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Sábado 29 | Agosto | 2015 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 867 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita semmais SOCIEDADE PÁGINA 3 ENFERMEIROS ARRASAM SITUAÇÃO DO SETOR NO DISTRITO O presidente da Secção Sul da Ordem dos Enfermeiros, Alexandre Tomás, alerta ao Semmais para a «elevada carência» de pro- fissionais na região, que diz ser a «mais afeta- da do país». E afirma que no que diz respeito ao Litoral Alentejano é preciso fazer uma grande aposta nos cuidados domiciliários. SOCIEDADE PÁGINA 5 ALUNOS DA REGIÃO NO TOPO DOS CHUMBOS E DESISTÊNCIAS Cerca 25 por centos dos alunos que estudam no distrito chumbaram ao desistiram de estudar, colocando a região entre as que mais exibiram rácios de insucesso escolar entre 2009/2010 e 2012/2013. É no 12.º ano que se registam maiores dificuldades, com percen- tagens alarmantes acima dos 40 por cento. ESPECIAL VINDIMAS PÁGINAS 14 A 19 Arranca a 3 de Setembro a 53.º edição das Festas das Vindimas, um dos eventos mais consagrados do distrito e que arrasta mul- tidões. Com um orçamento de cerca de 180 mil euros, a presidente da associação promete algumas alterações, sem perder de vista a grande tradição dos festejos. CERIMÓNIA DE ORDENAÇÃO DO NOVO BISPO VAI REPETIR A DE HÁ QUARENTA ANOS O novo bispo de Setúbal, D. José Ornelas Carvalho, vai ser ordenado a 25 de Outubro, numa cerimónia que se realizará na Sé Catedral, onde o primeiro prelado sadino, D. Manuel Martins, deu corpo à criação da Diocese. A grande incógnita está em saber se D. Gilberto Canavarro dos Reis permanecerá em terras de Setúbal ou se seguirá para o norte, de onde é oriundo. SOCIEDADE PÁGINA 2 PUBLICIDADE

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Edição do Semmais de 29 de Agosto

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Sábado 29 | Agosto | 2015

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 867 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interditasemmais

SOCIEDADE PÁGINA 3ENFERMEIROS ARRASAM SITUAÇÃO DO SETOR NO DISTRITO O presidente da Secção Sul da Ordem dos Enfermeiros, Alexandre Tomás, alerta ao Semmais para a «elevada carência» de pro-fissionais na região, que diz ser a «mais afeta-da do país». E afirma que no que diz respeito ao Litoral Alentejano é preciso fazer uma grande aposta nos cuidados domiciliários.

SOCIEDADE PÁGINA 5ALUNOS DA REGIÃO NO TOPO DOS CHUMBOS E DESISTÊNCIAS Cerca 25 por centos dos alunos que estudam no distrito chumbaram ao desistiram de estudar, colocando a região entre as que mais exibiram rácios de insucesso escolar entre 2009/2010 e 2012/2013. É no 12.º ano que se registam maiores dificuldades, com percen-tagens alarmantes acima dos 40 por cento.

ESPECIALVINDIMAS PÁGINAS 14 A 19Arranca a 3 de Setembro a 53.º edição das Festas das Vindimas, um dos eventos mais consagrados do distrito e que arrasta mul-tidões. Com um orçamento de cerca de 180 mil euros, a presidente da associação promete algumas alterações, sem perder de vista a grande tradição dos festejos.

CERIMÓNIA DE ORDENAÇÃO DO NOVO BISPO VAI REPETIR A DE HÁ QUARENTA ANOSO novo bispo de Setúbal, D. José Ornelas Carvalho, vai ser ordenado a 25 de Outubro, numa cerimónia que se realizará na Sé Catedral, onde o primeiro prelado sadino, D. Manuel Martins, deu corpo à criação da Diocese. A grande incógnita está em saber se D. Gilberto Canavarro dos Reis permanecerá em terras de Setúbal ou se seguirá para o norte, de onde é oriundo.SOCIEDADE PÁGINA 2

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2 | SEMMAIS | SÁBADO | 29 DE AGOSTO | 2015

ABERTURAD. GILBERTO CANAVARRO DOS REIS JÁ SÓ ESTÁ EM ‘GESTÃO’ E NÃO SE SABE SE FICA OU SE PARTE PARA O NORTE, DE ONDE É ORIUNDO

Cerimónia de ordenação de D. José Ornelas Carvalho vai repetir a de há quarenta anos atrás

Era uma nomeação esperada e o nome do novo bispo de Setúbal foi bem aceite. D. José Ornelas Carvalho, tem 61 anos de idade e era o antigo superior geral dos Dehonianos. A grande incógnita é se D. Gilberto Canavarro dos Reis regressa ao norte ou fica por cá. E a ordenação vai repetir a cerimónia de há 40 anos atrás.

O dia 24 de Agosto marcou o ‘fumo branco’ na escolha do novo bispo da diocese

de Setúbal, após a renúncia de D. Gilberto Canavarro dos Reis, que resignou, ao abrigo do Direito Canónico, por limite de idade, a 27 de Maio, conforme o Semmais anunciou em primeira mão. E espera-se um «bom sinal» com a cerimónia de ordenação aprazada para 25 de Outubro que, segundo apurou o Sem-mais, «vai repetir a que se reali-

Semmais uma fonte ligada à Igreja sadina. E assim é, D. José Ornelas Carvalho é especialista em Ciên-cias Bíblicas, com o grau de dou-tor em Teologia Bíblica pela Uni-versidade Católica Portuguesa, onde chegou a ser um proemi-nente docente, entre 1983-1992 e 1997-2003. A missão em África que ficou pelo caminho havia sido solicitada a seu pedido, uma vez que o bispo português pretendia continuar a sua mis-são pastoral onde sentia, segun-do a mesma fonte, «mais neces-sidade» de intervir.

A incógnita sobre se D. Gilberto fica ou vai para o Norte

Ainda sendo cedo para perce-ber a dimensão e o cariz que o novo bispo quer imprimir em terras de Setúbal, para já fica certo a sua vontade de querer continuar a contar com os seus dois antecessores, D. Manuel Martins, fundador da Diocese em 1975, que exerceu o magis-tério até 1998, num período de grande turbulência política e social, e D. Gilberto Canavarro dos Reis, nomeado bispo no mesmo ano até à data. «É uma postura de louvar, porque vai certamente manter um rumo e um conhecimento mais ade-quado do que é a nossa diocese e preparar o seu caminho e o seu futuro», explicitam fontes ligadas à Diocese. Para já a grande incógnita é o que vai fazer D. Gilberto Ca-navarro dos Reis. Numa entre-vista recente ao Semmais, o bispo dizia ter vontade de re-gressar ao norte, sua zona de origem, mas pode muito bem ficar por cá. «Um bispo é bispo para sempre e tem três missões específicas: a de ensinar, santi-ficar (presidir a liturgias) e a de governar, pelo que só a última ficou comprometida com a sua sucessão», explicam as mes-mas fontes. Até 25 de Outubro, D. Gilber-to, agora bispo emérito, perma-nece na diocese apenas como uma espécie de gestor, à espera da chegada do novo administra-dor-apostólico, o seu sucessor D. José Ornelas Carvalho.

DIOCESE CRIADA HÁ QUARENTA ANOS COM 55 COMUNIDADES LOCAISA diocese de Setúbal foi criada há 40 anos, através da bula (documento oficial) “Studentes Nos”, por Paulo VI. Segundo dados recentes, a população católica da região está distribuí-da por 55 comunidades paroquiais, tendo a diocese uma superfície de 1500 quilómetros quadrados e 717 mil habitan-tes, em nove concelhos, que corresponde à Península de Setúbal e exclui os quatro concelhos do distrito pertencentes ao litoral alentejano. Abrange ainda três parcelas que inte-gram a paróquia da Comporta, uma parcela da freguesia de Santa Maria do Castelo, ambas pertencentes ao concelho de Alcácer, e Tróia, pertencente à freguesia do Carvalhal, conce-lho de Grândola.

zou há quarenta anos, quando o primeiro bispo de Setúbal, D. Manuel Martins, tomou posse do cargo, em plena Catedral de Setúbal. A escolha do Papa Francisco, comunicada pela Nunciatura Apostólica, em Lisboa, embaixa-da do Vaticano, recaiu sobre D. José Ornelas Carvalho, um reli-gioso oriundo da Madeira, com 61 anos de idade. Esteve na calha para uma missão em terras afri-canas, mas foram-lhe trocadas

as voltas. É o próprio que conta na sua primeira mensagem aos cristãos sadinos. “O Papa Fran-cisco, que tive ocasião de en-contrar pessoalmente, mudou estes planos, quando me deu a alegria de encontrá-lo e disse--me: “Não te imponho, mas pe-ço-te que vás para como bispo para Setúbal… mas irás como missionário, a Europa tem ne-cessidade de redescobrir a sua missão missionária. E aqui es-tou, para assumir convosco esta

missão eclesial”, escreveu D. Or-nelas Carvalho. O novo bispo foi Superior Geral dos Dehonianos, Congre-gação dos Sacerdotes do Cora-ção de Jesus e foi ordenado pa-dre no Porto de Santa Cruz, Madeira, a 9 de Agosto de 1981. «É um teólogo e docente com muita experiência, vem acres-centar valor ao que o Papa Fran-cisco pretende com esta nova dimensão eclesial para a Dioce-se e para a Europa», disse ao

A CASA DO PEIXERESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL

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SEMMAIS | SÁBADO | 29 DE AGOSTO | 2015 | 3

SOCIEDADEALEXANDRE TOMÁS PRESIDENTE DA SECÇÃO SUL DA ORDEM DOS ENFERMEIROS, EM ENTREVISTA, FAZ ALERTAS URGENTES

Região precisa de mais enfermeiros para garantir cuidados domiciliários

SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO DO MINISTRO DA SAÚDE INAUGUROU NOVA UNIDADE NO HOSPITAL DE AZEITÃO

Hospital Nossa Senhora da Arrábida ganha camas para cuidados paliativos

ENTREVISTA ROBERTO DORESFOTOS SM

O alerta parte do presidente da Secção Sul da Ordem dos Enfermeiros, Alexandre Tomás, após a jornada de luta que mar-cou o mês de agosto entre os profissio-nais do sector: há concelhos na região de Setúbal que não têm enfermeiros sufi-cientes para pôr em marcha os cuidados domiciliários que a população mais enve-lhecida precisa. Eis uma das reivindica-ções que esteve em foco durante os pro-testos dos enfermeiros das unidades de saúde do distrito.

A contestação dos profissionais tem subido de tom. Quais são as principais lacunas?

Temos que ser pragmáticos. Os serviços estão com uma elevada carência de enfermeiros e esse é um dado que apurámos na zona Sul do País. No distrito de Setú-bal o Litoral Alentejano é o mais afetado, tratando-se de uma preocupação que percorre toda a região, com uma carência efe-tiva de profissionais. Isso faz com que alguns direitos dos tra-balhadores possam não estar a ser garantidos.

A prestação de cuidados de saúde à população sai muito afetada?

O secretário de Estado Ad-junto do Ministro da Saú-de, Fernando Leal da Cos-

ta, inaugurou, terça-feira, a unidade de cuidados continua-dos do Hospital Nossa Senhora da Arrábida, em Azeitão. A unidade hoje inaugurada pelo governante faz parte da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e da Rede de Cuidados Paliativos, tendo entrado ao serviço em Abril passado. O Hospital Nossa Senhora da Arrábida disponibiliza 42 camas nas valências de cuidados palia-

tivos, cuidados de média dura-ção e recuperação e cuidados de longa duração e manutenção, ajudando a colmatar uma gran-de carência existente na Região de Lisboa e Vale do Tejo, neste setor. O Hospital do Grupo Visa-beira e da Misericórdia de Azei-tão, inaugurado em Abril de 2014, possui um total de 101 ca-mas, um centro de fisioterapia de excelência e uma equipa multidisciplinar altamente qua-lificada, disponibilizando con-sultas de ambulatório com deze-nas de especialidades médicas.

Para além de receber utentes externos, a unidade de saúde serve de retaguarda aos utentes das Residências Assistidas, um projeto único do género a nível nacional O Hospital Nossa Senhora da Arrábida e as Residências Assis-tidas Porto Salus, cujo investi-mento rondou os 23 milhões de euros, resultam de uma parceria entre o Grupo Visabeira e a San-ta Casa da Misericórdia de Azei-tão, constituindo uma das mais recentes apostas do grupo em-presarial no setor sénior e da saúde.

Sobretudo, entre a população com mais necessidades de cui-dados de saúde. À medida que as equipas vão estando mais ca-renciadas, mais dificuldades vão tendo para responder às neces-sidades dos utentes.

E qual é a realidade neste distrito?

Mais uma vez o Litoral Alenteja-no tem um conjunto de caracte-rísticas que são muito próprias, porque a população está cada vez mais envelhecida, carencia-da e muito dispersa. Nós preci-sávamos de fazer uma aposta muito importante nos cuidados domiciliários, mas está compli-cado, devido à falta de enfermei-ros. As unidades que têm essa responsabilidade são, sobretu-do, unidades de cuidados na co-

munidade dos centros de saúde que estão descapitalizadas.

Ou seja, sendo uma região com características próprias, o Litoral Alentejano precisava de medidas muito concretas?

Sim, porque não é um centro ur-bano, onde o tempo de desloca-ção é totalmente diferente. O Alentejo tem muita população isolada, que é carenciada. Era preciso um sistema de saúde que apostasse nas equipas de in-tervenção comunitária no apoio domiciliário, com enfermeiros e enfermeiros especialistas.

Mas nem há a perspetiva dessa aposta vir a ser feita?

Para já não foi feita, além de que nós sentimos que a região

tem unidades hospitalares que também têm dificuldade em fi-xar os profissionais. A região tem ainda uns cuidados de saú-de primários com dificuldade em responder a toda a popula-ção. É uma situação que muito nos preocupa.

Ou seja, não é abusivo dizer-se que está criado um clima de grande descontentamento?

Sim, claro. Temos que ter a no-ção de que há um conjunto de alterações que ocorreram na administração pública nos últi-mos anos devido ao resgate da troika. Estamos a falar do con-gelamento na progressão nas careiras, estamos a falar na al-teração de 35 para 40 horas. São questões que em algumas profissões, particularmente na

enfermagem, têm as suas parti-cularidades.

Pode dar exemplos dessas especificidades?

Um enfermeiro que está a fazer 35 horas e passa a fazer 40 não está só a fazer mais uma hora no seu dia de trabalho. Ele pas-sa a ter menos uma folga por semana, porque, somando as horas, vai trabalhar mais um dia. Quando são aplicadas me-didas a toda a administração pública de forma cega, isso de-pois tem impacto nos serviços. Nós, que estamos nos serviços, vemos que as pessoas têm mais necessidades e não temos os recursos para poder acudir a tudo o que é solicitado. E isto foi sendo progressivamente mais grave.

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SOCIEDADEAUTARCAS, MORADORES E AUTOMOBILISTAS QUEREM VER SE É DESTA QUE A REQUALIFICAÇÃO DA VIA AVANÇA E CHEGA AO FIM

Obras voltaram à estrada entre Sines e Santo André após cinco anos de luta e de protestos

Paróquia de Nossa Senhora da Conceição inaugura Clínica Social Dentária

Após um impasse de cinco anos, as máquinas voltam a avançar. O presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha aplaude, mas lamenta não ter sido informado. Os protestos, agora, podem recuar.

Projeto de intervenção social pretende que os mais carenciados voltem a sorrir. A iniciativa conta com 32 dentistas voluntários e o consultório deverá abrir portas em setembro.

TEXTO ROBERTO DORESFOTOS SM

TEXTO CAROLINA BICOFOTOS SM

As obras foram retomadas na Estrada Regional (ER 261-5), entre Sines e Vila

Nova de Santo André e na Auto-estrada 26, após um impasse de quase cinco anos, segundo avan-

çou a empresa Infra-estruturas de Portugal (IP), ex-Estradas de Portugal. No terreno voltou a ha-ver movimento de máquinas, como documenta a fotografia, mas os polémicos pinos que se-param as vias continuam por lá, enquanto a sinalização vertical se mantém coberta por plásticos. Alguns já degradados.

A paróquia de Nossa Senho-ra da Conceição em Setú-bal inaugurou a sua pri-

meira clínica social dentária. O projeto de intervenção social partiu das elevadas carências de higiene oral dos paroquianos de-tetadas pelo pároco Constantino Alves. A sessão solene de inauguração iniciou-se com a atuação do gru-

Daí que autarcas, moradores e automobilistas afirmem que o reinício das obras é positivo, apesar de coincidir com a época de férias, o que implica mais mo-vimento na estrada, mas querem ver se é desta que a requalifica-ção da via chega ao fim. Ao longo destes anos de im-passe somam-se os relatos de

automobilistas que levaram pi-nos pela frente, com ultrapassa-gens arriscadas, tendo as obras sido suspensas em 2011 por falta de financiamento. Não faltaram manifestações e até recurso aos tribunais, mas a falta de verbas impediu o recomeço dos traba-lhos. Perante o regresso das má-quinas à estrada, Álvaro Beiji-nha, presidente da Câmara de Santiago do Cacém, assume a notícia como «positiva», embora lamente não ter sido informado oficialmente do retomar das obras. «A constatação foi feita pela câmara no terreno e a partir de um contacto do presidente da autarquia com a empresa que está a executar a obra», diz. Há cerca de dois anos, recor-de-se, o atual Governo ainda chegou a anunciar ter negociado com as Estradas da Planície (concessionária da via) a conclu-são dos troços entre Santo André e Sines, entre Sines e Relvas Ver-des (Santiago do Cacém), até ao troço de Santa Margarida (Fer-reira do Alentejo).

Lanços existentes vão manter conservação corrente

Ao Semmais a empresa Infra--estruturas de Portugal garante que «as obras na A26/IP8 inte-grada na subconcessão do Baixo Alentejo já foram reiniciadas». Já quanto aos lanços existentes, as-sume que «a subconcessionária mantém a sua conservação cor-rente, de acordo com estipulado no contrato de subconcessão». Já este ano uma manifestação de 350 automóveis tinha exigido a retirada dos pinos da via, através de uma marcha lenta. «Há trinta anos que utilizamos esta estrada e nunca tivemos problemas. Agora que colocaram estes pinos come-çaram os acidentes», sublinhou o porta-voz do movimento Nuno Damas. A morte trágica de um mo-tociclista duas semanas antes le-vou os utentes a agudizar os pro-testos. Foi a segunda marcha lenta no espaço de um ano que havia de provocar uma fila superior a três quilómetros e que serviu ainda para homenagear o jovem que per-deu a vida num despiste.

ção, sendo «uma clínica de in-tervenção social e não uma al-mofada do poder», explicou o líder do projeto. Na sua comuni-cação, o sacerdote alertou ainda para os problemas associados à falta de cuidados dentários, como a falta de autoestima e as dificuldades no acesso ao mer-cado de trabalho, que considera serem minimizados com a aber-tura da clínica. As prioridades nesta primeira fase serão a educação dos bene-ficiários para a saúde oral e a

prestação de serviços de quali-dade oferecidos por um corpo de 32 voluntários orientados pelo cirurgião José Rafael, diretor clí-nico do consultório médico. De acordo com as palavras de Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas, «nós almejamos um mundo diferente, mas é preciso que alguém se assuma como um condutor da justiça», felicitando o sacerdote pelo projeto. Já para Pedro Pina, vereador da cultura da Câmara Municipal de Setúbal (CMS), «o executivo au-

tárquico não podia deixar de se congratular por esta ação tão ar-rojada e pela qual tantas pessoas se solidarizaram». D. Gilberto Canavarro dos Reis, bispo de Setúbal deixou ainda o apelo para que «o Serviço Nacio-nal de Saúde e o Governo olhem para estas ‘feridas’ da sociedade e encontrem políticas ajustadas aos mais pobres». O final da inauguração destinou--se à visita às instalações da nova clínica, seguido de um lan-che de convívio.

po Coral Mãos Dadas, que inter-pretou vários temas alentejanos. Em seguida, a cerimónia prosse-guiu com o discurso de abertura do grande impulsionador do projeto, o pároco Constantino Alves, que frisou que o objetivo será «lutar pela dignidade da pessoa humana numa cultura de indiferença, que não deixa os mais pobres sorrir». Nesse sentido, o projeto será aberto a todos os que preen-cham os requisitos em termos de rendimento social de inser-

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SOCIEDADESITUAÇÃO É PREOCUPANTE, COM 25 POR CENTO DOS ALUNOS INSCRITOS NO SECUNDÁRIO SEM CONCLUÍREM OS TRÊS ANOS DE ESCOLARIDADE

Setúbal é o distrito onde mais alunos chumbam

Os 25% de alunos que chumbaram ou desisti-ram de estudar no ensino

secundário no distrito de Setú-bal, entre 2009/2010 e 2012/2013, colocam a região en-tre as que exibem o maio insu-cesso escolar, apenas ao lado do Bragança e Faro, de acordo com os dados oficiais agora divulga-dos pelo Ministério da Educação e Ciência. É no 12º ano que se registam mais dificuldades, com o distri-to a exibir dados preocupantes, atingindo uma média de repro-vações de 41%, ficando Faro em segundo lugar com 40%, en-quanto a média nacional se fi-xou nos 35 pontos percentuais Somando as médias dos mu-nicípios, conclui-se que os 25% dos alunos do secundário inscri-tos em cursos cientifico-huma-nísticos da região não consegui-ram fazer os três anos de escolaridade no tempo previsto, ficando três pontos acima da média do país relativamente à taxa de retenção ou desistência. Uma taxa que mostra a percen-tagem de alunos que não transi-

ta para o ano seguinte, mistu-rando os casos de quem reprova com aqueles que anulam a ma-trícula, por várias razões, como desistirem de estudar ou aban-donar o país. A Escola Secundária da Baixa Banheira, no Vale da Amoreira (Moita) está entre os estabeleci-mentos de ensino que apresen-tam resultados mais negativos no país, com 47% de retenções ou desistências entre 10º, 11º e 12º anos, sendo que só no 12º a percentagem sobe para os 61%, remetendo a escola para a quar-ta pior classificação de Portugal, apenas atrás de dois estabeleci-mentos da Amadora e um de Lisboa. Ainda assim, relativamente apenas ao ano letivo de 2013 e 2014, o mais atual, os dados dis-poníveis no site www.infoescolas.mec.pt, os resultados a Matemáti-ca até estão nos 25 % melhores do país, registando uma progressão superior à média nacional, sendo que em Matemática a região con-segue igualar a média nacional, depois de em 2011 e 2012 estar uns furos abaixo.

Olhando para a evolução ao longo dos três anos percebe-se que os alunos têm algumas difi-culdades quando chegam ao 10º ano (17% dos estudantes não passam ou desistem), mas no 11º ano a situação melhora um pou-co (taxa de retenção é de 13%). No entanto, nos últimos anos, o insucesso escolar no 10º ano diminuiu (de 18% para 16%), mas no 11º ano verificou-se a tendên-cia oposta, com a taxa de reten-ção a subir de 12% para 14%.

Região fora dos testes ao municipalismo na educação

O distrito de Setúbal não tem qualquer concelho entre os 15 municípios portugueses que aceitaram assumir a área da edu-cação, no âmbito da assinatura dos contratos intermunicipais de delegação de competências. Um tema que está a gerar muita polé-mica no país, tratando-se de um projeto-piloto em que cada au-tarquia recebe as verbas calcula-das em função das despesas com a educação nos respetivos agru-pamentos escolares em 2014.

Às verbas publicadas em Di-ário da República acrescem ainda os fundos comunitários a que as autarquias se podem candidatar, naquilo que são os chamados ajustamentos à des-pesa real. Se algumas das câma-ra pretender reduzir as despe-sas com a educação, será também financiado 50% dessa redução. No âmbito deste projeto-pi-loto que agora avança na edu-cação, as câmaras ficam encar-regues das áreas de políticas educativas, administração edu-cativa, gestão e desenvolvimen-to do currículo, organização pedagógica e administrativa, gestão de recursos e relação escola- comunidade. Entre ou-tras despesas, com as verbas atribuídas, os municípios pa-gam os salários ao pessoal não docente e gerem as infraestru-turas das escolas. Uma das competências atri-buídas pelo Ministério da Educa-ção e Ciência às autarquias é a contratação de pessoal docente para projetos educativos de ca-rácter local.

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Um quarto dos alunos da região, chumbaram ou desistiram de estudar entre 2009/2010 e 2012/2013, colocando o distrito entre os que registam maior insucesso escolar. E é no 12.º ano que se colocam as maiores dificuldades, com reprovações acima dos 40 por cento.

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SOCIEDADECEIA DA SILVA LIDEROU PÉRIPLO PELAS PRAIAS DO LITORAL ALENTEJANO NUMA INICIATIVA INÉDITA

Operação charme nas praias do litoral agradece vinda de mais turistas

Gastronomias Atlânticas na marginal de Sines para turista ficar com água na boca

A Turismo do Alentejo andou pelas praias do litoral numa operação de charme. O presidente Ceia da Silva, acompanhado por autarcas, foi o rosto da acção, de distribuição de chapéus-de-sol com a marca da região. Um êxito, a testemunhar um novo perfil de turista.

TEXTO ANABELA VENTURAFOTOS SM

Está ainda ali um caixa», atira Ceia da Silva para um colaborador da Turis-

mo do Alentejo, à entrada da praia do Carvalhal, concelho de Odemira, uma das mais belas de Portugal, naquela que foi a última acção de distribuição de chapéus-de-sol com a marca da região. A comitiva é curta. Apenas operacionais e a presença espe-cial do presidente da câmara, José Alberto Guerreiro, que vai acompanhando o passo mais acelerado de Ceia da Silva. Pa-rece que está em campanha

eleitoral, mas não desse tipo: «Isto tem sido fantástico e as redes sociais têm tido um im-pacto brutal, veja que algumas pessoas até já estão à nossa es-pera», explica ao Semmais. No areal, prendido pela fa-lésia do Parque Natural, já se nota o azul forte dos ‘brindes’ que se espraiam por entre os turistas. Os dois presidentes criam ambiente, conversam com os banhistas e tiram fo-tos. «O que queremos dizer às pessoas não é propriamente que venham ao Alentejo, mas sim agradecer-lhes por terem vindo. E isso faz a diferença nesta acção de charme», acen-tua o líder do Turismo do Alentejo.

A avenida atântica de Sines recebeu, entretanto, a pri-meira edição do “Gastro-

nomias Atlânticas”, promovida pela Turismo do Alentejo, em parceria com a câmara municipal. A iniciativa contemplou a re-alização de showcookings com chefs de renome, degustações gastronómicas, provas de al-guns dos melhores vinhos da re-gião e a exposição e venda de produtos endógenos, como por exemplo queijos, enchidos, do-ces conventuais, licores ou com-potas. Ceia da Silva, o presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo/Ribatejo fez questão de salientar a importância do evento virado para os produtos regionais. «É o primeiro a reali-zar com este sinal atântico em todo o país. O turismo não é de

Planos operacionais prontinhos já em Outubro

A iniciativa, arrancada da cabe-ça de líder do turismo alenteja-no, é a primeira do género e «vai continuar», sugerem al-guns colaboradores, que confir-mam a adesão dos turistas e o sucesso da jornada. Mas Ceia da Silva tira outras conclusões. «Com esta iniciativa e pela for-ma como decorreu quase que podíamos fazer o perfil do tu-rista que nos procura atual-mente, e a mudança é clara, pela voz dos responsáveis pelos apoios de praia, restaurantes e unidades hoteleiras: mais exi-gente, bem informado, com maior poder de compra e com

monoproduto, tem outras com-ponentes fortes, como este da nossa gastronomia, pelo que não fazia sentido que olhásse-mos para esta costa, que tanto nos dá». Para além, do peixe e maris-cos, estiveram presentes o mel, as compotas, as ervas aromáti-cas tão características da zona. Para Ceia da Silva é orgulho ve-rificar que há dois anos apenas «existiam pouco mais de cem pequenas empresas nestes ni-chos em todo o litoral e agora são 260». O presidente anunciou ainda a edição e apresentação de um “Guia da Gastronomia Mediterrânica” e a continuar com as políticas de certificação. Já o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, afir-mou a importância do evento, como «mais uma grande con-

quista para o concelho, que tem aposta forte no cluster turísti-co». O edil, lembrou o cresci-mento do turismo em todo o Alentejo Litoral, e em Sines em particular, com quase 100 por cento de ocupação das unidades hoteleiras.

Com a baia de Sines a servir de cenário natural, os turistas e visi-tantes tiveram oportunidade de aprender a confecionar verdadei-ras iguarias, degustar a excelência da colunária alentejana, e sabore-ar a qualidade de diferentes pro-dutos produzidos na região.

O evento, que contou também com a colaboração da Docapesca e da Associação de Armadores da Pesca Artesanal e do Cerco do Su-doeste Alentejano e Costa Vicenti-na, constituiu também uma im-portante ação promocional da marca turística Alentejo.

mais tempo de estadia. E mui-tos espanhóis e franceses», in-forma o presidente da Turismo do Alentejo. São dados relevantes para que alinhavar as bases dos pla-nos operacionais que serão apresentados já em Outubro ou para acrescentar colorido ao marketing territorial e de desti-no que a região de turismo tem perseguido. «Na verdade, como sempre digo, o caminho faz-se caminhando, passo a passo, para continuarmos a cimentar a excelência e a qualidade, não queremos é a massificação, nem jamais permitiremos isso, no que depender das nossas capa-cidades e competências», sus-tenta o presidente.

PRESIDENTE DE ODEMIRA ATRIBUI FATIA DE CRESCIMENTO AOS AGENTES DO TURISMOO presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro, enaltece a iniciativa de Ceia da Silva e diz que «o Alentejo não é só interior». O autarca, que reafirma o crescendo de turistas no seu concelho, está ao lado das entidades do turismo no sentido da promoção de «uma estratégia integrada de valorização deste litoral, com praias magníficas e em contacto direto com a natureza, num parque natural com circuito pedonal único». Para o edil, tanto a entidade regional como a agência de turismo do Alentejo têm feito «um trabalho excelente», em programação, preparação da gestão dos fundos comunitários e na interna-cionalização do mercado. «O crescimento do nosso destino tem muito a ver com a experiência destes profissionais, ao lado das autarquias e dos agentes económicos», afirma o edil.No caso de Odemira, estão a ser resolvidos atrasos na concretização do Polis mas, segundo José Alberto Guerreiro, «dentro de um ano ainda estaremos mais preparados e qualificados para continuar a receber os nossos turistas».

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POLÍTICACOM MINISTRA DAS FINANÇAS À CABEÇA, COLIGAÇÃO DO GOVERNO CONFIA NO RESULTADO DAS SUAS POLÍTICAS E GARANTE CAMPANHA AGUERRIDA

Candidatos de “Portugal à Frente” querem consolidar políticas e mostram confiança

TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

Muitas lembranças do passado como tecla eleitoral e tónica na ideia de que o governo salvou o país, com resultados já muito visíveis. Maria Luis Albuquerque e os líderes distritais do PSD e do CDS/PP são os rostos da lista de deputados.

Os cabeças de lista do PSD e do CDS-PP da coligação “Portugal à Frente” pelo dis-

trito, Maria Luís Albuquerque e Nuno Magalhães, sublinharam quarta-feira na apresentação dos candidatos a deputados a impor-tância de dar a oportunidade a esta aliança para «consolidar o resulta-do das politicas que levaram Por-tugal a ultrapassar as dificuldades herdadas do passado e cujos resul-tados já começam a ser visíveis, como na recuperação da econo-mia e na criação de emprego». Maria Luís Albuquerque lem-brou que as propostas do PS le-varam Portugal ao colapso eco-nómico e social. «É inconcebível que o PS volte a prometer as mesmas medidas que falharam rotundamente. Depois de um resgate duríssimo, querem apli-car a mesma receita que nos le-vou à pré-bancarrota», destacou. A cabeça-de-lista sublinhou ainda que é necessário continuar com políticas credíveis e realistas, que permitam uma melhoria sus-tentada e contínua da economia,

da recuperação dos salários e da qualidade de vida das pessoas.

Líderes distritais lembram «herança» socialista

Nuno Magalhães salientou que o Governo realizou obras funda-mentais no distrito, dando como exemplo os apoios à inovação e ao investimento de inúmeras PME e IPSS. Falou também das melho-rias na área da saúde, onde o nú-mero de habitantes com acesso a médico de família ou isentos do pagamento de taxas moderadoras «aumentou significativamente»,

bem como a construção de novas unidades de saúde. O presidente da distrital do PSD e candidato pela coligação, Bruno Vitorino, salientou as pro-vas dadas pelos nomes que com-põem a lista. «Temos uma lista de gente séria e capaz, que gosta de fazer política de proximidade», sublinhou, alertando os cidadãos que «se o PS ganhar as eleições, o esforço feito durante os últimos quatro anos não servirá para nada. Não queremos de regresso as más políticas que nos trouxe-ram a bancarrota, a troika, o me-morando e a austeridade».

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SEMMAIS | SÁBADO | 29 DE AGOSTO | 2015 | 9

POLITICA

FRANCISCO CARRIÇO, EMPRESÁRIO E LÍDER DOS COMERCIANTES DO DISTRITO É O CABEÇA DE LISTA

“Nós Cidadãos” vai a votos nas legislativas pelo Círculo Eleitoral de Setúbal

Festa do “Avante!” com muita música e críticas ao Governo de Passos Coelho

TEXTO RITA MATOS*FOTOS SM

Setúbal é um dos quatro distritos em que o movimento vai contar com lista de candidatos. O empresário Francisco Carriço é o cabeça de lista. No país querem eleger um mínimo de quatro deputados.

O “Nós Cidadãos” surgiu da maior manifestação po-pular de cidadãos inde-

pendentes que ficará para a his-tória do país e que teve lugar a 15 de Setembro de 2012. Um pro-testo que juntou mais de um mi-lhão de pessoas na Praça do Co-mércio, em Lisboa e, paralelamente, largas centenas noutras cidades do país. Depois desta manifestação, e na tentativa de salvar o país da «ditadura fiscal», os vários grupos foram-se organizando e deram origem ao partido for-mado há cerca de dois meses. A tempo de concorrer às próxi-mas legislativas o “Nós Cida-dãos” conta já com quatro po-los constituídos: Porto, Lisboa, Setúbal e Algarve e há ainda um polo emergente a surgir na cidade de Braga. Embora seja um partido mui-to recente, as espectativas para estas eleições são elevadas. «Es-peramos conseguir chegar aos

portugueses, passando a mensa-gem de que há uma alternativa aos partidos institucionais. So-mos pela mudança. Estamos há 40 anos com as mesmas políti-cas. É preciso que os abstencio-nistas deste país saibam que há um partido que os representa», afirma Francisco Carriço, cabe-ça-de-lista pelo círculo de Setú-bal e mandatário da campanha. No dia 4 de outubro o “Nós Cidadãos” espera eleger, no mí-nimo, cinco deputados no país. E para que haja uma «reviravol-ta» no país, os responsáveis do consideram «urgente» adotar uma nova estratégia nacional. Na área da segurança social, Francisco Carriço, afirma que são as micro, pequenas e médias empresas as mais prejudicadas. «As empresas devem pagar a se-gurança social por volume de faturação e não por número de trabalhadores. Se isto for feito assim acaba-se com certos es-cândalos em Portugal, como é o caso da EDP e de muitos hiper-mercados que, para fugirem à segurança social, pagam orde-nados ridículos a trabalhadores

a part-time», afirma. Para além disso, acrescenta, é preciso que as grandes empresas paguem os impostos em Portugal. «Das em-presas do PSI 20, dezanove têm sede no estrangeiro e fogem aos impostos em Portugal. Isto é um escândalo. As micro empresas é que estão a pagar a fuga aos im-postos que os grandes grupos fazem», critica. A criação de emprego é outra das grandes lutas do novo parti-do que acusa o atual governo de esconder a taxa real de desem-prego. «São as micro, pequenas e médias empresas que criam em-prego e estas estão a sofrer uma perseguição numa ditadura fiscal sem precedentes. Em 2014, mais de 47 mil empresas abriram fa-lência. O desemprego em Portu-gal está acima dos 20 por cento e há verbas desperdiçadas no IEFP», afirma Francisco Carriço.

«Para reduzir despesa da função pública basta não contratar»

Para tirar o país da situação em que se encontra, o “Nós Cida-dãos” parece ter soluções. Um

dos passos a dar passa por ga-rantir uma maior ajuda às pe-quenas e médias empresas, atra-vés dos fundos comunitários, cujas verbas, garante, o movi-mento de cidadãos, estão a ser retidas. «O QREN está parado. Em 2014 não houve verbas a sair para o mercado, e este ano o go-verno prevê um número otimista de 5 por cento de verbas utiliza-das. As verbas do QREN, numa primeira fase, são absolutamente necessárias para ajudar as pe-quenas e médias empresas em todos os sectores de atividade do país e para ajudar a classe média a ter maior poder de compra. Só assim conseguiremos levantar esta espiral negativa e alavancar a economia portuguesa». Outras das medidas funda-mentais a implementar passa por reduzir as despesas com a função pública. «Não é preciso baixar sa-lários e cortar nas reformas. Isso é uma traição aos portugueses. Basta não contratar funcionários durante dois ou três anos». Além disso, vinca Francisco Carriço, «há um número muito elevado de governantes. Os políticos não se consideram funcionários públi-cos, não houve redução de salá-rios nem dos políticos, nem dos assessores, nem dos deputados, nem dos autarcas. Temos políti-cos a país e estadistas a menos».

Dois investimento para o distrito de Setúbal

Concretamente para o distrito de Setúbal, há dois investimen-tos que o “Nós Cidadãos” consi-dera prioritários. Um dos proje-tos prende-se com a construção da Marina de Recreio do Porto de Setúbal. «A marina é impor-tante para toda a península de

Decorreu, na passada quin-ta-feira, na Quinta da Ata-laia, na Amora, Seixal, a

conferência de imprensa de apresentação do programa inte-gral da Festa do Avante! 2015, que tem lugar de 4 a 6 de Setembro na Quinta da Atalaia, Amora, Sei-xal. A apresentação do programa contou com a presença de Ale-xandre Araújo, membro do se-cretariado do Comité Central; Rúben de Carvalho, membro do Comité Central e da direção da festa e Alma Rivera, membro da direção nacional da JCP. Alexandre Araújo sublinhou que, além das lutas e aspirações da

Setúbal. Uma marina com capa-cidade para atrair mais turistas portugueses e estrangeiros» O outro investimento é a cria-ção de um parque temático em Poceirão. «Esta ideia tem estado adormecida. Portugal não tem um único parque de diversões. Este investimento no Poceirão te-ria repercussões enormes no de-senvolvimento turístico de toda a região», afiança o cabeça de lista.

*[email protected]

NÓS CIDADÃOSLista de candidatos pelo Círculo de Setúbal

1. Francisco Carriço2. Célia Feijão3. Carlos Fernando Rodrigues4. Carlos Martins5. Maria Isabel Rufino Rodrigues6. David Luís Duarte Pires7. David Rocha8. Luísa Borges9. Albertino José da Rocha Vieira Figueira10. José Filipe Teles de Matos11. Rosa Matos12. Pedro Mota13. João Jacques Madeira Senusson Valente14. Sandra Isabel de Jesus Serro15. Joaquim Gouveia16. José Casimiro Guerreiro Gonçalves17. Cira Alexandra dos Santos Cardoso18. Fernando Andrade

Presidente da Comissão Política Nacional: Mendo Castro Henriques

população e dos trabalhadores, a «qualidade, diversidade e o nível» da programação cultural da festa, conta com «uma grande oferta de debates, gastronomia, música, tea-tro e cinema, inserido numa gran-de dimensão humana de convívio, fraternidade e camaradagem que caracteriza esta festa». Na música, o destaque vai para o concerto “A Festa vai ao cinema”, que na sexta-feira sobe ao principal palco da Festa do “Avante!”, onde se vai poder ou-vir os grandes mestres de todos os tempos do cinema, mas tam-bém para a atuação dos Xutos & Pontapés, de António Chainho,

com o espetáculo “Cumplicida-des”, que conta com a participa-ção de Paulo de Carvalho, Ana Bacalhau, Hélder Moutinho, Raúl D’Oliveira e o Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, dos norte-americanos The Last Internationale e dos italianos Banda Bassotti. Os amantes da boa música não podem ainda perder Expen-sive Soul com Tocá Rufar, Faus-to, Brigada Victor Jara com Se-gue-me à Capela, Capicua, Dead Combo, Eneida Marta, entre ou-tros nomes que integram o car-taz do maior evento politico--cultural do país.

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PUBLIREPORTAGEM

O Colégio S. Filipe, em Setúbal, aposta, de forma ímpar, na for-mação dos seus alunos. E porque os valores devem ser incu-tidos desde cedo, tal como a aprendizagem deve ser continua

e progressiva, é na creche e no pré-escolar que se vai moldando a geração futura. Com os profissionais especializados e as instalações preparadas para acolher os mais pequeninos, o Colégio S. Filipe vai iniciar o pró-ximo ano lectivo com as salas de 1 e 2 anos. «Este ano verificámos um aumento da procura desta valência. Nós temos os espaços e os profissionais disponíveis», afirma a educadora de infância e coorde-nadora, Ana Rita Mourão.

A relação entre a escola e a família

No Colégio S. Filipe é valorizada a relação entre a escola e a família. «A colaboração dos pais e da comunidade no processo educativo, com os seus saberes e competências, é um meio de alargar e enri-quecer as situações de aprendizagem», considera a educadora de infância, explicando a importância do apoio da família logo na fase de entrada da criança na creche.«A creche é o prolongamento de casa, por isso é necessário que haja uma boa comunicação entre os pais e a escola. Quando a adaptação de alguma criança é difícil, nós propomos regi-mes de transição lenta e gradual. Aos poucos, a criança vai-se habi-tuando a esta nova realidade. O essencial é que a criança nunca se sinta abandonada, pelo facto de ser entregue aos cuidados de desco-nhecidos».No Colégio S. Filipe as actividades em sala de aula, nesta valência, são desenvolvidas de uma forma motivadora. «Muitas das activida-des que propomos levam a criança a explorar a sua própria criativi-dade, principalmente nas expressões plásticas, musicais, motoras e corporais, que estimulam a forma de comunicar e de se exprimir». Para além destas áreas, os mais pequeninos têm ainda a oportunida-de de participar nas actividades da Quinta Pedagógica da escola, «um espaço para plantar, semear, regar e cuidar, com animais que vemos nascer e crescer...».

Currículo dinâmico

A partir dos 3 anos (e até os 5, 6 anos) as crianças entram no ensino pré-escolar, um local de transição entre a família e a escola. Este espaço educativo é «pensado e organizado em função da crian-ça e das suas necessidades, oferecendo condições que lhe permitem descobrir e relacionar-se com o mundo à sua volta».O projecto educativo para o pré-escolar assenta em áreas como: Formação Pessoal e Social, Expressão e Comunicação e Conheci-mento do Mundo.Este ano, uma das novidades é o apoio directo de terapeutas em áre-as, como psicomotricidade, psicologia e terapia da fala. O colégio complementa o seu currículo com áreas de desenvolvi-mento como o inglês, a psicomotricidade, a natação, a música, a dança (este ano com a introdução da “yoga dance”), a quinta peda-gógica e a informática.

Meditação: uma ajuda valiosa no desenvolvimento infantil

Este ano, uma das grandes novidades no Colégio S. Filipe é a intro-dução da meditação para crianças, no pré-escolar e no 1º ciclo. Uma “disciplina” que, nesta escola, assume como principal objectivo «ha-bituar as crianças a focarem-se naquilo que lhes poderá trazer bem--estar e ensiná-las a lidar, de uma forma ponderada, com os proble-mas que vão surgindo», sublinha Susana Alves, responsável de imagem e comunicação do Colégio. A meditação estimula a criatividade, ajuda crianças com hiperativi-dade, défice de atenção, mau aproveitamento escolar, crianças que comem ou dorme mal, ou que passam por algum problema a nível familiar. Ajuda, ainda, a criança a reforçar a paz de espírito, a respirar em situações de stress, a levantar a auto-estima e a desinibir-se. «A meditação não resolve os problemas de uma forma imediata, daí a necessidade de uma aprendizagem estruturada e contínua», sa-lienta Susana Alves, acrescentando que a meditação será realizada praticamente todos dos dias da semana.

S. Filipe enriquece creche e ensino pré-escolar No Colégio S. Filipe, em Setúbal, a creche é o precioso degrau de uma longa escada para a formação da geração futura e o estabelecimento de ensino está a postos para o ano lectivo

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CULTURA

Festa do Teatro sonha com melhor reconhecimento financeiro

Festas da Atalaia cumprem tradição Feira medieval de Palmela abre inscrições

Graziela Dias, da organiza-ção, realça que o apoio lo-gístico e recursos humanos

«aumentou consideravelmente», o que representa «um enorme es-forço na tentativa de suprimir as lacunas do parco apoio financeiro perante a magnitude e qualidade do festival». A mesma fonte acrescenta que a programação «é uma mostra do melhor que se fez a nível nacional este último ano», sublinhando que o grande so-nho da festa passa por um «re-conhecimento financeiro mais digno, dada a qualidade artística e profissional que tem demons-trado, para que se pudesse fazer mais e melhor».

Até dia 31, as festas em hon-ra a N.ª Sr.ª da Atalaia vol-tam a trazer a festa, a reli-

giosidade e as tradições a esta localidade do concelho do Montijo.Como habitualmente, a procis-são em honra da padroeira, no dia 30, às 18h30, é o ponto alto da festividade. A festa, conhecida por Festa Grande, tem uma grande compo-nente religiosa devido aos vários círios que acorrem à localidade da Atalaia para demonstrarem a sua fé em N.ª Sr.ª da Atalaia. Espetáculos de música po-pular, bailes, largadas de touros, charangas, um festival de folclo-re com grupos provenientes de várias regiões do país fazem parte do programa das festas. A

TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

Graziela Dias vinca: «Quere-mos continuar a manter o exi-gente reconhecimento do públi-co, que tem transformado o festival num evento de relevo nacional, e dos pares na exce-lência da programação e sua qualidade artística. Apostamos numa programação eclética de estéticas e geografias diferentes, dando primazia à excelência ar-tística». Com um orçamento «muito inferior» ao do ano transato, dado que até ao fecho de edição ainda não era conhecido o apoio da DGArtes ao evento, a organi-zação da Festa do Teatro «recu-sa-se a cruzar os braços e rein-venta e procura sempre novas soluções, sempre com uma equipa exigente, tanto a nível ar-tístico como profissional».

O Fontenova, que está a co-memorar 30 anos de existência, estreou a peça “Carne Viva”, de Lucianno Maza, na passada quarta-feira, com encenação do próprio autor, com nacionalida-de afro-brasileiro. É a primeira vez que um autor estrangeiro encena uma peça do TEF. A programação inclui ainda as estreias de “Quem me dera ser onda”, da companhia João Garcia Miguel; “Não Corpo”, de Tiago Cunha Bôto e Wagner Borges; “Cor Po”, de Paula Moita e Ricardo G. Campos; “A Menina Má”, pelo Colectivo Sophiema-rie; e “Café Simétrico, visto pela assimetria dos pensamentos dela”, de Tânia Alexandre. Prossegue a secção of “Mais Festa”, a qual pretende desco-brir novos talentos, e é lançado o

concurso “Cenas Escritas” para novos textos dramáticos, sob o tema “Afrodescendência e luso--africanidade”. É ainda novidade a extensão da festa a Sesimbra, com a apresentação de dois es-petáculos no teatro João Mota. «Esta extensão permite-nos le-var espetáculos também à po-pulação de Sesimbra, facto que nos orgulha no crescimento sus-tentado que temos trilhado, re-alça Graziela Dias, que relembra, ainda, o apoio este ano da Fun-dação Buehler-Brockaus, o que permite acrescentar «mais qua-lidade internacional à progra-mação». Além das artes cénicas, a Festa do Teatro conta com palestras, lançamento de livros, debates, concertos, mostras de curtas, ci-nema ao ar livre e performances.

A XVII Festa do teatro, organizada pelo Teatro Estúdio Fontenova, prossegue até 5 de setembro, com uma programação eclética proporcionada por projetos nacionais e estrangeiros. Para engrandecer a festa, faltam mesmo mais recursos financeiros.

EDIL SADINA PEDE REUNIÃO AO GOVERNO A presidente do municí-pio, Dores Meira, anun-ciou, na abertura da festa que vai pedir reunião urgente com o diretor-geral das Artes para uma clarificação sobre a falta de apoios a projetos culturais no concelho.A edil salientou que atingiu o limite com a decisão do Governo em colocar de fora dos apoios estatais a Festa do Teatro, depois de também terem visto subsídios cortados ou substancialmente diminuídos outros projetos, como o TAS e o Festroia, que este ano, por esse motivo, não se realizou pela primeira vez em 30 anos.

grande atração musical deste ano é o grupo Ricardo e Henri-que, no dia 31. A festa é uma romaria popu-lar que remonta a 1507, aquando da promessa então feita pelos

De 25 a 27 de setembro, o cas-telo e o centro histórico de Palmela viajam no tempo e

são palco da 2.ª Feira Medieval. As relações culturais entre cristãos, muçulmanos e judeus, que marca-ram o quotidiano da vila na Idade Média, servem de base ao imaginá-rio que o município e a Alius Vetus - Associação Cultural História e Pa-trimónio irão recriar, destacando o período áureo da Ordem de Santia-go, que esteve sediada no castelo da vila desde o século XV até à sua ex-tinção. A organização já tem abertas as inscrições para os agentes económicos que queiram parti-

funcionários da Alfândega de Lisboa, que devido à peste cons-tituíram um círio, tornando-se pioneiros desta peregrinação, generalizando o culto à N.ª Sr.ª de Atalaia.

cipar na feira, animando o espa-ço com os seus produtos. As ins-crições devem ser formalizadas até 31 de agosto.

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SEMMAIS | SÁBADO | 29 DE AGOSTO | 2015 | 13

CULTURAANTÓNIO MATOS VEREADOR DA CULTURA DA CÂMARA DE ALMADA:

O Sol da Caparica é um festival único no panorama nacional

A segunda edição do festival O Sol da Caparica registou 75 mil pessoas, o que repre-

senta um aumento de 10 mil pes-soas em relação a 2014, o que para o município «é motivo de grande satisfação», sublinha o vereador António Matos. Para o autarca, o balanço é «muito positivo», na medida em que se trata de «um festival que se afirmou, desde a sua primeira edi-ção, como único no panorama nacional, uma vez que homena-geia a língua portuguesa». O autarca conclui: «A aposta do município está ganha. Além de proporcionar grandes momentos de diversão aos milhares de visi-tantes, este festival traduz-se igualmente num enorme contri-buto para a afirmação da Costa da Caparica enquanto destino turís-tico. Além disso, contribui para a dinamização do comércio local, da restauração e da hotelaria, en-tre outros sectores de atividade». Foram quatro dias intensos, com vários estilos de música, to-cando diferentes públicos e unin-do gerações no jardim urbano da Costa de Caparica. Logo no pri-meiro, 18 500 pessoas entraram no recinto para acompanhar os

TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

GANHE CONVITES PARA “NOITE DAS MIL ESTRELAS” “A Noite das Mil Estrelas”, em cena no Casino Estoril, é um musical de Filipe La Féria que conta a história do Casino Estoril e da Costa do Sol desde as suas origens à atualidade. O musical faz reviver no palco os grandes artistas que ali atuaram, como Amália, Maysa Matarazzo, Charles Aznavour, Nina, Simone, José Carreras, Montserrat Caballé, Liza Minelli, Ray Charles, Elton John, entre centenas de estrelas que brilharão no céu do Estoril neste grande espetáculo de La Féria. Alexandra, Gonçalo Salgueiro, Vanessa, Pedro Bargado, Dora, Rui Andrade, Cláudia Soares, João Frizza, Catarina Mouro, David Ripado e Inês Herédia são os protagonistas do espetáculo que apresenta um sensacional corpo de baile, coreografado por Marco Mercier, e três magnífi-cos acrobatas. Para se habilitar aos convites basta ligar 969 431 0 85.

GANHE CONVITES PARA AS ESCULTURAS NA AREIA O 13.º Festival Internacional de Escultura em Areia continua a decorrer até 20 de outubro, em Pêra, no Algarve. Trata-se da maior exposição de escultura em areia já construída e realiza-se desde 2003, atraindo, anualmente, milhares de visitantes.A presente edição, alusiva ao tema “Música”, conta com cerca de cem cenas em areia que retratam, de forma criativa, músicos, instrumentos e culturas musicais de várias partes do mundo. Para se habilitar aos convites duplos, basta ligar 918 047 918.

SEIXAL29SÁBADO22HXUTOS DÃO CONCERTOQuinta da Marialva

Os Xutos & Pontapés prometem um concerto explosivo nas tradicionais Festas de Corroios, que culminam já este domingo, com outro concerto interessante, o dos Azeitonas. A banda de Tim recorda os seus grandes êxitos, tão populares aos ouvidos de todos.

SESIMBRA29SÁBADO22HFESTA DO TEATRO PASSA POR SESIMBRA Teatro João Mota

O Festival de Teatro de Setúbal passa, pela primeira vez, por Sesimbra, com a peça “4 Estações”, de Vinícius Piedade. O ator brasileiro “veste a pele” de um publicitário que sofre uma am-nésia repentina justamente quando assina contrato com uma empresa de sabão em pó para uma campanha publicitária.

GRÂNDOLA29SÁBADO22H15ROCK ALTERNATIVO NA FEIRA DE AGOSTO Palco da Feira de Agosto A banda portuguesa de rock alternativo, Os Azeitonas, prome-te boa música e muita animação aos visitantes de mais uma edição da Feira de Agosto. Divirta-se e cante, em uníssono, as melodias de um dos mais populares grupos nacionais.

SETÚBAL29SÁBADO23H30BLUES, FOLK E WORLD MUSIC Largo da Ribeira Velha Concerto do duo setubalense, Kalafate, que interpreta temas instrumentais com fortes influências no blues, folk e world music, complementado com recurso ao vídeo e levando o espe-tador numa viagem pelo imaginário da alma lusitana. Iniciativa da XVII Festa do Teatro.

MONTIJO31SEGUNDA23HMÚSICA E FOGO DE ARTIFÍCIO A dupla portuguesa Ricardo & Henrique vai animar o último dia das tradicionais festas em honra a Nossa Senhora da Atalaia, antes da sessão de fogo-de-artifício, que encerra um dos certa-mes mais populares da região.

AGENDA

vários concertos previstos. Mimi-cat, Dengaz, HMB, The Legendary Tigerman e os UHF tocaram no palco Blitz, que foi adensando, concerto após concerto, o público em redor. No palco SIC/RFM, os sons continuaram com o fadista Camané, os Resistência, Carlão, Richie Campbell e o DJ Marfox, já de madrugada. O segundo dia, mais eclético, começou com Dino d’ Santiago, Brigada Vitor Jara, Oquestrada, Paus e Linda Martini, no primeiro palco, seguindo com Paulo Flo-res, Vitorino & Son Habanero, Tim, Jorge Palma, Paulo Gonzo e, a rebentar com a noite, o DJ Mas-tiksoul. Na terceira noite, 25 mil pes-soas lotaram o festival. Berg fez encher o palco Blitz, que conti-nuou com Tiago Bettencourt, Agir, e Regula, com ondas de braços no

ar a acompanhar os ritmos. No palco SIC/RFM já soavam as mú-sicas de Tito Paris, seguindo-se Luís Represas, Miguel Araújo, Ba-tida, o concerto mítico dos Xutos & Pontapés e, a rematar a noite, o DJay Rich e António Mendes. Cinema de animação, gastro-nomia, curtas-metragens, surf, windsurf, skate e muitas outras atividades fizeram também parte da receita de sucesso deste festi-val, que dedicou mais um dia às famílias. Por isso, milhares de crianças e famílias divertiram-se à grande no dia 16, com a música do Avô Cantigas e de Luísa Sobral, com castelos, torres e escorregas insufláveis. No final, o presidente do mu-nicípio, Joaquim Judas, anunciou que em 2016 o Sol vai voltar a bri-lhar na Costa da Caparica, pois este ano foi «um êxito».

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14 | SEMMAIS | SÁBADO | 29 DE AGOSTO | 2015

ESPECIAL VINDIMAS

Palmela brinda aos néctares de excelência e aos extensos jardins de vinhas

Com algumas novidades na manga, a Festa das Vindimas volta a apostar nas tradições e na prata da casa. Com um novo modelo de cortejo, o evento serve, acima de tudo, para promover o vinho de excelência, que não para de ser distinguido em Portugal e no estrangeiro, bem como o salutar convívio entre as gentes de Palmela e não só.

TEXTO ANTÓNIO LUÍSFOTOS SM

Orçada em cerca de 178 mil euros, a 53.ª edição da Festa das

Vindimas, que foi apre-sentada quarta-feira em conferência de imprensa na Casa Mãe de Vinhos, em Palmela, vai decorrer de 3 a 8 de Setembro, com algumas novidades em termos de disposição dos espaços. Susana Ciríaco, presi-dente da associação da Festa das Vindimas, reve-lou que a localização dos pavilhões das adegas vai sofrer «grandes altera-

ções» no Largo de S. João, para dar lugar a zonas destinadas à prática de aulas de zumba. Este ano há a registar a presença da adega da Herdade de Rio Frio, o que sobe para doze o número de adegas pre-sentes no recinto. Por outro lado, o palco montado no largo de S. João, junto ao jardim, vai ser transferido para junto da escadaria da igreja para «atuações ligeiras» de al-guns grupos. O palco da Praça dos Sabores, por protesto dos moradores, por «causa do ruído», vai ficar no sentido inverso, ou seja, de costas para Lis-boa. Por «questões de se-gurança», o acesso à zona infantil será «restrito».

«Cortejo vai ser uma boa surpresa»

Susana Ciríaco deposita as «melhores expetativas» na edição deste ano e realça, entre as novidades, o cor-tejo de carros de 13 carros alegóricos. «Acho que o cortejo vai ser uma boa surpresa e uma grande novidade. Estava na hora de mudar de projeto. De-bati e apresentei as ideias e foram aceites. Este é o meu segundo e último mandato nas festas e que-ro deixar o meu cunho pessoal. Estava na altura de apresentarmos ao pú-blico ideias novas», argu-menta a líder das festas. O autor do cortejo des-te ano, intitulado “Uvas são Vinho”, é José Conde-ça, que está de volta, após vários anos de ausência. «O José Condeça está a fa-zer um trabalho fantásti-co. Espero que gostem», sublinha Susana Ciríaco, que anunciou ainda que a madrinha da marcha é Sara Coelho, a eterna ma-drinha da marcha popular do Grupo Desportivo “O Independente”, de Setúbal. Vai cantar “Uvas são Vida”, da autoria de José Conde-ça (letra) e Rui Terrinha (música). O cortejo sai à rua nos dias 6 e 8, às 17 e 23 horas, respetivamente. Por seu turno, José Condeça, que não divul-gou os moldes do novo cortejo, para manter sur-presa, prometeu um cor-tejo «muito palmelão». Para o cortejo, José Con-deça conta com o grande apoio do seu amigo Amíl-car Caetano, conhecido

mentor de várias marchas populares sadinas, estan-do nos últimos anos liga-do à marcha do Bairro Santos Nicolau. O festival de ranchos folclóricos, com grupos do concelho, está de re-gresso às festas, bem como o cante alentejano. No que se refere a concer-tos, a aposta recai nos ar-tistas locais, à exceção de Mónica Sintra e dos Cor-vos. «Temos bons artistas e músicos e boas coletivi-dades e Palmela gosta do que tem», vinca a presi-dente das festas.

«Município aposta forte nesta parceria»

O presidente do municí-pio, Álvaro Amaro, afir-mou que a Festa das Vin-dimas é «única» e «renova-se de ano para ano» graças ao apoio de gente voluntária. «As fes-tas renovam-se de ano para ano mas as tradições mantêm-se graças ao tra-balho do grupo de pessoas dedicadas», acrescentan-do que a Câmara aposta «forte nesta parceria, com um investimento financei-ro direto que ultrapassa os 50 mil euros». O autarca, que apelou ao consumo moderado de álcool e à bênção de S. Pe-dro, para que não chova, deposita expetativas «ele-vadas» nas festas, fez vo-tos para que todos pro-vem, os vinhos e os moscatéis de «excelência» da região. O espetáculo de eleição da Rainha das Vindimas e das suas Damas de Honor e Miss Simpatia, que tam-bém aposta em algumas inovações, tem lugar no dia 2, a partir das 21h30, no teatro S. João. Concorrem ao tão apetecido trono 15 jovens naturais ou resi-dentes no concelho. Atua a orquestra das Vindimas, com direção de Armindo Neves e as vozes de Car-men Matos, Ivo Soares, Rute Pericão, Paulo Ma-chado e Diana Cravo. No último dia das fes-tas, e como manda a tradi-ção, o fogo preso é lança-do do Castelo e o fogo solto sai do terraço do Te-atro S. João. Como pontos altos da programação, é de realçar também a Pisa da Uva e a Benção do 1.º Mosto e o cortejo dos Camponeses.

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SEMMAIS | SÁBADO | 29 DE AGOSTO | 2015 | 15

ESPECIAL VINDIMAS

Adega de Pegões dá a provar os seus moscatéis e espumantes famosos

A Cooperativa Agríco-la de Santo Isidro de Pegões vai dar a pro-

var aos visitantes da Festa das Vindimas os seus fa-mosos moscatéis e os es-pumantes, vinhos esses que são ótimos para ani-mar o convívio de amigos e familiares. Na semana passada, a empresa orgulha-se de ter ganho o prémio da melhor empresa portuguesa pro-dutora de vinhos regionais, no” New York wine Challan-ge”, nos Estados Unidos, mas, há um mês atrás, já havia ganho o prémio da empresa mais premiada da Europa, no concurso “Se-lecciones del Sindaco 2015 ”, de Itália, que este ano se realizou em Oeiras. Trata--se do concurso dos conce-lhos de Europa que produ-zem vinhos e pelo qual Palmela já foi eleita “Cidade

Europeia do Vinho”. Segundo Jaime Quen-dera, o enólogo, este ano está ser, novamente, o «me-lhor de sempre para a Ade-ga de Pegões, pois já vamos com mais de 170 prémios em todo o mundo». Para o enólogo, os pré-mios que a adega recebe são «um reconhecimento claro da nossa qualidade por todo o mundo, o que ajuda bas-tante as nossas vendas». Com o negócio da em-presa a decorrer «muito bem», Jaime Quendera deposita «boas expetati-vas» nas festas deste ano. «Esperamos que as festas sejam ainda melhores do que no ano anterior», vin-ca, acrescentando que a Festa das Vindimas é «uma excelente montra de promoção da empresa, o momento mais alto do concelho e o tributo aos

vinhos que todos os anos se celebra, cada vez com mais apreciadores e com melhor nível». O produto mais meda-lhado e procurado da em-presa, apesar de todos se-rem medalhados, desde os espumantes, moscatéis, tintos ou brancos, são os varietais, o touriga nacio-nal - eleito o 3.º melhor vi-nho de Portugal em 2014, pela Associação Mundial de Jornalistas e Escritores de Vinhos e Licorosos em 2014 -, mas também o Syrah ou o Adega de Pe-gões, colheitas seleciona-das, tinto e branco, que to-dos «conhecem bem». Em breve, a Adega de Pegões tenciona lançar um tinto novo de topo, en-quanto a nova adega é inaugurada no final do corrente ano, «se tudo cor-rer dentro do previsto».

FERNANDO BAIÃO PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE PALMELA

Festa das Vindimas exalta o espírito palmelão

HENRIQUE SOARES PRESIDENTE DA CVRPS

Momento alto da promoção dos vinhos de excelência

Henrique Soares, presidente da Co-missão Vitiviníco-

la Regional da Península de Setúbal (CVRPS), con-sidera que a Festa das Vin-dimas é uma tradição bem popular, que está enraiza-da na cultura e economia da comunidade, e consti-tui um momento alto na promoção dos vinhos de excelência da região. «É uma tradição que se reno-

va por si própria e que é muito importante para as gentes de Palmela e foras-teiros, bem como para a promoção dos vinhos de Palmela».O líder da CVRPS afirma que, entre 3 e 8 de Setem-bro, Palmela e as suas gentes «vivem um mo-mento alto, na medida em que a vila está debaixo dos holofotes da região, do país e até do estrangei-

ro que se deslocam às festas para provar e ad-quirir os nossos vinhos de excelência».Como ponto alto das fes-tas, Henrique Soares des-taca a Pisa e a Benção do 1.º Mosto, agendada para dia 6, às 11 horas, um mo-mento «muito importan-te» para os produtores de vinho, pois é neste dia que se fica a saber a qualidade do vinho que vamos ter.

O presidente da Jun-ta de Freguesia de Palmela, Fernando

Baião, realça que a Festa das Vindimas é, sem dúvi-da, o maior evento cultu-ral do concelho de Palme-la, onde se «convocam emoções, exaltam paixões e honram tradições». Para Fernando Baião, durante a Festa das Vindimas, os palmelenses festejam «efusivamente, a história,

a memória, a cultura e a tradição».Além de promover «en-contros e aproximações», a festa, pela sua diversida-de, exalta ainda o «espírito palmelão».O autarca termina deixan-do um agradecimento a to-dos aqueles que, por amor às suas raízes, têm contri-buído para a realização de mais uma edição da Festa das Vindimas.

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ESPECIAL VINDIMAS

Adega de Palmela festeja 60 anos com lançamento de reserva

A Adega de Palmela vai fes-tejar os 60 anos de ativi-dade com o lançamento,

em plena Festa das Vindimas, do Adega de Palmela Reserva 2013 60 anos. Além disso, a em-presa aposta numa nova estra-tégia de marketing, através de uma imagem renovada do stand alusiva a esta efeméride e de muitas surpresas. Trata-se de um néctar de «reserva especial e edição limi-tada», que foi elaborado a partir das melhores uvas das castas Castelão, Syrah, Aragonês e Ca-bernet Sauvignon. Depois de uma maceração prolongada em cubas de inox com temperatura controlada. Estagiou em barri-cas de carvalho francês e ame-ricano durante 8 meses. «Tudo isto para garantir um vinho de qualidade única. É ideal para

acompanhar todos os pratos de cozinha tradicional portuguesa, carnes grelhadas, caça, queijos curados e bacalhau», explica o enólogo Luís Silva. A Festa das Vindimas, no en-tender do enólogo, continua a ser «uma excelente forma de promoção e divulgação dos nos-sos produtos», reconhecendo, por outro lado, que as festas atraem «milhares de pessoas da região e não só, o que permite uma ótima forma de promoção da empresa e uma boa divulga-ção dos nossos produtos». Para Luís Silva, a AP está a atravessar um período «próspe-ro e estável» dado que os seus produtos encontram-se à venda em todas as superfícies comer-ciais e nos distribuidores nacio-nais e internacionais. O Vale de Barris branco, que

nos últimos quatro anos con-quistou 10 medalhas de ouro e 12 de prata, em concursos nacio-nais e internacionais, é o produ-to mais medalhado e procurado da empresa. De relembrar que este ano a AP já conquistou com o Vale de Barris branco 2014, três meda-lhas de ouro, em França e Bru-xelas. Conquistou ainda uma medalha de ouro, no concurso da CVRPS, com o Vale de Barris Syrah 2013. O moscatel de Setú-bal 2013 DO arrecadou prata num concurso de França. «Sentimo-nos orgulhosos e satisfeitos», porque estes pré-mios são o resultado de «muito trabalho e a prova de que esta-mos numa região de excelência para a produção de grandes vi-nhos tintos, brancos e genero-sos», argumenta Luís Silva.

Venâncio da Costa Lima lança tinto e abre adega ao Enoturismo

A adega Venâncio da Costa Lima, localizada em Quin-ta do Anjo, acabou de lan-

çar um novo vinho. Trata-se do tinto Palmela DO designado de 4.ª Geração – 4G, que comemora «a nossa história e a nossa iden-tidade familiar sempre ligada ao vinho, dado que somos uma em-presa familiar que já vai na quarta geração», realça Joana Vida, repre-sentante da empresa, que acrescen-ta: «É um grande vinho e que com certeza valerá a pena experimentar». O novo néctar resulta de uma escolha criteriosa das melhores uvas de Castelão e Syrah. Apre-senta cor granada, aroma intenso com notas de amora, groselha e especiarias. Na boca é envolvente e encorpado. Acompanha carnes vermelhas, queijos ou massas.

Com a nova adega já a fun-cionar, onde se inclui a loja de vi-nhos, a VCL arrancou recente-mente com o seu projeto de Enoturismo. «Associar as belezas naturais e a riqueza histórica da nossa região à gastronomia e ao vinho é quase que natural e in-tuitivo», refere Joana Vida, que acrescenta que «agora já é possí-vel visitar a nossa adega, conhe-cer a nossa história e provar os nossos vinhos. Aqui o enoturista fica a conhecer todo o percurso da elaboração do vinho e pode visitar a zona de produção». As visitas para o público re-alizam-se às segundas às 16 ho-ras e, de terça a sábado, às 11 e às 16 horas. Não é necessária marcação para visitas só com prova de vinhos, mas se os inte-

ressados quiserem melhorar ainda mais esta experiência po-dem optar por uma prova com vinhos e excelentes produtos regionais como por exemplo o queijo de Azeitão, pão e até do-çaria para acompanhar um be-líssimo Moscatel. Os preços das visitas começam nos três euros por pessoa. Para Joana Vida, a Festa das Vindimas permite «reunir num único espaço todos os nossos vinhos. Embora nas horas de maior afluência, o contacto personalizado seja mais difícil, a festa também permite um contacto mais direto com o pú-blico. Na Festa das Vindimas fala-se e respira-se vinho e isso é bom para a promoção da nossa região».

SEMMAIS | SÁBADO | 29 DE AGOSTO | 2015 | 17

ESPECIAL VINDIMAS

Sivipa, em grande, apresenta os seus moscatéis de excelência

A Sivipa vai dar a provar os seus moscatéis de exce-lência – o de Setúbal e o

Roxo - no stand montado na Festa das Vindimas. As expetati-vas para a edição deste ano são «boas», começa por dizer o enó-logo e administrador Filipe Car-doso, que encara o certame como «uma montra importante» da empresa, uma vez que «une todos os produtores num espa-ço com o objetivo de promover os vinhos da região», mas, tam-bém, festas «únicas» que pro-porcionam «momentos agradá-veis de convívio». Estamos perante o melhor «ano de sempre» da empresa, com a obtenção de prémios de «extrema importância». No glo-bal, a Sivipa ganhou cerca de 40 prémios nos mais diversos con-cursos nacionais e internacio-

nais, sendo os mais importantes a Grande Medalha de Ouro no concurso mundial de Bruxelas 2015, com o Ameias Syrah 2015 Tinto; no Trophy Moscatel de Setúbal e Trophy Portuguese Moscatel 2015, a Sivipa conquis-tou 2 Trophies; e no concurso da CVRPS conquistou 9 medalhas de ouro, onde se inclui o melhor tinto da região, com o Veritas tinto 2013, e melhor rosado, com o Terras do Sado 2014. Filipe Cardoso realça que o negócio está a correr «muito bem», registando-se um «aumen-to de vendas de cerca de 10 por cento», o que é «ótimo em tempo de crise». Perante estes resultados, afirma: «Sentimos orgulho gran-de, pois o trabalho tem sido feito de forma consistente. Os prémios são um incentivo extra para a equipa rumar a bom porto».

O vinho mais medalhado da firma é o Ameias Syrah e o mais vendido é o Terras do Sado, que obteve também uma medalha de ouro no concurso mundial de Bruxelas, sendo que ambos apresentam uma «excelente» relação qualidade/preço. «O Ameias Syrah tem ganho todos os anos medalhas importantes, sendo de destacar, no ano pas-sado, o título de melhor tinto da Península», sublinha Filipe Car-doso, que acrescenta que a Sivi-pa este ano «também conquis-tou o título de melhor vinho com o Veritas tinto, e em 2005 o moscatel 1996 foi considerado o melhor moscatel de Setúbal da região». A Sivipa tenciona lançar um vinho espumante rosado e um moscatel roxo com 10 anos, no próximo ano.

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ESPECIAL VINDIMAS

SEMMAIS | SÁBADO | 29 DE AGOSTO | 2015 | 19

ESPECIAL VINDIMAS

O Executivo da Junta de Freguesia de Palmela, saúda todos os fregueses

e visitantes pela passagem da 53.ª edição da Festa das Vindimas e apela à sua participação nestes

festejos.

O Executivo da Junta de Freguesia de Palmela

Cabernet Sauvignon da Casa Ermelinda Freitas eleito o melhor vinho de Portugal

Com a inauguração da nova adega prevista para Outubro, Casa

Ermelinda Freitas orgu-lha-se de ver, recentemen-te, o Cabernet Sauvignon 2011 eleito o melhor vinho de Portugal pela Associa-ção Mundial de Jornalistas e Escritores de Vinhos e Li-cores. Além disso, este ano, a empresa foi considerada a 3.ª melhor empresa em Portugal e a 24.ª no ranking mundial desta associação. Esta eleição, entre milha-res de vinhos, é feita atra-vés de prova cega decorri-

da nos mais importantes concursos de vinho inter-nacionais e de provas de jornalistas durante 2014 em todo o mundo. Recorde-se que em 2014 a empresa foi, tam-bém, distinguida pela mes-ma associação com o títu-lo de melhor vinho de Portugal, com o moscatel superior. Leonor Freitas, a gerente, sublinha que a empresa tem vindo a des-tacar-se na última década como «uma empresa de referência na área dos vi-nhos em Portugal, tendo alcançado mais de 600

prémios nacionais e inter-nacionais, resultado da sua consistência e qualidade em todos os vinhos que co-loca no mercado. Este ano, na Festa das Vindimas, a Casa Ermelinda Freitas vai fazer uma forte promoção à mais recente novidade da casa, o Casa Ermelinda Freitas Alvari-nho, o qual foi produzido nas terras arenosas da Pe-nínsula de Setúbal. «É um produto de uma casta que se está a tornar global, oriunda da região do Mi-nho, Melgaço e Monção, que achamos ter um grande

potencial na Península de Setúbal devido às suas ca-racterísticas únicas», expli-ca a empresária, que acres-centa que o novo néctar é «refrescante e elegante». O produto mais meda-lhado da empresa é o Leo d´Honor. Além de ser um vinho de topo da casa, é, também, um ícone de refe-rência do Castelão de Pal-mela. É produzido com vi-nhas com mais de 65 anos, situadas em Fernando Pó. Todavia, o Casa Ermelinda Freitas Syrah é a grande referência da firma, uma vez que 2008, em prova

cega, ganhou o primeiro de o melhor vinho tinto no concurso Vinalies Interna-cionales, onde estiveram presentes mais de 3 mil vi-nhos de 36 países. «É um marco superior, porque nunca um vinho da nossa Península tinha ganho um tão elevado prémio num concurso internacional», vinca Leonor Freitas. A próxima grande aposta da Casa Ermelinda Freitas é o moscatel roxo, que pretendemos que seja «mais um reforço de uma bebida única numa região única».

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O Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia proclamaram

2015 o Ano Europeu para o Desenvolvimento, sob o mote “O nosso mundo, a nossa dignidade, o nosso futuro”. No horizonte está 2030 e os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que sucedem aos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. O termo “Desenvolvimento” pode ser usado nos mais diversos contextos e é alvo das mais variadíssimas interpreta-ções, mas encontra-se eminen-temente associado a uma ideia de futuro! A construção de um futuro mais próspero não é um exclusivo da juventude, mas os jovens serão, sem dúvida, os principais beneficiários do futuro que se pretende construir. É por este motivo que vemos como fundamental o reconheci-mento dos jovens, enquanto importantes agentes deste

Nós, Jovens, Também Somos Agentes de Desenvolvimento!

CFS – COMPLEXO FÚNEBRE DE SETÚBAL

processo de desenvolvimento. A ONU já reconhece os jovens enquanto agentes de mudança social desde há várias décadas. Porém, são ainda muitos os obstáculos com que os jovens se deparam no que concerne a uma participação plena, efetiva e construtiva na sociedade. É neste sentido que o empodera-mento dos jovens constitui uma das principais linhas de atuação do Conselho Nacional de Juventude, a plataforma que representa a voz da juventude em Portugal e que celebra 30 anos de existência em 2015. Cremos que o empoderamento dos jovens é uma aposta que trará benefícios a longo prazo. No entanto, a ideia de que o empoderamento dos jovens consiste, apenas, em envolvê-los nos processos de discussão e tomada de decisão de políticas de juventude é redutora. Temas como a educação ou o acesso ao

emprego digno surgem frequen-temente como temas do interes-se dos jovens. Contudo, negligen-ciar o papel dos jovens na discussão de outros temas, como por exemplo, a saúde ou a justiça, é negligenciar contribu-tos que podem ser tão igualmen-te válidos e relevantes quanto os de outros atores sociais.Por conseguinte, no âmbito da construção de um futuro que se pretende mais próspero, acredi-tamos que os jovens devem ser encarados como participantes plenos do processo de desenvol-vimento e os objetivos estabele-cidos para 2030 devem, assim, ser alvo de uma abordagem holística e transversal. A participação dos jovens deve, contudo, ser encarada ela própria como um processo que necessita ser pensado e devida-mente estruturado. São várias as iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas neste sentido

ACTUALIDADES

SAMUEL CAETANO VILELACONSELHO NACIONAL DE JUVENTUDE

e o empoderamento dos jovens tem sido um tema constante na agenda europeia. Ainda assim, como base deste processo de empoderamento, é crucial o aumento do investimento na educação formal, assim como o reconhecimento e a validação da educação não-formal. Independentemente dos diferentes contextos socioeco-nómicos em que se encontrem inseridos, os jovens aspiram a uma participação plena, efetiva e construtiva na sociedade. Porém, para que tal seja possível, o desenvolvimento das capacidades dos jovens,

nomeadamente do seu pensa-mento crítico, é fundamental. Jovens educados, sensibiliza-dos, conscientes, autónomos e saudáveis serão sempre agentes positivos de mudança. Um novo ímpeto à delineação e implementação de políticas e programas de juventude, a todos os níveis, irá influenciar positivamente as condições sociais e económicas e o bem-estar presentes, mas também futuros. Construir um futuro mais próspero é algo que implica todos e todas e nós, jovens, fazemos questão de participar!

MODERNO, ACESSÍVEL E RIGOROSOSituado no Cemitério da Paz, na Estrada de Algeruz - mesmo à saída da auto-estrada para Setúbal, desde Lisboa, Barreiro ou Alentejo -, o Complexo Fúnebre de Setúbal (CFS) pretende, através do rigor e discrição, auxiliar as famílias nos momentos mais difíceis, que ocorrem com o falecimento de um familiar.Com um leque de serviços que vão desde um jardim da memória, à cremação, ao transporte de cinzas fúnebres e às salas de velação, o CFS disponibiliza ainda duas lojas de floristas e uma de marmoristas, dispondo ainda de posto médico e sala de crianças.

Estrada de Algeruz – Cemitério da PazTlf. 265 724 043 Fax. 265 724 045 M. 932 710 145 Nºverde 800 209 445 [email protected] www.complexofunebredesetubal.pt

SEMMAIS | SÁBADO | 29 DE AGOSTO | 2015 | 21

DESPORTO

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL

NOTÁRIAMARIA TERESA OLIVEIRASito na Avenida 22 de Dezembro nº 21-D em Setúbal

Certifico, para efeitos de publicação que no dia catorze de agosto de dois mil e quinze, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de Justifica-ção, a folhas 72 do livro 283 – A, de escrituras diversas, na qual:Cesaltina Fernanda de Jesus Ângelo Chainho, casada sob o regime de comunhão de adquiridos com António Jacinto Sobral Chainho, resi-dentes em Foros da Quinta, CCI 1980, Santo André, em Vila Nova de Santo André, contribuinte número 103408070, justificou a posse, invo-cando a usucapião, do seguinte imóvel:Prédio Rústico, sito no Faralhão, freguesia do Sado, concelho de Setú-bal, composto de terras de semeadura e árvores de fruto, com a área de três mil oitocentos e sessenta e quatro metros quadrados, que confron-ta do norte com Estrada da Chamburguinha, do sul Américo da Cruz Ângelo e outros, do nascente com José António Dias Ângelo e do poen-te com Arménio de Jesus Ângelo, inscrito na respectiva matriz sob par-te do artigo 173, da secção H da freguesia do Sado, (anteriormente arti-go 24 da Secção H da freguesia de São Sebastião), a desanexar do prédio descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Setúbal sob o número dois mil e cinquenta e três, da freguesia do Sado.

Está conforme.

Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D em

Setúbal, 14 de agosto de 2015

A Notária,Maria Teresa Oliveira

ÂNGELO PAIS, DE 22 ANOS, GANHOU OURO NOS SPECIAL OLYMPICS WORD GAMES, EMLOS ANGELES, NOS ESTADOS UNIDOS

Jovens da APPACDM de Setúbal brilham em competição mundial

O jovem atleta da APPACDM tem 22 anos de idade e pratica pentatlo. Em 2011, conquistou a sua primeira medalha, desta feita bronze na mesma modalidade. A APPACDM conta ainda com outros atletas que começam a despontar.

Ângelo Pais, jovem desportista da dele-gação de Setúbal da

Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental, com 22 anos de idade, conquistou a medalha de ouro no pen-tatlo nos Special Olympics World Games 2015. O jovem confessou ao Semmais Jornal que se sente muito contente por ter ganho este troféu. «Esta medalha é muito importante para mim. Não estava à espera. Foi uma grande surpresa. Os cole-gas eram muito fortes e eu estava com receio de não ficar no pódium», subli-nhou, acrescentando que «vai continuar a dedicar--se ao pentatlo». Recorde-se que em 2011 Ângelo Pais conquis-

tou a sua primeira meda-lha, mas de bronze, na mesma competição, que teve lugar na Grécia, nos 800 metros e no salto em comprimento. Ângelo Pais, que está a trabalhar na em-presa Flores da Arrábida, em Setúbal, na área da jar-dinagem, tem como treina-dor José Salazar. O jovem treina uma vez por sema-na, durante uma hora e meia, no campo municipal de Vale da Rosa.

Câmara sadina atribui voto de louvor

Além de Ângelo Pais, ou-tros dois jovens da mesma instituição brilharam nes-ta competição. Filipe Fer-reira arrebatou a medalha de prata no salto em com-primento e o 4.º lugar nos

800 metros de corrida, e Miguel Fajardo conquis-tou o 7.º lugar na competi-ção de equitação, a con-correr na categoria B1. Esta competição reali-zou-se de 25 de julho a 2 de agosto em Los Angeles, nos Estados Unidos, e contou com uma representação nacional na qual estavam envolvidos três jovens des-portistas da delegação de Setúbal da APPACDM. O evento envolveu 6 500 atletas em representação de 165 países. Este feito levou o mu-nicípio a aprovar, no dia 19, em reunião pública, um voto de louvor pelos «ex-celentes resultados» al-cançados por estes três jovens setubalenses que «muito orgulha todos os setubalenses».

A Grande Invasão

Cansando uma certa estranheza, os noticiários mundiais

de todo o mundo, têm vindo a sublinhar o facto de a ter reclamado economia chinesa ter perdido 7,4% desde há pouco tempo.Todavia, todo o poderoso asiático (leia-se China) tem vindo a fazer-se sentir como é o caso actualíssimo da compra do Novo Bes, com 2 candidatos muito fortes baseados em Pequim (Beijing).Como se tal não bastasse, os investimentos extra--nacionais da China vão acontecendo tais como, por exemplo, os já próximos “mundiais” de Atletismo (Portugal lá estará com 16 participan-tes) e as candidaturas sancionadas pelo COI quanto aos próximos J.O. de Inverno e de Verão, após Rio de Janeiro.E quem é que entende essa tal quebra dos 7,4%? Resta saber se um dos poderosos Bancos Chineses será o vencedor do Concurso de venda oficial no novo BES…Mas a grande invasão que escolhemos para título desta crónica tem outros contornos, também à escala de muitos cifrões. No âmbito do futebol proliferam os magnatas/empresários que com-pram jogadores e clubes sem olhar a gastos como

QUATRO LINHAS

DAVID SEQUERRAColaborador

sucedeu em Sheffield onde os endinheirados irmãos Sansary, da Tailândia, investiram em “material” português, nomeadamente o Técnico Carlos Carvalhal, de reconhecida qualidade, que logo “pescou” dois compatriotas de provas dadas – os atacantes Mário Matias e J. João, vindos de Guimarães e do Funchal. Forte investi-mento Tailandês como vai sucedendo com outros magnatas da Malásia, de Hong-kong, de Madagás-car, Coreia do Sul, etc., uma nova faceta de cada vez mais complexo futebol “pro”. E é a partir de muito dinheiro a correr que, no que toca a Portugal, a grande invasão acontece.Chegar aos magotes, da América do Sul (Colôm-bia, Uruguai, Argentina, Brasil, Chile, etc) e de outros continentes de menores capacidade económicas.Já ronda a meia centena a quantidade de “craques” recrutados por clubes portugueses, dos “Regio-nais” aos de topo. E há também saídas para a

Europa tais como a do brasileiro Wallyson para o Nice, Ivan Cavaleiro e H. Costa, para o Mónaco, Miguel Lopes, para o Granada e mais uns quan-tos para Chipre, Roménia e Polónia.Há intermediários e empresários a “engorda-rem” as suas contas bancárias e apostas meio-suicidas em jovens bem reclamados mas não mais do que isso.E vem a propósito recordar que o negócio da pré-épo-ca ocorreu com a vultuosa transferência de Jackson do F.C. Porto para o Atlético de Madrid, na “casa” dos 70 milhões de euros, tranquilizando o equilíbrio financeiro do F.C. Porto. Um bom negócio tanto mais que, por estranho que pareça, o ex-“dragão”, agora em Manzanares nem sequer é o titular da selecção do seu país, a Colômbia, superado por outros 2 “pontas-de--lança” a jogar na Europa – o Sportinguista Réo Guitierrez e o ex-Sevilhista Bacco, agora em Milão.A “ grande invasão” em boa verdade, vai dando para tudo.

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O dra(c)ma grego

Para além dos mais conhe-cidos movimentos a que o nosso planeta está sujeito

- o de rotação e o de translação – existem pelo menos mais dois – a ‘Precessão dos Equinócios’ e a ‘Nutação’ – sendo aquele particularmente importante. A Precessão dos Equinócios é um movimento cónico que a Terra descreve em torno do seu eixo de rotação, tal como um peão quando começa a perder velocidade. Um dos efeitos visíveis deste fenómeno resulta no facto dos pólos da Terra não apontarem sempre para o mesmo ponto do céu, fazendo com que cada um descreva uma circunferência, ao percorrerem os doze signos zodiacais durante cerca de 25.926 anos. Portanto, 2.160 anos e 6 dias por signo, ou Era! É disto que se trata quando falamos que saímos da Era de Peixes – mar-cada pela vinda de Cristo – e entrámos na Era de Aquário, prenunciadora de um forte impulso espiritual e civilizacio-nal que alegadamente atingirá a sua plenitude dentro de uns 600 anos, após conturbados momentos que estamos começando a viver e que são ‘normais’ nas mudanças de ciclo. É que o IV Império, nascido com a Era de Peixes, começou precisamente com a civilização greco-romana que, no seu apogeu, estabeleceu a matriz do nosso modelo civilizacional. E se a mitologia se pode considerar como o repositório das metáforas e paradigmas da Sabedoria Antiga que se fixou nos prota-gonistas que habitavam o

território a que chamamos Grécia, o sopro civilizacional que dele emergiu não desapare-ceu e poderá reacender-se, assumindo novas expressões (…”todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades”).Defendem alguns que o percur-so da civilização acompanha o ‘movimento’ do Sol, de oriente para ocidente, e que este sopro ‘vital’ utiliza as formas humanas mais adequadas à sua manifes-tação para depois as ‘abando-nar’ e progressivamente ir ocupando outras que melhor possam cumprir os seus desígnios. Mas sempre através da Humanidade! A complexida-de e brutal desproporção entre aquilo que de melhor consegui-mos fazer e a imutabilidade da infinita Sabedoria, do Poder Criativo e da Harmonia e Beleza que a Natureza nos concede e proporciona deveria constituir o bastante para nos sentirmos obrigados a cooperar e tentar compreender melhor (não só em termos científicos) a ‘grande máquina do mundo’, no dizer de Camões.Os antigos Gregos ‘inventaram’ a democracia (…atenção, só para alguns, os escravos não votavam, ao contrário dos de hoje…) e um dos seus filósofos até disse que a política era a mais nobre de todas as artes. Não a politiquice maniqueísta, estereotipada e simplista do ‘mundo a preto e branco’, da ‘esquerda e da direita’, dos ‘maus (os ricos do norte) contra os bons (os pobres do sul) ‘, da putativa superioridade moral de uns em relação a outros – quando, na prática, são todos

muito parecidos, atendendo aos exemplos constactáveis – mas sim da organização da Pólis, da cidade, do território, em suma do ordenamento físico e, já agora, também do mental. Se a Política é a Ideologia posta em prática, se a Ideologia é a Filosofia posta em prática, se a Economia deveria estar ao serviço da Política e as Finanças ajustadas à Economia, não terá chegado a altura, já que todos reconhecem existir uma certa crise (… e muitos a sentem) para discernir o cerne do problema, baralhando e dando de

novo? Cumprindo os ‘serviços mínimos’, claro, porque o mundo não para nem os ditos ‘progres-sos civilizacionais’ adquiridos se interrompem, por vontade própria.Penso, um pouco na linha de Wittgenstein, que a Filosofia se deixou ultrapassar demasiado pela Ciência. Ou seja, julgo que o problema nem sequer é (só) da Economia, ‘seu estúpido’! Nem da Política! Sendo tam-bém, e muito, destas ciências está longe de nelas se esgotar. É sobretudo da falta de Filosofia, do saber pensar, é dos valores, da capacidade e prorrogativa que o ser humano tem de, pela inquietação, tentar ultrapassar--se a si próprio, começando por fazer a sua revoluçãozinha cívica interior, a benefício de uma melhor cidadania. Sem estar à espera que outros a façam por ele. Porque bem sabemos que ninguém o fará … ou fazendo, é para manter tudo muito parecido.E o que é que a ‘precessão dos equinócios’ tem a ver com tudo isto?A Transdisciplinaridade ensina--nos que tudo tem a ver com tudo (acredita na Serendipida-de?) e que o Todo é sempre maior que a soma das partes. Mas isso é tema para outra abordagem…

Paris arde?

As mudanças na diocese de Setú-bal, com a renún-

cia legitimada por limite de idade de D. Gilberto Canavarro dos Reis, que muito prezo, enquanto pessoa e sacerdote de estirpe, abre inevitavel-mente um novo ciclo. São quarenta anos de diocese e o novo bispo, D. José Ornelas de Carvalho, é apenas o terceiro da sua história.O Bispo Emérito D. Gilberto cumpriu a sua missão, difícil, diga-se, porque ocupou o lugar deixado vago por um antecessor que deixou uma marca forte, na gestão da sua Igreja num período particularmente difícil.Na igreja cristã, tal como em todos os outros patamares institucionais da nossa vida em socie-dade, os protagonistas têm personalidades diferentes. D. Manuel Martins e D. Gilberto Canavarro dos Reis demonstraram isso à saciedade. Um mais atuante, mais visível no espaço público, e talvez ‘mais político’, outro mais recatado. Mas ambos fizeram a sua obra, ao seu jeito. O novo Bispo é uma incógnita no que diz respeito ao seu carácter. Diz-se que é mais teólogo e mais professo-ral, devido à sua forma-ção. Veremos no espaço terreno.Mas começou bem, ao afirmar, numa nota pública que contaria com os seus dois ante-cessores e essa postura é de elogiar.

EDITO

RIAL

Raul TavaresDiretor

O novo bispo e os seus antecessores

PENSO, LOGO INSISTO.

FERNANDO RAIMUNDOCOLABORADOR

Não sei se é do tempo em questão a crueldade acometida a Truman de

se inspirar em Hitler, aquele que perguntou: “Paris já arde?”. Na História poderá haver eventual-mente, assim apareça, um advo-gado de defesa que demonstre que ao final do dia de 6 de Agosto de 1945, lançadas as primeiras bombas atómicas sobre Hiroxima, ele não perguntou:– “Mas porquê esperar três dias?”A 9 caíram sobre Nagasaki.Os 70 anos passados sobre estes crimes vão ser tema central na Festa do Avante!, de par com os 65 do Apelo de Estocolmo contra as armas nucleares e os 40 da Acta de Helsínquia, pelo reforço da Paz e da Cooperação entre os povos.Vem isto também a propósito da figura maior que foi na Festa do Avante!, no Centenário do seu Nascimento, Soeiro Pereira Gomes.Comunista escritor, trabalhador dos cimentos de Alhandra, foi

eleito no Congresso clandestino de 1946, na Lousã, na região de Coimbra, para o Comité Central do PCP, a partir do qual lhe foram confiadas lutas de morte. Em «Quarto Crescente» («A Ficção da Verdade», em subtítu-lo), de 2001, Mário Ventura dedica um capítulo de seis páginas a Esteiros, livro que primeiramente leu no Portugal clandestino numa edição francesa, de «êxito invulgar», pela mão de Veríssimo Serrão, capaz de lhe provocar «uma espécie de pancada» e fazer perfilar, pela sua pena, Ferreira de Castro, Steinbeck, Aquilino Ribeiro, Eça, Garrett, Camilo, Balzac, Zola, Vítor Hugo, Alexandre Dumas, Júlio Verne, Dino Buzatti, «os alemães como Thomas Mann», Walter Scott, Dickens, Dostoievsky, Guerra e Paz, Os Lusíadas, Erico Veríssimo.Desconheço se tem paradeiro a curiosidade que pelo menos se anunciava no etéreo, pela antiques.gift, da existência dos “Esteiros” assim circunstancia-da: com desenhos de Álvaro

Cunhal, “a encadernação em capa dura conserva as capas de brochura bem como a contraca-pa. No entanto, foi encadernado em conjunto com um livro francês, em língua francesa de Audie Murphy e com o título ‘L’Énfer des Hommes’. Curioso”.Mais razão contudo para caber a Salazar possuir tempo de mais para, dia sim, dia não, também perguntar:– “Afinal, quando arde?”Foi lá, na Sorbonne, que se doutorou com uma tese sobre a produção da cortiça em Portugal o Engenheiro Silvicul-tor Jaime Salazar Sampaio, bem cedo homem de Letras, apani-guado de Luís Pacheco, com obras cobiçadas pelos anteces-sores em serviço da PIDE.

Foi lá que Álvaro Cunhal escreveu a meio do século “As Lutas de Classe em Portugal no Final da Idade Média”, essa obra-prima editada outra vez em francês e logo a stencil!!! pelo Centro de Estudos e Pesquisa Marxistas em 1967 (o Nº 56 dos “Cahiers”, Paris),E ainda foi lá que escreveu o que deixou de ser inédito este ano em Portugal, por iniciativa do GEM, Grupo de Estudos Marxista (agora falamos do nosso país), “Os Fragmentos de Ideologia”, de Vasco de Maga-lhães-Vilhena (apontamentos de 1960). Assim me limito à propaganda por estes, para evitar um exagero, que alguém haverá a achar ... imperdoável!

OPINIÃO

POLITICA E CULTURA

VALDEMAR SANTOS MILITANTE DO PCP

Os antigos Gregos ‘inventaram’ a democracia (…atenção, só para alguns, os escravos não votavam, ao contrário dos de hoje…) e um dos seus filósofos até disse que a política era a mais nobre de todas as artes.

SEMMAIS | SÁBADO | 29 DE AGOSTO | 2015 | 23

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OPINIÃO

Na Europa, ou melhor, a norte do Equador este mês corresponde ao

verão e ao normal período de férias. Há anos atrás (não havendo as vantagens e inconvenientes da mediatiza-ção), muitos milhões de pessoas praticamente descansavam das atividades rotineiras dos restantes dias do ano. No tempo presente, por vezes mudamos pouco alguns hábitos, se nos abstrairmos das questões profissionais.Neste período ocorrem muitas romarias, festas populares e tradicionais, espalhadas pelo país onde por exemplo, na região ribatejana de Setúbal uma das maiores referências são as Festas do Barrete Verde e das Salinas. Ambiente acolhe-dor a muitos milhares de visitantes e que neste ano comemoram os cinquenta anos do Grupo de Forcados com mesmo nome. Parabéns a todos que têm feito História!Normalmente no mês de Agosto e para descontração dos amantes do futebol, inicia-se uma nova época em que todos depositam esperanças de vitórias e sucessos no ano

PSD e CDS – espinhos em lugar de rosas !

Agosto é sinónimo de verão e algo mais neste ano

O Presidente da República esticou o mandato do atual governo até ao limi-

te. Fê-lo contra a generalidade dos comentadores, inclusive os afetos à própria maioria.Agudizou assim fatores de instabilidade para o futuro.É que as eleições deveriam ter ocorrido em Junho, por forma a que o orçamento para 2016 fosse elaborado em tempo e não houvesse quase sobreposição dos processos eleitorais para a Assembleia da República e para a Presidência da República.O mandato do atual governo caracterizou-se pela aplicação cega de políticas de austeridade que conduziram ao empobreci-mento, à venda de empresas estratégicas, ao esvaziamento do papel de Portugal no mundo e ao desmantelamento das funções essenciais do estado, segundo uma lógica neoliberal.A coligação de direita que quer o agravamento delas – esconde o que se prepara para fazer se continuasse no governo, responsabilizando o passado pela situação a que se chegou como se Portugal, com mais de oito séculos de existência, se

tivesse iniciado com o governo atual e jamais o PSD tivesse participado antes no que quer que fosse. Convém recordar que, sob o atual quadro demo-crático, foi o PS – logo após a implementação da democracia – que assumiu a luta contra toda a sorte de totalitarismos, erguendo bandeiras de liberda-de e tolerância e contribuindo para a estruturação constitucio-nal do regime.Coube ainda à direção do PS, entre 1983-1985, assumir a coordenação do governo do bloco central com um PSD então com uma direção verda-deiramente social-democrata, no caso de Mota Pinto, que retirou não só o país da bancar-rota como possibilitou a adesão de Portugal à atual U.E., em escassos dois anos!Iniciado um período de expan-são e crescimento – a partir de 1985 mercê da ação anterior do PS –o governo seguinte, de Cavaco Silva, fez o que se sabe – a maior despesa pública primária de que há memória (15%) agravando a situação da Segurança Social pela conces-são aos beneficiários do direito

a “comprarem” a própria antiguidade contributiva e desbaratando avultados apoios da U.E., de tal forma que a agricultura e as pescas foram então “trocadas” por contribui-ções financeiras, assim se hipotecando parte do futuro neste domínio.É deste passado que o PSD fala? No que respeita ao mais recente, imediatamente anterior à eleição de Passos Coelho e Portas, é sabido que a situação financeira internacional deu lugar a uma crise estrutural mundial cujos efeitos conduzi-ram ao que vivemos e se repercute ainda hoje em países como a Grécia, a Espanha, a Islândia, a Itália, o Chipre, a França na dimensão que é conhecida, para só se falar de alguns países da Europa.Por favor – o PS foi o responsá-vel pela atual crise mundial ou essa invocação só conduz em linha direta a que se façam dos eleitores ignorantes? É ou não certo que então os países foram induzidos a aumentarem a despesa pública para colmata-rem os riscos de crise?Para o PS e para o CDS nada

disto ocorreu! E na ânsia oportunista de conservarem o poder a qualquer preço não se coíbem de, conscientemente, faltarem à verdade ou omitirem o projeto que têm para o futuro, como aliás sucedeu nas últimas eleições legislativas em que anunciaram rosas mas acaba-ram por impor espinhos.Perante os desafios que Portu-gal tem agora pela frente, de duas uma – ou defraudamos o futuro persistindo numa queda ainda maior para o abismo a que nos conduziu o atual governo ou o país muda de políticas e de rumo.Mudar de rumo impõe que concentremos os votos no único partido que pode prota-gonizar a alternativa, conscien-tes que o que está em causa é antes de mais a eleição de um primeiro-Ministro que possa

POLÍTICA MESMO

VITOR RAMALHOADVOGADO

seguinte. Este ano surge uma esperança renovada para as bandas de Alvalade porque o efeito psicológico está em pleno com a contratação do JJ; já se fala do antes e do depois de JJ. O tempo dirá sobre a profecia! Mas, começar a época a ganhar um troféu já com tradição perante o principal rival é um tónico especial, por vezes com efeitos superiores a muitos “via-gras” do futebol.Por muito que os portugueses possam dizer de uma forma genérica que estão fartos de políticos e dos partidos, até ver, este é o sistema mais justo de “governance”, os cidadãos neste ano têm a responsabilidade em estarem atentos às palavras dos agentes políticos e principais candidatos à governação de Portugal no período pós 4 de Outubro. Em consciência todos sabem que há diferenças insanáveis entre os partidos políticos e maior entre muitos dos principais dirigentes políticos. Não me pronunciarei sobre políticos e partidos que estão numa margem e num irrealismo de governação que só a dema-gogia e as falsidades que apregoam lhes permitem ainda

subsistir, nomeadamente no poder local e em especial nesta região de Setúbal. Porque, fingem ter práticas de igualdade e de combate a certos poderes económicos, mas aplicam taxas municipais e outros encargos às pequenas e micro empresas sem olharem para o programa eleitoral que apregoam. Por outro lado, apenas procuram dar mais empregos a quem podem e com salários baixos, porque 1 trabalhador autárqui-co pode representar 3 votos nas eleições autárquicas. Voltare-mos a este tema noutra ocasião!A preocupação dos portugueses centra-se nas escolhas futuras para o Governo do país, porque há um passado para comparar e um presente que se apresenta digno de merecer a confiança de futuro. A atual coligação (“Portugal à Frente”), governou Portugal com um programa que na sua maioria foi-lhe imposto por quem levou a país quase bancarrota (parecia grego!!) e que hoje felizmente está limitado nos movimentos.Mas, os portugueses não deve-riam esquecer certos momentos no passado de alguns agentes políticos. Por acaso lembram-se

que durante anos o Secretário--geral do PS foi assessor do então Presidente da República Jorge Sampaio e lembram-se porque saiu? Também é bom recordar que António Costa era o número dois do Pinto de Sousa que foi Primeiro-ministro; ainda estão por explicar as razões que o levaram a sair do Governo para a governação da capital do país. Recentemente acordou com o então líder do PS que estaria com ele para os combates que o partido iria ter no futuro e de repente como uma “jiboia” do mato ataca de surpresa. Neste verão quente de fogos e no lazer os portugueses devem estar suficientemente atentos às mensagens dos políticos porque há aqueles que prometeram um programa de sacrifício e metas a cumprir, sempre afirmando que o Portugal destruído em pouco anos, não se reconstruia em

ESPAÇO ABERTO E LIVRE

ZEFERINO BOALCONSULTOR DA SITEL PORTUGAL

apenas 4 anos. Na retoma deste país do progresso e o crescimento sustentável, não se pode regressar a politicas que se dizem socialis-tas mas no fundo são marxistas mascaradas, porque continuam a estar a favor do desenvolvimento económico assente no esforço maioritário do Estado.Uma geração de portugueses foi prejudicada pelas más decisões da política, pelas ações da corrupção e por decisões a pensar nos efeitos mediáticos a curto prazo. O oposto verifica-se quando à frente do país está um Estadista. Mesmo que muitos cidadãos “estejam a banhos” para refrescar ideias, a História de Portugal tem demonstrado que os portugueses sabem fazer escolhas acertadas quando se atravessam momentos críticos nos quais a União é mais importante que os poderes individuais.

dialogar e aprofundar a relação com os representantes da maioria sociológica do país. Esta maioria é de cerca de 2/3 do eleitorado, uma vez que, no limite, a atual coligação benefi-ciará no máximo de um resultado à volta de 36%, como todos os estudos de opinião evidenciam. É com esta percen-tagem e contra a esmagadora maioria do povo português e dos seus representantes que a direita quer continuar a governar?Face a esta impossibilidade, esses mesmos estudos de opinião demonstram que os eleitores não hesitam sobre quem querem para primeiro-Ministro, nem hesitam na resposta sobre que partido vai ganhar as eleições, preferindo o PS. Espinhos em lugar de rosas não!