setor portuario estudo_boozallen_2012_vol_2

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  • 1. Este trabalho foi realizado com recursos do Fundo de Estruturao de Projetos do BNDES (BNDES FEP), no mbito da Chamada Pblica BNDES FEP. n 01/2010, disponvel em http://www.bndes.gov.br Ministrio do Desenvolvimento, Indstriae Comrcio Exterior Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)Anlise e Avaliao da Organizao Institucional e da Eficincia de Gestodo Setor Porturio Brasileiro. -- So Paulo: Booz & Company, 2012.Bibliografia.1. Brasil - Comrcio exterior; 2. Brasil - Setor porturio - Diagnstico;3. Desenvolvimento econmico; 4. Desenvolvimento social; 5. Portos -Administrao; 6. Portos - Brasil12-14785 CDD-387.10981ndices para catlogo sistemtico:1. Brasil: Gesto porturia 387.109812. Brasil: Setor porturio: Gesto 387.10981 O contedo desta publicao de exclusiva responsabilidade dos autores,no refletindo, necessariamente, a opinio do BNDES. permitida a reproduo total ou parcial dos artigos desta publicao, desde que citada a fonte. Relatrio Consolidado Volume II 1 EdioDezembro de 2012

2. Anlise e Avaliao da Organizao Institucional e da Eficinciade Gesto do Setor Porturio BrasileiroRelatrio ConsolidadoAutoria e Edio da Booz & Company do Brasil Consultores LtdaTrabalho realizado em conjunto com:Verax Consultoria e Projetos Ltda.Machado, Meyer, Sendacz e Opice AdvogadosLogit Engenharia Consultiva Ltda.Autores Luiz Francisco Modenese Marcos Mendes de Oliveira Wagner Colombini Martins Jos Virgilio Lopes EneiVieira Pinto Fernando Howat Rodrigues Mauro Bardawil Penteado Arthur Eduardo Budri Emerson Carlos ColinRamosRubens Augusto de Roberta Danelon Leonhardt David Joshua KrepelAlmeida Jr. Carlos Eduardo Naegeli Goldberg Rodrigo Seizo TakanoGondim Sergio Henrique Demarchi Tiago Maciel de Barros Andr Luiz Freire Gabriel Antnio Clemente Thiago Affonso Meira Thiago Matheus Daniela Stumpdos Santos Mariana Calviello Meira Paulo Edson Cosmai deRamos Gabriel Abdallah Mundim Fbio Zveibil Oliveira Fabiana Takebayashi Rafael Arsie Contin Felipe Camera Ruiz Luiz Fernando Soggia Diogo Barreto Martins Mrio Mrcio Saadi Lima Marcelo Haddad Silva Soares da Silva Diego Lopes da Silva Leticia Oliveira Lins de Alexandre Vivo Rodrigues Elizabete HarumiFerretteAlencar Hamaguchi________________________________*O CD anexo contm a verso eletrnica dos Volumes 1, 2 e Anexo (Diagnstico) do Estudo Tcnico 3. CONSIDERAESO BNDES, por meio da Chamada Pblica BNDES FEP n 01-2010, financiou, com recursos do Fundode Estruturao de Projetos BNDES FEP, um estudo tcnico destinado anlise e avaliao daorganizao institucional e da eficincia da gesto do setor porturio brasileiro. O trabalho foidesenvolvido por consrcio formado pelas empresas Booz & Company do Brasil Consultores Ltda.,Verax Consultoria e Projetos Ltda., Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados e Logit EngenhariaConsultiva Ltda.O BNDES FEP foi criado no intuito de apoiar estudos tcnicos ou pesquisas cientficas relacionadas aodesenvolvimento econmico e social do Brasil e da Amrica Latina e que possam orientar aformulao de polticas pblicas. Tambm so passveis de apoio os estudos tcnicos que propiciem,direta ou indiretamente, a gerao de projetos estruturantes de elevado retorno social, que possamimplicar significativos investimentos pblicos ou privados.Pelos portos nacionais passa a maior parte do comrcio exterior brasileiro, o que demonstra aimportncia de aes que visam aumentar o nvel de eficincia do setor. Com este trabalho, pretende-se apresentar a todos os agentes atuantes no setor porturio relevante ferramenta para odesenvolvimento de polticas pblicas, pesquisas acadmicas e aperfeioamento das iniciativas deinvestimento para suprimento da demanda atual e futura por este tipo de servio.Assim, o presente estudo apresenta extensivo diagnstico do setor porturio brasileiro, seguido deproposies de diretrizes voltadas promoo da expanso de capacidade sistmica de formaplanejada e integrada com os demais modais de transporte.As propostas objetivam o aumento da competitividade e a melhoria dos padres de eficinciaoperacional e de qualidade na prestao de servios, preservado o interesse pblico e a estabilidaderegulatria e institucional.O trabalho tambm apresenta sugestes para o aperfeioamento da estrutura organizacional e dagesto porturia com o objetivo de propor polticas pblicas e aes de curto e longo prazo para odesenvolvimento do setor.O contedo deste estudo no reflete necessariamente as opinies do BNDES. As informaesproduzidas so pblicas e tm por objetivo fomentar o debate sobre esses temas e permitir a avaliaode alternativas para o desenvolvimento do setor porturio brasileiro. Comit de Seleo do BNDES FEP 4. NDICEPREMBULO ..................................................................................................................................................7Sumrio Executivo ........................................................................................................................................ 10 1.1Demanda......................................................................................................................................... 10 1.2Oferta de Capacidade Porturia .................................................................................................. 28 1.3Perspectiva e Balano da Demanda e Oferta Porturia ........................................................... 48 1.4Perspectiva dos Gargalos Logsticos Decorrentes da Expanso da Capacidade Porturia 63 1.5Concluso ....................................................................................................................................... 642 Anlise da Evoluo Histrica da Demanda Porturia ................................................................... 66 2.1Anlise da Demanda Porturia ................................................................................................... 66 2.2Priorizao dos Produtos para Anlise do Setor....................................................................... 70 2.3Abrangncia do Modelo e Definio do Zoneamento de Transportes ................................ 127 2.4Seleo dos Complexos Porturios ........................................................................................... 129 2.5Anlise dos Acessos .................................................................................................................... 131 2.6Preparao da Rede Multimodal ............................................................................................... 171 2.7Modelagem da Demanda e Alocao de Matrizes Rede Multimodal .............................. 1773 Perspectivas de Evoluo da Demanda Porturia .......................................................................... 201 3.1Cenrio de Infraestrutura terrestre ........................................................................................... 201 3.2Cenrio de Demanda .................................................................................................................. 2104 Avaliao da Oferta Porturia ........................................................................................................... 315 4.1Perfil dos Principais Complexos Porturios ............................................................................ 315 4.2Metodologia de Clculo de Capacidade Porturia ................................................................. 433 4.3Clculo de Capacidade Porturia.............................................................................................. 470 4.4Cadeias de Valor .......................................................................................................................... 578 4.5Hidrovias ...................................................................................................................................... 6165 Perspectivas de Expanso da Oferta Porturia ............................................................................... 669 5.1Alternativas para expanso da capacidade Porturia ............................................................ 669 5.2Anlise da expanso da capacidade ......................................................................................... 6726 Anlises do balano oferta versus demanda e necessidades de expanso da capacidadeporturia ....................................................................................................................................................... 706 6.1Comentrios preliminares .......................................................................................................... 706 6.2Contineres ................................................................................................................................... 706 6.3Minrio de ferro ........................................................................................................................... 709 6.4Gros ............................................................................................................................................. 711 Preparado para BNDES Novembro de 20125 5. 6.5 Acar........................................................................................................................................... 712 6.6 Fertilizantes ................................................................................................................................. 713 6.7 Carvo mineral e coque de petrleo ........................................................................................ 714 6.8 Celulose ........................................................................................................................................ 714 6.9 Veculos ........................................................................................................................................ 715 6.10Produtos Siderrgicos e Carga Geral ....................................................................................... 716 6.11Petrleo......................................................................................................................................... 717 6.12Combustveis ............................................................................................................................... 718 6.13Bauxita .......................................................................................................................................... 719 6.14Alumina........................................................................................................................................ 720 6.15Ferro Gusa.................................................................................................................................... 720 6.16Consolidao das necessidades de terminais para atender a demanda prevista .............. 721 6.17Gargalos logsticos da expanso da capacidade porturia ................................................... 7267 Apndices ............................................................................................................................................ 732 7.1 Apndice I Lista Preliminar de Projetos de Investimento em Infraestrutura ................. 732 7.2 Apndice II Mapas de Carregamentos ................................................................................. 767 7.3 Apndice III Terminais-Tipos ................................................................................................ 803 7.4 Apndice IV - Descrio dos novos projetos mapeados ....................................................... 829 Preparado para BNDES Novembro de 2012 6 6. PREMBULOO presente relatrio apresenta, de forma consolidada, os resultados do Estudo Tcnico Anlise eAvaliao da Organizao Institucional e da Eficincia de Gesto do Setor Porturio Brasileiro.Este trabalho foi realizado com recursos do Fundo de Estruturao de Projetos do BNDES (FEP),no mbito da Chamada Pblica BNDES/FEP No. 01/2010, disponvel com mais detalhes em.O Estudo Tcnico Anlise e Avaliao da Organizao Institucional e da Eficincia de Gesto doSetor Porturio Brasileiro fruto de uma avaliao independente que traz diagnsticos erecomendaes para o desenvolvimento do setor porturio. Ele foi elaborado pelo Consrciocomposto pela Booz & Company do Brasil Consultores Ltda. (lder do consrcio); VeraxConsultoria e Projetos Ltda.; Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados; e Logit EngenhariaConsultiva Ltda. Figura 1 Empresas consorciadas que desenvolveram o estudoO BNDES apoia com recursos no reembolsveis, provenientes do BNDES Fundo de Estruturaode Projetos (BNDES FEP), estudos tcnicos ou pesquisas que estejam relacionadas aodesenvolvimento econmico e social do Brasil e da Amrica Latina e que possam orientar aformulao de polticas pblicas. O presente estudo foi desenvolvido de forma independente,tendo as etapas de coletas de dados e elaborao de proposies sido realizadas entre maio de 2011e abril de 2012, abordando quatro principais temas: Marco Regulatrio1 - identificao e resoluo de inconsistncias, conflitos ou lacunas no marco regulatrio, alm de proposies de alteraes no arcabouo normativo do setor porturio e hidrovirio para suportar as diretrizes propostas nos outros temas; Organizao Institucional - elaborao de recomendaes para promover a consolidao de uma organizao institucional slida e com clareza de responsabilidades atribudas aos diferentes rgos e entidades envolvidas no setor; Eficincia de Gesto - identificao de fatores que dificultam a operao integrada e eficiente do setor, e elaborao de recomendaes que os atenuem ou os solucionem, considerando dois subtemas especiais: Anlise dos processos relevantes no setor porturio e hidrovirio; Anlise das Autoridades Porturias. Desenvolvimento da Oferta e da Demanda: avaliao da oferta de capacidade porturia, incluindo investimentos j entabulados e planejados, e da demanda por movimentao porturia, em funo dos fluxos logsticos das cargas na malha de transportes intermodal do Brasil; e realizao de projees de oferta de capacidade e de demanda, definidas as necessidades de adio de capacidade e melhorias.1O termo "marco regulatrio" empregado para designar o conjunto de atos normativos (leis, regulamentos,etc.) aplicveis a um setor.Preparado para BNDES Novembro de 20127 7. Marco Regulatrio Organizao Eficincia de InstitucionalGestoDesenvolvimentoda Oferta e Demanda Figura 2 Escopo do estudo tcnico desenvolvidoOs estudos de Marco Regulatrio, Organizao Institucional e Eficincia de Gesto soapresentados no Volume 1 do presente relatrio. J os estudos de Desenvolvimento da Oferta eDemanda so expostos no Volume 2 (este documento).As anlises desenvolvidas nas duas partes esto relacionadas. Por meio do balano entre oferta edemanda porturia (Volume 2), tem-se uma dimenso do volume, qualidade e local de obras deinfraestrutura e melhorias a serem realizadas em um horizonte de 20 anos. Para que as mesmasaconteam, questes associadas aos aspectos regulatrios, institucionais e de gesto devem serequacionadas.O contedo do estudo no reflete necessariamente as opinies do BNDES. As informaesproduzidas so pblicas e tm por objetivo fomentar o debate sobre esses temas e permitir aavaliao de alternativas para o desenvolvimento do setor porturio brasileiro. Preparado para BNDES Novembro de 2012 8 8. VOLUME2:SITUAOATUALEPERSPECTIVASDADEMANDAEOFERTAPORTURIA Preparado para BNDES Novembro de 2012 9 9. SumrioExecutivo1.1 DEMANDA1.1.1 Viso GeralO sistema porturio brasileiro extremamente relevante na economia nacional. Pelos complexos eterminais porturios brasileiros passam 95% do volume do comrcio exterior, o que significa que,em 2010, os complexos e terminais porturios movimentaram cerca de 834 milhes de toneladas decarga. Esse volume apresentou aumento mdio de 5,7% ao ano nos ltimos 10 anos (CAGR2), comum crescimento consistente ano a ano, exceto durante o ano de 2009, quando foi seriamenteimpactado pela crise na economia mundial.O volume movimentado pelos portos pode ser dividido entre comrcio exterior, cabotagem enavegao interior. Como mostra a Figura 3, praticamente trs quartos de todo o volume que passapelos portos brasileiros de comrcio exterior, sendo que cerca de 59% do volume corresponde aexportaes (ex.: minrio de ferro, soja, etc.) e 15% a importaes (ex.: fertilizantes, carvo mineral,etc.), resultando na maior participao do comrcio exterior no total. Entretanto, importanteressaltar a relevncia da movimentao de cabotagem, que hoje representa 22,5% do total (ex.:derivados de petrleo), apesar da sua menor taxa de crescimento.CAGR834 5,7%293,6% 768 755 273373369331 188 3,6%649 26 621 168 16726 25170571 164 52923150 127 4,1%50621148Navegao1111152192 Interior 13790 137 83Cabotagem 13795 8885Importao 89490 7,3% 448 454 440390 413 352323Exportao2592862001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 20082009 2010Figura 3 Evoluo da Movimentao Porturia Anual por Tipo de Navegao [em Mt3]4Com relao natureza das cargas, pode-se observar que mais de 60% do volume movimentadonos portos brasileiros em 2010 foi de granis slidos, como mostra a Figura 4. Em seguida vieramos granis lquidos, com 25% do total, e a carga geral, que teve a menor participao, com poucomais de 14% do total. Entretanto, a carga geral o grupo que mais cresce, com uma taxa mdia de2 Taxa mdia de crescimento anual cumulativo (CAGR Compound Annual Growth Rate)3 Mt: Milhes de toneladas4 Fonte: ANTAQ.Preparado para BNDES Novembro de 201210 10. 9,5% ao ano nos ltimos 10 anos. Isso explicado em grande parte pelo aumento na movimentaode contineres, que cresce devido ao aumento do volume de cargas movimentadas, assim comopor conta do avano da conteinerizao (cada vez mais cargas sendo transportadas dentro decontineres, ao invs de carga solta), como mostra a Figura 5. CAGR 834 5,7%755 768733 693649621 571 506 6,4%529 460 506457 433 416393370 336 Granis302 289 Slidos196208 2,7% 176195 198167 164Granis 163162 164 Lquidos Carga 102103 113 102120 9,5% 64 738593 Geral 53 2001 2002 200320042005 2006 2007200820092010 Figura 4 Evoluo da Movimentao Porturia por Natureza de Carga [Mt]3 66,0%65,0% 64,1%61,5%62,4%59,7% 59,2% 57,4%7,204 56,1%6,823 55,1% 6,5546,195 6,108 CAGR5,658 9,9%4,999 4,1703,492 2,925 2001 2002 2003 200420052006 2007 200820092010 Contineres (TEUs) % Contineres/Carga GeralFigura 5 Evoluo da Movimentao de Contineres3Tambm importante analisar a relevncia do sistema porturio brasileiro em termos econmicos.A corrente de comrcio brasileira em 2010 foi de R$ 675 bilhes, sendo que aproximadamente 79% Preparado para BNDES Novembro de 201211 11. deste montante foi movimentado nos portos5. Este valor representou 18,4% do produto internobruto de 2010, percentual ligeiramente inferior ao patamar de 20-25% observado entre 2001 e 2008,porm j indicando uma recuperao com relao ao fraco ano de 2009. Essa queda de patamardeve-se principalmente crise econmica mundial iniciada no final de 2008, que afetou os fluxosglobais de comrcio. A Figura 6 mostra a evoluo histrica da corrente de comrcio exteriorbrasileira e sua representatividade no PIB. 24,0%21,9% 22,5% 21,3%21,7%21,0%20,6% 20,6% 18,4%17,6%682,0CAGR 674,8 10,8%548,0 559,5 498,3465,9 467,0372,8 315,4267,92001 2002 200320042005 200620072008 2009 2010Comrcio Exterior (R$ bilhes) Comrcio Exterior/PIBFigura 6 Comrcio Exterior x PIB no Brasil6Ao analisar os valores do comrcio exterior divididos entre exportaes e importaes, comodetalha a Figura 7, pode-se observar que as exportaes cresceram um pouco mais que asimportaes nos ltimos 10 anos, porm as taxas variaram ao longo dos anos, fazendo o saldo dabalana comercial crescer at 2005 e cair para R$ 35,6 bilhes em 2010.Apesar do saldo financeiro da balana comercial brasileira ser relativamente baixo, a mesmaconcluso no pode ser tirada quando se analisa o saldo em toneladas. Neste caso, o volumeexportado significativamente maior que o volume importado, conforme discutido anteriormente.Isso se deve diferena entre o valor mdio das exportaes e importaes, ou seja, os produtos dapauta brasileira de exportao so de menor valor agregado que os da pauta de importao. Amaior parte do volume exportado consiste em commodities minerais e agrcolas, enquanto asimportaes incluem percentual maior de produtos de maior valor agregado. A Figura 8, a seguir,mostra a evoluo destes valores mdios nos ltimos anos, destacando ainda a diferena no valordas exportaes causado pelo baixo valor do minrio de ferro, que representa a maior parte dovolume exportado.512% foram movimentados por via area, 6% por via terrestre e 3% por outras vias.6Fontes: Secex, IBGE.Preparado para BNDESNovembro de 2012 12 12. 98,6109,0100,376,2 78,045,550,5 38,5 35,66,2363,7355,2 11,2% 282,3288,0299,3313,0 305,0224,5 176,9 137,1-130,8 -138,5 -148,3 -183,7-179,0-199,0-235,0-254,5-318,2 -319,610,4% 20012002 200320042005 200620072008 20092010 CAGR Importaes Exportaes Saldo Figura 7 Comrcio Exterior Brasileiro [R$ bilhes]7 1,500Importao 1,200900 Exportao(sem Minrio de Ferro)600Exportao300 0 20012002 2003 2004 2005 2006 2007 20082009 2010 Figura 8 Valor Mdio das Exportaes e Importaes Brasileiras (US$/t)71.1.2 Complexos Porturios e ProdutosTomando-se por base especificamente a movimentao do ano de 2010 (dados mais recentesdisponveis poca da elaborao deste Estudo), possvel observar que os 12 principais complexosporturios8 do pas movimentam mais de 80% do volume total do setor. Destes, doismovimentaram mais de 100 milhes de toneladas no ano, sendo que os demais 10 movimentarampelo menos 10 milhes de toneladas em 2010. A Figura 9 ilustra a movimentao dos principaisportos por tipo de navegao, e sua representatividade na movimentao total.7Fonte: Secex.8Complexos porturios abrangem o porto organizado e os TUPs de sua regio compartilhando acessos eeventualmente algumas infraestruturas. Preparado para BNDESNovembro de 201213 13. 100% 81,6% 83,4% 79,3%77,1%74,6% 71,3%67,7%63,4%58,6% 136,9 132,43,552,8%16,3 118,1 10,5 41,8% 30,4% 93,8 90,543,3 12,0 0,4 16,1% 129,0 107,5 47,790,1 39,7 81,836,077,3 2,0 29,4 19,126,9 39,53,820,618,6 18,5 2,2 34,020,5 14,8 10,5 7,9 7,5 20,621,0 5,7 8,29,010,110,7 10,85,5 3,7 Vitria Itaqui Santos Itagua So Angra Paranagu Aratu Rio Rio deSF do Vila do Manaus Outros SebastioGrande JaneiroSulCondeNavegao InteriorCabotagemLongo Curso % Acumulado Figura 9 Movimentao dos Principais Complexos Porturios em 2010 [Mt] 9,10Situao anloga pode ser observada na anlise por tipo de produto. Como mostram a Tabela 1 e aFigura 10, a movimentao concentra-se em um nmero relativamente pequeno de produtos.9Fonte: ANTAQ.10Outros inclui aproximadamente 25 portos e 15 TUPs fora dos portos.Preparado para BNDES Novembro de 201214 14. Tabela 1 Volumes Movimentados e Dinmica dos Principais Produtos 11VolumeDinmica PrincipalMovimentado % por Produtoem 2010 [mil ProdutoNavegaoSentidot]12 Minrio de Ferro316.457 38% Exterior Exportao Petrleo e Derivados213.052 26%Cabotagem e Exterior Todos Soja 34.463 4% Exterior e Interior Exportao Bauxita32.688 4% Cabotagem e ExteriorInterno e Exportao Acar 28.169 3%Exterior Exportao Carvo Mineral 19.864 2%Exterior Importao Fertilizantes17.995 2%Exterior Importao Siderrgicos 16.930 2% Exterior e Cabotagem Todos Farelo de Soja 14.453 2%Exterior Exportao Milho11.543 1%Exterior Exportao Celulose 11.228 1% Exterior e CabotagemExportao Trigo 8.282 1% Exterior e CabotagemImportao Alumina 6.824 1%Exterior Exportao Coque de Petrleo 5.549 1% Exterior e CabotagemImportao Outros13 95.721 11%TodasTodos TOTAL 833.271100%11 Fonte: SECEX, ANTAQ.12 Mil t: milhares de toneladas13 Inclui contineres, cujo volume soma 55-60 milhes de toneladas.Preparado para BNDESNovembro de 2012 15 15. 100,0%87,8% 88,5%86,0% 87,0%84,7% 83,3% 81,6%79,5%77,4% 75,0% 71,6%316,5 67,7%63,5%38,0%213,1 95,734,532,728,219,9 18,016,914,5 11,511,2 8,3 6,8 5,5 Minrio Petrleo e Soja Bauxita Acar Carvo Fertiliz. Siderrg. Farelo Milho Celulose TrigoAlumina Coque Outros de FerroDerivadosMineral de Sojade PetrleoTotal % AcumuladoFigura 10 Volume Movimentado dos Principais Produtos em 2010 [Mt]Alm da concentrao, estes produtos principais seguem algumas dinmicas especficas, quepodem ser agrupadas para um entendimento abrangente da demanda.O produto mais representativo do volume que passa pelos complexos porturios brasileiros ominrio de ferro, responsvel por expressivos 38% da movimentao total. Entretanto, suamovimentao altamente concentrada em apenas trs complexos porturios Vitria, Itaqui eItagua. De fato, a maior parte transportada por meio de TUPs situados nas imediaes dosportos organizados, como Ilha Guaba, Tubaro e Ponta da Madeira. Isso ocorre porque suaproduo concentrada em poucos locais Minas Gerais e Par so responsveis por quase 75% e25%, respectivamente.Outra dinmica relevante a do petrleo e dos combustveis, que representam pouco mais de 25%da movimentao porturia. Quase todo o volume atualmente movimentado pela Transpetro,subsidiria da Petrobras, principalmente por meio de terminais porturios privativos e naviosdedicados. Essa movimentao inclui a importao e exportao de matrias-primas e a cabotagemde combustveis.Na sequncia, pode-se analisar a dinmica dos produtos agrcolas e seus insumos, querepresentam quase 15% da movimentao porturia total, sendo a maior parte associada aocomplexo da soja (gros, farelo e leo). Com exceo do trigo, boa parte da movimentaoconcentra-se em poucos complexos porturios, com destaque para Santos, Paranagu e RioGrande. As zonas produtoras e consumidoras de fertilizantes esto situadas principalmente nasregies Centro-Oeste e Sul (soja) e Sudeste (acar). Em relao ao transporte terrestre, observa-seque atualmente um volume relevante destes produtos transportado pelo modal ferrovirio: maisde 40% do volume de soja, farelo de soja, milho, trigo e acar. Entretanto, somente 10% dosfertilizantes utilizam este modal. Preparado para BNDES Novembro de 2012 16 16. Os produtos e insumos siderrgicos so responsveis por pouco mais de 5% da movimentaototal. Sua movimentao tambm concentrada em alguns complexos porturios, devido importncia da proximidade das usinas siderrgicas. A maior parte da movimentao de carvo ecoque siderrgicos ocorre entre o complexo porturio e as indstrias, utilizando a ferrovia. J osprodutos siderrgicos so movimentados em ambos os sentidos e em grande parte pelo modalrodovirio, pois representam uma diversificada gama de produtos e tm caracterstica de consumodispersa.O segmento do alumnio, que inclui bauxita e alumina, tambm responsvel poraproximadamente 5% do volume total movimentado nos portos. Sua logstica de transportetambm integrada entre o porto e as unidades de extrao e processamento, utilizando os modaishidrovirio e dutovirio na regio Norte e o ferrovirio no Sudeste.1.1.3 Modelagem de Fluxos e CargasAlm da anlise esttica discutida at aqui, a modelagem dos fluxos de cargas atravs da rede desimulao multimodal permite uma anlise dinmica da movimentao nos portos brasileiros, epermitir, na fase seguinte do Estudo, avaliar os impactos e principais necessidades docrescimento da demanda porturia. Isso feito por meio da comparao entre a movimentaorealizada e a movimentao potencial, baseada na alocao otimizada dos fluxos de transporteinterno, independentemente da capacidade ou viabilidade dos portos. Essa otimizao o quedetermina o fluxo ou trajeto mais natural para uma dada carga.O Complexo Porturio de Santos, por exemplo, apresenta tendncia natural de atrao de carga,em especial por sua maior proximidade com os polos geradores de viagens, mas tambm pelodesenvolvimento histrico da malha ferroviria nacional, que privilegia o eixo de acesso a esteporto. O resultado disso a grande rea de influncia do porto, como mostra a Figura 11. Figura 11 rea de Influncia do Complexo Porturio de Santos Preparado para BNDES Novembro de 2012 17 17. Porm, parte da movimentao de cargas no utiliza o trajeto terrestre mais natural entre umazona produtora e um porto de destino (ou entre um porto de origem e uma zona consumidora),gerando custos operacionais maiores do que o timo calculado pelo modelo. Uma srie de fatoresinfluencia esta discrepncia entre o potencial de movimentao e o praticado, como: Falta de investimento em infraestrutura para a movimentao porturia em terminais e vias deacesso ao porto. Exemplo: Santarm, onde no h garantia de trafegabilidade em seu acessorodovirio, alm da falta de segurana alegada pelos transportadores; Falta de capacidade nos terminais de alguns portos. Exemplo: soja e acar em Santos; Oferta de rotas martimas nos portos. Exemplo: o algodo produzido no oeste baiano, que transportado por meio rodovirio at Santos; Estratgia logstica das empresas, quando se envolvem nas diversas etapas do transporte epassam a utilizar terminais prprios, captando cargas fora de sua rea natural de influncia.Exemplo: soja exportada por So Francisco do Sul; Polticas tarifrias distintas das praticadas no restante da malha nacional. Exemplo: o ComplexoPorturio de Vitria, onde o transporte terrestre realizado utilizando a Estrada de FerroVitria-Minas, que pratica fretes muito competitivos em funo da poltica da Vale, que inclui ocusto porturio na negociao; Tarifas porturias diferenciadas ou incentivadas. Exemplo: importao de carros por Vitria eimportao de contineres por meio dos complexos porturios de Santa Catarina.Para ilustrar alguns destes pontos, a Figura 12 e a Figura 13 mostram as reas atendidasatualmente pelos complexos porturios de Vitria e So Francisco do Sul, que avanam at oestado do Mato Grosso, cujos fluxos naturais se destinariam aos complexos porturios de Manaus,Santarm, Paranagu e Santos. Figura 12 rea Atendida pelo Complexo Figura 13 rea Atendida pelo ComplexoPorturio de Vitria Porturio de So Francisco do SulNesse contexto, necessrio entender o potencial dos portos e os fatores que levam aodesbalanceamento entre os fluxos atualmente operados. Para isso, foram estudados os custos detransporte terrestre nos diversos modais, de modo a estimar a demanda potencial reprimida nosistema porturio referente a cada produto. Produto este que, por suas caractersticas, poderiaestar sendo transportado por um determinado porto, mas que de fato movimentado por outros.Preparado para BNDES Novembro de 2012 18 18. Fatores como o dono da carga e a localizao do seu terminal tambm influenciam amovimentao realizada.A comparao das cargas transportadas com o potencial mais natural indica desbalanceamentoimportante, como pode ser observado na comparao entre a Figura 14 e a Figura 15. Figura 14 Fluxos Atuais ModeladosFigura 15 Fluxos Atuais PotenciaisUma anlise aprofundada aponta um maior desbalanceamento no que diz respeito s cargasagrcolas. Deve-se ressaltar que esses potenciais tericos partem do princpio de que, se necessrio,a capacidade porturia poderia ser desenvolvida para atender demanda. Os principais exemplosencontrados foram: Soja, cuja parte do fluxo atualmente direcionado aos complexos porturios de Santos eParanagu poderia ser escoada por meio do Complexo Porturio de Santarm; Farelo e leo de Soja, nos quais observado um maior potencial terico para Santos, sendo queatualmente o fluxo est direcionado para Paranagu; Fertilizantes, cujo fluxo, atualmente direcionado para Paranagu, tem maior potencial tericopara ser feito por Santos.J no caso dos produtos da extrao mineral e combustveis, essa diferena entre potencial erealizado no se mostra to relevante. Isso se deve principalmente malha logstica utilizada parasua movimentao, que totalmente interligada aos portos utilizados e, na maioria dos casos,desenvolvida especificamente para atender a demanda destes produtos.Um alinhamento entre fluxos realizados e potenciais tambm foi observado na movimentao decontineres, porm por motivos distintos. Neste caso, os centros produtores tendem a ser muitomais dispersos, o que resulta em menores diferenas entre os fluxos. Alm disso, observa-se umsignificativo cruzamento de rotas terrestres das cargas, resultante da oferta de rotas martimas edas negociaes de preos e rotas praticadas, onde o importador define em que porto dever serentregue a mercadoria. Preparado para BNDES Novembro de 2012 19 19. 1.1.4 Avaliao da Evoluo da Demanda de Consumo e Movimentada por ServiosPorturiosA projeo da demanda foi dividida em duas etapas. Na primeira, foi projetada a demanda dosprodutos mais representativos da movimentao atual, localizando-a ao longo do pas (centros deproduo e consumo para cada tipo de carga). Na segunda etapa, os fluxos de cargas projetadosforam alocados aos diferentes portos, com base na anlise das rotas possveis. As projees soapresentadas para trs horizontes de tempo, com intervalos de oito anos, nos anos 2015, 2023 e2031, j levando em considerao os investimentos na logstica terrestre a serem realizados nesteperodo.Mais especificamente, na primeira etapa foi estimada a demanda de consumo de 23 produtosprincipais14, associados s diferentes microrregies do pas, conforme o perfil de produo econsumo de cada produto. As projees baseiam-se, principalmente, em dados histricos, ndiceseconmicos, estudos setoriais e informaes de fontes oficiais (nacionais e internacionais),conforme apresenta a Tabela 215.Na segunda etapa, determinou-se a distribuio dos fluxos de carga excedente projetados, seja daproduo ou importao, entre os diferentes portos, a partir de anlise baseada no custo deescoamento de cada rota possvel. Nesse sentido, foram traados diferentes cenrios dedesenvolvimento da malha de transportes do pas (considerando-se o universo das disposies doPNLT e de outros investimentos de grande porte anunciados). O cenrio aqui consideradopressupe a execuo dos investimentos j comprometidos e que ficaro prontos no curto e mdioprazo16 (at 2015), excluindo projetos em fase de maturao.A anlise permite traar, portanto, a regio de influncia de cada porto ou complexo porturio, ouseja, aquela para a qual o porto se mostra a melhor alternativa de escoamento de cargas do pontode vista de custo, desconsiderando-se qualquer limitao de capacidade, quer seja viria, quer sejaporturia. A Figura 16 apresenta as zonas de influncia associadas ao Cenrio 2.14 Os produtos restantes foram divididos em quatro grupos de cargas, em funo das caractersticas demovimentao.15 A relao completa para todos os 23 produtos pode ser encontrada na seo 3.2.1.16 Cenrio 2. O detalhamento deste e dos demais cenrios avaliados (quatro ao todo) podem ser encontradosna seo 3.2.2 deste Estudo.Preparado para BNDES Novembro de 2012 20 20. Tabela 2 Principais Drivers e Fontes para as Projees de Demanda por Produto ProdutoProduoConsumo Mercado Externo Fontes17Expectativas de safras, Cenrio tendencial do MAPA, FAPRI,crescimento do PIBInstalao de novas MAPA alinhado com Soja USDA, Pesquisas agropecurio e expanso esmagadorasexpectativasde mercado da fronteira agrcola internacionaisCenrio tendencial doMAPA, FAPRI, Crescimento esperado doFarelo deInstalao de novasMAPA alinhado com FAO, USDA, consumo industrial, animalSojaesmagadoras expectativas Pesquisas dee humano internacionaismercadoCenrio tendencial doMAPA, FAPRI, Instalao de novasMAPA alinhado com FAO, USDA, leo de Soja Consumo populacionalesmagadoras expectativas Pesquisas de internacionaismercadoExpectativa de safras,Cenrio tendencial do Crescimento esperado do MAPA, FAPRI,crescimento do PIBMAPA alinhado comMilhoconsumo industrial, animal USDA, Pesquisas agropecurio e expansoexpectativase humanode mercado da fronteira agrcola internacionaisCenrio tendencial doMAPA, FAPRI, Crescimento populacional Cenrio tendencial doMAPA alinhado com FAO, USDA,Trigo e mudana de perfilMAPAexpectativas Pesquisas dealimentar internacionaismercadoModelo de consumo deExpectativas do setor eImportao do volumeDNPM, FAPRI, nutrientes por cultura, Fertilizantes novas implantaes necessrio para USDA, Pesquisasatrelado expanso da anunciadas, por nutrienteatendimento ao consumode mercadofronteira agrcola Cenrio tendencial deCenrio tendencial do expanso do setorMAPA alinhado comMAPA, FAPRI, Acar Consumo populacionalsucroalcooleiro e expectativasUSDA, FAO, IBGEinstalao de novas usinas internacionais Cenrio tendencial deCenrio tendencial do MME/EPE, MAPA, Cenrio tendencial da expanso do setorMAPA alinhado comFAPRI, USDA,Etanol EPE de consumo desucroalcooleiro e expectativas Pesquisas decombustveisinstalao de novas usinas internacionaismercado Expectativas de extrao Instalao de novas Cenrio tendencial do PetrleoMME/EPE fssil refinariasPDECoque deImplantao de novas Cenrio tendencial daCenrio tendencial do MME/EPEPetrleorefinarias EPEPDE Instalao de novasCenrio tendencial daCenrio tendencial do Combustveis refinarias e cenrio EPE relativo ao consumo MME/EPEPDEtendencial da FIPEde combustveisMinrio de Novas siderrgicas e PIB Cenrio tendencial do PNM e novas minasDNPM, SinferbaseFerro IndustrialPNM Expanso das unidades Novas siderrgicas e PIB Cenrio tendencial do Ferro Gusaexistentes e implantao DNPM, MMEIndustrialPNMde novas unidades17MAPA: Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento; IBGE: Fundao Instituto Brasileiro deGeografia e Estatstica; MME: Ministrio de Minas e Energia; EPE: Empresa de Pesquisa Energtica; FAPRI:Food and Agricultural Policy Research Institute; USDA: United States Department of Agriculture; FAO:Organizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentao; PNM: Plano Nacional de Minerao 2030;FIPE: Fundao Instituto de Pesquisas Econmicas; MCT: Ministrio de Cincia e Tecnologia; Sinferbase:Sindicato Nacional da Indstria de Extrao de Ferro e Metais Bsicos; IBS: Instituto Ao Brasil; PDE: Planode Demanda Energtica; DNPM: Departamento Nacional de Pesquisa Mineral; Abiclor: AssociaoBrasileira da Indstria de lcalis, Cloro e Derivados; SECEX: Secretaria de Comrcio Exterior; PNLT: PlanoNacional de Logstica e Transportes; ANTAQ: Agncia Nacional de Transportes Aquavirios.Preparado para BNDES Novembro de 201221 21. ProdutoProduo ConsumoMercado ExternoFontes17 CarvoNovas siderrgicas e PIB Cenrio tendencial do-DNPM, IBS MineralIndustrialPNMExpanso das unidadesCenrio tendencial do Siderrgicosexistentes e implantao PIB do setor siderrgicoDNPM, FIPE, IBSPNM de novas siderrgicas Projetos de minas deProjetos de novas fbricasCenrio tendencial do Bauxita bauxita e projeo do PIB e expanso de capacidadeDNPMPNMindustrialde produo de aluminaProjetos de novas fbricas Projetos de novas fbricasCenrio tendencial do Aluminae expanso de capacidade e expanso de capacidadeDNPMPNMde produo de aluminade produo de alumnioInstalao de novasCenrio tendencial doCelulosefbricas e projeo do PIB Projeo do PIB industrial MAPA, FIPE MAPAindustrial Madeira Crescimento do PIB-Crescimento do PIBFIPECenrio tendencial daCenrio tendencial daCenrio tendencial da Sal DNPM, Abiclorindstria qumicaindstria qumicaindstria qumica Expectativas deSrie histrica ecrescimento do consumo Suco dePesquisas deexpectativas de evoluo -externo e mudana de mix Laranjamercadodo setorentre suco concentrado enaturalProjees FIPE e Projees de frota da EPEFIPE, MME/EPE,Veculosimplantao de novas e aplicao de modelo deSrie histricaMCT, Pesquisas Leves fbricassucateamento do MCTde mercadoCrescimento do PIB e daCrescimento do PIB e daCrescimento do PIB e da FIPE, PNLT, Continerestaxa de conteinerizaotaxa de conteinerizaotaxa de conteinerizaoSECEX, ANTAQPreparado para BNDES Novembro de 201222 22. Figura 16 rea de Influncia dos Complexos Porturios no Cenrio 2Com base na demanda total projetada para cada microrregio e para as zonas de influncia decada porto, possvel traar os fluxos de demanda ao longo do tempo em toda a malha. A Figura17 apresenta os resultados para cada horizonte de tempo e compara-os com o cenrio atual.Preparado para BNDES Novembro de 2012 23 23. 20102015 20232031Figura 17 Carregamentos Modelados nos Diferentes HorizontesOs mapas da figura indicam que, alm de um aumento generalizado dos fluxos de transporte,resultado do crescimento global da demanda, algumas novas rotas passaro a ter destaque, como aHidrovia Tocantins-Araguaia e a Ferrovia de Integrao Oeste-Leste. A navegao de cabotagemtambm apresentar crescimento significativo. Preparado para BNDES Novembro de 2012 24 24. 1.1.4.1 Apresentao dos Resultados da Evoluo de Demanda Movimentada por ServiosPorturiosProjeta-se uma evoluo da demanda de movimentao porturia (martima) no Brasil de 141% at2031, com crescimento mdio de 4,3% a.a. a partir de 2010, o que levar o total das atuais 760Mt18para 1.840Mt, aproximadamente. A Figura 18 apresenta a demanda dos principais complexosporturios analisados, para cada horizonte de tempo considerado nas anlises. possvel observar que o Complexo de Vitria continuar sendo o principal complexo porturiodo pas em termos de carga movimentada, enquanto o Complexo de Itaqui/So Lus assumir osegundo posto, hoje praticamente compartilhado entre os complexos Santos/So Sebastio eItagua/Angra/Rio de Janeiro. Aqueles que apresentaro taxas de crescimento mais elevadas, porsua vez, so os complexos de Ilhus (em funo da instalao da Ferrovia de Integrao Oeste-Leste e do Porto Bahia Sul), Pecm/Fortaleza (em funo da instalao de uma refinaria de grandeporte) e Recife/Suape (em funo da instalao de uma refinaria de grande porte, do incio damovimentao de minrio de ferro e da expanso da movimentao de contineres). O crescimentomdio anual da demanda nesses casos ser de 13,6%, 10,3% e 9,5%, respectivamente.A Figura 19, por sua vez, apresenta a evoluo da demanda por tipo de produto, para cadahorizonte de tempo considerado nas anlises.2.000 1.841 [Mt]1.8001.6001.392Outros1.400 Pecm/FortalezaIlhus1.2001.003Paranagu1.000 Recife/Suape764 800Vila do Conde/Belm/AltamiraSantos/So Sebastio 600Itagua/Angra/Rio de Janeiro 400Itaqui/So Lus 200Vitria 020102015 2023 2031Figura 18 Evoluo da Demanda por Complexo Porturio [em Mt]18 Dados de 2010.Preparado para BNDESNovembro de 2012 25 25. 2.0001.841 [Mt]1.8001.6001.392 Outros Alumina1.400 Acar1.200 1.003Siderrgicos1.000Carvo Mineral 764 800 Bauxita Gros agrcolas 600 Carga Conteinerizada 400 Petrleo e combustveis 200 Minrio de Ferro 020102015 20232031Figura 19 Evoluo da Demanda por Tipo de Produto [em Mt]O minrio de ferro, principal carga movimentada atualmente, ter sua participao relativa namovimentao total elevada de 40% para cerca de 50%. Da mesma forma, permaneceroinalteradas as posies de petrleo e combustveis (2 grupo de cargas mais relevantes) e decontineres (3). As cargas que apresentaro taxas mdias de crescimento mais significativas aolongo do horizonte de projeo so etanol (12,1% a.a.), automveis (6,2%), alumina e carvomineral (5,6%, ambas).A Tabela 3 apresenta em detalhes os resultados das projees de demanda de servios porturiosem alguns dos principais complexos porturios do pas19, para alguns exemplos de cargas. Osresultados completos de todos os complexos porturios analisados podem ser consultados naseo 3.2.3 deste Estudo.Tabela 3 Demanda das Principais Cargas nos Portos Selecionados, para Cada Horizonte de Tempo20Horizonte Santos/ Recife/ Itagua/ Itaqui/SoCargas ParanaguVitria Outrosde Tempo So SebastioSuapeAngra/RJ LusAtual2,6 0,5 0,3 0,4 0,2 -2,3Continer 212015 3,0 0,7 0,4 0,8 0,5 -2,9 [M TEU/a]2023 4,1 0,9 0,6 1,0 0,6 -4,019 Seis dos sete maiores, tomando como base a representatividade estimada para 2031.20 Fonte: SECEX21 M TEU/a: Milhes de TEU por ano. TEU: twenty-foot equivalent unit ou unidade de 20 ps equivalente.Unidade de mensurao de carga conteinerizada em contineres de 20 ps equivalentes.Preparado para BNDESNovembro de 2012 26 26. HorizonteSantos/Recife/ Itagua/Itaqui/So CargasParanaguVitriaOutros de TempoSo Sebastio SuapeAngra/RJLus 20315,5 1,2 0,91,3 0,8-5,2 Atual - - -84,8122,795,1 7,9 Minrio de2015- - 7,6116,2 175,3135,253,9 Ferro[M t/a]2023- - 10,3 165,6 249,8183,472,9 2031- - 14,2 222,8 335,8253,9103,5 Atual 17,814,60,60,6 5,22,221,8 Gros 22 201528,812,91,41,4 0,42,420,2 Agrcolas[M t/a]202330,713,72,21,5 0,54,424,7 203135,515,34,11,6 0,67,230,0 Atual 20,14,9 1,0- 0,1-1,9 Acar201517,12,5 2,4- 0,50,34,7[M t/a] 202321,03,1 2,9- 0,60,35,6 203127,03,9 3,6- 0,70,47,1 Atual 2,2 6,6 -- 1,20,55,1 Fertilizantes 20155,9 2,6 -- 0,30,63,9[M t/a] 20236,8 2,8 -- 0,40,94,1 20317,8 3,0 -- 0,41,34,6 Atual 0,4 0,2 -0,2 0,3-0,3Veculos 20150,7 0,4 0,10,2 0,3-0,5[M t/a] 20231,2 0,6 0,10,3 0,4-0,7 20312,0 0,8 0,30,4 0,6-1,0 Atual 72,83,9 2,744,532,6 10,3 116,0 Outros201572,84,9 10,6 60,031,8 19,4 127,7[M t/a] 202386,46,0 14,0 76,747,6 54,9 183,7 2031100,2 7,5 18,8 94,563,8 77,8 237,422 Soja, milho, trigo e farelo de soja. Preparado para BNDES Novembro de 201227 27. Analisando-se os dados da tabela, possvel concluir que:Contineres: a movimentao total de contineres dever crescer, em mdia, 4,2% a.a. ao longo do perodo de projeo (2010-2031). Dentre os portos analisados, destacam-se os complexos de Vitria, Recife/Suape e Itagua/Angra/Rio de Janeiro, que devero apresentar crescimento acelerado, de 6,3% a.a., 6,0% a.a. e 6,0%a.a., respectivamente, no perodo;Minrio de ferro: a movimentao total de minrio de ferro dever crescer a taxas anuais mdias de 5,4% ao longo do perodo de projeo. Dentre os portos analisados, destacam-se os complexos de Vitria e de Itagua/Angra/Rio de Janeiro, que devero apresentar crescimento, respectivamente, de 4,9% a.a. e 4,7% a.a. no perodo. Alm destes, o complexo de Recife/Suape, que hoje no movimenta esse tipo de carga, dever movimentar volumes prximos de 15Mt em 2031. Outros portos no analisados em profundidade neste Estudo, como o complexo de Ilhus, respondero por parcelas importantes do acrscimo de volume;Gros agrcolas: a movimentao total de gros agrcolas dever apresentar crescimento tmido ao longo do perodo de projeo, de cerca de 2% a.a. em mdia. Dentre os portos analisados, entretanto, dois complexos devero ter expanso significativa na movimentao de tais tipos de carga, resultado da expanso das regies produtoras e de investimentos em infraestrutura: Recife/Suape e Itaqui/So Lus, que apresentaro taxas mdias de crescimento de 9,9% a.a. e 5,9% a.a., respectivamente, no perodo;Acar: a movimentao total de acar dever crescer a taxas prximas de 2% a.a. ao longo do perodo de projeo. Dentre os portos analisados, destacam-se os complexos de Vitria e de Recife/Suape, que apresentaro, respectivamente, taxas mdias de crescimento de 8,3% a.a. e 6,2% a.a. no perodo;Fertilizantes: a movimentao total de fertilizantes tambm apresentar crescimento bastante tmido ao longo do perodo de projeo, de 0,4% a.a. em mdia. Dentre os portos analisados, os complexos que apresentaro crescimento mais expressivo so os de Santos/So Sebastio e o de Itaqui/So Lus, este ltimo como resultado do aumento da produo de gros agrcolas em sua regio de influncia. Tais complexos apresentaro, respectivamente, taxas mdias de crescimento de 6,3% a.a. e 4,6% a.a. no perodo; e Veculos: dentre as cargas analisadas em maior profundidade neste captulo, amovimentao total de veculos a que crescer de forma mais significativa ao longo doperodo de projeo, 6,2% a.a. em mdia. Dentre os portos analisados, aqueles que maiscontribuiro proporcionalmente para tal crescimento so os complexos de Recife/Suape23 ede Santos/So Sebastio, cuja movimentao desse tipo de carga dever se expandir a taxasde 16,8% a.a. e 7,9% a.a., respectivamente, no perodo.1.2 OFERTA DE CAPACIDADE PORTURIA1.2.1 Principais mensagensCom o intuito de explicitar as principais mensagens, esta seo aborda trs temas de grandeimportncia identificados ao longo da realizao do trabalho. O primeiro tema trata daimportncia de um processo com maior foco no planejamento e na tomada de decises no setorporturio.23 Conforme esperado, em funo da instalao de fbricas de automveis no complexo industrial de Suape.Preparado para BNDES Novembro de 2012 28 28. No segundo item, so explicitadas as principais carncias em termos de projetos. Embora haja, porvezes, um nmero demasiado de projetos propostos para um complexo porturio especfico,alguns deles merecem ateno especial dado que no foram identificados projetos quepreencheriam suas lacunas. Em certos casos no foi encontrado nenhum projeto, e em outros noparece haver um tratamento adequado para o item em questo. Nesse ltimo caso, a ausncia deum censo com informaes detalhadas sobre o setor implica em projetos em duplicidade (projetoscom a mesma proposta, mas divulgada por operadores diferentes) para um mesmo complexoporturio.Por fim, o ltimo item sugere uma priorizao de investimentos de ordem pblica sob a tica daanlise de capacidade porturia. A anlise ideal deveria levar em conta outros elementos, comoquestes oramentrias, financeiras e estratgicas no contexto do setor porturio, que no foramabordadas por estarem alm do escopo deste Estudo. Por outro lado, seria uma grande perda deoportunidade no oferecer a interpretao sob a tica da capacidade porturia, considerando-setodo o conhecimento gerado neste trabalho. Assim, os resultados devem ser observados comcautela e devem ser usados em conjunto com anlises adicionais para se definir quais so, de fato,as prioridades de investimentos. Necessidade de planejamento mais centralizado H uma grande variedade de empreendimentos porturios anunciados, tanto em execuoquanto em fase de projeto ou licenciamento. Embora o nvel de informaes acessadas noseja uniforme entre os projetos, h um claro desbalanceamento entre a qualidade e a robustezdos mesmos. Os projetos mapeados no seguem uma ordem clara de prioridades no que diz respeito escassez de capacidade e proposio de alternativas. Por exemplo, enquanto haparentemente uma saturao de propostas de novos terminais de contineres, comcapacidades muito grandes, h poucas propostas para outros tipos de cargas, como acar agranel. O resultado , at certo ponto, justificvel, tendo-se em vista que a diretriz para acriao de novos terminais atualmente no parte de um processo de planejamentoestratgico por parte do governo, mas sim de um grande nmero de iniciativas e interessesde desenvolvimento de projetos, na maioria das vezes privados. Muitas vezes, o proponenteno possui os recursos necessrios ou no estudou o caso com a profundidade adequadapara propor o projeto. A pouca ordem no processo de desenvolvimento de capacidade pode gerardesbalanceamento, com investimentos excessivos em determinados projetos e/oulocalidades, em detrimento de outras que carecem de recursos de forma mais urgente. Assim, considerando-se a escassez de recursos, tanto no que diz respeito gesto dasiniciativas e ao desenvolvimento de projetos quanto nos investimentos por parte do poderpblico, seria muito importante que houvesse um processo eficiente de expanso dacapacidade, priorizando os projetos que sejam, de fato, fundamentais para a maiormovimentao de cargas. Uma sugesto o aprimoramento e a utilizao, como referencial para novos investimentos,de processos centralizados de planejamento de capacidade, alinhados com o que algunsdos atuais instrumentos (ex.: PNLT, PNLP, PGO) vm buscando desenvolver, porm aindacom importantes pontos de melhoria. Processos centralizados permitem visualizar eestimular mais facilmente a otimizao do sistema como um todo, reduzindo o custoagregado logstico da economia e definindo as localidades prioritrias para expanso decapacidade.Preparado para BNDES Novembro de 2012 29 29. Principais carncias identificadas em termos de projetos Vitria: Carncia de alternativas para escoamento de minrio de ferro, carvo mineral e produtos lquidos. Santos: No foram identificados projetos para o incremento do escoamento de acar. Afirmao similar pode ser feita no caso dos gros, pois as propostas apresentadas no apresentam um nvel de amadurecimento adequado, dado o nvel de congestionamento e expectativas de movimentao no futuro. Itaqui: O grande volume a ser processado pela refinaria Premium I demandar um grande nmero de beros, e no h um projeto anunciado para tal expanso. Acredita-se que a Petrobras esteja analisando a situao, no entanto as alternativas parecem estar limitadas a Itaqui, Mearim ou outra localidade na regio. Em Itaqui, em princpio e devido ao volume, parece no haver disponibilidade de espao adicional para a movimentao, e o mesmo acontece com Mearim. Uma soluo provavelmente exigiria mltiplas alternativas e mltiplas localidades. Com excees pontuais em alguns tipos de carga, os complexos de Manaus, Santarm, Vila do Conde, Pecm, Suape, Salvador, Aratu-Candeias, Rio de Janeiro, Itagua, Paranagu, So Francisco do Sul, Itaja e Rio Grande no tm carncia de projetos. Esta afirmao no implica na aprovao ou recomendao desses projetos ela apenas indica que h propostas que possivelmente atenderiam s principais necessidades. H vrios projetos para o acesso ao porto de Santos, mas a grande maioria das anlises no parece tratar de forma adequada e conjunta as questes dos acessos e da movimentao porturia. Considerando-se o alto nvel de ocupao, tanto dos acessos ferrovirio e rodovirio, e o grande nmero de projetos de expanso de capacidade porturia, os acessos possivelmente devero se tornar, dentro de pouco tempo, o principal empecilho para o aumento da movimentao em Santos. Existem restries logsticas em dois nveis: regional, particularmente na subida da Serra; e local, nos pontos mais restritivos das avenidas perimetrais. Nos portos envolvidos na malha urbana, a questo ganha uma dimenso ainda maior, dada a dificuldade de se dissociar o porto da cidade. Nos portos mapeados, as principais dificuldades esto em Salvador, Vitria, Rio de Janeiro, Santos e Itaja. Destes, talvez Santos seja o nico complexo que, apesar da interferncia urbana, possua reas adequadas para a expanso. Nos outros casos, as foras mercadolgicas e sociais j exercem sua influncia, limitando a expanso. Em praticamente todos os casos h reas mal utilizadas ou mal ocupadas que poderiam ter uso mais nobre, como a expanso de atividades dos terminais mais competitivos. So poucos os planos nesse sentido, e essa alternativa poderia ser considerada com mais ateno pelas autoridades porturias24. Investimentos potenciais ou provveis Detalhes dos investimentos em execuo e necessrios so oferecidos no captulo que analisa o cruzamento das projees de oferta com as projees de demanda de movimentao porturia. Neste momento, so apresentados diversos investimentos que, sob a tica do desenvolvimento da oferta, so relevantes. Diversos deles j se encontram em execuo, enquanto outros esto sendo discutidos e planejados para o curto e mdio prazos.24Por exemplo, no Rio de Janeiro, apesar da maior parte do cais ter baixa produtividade, alguns terminais,como os de contineres, esto requerendo ou anunciando expanses. Idealmente, no longo prazo, osterminais menos produtivos deveriam migrar progressivamente para atividades mais produtivas ouadequadas realidade local.Preparado para BNDES Novembro de 201230 30. Possivelmente devido atratividade financeira deste mercado, a movimentao porturia decontineres conta com um grande nmero de projetos para aumento de capacidade, quecontribuiriam, se implementados, para assegurar uma expanso que atenderia a demanda nocurto prazo. Alguns dos principais problemas localizados e iminentes parecem ter sidosanados (ex.: a expanso Tecondi Santos, a aquisio de equipamentos no Teconvi, aexpanso do TMUT com a construo de dois novos beros de contineres em Pecm, etc.).Entretanto, diversos projetos podero contribuir para a expanso da capacidade nosprximos anos, como por exemplo: Santos: construo de BTP e Embraport (TUP-M) So Francisco do Sul: realinhamento do bero 201 e ampliao do TESC Paranagu: expanso do TCP A movimentao porturia de minrio de ferro possui, em grande parte, uma lgica dedesenvolvimento diretamente dependente das principais empresas produtoras no mercado.Apesar de serem identificados diversos projetos de alta qualidade, observa-se ainda carnciade projetos que viabilizariam o acesso universal para empresas que no possuem terminaisprivativos. O estudo no explorou essa questo em especial, pois ela depende de umaavaliao sobre o modelo de negcios desejvel para o desenvolvimento da minerao deferro no Brasil, ou seja, se ele deveria buscar maior ou menor concentrao de mercado. Movimentao porturia de gros: Santos: O desafio de expanso da capacidade bastante relevante, uma vez que, apesar de existirem projetos, estes apresentam incertezas e questionamentos, o que afeta a probabilidade de sua efetivao. Apesar de alguns dos projetos possurem EIA/RIMA concludos, no foi identificado nenhum em andamento. So Francisco do Sul: O projeto de readequao do COREX considerado importante, para que no exista restrio de movimentao por falta de capacidade. Paranagu: Os COREX T e F so importantes e tm o potencial de dar nova dinmica s movimentaes de Paranagu, que atualmente se encontram em nvel crtico. Estes projetos sero ainda mais importantes caso no sejam executados projetos de alta capacidade em Santos, porque alm de resolverem problemas de superocupao em Paranagu, eles podem se tornar uma alternativa para uma possvel dificuldade de expanso de capacidade de gros e fertilizantes em Santos. Itaqui: O projeto do Tegram em Itaqui ter impacto positivo, ao diminuir o nvel de congestionamento atual de cargas e permitir que haja um incremento substancial de cargas oriundas de regies remotas e capturadas pela FNS25 e pela EFC26. A licitao foi concluda em dezembro de 2011 e o desafio ser garantir que o projeto seja efetivado de acordo com as previses. Movimentao de acar: Santos: A movimentao porturia concentra-se atualmente em grandes traders e as opes para a exportao por empresas independentes so limitadas. Empresas independentes podem exportar usando a infraestrutura existente, porm em diversos casos so observados conflitos de interesse, que podem levar a situaes de dificuldade de escoamento da produo. Dessa forma, podem ser benficas para o setor a viabilizao de novos terminais independentes, o que facilitaria o acesso uniforme exportao por parte das empresas menores ou independentes. Embora no tenha sido feita uma anlise mais detalhada neste trabalho, a alta ocupao, a inexistncia de novos25 FNS: Ferrovia Norte Sul.26 EFC: Estrada de Ferro Carajs. Preparado para BNDES Novembro de 2012 31 31. projetos e a concentrao da capacidade em poucas empresas, entre outros motivos, sugerem que tal medida possa ser favorvel para o mercado como um todo. Paranagu: A execuo do COREX F provavelmente liberaria capacidade para o acar e outras cargas. Movimentao de fertilizantes: Santos: Um projeto anunciado recentemente pela Vale para a expanso da capacidade no terminal Ultrafrtil geraria efeitos no s em Santos como em Paranagu. Em ambos os casos, as movimentaes de fertilizantes sugerem que a capacidade adicional necessria. Paranagu: Como no caso do acar, o COREX F certamente liberaria capacidade para a movimentao de fertilizantes. Para as movimentaes de bauxita e alumina, no foram encontrados projetos de expanso dos atuais terminais (privativos Alumar e Alunorte) que movimentam essas cargas, tampouco projetos de novos terminais. Presume-se que as prprias empresas produtoras de alumina estejam avaliando seus TUPs e suas necessidades para os planos futuros.1.2.2Resultados Agregados dos Clculos de Capacidade Porturia Perspectiva dos PortosA anlise realizada para o presente Estudo foi bastante abrangente e considerou 16 dos complexosporturios (portos pblicos ou organizados, bem como os terminais de uso privativo instalados emsuas proximidades) de maior movimentao no Brasil, alm de terminais privativos de Vale,Petrobras/Transpetro e Fibria no localizadas nestes ou nas proximidades destes complexos.Segundo a base de dados da ANTAQ, o total de cargas movimentadas pelo sistema porturiobrasileiro em 2010 foi de 834Mt, incluindo as navegaes de longo curso, cabotagem e interior, nosportos pblicos e terminais de uso privativo, tanto martimos como fluviais. Os complexosporturios e terminais privativos mencionados anteriormente representam cerca de 754Mt, ou seja,mais de 90% do total.As capacidades estimadas destes portos ou terminais foram definidas pelo valor mais restritivoentre as capacidades de cais e de armazenagem. Vale mencionar que a capacidade de cais no definida considerando-se uma ocupao de 100% (terico) do bero, mas sim por uma ocupaoque considera um nvel de servio desejado27, sendo que o nvel atual de utilizao do cais ,portanto, calculado levando-se em considerao o valor dessa capacidade ideal. O somatrio dascapacidades das instalaes de um determinado complexo porturio define o que chamado decapacidade do complexo.A Figura 20, a seguir, apresenta os resultados do clculo de capacidade dos complexos porturios eempresas avaliados no estudo. O eixo horizontal (eixo x) demonstra a capacidade anual de cadacomplexo ou empresa em volume (milhes de toneladas por ano, ou Mt/a), enquanto o eixovertical (eixo y) mostra o ndice de utilizao desta capacidade em 2010, com base namovimentao realizada.Considerando-se todo o conjunto de complexos porturios e terminais privativos analisados, acapacidade agregada foi estimada em 796Mt/a. Esta capacidade permitiria a operao dentro denveis de servio tradicionalmente considerados adequados para cada tipo de carga movimentada.Dessa forma, uma vez que a movimentao total observada em 2010 foi de 754Mt/a, isso significaque os portos brasileiros esto operando, de forma agregada, muito prximos (cerca de apenas 5%27Um bero 100% ocupado implica em uma fila infinita de navios aguardando atendimento, o que causaprejuzos para os operadores porturios em geral. Uma taxa de ocupao para um nvel de servio desejado(menor que 100%) busca um ponto de equilbrio entre o uso dos ativos de cais e o tamanho da fila de navios.Essa taxa de ocupao para nvel de servio adequado varia de acordo com a configurao do cais e da cargamovimentada. Mais informaes no item 4.2.2 Preparado para BNDES Novembro de 201232 32. abaixo) da capacidade para o nvel de servio adequado. Obviamente, uma anlise mais criteriosados resultados aponta que existem portos ou terminais operando acima do considerado desejvel,enquanto outros ainda tm possibilidades de aumentar o volume movimentado, sem comprometero nvel de servio. Assim, possvel tambm observar na figura que um conjunto de terminais querepresenta cerca de 38% da capacidade est operando com utilizao excessivamente elevada, oque resulta em um nvel de servio deteriorado (filas, custos incrementais, etc.). Por outro lado, osterminais que atualmente representam 43% da capacidade total tm utilizao menor,comportando possveis aumentos da demanda, sem que sejam comprometidos os nveis de servioadequados para uma situao normal de operao. Trata-se de um fator especialmente crtico, jque os investimentos em capacidade porturia tm um prazo de maturao bastante longo. Utilizao dos Complexos Porturios PrioritriosAno Base 2010180% Largura da barra: Capacidade de160% movimentao doOperao com nvel de servioporto ou terminal inferior maior espera dos navios,maior custo de demurrage, perdas TUPs Fibria140%Santarm de escalas, etc. ndice de utilizao [%] Itaja120% Utilizao do Terminal para o nvel deservio definido, com faixa de100% segurana de 5% ao redor do pontode referncia80%Salvador Sub-aproveitamento dos ativos /Pecminstalaes existentes, pormSo Francisco do Sul60%menos utilizadas; maior custo40%unitrio por operaoVila do Conde Outros TUPs Rio Grande Paranagu PetrobrasManaus20%Altura da barra: Santos Itagua Suape Vitria AratuItaquindice de utilizao RJ 0% da capacidade 0 100200300400500600700800 900 calculada em 2010Capacidade [Mt/a] Figura 20 Capacidade x Utilizao nos Complexos Porturios Estudados importante ressaltar que os resultados consolidados dos Complexos Porturios devem serconsiderados com cautela, uma vez que o somatrio das capacidades apenas um artifcioanaltico, porque a capacidade normalmente exclusiva para apenas um tipo especfico de carga eraramente pode ser compartilhada com outras cargas. Alm disso, um porto com alto ndice mdiode utilizao no apresenta obrigatoriamente alta utilizao em todas suas instalaes algumasinstalaes podem estar operando acima da capacidade prevista para o nvel de servio desejado,enquanto outras se encontram com capacidade ociosa.Por exemplo, o minrio de ferro, que representa um volume considervel e atualmente opera emnveis significativamente elevados de utilizao dos terminais, impacta os resultados de ocupaodos complexos porturios que o movimentam: Vitria, Itagua e Itaqui. Os prximos complexosporturios com maior ndice de utilizao so Paranagu, Santos e Itaja. Santos e Paranagupossuem uma grande diversidade de cargas, portanto sua elevada utilizao observada emdiversos dos terminais existentes, como poder ser visto em uma seo especfica no decorrer doEstudo. J o Complexo Porturio de Itaja possui elevada taxa de utilizao, principalmente porconta de um tipo de movimentao: contineres, como detalhado mais adiante.Para os complexos operando com baixa utilizao, h vrios casos distintos observados, desde abaixa demanda propriamente dita a instalaes degradadas. Todos os casos esto detalhados emcaptulos posteriores deste relatrio.Preparado para BNDESNovembro de 2012 33 33. 1.2.3 Resultados Agregados dos Clculos de Capacidade Porturia Perspectiva das CargasO mesmo tipo de anlise realizado na seo anterior tambm foi feito por tipo de carga,considerando-se cada terminal dedicado. Neste caso, procurou-se identificar instalaes quemovimentam os mesmos tipos de cargas e que podem ser comparveis de certa forma. Com essaanlise, buscou-se entender o nvel de utilizao das instalaes orientadas para tipos especficosde carga e identificar quais sofrem por falta de capacidade, ou, pelo contrrio, desfrutam decapacidade disponvel.Entende-se que as instalaes dedicadas so aquelas que movimentam prioritariamente um tipo decarga. Assim, foram avaliadas individualmente as instalaes dedicadas para os seguintes tipos decarga: Contineres; Minrio de Ferro; Carvo Mineral e Coque de Petrleo; Alumina; Bauxita; Gros (Soja, Milho, Farelo de Soja, Arroz, Trigo, etc.); Acar; Fertilizantes.As movimentaes das instalaes supracitadas, computadas em 2010, correspondem a 66% damovimentao de todos os complexos porturios prioritrios mapeados e 59% da movimentaototal do pas28. O volume movimentado restante est dividido entre os terminais de granislquidos privativos e arrendados da Petrobras (24%), outras instalaes de granis lquidos (3%),terminais privativos da Fibria (1%), terminais de veculos (