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Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional de Goiás

SENAR Goiás

Programa Agrinho 11ª Edição - 2018

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO Planejamento elaborado por equipe do Programa Agrinho do SENAR Goiás.

Versão 06/03/2018, podendo ser alterada quando necessário.

Goiânia-GO Fevereiro/2018

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGS - Associação Goiana de Suinocultores CF – Constituição Federal CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil CRAS – Centro de Referência de Assistência Social CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social D. - Dom EJA - Educação de Jovens e Adultos FAEG - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás FPR – Formação Profissional Rural FUNDEPEC - Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária do Estado de Goiás LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional P.S. - Post Scriptum PAT - Plano Anual de Trabalho Pe. – Padre PPP – Projeto Político Pedagógico PS – Promoção Social SEAGRO - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas SEMARH - Secretaria de Estado de Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos SEMECE - Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte SENAR Goiás - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional de Goiás SINASE – Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo TCU – Tribunal de Contas da União UF – Unidades Federativas UFG – Universidade Federal de Goiás UNIALFA – Centro Universitário Alves Faria UniEvangélica – Centro Universitário de Anápolis ZDP – Zona de Desenvolvimento Proximal

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SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................... 5 2. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL ............................................................................. 5 3. DADOS DA INSTITUIÇÃO ............................................................................................................. 7

3.1 MISSÃO DO SENAR.......................................................................................................... 8 3.2 PRINCÍPIOS DO SENAR .................................................................................................... 8 3.3 HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL .......................................................................... 9 3.4 FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL ........................................................................................ 9 3.5 PROMOÇÃO SOCIAL .............................................................................................................10 3.6 DIAGNÓSTICO ......................................................................................................................10 3.7 VERTENTES DE TRABALHO DO SENAR ..................................................................................11 3.8 PRINCÍPIOS NORTEADORES ..................................................................................................11

3.8.1 Epistemológico..........................................................................................................11 3.8.2 Desenvolvimento e aprendizagem: a Zona de Desenvolvimento Proximal ...............11 Andragogia a as habilidades de aprendizagem ..................................................................13 Abordagens usadas para a aprendizagem .........................................................................15 Pedagogia, andragogia e heutagogia .................................................................................15 Atuação dos educadores ...................................................................................................16

3.9 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ................................................................................................17 3.10 AVALIAÇÃO ........................................................................................................................17

4. PROGRAMA AGRINHO ...............................................................................................................18 4.1 JUSTIFICATIVA................................................................................................................19 4.2 OBJETIVOS .....................................................................................................................21

4.2.1 Objetivo geral ........................................................................................................21 4.2.2 Objetivos específicos .............................................................................................21

4.3 PÚBLICO-ALVO ...............................................................................................................21 4.4 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES ...............................................................................21

4.4.1 Formador ..................................................................................................................21 4.4.2 Agente Educacional...................................................................................................22 4.4.3. Discente/Egresso do SENAR Goiás ...........................................................................22 4.4.4 Amigo Agrinho ..........................................................................................................22

4.5 RECURSO FINANCEIRO .........................................................................................................22 4.6 ETAPAS DO PROGRAMA .......................................................................................................23

4.6.1 Etapa I – lançamento de edição anual e capacitação de formador ...........................23 4.6.2 Etapa II – formação inicial e continuada de agente educacional ...............................23 4.6.3 Etapa III – Concurso Agrinho .....................................................................................24

Categoria Agrinho Jovem ...........................................................................................................25 Categoria Desenho ....................................................................................................................25

4.6.5 Etapa IV – Premiação ................................................................................................29 4.6.6 Metodologia .............................................................................................................30 Espaço Agrinho ..................................................................................................................30 4.6.7 Parcerias ...................................................................................................................30

4.7 RESULTADOS ESPERADOS ....................................................................................................32 4.7.1 Indicadores ...............................................................................................................32

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................33 6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................33

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1. APRESENTAÇÃO

No intuito de promover a revisão da proposta pedagógica juntando-a ao projeto básico do Programa Agrinho da Administração Regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR Goiás, elaborou-se o documento que aqui se apresenta de modo a constituir-se como sendo o Projeto Político Pedagógico – PPP do referido programa. Compõe-se de contextualização do ensino atual em relação ao histórico da educação do Brasil, de modo a expor suscintamente os caminhos percorridos para se chegar ao formato atual no qual se insere a educação não-formal na qual o SENAR empreende suas ações de Formação Profissional Rural – FPR e Promoção Social – PS. Neste rumo, destaque para os dados da instituição de ensino a qual desenvolve as ações de que trata este documento. Na sequência, o Programa Agrinho é apresentado no que tange aos objetivos e demais aspectos de seu planejamento. 2. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL

As caravelas de Pedro Álvares Cabral descobriram as terras do Brasil em 22 de abril de 1500. O primeiro dado importante após o descobrimento é a Carta de Pêro Vaz de Caminha que em certa altura relata ao Rei D. João III.

Nela, até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimo. Porém, a terra em si é de muito bons ares... Águas são muitas; infindas. E em talo maneira é graciosa que, querendo a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém, o melhor fruto, que dela se pode tirar, parece-me que salvará essa gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve alcançar. (Romanelli, 2010).

Assim se inicia a História da Educação no Brasil. Portugal não se interessou pelo novo território. Preferiu as ricas terras da Índia, que lhe rendiam sedas e pedras preciosas, enquanto as embarcações enviadas ao Brasil não conseguiam nem ouro, nem prata, mas tão somente papagaios e frutos curiosos. Por tudo isso, o Brasil foi abandonado aos interesses de mercadores e aventureiros, e entregue à própria sorte. Em 1549, os dirigentes de Portugal, receosos de perder a nova terra, designaram e enviaram para o Brasil o 1º Governador Geral, Tomé de Souza, que veio acompanhado de uma leva de jesuítas comandados pelo Pe. Manuel de Nóbrega. Os padres da Companhia de Jesus assentam, logo ao desembarcarem, os seus arraiais, fundam seus colégios, instituem seus centros de ação e abastecimento. Falar do início da educação no Brasil é, de fato, como escreve Serafim Leite, “evocar a epopeia dos jesuítas do século XVI”, em que lançaram os fundamentos do sistema de brasileiro de ensino. Para se ter ideia do plano que traziam e da rapidez que entraram em ação, basta lembrar, com Serafim Leite,

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que, na Bahia, berço do Brasil, “enquanto se fundava a cidade de Salvador, quinze dias depois que chegaram os jesuítas, já funcionava uma escola de ler e escrever” (Romanelli, 2010). Depois de vinte e um anos de Brasil já tinham fundado cinco escolas de instrução elementar e três colégios. Em pleno século XVI houve quem chegou a colar grau de bacharel em artes, no colégio da Bahia. O primeiro século do Brasil foi o de construção, e o segundo, o de desenvolvimento e extensão do sistema de ensino. Tanto isso é verdade que, no século XVII, os Jesuítas já possuíam dezessete colégios propriamente ditos, sem contar os seminários e as escolas de primeiras letras. De 1759 até a vinda da família real em 1808 houve uma hierarquia educacional. Com a derrota de Napoleão Bonaparte na Europa, D. João VI retorna a Portugal e D. Pedro I, já Imperador, proclama a Independência do Brasil. Prosseguindo rumo ao formato de educação que se tem atualmente, o artigo 179 da primeira Constituição Brasileira previa a instrução primária gratuita a todos os cidadãos. Isso era bom demais para a nova pátria. Tanto assim que em 1834, por meio de um Ato Adicional é descentralizada a educação no Brasil, transferindo o ensino primário e secundário do plano nacional para os planos locais das províncias. A Constituição de 24 de fevereiro de 1891 institui a forma federativa e retoma a tradição do Império que vinha do Ato Adicional de 1834, transferindo a instrução primária aos Estados, aos quais fica assegurada a organização do ensino, mas sem garantir os recursos necessários para que se efetivasse essa organização. Nessas circunstâncias, chegou-se em 1931. Até a reforma Campos (1931) havia duas maneiras de concluir o ginásio e o colégio sendo por meio do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, ou dos Liceus equiparados ao referido Colégio e dos chamados Exames de Estado, que também só podiam ser realizados no Colégio Pedro II e nos Liceus equiparados. De outra parte, a Reforma Campos previa também outro tipo de avaliação fora do processo, estabelecendo que os exames finais da escola “secundária complementar” se realizariam nas escolas de ensino superior e teriam duplo efeito: a) de conclusão de ciclo colegial e b) de consumo de habilitação para ingresso na universidade. Em 1942, a Reforma Capanema previa igualmente os exames de licença ginasial e colegial, que seriam realizados em escolas oficiais indicadas por ato do presidente da República. Era um exame de madureza e de estado que, de fato, nunca se efetivou. Os princípios da avaliação no processo e fora do processo foram mantidos pela Lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961, e pela Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971, com a redação dada pela Lei 7.044, de 18 de outubro de 1982.

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Com o Plano Decenal de Educação para todos, o Ministério da Educação e do Desporto tem como objetivo despertar a consciência nacional para a gravidade dos desafios a enfrentar nos próximos anos e as parcerias indispensáveis que devem ser firmadas para o alcance de metas estabelecidas. O imperativo da universalização do ensino com qualidade, aspiração maior da sociedade brasileira, com a consequente erradicação do analfabetismo, representa o cerne do referido Plano Decenal de Educação para todos. Com isso, espera se uma melhor organização das Bibliotecas Escolares, um aumento do tempo de ensino, uma melhor qualificação e remuneração dos docentes. Foi necessário um monarca estrangeiro, o Rei Alberto, da Bélgica, tendo sido convidado para as comemorações do 1º Centenário da Independência, manifestasse o desejo de ser recebido pela Universidade , no Rio de Janeiro, que ele naturalmente supunha existir, para que o Governo Brasileiro, às pressas, criasse a primeira Universidade, continuando as Faculdades existentes nos seus mesmos locais, sem qualquer vinculação, mas apenas instalando, no antigo Asilo de Loucos, a Reitoria, para que o Rei Alberto pudesse ser recebido e lhe fosse dado o título de Doctor Honoris Causa. Assim, a primeira Universidade Brasileira surgiu com a criação da Universidade de São Paulo, em 1934, que teve como eixo de gravitação uma faculdade destinada a ser centro de cultura filosófica, literária e foco poderoso de atividades científicas. Em 1996, estabelece a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro, com objetivo de instrumentar professores, bem como educadores brasileiros em geral para a mais fácil interpretação e compreensão da nova lei de diretrizes e bases da educação nacional. 3. DADOS DA INSTITUIÇÃO

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR é uma entidade com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, considerado um serviço social autônomo vinculado ao sistema sindical, criado pela Lei nº 8.315, de 23 de dezembro de 1991, e regulamentado pelo Decreto nº 566, de 10 de junho de 1992, integrante do denominado Sistema “S” e tem como principal objetivo: organizar, administrar e executar em todo o território nacional o ensino da Formação Profissional Rural (FPR) e a Promoção Social (PS) do trabalhador rural. O SENAR, por força da Lei nº 8.315 e do Decreto nº 566, juntamente a Série Metodológica (diretrizes educacionais do SENAR Central), é organizado e administrado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA e dirigido por um Conselho Deliberativo tripartite, integrado por representantes do governo, da classe patronal e da classe trabalhadora rural. O SENAR é titular de contribuições compulsórias, recepcionadas pelo art. 240 da Constituição Federal - CF, oriundas tanto da comercialização de produtos agrossilvipastoris quanto sobre a folha de pagamento de empresas rurais e agroindústrias. Apesar de não integrar a administração pública direta e indireta, presta contas ao TCU – Tribunal de Contas da União, por força do inciso V, do Art. 5º da Lei 8.443, de 16 de julho de

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1992.

3.1 MISSÃO DO SENAR

O SENAR tem como missão “Realizar a Educação Profissional, a Assistência Técnica e as atividades de Promoção Social, contribuindo para um cenário de crescente desenvolvimento da produção sustentável, da competitividade e de avanços sociais no campo”. Ao profissionalizar o trabalhador rural e oferecer atividades de promoção social no meio rural, o SENAR contribui efetivamente para o aumento de renda, a integração e ascensão social das pessoas a partir dos princípios de sustentabilidade, produtividade e cidadania, colaborando também para o desenvolvimento socioeconômico do País.

3.2 PRINCÍPIOS DO SENAR

O SENAR tem como princípios: I. Organizar, administrar, executar e supervisionar, em todo o território nacional, o ensino da Formação Profissional Rural e da Promoção Social das pessoas do meio rural. II. Com base nos princípios da livre iniciativa, da economia de mercado e das urgências sociais, aprimorar as estratégias educativas e difundir metodologias para ofertar ações adequadas de Formação Profissional Rural e Promoção Social ao seu público. III. Assessorar os governos federal e estadual em assuntos relacionados com a formação de profissionais rurais e atividades assemelhadas. IV. Expandir parcerias e consolidar alianças públicas e privadas com o objetivo de cumprir a missão institucional. V. Estimular a pesquisa e garantir o acesso à inovação rural. VI. Fortalecer e modernizar o sistema sindical rural. VII. Aperfeiçoar os mecanismos de planejamento, monitoramento e avaliação de desempenho institucional. VIII. Promover a cidadania, a qualidade de vida e a inclusão social das pessoas do meio rural. O SENAR está presente em praticamente todos os municípios brasileiros. Graças a sua capilaridade, sua capacidade de articulação institucional e a sua interlocução permanente com o setor produtivo e com o setor acadêmico tem realizado um trabalho diferenciado e permanente, contribuindo significativamente para diminuir as enormes diferenças regionais e sociais deste país. Todas as ações de promoção social, capacitações e cursos do SENAR são oferecidos, de forma gratuita, a pessoas do meio rural associadas, direta ou indiretamente, aos processos produtivos agrossilvipastoris.

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3.3 HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL Desde a Lei (8.315, de 23 de dezembro de 1.991) de criação do SENAR, este tem como público-alvo conforme descrito no artº 3º do normativo de operacionalidade das ações do SENAR Goiás: I-Trabalhadores rurais em geral; II- Assemelhados a trabalhadores rurais; 1) - empregados de pessoas jurídicas de direito privado obrigadas à contribuição mensal compulsória para o SENAR ou a elas equiparadas, que exerçam atividades: a) agroindústrias, com atuação exclusivamente na produção primária de origem animal e vegetal; b) agropecuárias; c) extrativistas vegetais e animais; d) cooperativistas rurais; e) sindicais patronais rurais; 2) - produtores rurais como estes vocacionados a receberem os benefícios do ensino da formação profissional rural. 3) – usuários do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), nas condições a serem dispostas em instrumentos de cooperação celebrados entre os operadores do SENAR e os gestores dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo locais, em conformidade com o disposto no parágrafo único do art. 1º da Lei 8.315/91, incluído pela Lei 12.594/2012.

3.4 FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL

Rumo ao entendimento do ensino de FPR, a seguir descritas algumas das principais possibilidades do portfólio de ações do SENAR Goiás: I - Cursos e treinamentos de formação profissional rural (FPR) de curta duração com carga horária de 8 a 40 horas; II - Palestras; III - Seminários ou congressos de programação eminentemente técnica, voltada para a transmissão da informação e/ou qualificação e especialização do sistema produtivo rural, visando a produtividade e lucratividade em algumas das áreas mais preponderantes, tais como: agricultura, fruticultura, horticultura, silvicultura, pecuária, equideocultura, suinocultura, ovinocultura, aquicultura, piscicultura e outras. IV - Cursos e treinamentos de formação profissional rural (FPR) de média duração com a carga horária acima de 40 horas a não superior a 80 horas; V - Curso de qualificação profissional de longa duração, acima de 80 horas e não superior a 300 horas; VI - Curso técnico de formação profissional, para alunos concluintes do ensino fundamental, visando a dar ao concluinte uma habilidade técnica profissional oriunda da vocação geoeconômica, de conteúdo

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formal, com equivalência do ensino médio, reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação, com carga horária mínima de 800 horas.

3.5 PROMOÇÃO SOCIAL

A Promoção Social (PS) se fará por meio de atividades também consideradas como cursos e treinamentos (artesanatos diversos, alimentação complementar, cozinha rural, panificação rural, processamento caseiro dos frutos do cerrado, processamento caseiro de plantas medicinais e outros) com a carga horária de até 40 horas, sendo vedadas as ações caritativas ou de distribuição de alimentos e de bens de consumo.

3.6 DIAGNÓSTICO

Desenvolvimento rural é um desses temas permanentes com farta produção bibliográfica e presença constante nas agendas de debate da academia, governos e diversas esferas públicas. Nada de surpreendente neste fato, seja porque a importante participação do meio rural na formação das sociedades requer tratamento específico, seja porque subjacente ao tema do desenvolvi- mento rural se encontra a própria questão do desenvolvimento ou do ‘fazer desenvolvimento’. Como alertou Amartya Sen, é preciso admitir que o desenvolvimento é um “conceito incompleto” de forma permanente. Exceção feita, claro, aos adeptos de modelos axiomáticos e soluções fechadas. Assim entendido, o desenvolvimento rural constitui tema de reflexão constante que requer uma perspectiva de longo prazo capaz, ademais, de perceber as mudanças e permanências que coexistem no meio rural brasileiro, como em outros setores da sociedade. No período recente, novos atores sociais emergiram e identidades foram construídas, assim como se ampliaram e se diversificaram os instrumentos de ação pública refletindo a periódica renovação das compreensões sobre o meio rural e dos enfoques sobre os rumos antevistos ou desejados para as populações que nele vivem e trabalham. O SENAR foi criado para atender o setor rural, é uma entidade de direito privado, paraestatal, mantida pela classe patronal rural, vinculada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA e administrada por um Conselho Deliberativo tripartite. Integrante do chamado Sistema S, tem como função cumprir a missão estabelecida pelo seu Conselho Deliberativo, composto por representantes do governo federal e das classes trabalhadora e patronal rural. Têm a obrigatoriedade de organizar, administrar e executar em todo território nacional o ensino da formação profissional rural e da promoção social do trabalhador rural, em centros instalados e mantidos pela instituição ou sob forma de cooperação, dirigida aos trabalhadores rurais. O SENAR ajuda-nos a compreender a realidade rural brasileira, seus dilemas e possibilidades, elemento indispensável na desejada construção de uma sociedade mais justa, capaz de erradicar mazelas e promover condições dignas de vida.

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3.7 VERTENTES DE TRABALHO DO SENAR A Série Metodológica estabelece como vertentes de trabalho do SENAR no país a Formação Profissional Rural e a Promoção Social, sendo que estas se “configuram como processos educativos que contam com a participação de diversos parceiros e são realizadas [...] vislumbrando as necessidades do mercado de trabalho, as expectativas profissionais e sociais do público alvo e sua própria missão”.

3.8 PRINCÍPIOS NORTEADORES

3.8.1 Epistemológico A noção de desenvolvimento está atrelada a um contínuo de evolução, em que nós caminharíamos ao longo de todo o ciclo vital. Essa evolução, nem sempre linear, se dá em diversos campos da existência, tais como afetivo, cognitivo, social e motor. Este caminhar contínuo não é determinado apenas por processos de maturação biológicos ou genéticos. O meio (e por meio entenda-se algo muito amplo, que envolve cultura, sociedade, práticas e interações) é fator de máxima importância no desenvolvimento humano. Dessa forma, os seres humanos nascem “mergulhados em cultura”, e é claro que esta será uma das principais influências no desenvolvimento. Embora ainda haja discordâncias teóricas entre as abordagens que serão apresentadas adiante sobre o grau de influência da maturação biológica e da aprendizagem com o meio no desenvolvimento, o contexto cultural é o palco das principais transformações e evoluções do bebê humano ao idoso. Pela interação social, se aprende e se desenvolve, criando novas formas de agir no mundo, ampliando ferramentas de atuação neste contexto cultural complexo que recebeu cada indivíduo, durante todo o ciclo vital. 3.8.2 Desenvolvimento e aprendizagem: a Zona de Desenvolvimento Proximal Criança e o processo de ensino aprendizagem Em complemento à Série Metodológica do SENAR este tópico aborda o processo de aprendizagem de crianças, adolescentes, jovens e adultos “na esteira” de teóricos como Piaget e Vygotsky, sendo, portanto uma abordagem sócio interacionista, bem em consonância do “aprender a fazer fazendo” conforme preceitos do SENAR. Neste rumo, para J. Piaget (1996), dentro da reflexão construtivista sobre desenvolvimento e aprendizagem, tais conceitos se inter-relacionam, sendo a aprendizagem a alavanca do desenvolvimento; sendo este de extrema relevância para o desenvolvimento local ao qual as soluções ofertadas contribuem significativamente. A perspectiva piagetiana é considerada maturacionista, no sentido de que preza o desenvolvimento das funções biológicas – que é o desenvolvimento - como base para os avanços na aprendizagem. Já na chamada perspectiva sócio interacionista, sociocultural

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ou sócio histórica, abordada por L. Vygotsky, a relação entre o desenvolvimento e a aprendizagem está atrelada ao fato de o ser humano viver em meio social, sendo este a alavanca para estes dois processos. Isso quer dizer que os processos caminham juntos, ainda que não em paralelo. Entenderemos melhor essa relação ao discutir a Zona de Desenvolvimento Proximal - ZDP. Os conceitos sócios interacionistas sobre desenvolvimento e aprendizagem se fazem sempre presentes, impelindo-nos à reflexão sobre tais processos. Como lidar com o desenvolvimento natural do indivíduo e estimulá-lo pela aprendizagem? Como esta pode ser efetuada de modo a contribuir para o seu desenvolvimento global? Em Vygotsky, ao contrário de Piaget, o desenvolvimento – principalmente o psicológico/mental (que é promovido pela convivência social, pelo processo de socialização, além das maturações orgânicas) – depende da aprendizagem na medida em que se dá por processos de internalização de conceitos, que são promovidos pela aprendizagem social, principalmente aquela planejada no meio escolar. Dessa forma, para Vygotsky não é suficiente ter todo o aparato biológico da espécie para realizar uma tarefa se o indivíduo não participa de ambientes e práticas específicas que propiciem está aprendizagem. Não podemos pensar que a criança vai se desenvolver com o tempo, pois esta não tem, por si só, instrumentos para percorrer sozinha o caminho do desenvolvimento, que dependerá das suas aprendizagens mediante as experiências a que foi exposta. Neste modelo, o sujeito – no caso, a criança – é reconhecida como ser pensante, capaz de vincular sua ação à representação de mundo que constitui sua cultura, sendo a escola um espaço e um tempo onde este processo é vivenciado, onde o processo de ensino-aprendizagem envolve diretamente a interação entre sujeitos. Essa interação e sua relação com a imbricação entre os processos de ensino e aprendizagem podem ser melhor compreendidos quando nos remetemos ao conceito de ZDP. Para Vygotsky (1996), Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), é a distância entre o nível de desenvolvimento real, ou seja, determinado pela capacidade de resolver problemas independentemente, e o nível de desenvolvimento proximal, demarcado pela capacidade de solucionar problemas com ajuda de um parceiro mais experiente. São as aprendizagens que ocorrem na ZDP que fazem com que a criança se desenvolva ainda mais, ou seja, desenvolvimento com aprendizagem na ZDP leva a mais desenvolvimento, por isso dizemos que, para Vygotsky, tais processos são indissociáveis. É justamente nesta zona de desenvolvimento proximal que a aprendizagem vai ocorrer. A função de um educador escolar, por exemplo, seria, então, a de favorecer está aprendizagem, servindo de mediador entre a criança e o mundo. Como foi destacado anteriormente, é no âmago das interações no interior do coletivo, das relações com o outro, que a criança terá condições de construir suas próprias estruturas psicológicas. É assim que as crianças, possuindo habilidades parciais, as desenvolvem com a ajuda de parceiros mais habilitados (mediadores) até que tais habilidades passem de parciais a totais. Temos que trabalhar, portanto, com a estimativa das potencialidades da criança, potencialidades estas que, para tornarem-se desenvolvimento efetivo, exigem que o processo de aprendizagem, os mediadores e as ferramentas estejam distribuídas em um ambiente adequado (Vasconcellos e Valsiner, 1995). Temos, portanto,

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uma interação entre desenvolvimento e aprendizagem, que se dá da seguinte maneira: em um contexto cultural, com aparato biológico básico interagir, o indivíduo se desenvolve movido por mecanismos de aprendizagem provocados por mediadores.

Para Vygotsky, o processo de aprendizagem deve ser olhado por uma ótica prospectiva, ou seja, não se deve focalizar o que a criança aprendeu, mas sim o que ela está aprendendo. Em nossas práticas pedagógicas, sempre procuramos prever em que tal ou qual aprendizado poderá ser útil àquela criança, não somente no momento em que é ministrado, mas para além dele. É um processo de transformação constante na trajetória das crianças. As implicações desta relação entre ensino e aprendizagem para o ensino escolar estão no fato de que este ensino deve se concentrar no que a criança está aprendendo, e não no que já aprendeu. Vygotksy firma está hipótese no seu conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZDP). (Creche Fiocruz, 2004)

O contato com o pensamento de vigotskiano nos impõem um questionamento sobre a educação brasileira que se apoia em práticas sob o ponto de vista piagetiano, classificando as crianças em estágios de desenvolvimento para entender seu processo evolutivo, muitas vezes aleatoriamente, sem um profundo conhecimento dessa ou de qualquer outra prática pedagógica norteadora de sua práxis. Haja vista que as políticas educacionais no Brasil estão sempre fundamentadas em experiências de teóricos internacionais, sem termos a preocupação de conhecê-las a fundo, na sua essência; ao passo que as secretarias de educação ficam reproduzindo, sem muita propriedade ou acompanhamento pedagógico adequado. Na teoria sócio interacionista, que teve em Vygotsky seu maior expoente, uma nova abordagem fica evidenciada. Seus pressupostos partem da ideia de homem enquanto corpo e mente, enquanto ser biológico e social e enquanto participante de um processo histórico cultural. O mesmo teórico ainda defende o conceito de:

Contínua interação entre as mutáveis condições sociais e as bases biológicas do comportamento humano. Partindo de estruturas orgânicas elementares, determinadas basicamente pela maturação, formam-se novas e mais complexas funções mentais, a depender das experiências sociais a que as crianças se acham expostas." (Davis & Oliveira, 1993).

Andragogia a as habilidades de aprendizagem Por que aprender? Considerando-se que o público atendido pelo Programa Agrinho é composto por uma variedade etária que abrange desde educação infantil até educação de adultos - que não tem limite de idade - destaca-se que mundo moderno, de modo geral, e o mundo dos negócios, de modo particular, exigem das pessoas um constante aprendizado, para que elas obtenham cada vez mais sucesso ou, no mínimo,

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não se sintam marginalizadas e sem oportunidades. Estamos na era do “Lifelong Learning”, ou educação continuada. Aprendizagem refere se à aquisição cognitiva, física e emocional, e ao processo de habilidades e conhecimento em diversas profundidades, ou seja, o quanto uma pessoa é capaz de compreender, manipular, aplicar e/ou comunicar esse conhecimento e essas habilidades. A aprendizagem apresenta três diferentes dimensões ou domínios: cognitivo, físico e emocional. O domínio físico está intrinsecamente ligado aos sentidos físicos que todas as pessoas possuem: visão, audição, paladar, tato e olfato. Apesar de se usar todos os sentidos durante o processo de aprendizagem, acaba-se por escolher uma forma presencial para coletar informações que nos sãos disponíveis para processa-las. Essas preferências são representadas pelos estilos visual, auditivo e tátil- sinestésico de aprendizagem. As pessoas com estilos predominante visual usam os olhos para aprender, ou seja, o uso de qualquer tipo de suporte visual melhora o aprendizado, como ler um texto escrito, assistir a um vídeo ou ver gráficos, figuras ou uma apresentação em PowerPoint. As pessoas com estilo predominante auditivo, prefere usar a audição para aprender, ou seja, têm mais facilidade de captar a informação quando escutam uma apresentação oral do que quando lê algo sobre o assunto; aprendem mais quando conversam sobre determinado material com outras pessoas ou com elas próprias. As pessoas com estilo predominante tátil- sinestésico gostam de “pôr a mão na massa” para conseguir aprender melhor, ou seja, executar uma atividade, praticar uma habilidade, desempenhar algum esforço físico. O domínio cognitivo está relacionado à forma como uma pessoa pensa. Referir se a alguém com um estilo de aprendizagem cognitivo significa que sua abordagem preferencial para a aprendizagem está centrada no aspecto mental. Embora todas as pessoas usem o pensamento para aprender, para alguns de nós o processamento da informação que coletamos, para aumentar nosso conhecimento ou para desenvolver nossas habilidades pode estar mais concentrado nos domínios físico ou emocional. Somente algumas pessoas têm a predominância mental no processo de aprendizagem, dando ênfase à resolução de problemas, ao brainstorming e a outras atividades cognitivas. O domínio emocional refere se à forma como nos sentimos em termos psicológicos e fisiológicos. Dentre os fatores fisiológicos que influenciam nossos sentimentos devem ser considerados fatores internos que diminuem a nossa capacidade de aprender, como a fome, a sede, a fadiga e a doença; e fatores externos que envolvem preocupações com o conforto ambiental, como temperatura, luminosidade, distrações, espaço físico adequado e etc. Os fatores psicológicos que podem afetar nosso aprendizado também podem ser divididos em internos (estilo pessoal de outra pessoa, situações estressantes na vida pessoal e profissional, apoio por partes dos demais etc.).

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Abordagens usadas para a aprendizagem Durante anos o ensino e a aprendizagem foram considerados intimamente ligados, ou seja, para acontecer aprendizagem era necessário que houvesse ensino e vice-versa. Isso se dava principalmente em função de haver uma crença de que aprendizagem era centrada no professor, que assumia total responsabilidade e controle pelo processo. Isso caracterizava a chamada pedagogia, cujo significado, para muitas pessoas, confundia se com o de ensinar. Mais recentemente, percebeu se que as pessoas, com o aumento da sua maturidade e consequente acúmulo de experiências e desenvolvimento de uma postura crítica, têm necessidade de participar de modo mais ativo do processo de ensino aprendizagem, o que acabou criando motivação para o estudo do problema do aprendizado de adultos e para o surgimento de novas abordagens para aprendizagem, como a andragogia e a heutagogia. Até hoje, muitas escolas e universidades referem- se à aprendizagem como uma atividade puramente pedagógica. Isso pode ser confirmado pela terminologia frequentemente utilizada no dia a dia do mundo escolar e acadêmico (projeto pedagógico, coordenação pedagógica e assim por diante). O fato é que nem sempre estamos realmente diante de uma situação para qual a pedagogia é a melhor forma de conduzir a aprendizagem. Pedagogia, andragogia e heutagogia Pedagogia significa, literalmente, a arte e a ciência de educar crianças. De maneira mais precisa, a pedagogia representa a educação centrada no professor. No modelo pedagógico de aprendizagem, os professores assumem total responsabilidade para tomar decisões sobre o que será aprendido, como e quando isso vai acontecer. Essa ciência baseia se na suposição de que os alunos ou aprendizes ainda não têm maturidade suficiente para se preparar para a vida e tomar as decisões certas e, portanto, devem aprender somente aquilo que é decidido e ensinado pelos professores. Entretanto, até recentemente, o modelo pedagógico era aplicado tanto ao ensino de crianças quanto aos de adultos, de modo indiscriminado. Isso era capaz de tolher algumas características presentes em muitos adultos, como a independência e a responsabilidade por seus próprios atos, pois os adultos, em grande parte, são motivados a aprender pela oportunidade de resolverem melhor os problemas que se apresentam em sua vida e, por causa disso, querem controlar o conteúdo do aprendizado. O modelo pedagógico, no entanto, não considera as mudanças que ocorreram no ser humano quando ela passa da infância para adolescência e depois para a fase adulta, e isso pode criar resistência ao aprendizado nos adultos. Já a andragogia, inicialmente definida como a arte e a ciência de ajudar os adultos a aprender, por Malcolm Knowles, na primeira edição de seu livro The modern practice of adult education: andragogy versus pedagogy, apresenta-se, atualmente, como uma alternativa à pedagogia e se refere a educação centrada no aprendiz para as pessoas de todas as idades. No modelo andragógico de aprendizagem, a responsabilidade pela aprendizagem é compartilhada entre professor e aluno, o que cria um alinhamento entre essa abordagem e a maioria dos adultos, que busca independência e responsabilidade por aquilo que julga ser importante aprender.

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Um novo termo designado heutagogia foi recentemente criado para representar uma abordagem de aprendizagem na qual o aprendiz está sozinho no processo, ou seja, não existe a figura do professor facilitador. Segundo Hase e Kenyon 2000, a heutagogia seria a abordagem ideal para as necessidades de aprendizagem das pessoas no século XXI, pois estaria plenamente alinhada com as novas tecnologias de educação, como a internet, as aplicações multimídia e os ambientes virtuais, que estimulam um desenvolvimento individualizado de competências. A mudança dos padrões do trabalho de profissionais com habilidades técnicas e físicas para posições que se baseiam no conhecimento, e da concentração das atividades econômicas do setor industrial para a área de serviços criou uma grande demanda para o auto aprendizado com base na heutagogia. Atuação dos educadores O posicionamento adequado no contínuo pedagógico andragógico pode ser influenciado por uma série de fatores, mas, acima de tudo, é necessário que o educador tenha uma postura proativa. Essa pro-atividade pode e deve ser expressa de diversas formas:

1- Cabe ao educador ‘ler’ a turma, ou seja, a primeira coisa que deve ser feita ao iniciar uma atividade de aprendizagem é procurar conhecer quem são as pessoas do outro lado, os aprendizes. Deve se levantar sua formação e experiências anteriores, procurar conhecer e entender suas expectativas e, acima de tudo, preparar uma abordagem ‘customizada’ que atenda aquele grupo em particular em suas necessidades de aprendizado. Isso significa que um professor considerado magnífico por um determinado grupo de alunos pode ter um desempenho desastroso, na opinião de outro grupo, se simplesmente repetir a abordagem utilizada para a aprendizagem do primeiro grupo. A diversidade é uma das principais características do mundo onde se vive;

2- O educador deve demonstrar que acredita na capacidade dos alunos em aprender. Essa postura também conhecida como efeito Pigmalião ou profecia auto realizada;

3- O educador deve procurar contextualizar a aprendizagem. Fica muito mais interessante para o aprendiz saber onde aquele conhecimento que é adquirido pode e poderá ser usado, tanto em sua vida pessoal quanto profissional. Assim, estimulam-se os aprendizes a deixar um foco dualista na direção de um foco relativista, no qual o que é aprendido faz sentido e deve ser trabalhado, avaliado e modificado em função das necessidades cotidianas de crescimento.

Nesta perspectiva de desenvolvimento e aprendizagem de crianças, adolescentes, jovens e adultos, o SENAR trabalha com foco em desenvolver competências para que o alunado seja protagonista da ação e mobilizador de recursos para solucionar situações problemas. Neste sentido, a seguir a estrutura de gestão das ações disponibilizadas, e que conta com áreas meio e fim, cujos esforços de cada equipe fazem com que o planejado seja executado de maneira a atender o produtor e o trabalhador rural e seus familiares.

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3.9 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

No âmbito da organização curricular, o SENAR Goiás, segue as orientações da LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e Série Metodológica (diretrizes educacionais do SENAR Central) que orientam para uma base nacional que contenha a dimensão da construção de competências e habilidades básicas como objetivo do processo de aprendizagem. Dessa forma, destaca diretrizes curriculares que apontam para um planejamento e desenvolvimento do currículo de forma orgânica, “superando a organização por disciplinas estanques e revigorando a integração e articulação dos conhecimentos num processo permanente de interdisciplinaridade e transdiciplinaridade” (Petry, 2002).

3.10 AVALIAÇÃO

O sistema de avaliação abrange duas grandes partes: nível de desempenho do curso e nível de desempenho do alunado. Dessa forma se propõe a trazer em seus resultados as conclusões relevantes para o aperfeiçoamento daquilo que foi o objeto de indagação da avaliação.

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Decisões efetivas só podem ser tomadas quando as informações que as incrementam são portadoras de embasamentos sólidos, porque resultante da análise global e ininterrupta das variáveis e dos indicadores apontados. “A avaliação é o processo de delinear, obter e prover informações úteis para julgar alternativas de decisão” (BEAM, 2002). Considera-se, assim, a avaliação como meio facilitador da realização total do projeto de ensino, de modo que cada etapa em que o discente se encontre seja um degrau na construção do conhecimento, mediado pelo professor / mediador. 4. PROGRAMA AGRINHO

Atuando de forma descentralizada em relação à Administração Central, a Administração Regional de Goiás busca disseminar de forma abrangente a educação ao homem do campo, contribuindo com o fomento do setor. Por este motivo, o SENAR desenvolve ações de educação e responsabilidade social que visam o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos naturais. Neste contexto, dentre os demais programas e ações do SENAR, iniciou-se em Goiás o Programa Agrinho, que confirma o compromisso da entidade para com seus representados e junto à sociedade de forma geral. Criado em 1995 no Estado do Paraná, a partir da necessidade de se conscientizar os trabalhadores rurais que estavam apresentando graves problemas de intoxicação, inclusive com alguns casos de morte, devido à reutilização das embalagens de defensivos agrícolas. Percebeu-se naquela época que este problema se dava devido ao baixo grau de escolaridade desses trabalhadores, que na sua maioria não conseguiam ler as instruções das embalagens desses produtos. Mediante este cenário, e com o intuito de erradicar o problema e garantir a prevenção para as futuras gerações, o SENAR Paraná desenvolveu o programa nas escolas do campo localizadas naquele Estado. Com o sucesso alcançado, consolidou-se como um eficiente instrumento de operacionalização na discussão de temas de relevância social abordados na escola, dentro dos currículos escolares. A expansão do Programa Agrinho do campo para a cidade se deu naturalmente devido ao grande alcance de seus resultados. Em Goiás passou a ser desenvolvido desde o ano de 2008 pelo SENAR em parceria com a FAEG e Sindicatos Rurais. Indiretamente, a participação dos governos estadual e municipais (por meio de suas secretarias, especialmente de educação e meio ambiente) e diretamente, por meio de diversas empresas e instituições privadas. A cada ano a proposta do tema mudará o foco das discussões e das ações na instituição de ensino para com a sociedade, embora tenha sempre como eixo norteador a questão ambiental. Constituir-se-á como sendo um conjunto de ações de educação que tem como lema: Saber atuar para

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melhorar o mundo. Contribuirá com o ensino público e privado do Estado de Goiás com ações de formação de professores e desenvolvimento de projetos, sendo que a cada ano trabalhará com temática específica, cujo histórico será relacionado mais adiante. A proposta será disponibilizar a alunos de educação especial, educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e ensino superior, bem como egressos do SENAR, informações relacionadas a assuntos diversos como: empreendedorismo, sustentabilidade, ética, cidadania, meio ambiente, saúde e responsabilidade social. Deste modo contribuirá para o desenvolvimento de um conceito de ensino mais abrangente, abordando os conteúdos propostos de forma transversal às disciplinas obrigatórias, atendendo às necessidades de cada comunidade no exercício e vivência de valores. A cada ano será escolhido um tema, trazendo sempre para a instituição discussões e reflexões concatenadas e atuais. No decorrer dos anos em que o programa foi desenvolvido em Goiás os trabalhos desenvolveram-se acerca dos seguintes temas, como se segue:

● 2008: Água, agrotóxicos, agricultura, seus valores e resíduos sólidos; ● 2009: Meio ambiente: água, solo e agricultura, resíduos sólidos, agrotóxicos, mudanças

climáticas e biodiversidade; ● 2010: Ética, cidadania e meio ambiente; ● 2011: Alimentação saudável e meio ambiente; ● 2012: Empreendedorismo e meio ambiente; ● 2013: Responsabilidade social e meio ambiente; ● 2014: Esporte, lazer, cidadania e meio ambiente; ● 2015: Saúde, qualidade de vida e meio ambiente; ● 2016: Água: preservação e uso no campo e na cidade; ● 2017: Fontes de energias renováveis; ● 2018: O Brasil que queremos: seja protagonista!

No decorrer de seus primeiros nove anos de atuação no Estado de Goiás o Programa Agrinho esteve presente na totalidade dos 246 municípios, atingindo 100% do território goiano. Assim, propor-se-á uma "ruptura com as propostas pedagógicas tradicionais que fragmentam o processo educacional, compartimentando os conteúdos em estruturas disciplinares” Torres (2007), se desenvolvendo a partir de temas pertinentes a um determinado eixo de trabalho, podendo ainda haver outros eixos a serviço de um mesmo projeto de estudo.

4.1 JUSTIFICATIVA

De acordo com Romanelli (2010), a educação para o desenvolvimento, numa realidade complexa, como é a brasileira, teoricamente não é um conceito fácil de se construir, já que se trata de pensar em educação num contexto profundamente marcado por desníveis. E pensar em educação num contexto é pensar esse contexto mesmo: a ação educativa se processa de acordo com a compreensão que se tem da realidade social em que se está imerso. A educação brasileira tem como grande desafio promover a aprendizagem de todos os alunos e lhes

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assegurar uma trajetória de sucesso. Esta trajetória só será possível se o aspecto pedagógico, tido como central, fizer parte de uma gestão que priorize formas de pensar, sentir e atuar para garantir a permanência do aluno no ambiente escolar. Neste rumo, de acordo com o livro Alguns Fios para Entretecer o Pensar e o Agir, base teórica da metodologia do Programa Agrinho, pretende-se que seu conjunto de atividades promova uma forma de buscar, de forma dinâmica e participativa, uma "transposição" entre a teoria e a prática e proporcionar uma educação mais crítica e reflexiva que desenvolva maior criatividade, autonomia e o comprometimento na relação ensino-aprendizagem entre professor e aluno. Assim, trabalhar com a metodologia do Programa Agrinho, por meio da pedagogia de projetos, implica em considerar e otimizar a ação educativa, propondo por acréscimo novas atividades às ações que são inerentes ao cotidiano da instituição. Processo que vem se mostrando, na prática, eficiente e transformador de realidades. O SENAR Goiás em parceria com a FAEG e empresas parceiras desenvolve o Programa Agrinho mediante uma metodologia didática, buscando reduzir estas diferenças, formando cidadãos autônomos, capazes de atuar com competência e dignidade no exercício de seus direitos e deveres, assumindo a valorização cultural e social graças aos temas transversais que são trabalhados nas instituições de ensino com foco no Agronegócio, especialmente no que se refere a agricultura, pecuária e floresta e no desenvolvimento sustentável do Estado de Goiás. O grande diferencial do programa é a confiança e o respeito que este desperta naqueles que passam a conhecê-lo e se concretiza em razão do reconhecimento das ações desempenhadas pelo SENAR Goiás e pela FAEG. Deste modo, no que tange à metodologia educacional, o SENAR desenvolve e dissemina nos ambientes reais de trabalho e de estudo ações baseadas em princípios pedagógicos e andragógicos, que “primam por estratégias que conjugam teoria e prática, a experiência do educando e atuação do educador, possibilitando ainda que o participante contextualize e aplique, de forma efetiva e eficaz, as suas competências” (SENAR, 2013). Assim, o Programa Agrinho surge nesse cenário de necessidade de aliar teoria e prática no âmbito educacional formal e não-formal, de modo que a Promoção Social, enquanto vertente de trabalho do SENAR, se efetive junto ao público atendido. Por conseguinte, percebe-se que a cada ano aumenta a participação de alunos, professores, instituições de ensino e municípios fazendo com que o SENAR redobre seus esforços para atender a essa crescente demanda. Assim, o programa vem sendo reconhecido em grande parte do território goiano, beneficiando as comunidades nas quais ele se instala. A título de demonstração, a planilha seguinte apresenta seu crescimento, com os dados compilados até o momento de edição desse documento:

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Ano

Indicador 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Total

Aluno 19.531 98.441 250.000 350.000 250.000 350.000 356.340 236.040 146.924 1.821.236

Professor 1.021 3.511 10.000 15.500 7.000 10.000 11.878 11.802 11.904 82.616

Município 27 87 137 149 158 196 182 188 206 219 246

Instituição de ensino

- 510 1.136 1.403 1.052 1.200 1.316 596 1.497 8.710

4.2 OBJETIVOS

4.2.1 Objetivo geral Incentivar a prática pedagógica por meio de projetos que contemplem a construção do conhecimento, proporcionando a inserção de temas de relevância social, cultural, econômica, política e ambiental, visando melhorias constantes de hábitos e atitudes. 4.2.2 Objetivos específicos

Promover novas práticas pedagógicas; Despertar iniciativas empreendedoras; Contribuir para a formação integral do cidadão; Contribuir na formação de alunos e professores pesquisadores, com os sujeitos realizadores

da história atual; Promover maior integração entre instituições, professor, aluno e comunidade; Fomentar o agronegócio na comunidade educacional, primando pela sustentabilidade e

qualidade de vida. 4.3 PÚBLICO-ALVO

Gestores educacionais, professores e alunos da educação especial, educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação de jovens e adultos (EJA) e ensino superior das redes pública e privada de ensino no Estado de Goiás serão contempladas atendendo também egressos de cursos, treinamentos e programas ofertados pelo SENAR Goiás (que tenham concluído ou estejam cursando o ensino médio) e pessoas atendidas em ambientes educacionais como: CRAS – Centro de Referência de Assistência Social e CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social e outros que atuem em projetos de educação, além da comunidade em geral.

4.4 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES 4.4.1 Formador Educador com formação superior, capacitado pelo SENAR Goiás, ministrará formação inicial para

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coordenadores pedagógicos (preferencialmente), professores, gestores e demais agentes educacionais que atuarão na implantação (ou implementação) do Programa Agrinho em cada instituição participante. Também, ministrará palestra de sensibilização para a comunidade escolar/acadêmica. 4.4.2 Agente Educacional Coordenador pedagógico (preferencialmente), gestor, docente e demais agentes que atuam em instituições públicas e privadas com alunos de educação especial, educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação de jovens e adultos (EJA) e ensino superior. Estes agentes desenvolverão projetos nas instituições, com temática do ano para o programa. 4.4.3. Discente/Egresso do SENAR Goiás Aluno das modalidades de ensino que participarão das categorias do programa que são direcionadas a matriculados de educação especial, educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação de jovens e adultos, ensino superior das redes pública e privada de ensino, egressos do SENAR Goiás, bem como participantes de projetos em ambientes educacionais. 4.4.4 Amigo Agrinho Pessoas físicas e jurídicas, agente educacional (servidor em educação, gestor educacional), aluno e familiares e sociedade em geral, e que contribua de alguma forma de ações desenvolvidas pelas instituições participantes, bem como das demais ações do Programa Agrinho que forem realizadas em âmbito estadual e municipal.

4.5 RECURSO FINANCEIRO

Para a viabilização do Programa Agrinho, o SENAR Goiás disponibilizará recurso financeiro cujo montante será definido previamente conforme seu Plano Anual de Trabalho (PAT), contemplando cada uma das etapas descritas logo adiante. O planejamento prevendo valores destinados para sua execução será especificado no plano de ação de cada edição anual, por etapa. O SENAR e a FAEG contam também com parcerias de empresas e instituições, captadas por meio do setor de negócios da FAEG, e que são firmadas no decorrer de cada ano, ocasião em que tais empresas informam o valor e a forma como poderão contribuir. Esses recursos financeiros são utilizados prioritariamente na aquisição dos prêmios entregues aos melhores trabalhos classificados no concurso, relacionados em regulamento.

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4.6 ETAPAS DO PROGRAMA

4.6.1 Etapa I – lançamento de edição anual e capacitação de formador A cada ano será lançada edição correspondente em torno da temática escolhida para o ano. Do evento de lançamento participarão presidentes de sindicatos rurais e demais instituições parceiras, prefeitos e secretários municipais, vereadores, gestores educacionais, professores, alunos e demais interessados em conhecer e aderir ao programa. Na ocasião poderão ser assinados termos de adesão de parte dos interessados, firmando-se parcerias com as instituições realizadoras. Capacitação de formador com a carga horária de trinta e duas horas, podendo contemplar evento de lançamento e será destinada para educadores do SENAR (pessoa jurídica). Os mesmos participarão de capacitação, que será ministrada por colaboradores do SENAR Goiás, primando-se por conhecimento metodológico, da proposta pedagógica do programa e do regulamento do concurso, acerca da temática do ano. Concluída a capacitação dos educadores/instrutores, estes, ministrarão a formação inicial para os agentes educacionais nos municípios. A formação da turma ficará sob responsabilidade de entidade mobilizadora, especialmente de sindicato rural, nos municípios em que houver parceria firmadas entre estes e o SENAR Goiás. Nos demais municípios, será viabilizada como uma ação direta com a prefeitura ou outra instituição interessada na implantação do programa ou, ainda, atendida por sindicato rural de município vizinho. 4.6.2 Etapa II – formação inicial e continuada de agente educacional Cada educador/instrutor ministrará formação inicial com carga de 8 horas para coordenador pedagógico, professor e gestor de instituições públicas e privadas que implantarão (ou implementarão) o programa em cada município, contando com programação focada na metodologia em temática do ano. O material didático-pedagógico necessário para esta formação será disponibilizado pelo SENAR Goiás para desenvolvimento de projetos nas instituições participantes. Por se tratar de metodologia baseada na construção do conhecimento que se dá pelo desenvolvimento de experiências na sala de aula e fora dela, os agentes educacionais e os demais envolvidos de cada instituição poderão elaborar e executar projetos que promovam essa construção e que envolvam a comunidade no decorrer de suas atividades. Por seu caráter multi/transdiciplinar, é possível inserir o tema a ser abordado durante o ano letivo nas diversas disciplinas do currículo educativo, promovendo a integração efetiva da comunidade educacional, especialmente de educadores e alunos. Para a comunidade escolar/acadêmica será ministrada palestra de apresentação do Programa Agrinho, sensibilizando-a a colaborar para o sucesso deste em cada instituição participante. A palestra citada poderá ser ministrada por colaborador interno, coordenador regional, educador/instrutor ou outro habilitado para tal.

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4.6.3 Etapa III – Concurso Agrinho Esta etapa servirá para analisar os trabalhos enviados ao SENAR Goiás pelos participantes do concurso, que encaminharão de acordo com regulamento próprio. Uma comissão, composta por representantes das áreas técnica e pedagógica do SENAR Goiás, será responsável por todo o processo de análise dos trabalhos juntamente com avaliadores, sendo estes contratados para esta finalidade, bem como estudantes de universidades parceiras do SENAR Goiás. Serão identificados e classificados trabalhos que atenderam ao tema proposto no ano em curso e que seguiram as orientações abordadas nesse documento e critérios contidos no regulamento do concurso. A cada ano esta avaliação vem se mostrando mais complexa, devido à elevação do nível dos trabalhos, uma vez que os participantes concebem que o Programa Agrinho contribui para mudanças significativas na qualidade de vida das comunidades nas quais é implantado. Para a realização do concurso, a cada ano será atualizado regulamento pertinente ao tema, sendo que deste constarão as especificações para cada categoria, além dos itens obrigatórios e desclassificatórios. Categoria Município Agrinho Concorrerão municípios goianos e suas instituições (escolas, universidades, sindicatos, CRAS, CREAS,

secretarias municipais e outras instituições que lidem com educação em suas ações) das redes pública

e privada, tendo como pré-requisito que pelo menos um agente educacional tenha participado e

concluído a formação inicial ministrada pelo SENAR Goiás.

Cada instituição participante registrará, por meio do relato dos trabalhos desenvolvidos, como

ocorreram as iniciativas de discussão, debate, reflexão e demais atividades desenvolvidas pelos

educadores e seus alunos, juntamente com toda a comunidade escolar/acadêmica. Desenho e

Redação das instituições de ensino.

O empreendimento de ações educativas por meio de projeto de estudo tem pelo menos dois objetivos

principais: tornar aprendizagem mais significativa e colocar o discente na posição de estudioso de

determinado assunto. Em ambas as situações, oportunizando os agentes envolvidos (discente e

docente) o exercício consciente do pensamento reflexivo.

Ademais, com projeto se cresce cognitivamente devido a vivência de experiências positiva de

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confronto de idéias com colegas e professores, familiares e sociedade em geral, permitindo que se

decida e se comprometa com as escolhas, construindo, assim, o próprio conhecimento e difundindo-

o.

Categoria Agrinho Jovem

Concorrerão alunos de ensino médio (regular, educação especial e educação de jovens e adultos) e de

ensino superior, (de qualquer área), em instituições públicas e privadas, bem como egressos de ações

ofertadas pelo SENAR Goiás (com ensino médio completo ou ensino superior) objetivando o despertar

do empreendedorismo sustentável durante a construção de plano simplificado de negócio.

Independente de idade e formação, conhecimento, de fato, é libertador; coloca o indivíduo em posição

diferenciada e promove a inclusão, numa infinidade de contextos. Em consonância com o contexto de

empreendedorismo sustentável e à luz das observações explicitas sobre a intencionalidade do

Programa Agrinho, perpassando pela formação plena do educando, a proposta pedagógica que norteia

também essa categoria contempla os quatro pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a

fazer, aprender a viver e aprender a ser, uma vez que, a trajetória da aprendizagem cognitiva, alinha-

se a possibilidade da ação, intimamente ligada a capacidade do indivíduo de conviver, resolver

conflitos e apurar sua criticidade, tornando-se autônomo, consciente e proativo na sociedade.

Categoria Desenho Concorrerão alunos de educação especial (sem limite de idade), educação infantil (4 e 5 anos) e ensino fundamental (1º e 2º anos). Mostrará por meio da arte o resultado do trabalho desenvolvido ao longo do ano letivo pelos professores, monitores e seus alunos acerca de temática proposta pelo programa, caracterizando-se como registro de experiência vivenciada durante a execução do projeto da categoria Município Agrinho e deverá ser encaminhada como anexo do relatório deste. As Artes Visuais expressam, comunicam e atribuem sentido a sensações, sentimentos, pensamentos e realidade por meio da organização de linhas, formas, pontos, tanto bidimensional como tridimensional, além de volume, espaço, cor e luz na pintura, no desenho, na escultura, na gravura, na arquitetura, nos brinquedos, bordados, entalhes etc. O movimento, o equilíbrio, o ritmo, a harmonia, o contraste, a continuidade, a proximidade e a semelhança são atributos da criação artística. A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, intuitivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação social, conferem

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caráter significativo às Artes Visuais. Este cenário está presente no cotidiano da vida infantil. Ao rabiscar e desenhar no chão, na areia e nos muros, ao utilizar materiais encontrados ao acaso (gravetos, pedras, carvão), ao pintar os objetos e até mesmo seu próprio corpo, a criança pode utilizar-se das Artes Visuais para expressar experiências sensíveis. Desenho é uma forma de manifestação da arte; o artista transfere para o papel imagens e criações da sua imaginação. É basicamente uma composição bidimensional (algo que tem duas dimensões) constituída por linhas, pontos e forma. Categoria Redação Concorrerão alunos do 3º ao 9º ano do ensino fundamental. Provocará leituras literárias, leituras do material de apoio e de textos variados que abordem a temática proposta a cada ano. Em decorrência acontecerão discussões, debates, reflexões, exercícios de escrita e reescrita das redações, para que esse processo de formação contribua de maneira significativa para mudanças de comportamento na comunidade educativa e para a melhoria da educação em Goiás. Esta categoria configura-se como registro de experiência vivenciada durante a execução do projeto da categoria Município Agrinho e deverá ser encaminhada como anexo do relatório deste. Gêneros textuais Como nos ensina Bakhtin (2000), gêneros textuais definem-se principalmente por sua função social. São textos que se realizam por uma (ou mais de uma) razão determinada em uma situação comunicativa (um contexto) para promover uma interação específica. Trata-se de unidades definidas por seus conteúdos, suas propriedades funcionais, estilo e composição organizados em razão do objetivo que cumprem na situação comunicativa. Na categoria Redação são trabalhados seis gêneros textuais: carta, poema, diário pessoal, artigo de opinião, conto e crônica. Carta: A carta é um gênero textual que visa a comunicação escrita e pode ser de diversos tipos: carta familiar ou pessoal, de agradecimento, de reclamação, de amor, etc. Em todas, o que se pretende é estabelecer um diálogo entre o remetente e o destinatário. Faz parte da composição de uma carta os seguintes elementos:

• local e data - essas referências ficam no início da carta, em geral à esquerda; • vocativo - em geral, usa-se um termo de cortesia como "Prezado", "Caro", mas pode-se usar

somente o nome do destinatário (depois do vocativo, pode-se colocar vírgula, dois pontos ou pode não haver pontuação);

• texto - refere-se à introdução e ao desenvolvimento da carta;

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• desfecho - finaliza o texto da carta; • despedida e a assinatura - a despedida varia de acordo com o grau de intimidade entre as

pessoas, por isso pode ser formal ou informal, cerimoniosa ou afetuosa, e a assinatura contém apenas o nome do remetente.

- P.S. - A expressão latina Post Scriptum (P.S.) significa "depois do escrito". É utilizada depois da assinatura para acrescentar algo importante de que se tenha esquecido. Poema: é uma obra literária que pertence ao gênero da poesia, e cuja apresentação pode surgir em forma de versos, estrofes ou prosa, com a finalidade de manifestar sentimento e emoção. Um poema possui extensão variável e ao longo do texto expõe temas variados em que há enredo e ação, escritos em uma linguagem que emociona e sensibiliza o leitor. O texto poético tem uma forte relação com a música, a arte e a beleza. A poesia presente no texto é a componente que distingue o poema. Existem vários poemas que foram convertidos em canções, porque foi acrescentada música. Geralmente se apresenta em forma de versos e estrofes com rima e ritmo. A prosa poética tem o caráter de poesia devido ao efeito emocional provocado pela linguagem. A palavra "poema" deriva do verbo grego "poein" que significa "fazer, criar, compor". A literatura grega teve grande importância nas composições literárias de várias épocas e culturas. Na Grécia Antiga, todas as produções literárias - os gêneros épico, lírico e dramático - eram consideradas poemas. Os poemas de Homero presente nas obras Ilíada e Odisseia são considerados os primeiros grandes textos épicos ocidentais. O poema lírico, que era assim designado por ser cantado ao som da lira (instrumento musical), originou o gênero de arte que hoje se entende como lírico. Os poemas dramáticos eram escritos em forma de verso para serem encenados. No Brasil, alguns dos poetas ou poetisas mais famosos são Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Clarice Lispector, Ferreira Gullar, etc. Também com poemas em português, Fernando Pessoa é um dos poetas mais reconhecidos em todo o mundo. Em Goiás, destaques como Cora Coralina, José Godoy Garcia, Bernardo Élis, José Mendonça Teles e Léo Lince contribuem para a rica produção literária e inspiram novos escritores. Diário: é um tipo de texto pessoal em que uma pessoa relata experiências, ideias, opiniões, desejos, sentimentos, acontecimentos e fatos do cotidiano.

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As principais características dos diários são: Relatos pessoais; Histórias verídicas; Registro de acontecimentos; Escritos em primeira pessoa; Registros em ordem cronológica; Caráter intimista e confidente; Subjetividade e espontaneidade; Escrita confessional; Vocabulário simples; Presença de vocativo; Linguagem informal; Textos assinados.

Embora não apresentem uma estrutura fixa, os textos dos diários podem ser estruturados da seguinte maneira:

Data e local: são indicadas no início do texto o local e a data em que foi escrito, como numa carta.

Vocativo: geralmente é incluído no começo do texto como: “Querido diário”, “Querido amigo diário”. Em alguns casos, as pessoas preferem inventar um nome fictício para ele, como se fosse um amigo íntimo.

Corpo de texto: onde se desenvolvem os relatos diários, as ideias, sensações do autor. Assinatura: normalmente, os diários são assinados a cada dia. No final do texto, aparecem o

primeiro nome do autor. Antes disso, alguns apresentam uma expressão de despedida: “Boa noite”, “Abraços”, “Até amanhã”.

Artigo de opinião: é um gênero textual pertencente ao âmbito jornalístico e tem por finalidade a exposição do ponto de vista acerca de um determinado assunto. Compõe de um título, um parágrafo introdutório o qual se caracteriza como sendo a introdução, ao explanar de forma geral sobre o assunto do qual discutirá. Conto: é uma obra de ficção, um texto ficcional. Cria um universo de seres e acontecimentos de ficção, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e enredo. Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pequena extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma estrutura fechada, desenvolve uma história e tem apenas um clímax. Num romance, a trama desdobra-se em conflitos secundários, o que não acontece com o conto. O conto é conciso. Por outro lado, o conto é um gênero literário que apresenta uma grande flexibilidade, podendo se aproximar da poesia e da crônica. Os historiadores afirmam que os ancestrais do conto são o mito, a

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lenda, a parábola, o conto de fadas e mesmo a anedota. Crônica: é um gênero que tem relação com a ideia de tempo e consiste no registro de fatos do cotidiano em linguagem literária, conotativa. A origem da palavra crônica é grega, vem de chronos (tempo), é por isso que uma das características desse tipo de texto é o caráter contemporâneo. A crônica pode receber diferentes classificações:

Lírica, em que o autor relata com nostalgia e sentimentalismo; Humorística, em que o autor faz graça com o cotidiano; Crônica-ensaio, em que o cronista, ironicamente, tece uma crítica ao que acontece nas

relações sociais e de poder; Filosófica, reflexão a partir de um fato ou evento; Jornalística, que apresenta aspectos particulares de notícias ou fatos, pode ser policial,

esportiva, política. Critérios de Avaliação Durante a análise dos trabalhos, a banca examinadora seguirá critérios estabelecidos previamente no regulamento do concurso. Os procedimentos para tal finalidade comporão plano de trabalho da etapa III do programa. Análise dos trabalhos Cada trabalho será analisado conforme metodologia estabelecida pelo SENAR Goiás, por avaliadores identificados, selecionados e recrutados para o certame de avaliação e seguindo critérios estabelecidos em regulamento. 4.6.5 Etapa IV – Premiação Serão premiados o primeiro lugar de cada categoria em cada regional do SENAR. Ao todo serão 288 premiados conforme descrito a seguir: Para cada uma das doze regionais do SENAR Goiás, por ordem de classificação em cada categoria, serão identificados os premiados, sendo o primeiro colocado em cada uma das onze (sub)categorias em conformidade com a lista de prêmios, integrante do plano de trabalho da Etapa III do ano correspondente. Contemplará a premiação dos melhores trabalhos identificados dentre os recebidos por ocasião do concurso, como forma de reconhecimento pelo desempenho nas atividades realizadas tendo como

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base o material didático entregue durante formação inicial dos agentes educacionais. 4.6.6 Metodologia O tema proposto para cada edição tem como “plano de fundo” o meio socioambiental e será trabalhado de forma multi/transdisciplinar nas instituições durante o período letivo/de atendimento, e obedecendo-se a um cronograma previamente estabelecido pelo SENAR Goiás, no que se refere ao desenvolvimento dos projetos e envio de trabalhos. O programa traz como metodologia a proposta de trabalhar a interação dos participantes com seu contexto sócio cultural e ambiental, de modo a aprender a fazer fazendo, primando-se pela construção de conhecimento. Espaço Agrinho No decorrer das etapas do programa em cada edição acontecerá participação em eventos organizados por instituições parceiras, na qual serão disponibilizadas ações como: demonstrações do SENAR, palestras, interação com os mascotes (Agrinho, Aninha, Nando e Senarzinho). Estes interagirão com participantes das ações, especialmente alunos, de modo a construir conhecimento acerca de temática do evento em questão, bem como outros pertinentes ao programa e ao tema trabalhado em cada ano no programa. 4.6.7 Parcerias A viabilização do Programa Agrinho se dá devido a existência de parcerias firmadas entre instituições e empresas, com aporte financeiro para o setor de negócios a FAEG para aquisição da premiação, bem como apoio com recursos humanos ao SENAR. A seguir, histórico de parcerias e apoio institucional construído ao longo dos anos em que o programa foi desenvolvido em Goiás. Histórico de parcerias

● 2008 – 1ª Edição: Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – FAEG; ● 2009 – 2ª Edição: FAEG, Agroquima, John Deere, Banco do Brasil e FUNDEPEC; ● 2010 – 3ª Edição: FAEG, Sindicato Rural, Corumbá Concessões, Laticínios Bela Vista

(Piracanjuba/Pirakids), Banco do Brasil, John Deere, FUNDEPEC, Prefeituras Municipais, SEMARH, Secretaria da Educação, SEAGRO e Governo de Goiás;

● 2011 – 4ª Edição: FAEG, Sindicato Rural, Corumbá Concessões, Laticínios Bela Vista (Piracanjuba/Pirakids), SEBRAE, FUNDEPEC, CAIXA/Governo Federal, AGS (Associação Goiana de Suinocultores), Prefeituras Municipais, Governo de Goiás, Secretaria de Educação,

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SEAGRO e SEMARH; ● 2012 – 5ª Edição: FAEG, Sindicato Rural, Corumbá Concessões, Laticínios Bela Vista

(Piracanjuba/Pirakids), SEBRAE, Dow AgroSciences, Banco do Brasil, FUNDEPEC, CAIXA/Governo Federal, Prefeituras Municipais, Secretaria de Educação, SEMARH, SEAGRO, Governo de Goiás;

● 2013 – 6ª Edição: FAEG, Sindicato Rural, Corumbá Concessões, Laticínios Bela Vista (Piracanjuba/Pirakids), SEBRAE, Dow AgroSciences, Banco do Brasil, FUNDEPEC, Prefeituras Municipais, Secretaria de Educação, SEMARH, SEAGRO e Governo de Goiás;

● 2014 – 7ª Edição: FAEG, Sindicato Rural, Vale Fertilizantes, Corumbá Concessões, Anglo American, Laticínios Bela Vista (Piracanjuba/Pirakids), SEBRAE, Dow AgroSciences, Banco do Brasil e FUNDEPEC;

● 2015 – 8ª Edição: FAEG, Sindicato Rural, Vale Fertilizantes, Corumbá Concessões, Anglo American, SEBRAE, Dow AgroSciences, Banco do Brasil e Colgate;

● 2016 – 9ª Edição: FAEG, Sindicato Rural, Vale Fertilizantes, Corumbá Concessões, SEBRAE, Dow AgroSciences, Banco do Brasil, Colgate, UniAlfa, Fundepec, Governo de Goiás e Prefeituras Municipais;

● 2017 – 10ª Edição: FAEG, Sindicato Rural, Corumbá Concessões, SEBRAE, Dow AgroSciences, Banco do Brasil, UniAlfa, UniEvangélica (Centro Universitário de Anápolis e Faculdade Cambury, Fundepec, Governo de Goiás e Prefeituras Municipais.

Dada a importância das parcerias para o Programa Agrinho, cada uma em sua área de competência - tanto as empresas financiadoras da premiação do concurso quanto as instituições apoiadoras - são igualmente importantes para a viabilização do programa. Assim, a seguir quadro que especifica apoio institucional:

Entidade Esfera Atribuições

FAEG Privada *Dispêndio de parte das despesas da cerimônia de premiação, adquirindo os prêmios que serão entregues aos professores, alunos e instituições, vencedores do concurso Agrinho, nas modalidades de cada ano

Sindicatos Rurais Municipal

*Participação na mobilização de adesão das instituições *Composição de turmas para formação inicial *Acompanhamento das ações realizadas por cada instituição participante *Apoio às atividades e eventos regionais do programa nas cidades escolhidas para sediar tais ações

SEDUCE Estadual *Apoio às ações do programa na capital e nos municípios onde as atividades são realizadas, por meio de subsecretarias regionais de educação

Prefeituras Municipal *Apoio às ações do programa na capital e nos municípios onde as atividades são realizadas

Fundepec Estadual *Apoio às ações do programa na capital e nos municípios onde as atividades são realizadas

UFG Federal Apoio com recursos humanos / acadêmicos (processo de avaliação dos trabalhos do concurso)

UniAlfa Privada Apoio com recursos humanos / acadêmicos (processo de avaliação dos trabalhos do concurso)

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Cambury Privada Apoio com recursos humanos / acadêmicos (processo de avaliação dos trabalhos do concurso)

UniEvangélica Privada Apoio com recursos humanos / acadêmicos (processo de avaliação dos trabalhos do concurso)

Fonte: Dados organizados pelos autores (2018) 4.7 RESULTADOS ESPERADOS

Participação de parceiros como: sindicatos rurais, prefeituras e suas secretarias, subsecretarias regionais de educação, instituições de ensino, discentes, docentes, comunidade escolar/acadêmica/social. Além disso, buscar-se-á atingir um número cada vez maior de empresas e instituições patrocinadoras. Para isto, espera-se continuar contando com o apoio da FAEG como co-realizadora, especialmente na captação de recursos por meio de investidores, além de atuar na fidelização de parcerias existentes. 4.7.1 Indicadores A medição da eficiência do programa no Estado se dará mediante metas quantitativas e qualitativas. Assim, serão definidos os indicadores no plano de trabalho correspondente a cada etapa, contemplando quantidades de:

● Municípios; ● Sindicatos Rurais (produtores e trabalhadores) e demais instituições parcerias do SENAR no

ano em curso do programa; ● Superintendências da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte – SEDUCE (ensino

fundamental, ensino médio); ● Subsecretarias Regionais de Educação; ● Prefeituras/Secretarias municipais (educação, meio ambiente, agricultura, recursos hídricos,

assistência social…); ● Câmaras Municipais de Vereadores; ● Instituições de ensino; ● Agentes educacionais (coordenador pedagógico, gestor, professor, auxiliar); ● Docentes, discentes e demais participantes da comunidade escolar/sociedade em geral.

Serão mensurados indicadores qualitativos durante o processo de execução do programa em cada município por responsabilidade de equipe técnica do SENAR, especificamente coordenadores regionais.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos dez anos (2008-2017) em que foi desenvolvido o Programa Agrinho no Estado de Goiás é visível o quanto as ações deflagradas pelas instituições participantes contribuíram para a inovação da prática pedagógica, propondo atividades voltadas para mudança de comportamentos, de modo que estes corroborem para um mundo melhor de se viver. Há todo um dinâmico movimento em torno das ações por parte da unidade educacional, da família, do poder público e da iniciativa privada, objetivando melhoria constante no processo de ensino aprendizagem. Por fim, o lema “Saber e atuar para melhorar o mundo” e o cenário geral “meio socioambiental” - tema que perpassa todas as edições do programa - tem sido o elo maior com os diferentes temas abordados a cada ano. Colocar em discussão os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, social e cultural, bem como as soluções para melhorá-lo, tais como a utilização consciente da capacidade produtiva dos recursos ambientais é a razão principal de existência do programa, que trata de uma proposta bem-sucedida, o que reforça o compromisso do SENAR Goiás na manutenção da relevância e qualidade de suas ações e da sua capacidade de inovação. 6. REFERÊNCIAS

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