serões musicais - parques de sintra€¦aben, felice io son, felice in te! o estasi del cor che in...

32
Serões Musicais no Palácio da Pena MUSICAL EVENINGS AT THE PALACE OF PENA SALÃO NOBRE GREAT HALL MARÇO MARCH | 2017 18 /03 | 21:00 Alfredo Keil: da pintura à música Alfredo Keil: From Painting to Music

Upload: phunganh

Post on 19-Aug-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

SerõesMusicaisno Palácio da PenaMUSICAL EVENINGS AT THE PALACE OF PENA

SALÃO NOBRE GREAT HALL

MARÇO MARCH | 2017

18 /03 | 21:00

Alfredo Keil: da pintura à músicaAlfredo Keil: From Painting to Music

Alfredo Keil: da pintura à música Alfredo Keil: From painting to Music

Artista de múltiplos talentos, Alfredo Keil (1850-1907) foi pintor, fotógrafo, músico e poeta. No entanto, as parcelas mais significativas da sua obra centram-se na pintura e na música. Nos poemas que musicou ou na sua música instrumental, de câmara ou de salão, é sobretudo a faceta intimista e miniatural que se manifesta. Mas com o seu projeto de criação de uma ópera nacional, no qual se pode enquadrar a composição e montagem de Dona Branca (1888), Irene (1893) e Serrana (1899), Keil teve a possibilidade de aliar música e artes plásticas, concebendo para além do texto musical uma boa parte da componente cenográfica e visual dos espetáculos. Este concerto pretende explorar uma leitura cruzada destes vários elementos, utilizando a projecção de imagens.

An artist of multiple talents, Alfredo Keil (1850-1907) was a painter, photographer, musician and poet. However, the most significant proportions of his work focus on art and music. In the poems that he set to music or in his instrumental works, whether they were chamber or salon music pieces, it is above all his intimate and miniaturist facet that is put on display. However, in his project to establish a national operatic style, in which he would frame the composition and staging of Dona Branca (1888), Irene (1893) and Serrana (1899), Keil made full use of the scope to ally music and art, producing in addition to the musical score, a good percentage of the visual and scenographic components of these productions. This concert seeks to explore a reading that interweaves various dimensions while making recourse to the projection of images.

Luísa Cymbron

PROGRAMAPROGRAMME

Siphiwe McKenzie – sopranoMarco Alves dos Santos – tenorIrene Lima – violoncelo | celloJoão Paulo Santos – piano

AlfrEdo KEil (1850-1907) • “Aben, felice io son” (dueto de “d. Branca” | Duet from “D. Branca”)

• “Aubade en Automne”• “l’isolement” (violoncelo e piano | cello and piano)

• “Seule (Souvenir de l’ancien Queluz)”• “le cavalier et la jeune fille”• “devant une croix”de | from: “Scènes descriptives”

• “T’arresta!...Tu…Britaldo!” (dueto de “irene” | Duet from: “Irene”)

• “ici-bas” (Sully-Prudhomme)• “Guitare” (Victor Hugo)

• “Je ne veux pas d’autres choses” (Victor Hugo)• “Un grand sommeil noir” (Paul Verlaine)• “Cantiga do cego”, op. 101 (de | from: “Tojos e rosmaninhos: contos da serra”)

• “fandango” (piano solo)• “fado” (piano solo)

• “Juin langoureux”

• “Noite medonha! Tudo escuro…Se acaso o passado esqueceste, infiel” (dueto de “Serrana” | Duet from “Serrana”)

O concerto será intercalado por comentários da musicóloga Luísa Cymbron e do pianista João Paulo Santos | The concerts feature brief comments by the musicologist Luísa Cymbron and the pianist João Paulo Santos

BIANCA, con passioneAben, felice io son, felice in te!O estasi del cor che in te si bea!

ABEN, con amoreDi fior i canticiSale per l’aure,Arcana ebbrezzaChe molce il cor.

BIANCA, con abbandonoDeh come è bello il vivereSul sen di chi s’adora!E come nasce splendidaDei nostri dì l’aurora!

ABEN, con trasportoPiù belo è il guardo tuoDel oriental zaffiro;Più mite del sospiroD’un aura matinal!Già vestesi di luceRapita al cielo eterno,A raggi del superno,Quel guardo virginal!

BIANCA, come se tetra idea la SorprendesseAben! Ma nulla mai,Dimmi turbar verrà,Tanta felicità?

ABENNo, no, giammai, giammai!Scritta nel cielo stà,La tua felicità!

BRANCA, apaixonadamenteAben, sou feliz pelo teu amor.O êxtase do coração, que por ti se enleva.

ABEN, amorosamenteDas flores e dos cânticos ergue-se uma ebriedade misteriosa que abala o coração.

BRANCA, com abandonoOh! como é bela a vida se a vivermos sobre o seio do ente adorado! Que fúlgida aurora vem raiando para a nossa existência!

ABEN, arrebatadoOs teus olhos são mais lindos que as safiras orientais e mais suaves que o bafejo da brisa matinal! Esse olhar virginal esmalta-se de luz, roubada ao céu e ao fulgor deslumbrante do Omnipotente.

BRANCA, como que surpreendida por sinistra ideiaMas diz-me, Aben, nada virá jamais perturbar tamanha ventura?

ABENNão, nunca! A tua felicidade está escrita no céu!

DONA BRANCA | DONA BRANCA“ABEN, fEliCE iO sON” (Act III | iii Ato)

BIANCA, con la massima tenerezzaAben, io t’amo, io t’amo…

ABEN, con veemenzaOh me felice! più nulla bramo!

ABEN E BIANCA, stretti amorosamente Amarti eternamenteDi puro e santo amor!Appresi il ciel repenteL’Hori sull’ ali d’orScende su me…su te!Amor dell’anima Soave speme;A te i miei fremitiSuperno bene,A te il mio viverePer te, per te!...

Nel colmo della felicità

Libiamo il caliceD’un tanto amore,Già l’alma inebriassiD’un dolce ardore,il cielo arridereGià vedo a me/a te!

AUBADE EN AUTOMNE

Lentement, l’aube pointe et nait à l’horizon…Dans la roue au moulin,L’eau clapote et s’agite…Mais…sur ta fraiche boucheLe pâle et beau soleilIl te caressera de ses rayons.

BRANCA, com a máxima ternuraAben-Afan, amo-te! Amo-te!

ABEN, com veemênciaOh! Como sou feliz! Nada mais posso desejar.

ABEN e BRANCA, abraçados amorosamenteAmar-te eternamente de amor santo e puro! De súbito, abre-se o céu e a huri de asas de ouro desce sobre mim e sobre ti. Amor, suave esperança da nossa alma, a ti consagro, supremo bem, todos os anseios do meu coração, toda a minha vida

No auge da felicidade

libemos o cálice de amor infindo; a alma embriaga-se de suave ardor e já vejo o céu favorecer-nos.

sERENATA NO OUTONO

O dia nasce lentamente no horizonte… Na roda do moinhoA água chapinha e agita-se…Mas…sobre a tua fresca bocaOs raios do pálido e belo solTe irão acariciar.

Mais pas un seul regardSur l’arbre dépouillé.Veux-tu ?...Dis !Viens!Veux-tu ma gentille meunière,Ta lèvre sur ma lèvre en une ardeur premièreUnis comme la roue en la mousse et le lierreDu moulin insistant qui tourne nuit et jourMon âme dans ton âme y reste sans détour ?!Veux-tu ?...Dis !Viens!Ah, viens!

SEULE (SOUVENIR DE L’ANCIEN QUELUZ)

Dans un riche salon empire, loin du bruit,Seule, - s’éloignant de la fêteEt du superbe balElle cherchait quelqu’un parmi ceux, qui gaiementPassaient heureux devant la porte.Dans ses yeux on voyait le soupçon douloureux Envahissant toute son âme…Et lentement mouraient les lustres des salons…

LE CAVALIER ET LA JEUNE FILLE

Non loin de la forêt, se trouvait une vente,Où s’arrêtèrent las les jeunes cavaliers.La fillette robuste, Aux grands yeux veloutés,

Mas nem sequer um olharSobre a árvore despida.Queres?...Diz-me! Vem!Queres, bela moleira,A tua boca e a minha num primeiro ardorUnidas como a roda com o musgo e a heraNo moinho, insistentemente rodando noite e diaComo a minha alma na tua está irremediavelmente pousada ?!Queres?...Diz-me! Vem!Ah, vem!

sÓ (RECORDAÇÃO DO VElHO QUElUZ)

Num rico salão império, sem ruido,Só – afastando-se da festaE do soberbo baileEla procurava alguém por entre aqueles que, alegrementePassavam alegres diante da porta.Nos seus olhos a suspeita dolorosaInvadia toda a sua alma…E lentamente se apagavam os lustres dos salões…

O CAVAlEiRO E A RAPARiGA

Não longe da floresta havia um posto de vendaOnde os jovens cavaleiros pararamA robusta raparigaDe grandes olhos de veludo.

Le plus beau de la bande, aussitôt qu’il la vîtSon cœur vite l’entraîneA l‘abri d’un tilleul.Mille serments d’amour perdirent la fillette !…Le galant la quitta fier, content et vainqueur ;Il avait bien promis à la pauvre Suzette,Revenir chaque jour l’aimer avec ardeur !...Et les yeux pleins de pleurs sillonnant sur sa faceElle le vit galopantLui laissant dans le cœur un chagrin…un regret!

DEVANT UNE CROIX

Au fond du grand bois, on remarqueSur le milieu d’un carrefour.Sur le piédestal on peut lireDans le lierre en fleur.« Vois-tu… Je meurs où je m’attache,Je suis l’ami de tout moment. »Comme un culte et divin hommage,Le galant pour sa dameJaloux, se battit en duel.Le zéphire, la nuit répète.

O mais belo do grupo, assim que a viuRapidamente a conduziu, levada pelo coração,Ao abrigo de uma tíliaMil juramentos de amor perderam a rapariga!…O galante deixou-a, orgulhoso, satisfeito e vitorioso;Tinha prometido à pobre Suzette,Voltar todos os dias para a amar ardentemente !...E com os olhos cheios de lágrimas a sulcar a sua faceEla viu-o galoparDeixando-lhe no coração o desgosto…e o arrependimento!

DiANTE DE UMA CRUZ

No fundo do denso bosque, observa-seNo meio de um cruzamento.No pedestal pode-se lerNa hera em flor.« Vê … Morro onde me fixo,Sou o amigo de todos os momentos.”Como um culto e uma divina homenagemO galã pela sua dama,Por ciúme se bateu em duelo.O zéfiro, a noite o rediz.

BRITALDOT’arresta!

IRENETu!... Britaldo!...

BRITALDO, ironicoSi!... Britaldo,Di tua pace importuno perturbatore!

IRENEM’offendi…

BRITALDOTutto il so!...

IRENEIn questo asilo…

BRITALDO, interrompendoCon Remigio nascondi i turpi amori!

IRENEDemente sei!... no… più non posso udirtiTale oltraggio ad Irene? a me? Signore!Quando finito sarà il mio tormento?...No, più non so soffrir! BRITALDO, commossoPerdonna!... truceVision m’accieca… Irene, m’appartieni!...

BRiTAlDOPara!

iRENETu!... Britaldo!...

BRiTAlDO, irónicosim!... Britaldo,Que vem perturbar a tua paz!

iRENEOfendes-me…

BRiTAlDOsei de tudo!...

iRENENeste refúgio…

BRiTAlDO, interrompendoEscondes o teu vil amor por Remigio!

iRENEEstás louco!... não… não te posso mais ouvirAssim me ultrajas? a mim? Meu Deus!Quando terá fim o meu tormento?...Não, não posso mais aguentar! BRiTAlDO, comovidoPerdoa!... Cega-meUma horrenda visão… irene, tu és minha!...

iRENE“T’ ARREsTA!...TU!...BRiTAlDO” (Act IV | iV Ato)

IRENESolo appartengo a Dio…tutto finivaPer me qua, in terra…

BRITALDOE mi deridi,E me parli di dio, e poi l’offendi!...Misera, ascolta l’ultima parola!...

Perché troncare il tramiteDegli anni tuoi ridenti?Perché, perché recidereNei palpiti frementiD’un anima in delirio,Un si divino fior?...Rammenta il sogno etereoDel tempio e dell’ Imenei!Come io t’adoro, adoramiO mia diletta Irene,Ridonami il tuo cor!...

IRENENol posso…al SignorE sacro il mio cor!

BRITALDOIrene di me pietà!Condanna quest’almaAl fascino ardente,Che inonda la mente,Delirio d’amor!

IRENEIddio, di me pietà…Resisti alma miaAl fascino ardente,Che inonda la mente,Delirio d’amor!

iRENEsó de Deus sou… tudo acabouPara mim na terra…

BRiTAlDOE de mim troçasE falas-me de Deus para depois o ofender!...infeliz, houve uma última palavra!...

Porquê abreviar o cursoDos teus alegres dias?Porquê, porquê cortarNas palpitações frementesDe uma alma em delírio,Uma tão divinal flor?...Recorda-te do sonho etéreoDo templo e do himeneu!Come eu te amo, ama-meMinha adorada irene,Dá-me de novo o teu coração!...

iRENENão posso…a DeusConsagrei o meu coração!

BRiTAlDOirene tem piedade de mim!Condena esta almaAo ardente fascínioQue invade a minha mente,Delírio de amor!

iRENEDeus, tem piedade de mim!Que esta alma resistaAo ardente fascínioQue invade a minha mente,Delírio de amor!

ICI-BAS

Ici-bas tous les lilas meurent,Tous les chants des oiseaux sont courts,Je rêve aux étés qui demeurent Toujours...

Ici-bas les lèvres effleurent Sans rien laisser de leur velours,Je rêve aux baisers qui demeurent Toujours...

GUITARE

Comment, disaient-ils,Avec nos nacelles,Fuir les alguazils ?-Ramez, disaient-elles.

Comment, disaient-ils,Oublier querelles,Misère et périls ?-Dormez, disaient-elles.

Comment, disaient-ils,Enchanter les bellesSans philtres subtils ?-Aimez, disaient-elles.

AQUi NO MUNDO

Aqui no mundo todos os lilases morremTodos os cantos de pássaro são breves,Eu sonho com verões que perduram Para sempre…

Aqui no mundo os lábios tocam-sesem nada deixar do seu veludo,Eu sonho com beijos que perduram Para sempre…

GUiTARRA

Como, perguntavam eles,Nas nossas embarcaçõesfugir aos guardas?-Remando, diziam elas.

Como, perguntavam eles,Esquecer querelas,Miséria e perigos?-Dormindo, diziam elas.

Como, perguntavam eles,Encantar as beldadessem poções subtis?-Amando, diziam elas.

JE NE VEUX PAS D’AUTRES CHOSES

Je ne veux pas d’autres chosesQue ton sourire et ta voix,De l’air, de l’ombre et des rosesEt des rayons dans les bois !

Je ne veux, moi qui me voileDans la joie ou la douleur.Que ton regard, mon étoile,Que ton haleine, o ma fleur !

Sous ta paupière vermeilleQu’inonde un céleste jourTout un univers sommeille,Je n’y cherche que l’amour,

Ma pensée, urne profonde,Vase à la douce liqueurQui pourrait emplir le mondeNe veut emplir que ton cœur.

UN GRAND SOMMEIL NOIR

Un grand sommeil noirTombe sur ma vie:Dormez, tout espoir,Dormez, toute envie!

Je ne vois plus rien,Je perds la mémoireDu mal et du bien…Ô la triste histoire!

Je suis un berceauQu’une main balanceAu creux d’un caveau:Silence, silence!

NÃO DEsEJO OUTRAs COisAs

Não desejo outras coisas,senão o teu sorriso e a tua voz,Ar, sombra e rosas,E raios de luz nos bosques!

Não quero, eu que me escondoNa alegria ou na dor,senão o teu olhar, minha estrela,senão o teu sopro, ó minha flor!

sob a tua pálpebra vermelhaQue inunda um dia celesteTodo um universo dormita,Nele apenas procuro o amor,

O meu pensamento, urna profunda,Recipiente de um doce licorQue poderia encher o mundo,Apenas deseja encher o teu coração

UM sONO VAsTO E NEGRO

Um sono vasto e negro Desce sobre a minha vida:Dorme, qualquer esperança,Dorme, qualquer desejo!

Já nada vejo,Perdi a memóriaDo mal e do bem…Ó que triste sina!

sou como um berçoQue uma mão embalaNo vazio de uma cova:silêncio, silêncio!

CANTiGA DO CEGO

foi criada aqui na serraMesmo ao pé do Rio fundeiro.Era a mais bela cachopaDo Guilherme Canastreiro.

Contava umas dezasseteJubilosas primaveras,Quando o Braz lhe disse um diaQue era bonita deveras.

Baila, minha filha,Baila, meu amor…Tens da mocidadeA mais bela flor!...

Nada tanto a contentaComo ouvir no fim do diaO Braz um canto a cantar,Que a sua alma seduzia.

Quando foi da desfolhadaNa cantiga ao desafio,logo o pai desconfiadolhe mostrou certo ar sombrio.

Canta, minha filha,Canta, meu amor…Toma bem cuidado,Guarda-me essa flor!...

Quando se foi soldadoCo’ o mais terno sentimentofez-lhe jura que na voltase falaria de casamento.

Mas o pai, um velho ricoDeu por noivo à desgraçada,Obrigando-a assim, tirano,A faltar à fé jurada.

Vai-te, minha filha,Vai-te, meu amor…Ai, que dó que me fazes,Minha rica flor!...

É sozinha a desgraçadaQuando ao louco tudo conta…Nada ouviu! Ao seio a faca,sem temer, cruel aponta.

Coitadita! inda sorria,Dizendo com voz sumida:“Perdoo-te Braz! Dá-me um beijo!”No beijo foi-se-lhe a vida.

“Dorme, minha filha,Dorme, meu amor!”Disse ele chorandosobre a linda flor!...

JUIN LANGOUREUX

Juin langoureux fait naîtreLes papillons rôdeursEt répand dans mon êtreLes plus folles ardeurs

Le vent tiède qui berceLes grands cyprès tremblantsComme un philtre me verseDes désirs accablants.

La nuit tombe, c’est l’heure. Tes désirs sont les miens.Quand tu pleures, je pleure…Tes bonheurs sont les miens.

Viens m’enlacer, farouche. Oh, délicieux espoir !D’un baiser de ta bouche Que je meure ce soir !

lÂNGUiDO JUNHO

O lânguido Junho faz nascerAs borboletas vagabundasE espalha em mim Os mais loucos ardores.

O vento morno que embalaOs grandes ciprestes trémulosDerrama em mim, como uma poção,Desejos esmagadores.

Cai a noite, chegou a hora.Os teus desejos são os meus.Quando choras, eu choro…As tuas alegrias são as minhas.

Vem abraçar-me, arisca.Ó, deliciosa esperança!De um beijo da tua bocaQue eu morra esta noite!

sERRANA“NOiTE MEDONHA! TUDO EsCURO... sE ACAsO O PAssADO EsQUECEsTE” (Act II | ii Ato)

ZABElNoite medonha! Tudo escuro…escuro!Como pastor do inferno, o vento alastraNas campinas do azul o seu rebanho

De nuvens negras. – Assim, no meu futuroAcumula tristezas o destino.Por vezes um relâmpagoRasga as trevas. TambémUm clarão repentinoDe esperança na minh’alma sobrevem.Ó meu Pedro! meu Pedro! acode! salva-me!

Meu amor! minha estrela! meu só bem!

Abatida.

Castigo meu! – Como lúcifer,Abandonei, de improviso,O risonho paraísoQue me abriste por teu mal.Pequei! – Minha culpa! Ai mísera!Hei-de expiar o meu crimeNeste inferno em que me oprimeO pulso do teu rival.

Olhando para o fundo e indo à janela.

Há-de chegar em breve; aproxima-se a hora!inda espreita o luar!É cedo! se não vem! – loucura!

Resoluta.

Vou fiar!

Senta-se: pega na roca.

«Quando os meus olhos te viram,Meu coração te adorou»…

Voltando-se um pouco.

Parece que ouvi passos…Que loucura!«Meu coração te adorou»…

Levanta-se e caminha para o fundo.

É o vento a zunir pela espessuraDo canavial! E ao longe a trovoadaA rolar nos espaços…

Descendo, encostando – se à mesa, em pé.

«Na cadeia dos teus braçosMinh’alma presa ficou!»

Pausa.

Que sinistros agouros que me inspiramOs transes em que estou!

Maquinalmente.

«Quando os meus olhos te viram,Meu coração te adorou!»

Pausa.

O Brasil é tão longe…longe…longe…Além do mar…sem vê-lo…

Resoluta.

Não! não quero partir!Deixarei para sempre esse odiento Marcelo…

Num ímpeto, parte a roca de encontro ao joelho e deita-a fora.

C’o meu Pedro…sozinha…hei-de fugir!

Implorando.

senhor, nas veias arde-meUm fogo atroz, senhor!Ardor que só me acalmaO bálsamo do amor!

Animando-se.

Ah! deixa que a minha’almaEncontre a paz, senhor!

Durante as últimas palavras, Pedro entrou. Zabel volta-se para se dirigir ao fundo e cai-lhe nos braços.

ZABEl, com alegriaAh! meu Pedro!

PEDRO, dominando-se e afastando ZabelNão fales! se acasoO passado esqueceste infiel,Este amor em que ainda me abrasofez-me dar um mau passo, Zabel!Vou-me pois!

ZABEl, suplicanteAh! não vás por piedade!Não percebes que amarga saudadeMe consome e desvaira por ti!

PEDROMas deixaste-me outrora…

ZABElPerdoa!

PEDROPor Marcelo, o mortal inimigo…

ZABEl, ajoelhandoDe joelhos te imploro o castigo,se punir sabe essa alma que é boa!

PEDROfoste ingrata…

ZABEl, levantando-sefui má, fui cruel!Do dinheiro o demónio tentou-me;Prometeu-me o bandido o seu nome…Oh! perdoa, meu Pedro!

PEDROZabel!

ZABElMeu Pedro, o teu intentoOntem adivinhei-o…

PEDROEra forçoso, que um de nós morresse…Mas ‘stavas de permeio…

ZABEl, com paixãoAmas-me então ainda?

PEDROOh! sim! adoro-te!

Com tristeza.

Porque duvidas tu desse amor loucoQue era a minha desgraça…e o meu enleio?Aqui no peito alastra-seArdente labareda!Ah! como um vinho cálido,Teu sopro me embebeda!O teu olhar desvaira-meDe amor sucumbo já!

saudade intensa cresce-meAs ondas do desejo;se outrora eras lindíssima,Mais linda hoje te vejo;Conforto Às minhas mágoasTua presença dá!

Olha-me ainda e sempre!Como íris de bonançaO teu olhar me acalmaE desabrocha a esp’rançaNos ermos da minh’alma!

Com tristeza.

Oh! não duvides mais deste amor louco,luz que emana dest’alma…e te ilumina!

ZABEl, decididase me queres, escuta! Dentro em poucoEsse maldito embarcaE quer levar-me…

PEDRO, resolutoNunca!

ZABElNunca, digo,Que eu fugirei contigo.

PEDROfugir?

ZABEl, olhando para o fundofugir, enquanto ele não vem!

PEDRO, com energiaTu pensas que me importeO rufião…e o seu furor…e a morte,Quando te abraço…ó meu supremo bem!

ZABElConvida-nos a noite…fugiremos!

PEDROsim: fugiremos!

Vão ao fundo e apontam a janela por onde se vê relampejar. Descem depois enlaçados.

ZABElNão te lembras, Pedro,Dessas noites de amor impetuosoEm que tu deliravas, nos extremosCelestiais do gozo?

PEDROse me lembro! Minh’alma, recordando-seParece que do corpo inda se aparta.Para pairar nos céus!

ZABEl, (meigamente)Essa vida…essa morte…quero dar-ta!

PEDROQue promessas de amor nos olhos teus!

Cingindo-a ternamente.

Qual desce orvalho sobre a florDos apogeus do paraíso,No peito meu, ansiando amor,Bálsamo cai do teu sorriso!

Ah! jura, sim! que do teu PedroTu nunca mais te apartarás!Ao peito meu, de amor sedentoDesça o teu beijo, orvalho lento,Teu meigo olhar, íris de paz!

ZABEl, com paixãosim, meu senhor, meu bem, meu tudo,Eu juro, Pedro, tu serás!E quanto eu diga é frio, é mudo,Ao pé do amor que tu me dás!

PEDROO lábio teu me recompensaDo mal passado sobre mim!

PEDRO e ZABElAlma sombria, à luz da crençaAbre-te enfim! abre-te enfim!

Dão-se um longo beijo.

Traduções para português | Portuguese translations: João Paulo Santos

SIPHIWE MCKENZIE

Siphiwe McKenzie nasceu em Vancouver, British Columbia. licenciou-se em Música na Universidade de British Columbia e tem um Mestrado em Music and operatic Studies pelo prestigiado Curtis institute of Music de Philadelphia. Começou a cantar na Europa a convite da Staatsoper de Nuremberga, onde desempenhou mais de 21 papéis ao longo de seis temporadas consecutivas.

durante essa temporada foi nomeada duas vezes pela prestigiada revista opernwelt como “Jovem Cantora do Ano”.

desde então, cantou pelo mundo fora, incluindo os seguintes teatros e festivais: Volksoper de Viena, Teatro Colón de Buenos Aires, Teatro reggio de Parma, Ópera Nacional da finlândia, Staatstheater de Basileia, Ópera de San diego, Ópera de St.Gallen (Suiça), Hessische Staatsopera de Wiesbaden, Ópera de leipzig, Baden oper de Viena, ronacher Theater em Viena, Ópera Nacional de Bucareste, festival de Ópera de rheingau (Alemanha), Haydn festival de Eisenstadt (Áustria), Beijing Wagner festival, Arts festival de Singapura, Arts festival de Hong Kong, festival de Ópera de St. Margerethen (Áustria), festival de Ópera de Belles-Îles en Mer (frança), Chamber Music festival de Vancouver e o festival internacional de Música de Salão de Nuremberga.

Tendo também um amplo repertório de música para concerto, apresentou-se e gravou frequentemente com a orquestra Nacional da rádio Polaca, a orquestra Nacional da rádio de Budapeste, a CBC radio orchestra do Canadá, a orquestra Wdr de Colónia, a orquestra Sinfónica da Volksoper de Viena, a orquestra Gewandhaus na Alemanha e ainda no Japão e na Coreia.

Siphiwe tem participado como solista convidada em vários eventos de solidariedade como o Telathon para a Televisão Nacional Austríaca, o Alfons Heider “licht ins dunkel”, em Viena. foi ainda artista convidada pelo Professor Alfred Biolek para cantar com Nana Mouskouri para a fundação Mundial da População, em Colónia. Apareceu também como artista convidada na Gala de Angariação de fundos da Parkinson’s foundation em Vancouver.

Siphiwe McKenzie was born in Vancouver, British Columbia, Canada. She graduated in Music from the University of British Columbia and holds a Master’s Degree in Music and Operatic Studies from the prestigious Curtis Institute of Music, Philadelphia.

She began singing in Europe on the invitation of the Staatsoper of Nuremberg where she performed over 21 roles over a series of six consecutive seasons.

Throughout these seasons, she was twice nominated by the prestigious Opernwelt magazine as “Young Singer of the Year”.

Henceforth, she has sung on stages located worldwide and including the following theatres and festivals: Volksoper of Vienna, Teatro Colón of Buenos Aires, Teatro Reggio of Parma, the National Opera House of Finland, Staatstheater of Basle, Opera of San Diego, Opera of St. Gallen (Switzerland), Hessische Staatsopera of Wiesbaden, Opera of Leipzig, Baden Oper of Vienna, Ronacher Theater in Vienna, the National Opera of Bucharest, Festival of Opera of Rheingau (Germany), Haydn Festival of Eisenstadt (Austria), Beijing Wagner Festival, Arts Festival of Singapore, Arts Festival of Hong Kong, Festival of Opera of St. Margerethen (Austria), Festival of Opera of Belles-Îles en Mer (France), Chamber Music Festival of Vancouver and the International Festival of Salon Music of Nuremberg.

Also deploying a broad repertoire of concert music, he has performed and recorded frequently with the Polish National Radio Symphony Orchestra, the Hungarian Radio Symphonic Orchestra, the CBC Radio Orchestra of Canada, the WDR Orchestra of Cologne, the Vienna Volksoper Symphonic Orchestra, the Gewandhaus Orchestra of Germany and as well as in Japan and Korea.

Siphiwe has also participated as the guest soloist at various charitable events such as Telathon for National Austrian Television, the Alfons Heider “Licht ins Dunkel”, in Vienna. She was also a guest artist for Professor Alfred Biolek, singing with Nana Mouskouri for the World Population Foundation, in Cologne. She also appeared as a guest artist at the Charity Fund Raising Gala for the Parkinson’s Foundation in Vancouver.

MARCO ALVES DOS SANTOS

licenciado em Canto pela Guildhall School of Music & drama como bolseiro da Gulbenkian, inicia a sua carreira como solista em 2003 nos “Jeunes Voix du rhin” (opéra National du rhin-frança). o seu repertório operático inclui Ernesto em “don Pasquale” (orq. do Norte), Anthony em “Sweeney Todd”, duca di Mantova em “rigoletto”, die Hexe-A Bruxa em “Hansel & Gretel” de Humperdinck. ferrando em “Cosí fan Tutte”, Monostatos em “Zauberflöte”(2011) e El remendado em “Carmen”(2012) ambos no Seefestspiele em Berlim (GEr), Prunier em “la rondine” (Puccini) no Teatro Nacional de São Carlos (TNSC), Kornélis em “la Princesse Jaune” de C. Saint-Saëns, Pierre em “The Wandering Scholar” de G. Holst e The Governor / Vanderdendur / ragotski em “Candide” de l. Bernstein (TNSC). Apresentou-se em 2014 nas Galas Verdi do TNSC e da orquestra Sinfónica Juvenil bem como em “les Beatitudes” (Cesar franck) com a orquestra Sinfónica Portuguesa no CCB, reencarnou ferrando com a orquestra Metropolitana e foi Nearco em “Poliuto”, tendo ainda participado na Homenagem a Eliabete Matos como Spoletta em “Tosca” e Altoum em “Turandot” no TNSC. Em 2015, os seus compromissos profissionais incluíram a ópera “Armida” de Myslivecek (orquestra Metropolitana) e Malcolm em “Macbeth” (TNSC).

do repertório sinfónico destacam-se concertos com a orquestra Gulbenkian, remix Ensemble, orquestra. Metropolitana de lisboa, orquestra Sinfónica Portuguesa, orquestra do Algarve, orquestra filarmónica das Beiras, orquestra Clássica de Espinho, orquestra do Norte, orquestra Sinfónica Juvenil e divino Sospiro, tendo atuado na fundação Gulbenkian, CCB, Casa da Música, Coliseu do Porto, entre outros, tendo ainda participado em concertos e recitais em Portugal, frança, itália e reino Unido.

Graduating in Song from the Guildhall School of Music & Drama as a Gulbenkian grant holder, he began his career as a soloist in 2003 in “Jeunes Voix du Rhin” (Opéra National du Rhin - France).

His operatic repertoire includes Ernesto in “Don Pasquale” (Orq. do Norte), Anthony in “Sweeney Todd”, Duca di Mantova

in “Rigoletto”, Die Hexe-A Bruxa in “Hansel & Gretel” by Humperdinck. Ferrando in “Cosí fan Tutte”, Monostatos in “Zauberflöte”(2011) and El Remendado in “Carmen”(2012) both in Seefestspiele in Berlin (GER), Prunier in “La Rondine” (Puccini) at São Carlos National Theatre (TNSC), Kornélis in “La Princesse Jaune” by C. Saint-Saëns, Pierre in “The Wandering Scholar” by G. Holst and The Governor / Vanderdendur / Ragotski in “Candide” by L. Bernstein (TNSC).

He also appeared in 2014 in the Galas Verdi of the TNSC and the Youth Symphony Orchestra as well as in “Les Beatitudes” (Cesar Franck) with Portuguese Symphony Orchestra at the CCB, returning to Ferrando with the Metropolitana Orchestra and was Nearco in “Poliuto” and having also participated in the Homage to Eliabete Matos as Spoletta in “Tosca” and Altoum in “Turandot” at the TNSC. 2015 commitments included the opera “Armida” by de Myslivecek (Metropolitana Orchestra) and Malcolm in “Macbeth” (TNSC).

From his symphonic repertoire, there are the concerts with the Gulbenkian Orchestra, Remix Ensemble, Metropolitana de Lisboa Orchestra, Portuguese Symphony Orchestra, Orchestra of the Algarve, Philharmonic Orchestra of the Beiras, Classical Orchestra of Espinho, Orchestra do Norte, Youth Symphony Orchestra and Divino Sospiro, having performed at the Gulbenkian Foundation, CCB, Casa da Música, Coliseum of Porto, among others, as well as participating in concerts and recitals in Portugal, France, Italy and the United Kingdom.

IRENE LIMA

Natural de Lisboa, iniciou os estudos musicais com Adriana de Vecchi e fernando Costa na fundação Musical dos Amigos das Crianças. Estudou em Paris com André Navarra e PhilippeMuller. Apresentou-se a solo com orquestra e em formações de câmara em vários países, designadamente em Espanha, frança, Bélgica, Países Baixos, luxemburgo, itália, Brasil e Macau.

É de referir a sua atuação com a orquestra Sinfónica da rTl, com a qual executou o “Concerto de Câmara com Violoncelo

obbligato”, de fernando lopes Graça, que lhe valeu elogiosa crítica, assim como atuações a solo com a orquestra Sinfónica de Macau e a Sinfonia de Varsóvia, entre outras. forma dueto com o pianista João Paulo Santos.

Gravou para a EMi Classics a “Sonata para Violoncelo e Piano”, de luís de freitas Branco, e um disco com obras de Vivaldi, Boccherini e Bréval. É atualmente Primeiro Violoncelo da orquestra Sinfónica Portuguesa, lugar que ocupou igualmente na orquestra do Teatro real de liège e na orquestra do Teatro Nacional de São Carlos. leciona Música de Câmara na Escola Superior de Música de lisboa.

Apresenta-se regularmente em diversos festivais internacionais e temporadas de concertos, como o festival internacional EUroPAMÚSiCA, em itália, ou a festa da Música, e com pianistas como Bruno Canino, Tânia Achot, Jorge Moyano, roberto Arosio, Sónia rubinsky. filipe de Sousa e Alexandre delgado dedicaram-lhe obras para violoncelo solo.

Born in Lisbon, she began her musical studies with Adriana de Vecchi and Fernando Costa at the Amigos das Crianças Musical Foundation before continuing in Paris under André Navarra and Philippe Muller. She has performed solo with orchestras and chamber formations in various countries; in particular, Spain, France, Belgium, the Netherlands, Luxemburg, Italy, Brazil and Macau.

Highlights in her performing career thus far include playing the “Chamber Concert for cello obbligato”, by Fernando Lopes‐Graça with the RTL Symphonic Orchestra, which earned her critical praise as did her performance with the Macau Orchestra and the Warsaw Sinfonia, among others. She also plays as a duo with the pianist João Paulo Santos.

For EMI‐Classics, she recorded “Sonata for Cello and Piano”, by Luís de Freitas Branco, and a record with the works of Vivaldi, Boccherini and Bréval. She is currently the Lead Cellist with the Portuguese Symphony Orchestra, a role also held with the Royal Theatre Orchestra of Liège and the National Theatre Orchestra

of São Carlos. She also lectures on chamber music at the Lisbon Higher School of Music.

She appears regularly at various different international music festivals and concert seasons, such as the International EUROPAMÚSICA Festival in Italy, or the Festival of Music, and with pianists such as Bruno Canino, Tânia Achot, Jorge Moyano, Roberto Arosio, Sónia Rubinsky. Filipe de Sousa and Alexandre Delgado have also dedicated their pieces for cello solo to her.

JOÃO PAULO SANTOSNascido em Lisboa em 1959, concluiu o curso superior de Piano no Conservatório Nacional desta cidade na classe de Adriano Jordão. Trabalhou ainda com Helena Costa, Joana Silva, Constança Capdeville, lola Aragón e Elizabeth Grümmer. Na qualidade de bolseiro da fundação Calouste Gulbenkian aperfeiçoou-se em Paris com Aldo Ciccolini (1979-84).

A sua carreira atravessa os últimos 37 anos da biografia do Teatro Nacional de São Carlos onde principiou como correpetidor (1976), função que manteve durante a permanência em Paris. Seguiu-se o cargo de Maestro Titular do Coro (1990-2004); desempenha atualmente as funções de diretor de Estudos Musicais e diretor Musical de Cena.

o seu percurso artístico distingue-se em três áreas. Estreou-se na direção musical em 1990 com “The Bear” (W. Walton), encenada por luís Miguel Cintra, para a rTP. Tem dirigido obras tão diversas quanto óperas para crianças (“Menotti”, “Britten”, “Henze” e “respighi”), musicais (“Sondheim”), concertos e óperas nas principais salas nacionais. Estreou em Portugal, entre outras, as óperas “renard” (Stravinski), “Hanjo” (Hosokawa), “Pollicino” (Henze), “Albert Herring” (Britten), “Neues vom Tage” (Hindemith), “le Vin Herbé” (Martin) e “The English Cat” (Henze), cuja direção musical foi reconhecida com o Prémio Acarte 2000. destacam-se ainda as estreias absolutas que fez de obras de Chagas Rosa, Pinho Vargas, Eurico Carrapatoso e Clotilde rosa.

Como pianista apresenta-se a solo, em grupos de câmara e em duo, nomeadamente com irene lima e Bruno Monteiro. Concertos

e recitais por todo o país com praticamente todos os cantores portugueses preenchem regularmente o seu calendário.

A recuperação e reposição do património musical nacional ocupam um lugar significativo na sua carreira sendo responsável pelas áreas de investigação, edição e interpretação de obras dos séculos XiX e XX.

São exemplos as óperas “Serrana”, “dona Branca”, “lauriane” e “o espadachim do outeiro”, que já foram encenadas no Teatro Nacional de São Carlos e no Centro Cultural olga Cadaval. fez inúmeras gravações para a rTP e gravou discos com um repertório diverso desde canções do Chat Noir aos clássicos (Saint-Saëns e liszt), passando por Satie, Martinu, Poulenc, freitas Branco e Jorge Peixinho. Colabora como consultor ou na direção musical em espetáculos de prosa encenados por João Lourenço e Luís Miguel Cintra.

Born in Lisbon in 1959, he completed the higher course in Piano at the city’s National Conservatory under Adriano Jordão. He has also worked with Helena Costa, Joana Silva, Constança Capdeville, Lola Aragón and Elizabeth Grümmer. In the quality of a Calouste Gulbenkian Foundation grant holder, he underwent advanced studies in Paris with Aldo Ciccolini (1979-84).

His career spans the last 37 years in the São Carlos National Theatre where he began as lead pianist (1976), a position he maintained during his time in Paris. He then became Acting Maestro of the Choir (1990-2004); currently holding the roles of Director of Musical Studies and Musical Director of Scenery.

His artistic career is distinguished across three different fields. He premiered in musical direction in 1990 with “The Bear” (W. Walton), staged by Luís Miguel Cintra for RTP. He has conducted works as diverse as operas for children (“Menotti”, “Britten”, “Henze” and “Respighi”), musicals (“Sondheim”), concerts and operas in the main national concert venues. Among others, he also debuted the operas “Renard” (Stravinski), “Hanjo” (Hosokawa), “Pollicino” (Henze), “Albert Herring” (Britten), “Neues vom Tage” (Hindemith), “Le Vin Herbé” (Martin) and “The English Cat” (Henze), with his musical direction receiving the Acarte Award 2000. Other highlights include the absolute premiers made of the works by Chagas Rosa, Pinho Vargas, Eurico Carrapatoso and Clotilde Rosa.

As a pianist, he has made solo presentations, in chamber groups and in duo, especially with Irene Lima and Bruno Monteiro. Concerts and recitals throughout the country with practically every Portuguese singer regularly fill out his schedule.

The recovery and repositioning of Portuguese musical heritage play a significant role in his career and holding responsibility for research, publishing and interpreting works from the 19th and 20th century with examples including the operas “Serrana”, “Dona Branca”, “Lauriane” and “O espadachim do outeiro”, already performed at the São Carlos National Theatre and the Olga Cadaval Cultural Centre. He has recorded countless performances with RTP and records featuring a diverse repertoire ranging from the songs of Chat Noir to the classics (Saint-Saëns and Liszt) and as well as Satie, Martinu, Poulenc, Freitas Branco and Jorge Peixinho. He has served as a consultant or as the musical direction of staged prose performances by João Lourenço and Luís Miguel Cintra.

Luísa Cymbron

luísa Cymbron é doutorada em Ciências Musicais pela Universidade Nova de lisboa onde também ensina. A sua investigação centra-se nos compositores portugueses do século XiX que se dedicaram à ópera e na recepção do repertório italiano e francês em Portugal, durante o mesmo período. Tem colaborado em diversos projectos de investigação em Portugal e no estrangeiro. É autora, em colaboração com Manuel Carlos de Brito, de História da Música em Portugal (Universidade Aberta, 1992), organizou na Biblioteca Nacional de Portugal a exposição Verdi em Portugal 1843-2001 (2001) e publicou o volume de ensaios olhares sobre a Música em Portugal no século XiX: ópera, virtuosismo e música doméstica (CESEM - Edições Colibri, 2012).

Luísa Cymbron holds a doctoral degree in Musical Sciences from Lisbon’s Nova University where she also lectures. Her research focuses on the 19th century Portuguese composers dedicated to opera and the reception of the Italian and French repertoires in Portugal during this period. She has worked on a range of research

projects both in Portugal and internationally. She authored, in conjunction with Manuel Carlos de Brito, “História da Música em Portugal” (Universidade Aberta, 1992), organized the exhibition “Verdi in Portugal 1843-2001” (2001) at the National Library of Portugal and published a volume of essays entitled “Olhares sobre a Música em Portugal no Século XIX: Ópera, Virtuosismo e Música Doméstica” (CESEM – Edições Colibri, 2012).

www.parquesdesintra.pt parquesdesintra [email protected] Tel. (+351) 21 923 73 00

organização | Organization Media partner