siquismo

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SIQUISMO Luz que dissipa as trevas Jéssica Basanini Nem hindu, nem mulcumana. A sexta maior religião do mundo, o Siquismo, busca equilibrio religioso na India tradicionalista. O Sikhismo foi fundado pelo guru Baba Nanak, na região do Panjab, norte da Índia, no século XVI d.c. O guru Nanak filho da casta gov- ernante/guerreiro, viveu entre 1469-1538 e cresceu sobre a influência de homens “san- tos” dos ramos míscos. Em seus anos de for- mação, Nanak conheceu e tornou-se amigo de um muçulmano chamado Mardana, junto com quem compunha hinos. Ambos, hindus e muçulmanos, reuniam-se, para cantar es- ses hinos num local chamado Sultanpur. Foi ali que Nanak teve uma visão na qual percebeu seu chamado para pregar e ensinar sobre o caminho da iluminação. Conforme os mitos, ele desapareceu, enquanto se banhava num riacho e reapareceu depois de três dias de reclusão, para proclamar: “Não existe hindu, não existe muçulmano”. A filosofia dos sikhs se concrezou com os dez gurus que suced- eram Nanak, escolhidos por comparlhar os mesmos conhecimentos e a mesma visão de Deus; como um ser suprema para todas as re- ligiões e por isso deveria ser chamado de “Sat Nam” (nome verdadeiro). O Guru Granth Sa- hib não nomeou um sucessor humano, mas sim a escritura sikh como se ela própria fosse o guru. O livro consiste em uma sequência de hinos e músicas que os acompanha, os man- tras iniciais Mul, abrem com a frase sagrada “Ek Onkar” (Deus é único). Dferentemente de outras religiões, no sikhismo todos os seus liv- ros e hinos são de livre acesso para qualquer pessoa, porque para eles não existe o sistema de casta ou até mesmo uma mera diferença entre os seres humanos. O Gurdwara é o “lu- gar de Deus” para os sikhs, é um templo luxu- oso onde são onde são realizados seus cultos, que incluem a leitura de hinos e leitura de trechos do “Guru Granth Sahib”, uma prece comunitária chamada Ardes, e uma refeição comum chamada Langar. A oração é realizada três vezes por dia e sete orações são repedas para cada parte do dia. Google Imagens

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Page 1: Siquismo

SIQUISMO

Luz que dissipa as trevas

Jéssica Bastianini

Nem hindu, nem mulcumana. A sexta maior religião do mundo, o Siquismo, busca equilibrio religioso na India tradicionalista.

O Sikhismo foi fundado pelo guru Baba Nanak, na região do Panjab, norte da Índia, no século XVI d.c. O guru Nanak filho da casta gov-

ernante/guerreiro, viveu entre 1469-1538 e cresceu sobre a influência de homens “san-tos” dos ramos místicos. Em seus anos de for-mação, Nanak conheceu e tornou-se amigo de um muçulmano chamado Mardana, junto com quem compunha hinos. Ambos, hindus e muçulmanos, reuniam-se, para cantar es-ses hinos num local chamado Sultanpur. Foi ali que Nanak teve uma visão na qual percebeu seu chamado para pregar e ensinar sobre o caminho da iluminação. Conforme os mitos, ele desapareceu, enquanto se banhava num riacho e reapareceu depois de três dias de reclusão, para proclamar: “Não existe hindu, não existe muçulmano”. A filosofia dos sikhs se concretizou com os dez gurus que suced-eram Nanak, escolhidos por compartilhar os mesmos conhecimentos e a mesma visão de

Deus; como um ser suprema para todas as re-ligiões e por isso deveria ser chamado de “Sat Nam” (nome verdadeiro). O Guru Granth Sa-hib não nomeou um sucessor humano, mas sim a escritura sikh como se ela própria fosse o guru. O livro consiste em uma sequência de hinos e músicas que os acompanha, os man-tras iniciais Mul, abrem com a frase sagrada “Ek Onkar” (Deus é único). Dferentemente de outras religiões, no sikhismo todos os seus liv-ros e hinos são de livre acesso para qualquer pessoa, porque para eles não existe o sistema de casta ou até mesmo uma mera diferença entre os seres humanos. O Gurdwara é o “lu-gar de Deus” para os sikhs, é um templo luxu-oso onde são onde são realizados seus cultos, que incluem a leitura de hinos e leitura de trechos do “Guru Granth Sahib”, uma prece comunitária chamada Ardes, e uma refeição comum chamada Langar. A oração é realizada três vezes por dia e sete orações são repetidas para cada parte do dia.

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Page 2: Siquismo

Sikhismo deriva do termo em sânscrito “sisya” que significa discípulo e Guru é a combinação de “Gu” que significa escuridão e “Ru” que significa luz. Sendo assim todo seguidor do Sikhis-mo é um discípulos da “luz que dissipa as trevas”.

A religião é fundamentada em três pilares que constituem os deveres dos sikhs. São esses: Nam Japam (Ter Deus presente na mente em todos os momentos); Kirt Karmi (Sustentar-se pela prática do trabalho honesto); e Vand Chhakna (Compartilhar o que se consegue no trabalho com os necessitados). Com aproxi-

HISTÓRIA

A loucura das multidões e as insanidades da convivência com os animais são aspectos ter-ritoriais de uma Índia, construída pela espir-itualidade de seus lideres. Os incensos dos templos hindus, os versos do Alcorão, a beleza dos templos siques e os mantras budistas di-videm uma só paisagem nesta babel religiosa. Dados do IBGE de 1991 apontam o hinduísmo como à maior religião indiana, cerca de 80% da população; seguido pelo islamismo (11%); cristianismo (3,8%); sikhismo (2%); budismo (0,7%); jainismo (0,5%). Os Sikhs são natu-rais do Punjab, uma área conflituosa entre o Paquistão islâmico e a Índia hinduísta. Para se defender dos tempos de dificuldades, eles adotaram o senso de identidade enfatizando o envolvimento com a comunidade como uma filosofia de vida.

mandamente 20 milhões de adptos; Para ser tornar um Sikh, deve-se passar pelo Amrit, um batismo realizado pela ingestão da água benta preparada durante a recitação de hinos; uma vez batizado o discípulo é proibido de cortar o cabelo, adulterar, comer carne, fumar, beber e usar drogas. Os sikhs mais zelosos, chamados de santos Khalsa, aderem ao que é conhecido como os cinco K, que são os seguintes: (1)kesa -”cabelos longos”, que os Khalsa conservam sem cortar; (2) kangha – “pente’; (3) kacha – “calças curtas”; (4) kachu – “bracelete de met-al”; e (5) kirpan -”arma” ou “espada”.

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Page 3: Siquismo

Para os sikhs, os seres humanos estão separa-dos de Deus por serem egocêntricos. Haumai é a palavra que designa o egocentrismo do homem e Samsara é o ciclo do renascimento em que ficamos presos por sermos individual-istas. A libertação é união com Nadar (Deus), e somente a devoção ao Nam Simaram e a repetição do mantra Nam Japam em murmúri-os permite a libertação do homem. O Sikhismo também prega a existência de um karma, que seria uma influência, na vida atual, de ações cometidas em vidas anteriores. A meta de um sikh batizado é atravessar os cinco estágios espirituais para alcançar uma reencarnação favorável ou a libertação do ciclo da reencar-nação. Os estágios são: Dharam Khand (viver segundo a lei de Deus); Saram Khand (auto-disciplina); Karam Khand (graça); Gian Khand (conhecimento); e Sach Khand (verdade).

“Um sikh é qualquer mulher ou homem cuja fé consiste em acreditar em um Deus, nos dez Gurus, nos ensinamentos do Guru Granth Sahib e dos dez Gurus, que tem fé no amrit do décimo Guru e que não adere a nenhuma outra religião” - Rahit Maryada, guia silk

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Cerimônia de Batismo: O bebê é levado ao gurdwara (templo sikh) e deitado no chão per-to do Guru Granth Sahib. Um assistente abre o livro ao acaso e escolhe um nome contido no texto. Os nomes sikhis em geral servem para meninos e meninas, por isso se acrescenta o nome Singh (“leão”) para os meninos ou Kaur (“princesa”) para as meninas.

Morte: Quanto um sikh morre, seu corpo é lavado, adornado com cinco Ks e levado em procissão até o local da cremação. Um parente próximo acende a pira funerária e os enluta-dos cantam hinos especiais e recitam preces. Pode haver um período de luto de sete a dez dias, com leituras do Guru Granth Sahib.

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FILOSOFIA

RITUAIS