sinfonia mahler

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Sinfonia n.º 1 (Mahler) Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação , pesquisa O Funeral do caçador. Motivo folcórico do século XVIII A Sinfonia no 1 em Ré Maior (D major) por Gustav Mahler foi escrita entre 1884 e 1888. Ela também é conhecida por seu apelido Titã. O nome Titã não se refere diretamente aos deuses da mitologia grega mas a um romance do escritor romântico Jean Paul . Índice 1 Histórico 2 Características o 2.1 Os movimentos 3 Ligações externas 4 Bibliografia Histórico A estréia da sinfonia ocorreu no dia 20 de Novembro de 1889 , em Budapeste , sob a regência do próprio Mahler. Na ocasião, a sinfonia não foi bem recebida pelo público. A Sinfonia 1 em Ré Maior é escrita para uma orquestra composta pelos seguintes instrumentos: 4 flautas (2 piccolos), 4 oboés (um corne inglês), 4 clarinetes, 3 fagotes (um contrafagote), 7 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, 1 tuba, 4 tímpanos, pratos, triângulo, tam-tam, bombo, 1 harpa, 1 quinteto de cordas formado por: violinos, violas, cellos e baixos.

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Biografia

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Page 1: Sinfonia Mahler

Sinfonia n.º 1 (Mahler)Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa

O Funeral do caçador. Motivo folcórico do século XVIII

A Sinfonia no 1 em Ré Maior (D major) por Gustav Mahler foi escrita entre 1884 e 1888. Ela também é conhecida por seu apelido Titã. O nome Titã não se refere diretamente aos deuses da mitologia grega mas a um romance do escritor romântico Jean Paul.

Índice

1 Histórico 2 Características

o 2.1 Os movimentos 3 Ligações externas 4 Bibliografia

Histórico

A estréia da sinfonia ocorreu no dia 20 de Novembro de 1889, em Budapeste, sob a regência do próprio Mahler. Na ocasião, a sinfonia não foi bem recebida pelo público.

A Sinfonia 1 em Ré Maior é escrita para uma orquestra composta pelos seguintes instrumentos: 4 flautas (2 piccolos), 4 oboés (um corne inglês), 4 clarinetes, 3 fagotes (um contrafagote), 7 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, 1 tuba, 4 tímpanos, pratos, triângulo, tam-tam, bombo, 1 harpa, 1 quinteto de cordas formado por: violinos, violas, cellos e baixos.

Um caso de amor do compositor durante sua juventude provavelmente serviu de inspiração para a criação da sinfonia. Contudo, ela é mais do que isso conforme explica o próprio Mahler numa carta para Max Marschalk, em 26 de Março de 1896: Gostaria que ficasse enfatizado ser a sinfonia maior do que o caso de amor que se baseia, ou melhor, que a precedeu, no que se refere à vida emocional do criador. O caso real tornou-se razão para a obra, mas não em absoluto, o significado real da mesma. (...) Assim como considero uma vulgaridade inventar música para se ajustar a um programa, também acho estéril dar um program para uma obra completa. O fato de a inspiração ou base de uma composição ser uma experiência de seu autor não altera as coisas.

Page 2: Sinfonia Mahler

Originalmente ela foi concebida para ser um grande poema sinfônico.

Mahler escreveu um programa para a sinfonia, após as primeiras apresentações, embora dissesse em várias ocasiões que acreditava que a música deveria falar por si mesma, sem a necessidade do apoio de um texto explicativo.

Características

Como costumava fazer com outras obras suas, Mahler revisou a Sinfonia 1, entre os anos de 1893 e 1896. A mudança mais significativa foi retirada de um movimento andante chamado "Blumine", sobra de uma música incidental que Mahler tinha escrito para Der Trompeter von Säkkingen (1884). Em 1894, depois de três apresentações, Mahler descartou o movimento e só permaneceram as referências a ele no segundo motivo do finale.

O movimento "Blumine" só foi redescoberto em 1966, por Donald Mitchell. Benjamin Britten conduziu a primeira apresentação da Sinfonia 1 com o movimento "Blumine", desde que ele tinha sido executado pela última vez por Mahler em Aldeburgh. As maiorias das apresentações modernas da sinfonia não incluem o "Blumine", ainda que seja possível não raramente se deparar com execuções do movimento em separado. De forma análoga, poucas gravações da sinfonia 1 incluem o movimento.

A obra inclui vários temas de um ciclo de canções composto por Mahler entre 1883 e final de 1884 chamado: Lieder Eines fahrenden Gesellen (Canções de um Viajante). Existem influências também de Das klagend Lied (A Canção da Lamentação), completada por Mahler em 1 de Novembro de 1880 para participar de um concurso de 1881 conhecido como Prêmio Beethoven.

A Sinfonia 1 de Mahler é uma sinfonia primaveril, semelhante em alguns aspectos com a Sinfonia 1 de Robert Schumann. Ela não é contudo uma simples descrição visual da natureza. Ela reflete uma natureza sob os inocentes olhos de uma criança, que ao mesmo tempo toma consciência da fragilidade e da morbidez inerentes à condição humana.

Os movimentos

Na sua forma final a sinfonia, cuja duração aproximada é de 55 minutos, é formada por quatro movimentos distribuídos da seguinte forma:

1. Langsam, schleppend - Devagar, arrastando (~ 16 minutos)2. Scherzo, Kraeftig bewegt - Poderosamente agitado (~ 8 minutos)3. Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen - Solene e moderado, sem se arrastar

(~ 11 minutos)4. Stuermisch bewegt - Agitado (~ 20 minutos)

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A sinfonia inicia de forma misteriosa no primeiro movimento. Sons do cuco e de outros pássaros, representados musicalmente, anunciam o despertar da natureza e dão fim à tensão e às dúvidas. Um tema lírico segue.

O segundo movimento é um Landler-scherzo, parecido com os landlers de Anton Bruckner e de Haydn.

O terceiro movimento causou uma certa polêmica na época devido a sua aparente bizarrice. Adaptada como marcha fúnebre, é usada de forma paródica uma melodia infantil bastante conhecida, chamada em alguns países de Frère Jacques e em outros de Bruder Martin. A seu respeito Mahler escreveu no programa para os concertos em 1893 e 1894:

A idéia dessa peça veio ao autor por intermédio de uma gravura paródica conhecida por qualquer criança da Alemanha do Sul e intitulada "Os funerais do caçador". Os animais da floresta acompanham o caixão do caçador morto; lebres empunham uma bandeira; à frente uma trupe de músicos boêmios acompanhados por instrumentistas gatos, corujas e corvos... Cervos, corças e outros habitantes da floresta, de pêlo ou pena, seguem o cortejo com fisionomias afetadas. A peça, com uma atmosfera ora ironicamente alegre, ora inquientante, é seguida de imediato pelo último movimento "d'all Inferno al Paradiso", expressão súbita de um coração ferido no mais profundo de si...

Page 4: Sinfonia Mahler

O silêncio do terceiro movimento é abruptamente interrompido, de forma histérica, pela orquestra no quarto movimento. Conta-se que durante uma das primeiras apresentações da Sinfonia 1, uma senhora espantou-se e derrubou todos os objetos que carregava na mão.

Após alguns minutos a fúria inicial do último movimento é contida e cede lugar a uma melodia lírica. Os temas dos movimentos anteriores são lembrados. Perto do final, ocorre uma nova tempestade sonora, porém, ao contrário do início, que lembrava uma "luta", agora o sentimento é de "triunfo". Nesta parte Mahler pede para que os trompetistas da orquestra toquem de pé.

Ligações externas

Mahler - Classical net. Jason's Budget Guide to Mahler Recordings The music of Gustav Mahler on Record

Bibliografia

Marc Vignal, Mahler, Editora Martins Fontes.

Michael Kennedy, Mahler, Editor Jorge Zahar.

Jean & Brigitte Massin, História da Música Ocidental, Editora Nova Fronteira.

(1888) MAHLER Sinfonia n. 1 "Titã"

1889 — Sinfonische Dichtung in zwei Teilen auf (Poema Sinfônico em duas partes) 1893 — Titan, eine Tondichtung in Symphonieform (Titã, Poema sinfônico em forma de Sinfonia)1896 — Erste Sinfonie (Primeira Sinfonia)

Compositor: Gustav MahlerNúmero de catálogo: MW 1Data da composição: 1884 a março de 1888 (revisões em 1893, 1896 e 1906)Estréia: 20 de novembro de 1889 — Budapeste, Mahler regendo a Filarmônica de Budapeste

Em 1884, apaixonado pela cantora Johanna Richter, Mahler escreveu um ciclo de canções intitulado "Lieder eines fahrenden Gesellen" (Canções de um companheiro de viagem), cuja segunda das 4 canções, "Ging heut Morgen übers Feld"* (Caminhei pelos campos hoje de manhã) — a mais graciosa do conjunto — é reutilizada nesta obra, aproveitando-se a melodia como tema principal da Sinfonia. Certamente, Mahler a transforma no personagem desta "trajetória" que é sua Primeira Sinfonia. Que, a princípio ele chamou de Poema Sinfônico! E que, até a apresentação de 1896 em Hamburgo, tinha 5 movimentos, um dos quais foi descartado, o "Blumine" (Floral), que era na versão primeira o segundo movimento.

Page 5: Sinfonia Mahler

Na segunda versão é que a obra ganha o título "Titã", já que outra fonte de inspiração para o compositor foi o livro homônimo do escritor Jean Paul (Johann Paul Friedrich Richter, 1763-1825), obra literária que narra a trajetória de um herói que conta apenas com sua retidão moral frente à corrupção do mundo. Esta segunda versão ainda mantinha o movimento "Blumine" — belo, mas que não tem a força dos demais — e propunha um esquema em duas partes que tratavam da juventude e suas provas na primeira (atuais movimentos I, Blumine e II), e da miséria humana na segunda (III e IV).

A versão definitiva, que se apresenta hoje, aboliu o movimento "Blumine", assim como o recusou programa em duas partes e também o título, embora hoje seja comum que a chamemos "Titã". Ficou, então, com 4 movimentos:

I. Langsam, schleppend: Wie ein Naturlaut — Immer sehr gemächlich

(Devagar, arrastando-se: Como sons da Natureza — Sempre muito devagar)

Como na Nona de Beethoven, parece um som que surge do nada; como na vida musical, parece uma longínqua afinação dos instrumentos da orquestra. Como na Natureza, evoca em tradução sonora a primeira luminosidade que antecede o dia. Aos poucos, sons fugidios passam de relance: um pássaro, talvez um inseto, o vento nas folhas (impossível não pensar na "Pastoral" de Beethoven!). Devagar, o tema valsante do personagem insinua-se a partir dos violoncelos até nos envolver em sua melodia poderosa (*). Segundo as antigas notas de programa que acompanhavam as primeiras versões da obra, essa é a "Primavera sem fim" e deve muito a Schumann e sua Primeira Sinfonia. O desenvolvimento deste movimento é bem livre, sem apoiar-se na forma-sonata das Sinfonias tradicionais, bem mais preocupado em seguir o fluxo da irresistível canção pré-existente (*).

II. Scherzo: Kräftig bewegt, doch nicht zu schnell — Recht gemächlich

(Scherzo: Vigorosamente agitado, mas não muito rápido — Bem devagar)

O segundo movimento remete aos Minuetos das Sinfonias Clássicas — sobretudo as de Schubert — mas tendo como base um Ländler (espécie de valsa primitiva) e conta com a introdução de um elemento grotesco nos trumpetes tocados com surdina. A seção central terá ares de uma valsa lenta e escorregadia, de grande sedução. O vigoroso Ländler retorna e conclui o movimento.

III. Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen — Sehr einfach und schlicht wie eine Volksweise — Wieder etwas bewegter, wie im Anfang

(Solene e compassado, sem se arrastar — Muito simples e direto à maneira popular — Algo mais forte, tal como no início)

Page 6: Sinfonia Mahler

O terceiro movimento é desconcertante: se lembramos das palavras do próprio Mahler, que adorava cultivar a própria dor contando de sua infância repleta da morte prematura de vários irmãos, explica-se novamente o uso do grotesco na transmutação da melodia infantil "Bruder Martin" — que na nossa cultura é mais conhecida na versão francesa "Frère Jacques" — em uma marcha fúnebre que inicia-se executada no contra-baixo em seu registro mais agudo (e ainda mais desconcertante), enquanto um oboé parece debochar daquele luto. A folhas tantas, uma melodia que muito bem lembra a de um casamento judaico é tratada com a maior ironia; seria Mahler retratando seus pais? O "Frère Jacques" fúnebre retorna e vai dissolvendo-se até o último toque de tímpano que...

IV. Stürmisch, bewegt — Energisch(Tempestuoso, comovido — Enérgico)

[...] é seguido, sem aviso à platéia, de uma tonitruante explosão da Tempestade (mais uma semelhança com a "Pastoral" de Beethoven). Mahler aqui mostra a que veio: sua orquestração neste movimento é uma das passagens mais instigantes que um conjunto sinfônico pode executar. Como queria o programa daquelas primeiras versões, este seria o caminho "Dall'inferno al Paradiso". É "apenas a súbita expressão de um coração profundamente ferido", disse Mahler. O herói é atingido 3 vezes e a cada uma delas reergue-se com cada vez mais força. Na passagem final, como quem relembra, lampejos dos movimentos anteriores são inseridos (recurso que remete, outra vez, à Nona de Beethoven) e o herói finalmente triunfa. Para aumentar o efeito da fanfarra final, Mahler pede na partitura que os trompistas (e são 7!) toquem de pé. Como um indício de que a saga desse herói irá continuar na Segunda Sinfonia, Mahler cria um efeito de rotação alucinante na conclusão para "retirar o som" abruptamente, deixando a audiência sem fôlego.

© RAFAEL FONSECA

http://guiadosclassicos.blogspot.com.br/2013/05/1888-mahler-sinfonia-n-1-tita.html

Page 7: Sinfonia Mahler

A música de Mahler não é assim tão difícil como às vezes se diz. É uma música algo complexa, pela variedade e novidade de alguns sons e instrumentos e a inclusão do canto nas sinfonias. Além disso, é uma música que não cansa, pois, quanto mais se ouve, melhor se percebe. Não é muito extensa, cabe em quinze ou dezasseis CD's. Ele teve uma vida bastante curta, e dedicou-se muito à direcção de orquestra e de

teatros, pois tinha de ganhar a vidinha e escrever música não dava grandes resultados para isso. Aliás, os últimos anos foram passados na América, onde

auferia rendimentos que seriam inacessíveis na Europa. O casamento com Alma Mahler foi para ele uma fonte permanente de inspiração, pois aquela jovenzinha de

extracção burguesa revelou-se uma mulher extraordinária (Pode ver a minha

página sobre ela, aqui). GUSTAV MAHLER

(1860 - 1911)

SINFONIA no.1Apelido: Titã (oficial)Tonalidade principal: Ré MaiorComposição: 1884-1888Revisão: 1893 e 1896Estréia: Budapeste, 20 de Novembro de 1889 (regência de Mahler)1a.Publicação: 1899 (Viena, Weinberger)Instrumentação:4 flautas (2 alternando com piccolos)4 oboés (um alternando com corne inglês)

Page 8: Sinfonia Mahler

4 clarinetes (Sib, Dó, Mib, La – um altenando com Clarone em Sib)3 fagotes (um alternando com contrafagote)7 trompas (8 com ‘reserva’)4 trompetes (se possível, com reforço no último movimento)3 trombones1 tuba4 tímpanosPratosTriânguloTam-tamBombo1 harpaQuinteto de cordas (violinos I, II, violas, cellos e baixos)Duração: aprox. 55 minutosMovimentos:I- Langsam. Schleppend – Immer sehr gemächlichII- Kräftig BewegtIII- Feierlich und gemessen, ohne zu schleppenIV- Stürmisch bewegtPrograma: O terceiro movimento é uma marcha fúnebre de fina ironia, com o tema da canção folclórica Frère Jacques em modo menor. Descreve o enterro de um caçador, num corteja promovido pelos próprios animais que ele ameaçava.Comentários: Originalmente concebida para ser um poema sinfônico, em 5 movimentos. Na primeira revisão, ela foi reduzida para 4 e adotada a disposição sinfônica.

( retirado do blog:http://repertoriosinfonico.blogspot.com )

PRIMEIRA SINFONIA

Assim, sua Primeira Sinfonia, nasceu depois de um longo percurso de trabalho e reflexão estética. Conhecida com o subtítulo de Titã, pela inspiração literária de uma novela homônima, a Primeira é, curiosamente, um resumo, um intróito, um prefácio que ao mesmo tempo introduz e resume todo o universo sonoro de Mahler. Poucas sinfonias iniciam num clima de tanta expectativa, tanta juventude e energia: É impossível ouvir alheio às fanfarras triunfantes dos trompetes que explodem na alegria do final, advinda de um tempestuoso conflito (o início do último movimento). Nesta sinfonia está patente o potencial melódico de Mahler (as melodias no cello e na trompa, no primeiro movimento; bem como o magnífico Scherzo dançante), sua fina ironia (o terceiro movimento, paródia musical da canção Frère Jacques), e suas preocupações filosóficas e espirituais (A agonia conflitante do último movimento, que culmina numa explosão de alegria e solenidade).

Sua música reflete com particular maestria todas as facetas de sua personalidade: A busca incessante pelo ideal da beleza, pela harmonia, pela renovação da vida e pela salvação do mundo. Era judeu de nascimento, mas nunca foi praticante. Converteu-se ao catolicismo em 1897, dizem, para poder assumir o posto na Ópera de Viena, mas que, sem dúvida, também por convicções muito pessoais, já que pouco antes disso, havia escrito sua Segunda Sinfonia com o subtítulo ‘A Ressurreição’, com coros no final sobre textos do poeta alemão Klopstock sobre a Ressurreição de Cristo.

Page 9: Sinfonia Mahler

**(retirado: http://www.mnemocine.com.br/filipe/mahler.htm )

E por último esse texto retirado das tortas linhas da Wikipédia.

Como costumava fazer com outras obras suas, Mahler revisou a Sinfonia 1, entre os anos de 1893 e 1896. A mudança mais significativa foi retirada de um movimento andante chamado “Blumine”, sobra de uma música incidental que Mahler tinha escrito para Der Trompeter von Säkkingen (1884). Em 1894, depois de três apresentações, Mahler descartou o movimento e só permaneceram as referências a ele no segundo motivo do finale.O movimento “Blumine” só foi redescoberto em 1966, por Donald Mitchell. Benjamin Britten conduziu a primeira apresentação da Sinfonia 1 com o movimento “Blumine”, desde que ele tinha sido executado pela última vez por Mahler em Aldeburgh. As maiorias das apresentações modernas da sinfonia não incluem o “Blumine”, ainda que seja possível não raramente se deparar com execuções do movimento em separado. De forma análoga, poucas gravações da sinfonia 1 incluem o movimento.A obra inclui vários temas de um ciclo de canções composto por Mahler entre 1883 e final de 1884 chamado: Lieder Eines fahrenden Gesellen (Canções de um Viajante). Existem influências também de Das klagend Lied (A Canção da Lamentação), completada por Mahler em 1 de Novembro de 1880 para participar de um concurso de 1881 conhecido como Prêmio Beethoven.A Sinfonia 1 de Mahler é uma sinfonia primaveril, semelhante em alguns aspectos com a Sinfonia 1 de Robert Schumann. Ela não é contudo uma simples descrição visual da natureza. Ela reflete uma natureza sob os inocentes olhos de uma criança, que ao mesmo tempo toma consciência da fragilidade e da morbidez inerentes à condição humana.

Os movimentos

Na sua forma final a sinfonia, cuja duração aproximada é de 55 minutos, é formada por quatro movimentos distribuídos da seguinte forma:Langsam, schleppend – Devagar, arrastando (~ 16 minutos)Scherzo, Kraeftig bewegt – Poderosamente agitado (~ 8 minutos)Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen – Solene e moderado, sem se arrastar (~ 11 minutos)Stuermisch bewegt – Agitado (~ 20 minutos)A sinfonia inicia de forma misteriosa no primeiro movimento. Sons do cuco e de outros pássaros, representados musicalmente, anunciam o despertar da natureza e dão fim à tensão e às dúvidas. Um tema lírico segue.O segundo movimento é um Landler-scherzo, parecido com os landlers de Anton Bruckner e de Haydn.O terceiro movimento causou uma certa polêmica na época devido a sua aparente bizarrice. Adaptada como marcha fúnebre, é usada de forma paródica uma melodia infantil bastante conhecida, chamada em alguns países de Frère Jacques e em outros de Bruder Martin. A seu respeito Mahler escreveu no programa para os concertos em 1893 e 1894:A idéia dessa peça veio ao autor por intermédio de uma gravura paródica conhecida por qualquer criança da Alemanha do Sul e intitulada “Os funerais do caçador”. Os animais da floresta acompanham o caixão do caçador morto; lebres empunham uma bandeira; à frente uma trupe de músicos boêmios acompanhados por instrumentistas gatos, corujas e corvos… Cervos, corças e outros habitantes da floresta, de pêlo ou pena, seguem o

Page 10: Sinfonia Mahler

cortejo com fisionomias afetadas. A peça, com uma atmosfera ora ironicamente alegre, ora inquientante, é seguida de imediato pelo último movimento “d’all Inferno al Paradiso”, expressão súbita de um coração ferido no mais profundo de si…O silêncio do terceiro movimento é abruptamente interrompido, de forma histérica, pela orquestra no quarto movimento. Conta-se que durante uma das primeiras apresentações da Sinfonia 1, uma senhora espantou-se e derrubou todos os objetos que carregava na mão.Após alguns minutos a fúria inicial do último movimento é contida e cede lugar a uma melodia lírica. Os temas dos movimentos anteriores são lembrados. Perto do final, ocorre uma nova tempestade sonora, porém, ao contrário do início, que lembrava uma “luta”, agora o sentimento é de “triunfo”. Nesta parte Mahler pede para que os trompetistas da orquestra toquem de pé.

Então é isso.

Gustav Mahler ( 1860 – 1911 ) Sinfonia Nº 01 – Titã – Kubelik – Bavarian Symphonic Orchestra

01 – Langsam, schleppend02 – Scherzo, Kraeftig bewegt03 – Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen04 – Stuermisch bewegt

http://pqpbach.sul21.com.br/2010/10/09/gustav-mahler-1860-1911-sinfonia-n%C2%BA-01-tita-kubelik-bavarian-symphonic-orchestra/

Fascínios opus 7, terceiro movimento da 1ª Sinfonia de Gustav   Mahler Posted on 29/10/2011

Para quem acompanha este blogue e desconhece ao que me refiro, soa um pouco estranho eu elaborar um artigo sobre uma sinfonia do respeitado Gustav Mahler no local onde costumo colocar as loucuras musicais. Mas é que o terceiro movimento da Primeira Sinfonia de Mahler denominado Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen (Solene e moderado, sem se arrastar) tem uma particularidade curiosa que chegou e chega a causar um sentimento bizarro para quem ouvia. A razão de tal acontecimento é pelo facto de que esse movimento tem como tema a melodia do Frère Jacques (ou Bruder Martin noutros países) no modo menor, modo este normalmente triste, contrariando assim o modo maior e alegre que quase toda a gente ouviu na sua infância.

Page 11: Sinfonia Mahler

O quão melancólico soa só de imaginar… Mas ele ainda tornou tal facto ainda mais triste quando começa com a melodia num contrabaixo e a faz passar pelos instrumentos de timbre mais nostálgico, ao ritmo de marcha fúnebre. A esta ironia está a evocação da infância de Mahler de uma maneira sarcástica e enriquecedora.

A respeito de tal sucedimento, Mahler escreveu:

«A ideia dessa peça veio ao autor por intermédio de uma gravura paródica conhecida por qualquer criança da Alemanha do Sul e intitulada “Os funerais do caçador”. Os animais da floresta acompanham o caixão do caçador morto; lebres empunham uma bandeira; à frente uma trupe de músicos boêmios acompanhados por instrumentistas gatos, corujas e corvos… Cervos, corças e outros habitantes da floresta, de pêlo ou pena, seguem o cortejo com fisionomias afetadas. A peça, com uma atmosfera ora ironicamente alegre, ora inquientante, é seguida de imediato pelo último movimento “d’all Inferno al Paradiso”, expressão súbita de um coração ferido no mais profundo de si…»

Com a interpretação da Filarmónica de Viena sob direção do aclamado Leonard Bernstein, disfrutem a paródia.

http://culturadoiro.wordpress.com/category/fascinios-opus-x/

Gustav MahlerOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa

Gustav Mahler

Fotografia de Gustav Mahler tirada em 1909.

Informação geral

Page 12: Sinfonia Mahler

Nome completo Gustav Mahler

Nascimento 7 de julho de 1860

Origem Eisenach

PaísBoémia

Data de morte 18 de maio de 1911 (50 anos)

Ocupação(ões) Compositor, multi-instrumentista, cantor e maestro.

Gustav Mahler (Kalischt, Boêmia - Império Austro-Húngaro - atualmente República Checa, 7 de julho de 1860 — Viena, 18 de maio de 1911) foi um Maestro judaico austríaco e compositor. Atualmente, Mahler costuma ser visto como um dos maiores compositores, lembrado por ligar a música do século XIX com o período moderno, e por suas grandes sinfonias e ciclo de canções sinfônicas, como, por exemplo, Das Lied von der Erde (A Canção da Terra). É considerado também um exímio orquestrador, por usar combinações de instrumentos e timbres que pudessem expressar suas intenções de forma extremamente criativa, original e profunda. Suas obras (principalmente as sinfonias) são geralmente extensas e com orquestração variada e numerosa. Mahler procura romper os limites da tonalidade, posto que em muitas de suas obras há longos trechos que parecem não estar em tom algum. Outra característica marcante das obras de Mahler é um certo caráter sombrio, algumas vezes ligado ao funesto.

Índice

1 Biografia o 1.1 Primeiros anos o 1.2 Formação musical o 1.3 A amizade com Bruckner o 1.4 A carreira de regente o 1.5 Viena o 1.6 Da Europa para os Estados Unidos o 1.7 Últimos anos

2 O legado de Mahler 3 Conjunto da obra 4 Principais obras

o 4.1 Sinfonias o 4.2 Ciclos de canções, coleções e outros trabalhos vocais

5 Filmes o 5.1 Sobre o compositor o 5.2 Trilha sonora

6 Referências 7 Bibliografia 8 Ligações externas

Biografia

Primeiros anos

Page 13: Sinfonia Mahler

Em 7 de Julho de 1860, no pequeno burgo de Kalischt (hoje Kaliště, em checo), na região da Boêmia, numa região que não ficava muito longe da fronteira da Morávia, nasceu Gustav Mahler. Seus pais foram Marien Hermann (1837-1889) e Bernhard Mahler (1827-1889).1

O primeiro filho dos Mahler, Isidor, nascido em 1858, sofreu um acidente ainda durante a infância e morreu2 . Gustav Mahler, o segundo, tornou-se, assim, o filho mais velho vivo. Os Mahler tiveram ao todo catorze filhos, contudo oito não chegaram a atingir a fase adulta.

Gustav e sua família eram judeus e faziam parte de uma minoria alemã que vivia na Boêmia. Anos mais tarde, Gustav Mahler lembraria essa condição: "Sou três vezes apátrida! Como natural da Boêmia, na Áustria; como austríaco, na Alemanha; como judeu, no mundo inteiro. Em toda parte um intruso, em nenhum lugar desejado!"

Bernhard, o pai, era estalajadeiro e comerciante de licores, desejava uma posição melhor na vida, e procurava estimular a ambição nos filhos. A mãe, Marie, manca, proveniente de uma família pobre, filha de um fabricante de sabão, havia sofrido várias decepções amorosas durante a juventude. Ela casou-se forçada com Bernhard e procurava contentar-se com aquilo que tinha.

O relacionamento entre os pais de Gustav não era muito bom e a atmosfera do lar era pesada, o que influenciou psicologicamente Gustav pelo resto da vida. O pai de Mahler tinha um caráter violento e costumava maltratar a esposa. Sobre eles, Mahler disse certa vez: "Meus pais se davam como o fogo e a água. Ele era um teimoso; ela, a própria candura. Sem essa aliança, nem eu, nem minha Terceira (sinfonia) existiríamos. Quando eu penso nisso, sempre experimento uma estranha sensação."

Em Dezembro de 1861, alguns meses após o nascimento de Gustav, a família mudou-se para Jihlava (Iglau) na Morávia, em busca de uma vida melhor.

Em Jihlava, o exército austríaco era uma presença constante. As marchas e toques de recolher dos soldados ouvidas pelo jovem Gustav marcaram-no bastante, a tal ponto de ele ter feito uso deles futuramente em suas composições.

Gustav Mahler, ficou reconhecido por utilizar, uma diversa de musicos, em varias obras suas, criando assim estruturas e melodias musicais únicas.

Formação musical

Gustav Mahler teve as suas primeiras lições musicais, de piano, em 1866, aos 6 anos de idade. Seu primeiro professor foi um mestre-capela do teatro de Jihlava, conhecido como Viktorin. Em 1869, ele passou a ter lições de piano com um pianista chamado Brosch.

Por essa época, o próprio Gustav começou a dar aulas para um outro garoto mais novo.

Em 13 de outubro de 1870, Gustav Mahler deu o seu primeiro recital em público, em Jihlava.

Page 14: Sinfonia Mahler

Em 1871, começou a estudar no Gymnasium de Praga e hospedou-se na casa dos pais de Alfred e Heinrich Grünfeld, futuros músicos. Gustav não foi bem tratado na casa dos Grünfeld. Ele era mal alimentado e foi obrigado a trocar suas roupas e sapatos por outros artigos de pior qualidade. Um dia, dentro da casa dos Grünfeld, Gustav, inadvertidamente, presenciou uma cena amorosa brutal entre a criada e um dos filhos dos Grünfeld. Gustav tentou socorrer a moça, porque pensou que ela precisava de ajuda, todavia os dois amantes o xingaram e o maltrataram. Segundo Alma, esposa de Gustav Mahler, essa cena chocou-o muito e ele nunca teria perdoado o rapaz.

O pai de Mahler, depois de tomar conhecimento da situação ruim do filho na casa da família Grünfeld, resolveu trazê-lo de volta para Jihlava, em Março de 1872. Em Jihlava as lições musicais prosseguiram. Gustav também lia bastante e para isso contou com a ajuda do pai, que possuía uma boa biblioteca.

Em 1875, durante uma audição, o professor de piano do Conservatório de Viena, Julius Epstein (1832-1926), exclamou: Gustav é um músico nato… É impossível que eu esteja errado. Em 20 de Setembro de 1875, aos 15 anos, Gustav Mahler ingressou no Conservatório de Viena, onde permaneceu por três anos. Por essa época, ele também começou a escrever uma ópera, chamada Herzog Ernst von Schwaben.3

No conservatório, Gustav teve aulas de piano com Epstein, de composição com Franz Krenn (1816-1897) e de harmonia com Robert Fuchs (1847-1925). O diretor do conservatório era Joseph Hellmesberger (1828-1893), 47 anos, regente, violonista, considerado personagem pitoresco, fundador de um famoso quarteto de cordas e anti-semita.4

Entre os colegas de Mahler no conservatório estavam Hugo Wolf, Hans Rott e Rudolf Krzyzanowski, o amigo mais íntimo. Todos eles eram pobres, contudo Mahler conseguia arrecadar um pouco mais de dinheiro porque trabalhava como professor de música e recebia mantimentos e roupas de seus pais. Mesmo assim, precisou pedir em 1876 ao conservatório uma isenção do pagamento da mensalidade anual. Julius Epstein apoiou Gustav e este pagou apenas metade do valor. Epstein continuou a ajudar Mahler e lhe arrumou mais alunos para piano, chegando inclusive a indicar o próprio filho.

Em 1876, Gustav recebeu vários prêmios de composição e piano. Em 10 de Julho, em Viena, executou o seu Quinteto para Piano e em 12 de Setembro apresentou a sua Sonata para Violino, em Jihlava.

A amizade com Bruckner

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Foto tirada em sua infância, (c.1866).

Por volta de 1876, Richard Wagner (1813-1883) encontrava-se em um dos pontos mais altos da carreira, e ao mesmo tempo Anton Bruckner (1824-1896) começava a chamar a atenção. Em evidência estava também a figura de Johannes Brahms (1833-1897) que era levada por seus fãs a chocar-se contra as outras duas personagens.

Gustav e seus amigos do conservatório tinham grande admiração por Bruckner. Bruckner, que na época tinha 52 anos, era receptivo aos jovens e costumava ir aos concertos com eles. A amizade e admiração que Mahler teve por Bruckner fez com que muitos tivessem imaginado que este teria sido aluno daquele na universidade, o que não ocorreu, ainda que Mahler tivesse se matriculado em vários cursos só para poder ouvir as conferências de Bruckner.

Sobre seu relacionamento com Bruckner, Mahler escreveu em 1902:

Nunca fui aluno de Bruckner. Todos pensavam que estudei com ele porque em meus dias de estudante em Viena era visto freqüentemente em sua companhia e por isso me incluíam entre seus primeiros discípulos. A disposição feliz de Bruckner e sua natureza infantil e confiante fizeram do nosso relacionamento uma amizade franca, espontânea. Naturalmente, a compreensão que obtive então de seus ideais não pode ter deixado de influenciar meu desenvolvimento como artista e como homem.

Em 16 de Dezembro de 1877 a Orquestra Filarmônica de Viena executou a segunda versão da Terceira Sinfonia de Bruckner, sob sua própria regência. A apresentação não foi bem recebida pelo público e muitas pessoas chegaram até a deixar o recinto antes do final. A admiração de Mahler e seu amigo Rudolf Krzyzanowski serviu de consolo para Bruckner, que lhes confiou depois o trabalho de escrever um arranjo da sinfonia para dois pianos. Julius Epstein supervisionou os estudantes, e em 1878 foi publicada por o

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trabalho deles. Bruckner ficou contente e em reconhecimento presenteou Mahler com o manuscrito da segunda versão.

A carreira de regente

Em Julho de 1878, então com 18 anos, Gustav Mahler obteve o diploma do Conservatório de Viena, após um período que pode ser considerado bem sucedido, tendo em vista os prêmios que recebeu durante sua estada. No mesmo ano, matriculou-se em Jihlava. Dividiu seu tempo a dar aulas de piano, e começou a escrever a letra de uma cantata chamada Das klagende Lied (A Canção do Lamento). No Outono de 1878 retornou à Viena para assistir a aulas de Filosofia e História da Pintura na universidade.

Em 1879, trabalhou como professor de piano na Hungria e em Viena.

Em Junho de 1880, Mahler decidiu trabalhar por três meses como maestro do teatro de Hall, estação de águas da Alta Áustria, onde dirigiu farsas e operetas. Mahler não tinha demonstrado anteriormente desejo em tornar-se regente. Alguns esperavam que ele se tornasse pianista, por causa de seu ótimo desempenho, principalmente em obras de Beethoven e Bach.

O trabalho no teatro Hall era modesto e a Mahler era confiada também outras tarefas, como por exemplo, fazer a faxina do fosso da orquestra, após o espetáculo.

Em Setembro ele saiu do emprego e foi para Viena. Em 1 de Novembro, terminou sua cantata Das Klagende Lied.

Em 1881, com 21 anos, inscreveu-se para o Prêmio Beethoven, que oferecia 500 florins e fora instituído pela Sociedade dos Amigos da Música (Gesellshaft der Musikfreund). Podiam participar do concurso alunos e ex-alunos do Conservatório. O júri contava com Hans Richter, Carl Goldmark e Brahms. Mahler disputou com a cantata Das klagende Lied, uma obra dramática, influenciada pelo romantismo fantástico alemão, que tinha escrito com entusiasmo, mas perdeu.

Ainda em 1881, trabalhou como regente em Laibach e em 1882 em Jihlava. Em janeiro de 1883, recebeu um telegrama que convidou-o a reger em Olmültz, na Morávia, em substituição a um maestro que havia falecido. Em Olmültz inicia-se de fato a carreira de Mahler como maestro.

As condições de trabalho em Olmültz eram muito ruins e o jovem regente era obrigado a improvisar. Seu ótimo desempenho e peculiar forma em dirigir chamou a atenção.

Em Setembro de 1883 Gustav assumiu o cargo de regente substituto do Teatro da Corte em Kassel e ficou em Kassel até abril de 1885.

Em seguida, foi regente em Praga (1885-1886) e em Leipzig (outono de 1886 a maio de 1888).

Enquanto esteve em Praga, notabilizou-se pela ótima interpretação das óperas de Mozart e Wagner.

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Em Setembro de 1888, Mahler assumiu o posto de diretor da Ópera Real de Budapeste, onde teve grande liberdade para trabalhar, além da responsabilidade de salvar a companhia da falência.

Seu trabalho com a Ópera Real foi coroado de êxito e ele mostrou ser, além de grande regente, um excelente administrador. Tanto o público como os lucros da companhia aumentaram. Em Janeiro de 1891, Brahms teria assistido a uma apresentação de Don Giovanni, de Mozart e dito que nunca antes assistira a um espetáculo de nível tão elevado.

Por essa época Mahler estudou com afinco Literatura e Filosofia, para completar a sua formação intelectual. Entre os autores lidos por ele constam Fiódor Dostoiévski, Jean Paul e Nietzsche. Ele também estudara a coleção de poemas folclóricos Des Knaben Whuderhorn (A Cornucópia do Menino).

Viena

Em 14 de Março de 1891, devido a diferenças no trabalho, Mahler pediu a demissão em Budapeste. Em 29 de Março do mesmo ano, assumiu como regente titular do Teatro Municipal de Hamburgo, onde permaneceu por seis anos. Durante a época em que esteve em Hamburgo, a partir de 1894, começou a ter como assistente um jovem chamado Bruno Walter, que anos mais tarde notabilizaria-se como um grande regente e um dos melhores intérpretes das suas obras.

Por essa época, Mahler planejava obter um emprego na Ópera da Corte de Viena. Visitava o influente Brahms várias vezes em busca de apoio. Infelizmente, havia um sentimento de que não-católicos e, principalmente, judeus não deviam ocupar cargos na Ópera de Viena. Em 1897, Mahler, que não era um judeu praticante, converteu-se ao Catolicismo. Além de ser conveniente para sua ascensão profissional, o Cristianismo atraía Mahler pelo fato de oferecer uma promessa de redenção, após uma fase de sofrimentos.

Em 1 de Maio, com 37 anos, Gustav foi nomeado Kappellmeister da Ópera da Corte de Viena. Em 13 de Julho tornou-se subdiretor e em 8 de Outubro diretor. Em Viena teve início a parte mais prestigiosa e mais importante da sua carreira.

Da Europa para os Estados Unidos

Durante 10 anos, Mahler permaneceu em Viena onde passou a ser considerado um grande perfeccionista.

Durante os ensaios, mesmo quando os músicos tinham desempenhos brilhantes, ele exigia mais, o que algumas vezes gerava tensão. Mahler costumava dizer: tradição é desordem… No plano humano faço todas as concessões; no plano artístico, nenhuma. Não posso suportar os que se desleixam, só os que exageram me interessam. Essa maneira de ser fez com que ganhasse tantos admiradores, quanto inimigos.

Ele dirigia a Ópera de Viena durante nove meses por ano, e passava as férias compondo, a maior parte em Maiernigg, onde tinha uma pequena casa em Wörthersee. Nesse local ele compôs as sinfonias 4,5,6,7 e 8, mais as cinco canções do Rückert-Lieder, ou

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Kindertotenlieder (Canções das Crianças Mortas), e as últimas canções dos textos de Des Knaben Wunderhorn (A Cornucópia do Menino), intituladas Der Tambourg'sell.

Em 7 de Novembro de 1901, Mahler conheceu a filha do pintor Emil Schindler, Alma Schindler (1879-1964), que era cerca de 20 anos mais nova. Em 9 de Março de 1902 os dois se casaram.

O casal Mahler teve duas filhas, Anna (1904-1988) que depois se tornou escultora, e Maria Anna (1902-1907) que morreu de difteria em 1907. Neste mesmo ano, Mahler descobriu que tinha uma doença cardíaca (infective endocarditis) e perdeu o emprego na Ópera.

Sua demissão foi em parte provocada pela reação da imprensa anti-semita, principalmente após uma tentativa fracassada de promover a sua música. Em sua época, a Quarta Sinfonia chegou até a ser bem recebida por algumas pessoas, mesmo assim, Mahler nunca foi um grande sucesso. Ele teve um pouco mais de reconhecimento somente após a execução da Oitava Sinfonia, em 1910. As obras que escreveu depois não chegaram a ser executadas, enquanto esteve vivo.

Depois que saiu da Ópera de Viena, Mahler aceitou um convite para dirigir a Ópera Metropolitana de Nova Iorque (Metropolitan Opera). Em 21 de Dezembro de 1907 ele chegou a Nova Iorque. Sua estreia na Metropolitana ocorreu em 1 de Janeiro de 1908 com "Tristão e Isolda". Nessa época Mahler tinha 48 anos.

Gustav Mahler dirigiu o Metropolitan durante a temporada de 1908 e só foi deixado de lado em favor de Arturo Toscanini. Durante as férias, como de costume, ele trabalhava em suas composições. No verão de 1908, em Toblach Mahler terminou Das Lied von der Erde (A Canção da Terra).

Últimos anos

Em 1909 Mahler desligou-se do Metropolitan e aceitou contrato de três anos com a recém-organizada Filarmônica de Nova Iorque (New York Philharmonic Orchestra). No verão, de volta à Europa, posou para o artista Rodin em Paris.

Em 1910 terminou a Nona Sinfonia (seu último trabalho completo) e começou a escrever a Décima.

Nesse ano, sua esposa Alma precipitou uma crise conjugal ao fazer amizade com Walter Gropius. Em Leyden, Mahler teve uma consulta com o psicanalista Sigmund Freud.

De volta à América, em Fevereiro de 1911, Mahler ficou extremamente doente. O médico da família, Joseph Fränkel, em Nova Iorque, diagnosticou uma infecção estreptocócica. Por sugestão do médico, no começo de Abril, Mahler partiu para Paris para consultar um bacteriologista. Nessa época Paris, em virtude das descobertas de Louis Pasteur era um centro de referência para o estudo de moléstias de origem bacteriológica.

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Por um breve período, Mahler teve uma pequena melhora e chegou até a planejar uma viagem para o Egito. Contudo, ele não conseguiu se recuperar. Um médico especialista em hematologia sugeriu que Mahler fosse internado em Viena e para lá ele foi levado.

A 18 de Maio de 1911, com 50 anos e 46 semanas, Gustav Mahler morreu em Viena, então capital do Império Austro-Húngaro, de uma infecção estreptocócica do sangue. Suas últimas palavras foram: Minha Almschi (uma referência a sua esposa Alma, literalmente traduzido, Minha Alminha) e "Mozart". Como Beethoven, morreu durante uma trovoada. Ele foi sepultado em Viena, no Cemitério Grinzinger,5 ao lado da filha Maria, conforme revelou antes de partir.

O legado de Mahler

Em certos aspectos Mahler foi para a música do século XX, aquilo que Haydn representou para a geração de músicos que lhe sucederam. As composições de Mahler tiveram um grande impacto em compositores como Schönberg, Webern, e Berg, e em maestros como Bruno Walter e Otto Klemperer. Esses dois trabalharam com Mahler e foram ajudados por ele em suas carreiras, e mais tarde ajudaram a difundir a música de Mahler pela América, onde esta influenciaria a composição das músicas para os filmes de Hollywood.

Mahler também influenciou Erich Korngold e Richard Strauss, e as primeiras sinfonias de Havergal Brian.

Entre as inovações introduzidas por Mahler estão o uso de melodias com grandes implicações para a harmonia, a combinação expressiva de instrumentos, em grande e pequena escala e combinação da voz e do coral à forma sinfônica.

Além de compositor, Mahler foi também um grande maestro e suas técnicas de regência sobrevivem até os dias de hoje.

Em sua época Mahler encontrou dificuldades em ver seu trabalho aceito. Por bastante tempo ele ficou mais conhecido por suas excepcionais habilidades como maestro de orquestra do que como compositor. Porém, ele confiava em seu talento e dizia: Meu tempo há de chegar! E de fato, seu tempo chegou, na metade do século XX, pelas mãos de uma geração de regentes e admiradores que o conheceram, como o norte-americano Leonard Bernstein. Em pouco tempo, ciclos completos das sinfonias de Gustav Mahler foram gravados e suas obras foram executadas por muitas orquestras importantes.

Atualmente entre os maiores e mais conhecidos intérpretes de Mahler estão: Pierre Boulez, Riccardo Chailly, Claudio Abbado, Bernard Haitink, Simon Rattle, Michael Tilson Thomas, Zubin Mehta, Markus Stenz e Benjamin Zander.

Conjunto da obra

Gustav Mahler inicialmente seguiu a tradição dos músicos alemães, encabeçada por Johann Sebastian Bach e pela "Escola de Viena" de Haydn, Mozart, Beethoven e Schubert, e que ainda incoporaria uma geração de compositores românticos, tais como Schumann e Mendelssohn.. Entretanto, a influência decisiva em seu trabalho veio de

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Richard Wagner, quem, segundo suas palavras, era o único compositor que realmente tinha o desenvolvimento (ver forma-sonata) em suas músicas, depois de Beethoven.

O conjunto de seu trabalho artístico é formado basicamente de canções (ou lied), 9 sinfonias completas (Mahler chegou a trabalhar numa décima, mas não conseguiu terminá-la) e um poema sinfônico. As sinfonias são as obras que mais se destacam em sua produção artística.

A música de Mahler é bastante pessoal e reflete muito da personalidade e vida do autor. Suas sinfonias são temáticas e são influenciadas pela literatura. As sinfonias são complexas, enormes, tanto na duração, quanto na quantidade de músicos necessários para sua execução. Mahler costumava dizer que suas sinfonias deviam representar o mundo. De maneira parecida com a nona sinfonia de Beethoven, a voz humana é usada nas sinfonias números 2, 3, 4 e 8. Sua sinfonia número 8 requer mais de mil músicos, entre orquestra, solistas e um coral imenso.

Mahler costuma usar melodias folclóricas, marchas, e instrumentos, como trompete, que lembram a música militar, suas sinfonias são muito coloridas, com alternâncias rápidas e inesperadas de notas altas e baixas, sons fortes e fracos, momentos de tragédia, de triunfo, e de paz e extrema beleza. A orquestração é original e o uso que faz dos instrumentos definem um som mahleriano inconfundível.

A morte é o tema presente em sua obra. Passagens alegres dão lugar a outras trágicas e de desespero, que refletem a vida atribulada do próprio compositor. Mahler não teve uma infância fácil, seu pai batia na mulher, viu o irmão querido morrer, seus pais morreram mais ou menos logo, e ele viu-se na condição de chefe da família e responsável pelo sustento dos outros irmãos mais novos. Mesmo após tornar-se adulto e ser independente, a vida não foi fácil. O espectro da morte pairava sobre Mahler, pois ele, da mesma forma como a mãe, sofria de problemas cardíacos; sua filha morreu em 1907; era apaixonado pela esposa, Alma, contudo esta o traía.

Apesar de a tragédia ou a morte estarem sempre presente, não se pode dizer que a obra de Mahler seja pessimista. De todas as suas sinfonias completas, apenas uma (a sexta) termina realmente mal, com a morte do herói sinfônico, e mesmo assim, de forma bastante heróica, no melhor estilo das grandes tragédias gregas. Algumas passagens, como o Adagietto da sinfonia n.º 5, ou o tema Alma da sinfonia n.º 6 são muito belas.

Gustav Mahler foi também o prenúncio de uma nova era da história da música, em que as composições passariam a ser atonais. Músicos famosos, dessa nova era, e que lhe sucederam, como Alban Berg e Arnold Schönberg mostrariam respeito e admiração pelo músico. Schönberg escreveu sobre Mahler: Em vez de perder-me em palavras, talvez fosse melhor dizer logo: acredito firmemente que Gustav Mahler foi um dos maiores homens e dos maiores artistas que jamais existiram.

As sinfonias de Mahler costumam ser divididas em três períodos. As sinfonias do primeiro período são conhecidas como sinfonias Wunderhorn e abrangem as sinfonias números 2, 3 e 4. Elas têm esse nome porque têm vínculos com a música feita por Mahler para os poemas conhecidos como Das Knaben Wunderhorn (A Maravilhosa Cornucópia do Rapaz). Pode-se dizer que elas representam a busca de Mahler por uma fé firme e ao mesmo tempo uma busca para suas respostas sobre a existência.

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A sinfonia n.º 1 usa elementos do Lieder Eines Fahrenden Gesellen (Canções de um Viajante Errante) e de Das Klagend Lied (A Canção da Lamentação). É puramente instrumental e também tem certa relação com Das Knaben Wunderhorn, ainda que de maneira mais indireta.

As sinfonias do segundo período: 5, 6 e 7, costumam ser chamadas de sinfonias Rückert. Elas têm esse nome porque a composição delas foi influenciada pela musicalização que Mahler fez para os poemas de Friedrich Rückert (1788-1866). Elas são puramente instrumentais e as mais trágicas do ciclo sinfônico.

O último período não tem nome e abrange as últimas obras do artista: as sinfonias 8, 9 e a inacabada 10, além da sinfonia canção Das Lied von Der Erde (A Canção da Terra). A voz humana é usada em grande parte na sinfonia 8, e ela costuma ser chamada às vezes de sinfonia coral.

As sinfonias 9 e 10 são instrumentais, e o poema sinfônico Das Lied von Der Erde (A Canção da Terra) é cantado. Existe um certo mistério em torno dela. A princípio era para ser sinfonia número 9, mas por superstição Mahler preferiu que fosse conhecida como um poema sinfônico.

Principais obras

Sinfonias

Sinfonia n.º 1 (ré maior), Titã (1884–1888) Sinfonia n.º 2 (dó menor, termina em mi bemol maior), Resurreição (1888–1894) Sinfonia n.º 3 (ré menor) (1895–1896) Sinfonia n.º 4 (sol maior, termina em mi maior) , 1899–1901) Sinfonia n.º 5 (dó#menor, termina em ré maior) , (1901–1902) Sinfonia n.º 6 (la menor), Trágica (1903–1904) Sinfonia n.º 7 (mi menor, termina em dó maior), Canção da Noite (1904–1905)

(Subtitle not by Mahler) Sinfonia n.º 8 (mi bemol maior), Sinfonia dos Mil (1906) (subtítulo de que

Mahler não gostava) Sinfonia n.º 9 (ré maior, termina em ré bemol maior) 1909 –1910) Sinfonia n.º 10 (fa#menor, termina em fa#maior) 1910 –1911, incompleta,

Adagio e Purgatório preparados para apresentação por Ernst Krenek (1924), versões completas por Deryck Cooke (1960, 1964, 1975), Clinton Carpenter (1966), Joseph Wheeler (1948–1965), Remo Mazzetti, Jr. (1989), Rudolf Barshai (2000), e Nicola Samale/Giuseppe Mazzucca (2002). Muitos maestros célebres se recusaram a a interpretar a sinfonia completa, entre eles Bruno Walter e Leonard Bernstein.

Ciclos de canções, coleções e outros trabalhos vocais

Das Klagende Lied 1880 Drei Lieder (três canções para ternor e piano, 1880) Lieder und Gesänge aus der Jugendzeit (14 canções para piano com

acompanhamento, 1880–1890)

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Lieder eines fahrenden Gesellen (para voz com piano ou acompanhamento orquestral, 1883–1885)

Lieder aus "Des Knaben Wunderhorn" (para voz e orquestra, 1892–1896, mais dois em 1899 e 1901)

Rückert Lieder (para voz com piano ou acompanhamento orquestralt, 1901–1902)

Kindertotenlieder (para voz e orquestra, 1901–1904) Das Lied von der Erde , (1907–1909)

Filmes

Sobre o compositor

1974 - Mahler6 7

2001 - Palavras ao vento (Bride of the Wind)8 9

Trilha sonora

1992, 1993 - O óleo de Lorenzo (Lorenzo's Oil)10

1974 - O Jogador (The Gambler) IMDB 1971 - Morte em Veneza (Morte a Venezia)11 12

1998 - Star Trek: Voyager, episódio: Counterpoint 2008 - Centopeia (filme) 2010 - Shutter Island (A Ilha do Medo)

Referências

1. ↑ Blaukopf, pp. 15–162. ↑ Cooke, p. 73. ↑ Sadie, p. 5064. ↑ Mitchell, Vol. I pp. 33–385. ↑ Gustav Mahler (em inglês) no Find a Grave.6. ↑ IMDb7. ↑ Yahoo! Movies8. ↑ IMDb9. ↑ Yahoo! Movies10. ↑ Yahoo! Movies11. ↑ Yahoo! Movies12. ↑ IMDb

Bibliografia

Barham, Jeremy (ed.). "Gustav Mahler's Musical Jewishness" in Perspectives on Gustav Mahler (em Inglês). Aldershot, Reino Unido: Ashgate Publishing Limited, 2005. ISBN 0-7546-0709 Página visitada em 07 de julho de 2012.

Marc Vignal, Mahler, Editora Martins Fontes. Gustav Mahler (em Inglês). [S.l.]: Futura Publications Ltd, 1974. ISBN 0-86007-

034-4 Michael Kennedy, Mahler, Editor Jorge Zahar.

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Cooke, Deryck. Mahler and the Eighth Symphony (performance notes 29 May 1964) (em Inglês). [S.l.]: Royal Liverpool Philharmonic Society, 1964.

Jean & Brigitte Massin, História da Música Ocidental, Editora Nova Fronteira.

Aaron Copland, a reader: Selected writings, 1923–72 (em Inglês). Londres: [s.n.], 2004. ISBN 0-415-93940 Página visitada em 07 de julho de 2012.

Mitchell, Donald. Gustav Mahler Volume 1: The Early Years (em Inglês). Berkeley: University of California Press, 1995. 1 vol. ISBN 0-520-20214-7

Ligações externas

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