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Sessão Clínica

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Sessão Clínica

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Apresentação

Brunna SantanaFilipe TeixeiraMaíra VilelaSabrina Silva

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• O projeto ACERTO (ACEleração da Recuperação TOtal Pós-operatória) é um programa multidisciplinar que visa acelerar a recuperação pós-operatória de pacientes. Baseado em um programa europeu já existente (ERAS - Enhanced Recovery After Surgery) e fundamentado no paradigma da medicina baseada em evidências.

• Trabalho realizado no Departamento de Clínica Cirúrgica do Hospital Universitário Julio Muller, da UFMT, ao longo do ano de 2005, em pacientes submetidos a cirurgias abdominais.

Apresentação

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RACIONAL DO PROJETO ACERTO:

• Medicina Baseada em Evidências• Imaginário versus Realidade• Dogmas versus Evidência• Cuidados e Prescrições no Peri-Operatório• ACELERAR A RECUPERAÇÃO PÓS OPERATÓRIA:↓ tempo de internação, ↓ morbidade, ↓ mortalidade

Apresentação

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Intervalo entre evidência (o que se sabe) e prática (o que se faz) entre médicos

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Os principais pontos abordados no projeto ACERTO são:

1. Abreviação do jejum pré-operatório2. Realimentação precoce no pós-operatório3. Terapia nutricional peri-operatória4. Antibiótico-profilaxia5. Abolição do preparo de cólon em cirurgias eletivas colorretais6. Redução do uso de fluidos intra-venosos no peri-operatório7. Uso restrito de sonda nasogástrica e drenos abdominais8. Analgesia peri-operatória

A lei primeira do programa ACERTO é: o dia da operação é o primeiro dia da recuperação do paciente.

Apresentação

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Triagem e Avaliação do Estado Nutricional do paciente cirúrgico

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Recomendações

• Todo paciente deve ser triado na internação e avaliado pelo ponto de vista nutricional

• Informações obtidas devem ser parte do prontuário• Avaliação subjetiva global é uma boa ferramenta,

mas usada apenas como triagem• IMC subestima estado nutricional em pacientes

cirúrgicos• Espessura do músculo adutor do polegar (MAP) e

dinamometria da mãe são métodos bastante promissores

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Considerações

• Estado nutricional exerce importante influência na evolução peri-operatória

• Perda de peso aumento na mortalidade e chance de complicações pós-operatórias

• Studley (1936) – perda de peso como risco cirúrgico para pacientes com úlcera péptica• Perda de mais de 20% do peso – mortalidade 33,3%• Menos de 20% - 3,5% de mortalidade

• Desnutrição• Variedade de complicações e maior taxa de morbimortalidade

pós-operatórias• Complicações parecem estar mais associadas às alterações

funcionais do que às alterações de composição corporal

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Considerações

• Desnutrição: “Processo contínuo que se desencadeia com ingestão inadequada de

nutrientes em relação às duas necessidades, e progride através de uma sequência de alterações funcionais que precedem as alterações na composição corporal.”

• Sistema Digestório: atrofia das mucosas gástrica e intestinal diminuição das microvilosidades, diminuição da massa celular do galt, translocação intestinal de microorganismos, diminuição na síntese de albumina• Síndrome de mal-absorção• Proliferação de microorganismos• Translocação intestinal de microorganismos

• Fígado: alteração no metabolismo, diminuição no clearance de drogas, diminuição na síntese de albumina

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Considerações

• Sistema músculo-esquelético: menor força contrátil, menor resistência, tempo de relaxamento aumentado

• Pulmão: redução da tensão na parede alveolar, diminuição da massa muscular diafragmática, hipoxia/atelectasia/pneumonia

• Retardo na cicatrização – deiscências• Comprometimento imunológico (maior risco de

infecções)

• Maior permanência e custos de internação hospitalar

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Considerações

• Prevalência de desnutrição em pacientes cirúrgicos: 22 - 58%• Parece ocorrer igualmente em países desenvolvidos e em

desenvolvimento• Federação Latino-Americana de Nutrição Enteral e Parenteral

(FENLAPE) – pacientes em 13 países da América Latina:• 50,2% de desnutridos entre os pacientes hospitalizados• 11,2% desnutrição grave

• Brasil – IBRANUTRI:• 48,1% dos pacientes internados eram desnutridos

• 31,8% desnutridos nos dois primeiros dias• 44,5% entre 3º e 7º dia• 51,2% entre 8º e 10º dia• 61% após 15 dias

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Considerações• Hospital Universitário Julio Müller – 241 pacientes submetidos a

cirurgias eletivas• 76 (31,5%) eram desnutridos• Desnutrição como fator de risco para complicações pós-operatórias• Inclusão da avaliação do estado nutricional na determinação do

risco cirúrgico• Outro estudo após 15 anos – 41% dos pacientes cirúrgicos eletivos

desnutridos

• Prática diária da triagem e avaliação nutricional deve ter prioridade na admissão dos pacientes cirúrgicos

• Reconhecer risco de desnutrição e sua presença é primeiro passo para conduta nutricional peri-operatória eficaz.

• Nutricionistas, médicos e enfermeiros devem estar atentos às condições nutricionais do paciente.

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Triagem do Risco Nutricional• Detectar alterações funcionais orgânicas que precedem a

instalação de desnutrição, antes do aparecimento de alterações na composição corporal

• “Risco nutricional” – risco aumentado de morbi-mortalidade em decorrência do estado nutricional

• Sociedade Europeia para Nutrição Clínica e Metabolismo (ESPEN) – Nutrition Rank Screening (NRS-2002)• Guidelines para triagem nutricional de pacientes

hospitalizados

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Triagem do Risco Nutricional

• Funcionamento:• Triagem inicial – se paciente se encaixar em qualquer das

quatro questões triagem final• Triagem final:

• Risco nutricional: escore > 3 plano nutricional sempre• Sem risco: escore < 3 plano nutricional se paciente for

submetido à cirurgia de grande porte

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Título

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Título

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Avaliação do Estado Nutricional (AEN)

• Primeira etapa da assistência nutricional – aferir estado nutricional, estabelecendo perfil nutricional

• Realizado na internação, 1 vez por semana• Identifica distúrbios nutricionais intervenção

recuperação e/ou manutenção da condição nutricional

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Métodos para AEN

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Técnicas de AEN

• Peso habitual – percentual de perda ou ganho de peso no decorrer da doença• Limites: alguns indivíduos apresentam peso inferior ao teórico, sem que

traduza desnutrição / em obesos desnutrição pode passar despercebida• Perda de peso significativa (Blackburn e Bristain, 1977):

• > 1 a 2% em 1 semana• > a 5% em 1 mês• > 7,5% em 3 meses• > 10% em 6 meses ou mais

• IMC – subestima diagnóstico de desnutrição• Músculo adutor do polegar

• Desnutrição leva à redução da contração muscular, do relaxamento e aumenta fadiga

• Simples, não invasiva• Utilização de plicômetro em mão relaxada (sobre os joelhos)

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Técinas para AEN

• Avaliação subjetiva global• Baker et al. – validação do método• Boa correlação com morbidade pós-operatória• Criada originalmente por Detsky et al.(1987)• Simples e rápido• Largamente utilizada atualmente

• Alteração de peso nos últimos 6 meses, do tecido adiposo e muscular

• Ingestão dietética• Capacidade funcional• Sintomas gastrintestinais• Bem nutridos (ASG-A), desnutridos moderados/risco de

desnutrição (ASG-B), desnutrido grave (ASG-C)

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Título

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Título

• Dinamometria da mão• Também verifica função muscular• Simples, rápido, fácil, baixo custo• Redução da força associada a complicações no pós-

operatório e preditivo para perda do status funcional em pacientes hiospitalizados

• Função muscular preservada – recuperação mais rápida, redução de imobilização e menor incidência de trombose venosa e pneumonia

• Alteração funcional muscular é sensível para avaliar mudanças nutricionais em curto período de tempo

• Melhora da função muscular dias após intervenção nutricional (bom para avaliar resposta à terapia)

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Título

• Proteínas plasmáticas1. Albumina

• Valores superiores a 3.5 g/100mL – normais• 2,8 – 3,4 depleção leve / 2,1 a 2,7 mod. / <2,1 grave• Longo período de meia vida (21 dias) – má correlação com processos

agudos• Muito utilizados na rotina

2. Pré-albumina• Meia vida de 2 dias – alterada em qualquer demanda brusca de síntese

proteica, como infecção aguda e trauma3. Transferrina

• Síntese hepática• Meia vida 8 a 10 dias• Pode refletir com maior exatidão alterações agudas• Alterada na carência de ferro

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Terapia Nutricional (TN) Peri-operatória

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Recomendações

• Paciente deve ser triado na internação, avaliado do ponto de vista nutricional. Dados devem estar no prontuário.

• Avaliação subjetiva global (ASG) é uma boa ferramenta para triagem.• Intervenção nutricional imediata (INTERNUTI) após internação por

um período de 7-14 dias nos pacientes com risco nutricional grave e candidatos a cirurgia eletivas de médio e grande porte:• Perda de peso> 10% em 6 meses ou 5% em 30 dias• IMC < 18,5 kg/m2

• Albumina sérica<3mg/dL• Em operações de grande porte para pacientes com câncer, mesmo

sem desnutrição grave:• TN pré-operatória com suplemente contendo imunonutrientes por

5-7, e deve ser continuada no pós-operatório

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Desnutrição no Paciente Cirúrgico

• Definida como “estado em que a deficiência, excesso ou desequilíbrio de energia, proteína e outros nutrientes causam efeitos adversos mensuráveis na estrutura tecidual ou corporal, função orgânica e evolução clínica.”• Desnutrição proteico-energética, desequilíbrio de

micronutirnetes frequente em idosos, obesos e portadores de doenças crônicas debilitantes.

• Estado nutricional é um fator independente no resultado pós-operatório

• Paciente desnutrido – resposta orgânica ao trauma tem maiores repercussões e influencia negativamente resultado

• Diminuição dos compartimentos de composição corpórea, imunodepressão celular e retardo na cicatrização

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Desnutrição no paciente cirúrgico

• Pacientes desnutridos em cirurgias oncológicas – mais incidência de complicação

• Corre e Waitzberg – coorte com 709 pacientes• Risco de complicações 1.6 maior no desnutrido, 2.5 maior

no desnutrido moderado e grave• Parâmetros para avaliação da eficácia da TN

• Morbidade• Mortalidade• Tempo de internação

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INTERNUTI

• Fluxograma• ASG B ou C – INTERNUTI por 7 a 14 dias• Tipo?

1. Dieta oral com suplementação proteica com ou sem imunonutrientes: trato gastrointestinal (TGI) íntegro, apto a receber nutrientes, não anoréticos

2. Terapia nutricional enteral (TNE): TGI íntegro, mas paciente não consegue ingerir 70% do oferecido na dieta oral. Via de acesso por sonda tipo Dobhoff em posição gástrica ou enteral.

3. Terapia Nutricional Parenteral (TNP): opção única ou associada quando TGI não está apto, ou TNE é impossível ou não atinge objetivos rapidamente. Se por período de até 7 dias, TNP pode ser administrada perifericamente.

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INTERNUTI

• Metas:1. Imunomodulação2. Melhora do

estresse oxidativo3. Melhora dos

resultados pós-operatórios

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INTERNUT

• Estudos randomizados e Metanálises – benefício com TN pré-operatória por 7-14 dias: menor taxa de infecção pós-op, redução do tempo de internação

• Metanálise com 1250 pacientes (predomínio de câncer gastrointestinal e desnutrição) • TNP por 7-10 dias diminuiu risco de complicação em 10%• Se TNP só no período pós-op aumento no risco de 10%• Indicar TNP apenas em desnutridos de preferência no

período pré-op, evitando no pós-op• TNP no pós-op na vigência de complicações operatórias ou

do trauma, que impeçam alimentação pelo TGI, com tempo de jejum superior a 5 dias

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Terapia Nutricional Peri-operatória

• Comparação TNExTNP• Redução de complicações infecciosas na TNE• TN por via oral preferencialmente, ou por enteral em

desnutridos, candidatos a grandes procedimentos de cabeça e pescoço, tórax, e intraabdominais.

• Tanto desnutridos quando nutridos parecem se beneficiar de imunutrientes• Braga et al. - RCT para impacto de imunonutrição peri-

operatória em pacientes com câncer colorretal melhora significativa na resposta imunológica e menor taxa de infecção

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Terapia Peri-operatória

• Tubo digestivo apto e apetite preservado- TN oral com suplementos proteicos• Waitzberg et al. – metanálise com 17 estudos randozimazdos

• Suplementação pré-operatória por 5-7 dias com imunonutrientes diminui morbidade (incluindo fístulas anastomóticas)

• Quando não for possível – TNE• Tubo digestivo não puder ser acessado ou via enteral contra-

indicada (obstrução intestinal, íleo prolongado e má absorção)ou insuficiente – TNP deve ser opção

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Quantidade de EnergiaCalorias

• Calorimetria indireta x Estimar com fórmulas (Equação de Harris-Benedict):• H: 66,5 + (13,8 x peso [kg]) + (5,0 x altura [cm]) – (6,8 x idade[anos])• M: 66,5 + (9,6 x peso [kg]) + (1,7 x altura [cm]) – (4,7 x idade[anos])• Se perda de peso > 10% - iniciar fórmula com peso atual e corrigir com o ganho• Em geral superestimam os valores de calorimetria indireta

• Paciente com doença benigna, se cirurgia puder esperar – TN de até 3 sems• Risco nutricional – ESPEN recomenda 7-14 dias de TN pré-op• No pós-op as necessidades energéticas se modificam conforme paciente:

• Sem intercorrências – período catabólico de até 5 dias• Pacientes com complicação – período catabólico prolongado

• Carboidratos e lipídeos (proporção variável de acordo com metabolismo e via de acesso)

• Oferta de glicose no máximo 5mg/kg/min (pacientes críticos 3-4), devido ao risco de hiperglicemia

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Quantidade de energia

• Proteínas• 0,8-1,0g/kg/dia no pré-operatório• Pode chegar a 2,0mg/kg/dia no pós-operatório

• Nutrientes com Função imunomoduladora• Atenuar resposta inflamatória, modular sistema imunológico, reduzir

estresse oxidativo, fortalecer capacidade de defesa antiinfecciosa e cicatrização

• Glutamina, arginina, nucleotídeos e áccidos graxos poliinsaturados ômega-3, vit. A, C e E, Zinco e Selênio

• Via parenteral ou enteral • Lipídeos

• Misturas ricas em ômega-6 (pró-inflamatório) – evitar no 1º dias pós-op• Metanálise – melhores resultados em pacientes críticos que não

receberam lipídeos• Evitar uso abusivo de fluidos cristalinos – maior número de complicações

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Hidratação Venosa Peri-operatória

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Hidratação Venosa Peri-operatória

Recomendações do protocolo ACERTO:

• Não realizar preparo de cólon rotineiramente.• Evitar períodos superiores a 6-8 h de jejum no pré-operatório.• Evitar reposição volêmica generosa intra e pós-operatório. Considerar

uso de colóides.• Iniciar dieta oral/enteral precoce.• Não prescrever hidratação venosa no pós-operatório imediato de

operações extraperitoniais não complicadas.• Retirar H.V. em no máximo 6 h após operações abdominais de médio

porte (Colecistectomia), salvo exceções.• Quando necessário a H.V. no pós-operatório, não ultrapassar 30 ml/kg

em 24 h. Considerando sua suspensão após esse período.

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• A reposição volêmica tem a finalidade de repor as perdas ocasionadas durante o ato operatório e manter a homeostasia, enquanto a ingesta oral é impossível.Levando-se em conta:

- Peso do paciente. - Porte e duração do ato operatório. -Temperatura externa

• Tradicionalmente os pacientes recebem em média 3,5 a 5 litros de H.V. no dia da cirurgia e nos próximos 3 a 4 dias 3 litros.

• Isso somado a dificuldade de excreção do Na e água, geram uma retenção hídrica com ganho de peso => 3 a 6 kg.

Hidratação Venosa Peri-operatória

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• A sobrecarga de volume leva ao edema generalizado, ocasionando dano ao sistema Cardiovascular, com diminuição da oxigenação.

No tubo digestivo – Edema esplâncnico Aumento da pressão intra-abdominal Diminuição do fluxo mesentérico, mantendo o íleo paralítico Aumento da permeabilidade da mucosa e prejuízo do processo de

cicatrização.

Hidratação Venosa Peri-operatória

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• Modelo “Liberal ou Standard” x “Restritivo”

• Parâmetros avaliados: Nauseas e vômitos Dor Oxigenação tissular Desordens Cardio –pulmonares Necessidade de reoperação Tempo de Internação Hospitalar Tempo de recuperação da função intestinal Mortalidade

...Irão variar com o tipo e duração da cirurgia!

Hidratação Venosa Peri-operatória

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• Uma revisão realizada por Boldt (2006)

Na revisão foram encontrados estudos onde a terapia com restrição de fluidos no pós-operatório de cirurgia abdominal, estava relacionada à menores complicações

-Pulmonares -Cardiacas -Menor tempo de íleo pós-operatório -Menor tempo de internação

Enfatiza a necessidade de novos trabalhos com protocolos controlados

Hidratação Venosa Peri-operatória

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• Uma série de estudos:• Lobo e cols; (Prospectivo e Randomizado), observou: 20 ml/kg/h no pré op, G1

Restrita G2 Standard no pós. Ganho de peso significativo Retardo no funcionamento intestinal Prolongado tempo de internação hospitalar, nos pacientes com maior H.V. intra e

pós operatória.

• Bandstrup e cols; Grupos S e R ,141 pacientes Redução complicação pós op (33%, 51%) Cardiopulmonar (7%, 24%) Cicatrização (16%, 31%)

• Nisanevic e cols; 152 pacientes Diminuição na morbidade pós op (menor tempo de internação) Chance de alta 4 x maior

Hidratação Venosa Peri-operatória

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Protocolo ACERTO: PRÉ- OPERATÓRIO Sem jejum prolongado e Sem preparo de Colón

H.V. pré operatória pode ser DESNECESSÁRIA! C/ Jejum Prolongado => 2 ml/kg/hora/jejum C/ Preparo de Cólon => Reposição Obrigatória

Hidratação Venosa Peri-operatória

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• Protocolo ACERTO: INTRA- OPERATÓRIO. “Semi Restritivo” o Reposição de JejumJejum de 2h = 0Jejum de 2-4 h = 0,5 ml/kg/hJejum de 4-6 h = 1 ml/kg/hJejum de 8 ou += 1,5 ml/kg/h

o Reposição de Perdas insensíveis 1 ml/kg/h

o Reposição de água perdida para terceiro espaçoPequeno porte = 2 ml/kg/hMédio porte = 4 ml/kg/hGrande Porte = 6 ml/kg/h

...Observação da PAM, manter > ou = a 70 mmhg

...Muito Importante a mensuração da DIURESE!

Hidratação Venosa Peri-operatória

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• Protocolo ACERTO: PÓS- OPERATÓRIO.

Não prescrever H.V. no pós op de cirurgias de pequeno porte (Ex: herniorrafias não complicadas)

Retirar H.V. com 6-8 h após cirurgias de médio porte (Ex: Colecistectomias), salvo exceções.

Nas demais operações, reposição volêmica até primeiro dia PO, no max 30 ml/kg/dia. Re-alimentar precocemente. Preferencialmente VO.

Hidratação Venosa Peri-operatória

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• Resultados do Projeto

• Redução do volume total dos fluidos intra e pós op

De 4,5 para 1,5 ; operações abdominais de pequeno porte.

De 15 para 10 ; operações de grande porte.

Somado a isso redução das complicações infecciosas,pp pulmonares e diminuição do tempo de internação

Hidratação Venosa Peri-operatória

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Preparo do Cólon

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• Recomendações do protocolo ACERTO: 1. Não realizar no pré-operatório de cirurgias

colorretais. 2. Redução da carga fecal: -Dieta hiperproteica e hipercalórica -Sem fibras -5-7 dias antes da cirurgia

3.Cirurgias esofágicas com transposição de cólon: fazer preparo mecânico.

Preparo do Cólon

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• Racional para o preparo mecânico do cólon:-Intestino grosso: carga fecal contaminante-Grande população bacteriana nas fezes (ordem de 1014

bactérias por grama)-Bactérias causam infecção.-Logo, o cólon deve ser limpo (preparado)antes da cirurgia.

Porém... Estudos comparativos clássicos sem grupo específico de

pacientes sem preparo de cólon.

Preparo do Cólon

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• Racional para o preparo mecânico do cólon: Trabalhos clássicos: * Cólon limpo (com bom preparo): -Menor número de complicações infecciosas. -Menor incidência de fístulas.

* Crítica: Cólon com mau preparo: pode significar presença de fezes

líquidas ou alteradas pelo catártico usado -> maior chance de contaminação durante sutura ou de vazamento após anastomose.

Preparo do Cólon

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• Racional para o preparo mecânico do cólon: *Cirurgias colorretais atualmente: -Menor taxa de complicações. -Mais rápidas. -Uso de grampeadores mecânicos: redução do tempo

operatório e das chances de contaminação. -Técnica videolaparoscópica: diminui resposta orgânica ao

trauma.

Preparo do Cólon

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• Preparo mecânico do cólon: *Retrógrado: -Obsoleto -3 dias de lavagem,catárticos e dieta hipocalórica. -Piora e prolongamento (em dias) dos cuidados pós-operatórios.

*Anterógrado: -Via oral ou por SNG. -Soluções (manitol, fosfato de sódio, poli-etileno-glicol) ou grandes

volumes de cristalóides. -Redução do tempo de preparo e de dias de internação em relação ao

preparo retrógrado.

Preparo do Cólon

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• Racional para abolição do preparo mecânico do cólon: - Vários estudos randomizados e meta-análises. -Forte evidência de segurança (A). -Diminui incidência de complicações e fístulas em duas meta-

análises. -Preparo desidrata e aumenta a reposição intra e pós-operatória

de cristalóides. -Causa mais desconforto ao paciente. -Pacientes hiperhidratados, com desequilíbrio hídrico e

eletrolítico, edema de alças, maior tempo de íleo paralítico e mais complicações, principalmente as pulmonares.

-O preparo nem sempre é eficaz, transforma fezes sólidas em líquidas e há grande possibilidade de vazamento pela anastomose.

Preparo do Cólon

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• Resultados de estudos clínicos randomizados e meta-análises: -O preparo mecânico pré-operatório é prescindível. -Não há aumentos de complicações, sobretudo de fístulas pós-

operatórias, devido a ausência do preparo. -Preparo: mais deiscências e fístulas que o não preparo. -Bucher et al.(2005): 7 estudos prospectivos; 642 pacientes com

preparo e 655 sem preparo em cirurgia de cólon e reto-> dobro de deiscências anastomóticas (fístulas) nos pacientes com preparo (0R:1.87; p=0.03)

-Slim et al. (2004): 11 trabalhos e 1400 pacientes; maior potencialidade (dobro) de fístulas com o uso de preparo.

Preparo do Cólon

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• Resultados no HU Júlio Müller: - Análise comparativa entre 2004-2005 e entre 2006 e 2007. -53 pacientes com operações eletivas de cólon e reto,

envolvendo pelo menos uma anastomose. -25 pacientes: grupo convencional ( preparo com manitol). -23 pacientes: grupo ACERTO (sem preparo). -2 óbitos pós-operatórios um de cada grupo; p>0.05) -Todos os pacientes com ATB profilático IV por 24h

(metronidazol 500mg, 8/8h + amicacina 500mg, 12/12h) e procinético (metoclopramida, 10mg, IV, 6/6h).

-ATB terapeutico: imunocomprometidos, desvio da técnica no ato operatório, presença de sinais clínicos ou laboratoriais de infecção.

Preparo do Cólon

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• Resultados no HU Júlio Müller: 1.Re-alimentação no pós-operatório: -Pacientes do grupo ACERTO: início um dia mais cedo (1º

[P.O. imediato-6º] vs. 2º [1º-5º]P.O.; p=0.01). -18 pacientes do grupo ACERTO receberam dieta até o

1ºdia P.O., contra 3 do grupo convencional. 2. Hidratação peri-operatória: -Grupo convencional: 50% a mais de fluidos cristaloides IV

(p=0.03). Volume infundido diário também foi duas vezes maior (2,1+/-0,4 vs.1,3+/- 0,4L; p<0.001).

Preparo do Cólon

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• Resultados no HU Júlio Müller: 3. Tempo de internação pós-operatória: - Redução em 4,5 dias (em média), após a implantação do

protocolo ACERTO. (12 [4-43] dias vs. 7,5 [3-47] dias, p=0,04).

4. Morbidade pós-operatória: - Sem alterações estatísticas entre a incidência de

morbidade geral, infecção de sítio cirúrgico e fístulas anastomóticas.

- Número de complicações por paciente com morbidade foi o dobro no grupo convencional (2 [1-4] vs. 1 [1-3];p=0.01).

Preparo do Cólon

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Conclusão

- No Brasil, não há relatos de centros que utilizem rotineiramente tais práticas multimodais em conjunto.

- Adoção de medidas multidisciplinares de cuidados peri-operatórias sem preparo de cólon são seguras e melhoram os resultados em cirurgia colorretal por diminuir a gravidade das complicações e o tempo de internação.

Preparo do Cólon

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Analgesia no Pós-operatório

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Recomendações do protocolo ACERTO:• Analgesia está associada a aceleração da recuperação pós-

operatória.• Analgesia preventiva é recomendada.• O cateter peridural é uma excelente forma de promover

analgesia.• Se possível, utilize analgésicos não opiáceos. Evite sedar

demais seu paciente.• Anti-inflamatórios não esteroidais tais como cetorolaco,

cetoprofeno e tenoxicam podem ser usados por via parenteral.• Dipirona e paracetamol são excelentes analgésicos não

opiáceos.

Analgesia no pós-operatório

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• A dor atrasa a recuperação do paciente, seu controle no pós operatório é crucial.

• Protocolos de analgesia podem diminuir as chances de complicações e acelerar a recuperação.

• Há necessidade de se quantificar a dor, podendo ser utilizadas escalas já existentes.

• Os opiáceos agonistas (morfina, meperidina, fentanil) podem ser utilizados por via endovenosa ou peridural, com bom efeito analgésico.

• O cateter peridural pode ser colocado desde o nível torácico até a região lombar e mantido por até 7 dias no pós- operatório, se necessário.

Analgesia no pós-operatório

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• A morfina, na dose de até 2mg, pode ser usada por via peridural, promovendo analgesia que pode durar até 36 horas. Os principais efeitos colateriais são: vômitos, prurido, euforia, depressão respiratória, retenção urinária, prolongamento do íleo pós-operatório e sedação.

• Para diminuir os efeitos de depressão respiratória, a buprenorfina (agonista parcial), pentazocina e nalbufina (agonistas-antagonistas) passaram a ser utilizadas, no entanto, com menor potência analgésica. Outra droga utilizada é o tramadol via SC ou EV diluída.

Analgesia no pós-operatório

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• Os efeitos colaterais atrasam a recuperação pós-op, porque impedem a re-alimentação precoce (náuseas, vômitos,íleo) e podem retardar a retirada de cateter vesical, ou aumentar as chances de uso destes. Por essa razão, um dos princípios do protocolo ACERTO é evitar o uso de opióides, sempre que possível, fazendo o uso de analgésicos não opióides.

• O uso de paracetamol, analgésico não opiáceo, em pacientes que podem usar VO, é recomendado. A dipirona é outro analgésico não opiáceo, potente, que pode ser usado por via endovenosa no pós-operatório ou por via oral no receituário de alta.

Analgesia no pós-operatório

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• Os AINEs possuem ação sinérgica aos agonistas opiáceos, também podendo ser utilizados. Os disponíveis no Brasil via EV são: Cetoprofeno (100 a 300 mg/dia diluídos em 100 mL de soro); Tenoxicam ( 20 a 40mg/dia) e Cetorolaco ( 10-30mg/dia).

Analgesia no pós-operatório

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Cateter peridural:• Há grande evidência para o uso de analgesia por cateter no

pós-operatório de cirurgias abdominais de grande porte, em termos de segurança, rápida resolução do íleo pós-op., diminuição do tempo de ventilação mecânica e dias em UTI e menor número de complicações tromboembólicas e cardiovasculares.

• No entanto, com analgesia peridural, há maior risco de depressão respiratória, pelo uso de opiáceos, hipotensão arterial, migração do cateter para os espaços intravascular e subaracnóideo, formação de abscessos e hematomas.

Analgesia no pós-operatório

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• O uso de bupivacaína a 0,1%, adrenalina 1mcg/ml e fentanil 3 mcg/ml pode ser uma alternativa ao uso de morfina no cateter com menores efeitos colaterais e boa analgesia.

• Outra opção utilizada no ACERTO é a infusão contínua de Ropivacaína a 0,2%.

Auto- controle da dor pós-operatória:

emprego da técnica da analgesia controlada pelo paciente (PCA), onde existe uma administração de analgésicos por demanda imediata do paciente, em quantidade abundante, independente da via de administração e da droga utilizada. Isso diminui o tempo entre o aparecimento do sintoma e o alívio da dor. A infusão contínua facilita o controle, respeitando as diferenças individuais, na necessidade de consumo de analgésicos.

Analgesia no pós-operatório

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Analgesia em cirurgias videolaparoscópicas:

Estudos revelaram que a injeção de anestésicos locais na cavidade peritoneal ou nas incisões dos trocáteres são opções interessantes para controle da dor no pós-op. Os principais anestésicos locais utilizados são a bupivacaína e a ropivacaína.

AINEs também são recomendados. Parece haver melhor efeito dessas drogas se usadas antes do término da cirurgia.

Analgesia no pós-operatório

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Uso Racional de Antibióticos

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Recomendações do projeto ACERTO• Prescrever antibióticos em pacientes cirúrgicos com

base em protocolo padronizado pelo serviço, sob supervisão da CCIH.

• Normas que regem a indicação de antibioticoprofilaxia e terapia deverão seguir guidelines validados.

• Auditoria trimestral no serviço quanto aos índices de infecção do sítio cirúrgico.

Antibióticos e profilaxia contra infecção do sítio cirúrgico

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• Infecção do sítio cirúrgico (ICS): 3ª causa mais frequente de infecção nosocomial; a 1ª entre os pacientes cirúrgicos.

• Classificação quanto ao potencial de infecção das cirurgias:

-Classe I: Limpa->F.O. não infectada, sem processo inflamatório e sem invasão dos tratos respiratório, digestivo e genito-urinário.

-Classe II: Limpa- Contaminada-> F.O. em que há invasão dos tratos mencionados, sob condições controladas e livres de contaminação não usual.

-Classe III: Contaminada-> Feridas acidentais recentes, operações com quebra maior da técnica estéril, contaminação grosseira do TGI e processos inflamatórios não purulentos agudos.

-Classe IV: Suja -> Ferida traumática antiga, com tecido desvitalizado, e cirurgias envolvendo perfuração visceral ou infecções clínicas existentes. Os organismos causadores estão presentes no campo operatório antes da cirurgia.

Antibióticos e profilaxia contra infecção do sítio cirúrgico

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Uso profilático->prevenção de infecção por agente conhecido ou fortemente suspeito, em paciente

susceptível.• Obs: Uso inadequado: aumento dos índices de infecção,

custos desnecessários, resistência bacteriana.

• Uso curativo->em processos infecciosos já estabelecidos. Empírico ou baseado no antibiograma.

Antibioticoterapia em cirurgia

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• Usar apenas quando indicado, por via IV.• Não usar vancomicina de rotina.• Indicações cirúrgicas:

- Cirurgias limpas e limpas-contaminadas (classes I e II)-> apenas nas seguintes situações:

• Idade > 70 anos • Imunodeprimidos• Desnutridos• Cirurgias de urgência• Implantes de próteses ou telas• Cirurgias de mamas • Cirurgia cardíaca, da aorta e grandes vasos,

enxerto arterial.• Esplenectomia (pctes c/ esquistossomose)

•Neurocirurgias•Hernioplastia incisional•DM descompensado• Uremia• Doença reumática• Hérnias multirecidivadas• Obesidade mórbida• RT prévia• Hepato e pneumopatias.

Antibioticoterapia profilática:

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• Indicações cirúrgicas: - Cirurgias contaminadas (classe III)-> sempre. - Não é necessária em cirurgias eletivas conservadoras de estômago

em pcte com úlcera duodenal-> hiperacidez gástrica diminui densidade bacteriana.

- Cirurgias videolaparoscópicas-> indicações:

• Hernioplastia com tela• Colecistectomia com colangiografia• Operações para obesidade mórbida• Apendicectomias• Cirurgias de vias biliares• Colectomias• Histerectomias

Antibioticoterapia profilática:

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• Trauma: profilaxia de curta duração (<24h); cobertura para aeróbios e anaeróbios.

• Endocardite bacteriana: -Pacientes de risco submetidos a procedimentos

cirúrgicos contaminados. -Visa reduzir a bacteremia, impedindo a aderência de

bactérias ao endocárdio. -Principais alvos dos esquemas profiláticos:

Streptococcus viridans e enterococos. -Principais esquemas: ampicilina, amoxicilina,

cefazolina, ampicilina/sulbactam.

Antibioticoterapia profilática:

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• Após instalação: fazer curativo oclusivo; trocá-lo a cada 24-48h (seco) ou sempre que estiver úmido (sangue, secreções ,suor).

• Trocar a cada 72h as linhas de infusão.• Equipo próprio e único para NPT, hemoderivados ou lípides; trocá-lo a

cada 24h.• Não há indicação para troca rotineira dos cateteres venosos centrais->

exceção:cateter de Swan-Ganz (trocar em até 4 dias).• Trocar cateteres venosos centrais quando houver suspeita de infecção,

infecção sistêmica relacionada ao cateter ou mau funcionamento do mesmo.

• Suspeita de infecção sistêmica: colher 2 frascos de hemocultura de veia periférica (locais distintos), imediatamente após a retirada do cateter , e encaminhar a ponta do cateter para cultura. Não colher hemocultura do cateter.

Instalação e manutenção dos cateteres venosos centrais:

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• Internar o paciente o menor tempo possível antes da operação.• Identificar e tratar infecções comunitárias antes do procedimento

cirúrgico (se necessário: postergá-lo até a cura).• Tricotomia: limitada à área a ser operada, dentro do centro

cirúrgico, imediatamente antes do procedimento, com aparelho elétrico.

• Controlar glicemia dos pacientes diabéticos.• Banho pré-operatório: noite anterior, com água e sabão.• Limpeza da região da incisão cirúrgica (com soluções

degermantes) antes da anti-sepsia da pele (com PVPI ou clorexidina alcoólica).

• Sem recomendação para alterar ou suspender o uso de esteroides antes de procedimentos eletivos.

Preparo pré-operatório do paciente:

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• Não realizar limpeza especial ou fechamento de salas cirúrgicas após a realização de cirurgias contaminadas ou infectadas.

• Não é necessário o estabelecimento de salas exclusivas para cirurgias contaminadas ou limitação de horários para sua realização.

• A realização de uma cirurgia contaminada antes de uma limpa não leva a riscos.

• Realizar fechamento primário retardado ou deixar a incisão aberta se o sítio cirúrgico estiver grosseiramente contaminado.

• Em caso de drenagem: dreno fechado, em incisão separada e distante da incisão cirúrgica. Retirá-lo o mais precoce possível.

• Proteger ferida com curativo estéril por 24-48 horas de pós-operatório nas incisões fechadas primariamente.

Outros cuidados relevantes:

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• ACERTO PÓS-OPERATÓRIO: AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DA IMPLANTAÇÃO DE UM PROTOCOLO MULTIDISCIPLINAR DE CUIDADOS PERI-OPERATÓRIOS EM CIRURGIA GERAL

José Eduardo de Aguilar-Nascimento; Alberto Bicudo-Salomão; Cervantes Caporossi; Raquel de Melo Silva; Eduardo Antonio Cardoso; Tiago Pádua Santos

Rev. Col. Bras. Cir. 2006; 33(3): 181-188).

• ACERTO- Acelerando a Recuperação total pós operatória

José Eduardo de Aguilar-Nascimento, Cervantes Caporossi, Alberto Bicudo-Salomão

Hospital Universitário Júlio Muller-HUJM

Faculdade de Ciências Médicas-UFMT

Ed UFMT, 2009

• www.projetoacerto.com.br

Referências Bibliográficas