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Simulação dos impactos da implantação de sistemas de captura de CO 2 sobre os custos, a geração de resíduos e o consumo de H 2 O de termelétricas a carvão Susanne Hoffmann, David A Castelo Branco, Paulo R. Merschmann, Alexandre S. Szklo, Energy Planning Program, Graduate School of Engineering, Federal University of Rio de Janeiro Centro de Tecnologia, Bloco C, Sala 211 Cidade Universitária, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ - 21941-972, Brazil [email protected] Resumo O presente trabalho compara o desempenho e os custos de plantas termelétricas operando com carvão colombiano e brasileiro. O desempenho e os custos das plantas são obtidos através de simulações da operação dessas plantas no software IECM (Integrated Environmental Control Model), desenvolvido pela Canergie Mellon University. As simulações objetivaram elucidar os impactos de diversos níveis de captura de CO 2 no desempenho e nos custos das plantas de geração. O trabalho também comparou as reduções das emissões de CO 2 de plantas super e ultra supercríticos a pequenas taxas de captura, com o objetivo de analisar a opção mais adequada a pequenas taxas de captura. O sistema de captura utilizado na simulação foi o de pós-combustão com uso de aminas. Os parâmetros que variaram durante as simulações foram: carvão brasileiro (do sul do Brasil) e carvão colombiano (operando uma planta no Nordeste); fator de capacidade de 60% e de 80%; uso de monoetanolamina ou Econamine FG+; condições de vapor subcríticas, supercríticas e ultra supercríticas. Para cada tipo de planta foram simulados os cenários sem captura de CO 2 e com taxas de captura de 5%, 10% e 90%. Os principais resultados comparados foram: níveis de emissões de CO 2 ; consumo de H 2 O; geração de resíduos, custo de investimento (CI); custo nivelado de geração elétrica (LCOE) e custo do CO 2 evitado. Para níveis de emissões (CO 2 ) e potências líquidas similares, as plantas ultras supercríticas apresentaram custos, geração de resíduos e consumo de água inferiores aos das plantas subcríticas com pequenos níveis de captura (captura de 5% ou 10%). No curto prazo, plantas que desejam capturar a maior parte do CO 2 (90%) devem incorrer em grandes elevações dos custos, do consumo de água e da geração de resíduos.

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Simulação dos impactos da implantação de sistemas de captura de

CO2 sobre os custos, a geração de resíduos e o consumo de H2O de

termelétricas a carvão

Susanne Hoffmann, David A Castelo Branco, Paulo R. Merschmann, Alexandre S.

Szklo,

Energy Planning Program, Graduate School of Engineering, Federal University of Rio de Janeiro

Centro de Tecnologia, Bloco C, Sala 211

Cidade Universitária, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ - 21941-972, Brazil

[email protected]

Resumo

O presente trabalho compara o desempenho e os custos de plantas termelétricas operando com carvão

colombiano e brasileiro. O desempenho e os custos das plantas são obtidos através de simulações da operação

dessas plantas no software IECM (Integrated Environmental Control Model), desenvolvido pela Canergie

Mellon University. As simulações objetivaram elucidar os impactos de diversos níveis de captura de CO2 no

desempenho e nos custos das plantas de geração. O trabalho também comparou as reduções das emissões de CO2

de plantas super e ultra supercríticos a pequenas taxas de captura, com o objetivo de analisar a opção mais

adequada a pequenas taxas de captura. O sistema de captura utilizado na simulação foi o de pós-combustão com

uso de aminas. Os parâmetros que variaram durante as simulações foram: carvão brasileiro (do sul do Brasil) e

carvão colombiano (operando uma planta no Nordeste); fator de capacidade de 60% e de 80%; uso de

monoetanolamina ou Econamine FG+; condições de vapor subcríticas, supercríticas e ultra supercríticas. Para

cada tipo de planta foram simulados os cenários sem captura de CO2 e com taxas de captura de 5%, 10% e 90%.

Os principais resultados comparados foram: níveis de emissões de CO2; consumo de H2O; geração de resíduos,

custo de investimento (CI); custo nivelado de geração elétrica (LCOE) e custo do CO2 evitado. Para níveis de

emissões (CO2) e potências líquidas similares, as plantas ultras supercríticas apresentaram custos, geração de

resíduos e consumo de água inferiores aos das plantas subcríticas com pequenos níveis de captura (captura de

5% ou 10%). No curto prazo, plantas que desejam capturar a maior parte do CO2 (90%) devem incorrer em

grandes elevações dos custos, do consumo de água e da geração de resíduos.

1 Introdução

Os setores elétricos de muitas grandes economias se baseiam fortemente até hoje na

geração de energia elétrica por termelétricas a carvão e emitem, assim, grandes volumes de

dióxido de carbono (CO2). Porém, os agentes do setor elétrico hesitam em abrir mão do uso

de carvão, pois ele representa uma fonte abundante e de baixo custo, que se encontra por

grande parte localizada em regiões politicamente estáveis (WCA, 2005). Diante desse cenário,

muitas economias apostam no desenvolvimento de tecnologias inovadoras de carvão que

visam à redução de emissões de CO2, através do aumento de eficiência dos processos e da

adição de sistemas de captura de armazenamento de carbono (Carbon Capture and Storage –

CCS).

Especialmente o CCS é visto como solução para mitigar as emissões geradas pelo uso

do carvão. Sistemas de CCS separam o CO2 durante o processo de conversão do combustível,

o comprimem e transportam para locais onde é armazenado de modo estável, por exemplo,

em adequadas formações geológicas. Atualmente, tecnologias de captura e seqüestro já estão

sendo aplicadas em diferentes indústrias (IPCC, 2005). Para aplicações em termelétricas,

várias rotas se encontram em fase de desenvolvimento, contudo, até hoje, nenhuma delas está

sendo aplicada em escala comercial.

As únicas tecnologias que estarão disponíveis no curto prazo para aplicação em CCS

são a absorção química e a absorção física, sendo que a absorção física é aplicável somente

em plantas IGCC. A introdução de plantas IGCC ocorre de forma lenta, devido à falta de

experiência e um alto custo de investimento, sobretudo, para os gasificadores. Portanto, os

esforços de aplicar sistemas de captura de carbono no curto prazo se concentram fortemente

em sistemas de absorção química (Olajire, 2010).

Este artigo se dedica à análise detalhada de sistemas de captura por absorção química,

com potencial de aplicação no curto prazo em plantas com tecnologia de queima

convencional, buscando respostas concretas sobre as exigências e conseqüências da instalação

das mesmas em UTEs. Para isso, foi utilizado um software, o Integrated Environmental

Control Model (IECM), desenvolvido na Carnegie Mellon University para o Department of

Energy dos EUA (DOE) e National Energy Technology Laboratory (NETL), visando fornecer

uma ferramenta para a elaboração de estimativas preliminares de custo e desempenho de

UTEs. Por meio de simulações com o IECM, buscou-se compreender melhor a influência que

plantas de captura de carbono têm sobre custos e desempenho de UTEs convencionais a

carvão.

Nas analises realizadas buscou-se responder seis perguntas específicas:

• A captura virtual de carbono pelo aumento da eficiência do processo pode equivaler a

um processo de captura de baixas taxas? Qual opção é economicamente mais

interessante?

• Para plantas que operam com alta taxa de captura de 90 %, qual carvão é mais

econômico na operação, o nacional ou o colombiano (que representa um carvão de alta

qualidade)

• Qual efeito tem a alteração do fator de capacidade (60 ou 80 %) sobre a viabilidade

econômica?

• Quais efeitos têm diferentes solventes químicos sobre a viabilidade técnico-

econômica?

• Um sistema de captura aumenta o consumo de água?

• Qual a quantidade de resíduos em base de aminas degradadas para diferentes casos

analisados?

No segundo capítulo foi feita uma breve descrição técnica das alterações e instalações

necessárias para a realização da captura de carbono. No terceiro capítulo é dada uma

descrição do modelo e dos dados de entrada utilizados. Foram realizadas simulações de

plantas sem captura e plantas com captura, considerando taxas de captura de 5 %, 10 % e 90

%. O desempenho das plantas foi verificado para o uso de carvão nacional e carvão

colombiano, e dois diferentes solventes para a absorção química. No quarto capítulo, os

resultados das simulações são apresentados e discutidos.

2 Fundamentos técnicos da captura de carbono pós-combustão com

aminas em UTEs a carvão

2.1 A absorção química por aminas

Os solventes químicos mais aplicados para a separação de CO2 são as aminas

convencionais e as aminas estericamente impedidas. Existem diferentes outras linhas de

pesquisa propondo solventes alternativos e avançados. Porém, somente as aminas alcançaram

a estado da disponibilidade em escala comercial.

A monoetanolamina (MEA) é um composto químico orgânico e foi desenvolvido nos

anos 60 como um solvente não seletivo para a remoção de impurezas como os gases ácidos

(H2S e CO2), de correntes de gás natural. O processo foi posteriormente adaptado para o

tratamento de gases de exaustão (Rao, 2002).

Além da monoetanolamina (MEA), outras aminas como a dietanolamina (DEA), a

metildietanolamina (MDEA), trietanolamina (TEA), ou a disopropanolamina (DIPA) também

podem ser utilizadas (Strazisar et al., 2001; Olajire, 2010).

As reações que ocorrem na absorção de CO2 e na regeneração do MEA estão

descritas pelas Eq. 1 e Eq. 2, respectivamente:

2R-NH2 + CO2 → R-NH3+ + R-NH-COO

- (1)

R-NH-COO- + R-NH3

+ + (calor) → CO2 + 2R-NH2 (2)

Onde R = HO-CH2CH2

A aplicação de aminas requer geralmente um alto consumo de energia, dado que os

processos de absorção e dessorção são controlados pela temperatura. Outro problema na

aplicação industrial de aminas está relacionado à sua degradação por meio de reações

irreversíveis ocasionando diversos problemas durante o processo de separação como: perda de

solvente, corrosão dos equipamentos, aumento da viscosidade, foaming e incrustação

(fouling). Especialmente a MEA, que é uma amina primária, é facilmente degradada na

presença de SO2 e O2 pela formação de subprodutos irreversíveis, reduzindo a capacidade de

absorção da amina e tornando difícil a sua recuperação (Strazisar et al., 2001). A adição de

um sistema de captura por aminas requer, portanto, um gás de entrada relativamente limpo e

de baixa temperatura, o que pode levar a necessidade de instalações adicionais para

condicionar o gás de exaustão.

O desenvolvimento de aminas alternativas visa à redução da energia necessária para a

regeneração e a redução da corrosividade. Existem dois processos para a separação de CO2

em estágio comercial baseados em aminas: o Econamine FG Plus SM

Process (EFG) e o ABB

Lummus Crest MEA Process.

2.2 Unidades adicionais para a captura de carbono

A captura de CO2 exige unidades para o condicionamento do exausto, consistindo na

remoção adicional de SO2 e no arrefecimento e para a própria captura, consistindo em uma

torre de absorção de CO2, unidades de regeneração do solvente e um sistema de compressão e

secagem de CO2 para condições supercríticas.

Uma instalação de remoção de CO2 opera geralmente com uma taxa de remoção de

90 %. Quando é exigida uma taxa menor de captura, a boa prática não é a diminuição da

eficiência do equipamento de remoção, mas a instalação de um bypass, ou seja, a separação

da corrente em duas partes, das quais uma passará pela unidade de remoção de CO2, enquanto

a outra parte seguira direto para a chaminé.

O exausto sai do tratamento geralmente à pressão ambiental e temperaturas ente 50 e

60 °C e com uma concentração de SOx acima de 2000 ppmv (NETL, 2007). Para poder

adicionar uma planta CCS, o gás de exaustão precisa ser condicionado. Uma planta de

absorção de CO2 requer um gás a uma temperatura por volta de 45°C e com uma

concentração de SO2 não maior a 10 ppmv (NETL, 2007), devido à afinidade grande da MEA

de reagir com SO2. Dessa reação se formam sais termicamente estáveis, que não podem ser

regenerados e precisam ser retirados do sistema. SO2 causa, assim, uma perda de solvente e

gera resíduos tóxicos. Portanto, em UTEs com captura de carbono precisa-se acrescentar uma

segunda etapa de remoção de SO2, comumente chamada de SO2 polisher.

A absorção química é um processo cujo equilíbrio é determinado pela temperatura,

dado que a solubilidade de CO2 no solvente aumenta com a redução da temperatura.1

Portanto, o exausto deve ser arrefecido para as temperaturas convenientes para o processo de

absorção. O gás é normalmente resfriado com um cooler de contato direto, que é uma coluna

recheada onde o gás é resfriado através do contato intenso com uma corrente reciclada de

água.

A recuperação de MEA degradada, ou seja, MEA que formou sais termicamente

estáveis é realizado por um equipamento chamado reclaimer. Uma pequena corrente parcial

do solvente regenerado segue continuamente para o reclaimer, onde uma parte da MEA é

recuperada através da reação com soda caustica. A soda libera a MEA de ligações com óxidos

de enxofre, devido ao seu forte caráter básico. O reclaimer é realizado como um trocador de

calor onde vapor de baixa pressão, proveniente do bloco de turbinas, cede calor ao solvente. A

MEA regenerada evapora então e volta ao circuito da absorção. O processo do reclaimer é

1 De outro lado, o transporte das moléculas do gás para o solvente é facilitado com o aumento da temperatura.

Ademais, quanto menor a temperatura na absorção, maior o consumo de energia na etapa da regeneração, em

que o solvente precisa ser aquecido até a temperatura em que o CO2 é transmitido novamente para a fase de gás.

Existe, então, um ótimo de temperatura, que se determina pela solubilidade e por mecanismos de transporte e

consumo de energia.

essencial para a redução de corrosão e incrustação (fouling) no sistema do solvente. Os

resíduos do reclaimer são imediatamente resfriados com água de resfriamento da UTE e

descarregadas num tanque.

Devido à alta demanda de energia térmica e elétrica das instalações de captura e

compressão de carbono, tal como às exigências de arrefecimento, uma boa integração

energética com a UTE é um imperativo em termos de eficiência e economia. Os principais

consumidores de energia elétrica são ventiladores e bombas de sistemas de arrefecimento e

compressão (consumido dos compressores de CO2 é aproximadamente 100 kWh/t CO2, Rubin

et al. (2010)). O sistema criogênico de liquefação do CO2 também apresenta um alto consumo

de energia elétrica.

A maior parte da penalidade energética, porém, se deve ao consumo de energia

térmica para a regeneração do solvente no reboiler e reclaimer. Essa energia é normalmente

fornecida pela extração de vapor de baixa pressão do sistema de turbinas. No reboiler, a

energia é consumida pelo aquecimento e pela evaporação parcial do solvente, durante o qual o

CO2 é liberado do solvente. No reclaimer, o solvente é completamente evaporado, para

separar sais e outros contaminantes não voláteis do solvente. Porém, como a corrente, que

passa pelo reclaimer, é muito menor que a carga que passa pelo reboiler, o reboiler apresenta

um consumo mais relevante. Para a integração eficiente do ciclo água/vapor existente, os

pontos de extração de vapor para a alimentação do reboiler e reclaimer precisam ser

encontrados.

Os processos da captura de carbono requerem uma quantidade substancial de água de

arrefecimento, tanto na etapa de absorção, quanto na etapa da compressão. Conforme um

estudo do NETL (2007), o consumo de água de resfriamento da planta de captura de carbono

representa mais que o dobro da água de resfriamento consumida pela UTE. Essas etapas

devem ser integradas com as etapas que necessitam de calor visando à otimização da

eficiência da planta. Água de arrefecimento é fornecida do sistema da UTE para o DCC, o

trocador de calor do solvente químico regenerado, o resfriamento intermediário do

absorvedor, o resfriamento dos condensadores de refluxo, o resfriamento do resíduo do

reclaimer. A água aquecida volta para a UTE e pode ser utilizada para o pré-aquecimento dá

água de alimentação da caldeira.

3 O modelo IECM

A simulação das configurações da planta a carvão foi realizada com o auxílio do

software Integrated Environmental Control Model (IECM),2 desenvolvido pelo Center for

Energy and Environmental Studies da Technology Carnegie Mellon University para o US

Department of Energy’s National Energy Technology Laboratory (DOE/NETL).

O IECM é um programa de modelagem computacional que realiza uma análise

sistemática de custos e desempenho dos equipamentos de controle de emissões em plantas a

carvão. O IECM permite a configuração da planta a ser modelada a partir de uma variedade

de tecnologias, incluindo tecnologias de controle de poluentes e de captura de carbono.

Além das emissões evitadas o modelo também leva em consideração as emissões de

poluentes, recursos utilizados na planta, custos de capital, operação e manutenção e a

eficiência da planta. As incertezas e riscos tecnológicos também podem ser caracterizados.

O software utiliza equações de balanço de massa e energia, juntamente com dados

empíricos, para quantificar o desempenho global da planta, os insumos necessários e as

emissões.

Nesta seção são descritos brevemente os dados de entrada da simulação. No final

desta seção, estes dados encontram-se resumidos na Erro! Fonte de referência não

encontrada..

3.1 Dados técnicos da planta base

As simulações foram realizadas com um carvão nacional e um carvão importado da

Colômbia. Como representante do carvão nacional foi utilizado o carvão CE 3300, da jazida

Candiota, fornecido pela Companhia Rio Grandense de Mineração (CRM). Este carvão é

utilizado no complexo da CGTEE. Segundo a CRM o preço de venda desse carvão para a

CGTEE está em torno de R$ 38,00/t. A simulação do carvão importado utilizou, como

exemplo, as características e preços de um carvão colombiano oriundo de minas situadas na

Colômbia da MPX. O resumo das especificações adotadas no modelo para os carvões é

apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 – Características do carvão brasileiro e colombiano

PCS (MJ/kg) 13,83 26,35

2 Versão 6.2.4 de 2010.

% dos elementos em massa (base úmida) (base úmida)

C 29,08 64,24

H 2,11 4,4

O 6,56 9,38

Cl 0 0,03

S 1,09 0,7

N 0,42 1,23

Cinzas 44,74 8

Umidade 16 12

Preço (US$/t) 21,6 78,5

Fonte: CPRM (2003), MABE (2009)

Todas as simulações utilizaram uma planta com potência bruta instalada de 500 MW.

Portanto, este valor não inclui o consumo de equipamentos auxiliares. Os resultados das

simulações sempre serão dados em relação à potência líquida, que é potência disponível

depois da instalação dos equipamentos auxiliares.

O fator de capacidade (FC) é o valor médio anual que representa o percentual de

operações da planta a carvão, operando com carga total equivalente, durante o período de um

ano. O FC é usado para calcular as emissões anuais médias, os fluxos de materiais e tem

influencia direta nos custos da planta. Portanto, esta variável é de extrema importância para as

simulações realizadas, uma vez que as termelétricas brasileiras a carvão operam com

flexibilidade parcial. Como o estudo considera a utilização do carvão importado e do carvão

nacional, e as plantas no Brasil operam no regime de semi-base, foram simulados dois fatores

de capacidade distintos. Para simular a operação no regime de semi-base foi utilizado o FC de

60%. O efeito de um possível aumento no regime de utilização foi simulado com o aumento

do fator de capacidade para 80%.

Além do ciclo a vapor típico em condições convencionais, ou seja, planta base em

condições subcríticas também foram simuladas condições de plantas supercríticas e ultra-

supercritícas, com e sem o sistema de captura de carbono. A alteração do ciclo de vapor da

planta base resulta em um amento de eficiência da planta. A simulação da planta base obteve

uma eficiência de aproximadamente 37% no regime subcrítico. Para o regime supercrítico e o

regime ultra-supercrítico, as eficiências aproximadas obtidas foram de 39% e 43%,

respectivamente.

Para a remoção das emissões atmosféricas NOx, SOx e particulados foram adotados

equipamentos (in-furnace-control, ESP, wet FGD) que reduzem estes poluentes até valores

indicados como limites pela Banco Mundial (Tabela 2).

Tabela 2 - Resumo das restrições de emissões indicados pelo Banco Mundial

Emissões Banco Mundial (3)

Particulados (PM)

(mg/Nm3) 50

Dióxido de Enxofre (mg/Nm3) < 850

Óxido de Nitrogênio (mg/Nm3) 510

Fonte: MPX (2010)

O sistema de arrefecimento escolhido para as simulações será do tipo once-through

(ou open loop). A escolha se baseou no percentual mundial e americano de plantas que

utilizam essa tecnologia e na suposição que a disponibilidade de fontes de água não será

problema, especialmente para as plantas localizadas próximo ao mar. Não obstante, será

realizada uma análise de sensibilidade por meio de uma comparação com torres úmidas.

A simulação considerou lagoas de tratamento (ash pond) para a disposição de

resíduos e de água. A disposição ocorre separadamente nas simulações.

3.2 Dados técnicos do sistema de captura

O modelo IECM permite a simulação da planta com dois diferentes solventes. O

primeiro solvente é a amina convencional e a segunda opção é a amina avançada o Econamine

FG Plus SM

Process (EFG) (ver item 2.1). Foram simuladas plantas com ambos os tipos de

solventes com o objetivo de comparar se existe vantagem no uso de uma amina avançada.

Para os dois solventes foi utilizada uma concentração de 30% pp na solução aquosa, uma

perda nominal de solvente de 0,30 kg/t de CO2 e uma carga de (lean CO2 loading) de 0,19

mol CO2/mol solvente.Também foi considerado o uso de uma unidade DCC e de uma unidade

extra de dessulfurização para que o gás que entra na planta de captura tenha um percentual de

SO2 de 10 ppmv e uma temperatura adequada ao processo. O valor calculado pelo modelo é

de 45ºC.

As plantas foram simuladas com níveis de captura de CO2 iguais a 5%, 10% e 90%.

Para o nível de captura de 90%, o modelo considera o processamento de toda a corrente de

gás da planta de energia, para os dois solventes simulados. Nas simulações de planas com 5%

e 10% de captura de CO2 o modelo considerou o uso de by-pass, eliminando a necessidade de

tratamento de todo o fluxo de gás de escape. Para a eficiência de 90%, todo exausto tem que

passar pela unidade de captura.

O CO2 separado é comprimido a uma pressão de aproximadamente 14 MPa para ser

transportado por duto até o local do armazenamento. Nas simulações foi considerado um duto

de 100 km de comprimento. A eficiência utilizada para os compressores foi de 80% e o

consumo de energia elétrica dos compressores, calculado pelo modelo, foi de 107 kWh/tCO2.

A opção de armazenamento escolhida para as simulações foi o armazenamento geológico.

3.3 Custos

A parte financeira do modelo IECM envolve os fatores para determinar a receita

necessária para viabilizar o investimento na planta (Rubin et al., 2007). Em todas as

simulações, o ano de 2009 foi escolhido como ano base para os valores de custos e para os

resultados obtidos na simulação. As simulações foram realizadas considerando-se o valor da

moeda constante, portanto não incluem o efeito da inflação.

O tempo de vida do projeto, que é o tempo de serviço esperado de um investimento

de capital e também o período durante o qual um investimento é recuperado através da

depreciação, foi fixado em 20 anos para as simulações das plantas. Para o percentual de

endividamento, que é o percentual da capitalização total que está associado com o dinheiro da

dívida, foi considerado um percentual de 70% do percentual de capitalização. O tempo de

construção da planta, que é utilizado para determinar o subsídio de fundos utilizados durante a

construção, foi estimado em 3 anos, que é compatível com o tempo de construção de plantas

no Brasil, incluindo as plantas planejadas pela MPX.

O custo de capital relacionado à infra-estrutura de apoio à planta (General Facilities

Capital), que inclui a construção de estradas, prédios, laboratórios, etc, tem valor típico entre

5% e 25%. O custo utilizado para as simulações foi de 10%.

O custo de contingência do projeto (Project Contingency Cost) quantifica a incerteza

envolvida no projeto. O fator aplicado está relacionado ao custo de equipamentos adicionais

ou outros encargos que resultam de um projeto mais detalhado. Custos de contingência de

projeto serão aplicados a projetos em etapas preliminares ou projetos simplificados, enquanto

que custos de contingências menores estão relacionados a projetos concluídos ou mais

detalhados. Para o custo de contingência do projeto foi mantido o valor default do modelo,

igual a 12%, para todas as simulações.

Tabela 3 - Resumo dos dados de entrada nas simulações realizadas no IECM

Parâmetros Unidade Tipo de carvão Tipo de carvão

Carvão Tipo Colombiano Colombiano Colombiano Colombiano Brasileiro Brasileiro Brasileiro Brasileiro

Capacidade MWg (1) 500 500

Fator de Capacidade % 60 80 60 Indiferente (2) 60 80 60 Indiferente (2)

Condições de vapor Tipo SubC / SC / USC SubC / SC / USC

Condições atmosféricas

Temperatura °C 27 18

Pressão MPa 0,1 0,1

Umidade % 81 80

Controle de Emissões

Controle de particulado Tipo Cold-side ESP Cold-side ESP

Controle de SO2 Tipo Wet FGD + SO2 Polisher (3) Wet FGD + SO2 Polisher (3)

Controle de NOx Tipo In-furnace Control (LNB+OFA) In-furnace Control (LNB+OFA)

Limite de Particulado mg/Nm3 50 50

Limite de SO2 g/Gcal 2000 2000

Limite de NOx mg/Nm3 750 750

Sistema de Arrefecimento Tipo once-through once-through

Disposição de resíduos

Água Tipo Ash pond Ash pond

Cinzas Tipo Ash pond Ash pond

Nível de captura % 0 / 5 / 10 / 90 0 / 5 / 10 / 90

Planta de captura

Solvente Tipo Econamine Econamine MEA Econamine Econamine Econamine MEA Econamine

Concentração % wt 30 30

Compressão do CO2 MPa 14 14

Transporte Tipo / km Duto / 100 km Duto / 100 km

Armazenamento Tipo Geológico Geológico

Notas: (1)

Potência bruta. (2)

O fator de capacidade não influencia os resultados dessa simulação. (3)

O SO2 polisher só é utilizado nos casos com captura.

O custo de contingência do processo (Process Contingency Cost) quantifica a

incerteza do processo e o custo de um sistema em escala comercial. A simulação de

custos considerou um custo de contingência de processo diferenciado para os três tipos

de planta. A diferença no custo de contingência (Process Contingency Cost) é dada pela

aplicação de um fator3 sobre o custo de capital total da planta.

A simulação de custos para uma planta subcrítica utilizou um fator de

contingência de 0,3% e as simulações para plantas com as tecnologias supercríticas e

ultra-supercríticas utilizaram um fator de 25%.

O baixo valor de contingência utilizado para as plantas subcríticas representa o

alto grau de maturidade desta tecnologia, que já opera em escala comercial e não

envolve muitas incertezas sobre o seu desempenho técnico ou nos seus custos.

Enquanto que as tecnologias supercríticas e ultra-supercríticas são aplicações

relativamente recentes em escala comercial.

4 Resultados e Discussão

Nesta seção são descritos os resultados obtidos as diferentes simulações

realizadas. O conjunto de questões a seguir ajuda a compreender a estrutura e a

finalidade das simulações e seus resultados:

• A captura virtual de carbono pelo aumento da eficiência do processo pode

equivaler a um processo de captura de baixas taxas? Qual opção é

economicamente mais interessante?

• Para plantas que operam com alta taxa de captura de 90 %, qual carvão é mais

econômico na operação, o nacional ou o colombiano (que representa um carvão

de alta qualidade)

• Qual efeito tem a alteração do fator de capacidade (60 ou 80 %) sobre a

viabilidade econômica?

• Quais efeitos têm diferentes solventes químicos sobre a viabilidade técnico-

econômica?

• Um sistema de captura aumenta o consumo de água?

3 O fator de custo de capital de contingência é aplicado a uma nova tecnologia com o objetivo de

quantificar as incertezas no seu desempenho técnico e no seu custo quando o equipamento operar em

escala comercial.

• Qual a quantidade de residuos em base de aminas degradadas para diferentes

casos analisados?

4.1 A captura virtual de carbono

Se o objetivo for a redução de emissões de CO2 por pequenas taxas, como

solicitado, às vezes, por instituições de financiamento, deve-se analisar cautelosamente,

se a captura virtual, ou seja, redução de emissões por aumento de eficiência poderia ser

uma alternativa interessante comparada à redução por pequenas instalações de captura

de carbono.

Nesta parte foi analisada a qual taxa de captura de CO2 o simples aumento da

eficiência seria equivalente. Para esta análise foi observada uma planta alimentada com

carvão colombiano, operada com um fator de capacidade de 60 % e aplicando

Econamine GF+

como solvente químico. Foram simuladas plantas com ciclo subcrítico,

supercrítico e ultra-supercrítico. O desempenho com relação às taxas de emissões de

CO2, aos custos, consumo de água e resíduos de reclaimer foram observados. A Tabela

4 resume os resultados obtidos.

Tabela 4 – Resultados obtidos para a simulação de captura virtual de carbono

A partir da Tabela 4 nota-se que as emissões do caso subcrítico com captura de

10% (SBC/10) mostraram-se (385 t/h) as mais próximas das emissões do caso

supercrítico sem captura (392 t/h). Portanto, admitiu-se que a captura virtual por

aumento de eficiência do ciclo a vapor pode corresponder com taxas de captura

aproximadamente 10 %, substituindo um sistema subcrítico com captura de carbono por

um sistema supercrítico sem captura de carbono. Com a previsão da introdução de

plantas ultra-supercríticas, as possibilidades de captura virtual aumentam ainda mais. Os

dados de custos evidenciam que a captura virtual apresenta a solução de menor custo em

termos de custo de eletricidade nivelado (LCOE – Levelized cost of energy), porém o

custo de abatimento da captura virtual se encontra acima do custo de abatimento da

captura de 10 % por absorção química.

Vantagens evidentes da captura virtual são também a economia de água e a não

produção de resíduos provenientes do processo de captura.

4.2 Comparação entre carvão brasileiro e colombiano

Outra pergunta importante para a situação do Brasil é a questão que tipo de

carvão pode e deve ser utilizado em plantas com captura de carbono. Esta análise se

refere a plantas com taxas de captura de 90 %, que são freqüentemente adotadas em

cenários em que a captura de carbono é uma importante ferramenta para a redução de

emissões de CO2. Esta na[alise foi realizada adotando-se um fator de capacidade de 60

% e Econamine FG+. A Figura 1 resume os principais resultados da análise.

O custo de capital das plantas operadas com carvão colombiano se mostrou

inferior ao custo de capital das plantas operadas com carvão brasileiro, o que se deve a

diferença do poder calorífico dos carvões. Os equipamentos da planta operada com

carvão colombiano são menores, portanto, menos caros. O custo nivelado de

eletricidade, porém, indica que plantas convencionais subcríticas operando com carvão

brasileiro apresentam o menor custo, o que se deve ao baixo custo do carvão nacional.

Figura 1 – Resultado da comparação entre o carvão brasileiro e colombiano

4.3 O efeito do fator de capacidade (60 ou 80 %)

As termelétricas brasileiras operam geralmente com um fator de capacidade de

60%, complementando o sistema predominantemente hidrelétrico. Portanto, as

simulações foram primeiramente realizadas, aplicando-se este fator de capacidade.

Entretanto, quando se cogita a adição de sistemas de CCS a uma termelétrica, o custo de

capital aumenta de forma significativa, tornando difícil a viabilidade econômica destes

sistemas. Para averiguar, o quanto o sistema perde de viabilidade devido ao baixo fator

de capacidade, foi realizada uma simulação com um fator de capacidade de 80 %. Os

resultados mostram que especialmente os sistemas mais sofisticados, que apresentam

um custo de capital mais expressivo, mostraram ganhos consideráveis. Ao custo

nivelado de eletricidade diminuiu de uma faixa de 151 a 159 US$/MWh para uma faixa

de 123 a 128 US$/MWh (Figura 2).

Figura 2 - Resultado da comparação entre o fatores de capacidade (60% e 80%)

4.4 A viabilidade de diferentes solventes químicos

Atualmente existem várias linhas de pesquisa para o desenvolvimento de

solventes químicos que possam melhorar o desempenho de plantas de absorção

química. Nas simulações deste trabalho foi adotada uma amina avançada, chamada de

Econamine FG+. Para averiguar o desempenho econômico desta amina foram feitas

simulações que comparam MEA comum com a Econamine FG+. Foi confirmado que a

Econamine FG+ realmente realiza um processo a menor custo. Isto deve principalmente

a sua maior afinidade com o CO2 e sua resistência a degradação.

Figura 3 - Resultado da comparação entre diferentes solventes químicos (MEA e Econamine FG+)

4.5 O consumo de água de um sistema de captura

A Figura 4 mostra o resultado obtido na comparação do consumo de água para

plantas com diferentes taxas de captura (sem captura, 5%, 10% e 90%). Para todas as

plantas foi considerado o sistema de refrigeração aberto e a captura com Econamine

FG+.

Água consumida (t/h) (carvão brasileiro)

211 205

169

242 234

195

244 236

197

296283

232

SBC SPC USC

sem captura 5% de captura 10% de captura 90% de captura

Figura 4 - Resultado da comparação do consumo de água

A captura de 90% é a que mais contribui para o aumento do consumo de água,

já que uma planta com esta taxa de captura consome 40% mais água do que uma planta

sem captura. Para taxas de captura 5% ou 10% o aumento do consumo de água é de

cerca de 15%. Este aumento do consumo de água se deve à refrigeração demandada

pela planta de captura.

Para comparar o consumo de água do sistema de resfriamento aberto com o

sistema de torre úmida de resfriamento foram simulados os casos sem captura e com

captura de 90% para os dois sistemas de resfriamento. A Figura 5 apresenta os

resultados dessas simulações.

Figura 5 - Consumo de água no sistema de resfriamento aberto versus no sistema de torre úmida

O consumo de água do sistema de resfriamento em torre úmida é em torno de

seis vezes o consumo de água do sistema de resfriamento em ciclo aberto. O sistema de

resfriamento em torre úmida aumenta em cerca de 50% o consumo de água quando se

passa de uma situação sem captura para uma de captura de 90%. Este aumento é maior

do que o observado para o sistema de resfriamento em ciclo aberto, em que o consumo

de água aumenta em cerca de 40% quando uma planta sem captura passa a capturar

90% do CO2.

4.6 Resíduos em base de aminas degradadas

Aminas reagem tanto com o CO2 quanto com o NO2, O2 e SO2. Quando as

aminas reagem com estes últimos formam sais termicamente estáveis (HSS) e gás

amônia, que constituem a parte degradada da amina. A degradação da amina incorre em

custos para repô-la, na redução da capacidade de absorção de CO2 e em problemas

operacionais e ambientais associados à formação e à disposição dos produtos gerados.

Isto justifica a instalação de um dessulfurizador adicional antes do processo de captura

para reduzir a concentração de SO2 a 10 ppm. O NO2 não é tão problemático, já que, em

geral, ele representa 5% do NOx emitido pelas termelétricas (Rao & Rubin, 2002;

Veltman et al, 2010).

As reações do solvente com O2, CO, SO2 ou NO2 são conhecidas como

degradação oxidativa e formam ácidos orgânicos. Tais ácidos também podem ser

introduzidos por meio da água de processo, do gás de exaustão ou ser formados pela

reação de componentes gasosos, como o CO (Thitakamol et al. 2007). Cada mol de

ácido orgânico reage com um mol de MEA e forma HSS.

Os HSS reduzem a capacidade de absorção da amina, provocam corrosão,

incrustação e aumento da viscosidade do solvente. Ademais, a parte volátil destes HSS

pode ser emitida junto com os gases de exaustão, e a não volátil é tratada no reclaimer,

sendo que, os resíduos do reclaimer e a parte volatilizada dos HSS podem causar

problemas ambientais (Veltman et al., 2010).

A adição de receptores de oxigênio à solução pode reduzir a formação de HSS.

Exemplos são oxima, quinona, hidroxilamina, e suas misturas. Há também a

possibilidade da adição de inibidores de corrosão (como o vanádio) e agentes anti-

incrustantes (Thitakamol, 2007). Estes permanecem em pequenas quantidades no

resíduo do fundo do reclaimer, sendo retirados junto ao resíduo.

HSS e amônia podem causar queimaduras e irritação (Thitakamol, 2007). A 2-

butanamina é um produto da degradação que provoca sérios danos aos organismos

aquáticos. Inibidores de corrosão à base de metais pesados podem ser encontrados nos

resíduos do reclaimer e são tóxicos para o ser humano e o meio ambiente. Diversos

países têm regulado a disposição de inibidores de corrosão tóxicos, tornando-a custosa.

Inibidores de corrosão a base de metais pesados podem vir a ser banidos, como foi

banido o uso de inibidores a base de arsênio em vários países (Thitakamol, 2007).

A

Tabela 5 mostra os resultados obtidos para a massa de resíduos produzida por

hora pelo reclaimer. Estes resíduos sólidos podem ser incinerados ou dispostos em

aterros. Se incinerados deve haver um lavador de gás para recuperar traços de metais

que se volatilizam junto com a amina. As cinzas ou os resíduos como um todo devem

ser neutralizados antes da disposição em aterros adequados (Thitakamol, 2007).

Para a captura de 90% nossas simulações mostraram perda em torno de 2,5 kg

de MEA/tCO2 capturado e de 0,1 kg de Econamine FG+ /t CO2 capturado

4.

Tabela 5 – Resíduos do reclaimer

5 Agradecimentos

Agradecemos à MPX, à ANEEL e ao CNPq pelo apoio financeiro.

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4 Veltman et al (2010) menciona valores entre 1,6 a 3,1 kg de solvente/t CO2 capturado.

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