trincas existentes.
As elevatórias contam com sistema automatizado de operação e supervisão, embora, no
momento da fiscalização, os comandos de operação das bombas estavam sendo realizados
manualmente.
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→ Condições Operacionais
As condições operacionais são satisfatórias, os equipamentos encontram-se em bom estado de
conservação e devidamente protegidos. No período da fiscalização a EAT e os reservatórios de
compensação nela localizados, estavam em reforma. (Fotos 31 a 38).
Foto 31 Foto 32
Foto 33 Foto 34
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6.7.8. AAT - Adutora de Água Tratada EAT a Stand-Pipe
→ Descrição
Abrange o percurso entre EAT e o Stand-Pipe1, numa extensão de 750 metros.
A adução de água tratada até o Stand-Pipe é composta por quatro linhas de aço assentadas em
uma rampa de concreto armado, sendo duas em diâmetro de 1.220 mm e duas de 1.520 mm.
Na quarta linha, próximo do Stand-Pipe, há uma derivação em aço, de 1.800 mm de diâmetro e
extensão de 400 metros, que alimenta o reservatório de acumulação do Mingu.
→ Condições Operacionais
As condições operacionais são satisfatórias, a unidade encontra-se em bom estado de
conservação e devidamente protegida. (Fotos 39 a 41).
Foto 39 – Vista Geral - Quatro linhas de AAT Foto 40 – Quatro linhas de AAT.
1 É uma câmara de transição entre recalque e gravidade, em concreto armado, localizada na cota
topográfica de 922 m (piso), com finalidade de controlar e equalizar pressões hidrostáticas na adutora de
jusante
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Foto 41– Stand-Pipe.
6.7.9. Mingu - Reservatório de Acumulação
→ Descrição
Reservatório apoiado em concreto armado, com capacidade para 32.000 m³. Opera por
gravidade. Utilizado como alternativa de distribuição da água para parte de BH nos momentos de
pico de energia ou em momentos de aumento na demanda de abastecimento.
→ Condições Operacionais
Devidamente cercado com a utilização de cerca elétrica, com guarita de vigilância que atua 24
horas.
No período da vistoria o reservatório estava em reforma devido a alguns pontos de vazamentos.
Foi constatado aplicações dos produtos químicos nestes pontos.
Os suspiros estavam com tela de proteção e a caixa de acesso ao reservatório trancado.
Segundo documentação apresentada pelo prestador de serviços, as inspeções sanitárias foram
realizadas em 27/08/2012, 11/12/2012, 15/05/2013 e 23/08/2013, demonstrando o
descumprimento do artigo 15 da Resolução ARSAE/MG 003/2010, que determina que a
freqüência mínima seja trimestral. (Fotos 42 a 47).
→ Constatações:
Freqüência das inspeções sanitárias realizadas nos reservatórios é menor do que determina o
Art. 15 da Resolução ARSAE 003/2010, que é trimestral.
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Foto 42 – Vista geral do reservatório Mingu. Foto 43
Foto 44 – Guarita com vigilância 24 horas.
Foto 45 – Cerca Elétrica.
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Foto 46 – Produtos Químicos aplicados para
estancar vazamentos.
Foto 47 – Parte superior do reservatório.
6.7.10. AAT - Adutora de Água Tratada Stand-Pipe – Reservatório São Lucas
→ Descrição
Responsável pelo transporte, por gravidade, da água tratada a partir do Stand-Pipe até o Túnel
Reservatório São Lucas com extensão total de 13.541 metros sendo: 11.490 metros em concreto
e 2.051 em aço. Tem DN de 2.400mm. É constituída de conduto de concreto armado com 8
trechos em aço, denominados sifões, para travessias aéreas em depressões e obstáculos do
terreno. Nos trechos em concreto, opera em canal e para travessia da Serra do Curral, possui 2
(dois) túneis.
→ Condições Operacionais
Não foram detectadas inconformidades. As condições operacionais são satisfatórias.
6.7.11. Controle de Qualidade da Água do Sistema Rio das Velhas
6.7.11.1. Laboratório da Estação de Tratamento de Água - ETA
No laboratório localizado na Estação de Tratamento de Água (ETA) do sistema produtor Rio das
Velhas são realizadas as análises dos parâmetros físico-químicos (turbidez, cor, pH, cloro e
fluoreto). Enquanto, que as análises microbiológicas e hidrobiológicas são realizadas no
Laboratório Central da COPASA. O encaminhamento das coletas segue uma metodologia
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padronizada pela prestadora, conforme seu controle de qualidade analítico, procurando, dessa
forma, assegurar a garantia e a preservação das amostras e a eficiência do sistema
(reservatórios e redes).
Com relação à operação e a manutenção das instalações laboratoriais encontram-se em
conformidade com as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
bem como as condições de organização e limpeza do laboratório, no que tange aos aspectos de
armazenagem de reagentes e vidrarias.
Os equipamentos do laboratório são suficientes para execução das análises necessárias ao
controle diário de operação da ETA como o cloro residual livre, flúor, pH, cor, turbidez, entre
outros, conforme exigido na legislação em vigor do Ministério da Saúde. (Fotos 48 a 49).
Foto 48 – Instalações do laboratório da ETA Foto 49– Armazenamento adequado dos
reagentes químicos do laboratório da ETA
6.7.11.2. Análise do Controle da Qualidade Laboratorial
Em relação à qualidade da água do manancial, observa-se o atendimento dos parâmetros que
são exigidos pela Resolução CONAMA n° 357/2005 e Deliberação Normativa COPAM nº 1/2008,
e que as exigências de monitoramento da Portaria MS nº 2.914/2011 visam à avaliação da
compatibilidade entre as características da água bruta e o tipo de tratamento existente e a
identificação de riscos à saúde. No entanto, os parâmetros analisados não apresentaram
resultados que caracterizassem potenciais riscos à saúde.
Através da análise da documentação apresentada pelo prestador de serviços com relação à
qualidade da água do sistema produtor Rio das Velhas, verificou-se o atendimento aos padrões
de potabilidade estabelecidos pela Portaria MS n.° 2.914/2011 nas amostras das águas
coletadas na saída do tratamento e na rede de distribuição, referentes aos meses de
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Janeiro/2013 a Setembro/2013, para os parâmetros físico-químicos e microbiológicos, enquanto
que para o hidrobiológico, o ponto de amostragem é na ETA e o período referendado é de
Agosto de 2012 a Julho de 2013.
Verificou-se que os resultados das análises dos parâmetros físico-químicos (turbidez, cor, pH,
cloro e fluoreto), microbiológicos (Coliformes Totais, E. coli) são mensalmente encaminhados às
autoridades de Saúde Públicas Municipais e disponibilizados ao público através das faturas de
água.
Observou-se que as instalações físicas dos laboratórios estão em bom estado de conservação,
bem como a organização física, administrativa e técnica compatível com as atividades que são
desenvolvidas. Os reagentes encontram-se dentro do prazo de validade e os equipamentos
possuem calibração/ certificação, conforme as ações inerentes as boas práticas no
abastecimento de água.
Conclui-se que a qualidade da água e seu controle são bons. Destaca-se o fato de não ter sido
observada nenhuma amostra fora dos padrões para turbidez, cor, pH, cloro e fluoreto,
Coliformes Totais e E. coli, e cianobactérias no período em referência. Assim sendo, é elogiável
a existência da prática do controle operacional e laboratorial verificado quando da fiscalização
realizada neste sistema.
6.8. Considerações Finais
O Sistema Produtor Rio das Velhas é dotado de rotinas consolidadas atendendo as demandas
do Sistema Integrado de Abastecimento de Água da RMBH com qualidade satisfatória, e dotado
de sistemas informatizados de operação, gerenciamento e supervisão, fundamentais para uma
gestão e operação de um sistema de produção de água desta magnitude.
6.9. Constatações e Não Conformidades
CONSTATAÇÃO – C1
Freqüência das inspeções sanitárias realizadas nos reservatórios é menor do que determina
o Art. 15 da Resolução ARSAE 003/2010.
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NÃO CONFORMIDADE
NC1 – A COPASA não está cumprindo o artigo 15 da Resolução nº 003/2010 da ARSAE-MG,
transcrito a seguir:
“Art. 15. O prestador de serviços deverá realizar inspeção sanitária e análises específicas nos reservatórios de distribuição e acumulação no mínimo a cada 3 (três) meses, para identificar a necessidade de limpeza e desinfecção. Parágrafo único. A limpeza dos reservatórios será realizada imediatamente após identificada a sua necessidade e será registrada em documento específico.”
6.10. Recomendações
1) Adotar providências quanto às constatações mencionadas nesse relatório a fim de
atender a resolução Normativa ARSAE-MG n°003/2010.
2) Presença de lixo no canal de tomada d’ água, localizado no primeiro gradeamento, fazer
a limpeza periódica.
3) Manutenção da AAB devido a um pequeno vazamento.
6.11. Equipe Técnica – Rio das Velhas
Elbert Figueira Araújo Santos – Geógrafo e Bel. em Direito - Masp: 1.062.059-9
Érica Patrícia Villalaz Oliveira – Engenheira Sanitarista - Masp: 1.343.233-1
Maurício de Faria Soares – Bioquímico - Masp: 1.255.452-3.
Mayara Francielly Ramos – Estagiária – CPF: 094.616.566-10
Patrícia Maria Ribeiro Machado Leal – Bióloga - Masp: 1.241.101-3
6.12. Agente de Fiscalização do Sistema Integrado de Abastecimento de Água da
RMBH
Elbert Figueira Araújo Santos
Geógrafo e Bel. em Direito - Masp: 1.062.059-9
Belo Horizonte, Setembro de 2013.