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Teorias do Letramento Autoria: Kate Mamhy Oliveira Kumada | 4 o semestre Tema 02 Função da escrita no processo de alfabetização: perspectivas estruturais e funcionais Tema 02 Função da escrita no processo de alfabetização: perspectivas estruturais e funcionais Autoria: Kate Mamhy Oliveira Kumada Como citar esse documento: KUMADA, Kate Mamhy Oliveira. Teorias do Letramento: Função da escrita no processo de alfabetização: perspectivas estruturais e funcionais. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. Índice $QKDQJXHUD (GXFDFLRQDO 3URLELGD D UHSURGXomR ソQDO RX SDUFLDO SRU TXDOTXHU PHLR GH LPSUHVVmR HP IRUPD LGrQWLFD UHVXPLGD RX PRGLソFDGD HP OtQJXD SRUWXJXHVD RX TXDOTXHU RXWUR LGLRPD Pág. 12 Pág. 14 Pág. 15 Pág. 13 Pág. 10 Pág. 8 ACOMPANHENAWEB Pág. 3 CONVITEÀLEITURA Pág. 3 PORDENTRODOTEMA

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Teorias do LetramentoAutoria: Kate Mamhy Oliveira Kumada | 4o semestre

Tema 02

Função da escrita no processo de alfabetização: perspectivas estruturais e funcionais

Tema 02Função da escrita no processo de alfabetização: perspectivas estruturais e funcionais

Autoria: Kate Mamhy Oliveira Kumada

Como citar esse documento:

KUMADA, Kate Mamhy Oliveira. Teorias do Letramento: Função da escrita no processo de alfabetização: perspectivas estruturais e funcionais. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.

Índice

Pág. 12

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Pág. 10Pág. 8ACOMPANHENAWEB

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CONVITEÀLEITURAPág. 3

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Função da escrita no processo de alfabetização: perspectivas estruturais e funcionais

Em âmbito internacional, segundo David Barton (2001), os Novos Estudos sobre Letramento (New Literacy

Studies) surgiram a partir da insatisfação com relação às concepções de leitura e escrita que, durante muito tempo, se restringiram à área da Educação, principalmente através de testes e modelos psicológicos que, na opinião do autor, são extremamente simplistas para descrever a complexidade do fenômeno do letramento. A crítica a essa redução simplista do tema foi feita por diversos autores, sob diferentes pontos de vista e disciplinas, tornando-se estudos clássicos no campo, sendo referidos internacionalmente, a partir da década de 1990, como New Literacy (WILINSKY, 1990 apud BARTON, 2001) e New Literacy Studies (GEE, 1990 apud BARTON, 2001).

De fato, a língua da escola (norteada por uma norma padrão) não se trata da mesma língua que os alunos, oriundos de camadas populares, partilham em seus contextos sociais. Entretanto, durante muito tempo os estudos sobre a aprendizagem da língua escrita se restringiram apenas às áreas da Pedagogia e da Psicologia, ou seja, sem reconhecer e considerar os aspectos linguísticos imbricados no processo de alfabetização e letramento. O interesse de outras disciplinas do saber pela temática ocorreu na década de 1980 e 1990 e propiciou o que hoje se conhece como “Novos Estudos sobre Letramento” (New Literacy Studies). Os Novos Estudos sobre Letramento trouxeram contribuições

duas perspectivas distintas sobre o papel da língua escrita no processo de alfabetização se estabeleceram, a saber: a

diferentes perspectivas de linguagem e sobre suas implicações no processo de aquisição da leitura e da escrita. Essa

o valor e a função atribuída à língua escrita no processo de alfabetização e letramento.

CONVITEÀLEITURA

Função da escrita no processo de alfabetização: perspectivas estruturais e funcionais

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No Brasil, o interesse de outras áreas pelo processo de aquisição da leitura e da escrita ocorreu, conforme Magda

concordância com Barton (2001), a autora defende que a aprendizagem da língua escrita é, essencialmente, de caráter linguístico e, por essa razão, não pode se restringir às áreas da Pedagogia e da Psicologia.

Exatamente pela relevância da linguagem no processo de alfabetização e letramento, os Novos Estudos Sobre Letramento trouxeram contribuições da Linguística Aplicada e da Sociolinguística. Vale relembrar que a Linguística Aplicada por si só já representa um campo de estudos interdisciplinar/transdisciplinar, ou seja, que dialoga com diferentes áreas de conhecimento (MOITA LOPES, 2006), desde a Linguística até os Estudos Culturais, a Sociologia, a Antropologia, a Educação, entre outros.

De acordo com Soares (2013), uma das maiores contribuições dos estudos linguísticos para a alfabetização foi a de lançar luz sobre a consideração das diferenças dialetais entre a norma padrão apregoada pela escola e a variedade linguística

forma de aquisição da leitura e da escrita por diferentes camadas sociais. Nas palavras da autora:

É que, estando o fracasso escolar em alfabetização maciçamente concentrado nas crianças pertencentes às camadas populares, não há como negar que esse fracasso se deve, fundamentalmente, aos problemas decorrentes da distância entre a variedade escrita do dialeto padrão e os dialetos não padrão de que são falantes essas crianças (SOARES, 2013, p.64).

Assim, pouco a pouco, os estudos sobre letramento foram adquirindo um caráter linguístico mais acentuado e, pela

alfabetização se estabeleceram, a saber: a perspectiva estrutural e a perspectiva funcional.

Sob o viés estrutural, o enfoque foi, predominantemente, associado à descrição da estrutura gramatical de dialetos não padrão, em comparação com a gramática da norma padrão, ou seja, a diferença entre a língua oral desses alunos

especialmente se considerarmos as diferentes classes sociais que incorporam o ensino público.

entre tais sistemas linguísticos e a aquisição da escrita. E, como a gramática se torna fulcral na perspectiva estrutural,

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o autor defende que a conceitualização de letramento está inserida em uma ordem social mais ampla. Por essa razão, além da perspectiva estrutural, norteada propriamente na estrutura da língua escrita, uma perspectiva de ordem mais social também emerge dos estudos linguísticos: a perspectiva funcional.

Segundo Soares (2013), a perspectiva funcional é abordada a partir de duas interpretações. A primeira baseada na

possível ter duas visões diferentes da “função da língua escrita”, em que ambas estão imbricadas na compreensão da perspectiva funcional.

Na primeira interpretação da perspectiva funcional, a função da língua escrita é associada ao uso ou papel da escrita em determinada estrutura social, ou seja, à “função social da escrita” propriamente dita (Ibidem, p.64). Nesse âmbito, são

da sociedade ou grupo social investigado.

Nessa linha de estudos, podem ser vislumbradas pesquisas que investigam a natureza da leitura e escrita em diversos contextos sociais, incluindo o cotidiano, a religião, o local de trabalho, as prisões, os grupos de jovens (BARTON, 2005), as comunidades rurais (BORTONI-RICARDO, 2001), as comunidades surdas (KUMADA et.al., 2011), as comunidades indígenas (CAVALCANTI, 1999), as comunidades imigrantes, entre outros.

Considerando, como exemplo, o estudo desenvolvido por Labov (1972, apud Soares, 2013) sobre a função social da

ao domínio da língua escrita ao sucesso ou ao fracasso da aquisição da leitura e escrita. Assim, seus resultados apontaram que a função social da escrita depende do status e do valor que tal sistema linguístico apresenta dentro do grupo a que pertence a criança. Em outras palavras, o processo de alfabetização e letramento encontra maior obstáculos em grupos

o valor da escrita, pois, por exemplo, estão inseridos em contextos sociais menos letrados, podem apresentar, dentro

a alfabetização possui para esses alunos.

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contextos sociais de interação, suas repercussões na organização do sistema semântico e as implicações disso para a aprendizagem da escrita”.

Com base nessa segunda interpretação da perspectiva funcional da língua escrita, o contexto social de interação é determinante no processo de alfabetização e letramento, logo, a diferença de classe social afeta o processo de aquisição da escrita. Para o autor, “em classes sociais diferentes, são também diferentes as funções atribuídas ao uso da língua”

Em concordância com Olson (1977, apud Street, 2006), em geral, o foco no letramento subestima os conhecimentos que a criança traz de seu contexto social para a escola. Além disso, a escola, muitas vezes, ignora que a representação do conceito “funcional” não é a mesma para todos, ou seja, que a ideia de funcional permeada pela escola pode não ser a mesma partilhada pelo aluno e por seu grupo ou classe social.

Desse modo, torna-se cada vez mais interessante problematizar a função da escrita no processo de alfabetização e apud TAGLIANI,

2004), a linguagem é construída em nosso cotidiano, por meio da qual são transmitidos conhecimentos essenciais da

mediadora da linguagem e formadora do saber, a escola também possui responsabilidade no processo de construção de conhecimentos, valores e condutas diante da língua escrita, colaborando ou não para o processo de aquisição da leitura e da escrita.

Além disso, vale destacar que o espaço escolar é originalmente rico no que tange a propiciar trocas linguísticas, estabelecimento de diversos papéis sociais, interação, entre outros. São essas características que o tornam extremamente

apud TAGLIANI, 2004), para demonstrar diferentes possibilidades de uso da língua, inclusive o uso da norma padrão (também conhecida como norma culta). Apesar disso, a escola opta por ensinar apenas uma variedade linguística (a norma padrão), invisibilizando as demais.

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a ideia de “diferença linguística”, perspectiva na qual é possível se ensinar a norma padrão a camadas populares sem desvalorizar as variedades linguísticas dos alunos.

Em consonância com Soares (2013), é possível observar que a perspectiva estrutural buscou demonstrar a associação entre a causa do fracasso escolar de crianças oriundas de camadas populares e o dialeto não padrão com o qual eram

problemática as diferenças de função, pois

A linguagem da escola é a linguagem das classes favorecidas; as funções que predominam no uso que se faz da língua na escola são aquelas que também predominam no uso da língua por essas classes. A criança pertencente às camadas populares traz para a escola uma linguagem em que predominam outras funções: as diferenças

Logo, torna-se inevitável não relacionar as funções atribuídas ao uso da língua escrita em diferentes classes sociais ao desempenho escolar desses alunos. E para essa associação, a perspectiva funcional torna-se bastante oportuna, uma vez que ultrapassa a forma, considerando a língua escrita em seu contexto de interação. Por sua vez, esta é uma perspectiva social mais ampla, tal como apregoa Brian Street (2006), David Barton (2001), Magda Soares (2013), entre outros estudiosos da área de Letramentos.

mediado, no qual o uso da língua nos auxilia na compreensão e análise das mudanças contemporâneas. Desse modo, as práticas de letramento são originalmente práticas sociais e não podem ser analisadas do ponto de vista estritamente estrutural, pois, ao desconsiderarem seu contexto social, tendem a apresentar resultados restritos em seu campo.

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CliqueAcesse&

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Artigo sobre “A perspectiva funcional da linguagem de Halliday e o ensino de

língua portuguesa”, de Dulce Tagliani

O artigo aprofunda a questão sobre a perspectiva funcional da linguagem no processo de aquisição da língua escrita. Na introdução e arcabouço teórico muitas contribuições sobre o

do contexto social, da responsabilidade da escola e dos livros didáticos no processo de aquisição da leitura e escrita.

Disponível em: <http://sites.unifra.br/Portals/35/Artigos/2004/42/perspectiva.pdf>. Acesso em 12/03/2014.

Entrevista com Lynn Mario Menezes de Souza

pelos estudos sobre a linguagem e está alinhado aos Estudos sobre Novos Letramentos. Na entrevista promovida pela Universidade Anhanguera Uniderp, Menezes de Souza discorre sobre a importância da contextualização social da função da língua escrita e sobre a teoria dos Novos Letramentos. Entre outras ricas explanações, o autor apresenta a diferença entre alfabetização e letramento e também sobre a diferença entre Letramento Crítico e Pedagogia Crítica.

Disponível em: <https:// > . Acesso em 12/03/2014.

Tempo: 21:36

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A autora faz parte dos estudiosos do campo da Linguística Aplicada e investiga no referido artigo a prática de letramento, sob um viés social e uma perspectiva funcional alinhada aos Novos Estudos sobre Letramentos. Seu trabalho foi desenvolvido em uma escola rural dentro de uma comunidade bilíngue de imigração alemã. Esse cenário ilustra o que foi comentado neste tema, ou seja, o interesse de estudiosos no campo dos Novos Estudos sobre Letramentos em pesquisar a função da escrita em contextos sociais diversos.

Disponível em: <http:// > . Acesso em 12/03/2014.

-

tos de Minorias Lingüísticas no Brasil”, de Marilda do Couto Cavalcanti

A autora é bastante renomada nos estudos sobre letramento na área da Linguística Aplicada, tendo especial interesse para contextos bilíngues, em geral, voltados para a comunidade indígena. Docente do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (IEL/UNICAMP), Cavalcanti também está alinhada aos Estudos Sobre Novos Letramentos, sob uma abordagem social e ideológica de letramento. No artigo em questão, são descritos diferentes

falam a língua portuguesa. Em seguida, a autora focaliza o contexto indígena, as práticas de letramento e a importância da formação de professores para atuarem nesses contextos.

Disponível em: <http:// > . Acesso em 12/03/2014.

ACOMPANHENAWEBACOMPANHENAWEB

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AGORAÉASUAVEZ

escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.

Questão 1

-

do aluno não corresponde à norma padrão da escola.

Questão 2

Durante muito tempo, os estudos sobre a aquisição da leitura e da escrita estiveram restritos à Pedagogia e à Psicologia.

exclusivamente, centrados nessas áreas.

Questão 3

Acompanhe duas situações hipotéticas: 1) Clara possui 8 anos e vive na zona urbana de uma grande cidade, seus pais possuem

nível de ensino superior e expõem Clara, constantemente, a práticas de letramento (lendo histórias para ela, realizando receitas,

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Questão 4

Com base em seu conhecimento sobre a perspectiva funcional e a perspectiva estrutural da língua escrita, analise as alternativas

-

tações de professores sobre a escrita dos alunos de camadas populares.

( ) a perspectiva estrutural da língua escrita está baseada na comparação da gramática do dialeto de camadas populares com a

norma padrão veiculada na escola e suas implicações na escrita.

( ) a perspectiva funcional da língua escrita está correlacionada ao conceito de alfabetismo funcional, ou seja, se refere a pessoas

capazes de desempenhar atividades em que o alfabetismo é necessário.

( ) a perspectiva funcional da língua escrita pode ser interpretada como os estudos envolvendo o uso da língua escrita em dife-

rentes contextos sociais de letramento.

escrita em diferentes situações de interação.

a)

b)

c)

d)

e)

AGORAÉASUAVEZ

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Questão 5

está inserida em:

a) uma perspectiva estrutural da língua escrita.

b) uma perspectiva funcional que focaliza o uso da língua escrita.

c)

d) uma perspectiva estrutural e funcional de língua escrita.

e) nenhuma das anteriores.

AGORAÉASUAVEZ

FINALIZANDO

os estudos sobre aquisição da língua escrita estavam restritos ao campo da Educação e da Psicologia, mas que aos poucos foi se percebendo que o fenômeno do letramento era de natureza linguística, pois envolve a “língua” escrita. As contribuições dos estudos linguísticos se dividiram em duas diferentes abordagens, uma voltada para a perspectiva estrutural, mais ligada à forma da língua (estrutura gramatical) e outra para a perspectiva funcional, associada à função da

perspectivas da língua escrita, sobre como ela tem reproduzido mais modelos estruturais que modelos funcionais da

escolar”, mas também a escola, enquanto mediadora de práticas sociais e de práticas de letramento que constroem condutas e valores.

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REFERÊNCIAS

BAGNO, M. Preconceito lingüístico

BARTON, David (2001) Directions for literacy research

Language and Education. 15:2-3, 92-104. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1080/09500780108666803>. Acesso em: 12 mar. 2014.

BORTONI-RICARDO, S.M. Nós cheguemo na escola e agora?: leituras de sociolingüística para professores. São Paulo: Mercado das Letras, 2005.

CAVALCANTI, Marilda C. 1999. Estudos sobre educação bilíngüe e escolarização em contextos de minorias lingüísticas

no Brasil. In: DELTA, São Paulo, v.15. npe. 1999. p.385-417. Disponível em: <http://>. Acesso em: 12 mar. 2014.

. In: DELTA, São Paulo , v. 27, n. 1, 2011. Disponível em: <http://

>. Acesso em: 12 Mar. 2014.

Língua de sinais eu sei, mas o

português é difícil

Anais... Universidade <http://

>. Acesso em: 12 mar. 2014.

<https://>. Acesso em: 12 mar. 2014.

MOITA LOPES, Luiz P. Uma Lingüística Aplicada mestiça e ideológica: interrogando o campo como lingüista aplicado. In: MOITA LOPES, Luiz Paulo (Org.). Por uma Lingüística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. 2 ed.

SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 2013. 6.ed.

STREET, Brian. New literacies in theory and practice Linguistics and

UNESCO. 2006

TAGLIANI, Dulce. A perspectiva funcional da linguagem de Halliday e o ensino de língua portuguesa. VIDYA, v. 24, n. 42, p. 109-116, jul./dez., 2004. Santa Maria, 2007. Disponível em: <http://sites.unifra.br/Portals/35/Artigos/2004/42/perspectiva.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2014.

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GLOSSÁRIO

Interdisciplinar/transdisciplinar: o conceito de interdisciplinaridade e transdisciplinaridade ilustram a proposta de compreensão integral de um determinado fenômeno, consultando, interagindo, atravessando e ultrapassando diferentes disciplinas e/ou áreas de conhecimento. Segundo Moita Lopes (2006, p.19), a Linguística Aplicada é considerada interdisciplinar/transdisciplinar por ser um campo híbrido, no qual o intuito é analisar a linguagem em seus diferentes contextos sociais e para isso considera estudos de várias áreas do conhecimento. Também por essa razão, tem sido constantemente vista como “mestiça”, “INdisciplinar”, “antidisciplinar” e transgressiva.

Novos Estudos sobre Letramento: Caracterizam um conjunto de estudos de ordem ideológica e social, envolvendo a temática do letramento, porém, são estudos que não se restringem à área da Educação, como foi feito durante muito

a perspectiva estrutural da língua escrita se concentra na análise gramatical de dialetos não

Variedade linguística: Consiste na forma de falar de um indivíduo ou grupo social (também referida como variante ou

dialeto), da mudança linguística (quando comparados textos escritos em uma mesma língua em diferentes épocas), de

qual o interlocutor está inserido, ou seja, se mais ou menos formal).

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GABARITO

Questão 1

Resposta: Essa questão é oportuna para ressaltar a importância do contexto social e ao mesmo tempo resgatar conhecimentos prévios sobre o tema, ou seja, contextos em que variedades linguísticas são distintas da norma padrão apregoada pela instituição escolar. Nesse caso, exceto pelas classes privilegiadas onde a norma padrão já é a variedade linguística em uso, é possível mencionar os alunos de camadas populares, contextos rurais, comunidades bilíngues (surdos, indígenas, imigrantes etc), entre outros.

Questão 2

Resposta:

contribuições, bem como resgatamos a centralidade do aspecto linguístico nas práticas de letramento. Sendo assim, os estudos sobre a aquisição da leitura e da escrita deixaram de ser, exclusivamente, objetos de investigação da Pedagogia e da Psicologia, pois se compreendeu que a natureza da leitura e da escrita é de ordem linguística. Ao entender que o

de estudos. Essa nova geração de trabalhos desenvolvidos na área do letramento tornou-se conhecida internacionalmente

Aplicada e da Sociolinguística.

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Questão 3

Resposta:

que alunos como Clara, que ingressam na escola com uma língua muito mais próxima da norma padrão veiculada nos textos e atividades presentes nesse espaço. Além disso, as práticas de letramento a que Clara está exposta são mais

práticas de letramento com as quais é exposto (por exemplo, a negociação de preços de frutas com consumidores) com as atividades distantes da vida real que são trabalhadas na escola. Clara, por conviver em um centro urbano está a todo momento exposta a diferentes textos e consegue assimilar de forma mais fácil a diferença entre os textos da escola e os

Questão 4

Resposta: Alternativa C - A questão é útil para retomar os conhecimentos sobre a perspectiva estrutural e a perspectiva funcional da língua escrita, relembrando as diferenças imbricadas em tais pontos de vista.

Questão 5

Resposta: Alternativa C - A questão reforça a compreensão sobre as características da perspectiva estrutural e da perspectiva

interpretação que privilegia o contexto de interação.

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