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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃONÚCLEO REGIONAL DA EDUCAÇÃO DE CORNÉLIO PROCÓPIO
COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO “NOSSA SENHORA DA CANDELÁRIA” - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO / PROPOSTA PEDAGÓGICA
Bandeirantes – Paraná
Março - 2018
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO.......................................................................................................….05
2. OBJETIVOS GERAIS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.................................06
3. IDENTIFICAÇÃO.............................................................................................................07
4. MARCO SITUACIONAL..................................................................................................08
5. OFERTA DA INSTITUIÇÃO.............................................................................................12
6. OCUPAÇÃO DO TEMPO E DOS ESPAÇOS PEDAGÓGICOS.....................................13
7. ORGANIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO.........................................157.1 Caracterização da Comunidade Escolar..............................................................157.2 Dados Históricos da Instituição ...........................................................................167.3 Corpo Docente do Ensino Fundamental – matutino............................................197.4 Corpo Docente do Ensino Médio – noturno.........................................................197.5 Pessoal de Apoio Técnico-Administrativo............................................................207.6 Ocupação do Tempo e dos Espaços Pedagógicos..............................................217.7 Resultados Educacionais.....................................................................................217.8 Modalidades de Ensino, Turnos e Número de Estudantes..................................22
8. MARCO CONCEITUAL...................................................................................................23Princípios Didático-Pedagógicos da Instituição: Características Da Educação doCampo que se Pretende Construir...................................................................................23 8.1 Concepção de Campo..........................................................................................23 8.2 Concepção de Educação......................................................................................24 8.3 Concepção de Homem.........................................................................................27
8.4 Concepção de Mundo..........................................................................................27 8.5 Concepção de Sociedade.....................................................................................27 8.6 Concepção de Cultura..........................................................................................28 8.7 Concepção de Tecnologia.....................................................................................29 8.8 Concepção de Cidadania.....................................................................................30 8.9 Concepção de Escola...........................................................................................32 8.10 Concepção de Ensino – Aprendizagem e Avaliação............................................34 8.11 Concepção de Gestão Escolar.............................................................................35 8.12 Concepção de Curriculo.......................................................................................37 8.13 Concepção de Infância e de Adolescência...........................................................43 8.14 Concepção de Alfabetização e Letramento..........................................................47 8.15 Concepção de Conteúdos e Metodologias de Ensino.........................................50 8.16 Concepção de Trabalho........................................................................................51 8.17 Concepção de Conhecimento..............................................................................53 9. MARCO OPERACIONAL................................................................................................54Linhas de Ação e Reorganização do Trabalho Escolar na Perspectiva PedagógicaAdministrativa e Política Social........................................................................................54
9.1 Regime de Funcionamento..................................................................................54 9.2 Conselho de Classe.............................................................................................59
9.3 Processos de Avaliação, Promoção, Classificação, Reclassificação,Aproveitamento de Estudos, Adaptação e Recuperação de Estudos.................................60
9.3.1 Avaliação e Promoção................................................................................609.3.2 Recuperação de Estudos………………………………………………..........639.3.3 Classificação / Reclassificação.....…………………………………………. 689.3.4 Aproveitamento de Estudos / Adaptação................… ……………………..69
9.4 Processo de Aprimoramento da Prática Pedagógica - Formação Continuada.. 70 9.5 Articulação com a Família e Comunidade / Reuniões de Acompanhamento.....72 9.6 Hora Atividade......................................................................................................72 9.7 Atuação da Equipe Multidisciplinar......................................................................73 9.8 Acompanhamento das Atividades em Contraturno.............................................74 Sala de Apoio.......................................................................................................74 9.9 Matriz Curricular, Organização dos Horários.......................................................75 9.10 Calendário Escolar...............................................................................................78 9.11 Proposta de Inclusão Educacional......................................................................81 9.12 Ações de Combate para o Enfrentamento à Violência e Uso Indevido de Drogas .............................................................................................................................81 9.13 Ações Preventivas em Parceria...........................................................................82 9.14 Envolvimento das Instâncias Colegiadas............................................................82 9.14.1 Conselho Escolar......................................................................................82
9.14.2 APMF........................................................................................................839.14.3 Representantes de Turma.......................................................................85
9.15 Diretrizes Curriculares que norteiam a Proposta Pedagógica Curricular............85 9.16 Práticas Pedagógicas Existentes e Experiências Possíveis...............................86
9.16.1 Experiências que poderão gerar Novas Práticas Pedagógicas...............879.17 Estágio não obrigatório.........................................................................................91
10. DESAFIOS SÓCIO-EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS............................92 10.1 Educação Ambiental............................................................................................9210.2 Educação das Relações Étnicos-Raciais e Ensino de História e CulturaIndígena ..............................................................................................................................93 10.3 Educação para o Envelhecimento Digno e Saudável.........................................95 10.4 Direitos Humanos.................................................................................................95 10.5 Educação do Campo............................................................................................96 10.6 L.E.M. - Inglês.......................................................................................................99 10.7 História e Geografia do Paraná............................................................................9911. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR.......................................................99 11.1 ARTE..........................................................................................................101 11.2 BIOLOGIA..................................................................................................121 11.3 CIÊNCIAS...................................................................................................127 11.4 EDUCAÇÃO FÍSICA...................................................................................134 11.4 ENSINO RELIGIOSO.................................................................................143 11.5 FILOSOFIA.................................................................................................148 11.6 FÍSICA.........................................................................................................157 11.7 GEOGRAFIA...............................................................................................168 11.8 HISTÓRIA...................................................................................................178 11.9 LÍNGUA PORTUGUESA............................................................................194 11.10 MATEMÁTICA...........................................................................................211 11.11 QUÍMICA...................................................................................................224
11.12 SOCIOLOGIA...........................................................................................228 11.13 LEM – INGLÊS.........................................................................................236
12. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. .253
13. REFERÊNCIAS...........................................................................................................254
14. ANEXOS......................................................................................................................258 14.1 Plano de Ação da Instituição.............................................................................258 14.2 Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar..........................................................264 14.3 Programa Brigada Escolar - Defesa Civil na Escola.........................................273
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1- APRESENTAÇÃO / INTRODUÇÃO
Sendo o Projeto Político Pedagógico o fruto da interação entre os objetivos e
prioridades estabelecidos pela coletividade, que define através de estudos e reflexões, as
ações necessárias à construção de uma nova realidade, é antes de tudo, um trabalho que
exige comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo: direção, equipe
pedagógica, professores, estudantes, responsáveis e a comunidade como um todo.
Na organização do trabalho é o Projeto Político Pedagógico que aponta a direção a
ser tomada. Sua efetivação vai depender dos nossos estudos, pesquisas, debates,
replanejamentos, reflexão e problematização da nossa prática pedagógica, enquanto
escola no e do campo. Pois segundo Amaral e Digiovanni (2009, p. 07) : “Construir uma
escola do campo, pública, democrática e de qualidade significa buscar a coerência
político-pedagógica entre o que se ensina e o que se aprende, com a realidade, as
expectativas e necessidades dos diferentes sujeitos que lá se encontram”.
A educação é um processo contínuo, por isso o Projeto Político Pedagógico está
sempre em construção e sempre sendo avaliado para seu aprimoramento.
No momento essa construção faz-se necessária tendo em vista a implantação do
Ensino Fundamental de 9 anos e a mudança de nomenclatura do Colégio.
Partindo do princípio que é preciso educar o sujeito do campo garantindo-lhe o
direito ao conhecimento, à ciência e à tecnologia, sem deixar de lado seus valores, cultura
e identidade, vimos a necessidade de entrar nesse processo de reflexão e análise sobre
práticas pedagógicas relacionadas à Educação do Campo, visto que os estudantes do
Colégio são oriundos da Zona Rural, residentes no próprio Distrito e/ou nos Bairros,
Sítios ou Fazendas da região de Bandeirantes/Paraná, porém o trabalho desenvolvido
ainda sustenta um currículo essencialmente urbanizado, quase sempre deslocado das
necessidades e da realidade do campo.
Sabe-se que a nível de Brasil e mesmo de Paraná, onde há muitos avanços, a
cultura, os conhecimentos, a dinâmica do cotidiano dos povos do campo raramente são
tomados como referência para o trabalho pedagógico, bem como para organizar o
sistema de ensino, a formação de professores e a produção de materiais didáticos. A
ideia posta até os dias atuais pelas políticas de educação é que o espaço urbano serve
de modelo ideal para o desenvolvimento humano. Isso contribui para descaracterizar a
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identidade dos povos do campo, no sentido de se distanciarem do seu universo cultural.
Enquanto muitas escolas foram retiradas das comunidades, em Bandeirantes as
de 1º/5º anos, o Colégio Estadual Nossa Senhora da Candelária continua inserido no
campo, porém, é preciso privilegiar a cultura, valorizar a identidade, identificar no discurso
dos sujeitos do campo (responsáveis, estudantes) quais suas expectativas em relação à
escola, sem, no entanto, reduzir o processo pedagógico às discussões da realidade
camponesa, desconsiderando a interdependência campo - cidade.
A Educação do Campo tem o papel de fomentar reflexões sobre um novo projeto
de desenvolvimento e fortalecer a identidade e autonomia dos povos do campo, ajudando
na compreensão de que a cidade não vive sem o campo que não vive sem a cidade.
As Diretrizes Operacionais para as Escolas do Campo/2002 do CNE e as
Diretrizes Estaduais do Estado do Paraná – em processo de estudo, discussão e
aplicação, não vão fazer diferença se não tiverem os sujeitos lutando para que essas
mudanças ocorram na realidade do campo; se não tiverem gestores a nível nacional,
estadual e municipal que busquem mudanças substanciais na realidade educacional do
campo. Para que isso ocorra é preciso proporcionar aos professores uma formação
continuada no ambiente de trabalho, por meio de estudos, pesquisas e debates. Dessa
forma, ainda que limitada pelo espaço-tempo, estaremos contribuindo para a ampliação
do entendimento sobre Educação do Campo no município de Bandeirantes.
2 - OBJETIVOS GERAIS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
- Desenvolver a organização do trabalho pedagógico e da prática docente buscando a
construção de uma escola pública de qualidade;
- Contribuir para a articulação de práticas emancipatórias no interior da escola,
fundamentadas na solidariedade, reciprocidade e no trabalho coletivo;
- Ampliar a gestão democrática da escola considerando a opinião de todos os envolvidos
no contexto escolar.
- Propiciar a formação do indivíduo para a participação política que implica no
conhecimento dos direitos e deveres do cidadão;
- Possibilitar o desenvolvimento integral da pessoa humana;
- Orientar culturalmente os indivíduos para uma melhor compreensão da sociedade em
que vivem;
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- Desenvolver a autonomia dos membros da instituição escolar;
- Refletir sobre a atuação cotidiana na escola, buscando o desenvolvimento do trabalho
coletivo;
- Favorecer o desenvolvimento da avaliação contínua dos processos de organização do
trabalho pedagógico e da aprendizagem;
3 - IDENTIFICAÇÃO
Instituição: Colégio Estadual do Campo “Nossa Senhora da Candelária” – Ensino
Fundamental e Médio
Código: 00630
Endereço: Rua Padre Bento s/ nº, no Distrito Nossa Senhora da Candelária
Telefone: (0xx43) 3586-1111
Município : Bandeirantes Código: 0240
Dependência Administrativa: Estadual Código: 02
NRE: Cornélio Procópio Código: 08
Porte: 1
Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná
Ato de autorização de Funcionamento do Colégio:Resolução nº 48/81 de
18/11/1981 – DOE de 13/01/82
Ato de Reconhecimento do Colégio: Resolução nº 4180/85 de 30/08/1985 DOE de
16/09/1985
Ato de Renovação de Reconhecimento do Ensino Fundamental: Resolução nº
1591/03 de 22/05/03 – DOE 24/06/2003.
Ato de Renovação de Reconhecimento do Ensino Fundamental: Resolução nº
1210/09 de 06/04/2009 – DOE 22/06/2009 – Início: 22/05/08 – Final: 22/05/13
Ato de Autorização de Funcionamento do Ensino Médio: Resolução nº 2319/97 de
24/07/97
Ato de Reconhecimento do Ensino Médio: Resolução nº 3427/00 de 09/11/2000
Ato de Renovação de Reconhecimento do Ensino Médio: Resolução nº 390/06 de
14/02/2006 – Início: - Final: 09/11/2010
Ato de Renovação de Reconhecimento do Ensino Médio: Resolução 736/2011 de
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25/02/2011, DOE 14/06/2011.
Ato Administrativo de Aprovação do Regimento Escolar: Ato Administrativo nº
32/2008 – Parecer Conjunto nº 020/2008 – SEF/EP/NRE
Resolução de Alteração de Denominação: Resolução nº 2920/2011, de 11/07/2011,
DOE 15/09/2011
Atos Legais das Instâncias Colegiadas:
APMF: 1º Estatuto, Registro nº 173, livro 4.383 – A3, fls. 252 de 27/03/87
Conselho Escolar: Ato Administrativo nº 048/2011 de 04/04/2011
Nº de Diretor: 01
Nº de estudantes 2018: 87
Nº de Salas de Aula: 06
Distância do Colégio do NRE: 56 km
Localização da Escola: Zona Rural, do Campo
Site do Colégio: http://www.bntcandelaria.seed.pr.gov.br
e-mail: [email protected]
4 - MARCO SITUACIONAL
A realidade social e educacional atual de nosso país requer o enfrentamento e a
superação da contradição da estrutura que existe entre a declaração constitucional dos
direitos sociais (dentre eles, a educação) e a negação da prática desses direitos, de
recolocar-se o problema da escola pública em termos de direito de todos, de acesso ao
conhecimento elaborado, recolocar a questão do trabalho como atividade de
produção/apropriação de conhecimento não apenas como mera operação mecânica, em
repensar a relação escola/trabalho.
Globalização, multiculturalismo, pós-modernidade, questões de gênero e de raça,
novas formas de comunicação, informatização, manifestações culturais dos adolescentes
e jovens, expressões de diferentes classes sociais, movimentos culturais e religiosos,
diversas formas de violência e exclusão social configuram novos e diferenciados cenários
sociais, políticos e culturais, no âmbito nacional , estadual e municipal, as mudanças
ocorridas na sociedade moderna apontam novas formas de visualizar o mundo e de atuar
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nele. A comunidade escolar está trabalhando no sentido de conscientizar a população
local que através da educação e da valorização de sua cultura poderá haver uma
transformação da sua realidade, do meio onde vive e de suas futuras gerações. Assim
prossegue uma apresentação de um diagnóstico dos problemas e das necessidades aqui
existentes.
Um dos problemas enfrentados pelo Colégio Estadual do Campo “Nossa Senhora
da Candelária”, é o difícil acesso para alguns estudantes que não moram no Distrito, onde
se localiza este instituição. Quando chove alguns estudantes não vem para o Colégio
porque as estradas estão em condições precárias não havendo possibilidade do
Transporte Escolar trazê-los até à escola. Conscientes desta realidade os professores
trabalham aproveitando ao máximo o período da estiagem, que é maior que os dias de
chuva, para trabalhar os conteúdos integrantes do processo ensino aprendizagem, os
quais são essenciais para a formação do cidadão crítico, aproveitando a presença de
todos. Evidentemente quando chove as aulas acontecem, mas alguns estudantes não
estão presentes, portanto é necessário propor atividades diferenciadas que os auxiliem.
De um modo geral estamos na busca de uma "qualidade" para a educação,
voltada para a construção do conhecimento e que reconhece a importância deste para a
emancipação dos sujeitos e do exercício da cidadania. Operando com teorias de
aprendizagem e formas de organização do ensino que superem as práticas pedagógicas
tradicionalmente centradas na memorização e na reprodução de informações, ou no
treinamento para "saber fazer", já que a demanda, que hoje se coloca, é pela formação
de cidadãos pensantes e criativos. (VEIGA, 1996, p. 161).
A escola só realiza suas funções e torna-se viva na mediação da docência em
sala de aula, onde estudantes e professores fazem-se sujeitos do ensinar e do aprender.
Os estudantes, com seus saberes da vida e os conhecimento internalizados na escola, e
os professores, com o saber organizado e sistematizado adquiridos em sua formação
pedagógica e reforçados com o acesso à formação continuada e a experiência adquirida
durante sua atuação como professor. Há uma grande preocupação do Governo do Estado
e nossa enquanto Instituição Escolar em possibilitarmos a formação continuada aos
nossos funcionários, pois precisamos acompanhar as mudanças pelas quais a sociedade
está passando, e estarmos abertos a práticas transformadoras buscando a educação de
qualidade capaz de formar o verdadeiro cidadão.
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Essa expectativa em relação à escola exige dos educadores qualificação e
atualização. Uma prática pedagógica consciente e conscientizadora requer
profissionalização, formação adequada e constante atualização permitindo ao professor
selecionar e abordar adequadamente os conhecimentos significativos. O domínio teórico
permitirá ao professor ter autonomia de ação, criatividade, possibilidade de construção de
instrumental didático, alternativas metodológicas, entre outras.
Para que a escola cumpra seu papel, tendo em vista a preparação para o
prosseguimento dos estudos, para o mundo do trabalho, para a família e para as demais
exigências da vida social, faz-se necessário uma Gestão Democrática, que tem seu
princípio consagrado pela Constituição vigente e abrange as dimensões pedagógicas,
administrativa e financeira. Ela exige uma ruptura histórica na prática administrativa da
escola, com enfrentamento das questões de exclusão e reprovação e da não-
permanência do estudante na sala de aula. Visa romper com a separação entre
concepção e execução, entre o pensar e o fazer, entre a teoria e a prática, é o repensar
da estrutura de poder da escola, tendo em vista a socialização. E é a partir destes
princípios da Gestão Democrática que o trabalho do nosso Colégio está pautado,
incluindo a ampla participação dos representantes do Conselho Escolar e da APMF nas
decisões e ações administrativo pedagógicas aqui desenvolvidas. Quanto aos demais
pais que não são membros dos diferentes segmentos da escola, a maioria, comparece às
reuniões quando são convocados.
Para demonstrar como o coletivo do Colégio atuará para solucionar os problemas
apresentados, conforme as concepções estabelecidas, considerar-se- á as seguintes
afirmações:
[...] A escola, segundo a concepção pedagógica, é a mediadora entre o estudante e omundo da cultura, construída socialmente, e cumpre esse papel pelo processo detransmissão/assimilação crítica dos conhecimentos, inseridos no movimento da práticasocial concreta dos homens que é objetiva e histórica. [...] Assim, o trabalho docentedeve ser compreendido como uma tomada de posição pela emancipação humana,através do desvelamento da realidade da estrutura social. (LIBÂNEO, 2005, p.134-135)
Enquanto Escola pública, nossa primeira função após diagnosticar os problemas
que aqui existem: evasão, distância entre discurso e prática dos profissionais e
dificuldade de acesso à escola em dias de chuva é assegurar uma educação de
qualidade à comunidade escolar. Assumindo um compromisso com a sociedade local,
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através de um processo de diálogo e de conscientização dos estudantes e de suas
famílias sobre as próprias expectativas e sua possível realização, levando em conta sua
própria vivência e necessidades.
Assim, faz-se necessário redimensionar a organização do trabalho pedagógico,
criando ações que visem estabelecer a ponte entre a realidade e a utopia . Existe então,
um caminho para ser percorrido na direção esperada, assim é necessário inicialmente
ratificar que a gestão é democrática, portanto cada membro escolar tem um papel
específico que contribuirá para a melhoria de nossa realidade.
Cada membro da comunidade escolar possui um papel específico, assim cabe ao
diretor a gestão administrativa do Colégio. Esta atividade deve ser intencional e
considerar a intencionalidade e a função da escola, o gestor além de estimular o trabalho
precisa lembrar a todos que serão formados homens, portanto precisa coordenar a parte
burocrática da documentação, planejar ações anuais e fazer com que se cumpra. É
importante que o gestor no decorrer dos meses realize as metas que havia estipulado
para si, bem como apresente à comunidade escolar e a sociedade o crescimento e o bom
desempenho do Colégio.
O coletivo da escola é responsável pela coordenação, implantação e
implementação das diretrizes pedagógicas no Colégio. Para a organização do trabalho
pedagógico estarão construindo, implementando o Projeto Político Pedagógico da Escola,
bem como suscitarão seu desenvolvimento e sua avaliação.
Neste contexto a equipe pedagógica será responsável por rever o espaço e o
tempo escolar. Estimularão todos os profissionais a contínua formação, inclusive no
Colégio não conseguimos formar grupo de estudos específicos, mas existem textos que
são escolhidos e deixados na sala de hora-atividade, onde os professores podem ler, em
dias específicos a equipe conversa com os professores sobre o conteúdo dos textos,
indagando sobre as opiniões e as possibilidades de aplicação prática. Evidentemente os
professores comentam entre si e acabam trocando ideias desenvolvendo-se ou
elaborando projetos acerca do apresentado.
Os professores são os principais responsáveis pela execução do Projeto Político
Pedagógico, são eles que executam todas as ações didático-pedagógicas e se
relacionam com os estudantes. Portanto devem ser profissionais capazes e competentes
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cientificamente na organização e direção da aprendizagem. Devem ser capazes de
envolver os estudantes, com tranquilidade e calma para tornar-se uma referência positiva.
Precisa estar emocionalmente preparados para educar os estudantes dentro dos padrões
éticos e políticos adequados à formação do cidadão esperado. O professor ainda deve
lutar contra os preconceitos e as situações de violência estabelecendo um clima de paz e
aceitação. O professor também deve ser responsável por sua capacitação e aceitar
participar de cursos e buscar aperfeiçoamento contínuo não se trancando em seus
conhecimentos.
Cumpre ainda esclarecer que de nada adiantará todo delineamento deste Projeto
Político Pedagógico se os professores da instituição não o executarem, por isso é que o
princípio deste Projeto foi a conscientização e a coleta de todas as questões
apresentadas pelos professores, numa atividade em grupo em que ocuparam, ao lado
dos estudantes e da comunidade, posição central.
Os demais profissionais da Escola também exercem um papel de colaboradores
na Educação dos estudantes, visto que suas funções estão diretamente ligadas a
execução das ações pedagógicas, e relacionam-se com os estudantes, sendo
indispensável na limpeza, no feitio da merenda escolar, bem como na recepção dos
estudantes é necessário mostrar que o Colégio busca a formação cidadã.
Tivemos apenas dois casos de repetência no ano de 2015, casos estes
totalmente atípicos, visto que os dois estudantes foram embora do distrito. Um fez
matrícula em outra escola, frequentou um período curto, retornou, mas não estudou. E o
outro caso a aluna foi embora e não retornou mais.
Tendo em vista a necessidade de se contemplar o Estágio não obrigatório –
justificado pela lei 110078/2009 e normatizado pela INSTRUÇÃO Nº 006/2009 –
SUED/SEED define-se como Pedagoga responsável: Fátima Aparecida de Souza.
5 - OFERTA DA INSTITUIÇÃO
Ensino Fundamental anos finais
Ensino Médio : Anual
Escola do Campo (Decreto 7.352/10 – Educação do Campo e PRONERA, Parecer
CEE/CEB nº 1011/2010 de 06/10/2010, Resolução SEED nº 4783/2010 – 28/10/2010,
Instrução Conjunta nº 001/2010 – SEED/SUDE/SUED e Diretrizes Orientadoras da
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Educação do Campo.
Regimento de Seriação Adotado: Anual
Período de Avaliação: Trimestral
Como já foi explicitado o Colégio possui dois turnos, o da manhã, com (05) aulas
diárias, todos os dias da semana, dispostas da seguinte forma:
1ª - 7:30 às 8:20
2ª - 8:20 às 9:10
3ª - 9:10 às 10:00
Intervalo: 10:00 às 10:15
4ª - 10:15 às 11:00
5ª - 11:00 às 11:50
O período noturno possui também (05) aulas diárias, todos os dias da semana,
dispostos como segue:
1ª - 19:00 às 19:45
2ª - 19:45 às 20:30
3ª -20:30 às 21:15
Intervalo - 21:15 às 21:30
4ª - 21:30 às 22:15
5ª - 22:15 às 23:00
As 32 (trinta e duas horas) faltantes do Ensino Médio Noturno são suplidas com
Complementação de Carga Horária com atividades culturais, palestras, mutirões, roda de
conversa, seminários entre outros, em contraturno envolvendo a Direção, Equipe
Pedagógica, Professores e estudantes do Ensino Médio.
6 - OCUPAÇÃO DO TEMPO E DOS ESPAÇOS PEDAGÓGICOS
O Colégio Estadual do Campo “Nossa Senhora da Candelária” apresenta uma
boa estrutura física conforme está apresentado nos parágrafos seguintes, devendo ficar
explícito que as instalações são compartilhadas com a Escola Municipal Felipe de
Almeida Campos, que funciona no período da tarde e também de manhã, com o Projeto
Mais Educação e Sala de Apoio.
No ano de 2006, a direção do Colégio conseguiu junto a SEED a efetivação da
reforma geral do Colégio, onde o forro e o piso foram trocados. As paredes foram
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pintadas, os pátios e os banheiros reformados. A sala dos professores foi melhorada, o
pátio em frente o colégio foi reconstruído. Porém, como citado anteriormente, há a
necessidade de se construir um refeitório para os estudantes, um depósito para
armazenar a merenda e reconstruir o muro nos fundos do Colégio, que está condenado.
E como já se passaram vários anos da última reforma, o prédio está necessitando de uma
pintura. Com a verba do PDDE Estrutura – Escola do Campo, foi adquirido tintas para a
pintura do Colégio, porém a verba não foi suficiente para a mão de obra, o que tentamos
conseguir junto à Prefeitura Municipal, visto que o prédio é compartilhado.
As mudanças no ambiente pedagógico aconteceram na biblioteca que foi
reorganizada com nova distribuição de livros e maior espaço livre para leitura e pesquisa.
A sala da direção e da equipe pedagógica foram deslocadas para o meio da escola
possibilitando uma maior comunicação entre estudantes, professores e demais
funcionários.
Quando foi implantado o Programa Paraná Digital o Laboratório de Informática foi
reformado e recebeu doze computadores, impressoras, acesso a internet. Porém uma
das impressores deu problema e não houve conserto, dos doze computadores apenas
dois ainda funcionam. Houve também a implantação do PROINFO, com um total de
dezenove computadores, porém quatro não funcionam. Na época da implantação, os
professores das diversas disciplinas utilizavam o Laboratório de Informática, hoje já não
há essa possibilidade, pois quando acessam a internet cai na secretaria.
O Laboratório de Ciências, Física, Química e Biologia tem recebido novos
equipamentos e instrumentos, possibilitando sua utilização durante as aulas.
Com a chegada das TVs multimídia os professores puderam trabalhar melhor
com esse recurso tecnológico, porém da mesma forma que os computadores, somente
uma funciona.
Atualmente, o prédio do Colégio Estadual do Campo “Nossa Senhora da
Candelária” - Ensino Fundamental e Médio, constitui-se de 05 Salas de Aula disponíveis,
01 Sala de Professores, 01 Laboratório de Ciências Naturais, Biologia, Química e Física,
01 Laboratório de Informática, 01 Sala para Direção, 01 Sala para Equipe Pedagógica,
Secretaria, Biblioteca, Almoxarifado, 01 Banheiro para Professores, 01 Banheiro Feminino
e 01 Banheiro Masculino com quatro repartições, o Pátio, a Cozinha e 01 Quadra de
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Esportes coberta, utilizada em ambos os turnos. As dependências do Colégio são
compatíveis com os estudantes atendidos, contando com iluminação, ventilação, higiene
e limpeza, adequadas ao bom funcionamento do instituição. Das salas de aula
disponíveis no período matutino são utilizadas 04 ( 6º, 7º, 8º e 9º Ano, do Ensino
Fundamental ) e durante o período noturno são utilizadas 03 salas ( 1ª, 2ª e 3ª Séries do
Ensino Médio ).
7 - ORGANIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
7.1 Caracterização da Comunidade Escolar
Os estudantes atendidos no Colégio Estadual Nossa Senhora da Candelária -
Ensino Fundamental e Médio é advindo totalmente da Zona Rural, são estudantes
residentes no próprio distrito, nos bairros, sítios e fazendas da região, alguns trabalham
na lavoura e auxiliam em casa nas atividades domésticas. São distribuídos entre os
turnos da Manhã e da Noite. A faixa etária dos estudantes varia de 10 a 19 anos,
adolescentes e jovens. O que predomina economicamente na comunidade é a pequena
produção agropecuária e o nível de escolaridade dos pais varia, prevalecendo o Ensino
Fundamental de 1ª a 4ª séries, uns poucos com Ensino Fundamental completo e uma
minoria com Ensino Médio.
Os turnos são marcados por algumas diferenciações em seu alunado, durante o
turno da manhã atendemos os estudantes do Ensino Fundamental, com uma faixa etária
de 10 à 14 anos. A maioria desses estudantes não trabalha; os que trabalham são
apenas ajudantes dos próprios pais com as lavouras; dessa forma têm mais tempo
disponível para a realização das tarefas de casa e dos trabalhos extraclasse.
Já no período da noite, ofertamos o Ensino Médio que possui um alunado
adolescente e jovens, que em sua maioria são trabalhadores que quando chegam ao
Colégio já estão cansados devido ao trabalho exercido durante o dia, exigindo dos
professores mais dinamismo durante as aulas, procurando desenvolver todas as tarefas e
trabalhos em sala, uma vez que os mesmos, não têm tempo disponível para realizarem
atividades extraclasse. Os estudantes do Ensino Médio têm outros objetivos, não
restringindo-se apenas a continuação nos estudos frequentando um Curso Superior,
muitos deixarão os estudos e o próprio Distrito para tentarem uma melhora nas condições
de vida através do trabalho em cidades maiores, pois os estudantes alegam que no
16
Distrito não há trabalho para eles, obrigando-os a migrarem.
7.2 Dados Históricos da Instituição
O Colégio Estadual do Campo “Nossa Senhora da Candelária” – Ensino
Fundamental e Médio, localiza-se no Distrito Nossa Senhora da Candelária, à Rua Padre
Bento, s/nº, no município de Bandeirantes, Estado do Paraná.
Fundado em 1951, na gestão do Sr. Moacyr Castanho, com área de 438m em um
terreno doado pelo Senhor Felipe de Almeida Campos, denominava-se Casa Escolar
Nossa Senhora da Candelária por convênio federal e municipal, cuja entidade proprietária
era a Prefeitura Municipal de Bandeirantes. A Casa Escolar Nossa Senhora da Candelária
possuía 02 salas de aulas, 01 cantina, 01 diretoria e 01 sala de professor.
Esta escola, até final de 1966 funcionava num prédio de madeira, em 1967 a
escola passou para uma ala do prédio novo, que era de alvenaria. Em 1972, foi
inaugurada a outra ala com água e luz elétrica. De sua fundação até 1978, a escola era
mantida pela Prefeitura Municipal atendendo de 1ª à 4ª séries, no período matutino.
Em 1978, e através do Ofício nº 448/78, de 15 de março de1978, do Secretário da
Educação e Cultura, Senhor Francisco Borsari Neto, autoriza o funcionamento na Escola
Rural Nossa Senhora da Candelária, em caráter precário, da 5ª série do Ensino de 1º
Grau, mantida pela Prefeitura Municipal. Neste ano funcionavam 02 turmas de 5ª séries,
tendo como Diretor o Professor Roberto Castanho e secretária a Professora Maria de
Fátima Silva.
Em 1979, funcionavam 02 turmas de 5ª séries e 02 turmas de 6ª séries, além das
séries iniciais de 1ª à 4ª séries.
No final de 1980, conforme determinação da Secretária de Educação e Cultura,
de acordo com a Resolução nº 1993/80 de 23/09/80, aprovou-se o plano de implantação
da Lei 5692/71 do Ensino de 1º Grau, homologado no Parecer nº 122/80, instituindo
assim, a Escola Rural Nossa Senhora da Candelária, com sede à rua Padre Bento s/nº,
no Distrito Nossa Senhora da Candelária, tendo como Diretora a Professora Marinez de
Oliveira da Silva.
A resolução Conjunta nº 48/81 de 18/11/81, homologada pela Resolução nº
1993/80 e o cumprimento dos requisitos contidos nas deliberações 40/75 e 30/80, do
Conselho Estadual de Educação, resolvem criar a Escola Nossa Senhora da Candelária e
17
autorizar o funcionamento pelo prazo de 01 ano a partir do início do presente ano letivo.
Em 1982, a Professora Maria da Graça Paduan Miranda foi designada para
exercer a função de Diretora até 18/02/82, quando retornou a Professora Marinez de
Oliveira da Silva.
Em 1983, a Escola Nossa Senhora da Candelária passou a denominar-se Escola
Estadual Nossa Senhora da Candelária - Ensino de 1º Grau através da resolução nº
778/83 de 08/04/83. No ano letivo de 1984 a Professora Maria Terezinha da Costa
Oliveira é designada Diretora.
O curso de 1º grau da Escola Estadual Nossa Senhora da Candelária – Ensino de
1º Grau foi reconhecido pela Resolução nº 4180/85 através do Sr. Gino Azzolim Neto,
Secretário Substituto de Estado da Educação, no Diário Oficial nº 3128 de 24/10/89.
Em 1989, a Professora Michelina Gammarano da Silva foi designada Diretora
através da Portaria nº 1804/89 de 06/10/89, Diário Oficial nº 3128 de 24/10/89.
O Parecer nº 392/91 de 16/04/91 aprova o Projeto de implantação do Ensino de
2º Grau Regular. A Resolução nº 3433/90 resolve autorizar o funcionamento do 2º Grau
Regular pelo prazo de 02 anos, com a implantação gradativa a partir do ano letivo de
1991, e determinava o prazo de 90 dias antes do término de autorização de
funcionamento para o instituição solicitar o reconhecimento da habilitação Técnico em
Contabilidade. Em decorrência do funcionamento do 2º grau a Escola Estadual Nossa
Senhora da Candelária – Ensino de 1º Grau passa a denominar-se Colégio Estadual
Nossa Senhora da Candelária – Ensino de 1º e 2º Graus.
Devido a implantação do Ensino de 2º Grau, algumas ampliações se fizeram
necessárias, foram construídas no ano de 1991: 03 salas, 01 banheiro, com cinco
repartições, 01 depósito, e em 1992: 01 laboratório e uma sala para professores, na
gestão do Senhor Prefeito José Fernandes da Silva.
Tendo em vista a municipalização do Ensino de 1ª à 4ª séries, das escolas
Estaduais do município de Bandeirantes no ano de 1992, foi solicitada a desativação do
ensino de 1ª à 4ª séries do Colégio Estadual Nossa Senhora da Candelária – Ensino de
1º e 2º Graus, através do Decreto nº 1981/92 de 01/06/92, da Prefeitura Municipal de
Bandeirantes, o Prefeito Senhor José Fernandes da Silva criou a Escola Municipal Felipe
de Almeida Campos – Ensino Pré-Escolar e de 1ª Grau Regular – 1ª à 4ª séries, que
desde a sua criação compartilha o prédio estadual, do Colégio Estadual do Campo
18
“Nossa Senhora da Candelária” - Ensino Fundamental e Médio.
Em 1995 a Professora Michelina Gammarano da Silva é eleita Diretora pela
Comunidade Escolar ( Professores, Especialistas, Funcionários, Pais ou Responsáveis
por estudantes menores de dezesseis anos ), na primeira eleição, mediante voto direto e
secreto, ocorrido nas escolas estaduais do Estado do Paraná. E em 1997 ela foi reeleita
ficando na direção até o ano de 2001.
Em 2002 assumiu o cargo de Diretora do Colégio, a professora Cíntia Moskado
Altizani, permanecendo na direção até meados do ano de 2003. Sendo substituída pela
professora Vânia Maria Uzae Gonçalves, que permaneceu até o término deste mesmo
ano.
Em 2003 a Professora Márcia Lucila Sauer Augusto foi eleita Diretora, através de
voto direto pela Comunidade Escolar, iniciando seu mandato no dia 01/01/2004, com a
Resolução nº4256/03, Diário Oficial do dia 23/01/2004, permanecendo na Direção até
31/12/2008, uma vez que, foi reeleita em 2005 quando ocorreu o processo de escolha de
diretores em todos os Estabelecimentos de Ensino Estaduais, Resolução nº 58/06, Diário
Oficial do dia 16/01/2006.
Em 2008 a Professora Tania Maria Arestides foi eleita Diretora, através de voto
direto, pela Comunidade Escolar, iniciando seu mandato no dia 01/01/2009, sendo
empossada pela Resolução nº 5909/08, Diário Oficial do dia 24/12/2008. Foi reeleita no
ano de 2011 para permanecer no cargo até dezembro de 2014. Porém em novembro de
2014 entrou em Licença Maternidade, sendo substituída pela Pedagoga do Colégio
Fátima Aparecida de Souza, que ficou no cargo até o dia 31/01/2015, quando foi
substituída pela Professora: Camila Daniele Lemes Lopes.
Em 2015 a Professora Camila Daniele Lemes Lopes, que já respondia pela
Direção do Colégio, foi eleita através do voto direto, pela Comunidade Escolar, iniciando o
mandato em 22/02/20016.
Com a homologação da Resolução nº 2920/2011, DOE 17/07/2011, o Colégio foi
reconhecido como escola do campo, mudando assim sua nomenclatura de Colégio
Estadual Nossa Senhora da Candelária, para Colégio Estadual do Campo Nossa Senhora
da Candelária.
19
7.3 Corpo Docente Do Ensino Fundamental – Matutino
Nº de Professores do Ensino Fundamental: 10
Nº NOME DISCIPLINACH
VÍN-CULO
GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO
1Andrea Castanho de Lima Silva
Matemática 05 QPMCiências – Hab.Química
Psicopedagogia/EdEspecial e Inclusão
2 Cintia Moskado Matemática 15 QPMCiências – Hab.Matemática
Didática Geral
3Ghislaine Cristine Aparecida Inácio
EducaçãoFísica
08 QPMEducaçãoFísica
Didática Geral
4 José Roberto de Oliveira LEM - Inglês 06 QPMLetras AngloPortuguesa
Metodologias Aplicadasà Educação.
5Melina Corsini de
MedeirosArte 08 QPM
EducaçãoArtística
Arte e Educação
6Patrícia Francyane
Lopes Príncipe Língua Port. 05 SC02
Letras – Hab.Port/Inglês
Estudos em Lit.Contemporânea
7Roziani Aparecida da
Silva SarmanhoMatemática 05 SC02
Lic.Ciências –Hab.Matemática
Educação Matemática
8 Samara Felix Língua Port. 15 QPMLetras AngloPortuguesa
Língua Portuguesa eLiteratura
9 Silvia Maria Daros História 11 QPMHistória Ed. Especial /
Psicopedagogia
10 Tania Maria Arestides Geografia 11 QPM Geografia Gestão Escolar
7.4 Corpo Docente do Ensino Médio – Noturno Nº de Professores do Ensino Médio: 14
Nº NOME DISCIPLINAC.H.
VÍNCULO
GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO
1Andrea Castanho deLima Silva
Química 06 QPMCiências – Hab.Química
Psicopedagogia/EdEspecial e Inclusão
2Angela Maria NogueiraHerbst
Matemática 08 QPM MatemáticaBiologia Vegetal/Ed. DeJovens e Adultos
3 Clelder Luiz Pedro Geografia 06 SC02 GeografiaMeio Ambiente eDesenvolvimentoSustentável
Clelder Luiz Pedro Sociologia 06 SC02 GeografiaMeio Ambiente eDesenvolvimentoSustentável
4Ghislaine CristineAparecida Inácio
EducaçãoFísica
06 QPM Educação Física Didática Geral
5Helena Cristina Bartelli De Moura
Biologia 06 QPMCiências - Hab.Biologia
6 José Roberto de Oliveira LEM - Inglês 06 QPMLetras AngloPortuguesa
Metodologias Aplicadasà Educação.
20
7Magali de FátimaMonteiro
Física 04 QPM CiênciasEnsino de Química eBiologia Ambiental
8Paula RegianeGuergolete da Costa
Arte 04 QPMArtes
Visuais – Hab.Artes Plásticas
Ed. Especial
9Rosemércya Velozo deCarvalho Anjos
Filosofia 04 QPMHist./Geo./Soc./Filosofia
História/Ed. Inclusiva
10 Samara Felix Língua Port. 9 QPMLetras AngloPortuguesa
Língua Portuguesa eLiteratura
11 Silvia Maria Daros História 4 QPM HistóriaEd. Especial /Psicopedagogia
12 Tania Maria Arestides Geografia 4 QPM Geografia Gestão Escolar
13Terezinha de FátimaCoutinho
História 02 QPM HistóriaMetodologia do EnsinoSuperior
14Vanda Lúcia de SouzaSilva
Filosofia 02 PSS PedagogiaDocência EnsinoSuperior/Psicopedagogia
7.5 Pessoal De Apoio Técnico-Administrativo Nº de Diretor: 01
Nº de Pedagogo: 01
Nº de Secretária: 01
Nº de Técnico Administrativo: 01
Nº de Funcionários de Serviços Gerais: 03
Nº NOME FUNÇÃOC.
H.
VÍN
CULO
FORMAÇÃO/
GRADUAÇÃOESPECIALIZAÇÃO
1Camila Daniele
Lemes LopesDiretora 40 QPM
Engenharia de
Alimentos
Segurança do
Trabalho
2Fátima Aparecida de
SouzaPedagoga 40 QPM Pedagogia
Metodologia do EnsinoSuperior
3 Clayton Rosa Secretário 40 REPRTecnologia emLogística
-
4Cleusa Aparecida
Sérgio
ServiçosGerais
40 REPR Ensino Médio -
5Francyelle de OliveiraSouza
ServiçosGerais
40 REPR Ensino Médio -
6Sebastiana De FátimaRibeiro
ServiçosGerais
40 QFEBEnsinoFundamental
-
21
7.6 Ocupação do Tempo e dos Espaços Pedagógicos
Ensino Fundamental: 04 (quatro) turmas – 6º, 7º, 8º e 9º Ano – Período da Manhã
Ensino Médio: 03 (três) turmas – 1ª, 2ª e 3ª Série – Período da Noite
7.7 Resultados Educacionais: Aprovação, Reprovação e Evasão de 2014 a 2016:
ENSINO FUNDAMENTAL
Evasão: 6º 7º 8º 9º
2015 0 0 0 0
2016 0 0 0 0
2017 0 0 0 0
Repetência: 6º 7º 8º 9º
2015 0 0 0 1
2016 1 2 1 0
2017 2 2 2 0
Aprovação 6º 7º 8º 9º
2015 16 12 16 14
2016 9 14 11 16
2017 11 10 16 10 ENSINO MÉDIO
Evasão: 1ª 2ª 3ª
2015 1 0 0
2016 0 0 0
2017 0 0 0
Repetência: 1ª 2ª 3ª
2015 0 0 1
2016 1 1 0
2017 1 2 2
Aprovação: 1ª 2ª 3ª
2015 10 07 14
2016 11 9 6
2017 13 10 9
22
7.8 Modalidades de Ensino, Turnos e Número de Estudantes
Hoje, o Colégio Estadual do Campo “Nossa Senhora da Candelária” - Ensino
Fundamental e Médio, atende 87 (oitenta e sete) estudantes, sendo 50 (cinquenta)
regularmente matriculados nas quatro turmas do Ensino Fundamental do 6º ao 9º Anos,
e 37 (trinta e sete) estudantes matriculados nas três turmas do Ensino Médio da 1ª à 3ª
Série.
No período da Manhã é ofertado o Ensino Fundamental – 6º ao 9º Ano, com
quatro turmas, estando matriculados nos respectivos anos o número de estudantes
abaixo listados:
6º A – 12 estudantes
7º A – 10 estudantes
8º A – 12 estudantes
9º A – 16 estudantes
Total de estudantes: 50
No período da Noite é ofertado o Ensino Médio, com três turmas, estando
matriculados nas respectivas séries o número de estudantes abaixo listados:
1ª A – 11 estudantes
2ª A – 14 estudantes
3ª A – 12 estudantes
Total de estudantes: 37
Total Geral de estudantes: 87
A partir do ano de 2012, foi implantado o Ensino Fundamental – anos finais do 6º
ao 9º ano de forma simultânea.
A Matriz Curricular do Ensino Fundamental implantada em 2013 é composta
pelas disciplinas, da Base Nacional Comum: Arte (duas aulas em cada ano), Ciências
(três aulas em cada ano), Educação Física (duas aulas em cada ano), Geografia ( duas
aulas no 6º Ano e três aulas no 7º/8º/9º Anos), História ( três aulas no 6º/8º/9º Anos e
duas aulas no 7º Ano), Língua Portuguesa ( cinco aulas do 6º ao 9º Ano ), Matemática (
cinco aulas do 6º ao 9º Ano ) e Ensino Religioso, que é de oferta obrigatória aos
estudantes do 6º e do 7º Anos (uma aula), do Ensino Fundamental por parte do instituição
de Ensino, e no entanto, de matrícula facultativa, podendo os estudantes escolherem
participar ou não das aulas; E na Parte Diversificada: L.E.M.: Inglês (duas aulas do 6º ao
23
9º Ano).
A Matriz Curricular do Ensino Médio, Aprovada para 2013 é composta pelas
seguintes disciplinas na Base Nacional Comum: Arte (duas aulas na 1ª e 3ª Séries),
Biologia (duas aulas da 1ª à 3ª Série), Educação Física (duas aulas da 1ª à 3ª Série),
Filosofia (duas aulas da 1ª à 3ª Série), Física (duas aulas da 1ª à 3ª Série), Geografia
(duas aulas da 1ª à 3ª Série), História (duas aulas da 1ª à 3ª Série), Língua Portuguesa e
Literatura ( três aulas da 1ª à 3ª Série), Matemática ( duas aulas na 1ª e 3ª Série e quatro
aulas na 2ª Série), Química (duas aulas da 1ª à 3ª Série) e Sociologia (duas aulas da 1ª
à 3ª Série). E na Parte Diversificada a disciplina: LEM Inglês (duas aulas da 1ª à 3ª Série)
Todas as atividades realizadas são decididas coletivamente junto com os órgãos
colegiados da Instituição e tem por prioridade o estudante e sua aprendizagem.
A distribuição dos horários das disciplinas é realizada contemplando tanto a
disponibilidade dos professores quanto a aprendizagem dos estudantes, evitando a
concentração de várias disciplinas de cálculos, num único dia, ou várias disciplinas
teóricas, exceto quando não há outra alternativa, mas sempre que possível há uma
dosagem.
8 - MARCO CONCEITUAL
Princípios Didático-Pedagógicos da Instituição: Características da Educação doCampo que se Pretende Construir:
8.1 Concepção de Campo: Segundo as DCE da Educação do Campo, a concepção
de campo tem o seu sentido cunhado pelos movimentos sociais no final do século XX,
em referência à identidade e cultura dos povos do campo, valorizando-os como sujeitos
que possuem laços culturais e valores relacionados à vida na terra. Trata-se do campo
como lugar de trabalho, de cultura, da produção de conhecimento na sua relação de
existência e sobrevivência.
Assim, essa compreensão de campo vai além de uma definição jurídica.
Configura um conceito político ao considerar as particularidades dos sujeitos e não
apenas sua localização espacial e geográfica. A perspectiva da educação do campo se
articula a um projeto político e econômico de desenvolvimento local e sustentável, a partir
da perspectiva dos interesses dos povos que nele vivem.
O que caracteriza os povos do campo é o jeito peculiar de se relacionarem com a
24
natureza, o trabalho na terra, a organização das atividades produtivas, mediante mão de
obra dos membros da família, cultura e valores que enfatizam as relações familiares e de
vizinhança, que valorizam as festas comunitárias e de celebração da colheita, o vínculo
com uma rotina de trabalho que nem sempre segue o relógio mecânico.
8.2 Concepção de Educação: A formação deste homem depende da definição do
que é educação, assim Saviani, a define: “ A Educação é um processo que se caracteriza
por uma atividade mediadora no seio da prática social global.” (ARRUDA, p. 150, 1996).
Considerando essa definição o Colégio parte da perspectiva de que a educação
não é neutra, mas comprometida com a economia e a política, e enquanto processo
supõe o desenvolvimento integral do homem em suas capacidades: física, mental,
intelectual, moral e estética, segundo o contexto histórico e social em que estão inseridos.
A educação almejada é aquela que ultrapassa a transmissão de conhecimentos
para se tornar um instrumento de reflexão critica dos valores que estão sendo propostos
bem como da própria cultura que muitas vezes é repassada como verdade universal.
Segundo Saviani: A educação por si só não transforma a sociedade, mas
contribui para o processo de democratização. Então, compreende-se que a educação
nessa perspectiva histórico-social, tem como ponto de partida a prática social inicial e de
chegada é a prática social transformada, a qual visa a formação cidadã.
O artigo 205 da Constituição Brasileira afirma:
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida eincentivada com a colaboração da sociedade visando o pleno desenvolvimento dapessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para otrabalho.”
E ainda a LDB 9394/96 em seu artigo terceiro afirma que o ensino será ministradocom base nos seguintes princípios:
“I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;II- liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, aarte e o saber;III- pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;IV- respeito à liberdade e apreço à tolerância [.....]”
Na educação do campo, devem emergir conteúdos e debates, entre outros, sobre:
- a diversificação de produtos relativos à agricultura e o uso de recursos naturais;
- a agroecologia e o uso das sementes crioulas;
- a questão agrária e as demandas históricas por reforma agrária;
- os trabalhadores assalariados rurais e suas demandas por melhores condições de
25
trabalho;
- a pesca ecologicamente sustentável;
- o preparo do solo.
Portanto, são os conhecimentos do mundo do trabalho no campo, das
negociações em torno da produção, das necessidades básicas para a produção de
determinados produtos, a organização dos trabalhadores em cooperativas, iniciativas na
área da agroecologia, organização das comunidades de pescadores, que fortalecem
grupos de resistência, que se recusam a inserir-se no modelo capitalista competitivo de
produção e criam alternativas para manter o vínculo com o trabalho e vida no campo.
Os saberes escolares localizam-se em dois planos: os saberes da experiência
trazidos pelos estudantes. Os saberes da experiência trazidos pelos professores,
somados aos específicos de cada área do conhecimento e aos gerais.
Para que se efetive a valorização da cultura dos povos do campo na escola, é
necessário repensar a organização dos saberes escolares; isto é, os conteúdos
específicos a serem trabalhados.
Uma das formas de reorganização ocorre no interior das diferentes disciplinas da
Base Nacional Comum, articulando os conteúdos sistematizados com a realidade do
campo. Inserindo a especificidade da vida das crianças do campo nas práticas
pedagógicas, as brincadeiras criadas pelas crianças, a sociabilidade entre elas, a
participação nas atividades domésticas e da lavoura etc. No campo, faz parte da
educação da criança e do jovem o acompanhamento das atividades que os pais realizam
na lavoura, desde que não sejam prejudiciais à sua saúde, e nem se caracterizem como
exploração de mão de obra infantil.
De fato, as crianças do campo acompanham o ciclo produtivo das plantas, sabem
o que comem e como foi produzido, começam desde pequenas a distinguir os problemas
existentes na agricultura, como os baixos preços dos produtos agrícolas. A criança vive o
seu cotidiano de forma que percebe os limites dos lugares (plantação, limites entre as
propriedades, estradas que são de domínio público etc.). Na escola, a criança necessita
aprender mais sobre os diferentes tempos e lugares, sobre os homens dos diferentes
lugares e tempos.
Pensar em formas alternativas de como encaminhar as práticas pedagógicas já
existentes nas escolas do campo também é uma forma de rever e prever novas
26
possibilidades educacionais. O que corre hoje, pelos relatos feitos pelos professores, são
projetos como: horta escolar, jardinagem, alimentação saudável, remédios caseiros,
plantio de mata ciliar etc; porém, muitos deles são desenvolvidos de forma isolada e
desarticulada e ficam muito ligados à figura de um professor. Esses projetos são
importantes, todavia precisam inserir-se no contexto maior da escola e assumidos pela
comunidade escolar. O diálogo e o encontro com o outro na escola, na comunidade são
centrais na elaboração de uma prática interdisciplinar.
“Ir a campo no campo” pode ser um lema para pesquisa. O importante é que o
professor planeje o que será pesquisado, para que os estudantes não fiquem na mera
descrição dos acontecimentos dos quais participam todos os dias.
A escola é o lugar das relações educativas formais. O mundo atual, porém, exige
que na escola sejam valorizados lugares em que acontece a educação, na sua vertente
informal e não-formal. A roça, a mata, os rios ou o mar, as associações comunitárias etc.
são lugares educativos que, às vezes, justamente por causa do contato diário, passam
despercebidos, esquecidos no momento da elaboração dos planejamentos de ensino.
Uma aula na mata, na horta, na associação comunitária, na roça, dentre tantos
outros lugares, pode levar uma manhã toda, numa sequencia de encontros, para que os
estudantes compreendam as relações sociais de produção e o processo de criação da
mercadoria, circulação e de consumo. Para que a escola proponha tempos diferentes, é
preciso que o projeto Político Pedagógico seja coerente em seus princípios pedagógicos,
que cada planejamento de ensino explicite os objetivos, as articulações entre disciplinas,
os conceitos e noções a serem desenvolvidas com os estudantes. Caso contrário, a
prática poderá se tornar apenas uma visita a um outro ambiente que não a sala de aula,
não atingindo os objetivos de uma educação crítica.
Assim, a proposta de educação desta escola é de mediar o conhecimento
construído historicamente pelo homem, objetivando formar os indivíduos de elementos
culturais necessários para viver na sociedade a que pertence. E, se entendemos que a
educação é atualização histórica cultural dos indivíduos, é preciso que a escola concorra
para a formação de cidadãos atualizados, capazes de participar de forma ativa, crítica e
transformadora.
8.3 Concepção de Homem: Para Vigostki o homem é um ser social, ciente do seu
papel histórico na sociedade, pois se constitui pelas relações sociais que estabelece com
27
outros homens e com a natureza, sendo produtor destas relações num processo histórico.
Para haver uma autentica relação homem - realidade é preciso respeitar e valorizar as
características próprias do ser humano e aquelas das realidades que o circundam, pois só
assim haverá um encontro criador.
Na história da humanidade, a apropriação da herança cultural anterior sempre
desempenhou papel central e decisivo sem a qual a própria construção do homem em
sua especificidade seria inviabilizada. Nessa construção histórica, o homem produz
conhecimento, valores, técnicas, comportamentos, arte, tudo que podemos sintetizar com
o nome de “SABER” historicamente produzido. No entanto, tem-se a impressão de que a
educação acontece naturalmente. Educação é, pois, a atualização histórica de cada
indivíduo e o educador é o mediador que serve de guia para esse mundo praticamente
infinito da criação humana.
É o grande desejo de todos – formar o cidadão, capaz de comprometer-se e atuar
no contexto social, bem como um ser íntegro que apresente valores humanitários e
sociais, respeitando o homem acima de todos os preconceitos.
8.4 Concepção de Mundo: O homem do campo não é atrasado e submisso; antes,
possui um jeito de ser peculiar. Ele pode estar organizado em movimentos sociais, em
associações ou atuar de forma isolada, mas o seu vínculo com a terra é fecundo. Ele cria
alternativas de sobrevivência num mundo de relações capitalistas.
8.5 Concepção de Sociedade: Vivemos um momento de rápidas transformações
econômicas e tecnológicas e, para que a educação acompanhe tais mudanças a
sociedade espera que a escola tal como ela se apresenta hoje, também se ajuste e faça
às mudanças necessárias colocando-se a frente na luta contra as exclusões,
promovendo a conquista da cidadania, fornecendo uma formação intelectual e cultural
significativa ao educando para o mundo do trabalho e sua própria vida. Na construção da
história e do conhecimento os conteúdos gerados na sociedade servirão de base para
que as gerações futuras se apropriem dos conhecimentos e exerçam seus direitos e
deveres de maneira satisfatória servindo e interagindo no meio em que terão que viver.
Partindo do contexto social plural o Colégio, na figura de seus educadores, busca
uma sociedade democrática, justa e igualitária que apresente como ator principal o
cidadão crítico, participativo, responsável e criativo; uma sociedade que valorize o homem
enquanto ser capaz de atuar em sua própria realidade.
28
A sociedade desejada deverá superar os conflitos apresentados pelo
neoliberalismo, não de forma utópica, mas através da valorização da pessoa humana,
enquanto sujeito de direitos, independente de sua raça, credo ou classe social, capazes
de contribuir para uma existência digna para si e os demais homens.
Para construir essa sociedade é necessário formar um tipo de homem específico,
como já mencionado anteriormente: crítico, participativo e responsável, que supere a
dominação, o consumismo e o individualismo contemporâneos, deixando seu comodismo
e apatia, para buscar a ação. Deseja-se formar um ser consciente de seu lugar, de seu
poder de atuação, consciente de sua inconclusão enquanto homem e que busque
desenvolver relações humanas capazes de conscientizar seus companheiros, e exigir da
classe política a atuação apresentada em seu plano de trabalho.
8.6 Concepção de Cultura: Por ter sido fortemente associada ao conceito de
civilização no século XVIII, a cultura muitas vezes se confunde com noções de:
desenvolvimento, educação, bons costumes, etiqueta e comportamentos de elite. Essa
confusão entre cultura e civilização foi comum, sobretudo, na França e na Inglaterra dos
séculos XVIII e XIX, onde cultura se referia a um ideal de elite. Ela possibilitou o
surgimento da dicotomia (e, eventualmente, hierarquização) entre “cultura erudita” e
“cultura popular”, melhor representada nos textos de Matthew Arnold, ainda fortemente
presente no imaginário das sociedades ocidentais.
Segundo Tylor, cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as
crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões
adquiridos pelo homem como membro da sociedade” Cultura são todas as realizações
humanas, é um modo de vida. “É um modo de produção de significados e valores da
sociedade”. Cevasco mostrou que, para o autor aqui em questão, as artes e as práticas
culturais poderiam até refletir, mas também produziriam significados que mudam a
sociedade.
Cultura significa tanto os valores e padrões de comportamento de uma sociedade
, como civilização, progresso e, ainda, apuro ou elegância .
No século XIX, o termo cultura passou a ser associado ao processo geral de
desenvolvimento “íntimo”, em oposição ao “externo”. Cultura passou a ser ligada às artes,
religião, instituições, práticas e valores distintos e às vezes até opostos à civilização e à
sociedade.
29
A partir do século XIX, o termo cultura passou a ter um sentido diferente,
associado à religião, às artes, família, vida pessoal, significados e valores.
Segundo Fernandes (2004): O campo é lugar de vida, onde as pessoas podem
morar, trabalhar, estudar com dignidade de quem tem o seu lugar, a sua identidade
cultural. O campo não é só lugar da produção agropecuária e agroindustrial, do latifúndio
e da grilagem de terras. O campo é espaço e território dos camponeses. O campo é lugar
de vida e sobretudo de educação.
Assim, reconhecer os sujeitos, suas práticas, seus fazeres, significa também
compreender estes professores, educandos, como sujeitos de cultura, que possuem
história, que podem pensar o amanhã diferente do ontem e melhor do que o hoje.
Significa projetar o futuro sem perder a dimensão da totalidade em que estão se
constituindo. Significa também contribuir para construir a necessária identidade e
organização destes grupos) como sujeitos coletivos e históricos.
8.7 Concepção de Tecnologia: De acordo com Santos (1989), a tecnologia não
designa somente aspectos materiais, e é produto da ação humana no seu contexto
histórico-social. Nesse contexto, as tecnologias não são respostas técnicas a problemas
técnicos, mas uma das materializações das relações sociais.
Conforme Oliveira (1997), tecnologia não se refere somente a produtos, por
exemplo, equipamentos automatizados, computadores, mas também a processos.
Além disso,
[...] as tecnologias são produtos da ação humana, historicamente construídos,
expressando relações sociais das quais dependem, mas que também são
influenciadas por eles. Assim, os produtos e processos tecnológicos são artefatos
sociais e culturais, que carregam consigo relações de poder, intenções e
interesses diversos. (OLIVEIRA, 1997, p.19).
De fato, a tecnologia tem contribuído para o progresso científico tanto no setor
educacional quanto no setor produtivo. O domínio da tecnologia pelas sociedades, em
especial aquelas tecnologias que são estrategicamente decisivas para o seu
desenvolvimento, em cada período histórico, influenciam seu destino, embora não
determinem a evolução histórica e a transformação social. Por sua vez, as características
da sociedade num dado momento histórico influenciam o desenvolvimento tecnológico.
Nesse sentido, de acordo com Palavecino (1999), torna-se inaceitável que se
entenda tecnologia somente como atividade dirigida por uma racionalidade de meios fins,
30
sem que se faça uma reflexão crítica dos seus próprios fins, fundamentada nas
necessidades humanas e sociais. Assim, formar: “... sujeitos tecnologicamente
competentes é hoje formar sujeitos integrados, pois a competência tecnológica é também
capacidade de entender o mundo, e não somente de saber operar com artefatos e
sistemas”. (PALAVECINO, 1999, p.72).
Do ponto de vista do ensino de acordo com Cunha e Borges (2002), por ser a
tecnologia exatamente um dos possíveis objetos do ensino, torna-se de suma importância
construções curriculares que incluam esse objeto, que pode assumir características
diferentes como as descritas por Silva (1986): simbólicas, representadas pela linguagem
e as representações; organizacionais relacionadas com a forma de gestão, controle da
produção; e físicas relacionadas com os equipamentos, ferramentas e instalações.
Muito se tem falado na inserção da Tecnologia como elemento de inovação
curricular, a fim de proporcionar uma formação mais crítica aos nossos estudantes, porém
em muitos casos, ainda faltam atitudes concretas para colocar esse estudante diante da
mesma. Um dos primeiros passos para que isso ocorra é capacitar o professor em
Educação Tecnológica, sem no entanto comprometer o andamento das atividades
escolares e sem interferir no processo ensino-aprendizagem dos estudantes.
8.8 Concepção de Cidadania: Cidadania é um termo associado à vida em sociedade.
É uma referência aos estudos que enfocam a política e as próprias condições de seu
exercício, tanto nas sociedades antigas quanto nas modernas. Hoje é percebida como
uma condição de igualdade civil e política, com uma variedade de atitudes que caracteriza
sua prática. Um cidadão deve atuar em benefício da sociedade, bem como esta deve
garantir-lhe os direitos básicos à vida, como moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, trabalho, entre outros.
Como consequência, cidadania passa a significar o relacionamento entre uma
sociedade política e seus membros.
As guerras mundiais, os conflitos violentos e seus subprodutos, fizeram com que
a sociedade civil e os órgãos internacionais, entendessem que os direitos humanos são
questões de primeira ordem para a cidadania contemporânea.
No entanto, as garantias constitucionais e os acordos firmados, não foram
suficientes para promover as condições necessárias ao exercício de uma cidadania
plena, com liberdade, igualdade e garantia de direitos humanos. Pois há muitas
31
denúncias sobre violações desses direitos. Mesmo sendo democráticas, em muitas das
sociedades políticas atuais, seus cidadãos estão à margem dos processos de decisão
política e alienados de seus direitos essenciais.
Historicamente, os povos do campo demonstraram sua organização por meio da
reivindicação de condições de trabalho, divisão da terra, de forma a garantir a produção
de subsistência, a reforma agrária, a delimitação territorial das terras dos povos
indígenas, a indenização pelos danos gerados nas áreas de construção de usinas
hidrelétricas. Enfim, foram manifestações que anunciaram outras relações sociais de
trabalho, a exemplo de Quilombo dos Palmares, grupos que estiveram reiteradamente
interrogando a questão agrária no Brasil.
O estudo da Constituição da República Federativa do Brasil (1988), do documento
Declaração Universal dos Direitos Humanos (aprovado pela Organização das Nações
Unidas em dezembro de 1948) e da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
(aprovada pela Assembleia Francesa em 1789) contribuem para pensar a cidadania
conquistada em contraposição à cidadania outorgada. Os movimentos sociais lutam para
conquistar os direitos sociais como educação, saúde, trabalho, moradia entre outros;
lutam, portanto, pela conquista da cidadania como direito e como dever.
Em muitos casos, o Estado ofereceu direitos aos trabalhadores, como na década
de 1930, caracterizando a cidadania como algo “dado, doado”, ou seja, como outorgada.
Os trabalhadores rurais não “ganham” a terra, eles conquistam-na; os indígenas não
“ganham” a demarcação de suas terras, eles conquistam-na; da mesma forma, os
homossexuais não “ganham” o direito de se manifestar e desejar uma família, mas
conquistam-no. Os movimentos sociais de toda natureza, seja com caráter de classe, ou
interclassista, como os movimentos ecológicos e o movimento gay, dentre tantos outros,
desejam a efetivação dos direitos garantidos a todos os cidadãos – liberdade e igualdade,
resguardadas as diferenças.
Novamente, o urbano e o campo não estão dissociados, pois são diferentes
movimentos sociais que reivindicam direitos. É a partir do eixo organização política,
movimentos sociais e cidadania que o professor terá possibilidade de analisar com os
estudantes as condições existenciais dos sujeitos, compreender os enfrentamentos
políticos e as lutas sociais, na história.
O que se pode afirmar é que a cidadania só pode se constituir por meio de
32
acirrada luta quotidiana por direitos e pela garantia daqueles que já existem.
Cidadania exige mais do que o simples ato de votar ou de pertencer a uma sociedade
política. Prova disso são as violações dos direitos humanos, as ineficiências no campo
social e o processo de pauperização manifestado na periferia do capitalismo. Portanto
cabe à sociedade civil, substituir as pressões ou mesmo a atuação legítima dos
cidadãos, consistindo nisso a essência da cidadania atual.
8.9 Concepção de Escola: Os povos do campo querem que a escola seja o local que
possibilite a ampliação dos conhecimentos; portanto, os aspectos da realidade podem ser
pontos de partida do processo pedagógico, mas nunca o ponto de chegada. O desafio é
lançado ao professor, a quem compete definir os conhecimentos locais e aqueles
historicamente acumulados que devem ser trabalhados nos diferentes momentos
pedagógicos.
Para ser uma organização que busca o cumprimento dos propósitos
estabelecidos a garantir a formação coerente de seus estudantes ao longo da
escolaridade é indispensável que a escola construa seu projeto educativo, visando uma
mudança metodológica de valorização da qualidade profissional do educador, usando
técnicas e materiais variados, que permitam ao professor e estudante construir
conhecimento. O projeto deve ser entendido como um processo que inclua a formação de
metas, segundo a particularidade de cada escola por meio de criação e valorização de
rotinas de trabalho pedagógico em grupo e de corresponsabilidade de todos os membros
da comunidade escolar, para além do planejamento de início do ano ou dos períodos de
capacitação e formação continuada. A nossa escola busca ser um espaço onde o
estudante tenha direito a ensaios e erros, onde possam expor suas ideias, explicitar seus
raciocínios e tomar consciência do que se aprende. “Um espaço de respeito ao estudante,
sua autonomia e sua identidade em processo” Freire 1996.
Um ponto de partida para que exista o respeito à diversidade na Escola é aceitar
que os agentes que interagem na escola têm interesses, visões de mundo e culturas
diferentes e nenhum de nós temos o monopólio da verdade, da inteligência e da beleza.
Daí a necessidade de negociações permanentes para que todos façam concessões, e
todos tenham ao menos parte dos seus interesses e valores contemplados no espaço
público da escola.
Isso porque o ensino e a aprendizagem não são processos individuais. Ao
33
contrário, eles acontecem em meio a muitas relações culturais, que envolvem a
valorização do que já se sabe, do que se pretende saber, dos objetivos para o estudo e
dos projetos para o futuro e da inter-relação entre estudantes, entre estudantes e
professores, entre estudantes e equipe escolar, entre outras possibilidades de interação.
Assim, se forem assumidos os pressupostos de que os novos aprendizados se fazem na
relação com os já consolidados e de que os aprendizados fazem sentido na medida em
que permitem ao estudante participar dos mundos sociais que os requisitam, torna-se
necessário para a atividade didática conhecer e valorizar o universo cultural do outro.
Considerando a tendência Histórico Crítica, pretende-se trabalhar a valorização
da escola, do professor e dos conteúdos; a criatividade, a atividade, a liberdade do
professor e do estudante; os meios e os materiais pedagógicos, onde aproveitando a
prática vivida pelo estudante e contrapondo-a com a experiência acumulada resultará um
novo conhecimento. Porém tudo isso depende de uma postura crítica e comprometida do
professor cujo papel é insubstituível no processo, pois é o emissor principal e responsável
pela transmissão do conteúdo, que deve direcionar e conduzir o ensino e toda atividade
escolar, pois é autoridade competente com papel definido.
Esta escola tem por objetivo unir os principais elementos: cidadania, cultura,
conhecimento e formação, e a partir destes, todos os envolvidos no processo ensino-
aprendizagem (estudantes, professores, funcionários, pais e ou responsáveis) deverão
trabalhar numa mesma linha de pensamento, para que assim, aconteçam as
transformações necessárias e a efetivação da aprendizagem, respeitando a
individualidade de cada um, superando as desigualdades. A escola como espaço de
transformação deve romper com a lógica da reprodução e dos valores por ela imposto,
inculcado, inclusive o da educação racista e elitista.
Uma escola pública de qualidade, comprometida com os anseios e com o
processo de ensino-aprendizagem, por ela oferecido deve ter como ponto de partida o
respeito a história e a cultura do estudante. Portanto, a escola propõe organizar-se
enquanto tempo e espaço, para garantir a permanência do alunado e atender suas
necessidades fazendo as adaptações necessárias e assim possam contribuir com o
processo de ensino-aprendizagem.
O papel da escola pública é atender toda comunidade, garantindo o acesso ao
saber, a reapropriação do conhecimento, a socialização, a permanência no ambiente
34
escolar de forma crítica, criativa, participativa, ou seja, um cidadão que pratique a
cidadania, exija seus direitos e saiba cumprir para com seus deveres e possa interagir de
forma responsável para transformação igualitária e justa para todos na sociedade. Deve-
se adotar como ações: a formação continuada de todos os envolvidos na educação direta
ou indiretamente, troca de experiências, integração numa na busca de um objetivo
comum a todos. O educador, na sua relação com o estudante, estimula e ativa o interesse
do mesmo e orienta o seu esforço individual para aprender. Portanto, em nossa escola, a
relação professor - estudante é objetivado a partir do respeito à autonomia, a dignidade,
os limites e curiosidades deste, procurando na prática educativa, coerência com as suas
características e saberes.
8.10 Concepção de Ensino – Aprendizagem e Avaliação: O processo avaliativo
ainda não alcançou progressos no processo de ensino-aprendizagem mantendo-se
classificatório e seletivo. A proposta de mudanças da postura educacional é uma questão
bastante complexa. A avaliação exige rigor técnico-científico, ampliando o aspecto
pedagógico. Nessa perspectiva, o professor deve avaliar constantemente com a
preocupação de não fragmentar o processo. A escola é um dos espaços que se destina à
formação de cidadãos devendo passar por mudanças que só trariam benefícios para o
processo ensino-aprendizagem. A maior polêmica que se cria, hoje, em relação a uma
perspectiva inovadora da avaliação, diz respeito à questão da melhoria da qualidade de
ensino, embora muitos fatores dificultam a superação da prática tradicional, já tão
criticada, mas, os educadores de todos os graus de ensino resistem em manter a ação
avaliativa classificatória como garantia de um ensino de qualidade, que resguarde um
saber competente. Desta forma uma das maiores preocupações é o ensino de qualidade,
como diferencial na vida dos estudantes. Espera-se que o estudante seja capaz de
refletir sobre a realidade que o cerca e tenha discernimento. Para isso a escola deve ser
responsável pelo desenvolvimento cognitivo, afetivo e social dos estudantes. Assim se
cumpre o papel da escola, quando possibilita aos estudantes o domínio dos
conhecimentos culturais e científicos, socializando o saber sistematizado e desenvolve
capacidades para atuar na sociedade, pelos direitos e conquista da cidadania. Na prática,
trata-se de o professor estabelecer objetivos e expectativas de desempenho a partir de
possibilidades reais de desenvolvimento e aproveitamento escolar dos estudantes. Desta
forma, uma prática avaliativa coerente exige do professor aprofundamento em teorias e
35
visão ampla de sua disciplina e dos fundamentos teóricos que permitam estimular e criar
novas possibilidades de aprendizagem em que o estudante reformule e amplie o próprio
conhecimento. É um processo contínuo e realizado em função dos objetivos propostos
para cada momento pedagógico, e pode ser feito de diversas maneiras: trabalhos
individuais, atividades em grupos, trabalhos de campo, elaboração de textos, pesquisas,
entre outros, sendo um diagnóstico do processo pedagógico, que faz emergir os
aspectos que precisam ser modificados na prática pedagógica. O sistema de avaliação
em nossa escola é bimestral feita através de registro de notas de 0,0 a 10,0 (zero a dez
vírgula zero), sendo a nota mínima exigida para aprovação 6,0 (seis vírgula zero). Os
instrumentos de avaliação: pesquisas, arguições orais e escritas, tarefas específicas,
participação, criatividades, projetos, trabalhos extraclasse, debates, observações que o
professor faz no decorrer de cada conteúdo.
8.11 Concepção de Gestão Escolar: Fica explícito que a gestão praticada no Colégio
é a democrática e baseia-se na atuação de todos, não só direção, professores e
funcionários, mas também estudantes, pais e ou responsáveis, órgãos Colegiados e
segmentos sociais que entendem a real função da escola na sociedade. Pois segundo
nosso Secretário de Estado da Educação, Flávio Arns (2011), “ não é possível oferecer
um ensino público de qualidade a todos sem a participação efetiva da família, de todos os
professores, trabalhadores em educação e diversos setores da sociedade”. Essa
participação coletiva é em sua maioria desenvolvida através do Conselho Escolar, do
Conselho de Classe e da A.P.M.F., no entanto, o conceito de participação popular que se
busca ultrapassa às instâncias colegiadas, requerendo uma atividade duradoura e
consciente dos membros do Colégio e da própria sociedade, com relação ao poder de
atuação da escola visando a conscientização social.
A gestão parte dos princípios participativos que são: a conquista da autonomia, a
relação orgânica entre os membros da comunidade escolar, o envolvimento da
comunidade no processo de planejamento das tarefas, formação continuada e tomada de
decisões, visando a democratização das informações e avaliação compartilhada das
relações humanas produtivas e criativas na busca de objetivos comuns. Conciliar todas
essas questões não é tarefa fácil, nem simples, mas demanda uma disposição tanto da
direção, quanto dos demais envolvidos, e devido às posturas anteriormente expressas é o
que o coletivo da escola tenta construir.
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A gestão democrática da escola se traduz como um ato político, fundamental para
a construção de uma cultura de participação de pais e ou responsáveis, educadores,
estudantes e funcionários da escola, APMF e Conselho Escolar. Na medida em que se
conseguir a participação de todos os setores da escola nas decisões sobre seus objetivos
e seu funcionamento haverá melhores condições de dotar a escola de autonomia e de
recursos. Segundo Paro, “È preciso aprofundar as reflexões de modo a que se perceba
que, ao se distribuir a autoridade entre os vários setores da escola, o diretor não estará
perdendo poder , quem estará ganhando poder é a própria escola” Paro 2003. Portanto a
escola aproxima-se da comunidade, colocando seus problemas e interesses, através de
reuniões, palestras, apresentações e grupo de estudo, buscando proporcionar um espaço
escolar de informações democratizadas para que todos possam discutir sugerir e opinar
sobre o bom andamento da escola na atuação do Conselho escolar, na transparência de
prestação de contas e na construção participativa do Projeto Político Pedagógico.
Um dos principais objetivos dessa atuação coletiva é garantir o cumprimento das
questões legais, referentes ao acesso e permanência dos estudantes no Colégio, nesta
direção, várias sugestões existem e serão apresentadas no Marco operacional.
Cumpre enfim, enfatizar que do ponto de vista político a escola compromete-se a
formar cidadãos que interfiram conscientemente na sociedade em que estão inseridos,
conforme foi ressaltado várias vezes nas concepções apresentadas, enquanto que do
ponto de vista pedagógico todas as ações e atividades escolares são pensadas e
organizadas possibilitando a efetivação do compromisso político assumido.
O Colégio Estadual do Campo “Nossa Senhora da Candelária” estabelece então
os objetivos abaixo como norteadores de sua práxis, embasados nas concepções acima
apresentadas:
_ Desenvolver a capacidade de aprender objetivando o pleno domínio da leitura, da
escrita e do cálculo, possibilitando o prosseguimento dos estudos e a flexibilidade para
continuar aprendendo ao longo das situações de vida que se apresentarão;
_ Propiciar a compreensão do ambiente natural, bem como do desenvolvimento político,
social, moral, econômico, tecnológico e artístico da sociedade;
_ Oferecer meios para que aconteça o desenvolvimento integral do ser humano,
incluindo a preparação para o trabalho, a formação ética, cidadã e o pensamento crítico;
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_ Formar cidadãos críticos capazes de utilizar os conhecimentos das diversas áreas,
adquiridos durante os anos escolares, para construir uma sociedade justa e democrática;
_ Desenvolver nos adolescentes os princípios éticos de convivência pacífica, solidária e
plural com demais seres humanos;
_ Levar os adolescentes a entender-se enquanto sujeito histórico, capaz de alterar seu
próprio destino e consequentemente influenciar o destino da sociedade em que estão
inseridos;
_ Considerar os educandos, dentro de suas condições reais de filhos e/ou trabalhadores
rurais, cujas expectativas, projeções de vida e bagagem são diferenciadas e possibilitam
leituras diversificadas do mundo.
_ Fortalecer os vínculos sociofamiliares, visando a percepção do outro e estreitando as
relações humanas necessárias para a vida em sociedade.
_ Ampliar a concepção de responsabilidade dos homens pela conservação da
biodiversidade do planeta enquanto condição indispensável para a sobrevivência das
futuras gerações;
_ Compreender as diversas culturas valorizando-as em suas formas e concepções;
_ Ensinar aos educandos as concepções dos direitos humanos, mostrando que todos são
sujeitos de direito e possuem capacidades para viver dentro de uma sociedade digna.
_ Apresentar aos estudantes um compromisso ético e político com sua aprendizagem e
com a função que a escola desempenha na comunidade onde se localiza.
- Solicitar melhorias, tais quais: construção de uma refeitório para os estudantes, depósito
para merenda; reforma do muro nos fundos do Colégio e da cozinha; melhorias do
transporte escolar.
8.12 Concepção de Currículo: O currículo é importante elemento constitutivo da
organização escolar, ao construir um currículo exige a participação dos envolvidos com a
aprendizagem uma compreensão da totalidade e profundidade sobre a função social da
escola, revendo sua forma de organização e de gestão; garantindo condições objetivas e
subjetivas que vissem sua democratização. A construção curricular, na reorganização da
escola, só pode acontecer com estudos, debate, com proposição e com praticas no dia a
dia da escola, refletindo sobre o quê, para quê e com quem ensinar. No entanto, é preciso
repensar o currículo colocando em pauta as mudanças econômicas, sociais, culturais,
científicas e políticas da atualidade, levando em conta o conhecimento interdisciplinar que
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possibilitada o instituição de relações recíprocas entre vivências, conteúdos e a realidade
do educando. O currículo é entendido como elemento simbólico que expressa as
intenções e representações da escola na produção da identidade cultural. Portanto, a
elaboração do currículo define aspectos voltados diretamente para a prática pedagógica,
marcando o espaço e o papel exercido por todos os elementos envolvidos com o
processo educativo: o aproveitamento do tempo escolar, a articulação entre as áreas do
conhecimento, os conteúdos e programas, as normas e padrões de comportamento, as
técnicas e procedimentos didáticos e de avaliação, assim como as intenções e aspectos
morais projetados pela escola.
Citando as Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação do Campo (2006)
entender o campo como um modo de vida social contribui para autoafirmar a identidade
dos povos que ali vivem, para valorizar o seu trabalho, a sua história, o seu jeito de ser,
os seus conhecimentos, a sua relação com a natureza e como ser da natureza. O campo
retrata uma diversidade sociocultural, que se dá a partir dos povos que nele habitam. No
caso do local estudado: assalariados rurais temporários, meeiros, arrendatários, e outros
mais. Entre estes, há os que estão vinculados a associações, outros não. São diferentes
gerações, etnias, crenças e diferentes modos de trabalhar, de viver, de se organizar, de
resolver os problemas, de lutar, de ver o mundo e de resistir no campo.
Tal diversidade encontrada nas populações do campo bandeirantense sinaliza um
fato que não pode ser deixado de lado: as escolas do campo terão presente no seu
interior essa conflituosa, portanto rica, diversidade sociocultural e política. A educação do
campo tem sido historicamente marginalizada na construção de políticas públicas, visto
que é trabalhada a partir de um currículo essencialmente urbano e, quase sempre,
deslocado das necessidades e da realidade do campo. A cultura, os saberes da
experiência, a dinâmica do cotidiano dos povos do campo raramente são tomados como
referência para o trabalho pedagógico, bem como para organizar o sistema de ensino, a
formação de professores e a produção de materiais didáticos. Essa visão, que tem
permeado as políticas educacionais, parte do princípio que o espaço urbano serve de
modelo ideal para o desenvolvimento humano. Esta perspectiva contribui para
descaracterizar a identidade dos povos do campo, no sentido de se distanciarem do seu
universo cultural.
Combater ao analfabetismo, a evasão escolar, o alto índice de repetência e a
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baixa qualidade da Educação exige compromisso e competência. No entanto, não basta
garantir o direito de todos à escola. É preciso assegurar também as condições para que
todas as crianças possam permanecer na escola e progredir em seus estudos,
garantindo-lhes uma educação de qualidade. Este é o objetivo deste Projeto Político
Pedagógico, no Colégio lutar pelo combate ao analfabetismo e pela real qualidade da
educação.
Segundo essa tendência, que a Escola assume, a Educação deve ser levada a
todos, sobre tudo a população marginalizada, dando condições para o domínio de
conteúdos e conhecimentos valorizados pela sociedade, bem como disposição crítica
para avaliar a herança cultural recebida.
O acesso à educação é também um meio de abertura que dá ao indivíduo uma
chave de autoconstrução e de se reconhecer como capaz de opções. O direito à
educação, nesta medida, é uma oportunidade de crescimento cidadão, um caminho de
opções diferenciadas e uma chave de crescente estima de si.
Cabe então, apresentar a Escola que se deseja a partir de uma concepção crítica
a qual será construída coletivamente por professores, estudantes, pais, direção, equipe
técnica e instancias colegiadas.
O Projeto Político Pedagógico orientado pelo princípio da igualdade de acesso e
permanência no processo educativo pressupõe aprendizagem de qualidade para todos:
vagas e qualidade político-pedagógica para superar privilégios econômicos e sociais
articulando as dimensões técnica e política.
Convém salientar o pensamento de Costa:
“Opor-se ao quadro neoliberal é construir uma escola includente, espaçodemocrático de socialização do saber ... Só assim homens e mulheres ,independente da classe social, etnia, religião ou filiação política terão garantido odireito de se educar, inserindo-se no amplo leque da cultura de sua época ecapacitando-se a contribuir para a criação de novos conhecimentos sobre omundo em que vivem ... pois sociedade em crise exige a formação de umamassa crítica de gente educada e comprometida com a criação coletiva desolução para graves problemas que se colocam.” (p. 168, 1996)
Assim, tenta-se superar a tradição histórica de Escola para as classes mais
abastadas, fazendo desta instituição uma instância voltada para a universalização do
saber. Considera-se a escola como parte integrante do todo social, ao agir dentro desta
instituição, busca-se a transformação social e automaticamente contribui-se para tornar a
40
sociedade mais democrática. Existe um consenso entre os educadores de que a Escola
enquanto instância mediadora exerce vínculo entre as novas gerações e a sociedade
contemporânea, visando o desenvolvimento científico e cultural de crianças e jovens,
preparando-os para a vida, para o trabalho e para a cidadania.
Democratizar a escola pressupõe também respeitar a diversidade cultural,
brasileira, segundo Lima:
“A sociedade brasileira reflete por sua própria formação histórica, o pluralismo.Somos, nacionalmente, hoje, uma síntese intercultural, não apenas um mosaicode culturas. Nossa singularidade consiste em aceitar – um pouco mais do queoutros, a diversidade e transformá-la em algo mais universal.” (2006, p. 3)
Portanto existe a necessidade de buscar a democracia dentro da Escola, partindo-
se do entendimento que democracia é um processo de negociação permanente dos
conflitos de interesses e ideias. Para haver essa negociação permanente é preciso o
respeito à diferença. Uma escola que respeita a diferença é uma escola pluralista que
ensina a viver em uma sociedade que também é heterogênea.
Um ponto de partida para que exista o respeito à diversidade na Escola é aceitar
que os agentes que interagem na escola têm interesses, visões de mundo e culturas
diferentes e nenhum de nós temos o monopólio da verdade, da inteligência e da beleza.
Daí a necessidade de negociações permanentes para que todos façam concessões, e
todos tenham ao menos parte dos seus interesses e valores contemplados no espaço
público da escola.
Desse modo, o convívio plural estimula e faz viver a livre manifestação das
diferenças, o respeito mútuo e o convívio democrático e fraterno. Não se trata, porém, de
abandonar os papéis institucionais e as obrigações que eles determinam. Ao contrário, ao
se organizar o espaço público escolar pelos princípios da tolerância, do respeito à
liberdade e à autonomia de todos, do convívio solidário e da democracia, não só as
relações entre as pessoas tornam-se mais humanizadas, como as relações de ensino-
aprendizagem podem se tornar mais significativas e ganhar em qualidade.
Isso porque reconhecemos que o ensino e a aprendizagem não são processos
individuais. Ao contrário, eles acontecem em meio a muitas relações culturais, que
envolvem a valorização do que já se sabe, do que se pretende saber, dos objetivos para o
estudo e dos projetos para o futuro e da inter-relação entre estudantes, entre estudantes
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e professores, entre estudantes e equipe escolar, entre outras possibilidades de
interação. Assim, se forem assumidos os pressupostos de que os novos aprendizados se
fazem na relação com os já consolidados e de que os aprendizados fazem sentido na
medida em que permitem ao estudante participar dos mundos sociais que os requisitam,
torna-se necessário para a atividade didática conhecer e valorizar o universo cultural do
outro.
Efetivamente, nas escolas há conflitos frequentes e intensos entre o modo como
as diretrizes institucionais, professores e estudantes entendem os objetos culturais
selecionados para serem ensinados, as práticas didáticas consolidadas e a formulação de
objetivos para o ensino. Por essa razão, estimular o convívio com a pluralidade cultural na
escola não é um meio, apenas, de criar um convívio humanizado e respeitoso, o que já
seria extremamente positivo. Mais que isso, esse modo de convívio cria a oportunidade
de se levar em conta o modo como estudantes interpretam e valorizam a si próprios, o
que eles planejam para o futuro, o que gostariam de ser. É, também, a possibilidade de
acesso às maneiras como eles interpretam e valorizam as práticas, os objetos, os
objetivos didáticos, a formação do espírito crítico e acesso à cultura letrada.
Definem-se, então, as tarefas da escola pública, como seguem:
“As tarefas da escola vão além das aspirações de preparar para o trabalho,embora ela contribua para essa tarefa. Se pretende formar para a cidadania, aeducação média deve atualizar histórica, social e tecnologicamente os jovenscidadãos. Isso implica a preparação para o bem viver, dotando o estudante de umsaber crítico sobre o trabalho alienado.” (COSTA, 167, 1996)
Ao conceber as funções da escola que são: elevação cultural das massas e
formação da personalidade dos educandos, cabe pensar qual o tipo de ensino deve ser
ministrado em sala de aula, portanto o Ensino deve ser entendido como uma forma
sistemática de transmissão de conhecimentos.
Segundo, Libâneo, o processo de Ensino pode ser definido como: “uma
sequencia de atividades do professor e dos estudantes, tendo em vista a assimilação de
conhecimentos e desenvolvimento de habilidades, através das quais os estudantes
aprimoram suas capacidades cognitivas”. (p. 203, 1996)
É ainda um processo de caráter sistemático, intencional e flexível, visando a
obtenção de determinados resultados. Na verdade, quando se fala em processo de
ensino, remete-se ao conjunto que inclui: conteúdos, programas, livros didáticos,
42
métodos, diretrizes e atividades do professor e do estudante , cuja finalidade é propiciar a
assimilação dos conhecimentos pelos estudantes através da mediação cognoscitiva do
professor.
É através do Ensino que a proposta Filosófica anteriormente delineada será
efetivada, ou seja, o estudante que desejamos na escola que pretendemos construir,
levando em consideração os pressupostos educacionais apresentados visando conquistar
a sociedade que sonhamos.
Convém ainda salientar que o Ensino não existe sem a aprendizagem, que deve
ser entendida como um processo de assimilação/apreensão de determinados
conhecimentos, habilidades intelectuais e psicomotoras, atitudes e valores, organizados e
orientados no processo de Ensino. Deve-se lembrar que a aprendizagem é uma atividade
do estudante que possibilita seu crescimento e aprimoramento.
Considerando a tendência Histórico Crítica, pretende-se trabalhar na Escola os
conteúdos acumulados historicamente pela humanidade, os quais serão ensinados pelo
método da ruptura, onde aproveitando a prática vivida pelo estudante e contrapondo-a
com a experiência acumulada resultará um novo conhecimento. Esse método não é tão
simples assim e depende de uma postura crítica e comprometida do professor cujo papel
é insubstituível no processo.
É ainda importante definir o currículo que se considera no Colégio, que ultrapassa
a simples delineação de disciplinas que são elencadas na Matriz Curricular e abrangendo
a seguinte concepção:
“ Por currículo entendermos os elementos presentes nas experiências individuaise coletivas que constituem o movimento pelo qual indivíduos e grupos sociais setornam o que são na busca por ser mais, então, ele não se reduz a conceitos,fórmulas e fatos já produzidos e conhecidos noutras experiências, mas envolvetambém outras experiências possíveis, que produzem condições para outrosconceitos e fatos.” (LIBÂNEO, p. 85, 1992
Assumindo essa concepção de currículo, podemos pensar que existe um currículo
escolar e um currículo extra escolar.
O currículo escolar seria a vivência de experiências sistematicamente planejadas,
visando ao ensino e à aprendizagem de elementos culturais selecionados e
institucionalmente tidos como relevantes para que as pessoas se tornem algo que essas
experiências planejadas objetivam. Nesse sentido, na escola não se experimenta (nem se
ensina e aprende) qualquer coisa, de qualquer maneira, para quaisquer finalidades. A
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escola tem uma cultura, tem uma vida, tem uma identidade e oferece condições para
certas experiências.
Entretanto, ainda que as experiências vivenciadas na escola tenham as suas
especificidades, elas não estão à parte de outras situações socioculturais que possibilitam
outras experiências. Isso significa que as experiências escolares convivem com
experiências não-escolares. O caso é que os mesmos sujeitos participam e aprendem a
ser o que são tanto pelas experiências escolares como pelas experiências não-escolares,
sob as condições de umas e de outras.
Os sujeitos, então, não podem ser tratados ora como sujeitos escolares
(professores, diretores, funcionários, estudantes, pais e responsáveis – comunidade
escolar), ora como sujeitos não-escolares (cidadãos, trabalhadores, consumidores,
contribuintes), pois não deixam de ser o que são quando estão na escola ou fora dela:
são humanos.
O que entra em jogo, então, para pensar o currículo escolar, diz respeito à vida de
homens e mulheres na sua integridade, o que nos leva a pensar nas possibilidades de
articulação entre escola e comunidade.
A adequação desse currículo desejado com a nossa realidade escolar ocorre
através de planejamentos e estratégias entre professores, equipe pedagógica e todos os
envolvidos no processo ensino e aprendizagem num movimento de ação-reflexão-ação
para o desenvolvimento intelectual de nossos estudantes. Possibilitando a inclusão de
estudantes portadores de necessidades especiais, oferecendo-lhes sem discriminação as
condições necessárias para que aconteça uma educação de qualidade.
8.13 Concepção de Infância e de Adolescência: No Art. 2º do Estatuto da Criança e
do Adolescente – considera-se criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e
adolescentes aquela entre doze e dezoito anos de idade. E seu Art. 53, determina que: a
criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de
sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.
O ECA vem substituir o Código de Menores, apontando para uma legislação que
visa ao desenvolvimento integral das crianças e dos adolescentes. É a chamada
“Doutrina de Proteção Integral”.
A criança e o adolescente, nessa perspectiva de “Proteção Integral”, são
44
considerados pessoas, cidadãos com direitos a serem garantidos pelo Estado, pela
Sociedade e pela Família. Direito de serem educados, direito aos cuidados de saúde,
direito de serem amados, direito ao lazer, direito de serem acolhidos, especialmente
quando lhes faltam condições fundamentais para sobreviver.
Parece-nos importante, no entanto, apontar que nessa nova configuração jurídica,
os deveres também estão presentes, pois ao considerar dever de todos – família,
sociedade e Estado – crianças e adolescentes são partes dessa sociedade e, portanto,
submetidos também ao dever de garantir os direitos humanos e as liberdades individuais,
especialmente os das próprias crianças e adolescentes.
Porém a determinação legal, não garante a aprendizagem da criança, é
fundamental um trabalho de qualidade que propicie a aquisição do conhecimento,
respeitando a especificidade da infância nos aspectos físico, psicológico, intelectual,
social e cognitivo.
Segundo Kramer (2006), para a implementação qualitativa do Ensino Fundamental de nove
anos, é importante compreender que o conceito de infância sofreu transformações historicamente. À
medida que a sociedade organizada exerceu pressões sobre o Estado, este passou a incorporar nos
textos legais, o entendimento da criança como sujeito de direitos. Entre estes podemos citar a
Constituição de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a LDB 9394/96.
No contexto político, as diferentes concepções de infância influenciaram as
políticas educacionais com limites e possibilidades, e no contexto pedagógico, a
discussão e definição de uma concepção de infância é primordial na condução do
trabalho. Esta concepção orientará os conceitos sobre ensino, aprendizagem e
desenvolvimento, a seleção dos conteúdos, a metodologia, a avaliação, a organização de
espaços e tempos com atividades desafiadoras.
Para Kramer (1995) o conceito de infância se diferencia conforme a posição da
criança e de sua família na estrutura socioeconômica em que se inserem. Portanto, não
há uma concepção infantil homogênea, uma vez que as crianças e suas famílias estão
submetidas a processos desiguais de socialização e de condições objetivas de vida.
Nesse sentido, cabe à escola, reconhecer estes sujeitos como capazes de aprender os
diferentes conhecimentos acumulados pela humanidade e sistematizados como
conteúdos pela escola, respeitando a singularidade da infância.
Para Faria & Salles (2007), algumas singularidades que marcam esta fase da vida
45
explicitam as formas que as crianças desenvolvem, na interação social, para aprender e
relacionar-se com o mundo: a grande capacidade de aprender; a dependência em relação
ao adulto, o que exige proteção e cuidados; o desenvolvimento da autonomia e
autocuidados; o intenso desenvolvimento físico motor; a ação simbólica sobre o mundo e
o desenvolvimento de múltiplas linguagens; o brincar como forma privilegiada de
apropriar-se da cultura; a construção da identidade, por meio do instituição de laços
sociais e afetivos.
A concepção de infância e de desenvolvimento infantil como construção histórica
foi uma das grandes contribuições dos estudos de Vygostsky (2007) que, ao analisar o
desenvolvimento humano privilegia a interação social na formação da inteligência e das
características essencialmente humanas. Para esse estudioso, nos tornamos humanos a
partir da interação com outros seres humanos.
Rego (1995), afirma que é “a partir de sua inserção num dado contexto cultural,
de sua interação com membros de seu grupo e de sua participação em práticas sociais
historicamente construídas, que a criança incorpora ativamente as formas de
comportamento já consolidadas na experiência humana”.
O ser humano, antes mesmo do nascimento, tem direitos historicamente
conquistados e determinados legalmente. A Constituição de 1988, por exemplo, no art.
2086, ao exigir a obrigatoriedade da educação infantil por parte do Estado, indica o
reconhecimento da criança como cidadã, como pessoa em processo de desenvolvimento
e o seu direito de ser educada. Estes direitos vêm estendendo-se à medida que a
sociedade se reorganiza e mobiliza, reivindicando outras ou melhores formas de educar.
E quem é esse adolescente que se constrói através das relações de sua vida com
os outros? É o adolescente concreto que se caracteriza basicamente por sua condição de
pertencer à natureza, sua condição de ser social, ou seja, é definido pelo conjunto dessas
relações sociais, sua condição de ser histórico, em que o seu grau de desenvolvimento
dependerá da estrutura social mais ampla na qual ele se encontra inserido e finalmente,
sua condição de pertencer à natureza, mas poder se diferenciar dela através da
possibilidade de produzir meios de sobrevivência, que serão as matrizes geradoras de
todas as relações humanas estabelecidas e, consequentemente, da produção da cultura
e do conhecimento.
Aberastury (1980), considera a adolescência como “um momento crucial na vida
46
do homem e constitui a etapa decisiva de um processo de desprendimento” . Além disso,
destaca esse período como de “contradições, confuso, doloroso”.
Santos (1996), mapeou historicamente as concepções de infância e adolescência
incluindo a Teologia, a Filosofia, a Psicologia e as Ciências Sociais, identifica em
Rousseau a invenção da adolescência como um período típico do desenvolvimento,
marcado pela turbulência, no qual o jovem não é nem criança nem adulto. Também aqui
estariam as raízes de uma visão naturalista, na medida em que a infância e a
adolescência são vistas como um estado, e não como uma condição social.
Segundo Bock (1997), as concepções presentes nas vertentes teóricas da
psicologia, apesar de considerarem a adolescência como um fenômeno biopsicossocial,
ora enfatizam os aspectos biológicos, ora os aspectos ambientais e sociais,não
conseguindo superar visões dicotomizantes ou fragmentadas. Dessa forma, os fatores
sociais são encarados de forma abstrata e genérica, e a influência do meio torna-se
difusa e descaracterizada contextualmente, agindo apenas como um pano de fundo no
processo de desenvolvimento já previsto no adolescente.
Ao trabalhar com a visão dos próprios adolescentes a condição de classe
trabalhadora parece interferir de alguma forma. A maneira como encaram a escola é
sintomática: os jovens trabalhadores fazem associação entre escola e trabalho como
forma de adquirir autonomia, enquanto os jovens de classe mais elevada a consideram
como útil, mas ligada a aspectos sociais e até de lazer. Quando são questionados sobre
o seu projeto de futuro, os jovens de classe mais privilegiada apresentam menor
preocupação, apesar de alguns já terem esboçado um objetivo a atingir. Por outro lado,
os jovens trabalhadores encaram o futuro como um desafio que depende muito de seu
esforço pessoal e de seu sucesso nos estudos. Em relação ao sentimento de solidão, ele
aparece mais forte nos jovens de classe mais elevada (Alves, 1997).
A Psicologia busca uma saída que supere a visão de homem, baseada na
ideologia liberal, que vê o homem como autônomo, livre e capaz de se autodeterminar.
Que,resumidamente, vê a adolescência como uma fase natural do desenvolvimento,
apontando nela características naturais como rebeldia, desequilíbrios e instabilidades,
lutos e crises de identidade, instabilidade de afetos, busca de si mesmo, tendência grupal,
necessidade de fantasiar, crises religiosas, flutuações de humor e contradições
sucessivas. Enfim, um conjunto de características que têm sido tomadas como uma
47
síndrome normal da adolescência (Aberastury & Knobel, 1981).
8.14 Concepção de Alfabetização e Letramento: Apenas com a aquisição da
tecnologia da escrita, não se tem entrada no mundo da escrita, é necessário: o
desenvolvimento de competências para o uso da leitura e da escrita nas práticas sociais
que as envolvem. Ou seja, não basta apropriar-se da tecnologia – saber ler e escrever
apenas como um processo de codificação e decodificação, é necessário também saber
usar a tecnologia – apropriar-se das habilidades que possibilitam ler e escrever de forma
adequada e eficiente, nas diversas situações em que precisamos ou queremos ler ou
escrever: ler e escrever diferentes gêneros e tipos de textos, em diferentes suportes, para
diferentes objetivos, em interação com diferentes interlocutores, para diferentes funções:
para informar ou informar-se, para interagir, para imergir no imaginário, no estético, para
ampliar conhecimento, para seduzir ou induzir, para divertir-se, para orientar-se, para
apoio à memória, para catarse...
A esse desenvolvimento de competências para o uso da tecnologia da escrita é
que se chama Letramento.
Desde muito cedo a criança convive com práticas de letramento – vê pessoas
lendo ou escrevendo, e assim vai se familiarizando com as práticas de leitura e de escrita;
e também desde muito cedo inicia seu processo de alfabetização – observa textos
escritos à sua volta, e vai descobrindo o sistema de escrita, reconhecendo algumas
letras, algumas palavras.
No processo de aprendizagem inicial da leitura e da escrita, a criança deve entrar
no mundo da escrita fazendo uso dos dois “passaportes”: precisa apropriar-se da
tecnologia da escrita, pelo processo de alfabetização, e precisa identificar os diferentes
usos e funções da escrita e vivenciar diferentes práticas de leitura e de escrita, pelo
processo de letramento. Se lhe é oferecido apenas um dos “passaportes” – se apenas se
alfabetiza, sem conviver com práticas reais de leitura e de escrita – formará um conceito
distorcido, parcial do mundo da escrita; se usa apenas o outro “passaporte” – se apenas,
ou, sobretudo, se letra, sem se apropriar plena e adequadamente da tecnologia da
escrita – saberá para que serve a língua escrita, mas não saberá se servir dela.
Assim, para que a criança se insira de forma plena no mundo da escrita, é
fundamental que alfabetização e letramento sejam processos simultâneos e
indissociáveis. Quando aprende a ler e a escrever, a criança deve aprender,
48
simultaneamente e indissociavelmente, o sistema alfabético e ortográfico da escrita e os
usos e funções desse sistema nas práticas sociais que envolvem a leitura e a escrita.
Se não houver essa contemporaneidade e indissociabilidade entre alfabetização
e letramento, ou a criança não verá sentido em aprender a tecnologia, pois esta não a
levará além de relações entre sons e letras, famílias silábicas, frases descontextualizadas,
ou pseudotextos como os das cartilhas e mesmo dos pré-livros; ou a criança conviverá
com textos e portadores de textos reais, com práticas reais de leitura e de escrita, mas
não aprenderá a ler e escrever textos, não terá condições para participar
competentemente de situações sociais que demandem leitura ou escrita.
Esse ensino pode e deve ser feito a partir de textos reais, textos que circulam no
contexto da criança, para que ela se aproprie do sistema de escrita vivenciando-o tal
como é realmente usado nas práticas sociais que envolvem a língua escrita.
Para que haja alfabetização e letramento simultaneamente e indissociavelmente,
é preciso lançar mão de métodos, no plural: uma articulação de procedimentos que
alfabetizem e letrem, propiciando à criança uma entrada plena no mundo da escrita, que
é a finalidade última da aprendizagem inicial da língua escrita.
E cumprir assim a função da escola que é transformar os estudantes em leitores e
produtores de texto competentes.
A organização do trabalho pedagógico dos anos iniciais do Ensino Fundamental,
é diferente da organização dos anos finais, mas precisamos romper com essa
fragmentação procurando fazer uma interação com os anos iniciais adequando os
conteúdos de forma que não haja hierarquização das disciplinas, pois a criança e o
adolescente apropriam-se do mundo através de diferentes linguagens, por meio da
oralidade, do desenho e da escrita.
É de fundamental importância, que seja desenvolvido no processo de ensino-
aprendizagem atividades que possibilitem a ampliação dos conhecimentos de forma
prazerosa e cheia de significação social, num movimento de articulação entre os anos
iniciais e finais do Ensino Fundamental pois essa é uma etapa de ensino única que exige
articulação entre as redes municipal e estadual, assegurando a continuidade do processo
educacional.
Essa articulação é proposta pela Diretriz Curricular Nacional para Educação
Básica, pois evitaria os obstáculos de acesso dos estudantes que transitam entre as
49
duas redes e garantiria a organicidade e a totalidade do processo formativo proposto
para o Ensino Fundamental.
É indicação do Ministério da Educação que a inclusão de mais um ano de
escolarização represente uma revisão do currículo e das práticas, não apenas do primeiro
ano, mas de todo o Ensino Fundamental, exigindo o compromisso com a revisão do
Projetos Político Pedagógico, incorporando discussões relativas à importância do brincar
na aprendizagem das crianças, a criança como sujeito ativo do processo ensino-
aprendizagem e a infância como construção social.
Em 2012 ingressaram na rede estadual as crianças das redes municipais, com
experiências vivenciadas que as diferenciam das que frequentavam o Ensino
Fundamental de oito anos. Logo, a rede estadual de ensino recebeu os estudantes com
particularidades construídas a partir de suas experiências com mais um ano de
escolarização e que necessitam de encaminhamentos pedagógicos coerentes com suas
necessidades e possibilidades de aprendizagem.
Primando pela continuidade do processo de formação no todo do Ensino
Fundamental, é fundamental a coerência entre os conteúdos propostos para anos iniciais
e finais, com vistas à organização de encaminhamentos metodológicos coerentes com os
objetivos de cada etapa de ensino. Nesse sentido, aponta-se mais uma vez a importância
da articulação pedagógica entre as redes de ensino, o que implica na necessidade de
que os profissionais que atuam nos anos finais conheçam a concepção de alfabetização e
letramento adotada nos anos iniciais, pois este entendimento possibilita compreender as
particularidades que caracterizam a leitura e a escrita dos estudantes, conhecer os
documentos de orientações pedagógicas utilizados pelas redes municipais de ensino,
propondo a construção de uma relação dialógica entre os profissionais das duas redes.
Portanto, é pertinente destacar que o professor é o profissional responsável pela
prática pedagógica em sala de aula, e realiza a transmissão ativa de conteúdos,
possibilitando aos estudantes estabelecer relações entre os conhecimentos que já
possuem e os conhecimentos historicamente acumulados, apropriando-se destes últimos.
Porém isso não será uma ação isolada do professor em sala de aula, mas será parte de
planejamento intencional definido por um todo coletivo escolar para efetivação dos
objetivos de cada etapa de ensino.
Com a implantação simultânea do Ensino Fundamental de 9 anos, faz-se
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necessário que façamos uma revisão no Currículo, nas nossas práticas pedagógicas e do
encaminhamento metodológico, de maneira que sejam coerentes com nossas
necessidades e possibilidades, fazendo as alterações na Proposta Pedagógica Curricular,
no Regimento Escolar e no Projeto Político Pedagógico. Em relação: à organização dos
espaços e tempos escolares (distribuição de horários, recreio, materiais e equipamentos
didático-pedagógicos, entre outros.), está da seguinte maneira: Nossa Escola é
compartilhada com as séries iniciais em contra turno e para eles está faltando sala de
aula, sendo que até a Biblioteca está sendo usada como sala de aula. Quanto ao
mobiliário, equipamentos, acervo bibliográfico e materiais didáticos, temos recebido do
Governo do Estado um número considerável, precisando apenas algumas adequações.
As discussões sobre alfabetização, letramento, concepção de infância e
adolescência, concepção de educação, concepção de avaliação, entre outros, também foi
feita na Semana Pedagógica e na hora-atividade dos professores.
A articulação entre a escola da rede municipal e nós que somos da rede estadual,
está acontecendo mas não de forma sistemática.
Também daremos ciência sobre a ficha de apropriação dos estudantes nos anos
iniciais, sendo que tal ficha já foi encaminhada para os Departamentos Municipais de
Educação, pela Equipe de Ensino do NRE, para que os mesmos tomem ciência dos
conteúdos básicos de Língua Portuguesa e Matemática, para verificar a situação em que
o estudante se encontra em relação a cada conteúdo, considerado o nível de
conhecimento esperado para o estudante que está cursando o 6º ano do Ensino
Fundamental.
Algumas ações são necessárias para serem desenvolvidas junto ao coletivo escolar tendo
em vista a especificidade dos estudantes do Ensino Fundamental, com vistas a promover
uma maior integração entre os anos iniciais e finais, preservando a continuidade de
processos de aprendizagem, entre elas citamos: Conhecimento das Expectativas de
Aprendizagem; Leitura do Caderno e Legislação do Ensino Fundamental Nove anos, para
os anos iniciais e finais; Reuniões que possibilitem a integração entre as redes municipais
e estaduais.
8.15 Concepção de Conteúdos e Metodologias de Ensino: os conteúdos devem ser
selecionados a partir do significado que têm para a comunidade escolar. Isso requer do
professor, investigação, para que possa determinar quais conteúdos contribuem para a
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ampliação dos conhecimentos dos educandos. Estratégias metodológicas dialógicas, que
exigem do professor muito estudo para o preparo das aulas que possibilitem relacionar os
conteúdos científicos aos do mundo da vida dos educandos.
8.16 Concepção de Trabalho: Citando as DCEs Educação do Campo que diz: O
trabalho é uma atividade humana de transformação da natureza e do próprio ser humano,
considera-se pertinente a reflexão sobre a organização produtiva na sociedade capitalista
e em outros modos de produção. Na educação do campo, o ponto de partida é a análise
sobre as atividades humanas produtivas desenvolvidas pelos povos do campo.
A partir de investigações sobre os alimentos consumidos (pelos estudantes, pela
vizinhança da escola etc.), é possível estudar a divisão territorial do trabalho, a produção
e a circulação de mercadorias. Portanto, o eixo trabalho oferece aos professores
inúmeras possibilidades de seleção de conteúdos para cada ano escolar e para as
diversas modalidades de ensino.
Para Damasceno (1993), os saberes sociais são gestados na prática produtiva e
na prática política do campesinato. Se trabalho é atividade humana que gera
transformação humana e territorial, estudar quais atividades os povos do campo
desenvolvem e quais atividades agrícolas, industriais e de serviços marcam determinadas
conjunturas dos países é uma forma de aprofundar o conceito de trabalho e compreender
as relações socioterritoriais.
Do mesmo modo, é importante identificar quais atividades humanas marcam a
sociedade capitalista e outros modos de produção. Mediante a análise do trabalho,
estuda-se a sua divisão social e territorial. Divisão social é a organização da atividade
humana em função das especialidades das características sociais,
Na sociedade capitalista, a divisão social do trabalho é marcada pela
fragmentação do trabalho humano, uma vez que cada indivíduo fica responsável por uma
parte do produto que está sendo elaborado. O objetivo é a ampliação da produtividade e o
aumento do lucro por parte dos donos dos meios de produção. E no campo, como se dá a
divisão social do trabalho? Como os jovens, mulheres, homens, vizinhos se organizam
para a atividade produtiva?
É sabido que os povos do campo conhecem o ciclo completo da produção:
plantio, cuidados técnicos e colheita. Em algumas lavouras, pode haver a necessidade de
que um grupo de trabalhadores se dedique à capina, enquanto outros se dedicam à
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colheita, sejam eles proprietários ou não. A divisão social do trabalho, seja no campo ou
na cidade, é fundamentada na “especialidade” em determinada função e assim são
originadas as diferentes profissões: técnicos agrícolas, agrônomos, professores, médicos
etc, mas também pode estar assentada em valores ligados aos costumes de um
determinado grupo social. É a formação educacional que dará a peculiaridade à função
social de determinado indivíduo na lógica produtiva capitalista. Mas, entre os povos do
campo, há uma lógica da divisão social do trabalho que é cultural, podendo estar
centralizada na organização da família, ou nas particularidades de cada atividade
produtiva.
A divisão territorial do trabalho demonstra a organização dos países e a função
que cada um ocupa no âmbito internacional. Por exemplo, o Brasil desde o período da
colonização, caracteriza-se como fornecedor de matéria-prima para o exterior. Sua
especialidade, naquele período, era preparar a matéria-prima para a exportação. Nos dias
atuais, o Brasil continua a exportar matéria-prima (madeira, café, soja, trigo etc.) e
importar materiais industrializados, embora tenha um parque industrial significativo.
Também, no Brasil, cada um dos estados possui particularidades produtivas que
demonstram uma divisão territorial do trabalho. Como está organizada a produção no
Paraná? Quais são as características agrárias do estado? O que se produz no estado e
quais produtos vêm de outros locais? A partir de investigações sobre os alimentos
consumidos (pelos estudantes, pela vizinhança da escola etc.), é possível estudar a
divisão territorial do trabalho, a produção e a circulação de mercadorias.
Também, cada um dos municípios do Estado e do país possui particularidades
produtivas e explorá-las poderá subsidiar o processo pedagógico.
Trabalho é um conceito que guarda relação com classe social. Trabalhador é
aquele que vende a sua força de trabalho e dono do meio de produção é aquele que
detém o capital. Terra, indústria, dinheiro constituem o capital. Assim, num país, como
está organizada a divisão da riqueza? Historicamente, como se constitui a divisão dessa
riqueza? Quais os movimentos que questionam a concentração de renda? Quais são os
movimentos de trabalhadores num país como o Brasil? O que dá origem aos movimentos
sociais? Quantos são os movimentos sociais do campo e o que reivindicam
historicamente? Questões como essas auxiliam no desenvolvimento do conceito trabalho,
divisão social e territorial do trabalho, modo de produção e classes sociais.
53
Isto depende de ações do Estado, de um novo papel dos sindicatos, da atuação
constante dos novos movimentos sociais, e principalmente de um novo tipo de educação,
a chamada educação pós-moderna crítica, e que entende que a instrumentalização dos
indivíduos para o exercício da cidadania passa não só pelas formações política e
sociocultural, mas também pela formação para o trabalho. Ou dito de outra forma, a
preocupação com a formação para o trabalho num processo educacional pós-moderno
crítico, diz respeito não só ao aspecto técnico, mas também ao político e ao sociocultural,
ou seja, tendo o trabalho como ponto de partida, busca-se aquilo que Gramsci denominou
"formação omnilateral do homem", sendo esta a maior possibilidade para o exercício
efetivo da cidadania na sociedade pós-moderna.
Todo trabalho, deve, portanto, ter as seguintes condições: ser remunerado, ser
realizado em vista da obtenção de uma renda, ser uma atividade social e
socialmente definida e mediante a qual se alcança a abundância, isto é, as
riquezas. Na sociedade do trabalho“todo ato humano é trabalho. O trabalho é
como o ar que se respira. Tudo remete a ele e tudo dele depende.
8.17 Concepção de Conhecimento: A teoria histórico crítica atribui muita importância à
apropriação dos conhecimentos produzidos historicamente e que se encontram
objetivados na sociedade em que o indivíduo se insere. Assim, a ação docente deve
voltar-se não para aquilo que o educando sabe fazer por si mesmo em seu pensamento,
mas para possibilidade de transição do que sabe fazer para o que não sabe ainda
realizar, só assim a aprendizagem pode fazer avançar o desenvolvimento. Então o
coletivo da escola valoriza o conhecimento como resultado do diálogo do estudante com o
pensamento e com o mundo que o rodeia, pois o aprendizado só adquire significado se
vinculados à realidade existencial dos mesmos. Assim, a tarefa do professor é mediar os
conteúdos, fazendo a contextualização com o meio, levando o estudante a ser sujeito de
seu próprio conhecimento.
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9 - MARCO OPERACIONAL
Linhas de Ação e Reorganização do Trabalho Escolar na Perspectiva Pedagógica,
Administrativa e Política Social
9.1 Regime de Funcionamento
Para um bom funcionamento da Escola é preciso que esta siga algumas regras
que compõe o Regimento Escolar, no tangente à Matrícula, Aproveitamento de Estudos,
Revalidação e Equivalência de Estudos feitos no exterior, os quais serão descritos,
demonstrando a organização da Escola.
A matrícula é o ato formal que vincula o educando a um instituição de Ensino
autorizado conferindo-lhe a condição de estudante , seu período será estabelecido no
Calendário Escolar, sendo requerida pelo interessado ou responsáveis quando menor de
18 anos, deferida pela Diretora conforme regimento, no prazo máximo de 60 dias, em
caso de impedimento do interessado e responsáveis a matrícula pode ser requerida por
procurador. No ato da matrícula, a Direção é obrigada a dar ciência ao estudante
/responsável/procurador do regimento escolar. O estudante não vinculado ao instituição
de ensino tem a possibilidade de ingressar na escola a qualquer tempo, desde que se
submeta a processo de classificação, previsto no regimento, onde o controle de
frequência se fará a partir da data efetiva da matrícula.
O instituição de Ensino atenderá à sua comunidade escolar efetivando as
matrículas para estudantes novos (matrícula inicial) de acordo com a metodologia de
georreferenciamento implantada nos 398 municípios do Estado do Paraná. Sendo
garantida a rematrícula para as séries subsequentes.
Os documentos necessários para o ingresso na Rede Estadual de Educação
Básica são: Certidão de Nascimento (obrigatório); Carteira de Identidade – RG (original e
fotocópia), para maiores de 16 anos; Cadastro de Pessoa Física – CPF, para matriculas
dos Cursos Técnicos Nível Médio e Formação de Docentes; Carteira de Vacinação;
Fatura de energia elétrica (original e fotocópia); Histórico Escolar ou Declaração da escola
de origem (obrigatório); Nas declarações de escolaridade de estudante da rede estadual
é obrigatório o Código de Matrícula – CGM; Comunicado de Matrícula da SEED (Carta
Matrícula) – obrigatório; Declaração da Existência de Vaga (em caso de transferência
dentro da rede) para matrícula do 6º ano EF e 1ª série EM; Declaração de Abdicação de
Vaga do instituição de origem em caso de transferência dentro da Rede Estadual para
55
estudantes do 6º ano EF e 1ª série EM; Matriz Curricular, quando a transferência for para
o 2º ou 3º Ano do Ensino Médio.
A efetivação da matrícula implica no direito e no dever de conhecer os
dispositivos regimentais deste instituição, aceitação dos mesmos e o compromisso de
cumpri-los integralmente. Os documentos apresentados no ato de matrícula, uma vez
deferido, passarão obrigatoriamente a integrar o prontuário do estudante (Pasta
Individual) exceto o original da Carteira de Identidade.
A matrícula inicial no 6º ano do Ensino Fundamental por
classificação/reclassificação será permitida aos estudantes que por qualquer motivo
específico tenha realizado estudos fora do processo regular ou não os comprove
cabalmente, ou seja egresso de Programas de Educação Especial do DEE/SEED ou por
este supervisionado e será feita após exame especial em que avaliará o aproveitamento
de estudos realizados pelo educando. Para matrícula inicial no 6º ano o educando deverá
apresentar 11(onze) anos completos ou a completar no decorrer do ano letivo ou,
facultativamente 10 anos completos.
O Ingresso no Ensino Médio é permitido aos concluintes do Ensino Fundamental,
ou de seu correspondente legal ofertado por instituição de Ensino regularmente
autorizado a funcionar, aos concluintes de Estudos equivalentes de Ensino Fundamental
reconhecidos pelo CEE e aos da Educação de Jovens e Adultos autorizada pela
autoridade competente.
Os estudantes com deficiências especiais serão preferencialmente matriculados
na rede regular de ensino, respeitando o seu direito a atendimento adequado, também em
instituições especializadas.
Aos aprovados em todas as matérias que compõem o currículo de Ensino
Fundamental por meio de exames de natureza ginasial, (previsto na Lei Orgânica do
Ensino Secundário e na Lei Federal n.º: 4024 de 20/12/1961), e por exames supletivos
realizados em nível de conclusão de Ensino Fundamental (Lei 5692/61 do CEE).
Para efetuar a matrícula na 1ª série do Ensino Médio, são necessárias a
apresentação dos documentos originais e fotocópias do documento de identidade e do
histórico escolar. Se o estudante for matriculado mediante conhecimento de equivalência
da escolaridade anterior registrará no Histórico o documento legal em que o deferimento
da matrícula se embasou. A renovação da matrícula far-se-á mediante manifestação
56
expressa do interessado, na época prevista pela entidade mantenedora obedecida as
normas da legislação, e serão atualizadas as informações sobre o estudante e que não
sejam do conhecimento da Escola, que garantam ao estudante tratamento especial, se
for o caso, sejam específicos do instituição. A matrícula para prosseguimento dos estudos
é facultativa ao interessado que por não ter renovado matrícula em tempo hábil ou por ter
desistido dos estudos no decorrer do período letivo, não mais mantém vinculo com o
instituição onde esteve matriculado e pretende dar continuidade aos seus estudos neste
instituição.
A matrícula por transferência é aquela pelo qual o estudante , ao se desvincular
de um instituição de ensino, vincula-se ato contínuo, a outro congênere, para
prosseguimento dos estudos em curso. A transferência feita pelo instituição não
autorizado será automaticamente invalidado, permanecendo a vínculo do estudante com
o instituição de origem. Em caso de dúvidas quanto à interpretação dos documentos, este
instituição solicitará ao de origem, antes de efetivar a matrícula os elementos
indispensáveis ao seu julgamento.
O estudante com dependência no Ensino Fundamental não poderá ser
matriculado no Ensino Médio.
A expedição do Certificado ou diploma de conclusão de curso só poderá
acontecer após o atendimento integral do currículo pleno e respectiva carga horária,
observados os números exigidos por lei e eliminadas as dependências ocorridas ao longo
do curso.
O aproveitamento de estudos concluídos na série ou período, etapas, ciclos ou
fases com aprovação numa disciplina será concedida, mesmo que haja diferenças de
programas e de carga horária, não poderão ser aproveitados estudos de disciplinas que o
estudante foi reprovado por frequência suficiente ou por falta de aproveitamento mínimo,
já o aproveitamento de estudos de uma disciplina para outra equivalente, com nome
diverso poderá ser realizado mediante cotejo dos conteúdos programáticos de uma e
outra. O estudante transferido é obrigado a cursar, no instituição de destino, todas as
disciplinas do currículo pleno, excetuadas as que obteve aproveitamento.
Quando houver aproveitamento de estudos, a instituição de destino transcreverá
no histórico escolar a carga horária efetivamente cumprida pelo estudante , nas séries,
fases, ciclos ou períodos concluídos com aproveitamento na escola de origem, para fins
57
de cálculo de carga horária total do curso, assim no caso de transferência no decorrer do
período letivo, a instituição de destino deverá aproveitar a frequência da instituição de
origem e os resultados das avaliações realizadas.
Quando a matrícula for efetivada em cursos regulares de 03 (três) séries anuais
poderá incidir nas disciplinas de segundas séries anuais, desde que, no decorrer desta
série, sejam concluídas todas as adaptações relativas as disciplinas da 1ª série. Nas
matrículas por disciplina, em curso regular de Ensino Médio, é obrigatório frequência às
disciplinas de formação Especial, série por série é dada a compactação com a conclusão
de estudos realizados com matrícula por disciplina em cursos de Ensino Médio regular
para a parte de Formação Especial, será verificado pela soma de carga horária e pelos
resultados obtidos em adaptações e pelas disciplinas efetivamente cursadas.
Para Matrículas de estudantes que vieram transferidos do Ensino Médio
Organizado por Blocos de Disciplinas Semestrais para Organização Anual durante o 1º
semestre letivo: O estudante cumprirá todas as disciplinas da Matriz Curricular anual,
podendo ser aproveitados os resultados parciais expedidos pelo instituição de origem. O
estudante deverá cursar as disciplinas que não foram concluídas na organização por
blocos. O instituição poderá fazer o aproveitamento de estudos das disciplinas concluídas
com êxito, oportunizando para que o estudante curse somente as disciplinas faltantes na
série. O instituição deverá proporcionar a recuperação dos conteúdos trabalhados no 1º
Semestre da Organização Anual, das disciplinas que estará cursando no 2º Semestre,
atribuindo resultado de acordo com o Sistema de Avaliação estabelecido no Regimento
Escolar.
Para a revalidação de certificados e diplomas o reconhecimento de estudos
completos regularizados em estabelecimentos no exterior, devem ser credenciados pelo
CEE, estabelecimentos de ensino reconhecidos. A equivalência de estudos incompletos
do Ensino Fundamental e Médio cursados em escolas de países estrangeiros, será
realizada no instituição reconhecido sendo competência do NRE, acompanhar e
supervisionar o processo executado pelo instituição de ensino. Já o instituição de ensino
deverá observar: as preocupações indispensáveis ao exame da documentação do
processo de peças do exterior que devem ser autenticadas pelo cônsul brasileiro na
jurisdição local onde foram realizados os estudos, na impossibilidade pelo cônsul do país
de origem no Brasil, exceto dos países pertencentes ao Mercosul; a existência de acordos
58
e convênios internacionais; todos os documentos escolares originais; a exceção da língua
espanhola, deverão conter tradução para o Português, por tradutor juramentado; as
normas para transferência e aproveitamento de estudos.
O Conselho Estadual de Educação decide sobre a equivalência de estudos ou de
cursos que não tenham similar no Sistema de Ensino no Brasil.
O instituição de Ensino que tiver realizado a equivalência e a revalidação de
estudos compete a emissão da respectiva documentação, após será registrado em órgão
competente, onde os resultados integram a documentação do estudante .
Cabe ao estudante vindo do estrangeiro que não apresenta documentação, nem
condições para classificação será matriculado na série compatível com sua idade, em
qualquer época do ano ficando a escola obrigada a elaborar plano próprio para
desenvolvimento de conhecimento e habilidades necessários para o prosseguimento dos
seus estudos.
A regularização da vida escolar de um estudante é de competência do instituição
de ensino, então se ocorrer denúncia ou suspeita de irregularidade na vida escolar de um
estudante , com relação a matrícula inicial, por transferência ou matrícula em regime de
progressão; a reclassificação, a adaptação dos estudos; a revalidação e equivalência de
Estudos Feitos no Exterior ou sobre qualquer outro fator cabe a Secretaria de Estado da
Educação proceder a verificação mediante processo. Tal procedimento assegura direito
de defesa dos implicados e uma vez confirmada a irregularidade são impostas aos
responsáveis as sanções cabíveis, caso seja provada a culpa por parte da direção do
instituição, serão impostas sanções previstas na legislação de acordo com a natureza da
infração.
O Conselho Estadual de Educação, determina a forma de regularização da vida
escolar e o encaminhamento dos processos de regularização da vida escolar são
responsabilidades do instituição que detém a matrícula do estudante mesmo nos casos
de transferência com irregularidade.
O processo de regularização da vida escolar será de responsabilidade do diretor
do instituição sob supervisão do Núcleo de Educação, assim o diretor que constatar
irregularidade, dará ciência ao Núcleo que acompanhará o processo pedagógico e
administrativo, do início ao fim emitindo a regularização, quando a irregularidade for na
transferência o diretor da escola registrará os resultados na documentação dos
59
estudantes. Ainda se as irregularidade foram constatadas após encerramento do curso o
estudante deverá ser convocado para Exames Especiais, feitos na escola sob supervisão
do Núcleo, caso haja insucesso nos exames novos poderão ser requeridos após mínimo
de sessenta (sessenta dias ) dias, a partir da publicação de resultados.
Uma vez que exista suspeita de falsificação de documentos escolares ou o
estudante seja proveniente de instituição não autorizado a regularização de sua vida
escolar é de competência do Conselho Estadual de Educação.
9.2 Conselho de Classe
O Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa
em assuntos didáticos pedagógicos, com atuação restrita a cada classe do instituição,
tendo como objetivo avaliar o processo ensino-aprendizagem na relação professor-
estudante e os procedimentos adequados para cada caso.
O Conselho de Classe é realizado ao final de cada trimestre, presidido pelo
diretor, que tem o papel fundamental de criar condições para que a equipe pedagógica
possa organizá-lo de forma que sejam momentos de efetivo trabalho em prol dos
objetivos pedagógicos da escola, ou seja, o progresso do estudante .
No Conselho de classe são estudados e interpretados os dados da
aprendizagem na sua relação com o trabalho do professor; busca-se o acompanhamento
e aperfeiçoamento do processo de aprendizagem dos estudantes, bem como
diagnosticar seus resultados; investe-se na análise dos resultados da aprendizagem
contextualizando-os na seleção e no encaminhamento metodológico, propostos e
desenvolvidos com a turma.
É um momento de discussão coletiva e de articulação de ações e
encaminhamento visando reavaliar não somente a, aprendizagem do aluno, como
também toda a organização do trabalho pedagógico. Não deve ser um instrumento de
aprovação e reprovação, sendo que a aprovação por conselho de classe deve ser
exceção, considerando o histórico anual do aluno.
Dimensões do Conselho de Classe: Pré-Conselho — diagnóstico do processo
ensino e aprendizagem (listagem nome e notas); Conselho de Classe — discutir as
situações de não aprendizagem de cada aluno, com tomada de decisão envolvendo a
compreensão de quais metodologias devem ser revistas e que levem em conta as
60
necessidades dos estudantes (encaminhamentos registrados em ata); Pós-Conselho —
retorno aos estudantes sobre sua situação escolar, retomada do PTD, rever instrumentos
e critérios de avaliação, retorno aos pais/responsáveis com registro dos
encaminhamentos dados e compromisso do aluno e dos pais.
Enfim, nele é que são tomadas as decisões coletivas sobre métodos, conteúdos e
objetivos de ensino que precisam melhorar ou alterar para efetivarem a prática
pedagógica.
Com relação a busca de soluções para os problemas apontados foi no Conselho
de Classe que os professores juntamente com direção, equipe pedagógica, optaram por
redimensionar o processo ensino-aprendizagem. Visando a superação do problema das
faltas de alguns estudantes foi sugerido o desenvolvimento de projetos complementares
onde os estudantes devem realizar atividades extraclasse que visam complementar os
assuntos trabalhados em sala, assim os estudantes que assistiram todas as aulas têm um
reforço e aqueles que faltaram têm os conteúdos recuperados.
Quanto a distância entre o discurso e a prática os professores pediram que sejam
providenciados textos diversos que os auxiliem no processo de conscientização social,
bem como que a equipe pedagógica forneça subsídios didáticos pedagógicos necessários
para a efetivação da presente proposta. Com relação a participação de cursos cada
indivíduo é responsável pela sua própria formação, mas se sentiram incentivados pela
escola como um todo.
Quanto à evasão os membros do Conselho solicitaram que o Colégio realize um
projeto envolvendo toda a Escola, visando o desenvolvimento da auto-estima, de
expectativas de vida, sexualidade, trabalho, religiosidade, drogas, ética e cidadania. A
sugestão foi aceita e o projeto está sendo construído coletivamente.
9.3 Processos de Avaliação, Promoção, Classificação, Reclassificação,
Aproveitamento de Estudos, Adaptação e Recuperação de Estudos
9.3.1 Avaliação e Promoção
Um dos pontos culminantes de todo processo de ensino é a avaliação. De acordo
com a LDB 9394/96 e a Deliberação 007/99 esta não deve reduzir-se a realização de
provas e atribuição de notas, mas a expressão prática daquilo que se apropriou, de um
conhecimento que se tornou um novo instrumento de compreensão da realidade e da
61
transformação social. Devendo propiciar uma reflexão crítica sob o nível de qualidade do
trabalho escolar, tanto do professor quanto do estudante , considerando os aspectos
quantitativos e qualitativos na interpretação dos resultados.
A avaliação deve oportunizar o processo de ação reflexão, num acompanhamento
constante do processo ensino-aprendizagem. Possibilitando ao professor tomar decisões
sobre o desenvolvimento do estudante , bem como avaliar sua própria conduta durante o
processo ensino-aprendizagem, o resultado da avaliação do estudante é indicador da
qualidade do ensino ministrado pelo professor.
Deve a avaliação ultrapassar o diagnóstico dos conhecimentos que foram
apropriados pelos estudantes e daqueles que precisam ser enfocados novamente, para
tornar-se elemento chave no processo de inclusão e desenvolvimento de todos os
educandos. Uma vez que a avaliação nesta instituição será também realizada em sua
dimensão formativa, possibilitando aos professores ficarem instrumentalizados para a
mediação das aprendizagens de todos os educandos, mais informados sobre os
processos sobre os tempos necessários para a aprendizagem.
A avaliação escolar cumpre seu verdadeiro sentido pedagógico ao revelar o
desempenho no presente, às possibilidades futuras e as práticas que precisam ser
modificadas para atingi-las.
Portanto, o Colégio pretende desenvolver a concepção de avaliação que
considera: a coleta de informações sobre os estudantes, a bagagem que possuem, a
expressão de um juízo de valor que deve ser emitido através de números ou menções
para evidenciar a aprendizagem e a tomada de decisão pelo professor que conduzirá a
uma valorização concreta do objeto e do sujeito avaliado.
A avaliação escolar então, deve refletir a unidade objetivos-conteúdos-métodos,
possibilitando a revisão do plano de ensino, o desenvolvimento de capacidades e
habilidades nos educandos, e a reflexão sobre os valores e as expectativas dos
professores com relação à aprendizagem. Demonstra inclusive as opções do professor
enquanto profissional comprometido com a sua prática, que busca [...] informar-se sobre o
estágio de aprendizagem do estudante , busca orientar seus próximos passos no
processo ensino aprendizagem [...] (LUCKESI, 2003, p. 96).
Baseada nas concepções acima descritas a escola organiza-se considerando a
prática da formação cidadã. Assim procura-se organizar as aulas visando à
62
potencialização da aprendizagem. São elaborados projetos e atividades complementares
na tentativa de suscitar qualidades e construir valores éticos e sociais. Nesta perspectiva
a concepção de avaliação é constantemente reavaliada por professores e órgãos
colegiados visando um trabalho de qualidade.
A avaliação deve ser entendida como um dos aspectos do processo de ensino
pelo qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu próprio
trabalho, com as finalidades de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem
dos estudantes, como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor, possibilitando
assim ao professor aperfeiçoar situações de aprendizagem e ao instituição de ensino a
reformulação dos conteúdos, métodos de ensino, enfim do planejamento como um todo.
Nesse contexto, a avaliação do desempenho escolar é contínua, permanente,
cumulativa e processual devendo refletir o desenvolvimento global do estudante em
diferentes situações de aprendizagem, considerando as características individuais deste,
a interdisciplinaridade e a multidisciplinaridade no conjunto dos componentes curriculares
cursados, com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos seguindo
o currículo e objetivos anteriormente propostos, onde dar-se-á relevância à atividade
crítica, à capacidade de síntese e à elaboração pessoal, sobre a memorização. A nota do
trimestre é resultante dos valores atribuídos em cada instrumento de avaliação, em
valores cumulativos em várias aferições, na sequencia e ordenação de conteúdos, e os
seus resultados expressos em nota de zero a dez. O resultado da avaliação deve
proporcionar dados que permitam a reflexão sobre a ação pedagógica, contribuindo para
que a escola possa reorganizar conteúdos/métodos de ensino.
Os critérios de avaliação devem ser elaborados em consonância com a
organização curricular do instituição, onde serão utilizadas na avaliação, técnicas,
instrumentos e procedimentos diversos que assegurem o acompanhamento do pleno
desenvolvimento do estudante , evitando-se a comparação dos estudantes entre si. É
vedado submeter o estudante a uma única oportunidade e a um único instrumento de
avaliação.
A promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar do estudante ,
aliada à apuração da sua frequência.
Os estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, que
apresentarem frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total de dias
63
letivos e média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) em cada disciplina, serão
considerados aprovados ao final do ano letivo.
Os estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio serão
considerados retidos ao final do ano letivo quando apresentarem:
I. frequência inferior a 75% (setenta e cinco por cento) do total de dias letivos,
independentemente do aproveitamento escolar;
II. frequência superior a 75% (setenta e cinco por cento) do total de dias letivos e
média inferior a 6,0 (seis vírgula zero) em cada disciplina.
A média de conclusão da disciplina será obtida por meio da média aritmética das
avaliações, dos períodos letivos, constituindo-se na Média Anual (MA):
MA = 1º trimestre + 2º trimestre + 3º trimestre
3
Encerrado o processo da avaliação e apurada a frequência a instituição de ensino
registrará na documentação escolar do aluno, sua condição de aprovado ou reprovado.
Parágrafo Único - a Instituição de Ensino adotará a seguinte síntese de avaliação:
SÍNTESE DE AVALIAÇÃO
FREQUÊNCIA AVALIAÇÃO SITUAÇÃO= OU > 75% = OU > 6,0 APROVADO= OU > 75% < 6,0 REPROVADO<75% QUALQUER REPROVADO
A disciplina de Ensino Religioso não se constitui em objeto de aprovação e
reprovação dos estudantes, conforme legislação vigente.
Os resultados obtidos pelo estudante no decorrer do ano letivo serão
devidamente inseridos no sistema informatizado, para fins de registro e expedição de
documentação escolar.
Os estudantes que apresentam dificuldades de aprendizagem realizam atividades
extraclasse, têm acompanhamento direto dos professores, e se necessário da equipe
pedagógica, os estudantes do Ensino Fundamental podem ser encaminhados a Sala de
Apoio.
9.3.2 Recuperação de Estudos
A Recuperação de Estudos é direito de todos os estudantes, independentemente
do nível de apropriação dos conhecimentos básicos, e, dar-se-á de forma permanente e
concomitante ao processo ensino-aprendizagem. Será organizada com atividades
64
significativas, por meio de procedimentos didático metodológicos diversificados. Nesses
termos a proposta de recuperação de estudos deverá indicar a área de estudos e os
conteúdos da disciplina. Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações
efetuadas durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo obrigatória sua anotação no Livro Registro de Classe.
Para falar de Recuperação de Estudos, é necessário questionar o porquê lançar
mão de encaminhamentos de recuperação, ou seja, o que leva o professor a se deparar
com situações em que precisa “recuperar”? É consenso que busca-se processos de
recuperação porque os processos de ensino-aprendizagem não foram completamente
efetivados. Desta forma, uma questão anterior à discussão de Recuperação de Estudos,
mas que se apresenta como sua origem, é a questão do processo de ensino e de
aprendizagem.
Buscando tornar mais claro, recorremos a LDB 9394/96, a qual estabelece que a
escola contemple os “Estudos de Recuperação” afirmando que:
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:III - zelar pela aprendizagem dos estudantes; IV
-estabelecer estratégias de recuperação para os estudantes de menor rendimento; V - ministrar os
dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados
ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo
com as seguintes regras comuns:
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a)avaliação contínua e cumulativa do desempenho do estudante , com prevalência
dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de
eventuais provas finais;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período
letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de
ensino em seus regimentos;
Também a Deliberação 007/99 em seu capitulo II, artigos 10 a 13(copiar) discorre
sobre a Recuperação de Estudos:
Art. 10. O estudante cujo aproveitamento escolar for insuficiente poderá obter a
aprovação mediante recuperação de estudos, proporcionados obrigatoriamente pelo instituição.
Parágrafo Único- A proposta de recuperação de estudos deverá indicar a área de estudos
e os conteúdos da disciplina em que o aproveitamento do estudantes foi considerado insuficiente.
Art. 11. A recuperação é um dos aspectos da aprendizagem no seu desenvolvimento
65
contínuo, pela qual o estudante , com aproveitamento insuficiente, dispõe de condições que lhe
possibilitem a apreensão de conteúdos básicos.
Art. 12. O instituição de ensino deverá proporcionar recuperação de estudos,
preferencialmente concomitante ao período letivo, assegurando as condições pedagógicas
definidas no Artigo 1o desta Deliberação.
Art. 13. A recuperação de estudos deverá constituir um conjunto integrado ao processo
de ensino, além de se adequar às dificuldades dos estudantes.
Parágrafo Único – A recuperação de estudos realizada durante o ano letivo será
considerada para efeito de documentação escolar.
Ainda é importante ressaltar que, a CEB emitiu parecer 12/97 falando sobre o
tema, esclarecendo e ou reafirmando questões já contempladas na LDB 9394/96.
De acordo com Vasconcellos (2003, p.82) a Recuperação de Estudos consiste na
retomada de conteúdos durante o processo de ensino-aprendizagem, permitindo que
todos os estudantes tenham oportunidades de apropriar-se do conhecimento
historicamente acumulado, por meio de metodologias diversificadas e participativas.
No cotidiano escolar, ouvimos muitas vezes a expressão: recuperamos o
conteúdo. Cabe perceber que esta expressão pode revelar a perda de parte do sentido do
processo. Não recuperamos o que não adquirimos, portanto a afirmação recuperamos
conteúdos, está intrinsecamente ligado ao ensino. A recuperação, diz respeito a um
processo de ensino que precisa ser revisto, a luz das condições daquele que não
aprendeu (educando).
Ao nos referir a recuperação paralela é preciso ressignificar o seu conceito. O
primeiro conceito - O estudante não readquire o que nunca teve. Esta afirmação pode
nos conduzir ao reconhecimento que a recuperação diz respeito também ao ensino e
suas estratégias e não só a aprendizagem do estudante . O segundo conceito – O
estudante não readquire um conteúdo que não sabe, nem o encontra. Esta afirmação
leva-nos a compreender que o caminho, o ponto central é o saber que o estudante
possui, e não o que não domina. Assim para a elaboração de um trabalho de recuperação
é o “saber” do estudante e não apenas o “não saber”. Partir do que o sujeito sabe,
domina, é início de uma nova aprendizagem. Salientamos que, na maioria das vezes, nos
centramos naquilo que o estudante não sabe ao invés do que sabe. O terceiro conceito -
Paralelo, nesta perspectiva, é concomitante. A aprendizagem é um processo democrático,
ativo, contínuo, permanente, instável, global e integrado. Desta forma, não podemos
66
reconhecer que um processo avaliativo coerente com esta aprendizagem seja autoritário,
passivo, fragmentado, estático, estável, classificatório, específico e desintegrado.
Para que ocorra a Recuperação de Estudos é necessário o acompanhamento do
professor, sendo fundamental a compreensão de que a aprendizagem ocorre a partir da
existência, pela mediação das pessoas por meio das relações sociais, tendo claro que
todos os sujeitos são singulares, únicos, com características diferenciadas e, portanto,
cada um se apropria do conhecimento de acordo com suas especificidades. Não somos
iguais, sendo assim, a aprendizagem passa a ser um processo individual.
No entanto, a prática cotidiana tem demonstrado que a recuperação geralmente
acontece ao final do processo, quando se aplica uma “prova” e ao perceber que o
estudante “tirou” uma nota inferior à média, lhe é solicitado um trabalho gerando uma
nota apenas pela entrega, independente do conteúdo que apresente. Em sentido
contrário a esta prática, Paro (2001: 42) defende que : A recuperação, em vez disso,
deveria ser pensada como princípio derivado da própria avaliação. Esta, num processo
contínuo e permanente, embutido no próprio exercício de ensinar e aprender,
diagnosticaria os problemas e dificuldades que a recuperação, também num processo
contínuo e permanente, de solucionar (ou intentar soluções) pelo oferecimento de novos
recursos e alternativas de ação.
Na prática escolar ainda existem fatores que necessitam ser repensados, como
aponta Vasconcellos (2006). Ampliando a reflexão acerca do assunto, o autor contribui ao
esclarecer que existe distanciamento entre teoria e prática ao afirmar que : Os estudos de
‘recuperação’ padecem de uma ambiguidade: são apontados como a grande saída para
ajudar os estudantes com dificuldades, mas frequentemente não passam de uma
proposta que não sai do papel, em função das condições objetivas de trabalho dos
professores. A partir daí alguns problemas apresentam: a recuperação da nota, mas não
da aprendizagem; a recuperação da aprendizagem, mas não da nota; nem uma coisa
nem outra (VASCONCELLOS, 2006: 93).
O que se recupera afinal? A recuperação de estudos, portanto concomitante ao
processo letivo, tem por lógica pedagógica recuperar os conteúdos não apropriados e não
os instrumentos de avaliação. Ou seja, os diferentes instrumentos de avaliação serão vias
para perceber os conteúdos que não foram apreendidos e que deverão ser retomados no
processo de recuperação de estudos. Como ocorre este processo? Ele é concomitante e
67
ocorre de duas formas: 1 - A retomada do conteúdo a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação. 2 - A reavaliação do conteúdo já "reexplicado" em sala. “Um
não nega o outro”. É preciso recuperar a partir de cada instrumento?
É muito perigoso ligar a recuperação de estudos aos instrumentos, da mesma
forma como é absolutamente antipedagógico e ilegal utilizar apenas a prova como via de
avaliação formal. Todos os instrumentos utilizados para trabalhar um conteúdo específico
são em si instrumentos que possibilitam verificar o processo de aprendizagem e, portanto,
de avaliação: textos escritos, apresentações, exercícios, produções coletivas ou
individuais, seminários, etc.
A recuperação não precisa preceder cada instrumento, uma vez, que todos os
instrumentos serão usados metodologicamente como via de ensino-aprendizagem,
portanto, de diagnóstico dos mesmos e não com fins de aferir valores. Cabe ao professor
perceber, através destes, em que dimensões os conteúdos devem ser retomados e
reavaliados.
A recuperação, assim sendo, não recupera os instrumentos e sim os conteúdos,
cujos instrumentos foram utilizados como via para aprender e como diagnóstico para
autorregular o processo.
A recuperação dos conteúdos deve ser realizada em forma de avaliação formal?
É preciso desvincular a ideia de reavaliação, que integra o processo de recuperação de
estudos, através apenas das provas formais. Não precisam ser provas necessariamente.
Pode ser uma pesquisa, seminário de apresentação para grupo de estudantes diferentes,
conforme a dimensão do conteúdo que não foi apropriada, entre outros.
Que pesos? O peso e a proporcionalidade das avaliações devem ser registrados
no Regimento Escolar. É importante ter claro que, se queremos superar a visão
meritocrática e pontual da avaliação, o peso das provas não deve ser maior que o peso
de outras atividades. para tanto é preciso ter definidos os critérios de avaliação, os
conteúdos a serem avaliados e os instrumentos a serem utilizados.
O peso da recuperação de estudos deve ser proporcional aos da avaliação, ou
seja, se o processo vai de 0 a 100% de apreensão, diagnóstico e retomada dos
conteúdos, a recuperação não será um “adendo” a nota , E terá peso de 0 a 100%.
Cuidar com sistemas que colocam determinado valor/porcentagem do trimestre
sobre provas outros valores/porcentagens em outras atividades de natureza diversa.
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Nesta lógica, as atividades não são reavaliáveis, além de sobrepor um momento
pontual e individual de avaliação sobre um processo que poderá ser mais diversificado, o
que significa a impossibilidade de reavaliar os conteúdos necessários e o peso integral
das avaliações.
9.3.3 Classificação / Reclassificação
A matrícula inicial no 6º ano do Ensino Fundamental por
classificação/reclassificação será permitida aos estudantes que por qualquer motivo
específico tenha realizado estudos fora do processo regular ou não os comprove
cabalmente, ou seja egresso de Programas de Educação Especial do DEE/SEED ou por
este supervisionado e será feita após exame especial em que avaliará o aproveitamento
de estudos realizados pelo educando.
O sistema de classificação e reclassificação que visa proporcionar ao estudante
na série, fase, período, ciclo ou etapa compatível com a Idade, experiência e
desempenho, adquiridos por meios formais ou informais. A classificação será realizada
por promoção para estudantes que cursarem com aproveitamento a série anterior no
próprio instituição, por transferência para candidatos procedentes de outras escolas
nacionais ou estrangeiras, considerando a classificação da escola de origem e
independente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, definindo
grande desenvolvimento, experiência do candidato e permite a sua inscrição na série
adequada.
Uma vez que tem caráter pedagógico a classificação exige algumas medidas
administrativas; procede a avaliação diagnóstica documentada pelo professor ou equipe
pedagógica, comunicar ao estudante ou responsável a respeito do processo a ser
iniciado para obter deste o respectivo consentimento, organizar concessão formada por
docente, técnicos e direção da escola para efetivar o processo; arquivar atas, provas,
trabalhos ou outros instrumentos utilizados; registrar os resultados no histórico escolar do
estudante .
Reclassificação é o processo pelo qual a escola avalia o grau de desenvolvimento
e experiência do estudante matriculado, levando em conta as normas curriculares gerais,
afim de encaminhá-lo ao período de estudos compatível com sua experiência e
desempenho independe do que registre o seu histórico escolar.
69
9.3.4 Aproveitamento de Estudos / Adaptação
As transferências dos estudantes matriculados nos Estabelecimentos de ensino
Fundamental nacional ou estrangeiro, para qualquer série ou período, far-se-ão mediante
aproveitamento de estudos e/ ou adaptações, na forma do presente Projeto Político
Pedagógico. Entende-se por aproveitamento de estudos os créditos que o estudante
recebe na instituição de destino pelos estudos feitos na instituição de origem, após o
cotejamento dos dois currículos.
O aproveitamento de estudos concluídos na série ou período, etapas, ciclos ou
fases com aprovação numa disciplina será concedida, mesmo que haja diferenças de
programas e de carga horária, não poderão ser aproveitados estudos de disciplinas que o
estudante foi reprovado por frequência suficiente ou por falta de aproveitamento mínimo,
já o aproveitamento de estudos de uma disciplina para outra equivalente, com nome
diverso poderá ser realizado mediante cotejo dos conteúdos programáticos de uma e
outra. O estudante transferido é obrigado a cursar, no instituição de destino, todas as
disciplinas do currículo pleno, excetuadas as que obteve aproveitamento.
Quando houver aproveitamento de estudos, a instituição de destino transcreverá no
histórico escolar a carga horária efetivamente cumprida pelo estudante , nas séries, fases,
ciclos ou períodos concluídos com aproveitamento na escola de origem, para fins de
cálculo de carga horária total do curso, assim no caso de transferência no decorrer do
período letivo, a instituição de destino deverá aproveitar a frequência da instituição de
origem e os resultados das avaliações realizadas.
Entende-se por adaptação o conjunto de atividades didático-pedagógicas,
desenvolvidas pelo estudante , sem prejuízo das atividades normais da série que se
matriculou, cuja finalidade é de ajustá-lo para seguir, com proveito, o novo currículo. Esta
será obrigatória sempre que o novo currículo for diferente daquele cursado na escola de
origem. Ocorrerá quando o estudo de qualquer disciplina do currículo do instituição de
ensino de destino não tiver sido feito em qualquer série ou período do instituição de
origem e não vier a ser ministrada, para o estudante em pelo menos uma série ou
período no instituição de destino.
As diferenças de currículos do instituição de origem com o de destino, pode se
dar em termos de: conteúdos, havendo necessidade de cursar disciplinas faltantes ou
carga horária, em função do mínimo obrigatório para expedição de certificado. O
70
cumprimento da carga horária adicional, em termos globais, somente será exigido, para
efeito de integralização curricular, em função do mínimo obrigatório por Lei para
expedição de certificado, e não para complementar carga horária destinada a
determinada disciplina. A adaptação das disciplinas da Base Comum não podem ser
dispensadas. Se o número de processo de adaptação for superior a cinco, o estudante
permanecerá na série anterior, dispensado das disciplinas em que tenha obtido
aprovação.
Na adaptação mediante compromisso com o pedagogo, cumprirá atividades
elaboradas pelo professor, que lhe serão atribuídas pelos mesmos, incluindo frequência a
certas aulas, leituras de livros, pesquisas de determinados assuntos, resolução de
exercícios, que constituíram para aprendizagem nas séries posteriores.
Para efetivação do processo de adaptação por compromisso são necessários os
seguintes procedimentos: comparação de conteúdos curriculares e de dias letivos,
elaboração do plano próprio flexível e adequado a cada caso pelo Coordenador de Ensino
ouvindo professores da respectiva série e aprovado por ato da Direção do instituição de
Ensino, elaboração da ata referente aos exames quando realizados, especificação das
adaptações a que se estará sujeito o estudante matriculado por transferência,
assegurando o mínimo de dias letivos estabelecidos para o Ensino Fundamental.
9.4 Processo de Aprimoramento da Prática Pedagógica - Formação Continuada
A proposta de formação continuada aos professores, com vistas a assegurar o
entendimento dos objetivos do Ensino Fundamental de nove anos, bem como as
especificidade dos estudantes, dar-se-á, na Semana Pedagógica, nas horas-atividade, em
reuniões pedagógicas, e trabalhos de estudo e reflexão proposto aos professores
individualmente.
Com relação à formação continuada e a qualidade do processo ensino-
aprendizagem acredita-se que são aspectos dependentes visto que a capacitação do
professor, bem como de todo profissional da educação, pode melhorar a qualidade do
ensino e da aprendizagem. Assim várias ações coletivas são feitas no sentido de
incentivar todos os profissionais a buscarem aperfeiçoamento político, científico e
pedagógico.
As tecnologias, as informações, os mercados, as ideologias vão se impondo e
71
contagiando o mundo. No entanto, um dos desafios é de como a educação compreende
este momento e garante ações e políticas que possam ser referência para todos,
sistematizando avanços significativos. A formação docente é um dos requisitos a ser
pensado numa perspectiva de desenvolvimento da sua capacidade indagativa, crítica e
reflexiva. E, segundo a LDB n° 9394/96, o professor é um profissional que deve ter
acesso à formação continuada e condições adequada de trabalho. Considerando que os
docentes exercem um papel fundamental frente à educação é que os professores desta
escola buscam aperfeiçoamento profissional participando ativamente de Simpósios,
Grupos de Estudos e cursos oferecidos pela SEED. Essa formação vem contribuindo de
forma qualitativa a postura do professor em sala de aula a partir das inovações e
conhecimentos adquiridos durante a formação continuada.
Desde o início do ano letivo são feitos diagnósticos entre os professores,
funcionários e equipe pedagógica com relação às suas necessidades.
Todos apontaram que as melhores formas de Capacitação são os Grupos de
Estudos, os Estudos de textos – já solicitados, a oferta de Palestras com profissionais
específicos de cada área, a melhoria da Jornada Pedagógica. E ainda apontaram os
cursos ofertados pelo NRE e SEED como o Projeto Contação de Histórias, os Cursos de
Linguagens e os Seminários, cuja qualidade foi elogiada.
Em consonância com a reivindicação dos professores a escola realiza grupos de
estudos nas horas atividades e leituras compartilhadas entre equipe pedagógica e
professores sobre a Recuperação de Estudos, indisciplina, organização do cotidiano
escolar, diversidade cultural, cultura afro e avaliação. Ainda são realizadas palestras que
versam sobre temas que os professores precisam trabalhar em sala de aula, mas que
exige maior preparo e domínio como: DST, AIDS, sexualidade e drogas.
Os professores, professores pedagogos e funcionários são incentivados a
participar de cursos de capacitação em outros municípios, Cursos de atualização e
Motivação, os Graduandos são incentivados a realizarem cursos de Pós-Graduação,
todos objetivando uma formação continuada e construção de uma gestão democrática,
bem como de uma sociedade mais justa.
A Escola não possui recursos próprios para oferecer aos professores cursos
específicos em suas disciplinas, como solicitaram, portanto incentiva-os a participar dos
cursos realizados por Universidades e Instituições variadas. Promove também, reuniões
72
com debates mensais entre todos os docentes de mesma disciplina para leitura e
discussão de textos teóricos ou sugestões que aparecem em revistas educacionais
especializadas ou fruto de experiências cotidianas, embasadas em teorias consagradas.
Infelizmente devido à realidade de localização de nosso Colégio, e de falta de
transporte para chegar até o mesmo, bem como ao reduzido número de turmas, a maioria
dos professores realizam a hora atividade sozinhos ou em duplas, o que dificulta a
realização de grupo de estudos. Porém vários textos e reportagens são disponibilizados
aos mesmos neste horário, os quais são discutidos entre equipe e professor, visto que
nesse horário é mais efetivo o assessoramento pedagógico.
9.5 Articulação com a Família e Comunidade / Reuniões de Acompanhamento
A articulação com a família e comunidade, ocorre na maioria das vezes através de
reuniões trimestrais. Isso exige um maior preparo pois temos que cativar a família no
sentido de que se preocupe com a vida de seus filhos. Mesmo não constando no
calendário acontecem como as demais, mas a equipe pedagógica costuma convocar os
pais de estudantes que apresentam não só problemas de indisciplina, mas com
dificuldades de aprendizagem, aqueles que repentinamente apresentam distúrbios de
comportamento, e também os pais daqueles que se destacam em diferentes atividades
As atividades como festas para os estudantes, gincanas culturais e amostras
pedagógicas, abertas também à comunidade escolar, têm suas datas marcadas desde as
primeiras semanas, onde há uma adaptação do professor às novas turmas e vice-versa.
9.6 Hora Atividade
De acordo com a Orientação nº 002/2017 DEB/SUE/SEED, a Hora Atividade
constitui-se no tempo reservado aos(as) professores(as) em exercício de docência para
estudos, avaliação, planejamento, participação em formações continuadas,
preferencialmente de forma coletiva, devendo ser cumprida integralmente na instituição
de ensino na qual o(a) profissional esteja suprido e no mesmo turno das aulas a ele(a)
atribuídas.
Quando o(a) professor(a) estiver suprido em mais de uma instituição de ensino, a
Hora Atividade, a ser cumprida, deverá ser proporcional ao número de aulas de cada uma
das instituições.
73
No tocante à organização da Hora Atividade concentrada para o ano letivo de
2017, o critério utilizado pela Equipe Pedagógica e Administrativa deu-se a partir dos dias
propostos pelo Núcleo Regional de Educação para as disciplinas afins, e dentro da
possibilidade dos professores, devido a distância entre o Colégio e o Município de
Bandeirantes, com a alteração proposta de 7 h/a para 5 h/a, no presente ano letivo.
Ficando da seguinte forma: 2ª Feira: História, Geografia,Filosofia, Ensino Religioso e
Sociologia; 3ª Feira: Biologia e Ciências; 4ª Feira: Matemática, Física e Química; 5ª Feira:
Língua Portuguesa e Língua Estrangeira (Inglês e Espanhol); 6ª Feira: Arte e Educação
Física. A instituição procurou respeitar a indicação, dentro do que foi possível,
possibilitando a participação dos professores com os pedagogos da escola e técnicas da
Educação Básica nas discussões, reflexões, orientações e aprofundamento de temas
relativos ao trabalho pedagógico.
9.7 Atuação da Equipe Multidisciplinar
Aos trinta dias do mês de abril de 2011 de acordo com a Resolução nº 3399/2010,
foi homologada a Equipe Multidisciplinar para atuar na escola desenvolvendo atividades
que despertem no estudante a valorização e o respeito à diversidade.
A Equipe Multidisciplinar do Colégio Estadual do Campo “Nossa Senhora da
Candelária” para o ano de 2017 eleita por aclamação, ficou assim constituída: Pedagoga
– Fátima Aparecida de Souza; Agente Educacional I Sebastiana de Fátima Ribeiro;
Agente Educacional II Clayton Rosa; – Professores da Área de Humanas – Silvia Maria
Daros e Tania Maria Arestides; Professor da Área de Matemática – Cintia Moskado;
Professores da Área de Ciências da Natureza: Andrea Castanho de Lima Silva;
Professores da Área de Linguagens: Ghislaine Cristine Aparecida Inácio e Samara Felix;
Convidados – Giovani Benedito Corsini e Isabel Cristina Xavier Bilar; Representante dos
Estudantes – Ana Caroline Fonseca e Natalia Moreira Santos.
A formação das equipes multidisciplinares nas escolas estaduais públicas do
Paraná, de acordo com a Resolução Nº 3399/2010, justifica-se pelas formas como
aconteceu a colonização do Brasil, visto que essa se deu de maneira violenta deixando
marcas negativas no povo brasileiro até os dias atuais, onde os povos africanos foram
duramente escravizados enquanto que os povos indígenas foram expulsos de seu
território em muitos casos foram extintos, nesse sentido são propostas várias ações para
74
que a comunidade escolar perceba essa dívida histórica e comece a repensar as relações
étnico-raciais, os direitos e a posição ocupada pelos negros e indígenas na sociedade.
Diante da ênfase para a alteração do currículo escolar, com a inserção da
temática da cultura afro-brasileira e indígena, devemos levar aos estudantes o
conhecimento desta lei. O negro quanto o indígena, como qualquer outro cidadão, tem
direitos e deveres, e deve ser tratado como tal, sem preconceito, racismo ou
discriminação. É preciso informar à população que esse estatuto pode fazer a diferença
para o cidadão e indivíduo negro e índio, numa sociedade bastante preconceituosa.
Nos anos de 2011 e 2012, o foco foi nestes dois temas, com o trabalho mais
centrado na Disciplina de História, porém houve o envolvimento de todas as disciplinas
com o objetivo de interferir no processo de desenvolvimento de crianças brancas, negras
e indígenas envolvendo os educadores na escola e a família.
Para o ano de 2013, o trabalho da Equipe Multidisciplinar voltou-se para a
Educação do Campo, visto sermos uma escola do campo, e os estudantes que aqui
estudam são oriundos da Zona Rural, residentes próximos ao colégio e/ou nos bairros,
sítios ou fazendas da região. Com base na nossa realidade, vimos a necessidade de focar
nosso trabalho em reflexões e análises sobre práticas pedagógicas relacionadas à
Educação do Campo, visto que é preciso educar o sujeito do campo garantindo-lhe o
direito ao conhecimento, à ciência e à tecnologia, sem deixar de lado seus valores, cultura
e identidade, porém o trabalho desenvolvido é sustentado por um currículo urbanizado,
deslocado das necessidades e realidade do campo.
Enquanto escola, temos que investir em um trabalho de orientação aos
educadores e palestras para o esclarecimento dos pais sobre o trabalho pedagógico
desenvolvido pela escola no tocante à Educação do Campo, a fim de desenvolver o
respeito e valorização da identidade e cultura dos povos do campo, que torne possível o
combate às práticas e discursos preconceituosos totalmente voltados para um currículo
urbanizado.
Porém para a partir de 2014 , voltou-se para a História e Cultura Afro-brasileira e
Indígena.
9.8 Acompanhamento das Atividades em Contraturno:
Sala de Apoio
O Colégio Estadual do Campo “Nossa Senhora da Candelária” - Ensino
75
Fundamental e Médio foi agraciado no ano de 2012, com a Sala de Apoio à
Aprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática para os estudantes do 6º e do 9º Ano,
que faz parte do programa de atividades curriculares complementares, que deve
funcionar em contraturno escolar. Que no caso do referido colégio, funciona no turno da
tarde. “O que não aconteceu mais a partir de 2013, pois segundo a legislação não temos
turmas suficientes para o funcionamento da Sala de Apoio, porém temos diversos
estudantes que necessitam de tal atendimento”.
A carga horária da Sala de Apoio é de 04 horas-aula semanais de Língua
Portuguesa e 04 horas-aula semanais de Matemática, para os estudantes, acrescido de
01 hora-aula-atividade para o professor, devendo ser ofertadas, prioritariamente, em
aulas geminadas, em dias não subsequentes, sempre tendo em vista o benefício do
estudante .
Tendo em vista a necessidade de prover meios aos Estabelecimentos de Ensino
para enfrentar as dificuldades de aprendizagem na leitura, na escrita e no cálculo o
Governo implementou este programa para o enfrentamento dos problemas relacionados
ao Ensino de Língua Portuguesa e Matemática e às supracitadas dificuldades de
aprendizagem identificadas nos estudantes matriculados no 6º e no 9º Ano do Ensino
Fundamental, no que se refere aos conteúdos de leitura, escrita e cálculo.
Este Programa vem ao encontro das necessidades dos Estabelecimentos de
Ensino da rede Estadual que estão recebendo alguns estudantes no 6º Ano que ainda
não adquiriram o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo. O alunado do Colégio
Estadual do Campo “Nossa Senhora da Candelária” compartilha desta realidade, temos
estudantes que não conseguem ler, produzir, interpretar e ou calcular.
Destacamos também como ponto positivo neste programa, a rotatividade, pois quando o
estudante que frequenta a Sala de Apoio sana as dificuldades apresentadas o mesmo é
dispensado, podendo vir um outro em seu lugar que esteja com algum problema no
aprendizado. E se por acaso aquele que fora dispensado precisar retornar no decorrer do
ano letivo, ele o faz.
9.9 Matriz Curricular, Organização dos Horários
A Matriz Curricular do Ensino Fundamental aprovada em 2011 para ser aplicada
em 2012 é composta por diversas disciplinas, na Base Nacional Comum: Arte, Ciências,
76
Educação Física, Geografia, História, Língua Portuguesa, Matemática e Ensino Religioso,
que é de oferta obrigatória aos estudantes do 6º e 7º Anos do Ensino Fundamental por
parte do instituição de Ensino, e no entanto, de matrícula facultativa, podendo os
estudantes escolherem participar ou não das aulas; E na Parte Diversificada a disciplina
é: LEM: Inglês.
A Matriz Curricular do Ensino Médio, Aprovada em 2010, com aplicação
simultânea em 2011 é composta pelas seguintes disciplinas na Base Nacional Comum:
Arte, Biologia, Educação Física, Filosofia, Física, Geografia, História, Língua Portuguesa e
Literatura, Matemática, Química e Sociologia. E na Parte Diversificada a disciplina: LEM
Inglês e LEM Espanhol ( Disciplina de matrícula facultativa ofertada no CELEM,
ministrada em turno contrário).
A distribuição dos horários das disciplinas é realizada contemplando tanto a
disponibilidade dos professores quanto a aprendizagem dos estudantes, evitando a
concentração de várias disciplinas de cálculos, num único dia, ou várias disciplinas
teóricas, exceto quando não há outra alternativa, mas sempre que possível há uma
dosagem.
ENSINO FUNDAMENTAL
ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NRE: 08 – CORNÉLIO PROCÓPIO MUNICÍPIO: 0240 - BANDEIRANTES
Instituição: 00630 – NOSSA SRA.DA CANDELARIA, C E-E FUND MED.
ENDEREÇO: RUA PADRE BENTO S/N – DISTRITO NOSSA SENHORA DA
CANDELÁRIA – BANDEIRANTES – PR
TELEFONE: 43 – 3586 1111
ENT. MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
CURSO: 4039 – ENSINO FUNDAMENTAL 6º/9º ANO
TURNO: MANHÃ MÓDULO: 40 SEMANAS
ANO DE APLICAÇÃO: 2013 FORMA: SIMULTANEA
BASE DISCIPLINAS / ANOS 6º 7º 8º 9º
Arte 2 2 2 2
77
NACIONAL
COMUM
Ciências 3 3 3 3
Educação Física 2 2 2 2
Ensino Religioso * 1 1 - -
Geografia 2 3 3 3
História 3 2 3 3
Língua Portuguesa 5 5 5 5
Matemática 5 5 5 5
Subtotal 23 23 23 23
PARTE
DIVERSIFI-
CADA
L.E.M. - Inglês 2 2 2 2
Subtotal 2 2 2 2
Total Geral 25 25 25 25
Matriz Curricular de acordo com a LDB Nº 9394/96.
*Ensino Religioso - Disciplina de matrícula facultativa.
Bandeirantes, 26 de novembro de 2012.
ENSINO MÉDIO
ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NRE: 08 – CORNÉLIO PROCÓPIO MUNICÍPIO: 0240 - BANDEIRANTES
INSTITUIÇÃO: 00630 – NOSSA SRA.DA CANDELARIA, C E-E FUND MED.
ENDEREÇO: RUA PADRE BENTO S/N – DISTRITO NOSSA SENHORA DA CANDELÁRIA –
BANDEIRANTES – PR
FONE: 43 – 3586 1111
ENT. MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
CURSO: 0009 – ENSINO MÉDIO TURNO: NOITE
ANO DE APLICAÇÃO: 2013 – SIMULTANEA MÓDULO: 40 SEMANAS
Disciplinas/ Série 1ª 2ª 3ª
Base ARTE 2 0 2
78
Nacional
Comum
BIOLOGIA
EDUCAÇÃO FÍSICA
FILOSOFIA
FÍSICA
GEOGRAFIA
HISTÓRIA
LÍNGUA PORTUGUESA
Matemática
QUÍMICA
SOCIOLOGIA
2
2
2
2
2
2
3
2
2
2
2
2
2
2
2
2
3
4
2
2
2
2
2
2
2
2
3
2
2
2
SUB-TOTAL 23 23 23
Parte
Diversifica
da
L.E.M. - INGLÊS 2 2 2
SUB-TOTAL 2 2 2
TOTAL GERAL 25 25 25OBSERVAÇÕES: MATRIZ CURRICULAR DE ACORDO COM A LDB Nº 9394/96
Serão ministradas 03 aulas de 50 minutos e 02 aulas de 45 minutos.
Plano de Complementação de Carga Horária (Matriz Curricular) 32 Horas
As 32 (trinta e duas horas) faltantes do Ensino Médio Noturno são suplidas com
Complementação de Carga Horária com atividades culturais, palestras, mutirões, roda de
conversa, seminários entre outros, em contraturno envolvendo a Direção, Equipe
Pedagógica, Professores e estudantes do Ensino Médio. E o registro do conteúdo/carga
horária, frequência dos estudantes devem constar no livro registro impresso ou registro de
classe online.
9.10 Calendário Escolar
O calendário escolar é elaborado anualmente, segundo o disposto na legislação
vigente, como as normas baixadas em instrução específica do Mantenedor, porém caberá
ao instituição de Ensino elaborar e propor para apreciação do Conselho Escolar e
posteriormente encaminhado ao Núcleo Regional de Educação para homologação. As
alterações no calendário deverão ser comunicadas em tempo hábil ao Mantenedor, para
79
as providências cabíveis. Assim é composto pelas 800 horas letivas perfazendo um total
de 200 dias letivos segundo a L.D.B. 9394/96; já as férias escolares seguem
determinações do Núcleo Regional de Ensino e da Secretaria de Estado da Educação. Os
feriados nacionais, estaduais, municipais e religiosos são marcados no calendário escolar
seguindo o calendário civil, as leis federais, estaduais e municipais.
O Plano de Trabalho Docente é elaborado no início do ano letivo com todos os
professores, das várias disciplinas. Ao encerrar o ano letivo propomos debates entre
professores e equipe técnico – pedagógica para descobrirmos pontos falhos e sugestões
que obtiveram bom resultado. As reuniões pedagógicas, de Conselho de Classe são
marcadas no Calendário Escolar em número de uma para o final de cada trimestre, mas
sobretudo, a pedagógica é realizada sempre que houver necessidade, os grupos de
estudo são marcados de acordo com as situações que acontecem no interior da Escola e
quando existem documentos a serem analisados por todo o corpo docente. As reuniões
do Conselho Escolar, A.P.M.F. não constam no calendário enviado ao Núcleo mas
também acontecem uma vez a cada bimestre, e/ou quando a escola recebe verbas a
serem aplicadas pela A.P.M.F.
A Recuperação de Estudos em nosso Colégio, não consta em Calendário, dar-se-
á de forma permanente e concomitante ao processo ensino-aprendizagem, e, todos os
estudantes têm direito a ela, independentemente do nível de apropriação dos
conhecimentos básicos.
Os horários de aula como já mencionado, são construídos considerando a
potencialização do processo ensino-aprendizagem evitando-se concentração de matérias
unicamente teóricas ou de cálculo num mesmo dia. Ainda, é considerada a peculiaridade
de que os professores aqui vêm com transporte fretado por eles, assim não é possível
atribuir aulas picadas em vários dias nos horários, o que inviabilizaria a complementação
da carga horária deste professores, no período noturno em outras escolas.
80COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO NOSSA SENHORA DA CANDELÁRIA
BANDEIRANTES
OFERTA: ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIOFUNCIONAMENTO: ( X ) MANHÃ ( X ) NOITE
CALENDÁRIO ESCOLAR - 2018
Janeiro Fevereiro Março
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 1 2 3 1 2 3
7 8 9 10 11 12 13 4 5 6 7 8 9 10 4 5 6 7 8 9 10
14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 17 11 12 13 14 15 16 17 DL 20
21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24 DL 08 18 19 20 21 22 23 24 AD 01
28 29 30 31 25 26 27 28 AD 02 25 26 27 28 29 30 31
Abril Maio Junho
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 7 DL 20 1 2 3 4 5 DL 21 1 2 DL 20
8 9 10 11 12 13 14 6 7 8 9 10 11 12 3 4 5 6 7 8 9
15 16 17 18 19 20 21 13 14 15 16 17 18 19 10 11 12 13 14 15 16
22 23 24 25 26 27 28 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23
29 30 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30
Julho Agosto Setembro
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 7 DL 09 1 2 3 4 DL 23 1 DL 19
8 9 10 11 12 13 14 AD 01 5 6 7 8 9 10 11 2 3 4 5 6 7 8
15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 9 10 11 12 13 14 15
22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25 16 17 18 19 20 21 22
29 30 31 DL 02 26 27 28 29 30 31 23 24 25 26 27 28 29
AD 03 307 Dia do Funcionário de Escola
Outubro Novembro Dezembro
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 DL 19 1 2 3 DL 18 1 DL 13
7 8 9 10 11 12 13 AD 01 4 5 6 7 8 9 10 2 3 4 5 6 7 8
14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 17 9 10 11 12 13 14 15
21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 22
28 29 30 31 25 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29
30 31
19 Emancipação Política do PR
28 Dia do Servidor Público
Início/Término das aulas Férias Discentes Férias/Recesso/Docentes
Semana Pedagógica MÊS DIAS MÊS DIAS
Planejamento janeiro/fev 48 janeiro/ férias 30
Férias julho 14 fev/recessos 14 Feriados Municipais dezembro 12 julho/recessos 10
Feriados recessos 3 dez/recessos 8
Formação em ação Total 77 outros recessos 3
Formação em ação disciplinar (previsão) Total 65
Fechamento do ano letivo
Conselho de Classe (sábado/período alternado) Período Letivo (Início e término)
Plano de Abandono Escolar Trimestral
Reunião Pedagógica (sábado/período alternado) 1º: de 15/02 a 24/05ANEXOS Dias Letivos: 193 2º: de 25/05 a 06/09
Horário das aulas Docentes: 08 3º de 10/09 a 19/12
Total: 200
Efetivo trabalho escolar – Delib. 02/02-CEE/PR: semana pedagógica (04 dias); formação em ação (01 dia); planejamento (02) dias; formação em ação disciplinar (01 dia). Dias e horas não computados para cumprimento da exigência legal para os alunos.
1 Confraternização universal 13 Carnaval - 14 Cinzas 30 Paixão
1 Páscoa - 21 Tiradentes 1 Dia do Trabalho - 31 Corpus Christi
7 Independência
12 N. S. Aparecida 2 Finados
15 Dia do Professor 15 Proclamação da República 25 Natal
20 Dia Nacional Consciência Negra
81
9.11 Proposta de Inclusão Educacional
A Inclusão é um tema muito discutido atualmente, exigindo estudo e participação
de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, aqui entendida não só
como a relacionada aos estudantes portadores de necessidades educacionais especiais,
que realmente é uma perspectiva que vem sendo construída. Aqui se faz referência a
inclusão de todos visto que trabalhar com afro-descendentes e valorizar as múltiplas
culturas brasileiras é explicitamente democratizar o ensino. De acordo com a LDB
9394/96 que torna obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena e
Resolução 3399/2010 foi criada a Equipe Multidisciplinar em nossa Escola, que neste ano
de 2017 foca seu trabalho nas diversidades culturais étnico-raciais, no fazer cumprir a lei
Nº10639, no reconhecer e combater a discriminação étnico-racial, no resgatar os
costumes e tradições, na adequação das práticas pedagógicas à História e Cultura Afro-
Brasileira, procurando valorizar a cultura e identidade desses povos.
Convém ainda salientar que a proposta de inclusão do Colégio aproveita-se do
texto de Ferraz para enfatizar que:
“As pessoas desejam ser consideradas em primeiro lugar, pois desejam ser
reconhecidas pelo seu nome e sobrenome, não por uma deficiência.” (p. 13,
2006).
O trabalho em sala de aula com alunos especiais exige do educador uma
especialização voltada às limitações destes alunos. Destaca-se que os profissionais da
educação têm procurado se capacitar na área da Educação Especial, portanto ainda a
oferta de cursos nesta área é reduzida pela SEED, precisa-se com urgência aumentar as
capacitações para atender esta modalidade de ensino, com subsídios teóricos e práticos
que possam aprimorar a prática pedagógica. Cabe ressaltar a falta de estrutura do prédio
escolar com as adequações para os que necessitam de cuidados especiais.
O Colégio tem atendido os alunos com necessidades especiais tendo em vista a
permanência e sucesso, através do apoio necessário à efetivação do processo ensino-
aprendizagem, possibilitando desta maneira a inclusão e possibilitando a educação para
todos, estabelecendo estratégias de intervenção que facilitam a efetivação da Proposta
Pedagógica Curricular com possibilidades de acesso ao conhecimento produzido
historicamente. Para isso temos buscado algumas parcerias com Instituições
Especializadas que têm em seu quadro profissionais habilitados que avaliam nossos
82
estudantes e encaminham para atendimento especializado (Sala de Recursos). Cabe
ressaltar que só a partir do ano de 2013 conseguimos estes encaminhamentos e
pudemos observar a partir de então, a melhora que ocorreu nestes estudantes.
9.12 Ações de Combate para o Enfrentamento à Violência e Uso Indevido de
Drogas
Segundo Leonardo de Araújo e Mota, “a busca por substâncias que proporcionem
ao homem a alteração de seu estado de consciência tem sido uma característica
observada em todas as civilizações. No entanto, somente a partir da modernidade essa
tendência assume sua atual dimensão compulsiva. Diante dos estragos provocados
por esta forma específica de consumo, as substâncias psicoativas surgem como as
principais responsáveis por uma gama de infortúnios presentes na era moderna, sendo
esta visão continuamente explorada pelos meios de comunicação, por meio de novelas,
programa de auditórios, noticiários, etc. Abordadas pelos organismos de repressão como
alheias à realidade de exploração e desordem próprias do capitalismo, busca-se ocultar
algumas causas da drogadição por meio de interpretações preconceituosas e
mistificadoras”.
Ainda segundo Leonardo, a mesma sociedade que se manifesta em reprimir os
usos e abusos de drogas, é a mesma que demonstra fomento e incentivo ao uso de
substâncias psicoativas, tais como remédios, bebidas alcóolicas e açúcares.
Temos na comunidade onde o colégio está inserido, um Grupo de Apoio que lida
com a questão do tratamento (encaminhando para a Comunidade Terapeutica São Pio,
aqueles que são dependentes químicos) e também trabalha a solidariedade entre os
sujeitos envolvidos.
Os membros, assim como toda liderança da Comunidade Terapêutica, uma vez no
ano, vem até o Colégio onde fazem palestras (geralmente uma médica) e dão testemunho
de vida para nossos estudantes. O objetivo desse trabalho é a prevenção, visto que não
temos caso de estudantes envolvidos com drogas.
9.13 Ações Preventivas em Parceria
No Distrito Nossa Senhora da Candelária, temos um Posto de Saúde com o qual
estabelecemos diversas parcerias, tanto quanto à vacinações, multirão de combate à
83
dengue, como palestras com o pessoal da Saúde do município que vêm até a escola
ministrá-las.
9.14 Envolvimento das Instâncias Colegiadas
Existe ainda a participação das instâncias colegiadas que possuem papéis
específicos, mas todos convergem para a solução dos problemas escolares.
9.14.1 Conselho Escolar
Este Conselho é um órgão colegiado, representativo da Comunidade Escolar, de
natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a organização e
realização do trabalho pedagógico e administrativo da instituição escolar.
É interessante ressaltar que a função deliberativa, refere-se à tomada de decisões
relativas às diretrizes e linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas e financeiras
quanto ao direcionamento das políticas públicas; a função consultiva refere-se a emissão
de pareceres para acabar com dúvidas quanto às questões pedagógicas, administrativas
e financeiras; a função avaliativa refere-se ao acompanhamento das ações educativas,
objetivando diagnosticar o problema, apresentar soluções e garantir a função social a que
a escola destina-se; e finalmente a função fiscalizadora refere-se ao acompanhamento e
fiscalização da gestão pedagógica, administrativa e financeira, garantindo a legitimidade
de suas ações.
Neste Colégio o Conselho é atuante, seus membros comparecem na escola
periodicamente para acompanhar o desenrolar do ano letivo, as apresentações de
Projetos e Atividades para a comunidade, bem como nas reuniões que são marcadas
periodicamente.
Como o mandato do Conselho atual acabou em fevereiro do presente ano, foi
realizada consulta junto à comunidade escolar para a escolha do novo Conselho Escolar
que ficou assim constituído:
Presidente: Camila Daniele Lemes Lopes de Almeida
Representante da Equipe Pedagógica: Fátima Aparecida de Souza
Representante do Corpo Docente do Ensino Fundamental: Cintia Moskado -
Suplente: Silvia Maria Daros
Representante do Corpo Docente do Ensino Médio: Samara Felix
Suplente: Tania Maria Arestides
84
Representante dos Funcionários Administrativos: Clayton Rosa
Representante dos Funcionários de Serviços Gerais: Sebastiana de Fátima Ribeiro
Representante do Corpo Discente do Ensino Fundamental: Claudemir Braz da Silva
Junior;
Suplente: Natália Moreira Santos;
Representante do Corpo Discente do Ensino Médio: Thainá Silva Costa
Suplente: Érica Christina de Moura
Representante dos Pais de estudantes do Ensino Fundamental: Raab Faria
Representante dos Pais do Ensino Médio: Giovani Benedito Corsini
Representante da Comunidade: Isabel Cristina Xavier Bilar.
9.14.2 APMF
A APMF é um órgão de representação dos Pais, Mestres e Funcionários do
instituição de Ensino, não tendo caráter político partidário, religioso, racional e nem fins
lucrativos.
Seus objetivos são a assistência ao Educando, a integração família-escola-
comunidade, enviando sugestões, conforme a proposta pedagógica; buscar integração
dos segmentos da sociedade organizada, no contexto escolar; estimular a organização do
Grêmio Estudantil; representar os interesses da comunidade escolar, contribuindo para a
melhoria do processo ensino aprendizagem; promover o entrosamento entre pais,
estudantes, professores, funcionários e comunidade, através de atividades sócio-
educativa-cultural-desportivas; gerir e administrar recursos próprios em conformidade
com prioridades estabelecidas em reunião conjunta com o Conselho Escolar; colaborar
com a manutenção e conservação do prédio escolar e suas instalações conscientizando a
comunidade sobre a importância dessas ações.
A APMF do Colégio é atuante, todos participam das reuniões programadas, mas
principalmente vêm até a escola. Nas reuniões para elaboração desse Projeto Político
Pedagógico reforçaram solicitações que fizeram anteriormente, algumas já foram
colocadas em prática em anos anteriores com sucesso que são o desenvolvimento de
atividades como a Feira de Ciências, a realização de palestras sobre temas de saúde,
meio ambiente e vida cidadã ou sobre a educação dos adolescentes e jovens; retificaram
a importância da abertura de um curso para os estudantes que terminaram o Ensino
85
Médio mas desejam e precisam de profissionalização e ainda ficaram responsáveis por
trazer a comunidade para a Escola e principalmente conversar com a Prefeitura sobre a
situação das estradas, que necessitam de manutenção.
A APMF não possui muitos recursos financeiros, mas quando os possui sempre
recorre ao Conselho Escolar para decidir o que a comunidade escolar mais necessita,
aproveitando a verba de forma mais adequada.
A APMF do Colégio é constituída pelos seguintes membros:
Presidente: Nivea Coelho Moreira dos Santos;
Vice-Presidente: Isabel Cristina Xavier Bilar;
1ª Secretária: Cintia Moskado;
2ª Secretária: Silvia Maria Daros;
1º Tesoureiro: Giovani Benedito Corsini;
2º Tesoureiro: Mário Ferreira Quina;
1ª Diretora Sociocultural Esportiva: Fátima Aparecida de Souza;
2ª Diretora Sociocultural Esportiva: Samara Felix;
Conselho Deliberativo e Fiscal: Raab Faria dos Santos, Maria José Ramos, Rubia
Luciana da Silva Constantino.
9.14.3 Representantes de Turma
Apesar de ainda não ter um Grêmio Estudantil formado, neste ano de 2017
fizemos eleição para escolha de líderes das turmas, para posterior formação do Grêmio.
Líderes estes, que fazem um trabalho ativo de divulgação das decisões escolares e
principalmente apresentam as reivindicações e necessidades dos estudantes.
Os representantes manifestaram o desejo de que fosse feita uma promoção para
alguns reparos na escola que não conseguem ser supridos com as verbas que vêm do
governo, tais como: conserto de ventiladores, televisões,fechaduras das portas, forro das
salas,entre outros. São questões que serão discutidas nas reuniões do Conselho Escolar
e APMF, para o planejamento e posterior execução.
Os representantes fazem um outro apontamento que é solicitação dos
estudantes, a existência de Projetos variados que os incentive a participar ativamente da
escola, bem como supere a rotina marcada pelo trabalho em sala de aula.
86
9.15 Diretrizes Curriculares que norteiam a Proposta Pedagógica Curricular
Os conteúdos da Proposta Curricular deste Colégio estão vinculados à realidade
local, garantindo a relação entre o acesso aos conhecimentos historicamente acumulados
e os saberes da vivência cotidiana (Diretrizes Curriculares Orientadoras -SEED/Pr., 2008).
Estão contemplados os saberes da História, da Cultura e da realidade do campo.
(Diretrizes Curriculares Orientadoras – Educação do Campo - SEED/PR., 2008)
Os conteúdos gerais estão ligados ao mundo do trabalho, ao desenvolvimento do
campo em todas áreas do conhecimento (Matemática, Língua Portuguesa, História,
Geografia, Ciências etc.)
Os conteúdos específicos estão de acordo com as características locais,
regionais, econômicas e culturais da comunidade.
Os estudos estão direcionados para o Mundo do Trabalho, Desenvolvimento
Social Justo, ecologicamente sustentável.
Os textos destacam a cultura do campo, movimentos sociais, a pobreza,
desigualdade social, lutas camponesas, a questão agrária, políticas públicas para o
campo dentre outros.
A diversidade do campo contempla os aspectos sociais, culturais, políticos,
econômicos, de gênero, geração e etnia.
A metodologia é direcionada a procedimentos como aulas na roça, excursões,
entrevistas, reuniões, dramatizações, observações etc.
9.16 Práticas Pedagógicas Existentes e Experiências Possíveis
Partindo da pesquisa, que é elemento essencial para que o professor aprofunde
os seus conhecimentos, ou para que entre em contato com os aspectos da realidade
vivida pelos povos do campo, considerando que requer observação, experimentação,
reflexão, análise, sistematização e estudos para aprofundamento teórico, vamos usar : Ir
a campo no campo” como um lema para pesquisa. Levando em conta que a escola é o
lugar das relações educativas formais, porém o mundo atual exige que na escola sejam
valorizados lugares em que acontece a educação, na sua vertente informal e não formal.
A roça, a mata, os rios , as associações comunitárias etc. são lugares educativos que, às
vezes, justamente por causa do contato diário, passam despercebidos, esquecidos no
momento da elaboração dos planejamentos de ensino.
87
Busca-se uma forma alternativa de como encaminhar as práticas pedagógicas já
existentes ,pois o que existe hoje no Colégio são alguns projetos voltados para a
Educação do Campo, focando o meio ambiente, impactos ambientais, práticas de
compostagem e de preservação, mas que precisam inserir-se no contexto maior da
escola e ser assumidos pela comunidade escolar:
- Horta: Projeto “Nossa Horta”: Professores, estudantes e funcionários construíram uma
horta e uma sementeira, com o intuito de produzir verduras e legumes para complementar
o programa da merenda escolar. Busca-se com isso proporcionar aos estudantes
experiências práticas ecológicas para a produção de alimentos; melhorar a nutrição de
todos os envolvidos na comunidade escolar; levar os estudantes a observar o ciclo de
crescimento das plantas; entender sobre vitaminas que os alimentos contém; promover
estudos, pesquisas, debates e atividades sobre questões: ambiental, alimentar e
nutricional. Cada disciplina contribuiu para a construção da horta e para a construção do
conhecimento.
-Meio Ambiente - “SOS Mata Ciliar”: Os estudantes, após estudos de textos sobre meio
ambiente, realizam paródias, teatros, poesias, redações, visitas e replantam as nascentes
do Rio que circunda o Distrito, incorporando assim os princípios de preservação
ambiental, e restauração da Mata Ciliar.
- Minhocário: Usando caixa construída com tijolos, realiza-se um sistema doméstico de
compostagem, onde é feito o aproveitamento dos resíduos orgânicos que se transformam
em fertilizante para ser utilizado na horta do Colégio. O sistema consiste em colocar na
caixa: terra, minhoca, lixo úmido, folhas secas e papel. Os estudantes são os
responsáveis de manter o material necessário para a compostagem e depois colocar os
fertilizantes nas plantas, sob a orientação do professor. Essa experiência possibilita a
sensibilização dos educandos para as práticas de conservação e utilização do solo.
- Mutirão contra a Dengue: O fato de estar ocorrendo altos índices de casos de dengue,
motivou Direção, Equipe Pedagógica, Professores e estudantes em parceria com os
Agentes de Saúde do Distrito, a desenvolverem um trabalho para compreender a relação
do lixo com a proliferação dessa doença e foi feito um mutirão para coleta de todo o lixo
acumulado.
9.16.1 Experiências que poderão gerar Novas Práticas Pedagógicas
88
A educação deve comprometer- se com as necessidades essenciais do indivíduo
e sua relação com a natureza, valorizando sua qualidade da vida, a qualidade do meio
ambiente, focando que se pode aumentar a produção, mas com técnicas não poluidoras.
Essa comunidade escolar é formada por pequenos produtores responsáveis pela
produção de alimentos, então um dos aspectos importantes para ser trabalhado é a agro
biodiversidade. Para que isso aconteça precisamos interagir com agricultores familiares,
que sabem lidar com a produção de alimentos, formas de cultivo e criação mais
adaptadas às condições ecológicas, e que não utilizam adubação Química ou
agrotóxicos.
No campo científico, a agroecologia apresenta-se como uma oposição ao
agronegócio, priorizando um constante diálogo entre o Saber Científico e o Saber
Popular. E nessa construção de conhecimentos , a participação da comunidade é
essencial, sendo os agricultores atores na construção de seus próprios processos de
desenvolvimento.
A prática agroecológica é um modelo produtivo alternativo, sustentável e com
menor dependência de insumos agrícolas e agrotóxicos, pois se utiliza de recursos
naturais, porém sem que se esgotem. Tem maiores condições de se desenvolver nas
pequenas propriedades, pois as famílias podem se utilizar de mão-de-obra própria.
Segundo Brizola (2010), o objetivo da agroecologia é trabalhar “agricultura e
alimentação mais saudável, com proteção ao meio ambiente e responsabilidade social”.
Ela integra vários conhecimentos: ambientais, culturais, agrícolas e técnicos. Podendo o
agricultor desenvolver a olericultura orgânica, plantas medicinais, fruticultura orgânica,
entre outros, tendo a consciência de que o uso de agrotóxicos retira vitaminas e minerais
dos alimentos.
Buscando permear a utilização de práticas pedagógicas coerentes com as
Diretrizes Nacionais e Estaduais da Educação do Campo e com a construção da
consciência e atitude ecológica da população do campo, práticas inclusivas e eficientes
na construção de um modelo humano e sustentável de convivência do homem com o
ambiente, poderão ser abordados temas como a destinação do lixo, o manejo e a
produção de alimentos, a introdução e aperfeiçoamento de procedimentos de saúde
preventiva, o estudo e aprimoramento da criação de animais e utilização de seus
subprodutos, e os cuidados com a água, nascentes, fontes, afluentes, riachos, rios, etc.
89
Compreendendo que uma grande parte da educação e da formação de hábitos ocorre a
partir de procedimentos adotados na escola e das ações das pessoas com quem se
convive.
Ampliando as práticas pedagógicas já existentes, podemos trabalhar outros temas
com o objetivo de resgatar a cultura e a identidade dos povos e comunidades do campo,
tais como:
1. “Diversidade na alimentação”, buscando uma boa alimentação, incluindo em nossas
refeições frutas, legumes, carnes, entre outros. Entretanto, para que isso aconteça é
preciso que estes alimentos sejam semeados, plantados e cultivados de preferência pelas
famílias que trabalham a terra.
2. “Plantas Medicinais e Alternativas de Saúde - Saúde preventiva”, que recupera
um conhecimento historicamente acumulado de que as plantas medicinais possuem
certas características capazes de auxiliar no tratamento de algumas doenças, mas que
segundo médicos e especialistas devem ser utilizadas com cautela. No entanto estas
plantas já começam a ser manipuladas em laboratórios comprovando que o
conhecimento popular deve ser considerado. Trabalho interdisciplinar envolvendo várias
disciplinas: momentos de leitura e de pesquisas de campo, discussões a respeito das
variedades de ervas, da seleção e da escolha das plantas, sistemas de medidas, formas
geométricas, tipos de solo, características climáticas entre outras.
3. “Água e preservação”: observação local dos rios próximos ao colégio; mata ciliar;
produção de mudas de plantas nativas para revitalização das matas; construção de uma
proteção para fonte de água; valorização e preservação ambiental; falta d’água; água e
biodiversidade; impactos ambientais causados por práticas agrícolas equivocadas;
abastecimento de água; rede de esgoto; a falta de água decorrente do desmatamento da
mata ciliar; as diversas formas de poluição e contaminação da água. Estas experiências
devem ser acompanhadas por diferentes atividades que possibilitam aos educandos uma
visão mais crítica e a mudança de hábitos.
4. “Festas”: entre histórias, crenças e tradições populares: Na Educação do e no Campo,
compreende-se que é necessário reconhecer e valorizar as diversas práticas e
experiências culturais da comunidade, transformando-as sempre que possível em
referenciais, em pontos de partida para a abordagem dos conteúdos escolares,
articulando desta forma, a escola à realidade. Compreendidas como os modos de vida,
90
que são os costumes, as relações de trabalho, familiares, religiosas, de diversões, festas,
e etc.”
5. “O conhecimento na memória e no cotidiano da comunidade”: resgatar práticas,
valores, crenças, Histórias, causos, lendas, entre outras características do passado, que
deixaram de existir e que estão guardados na memória dos moradores mais antigos da
comunidade, ou que resistem na atualidade como atividade costumeira e identitária.
Realizar experiências pedagógicas que instigam os educandos a buscarem nos avós, nos
vizinhos, ou seja, na História de vida da comunidade, seu cotidiano, informações sobre o
passado, promovendo boas discussões sobre os costumes e tradições presentes na
memória e as que fazem parte da realidade na atualidade.
Realizar uma roda de conversa com os avós, buscando interagir com o tempo
passado, objetivando entender como era a alimentação, a moradia, o vestuário, os modos
e costumes, a organização das famílias, a chegada até o lugar onde habitam, o uso do
solo, dos rios, os espaços de lazer.
Trabalhar textos históricos selecionados para discutir-se a questão do preconceito
na sociedade sobre o modo de vida dos sujeitos do campo.
6. “Valorizando a Cultura e a Identidade dos Sujeitos do Campo”: utilizando-se de
diversos materiais, debater as manifestações culturais dos sujeitos do campo, buscando
sempre valorizá-las na abordagem e no fortalecimento dos conteúdos.
Analisando criticamente textos e músicas, produzir poesias e paródias
destacando-se principalmente a alusão ao meio ambiente, a natureza, e incentivando, a
permanência no campo e seu desenvolvimento integral, enfatizando a educação
ambiental.
Refletir sobre a necessidade de permanecer no lugar de origem, continuar a
história de vida familiar, transmissão da vida e produção de alimentos versus mudanças
para os grandes centros, objetivando melhores condições de estudo, trabalho e
praticidade no dia a dia.
Com base nas análises feitas, e formação cultural da comunidade, realizar
pesquisa sobre costumes, festas, religiosidade, culinária, música, artesanato, e outros
temas característicos da comunidade e suas origens, a fim de perceberem a sua riqueza
cultural.
Entrevistar pessoas que moravam no campo e agora vivem na cidade,
91
questionando sobre os tipos de trabalho que realizavam no Campo; as formas de lazer no
Campo; motivos que o levaram à cidade; principais diferenças entre a vida que levavam
no campo e a vida que levam agora; como vivem na cidade e em que trabalham.
Valorizar o campo e seus sujeitos, enumerando uma série de vantagens: melhor
qualidade de vida, ar puro, pouca violência, respeito entre as pessoas, menor custo de
vida, alimentos naturais e mais saudáveis, maior valorização da família, vivência religiosa
mais intensa, convivência harmoniosa entre vizinhos (ajuda mútua em tempo difícil).
Sob a orientação dos professores, pesquisar fazendo um resgate sobre lendas,
contos e dizeres populares, parlendas, adivinhas, cantigas de roda, danças, jogos
folclóricos, entre outros costumes populares. E também sobre reformas e ações
governamentais que melhoraram as condições de vida do homem do campo e quais
medidas podem ser adotadas para que haja condições de desenvolvimento.
Lembrando que tratar da memória e cotidiano da comunidade, pouco adianta se
os resultados da pesquisa não forem problematizados, analisados profundamente e
articulados aos conteúdos escolares. Trata-se de partir de um cotidiano concreto,
reconhecendo a comunidade enquanto sujeitos do processo educativo, valorizando seus
saberes, e destes, ampliar e fortalecer com outros conhecimentos historicamente
construídos pela humanidade, possibilitando desta forma, que a escola seja um espaço
de diálogo e de produção de novos conhecimentos.
Embora, existam esses projetos, percebeu-se a existência de um número considerável
de estudantes que não acompanham os conteúdos trabalhados nas respectivas séries, ou
porque possuem dificuldades de aprendizagem acentuadas, ou porque são advindos de
Classes Especiais e Escolas Especiais, necessitando de um acompanhamento
individualizado, para efetivar seu processo de aprendizagem. Neste ano de 2017 temos
um aluno, que após passarem por avaliações foram encaminhados para Sala de
Recursos no Colégio Estadual Professor Mailon Medeiros e também temos um caso de
uma transferência recebida em agosto que o aluno tem laudo médico de retardo mental e
estamos montando um processo para encaminhamento de atendimento especializado.
9.17 Estágio Não Obrigatório
A instituição de ensino em consonância com as orientações da Secretaria de
Estado da Educação, oportunizará o estágio não obrigatório ao aluno do Ensino Médio,
92
justificado pela lei 11.0078/2009 e normatizado pela INSTRUÇÃO N.o 006/2009 –
SUED/SEED e define-se como Pedagoga responsável: Fátima Aparecida de Souza.
O estágio configura-se como uma prática profissional em situação real de
trabalho, assumido como ato educativo pela instituição de ensino, devendo ser planejado,
executado e avaliado em conformidade com os objetivos previstos no Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica.
O estágio não obrigatório configura-se como uma prática profissional
supervisionada, assumida pela instituição de ensino/mantenedora, facultativa ao
estudante, realizada em empresas e outras organizações públicas e particulares,
atendendo à legislação específica vigente.
O Termo de Compromisso para a realização de estágio é firmado entre a
instituição ensino, o estudante ou seu representante ou assistente legal e parte
concedente, observado o Termo de Convênio, previamente firmado entre a instituição de
ensino e a parte concedente.
A jornada de estágio não ultrapassará 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas
semanais, no caso de estudantes com necessidades especiais, e 6 (seis) horas diárias e
30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes da Educação Profissional de nível
médio e do Ensino Médio.
O estágio não obrigatório não interfere na aprovação ou na reprovação do
estudante e não é computado como componente curricular.
A duração do estágio não obrigatório, contratado com a mesma instituição
concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de estagiário com
deficiência.
O estágio não obrigatório, incluído no Projeto Político-Pedagógico/Proposta
Pedagógica, como atividade opcional para o estudante, terá carga horária acrescida à
carga horária regular e obrigatória no Histórico Escolar.
O estágio não obrigatório será desenvolvido com a mediação de docente
especificamente designado para essa função, o qual será responsável pelo
acompanhamento e avaliação das atividades.
10 Desafios Sócio-Educacionais Contemporâneos
Muitos desses desafios são expressões de lutas históricas e demandas existentes
93
na sociedade, os quais encontram respaldo legal e devem ser trabalhados articulados ao
currículo, sempre que o conteúdo “chamar”, fazendo parte da totalidade de um conteúdo.
10.1 Educação Ambiental
Definição de Educação Ambiental: Entende-se por Educação Ambiental os
processos contínuos e permanentes de aprendizagem em todos os níveis e modalidades
de ensino, em caráter formal e não formal, por meio dos quais o indivíduo e a coletividade
de forma a participativa constroem, compartilham e privilegiam saberes, conceitos,
valores socioculturais, atitudes, práticas, experiências e conhecimentos voltados ao
exercício de uma cidadania comprometida com a preservação, conservação, recuperação
e melhoria do meio ambiente e da qualidade devida para todas as espécies.
Políticas que regulamentam a Educação Ambiental no ensino formal: Lei 17505
de 11/01/13 que institui a Política Estadual de Educação Ambiental: Artigo 12 – A
educação ambiental será desenvolvida como uma política educativa integrada,
interdisciplinar, transdisciplinar e transversal no currículo escolar de forma crítica,
transformadora, emancipatória, contínua e permanente em todos os níveis e
modalidades; Artigo 13 – Os profissionais da educação, em suas áreas de atuação devem
receber formação continuada no período no período de suas atividades regulamentares
com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da
Política Nacional de Educação ambiental e da Política Estadual de Educação Ambiental.
Escola enquanto espaço educador sustentável: Aquele que tem intencionalidade
de educar para a sustentabilidade, tornando-se referência para o seu território, a partir
das ações correntes entre currículo, a gestão e as edificações as quais integram-se e
articulem-se entre si. - Com a intencionalidade de educar, precisa-se ampliar as ações de
conscientização da comunidade escolar da importância de manter o meio ambiente limpo
como: recolhimento de materiais eletrônicos, pilhas, baterias de celulares, lugares
adequados para o recolhimento de remédio vencidos, entre outros.
10.2 Educação das Relações Étnicos-Raciais e Ensino de História e Cultura
Indígena
Após assistir ao vídeo “Povos Indígenas: Conhecer para valorizar” , aconteceu
uma reflexão dos participantes a partir dos questionamentos: - O vídeo contribuiu para
94
desconstruir conceitos equivocados que são comuns em livros didáticos ou na nossa
formação inicial. Para tanto, apresentou e discutiu quatro equívocos: 1) Índio é tudo igual -
Não. Índio é generalizado na nossa nação como igual, mas há diversidade dentro da sua
cultura. Pois dentro da sua cultura existe vários tipos de línguas e crenças diferenciadas;
2) Índio é atrasado e primitivo - No texto a palavra primitivo e atrasado, entendemos que
seja no sentido pejorativo; 3) Índio parou no tempo - Não. Eles estão em constante
mudanças como qualquer pessoa, às vezes são mudanças boas e outras ruins; 4) Índio é
passado - Ele não é passado, apenas não é lembrado.
Foi apresentado como sugestão de ações a serem inseridas no PPP: - Em
Educação Física pode-se explorar os “jogos olímpicos indígenas”, saber como é
estabelecido as regras e quais as modalidades usadas; - Visitas em aldeias, como em
Santa Amélia para conhecer um pouco sobre a cultura indígena; - Entrar em contato
através da internet com alguns índios que estejam conectados com a rede; - Conhecer o
artesanato dos indígenas, entre outras.
Após a leitura da Lei nº 10.639/2003, refletiu-se sobre o seguinte questionamento:
Segundo a legislação, “Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira serão
ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação
artística, literatura e história brasileira”. Sendo assim, como ocorre a abordagem da
temática História e Cultura Afro-brasileira e Africana na prática pedagógica do cotidiano
de nossa escola?
Em nossa escola há um grande número de estudantes afro-descendente e por
este motivo, dentre outros, a abordagem da temática História e Cultura Afro-descendente
é constante. No decorrer de todo ano letivo são trabalhados nas disciplinas de História e
Geografia, todo o continente africano enfatizando a localização, a cultura, a divisão
política, os conflitos, etc. Já a disciplina de Arte aborda as pinturas corporais dos diversos
grupos africanos e o artesanato em cerâmica. Em Língua Portuguesa damos destaque
aos contos de origem africana com ilustração e representação dos mesmos. Também
durante todo o ano letivo, a questão do respeito aos diferentes grupos étnicos é bastante
trabalhada: todas essas atividades são apresentadas no final do ano, priorizando a
semana que ocorre o Dia da Consciência Negra com o propósito de enaltecer a influência
e contribuição do afro-descendente na composição da cultura brasileira.
Em sua fala a Professora Dra. Petronilha afirma que a implementação da Lei nº
95
10.639/03 incidirá em um novo projeto de nação brasileira. Qual o posicionamento do
coletivo em relação a esta afirmação? Concorda ou discorda? Por quê? - Concordamos.
Acreditamos que a miscigenação no Brasil acontecerá naturalmente e de forma mais
abrangente o que muito contribuirá para acabar com o preconceito em relação aos
diferentes grupos étnicos, formando uma grande nação miscigenada.
Segundo Pereira (2011), não somente o que se diz é capaz de fazer compreender
o que está em curso. Para Silva (2012, p.113) “Silêncio: ausência ou falta no discurso que
atua ativamente para construir sentidos”. Desta maneira, como pode ser caracterizado o
silenciamento face às temáticas Afro-brasileiras e Africanas no ambiente escolar? - Pode
ser caracterizado com uma conivência com o sistema predominante durante muito tempo
onde imperou o preconceito e a discriminação relacionados à falta de conhecimento e à
imposição dos grupos considerados “superiores”.
Como podemos contribuir para a efetivação da temática no currículo, nas práticas
pedagógicas e nas relações interpessoais cotidianas dentro/fora do ambiente escolar? -
Trazer pessoas da comunidade para contar sobre sua experiência de vida; - Formar
grupos de estudantes para sair na comunidade para conhecer a realidade da mesma; -
Trazer a comunidade para assistir as apresentações na escola; - Trazer grupo de
capoeira para se apresentar na escola; - Promover a interação aluno/comunidade nas
atividades de cultura afro brasileira e africana, como: visitas a comunidades quilombolas;
religiosidade – entrevistas com representantes das religiões – candomblé, entre outros.
10.3 Educação para o Envelhecimento Digno e Saúdavel
Após leitura dos textos e apresentação de vídeo, constatamos que a concepção
apresentada nesses materiais não estão ainda presentes no Projeto Político-Pedagógico
(PPP) da escola. E foi apresentado como sugestão de ações a serem inseridas no
referido documento, contemplando a Lei n. 10.741 de 2003 (Estatuto do Idoso), o
seguinte: - Convidar pessoas idosas da comunidade para narrar suas experiências de
vida aos estudantes; - Divulgar e Conhecer os trabalhos realizados pela 3ª idade:
caminhadas, bailes, festas, movimentos religiosos, etc.; - Conhecer e divulgar aos
estudantes o estatuto do idoso, o disque denúncia, etc.; - Comemorar na escola o dia 15
de junho – Dia mundial de conscientização da violência a pessoa idosa, promovendo
interações entre avós e escola: café, almoço, exposições de trabalhos feitos por eles, etc;
96
- Observar características familiares (costumes, aparência dos avós, genética); - Mudança
na fala cotidiana no ambiente escolar ao falar com o aluno, referindo-se a “seu
responsável” e não pai e mãe, já que muitos moram e/ou foram criados pelos avós; -
Abordar a temática quando o conteúdo de cada disciplina se referir a: genética,
descendência, características familiares, etc; - na disciplina de Língua Portuguesa: tornar
cotidiano o trabalho proposto pela Olimpíada de Língua Portuguesa, com gênero
Memórias Literárias, a partir de entrevistas e relatos com pessoas idosas da comunidade
local. Esse trabalho inclui também coleta de objetos antigos da comunidade para futura
exposição e divulgação de seus donos; - atender às duas intenções da SEED, que é: -
Atendimento ao idoso e - Preparar a aluno para conviver com o idoso e para ser um
idoso. A pessoa deve ter conhecimento de que ela está em processo de envelhecimento.
10.4 Direitos Humanos
Por que educar em direitos humanos?
Para reposicionar os compromissos nacionais com a formação de sujeitos sócio
históricos de direitos e de responsabilidades. Para que estes sujeitos possam influenciar
na construção e consolidação da democracia como um processo para o fortalecimento de
comunidades e grupos tradicionalmente excluídos de seus direitos.
O que são os direitos humanos?
Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos,
independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra
condição. Incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o
direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros. Todos merecem estes direitos,
sem discriminação.
Algumas das características mais importantes dos direitos humanos são:
Os direitos humanos são fundados sobre o respeito pela dignidade e o valor de cada
pessoa;
Os direitos humanos são universais, o que quer dizer que são aplicados de forma igual
e sem discriminação a todas as pessoas;
Os direitos humanos são inalienáveis, e ninguém pode ser privado de seus direitos
humanos; eles podem ser limitados em situações específicas. Por exemplo, o direito à
liberdade pode ser restringido se uma pessoa é considerada culpada de um crime diante
97
de um tribunal e com o devido processo legal;
Os direitos humanos são indivisíveis, inter-relacionados e interdependentes, já que é
insuficiente respeitar alguns direitos humanos e outros não. Na prática, a violação de um
direito vai afetar o respeito por muitos outros;
Todos os direitos humanos devem, portanto, ser vistos como de igual importância,
sendo igualmente essencial respeitar a dignidade e o valor de cada pessoa.
10.5 Educação do Campo
A concepção de campo tem o seu sentido cunhado pelos movimentos sociais no
final do século XX, em referência à identidade e cultura dos povos do campo, valorizando-
os como sujeitos que possuem laços culturais e valores relacionados à vida na terra.
Trata-se do campo como lugar de trabalho, de cultura, da produção de conhecimento na
sua relação de existência e sobrevivência. O que caracteriza os povos do campo é o jeito
peculiar de se relacionarem com a natureza, o trabalho na terra, a organização das
atividades produtivas, mediante mão-de-obra dos membros da família, cultura e valores
que enfatizam as relações familiares e de vizinhança, que valorizam as festas
comunitárias e de celebração da colheita, o vínculo com uma rotina de trabalho que nem
sempre segue o relógio mecânico.
Na educação do campo, devem emergir conteúdos e debates, entre outros, sobre:
- a diversificação de produtos relativos à agricultura e o uso de recursos naturais; - a
agroecologia e o uso das sementes crioulas; - a questão agrária e as demandas
históricas por reforma agrária; - os trabalhadores assalariados rurais e suas demandas
por melhores condições de trabalho; - a pesca ecologicamente sustentável; - o preparo
do solo.
Para a educação que se quer construir, um procedimento essencial é a escuta:
- escutar os povos do campo, a sua sabedoria, as suas críticas; - escutar os
educandos e as suas observações, reclamações ou satisfações com relação à escola e à
sala de aula; - escutar as carências expostas pelos professores das escolas do campo;
enfim, ouvir cada um dos sujeitos que fazem o processo educativo: comunidade escolar,
professores e governos, nas esferas municipal, estadual e federal; - por meio da escuta,
será gerado o diálogo e nele serão explicitadas as propostas políticas e pedagógicas
necessárias à escola pública.
98
A partir de investigações sobre os alimentos consumidos (pelos estudantes, pela
vizinhança da escola etc.), é possível estudar a divisão territorial do trabalho, a produção
e a circulação de mercadorias. Portanto, o eixo trabalho oferece aos professores
inúmeras possibilidades de seleção de conteúdos para cada ano escolar e para as
diversas modalidades de ensino.
Os saberes escolares localizam-se em dois planos: os saberes da experiência
trazidos pelos estudantes. Os saberes da experiência trazidos pelos professores,
somados aos específicos de cada área do conhecimento e aos gerais.
Para que se efetive a valorização da cultura dos povos do campo na escola, é
necessário repensar a organização dos saberes escolares; isto é, os conteúdos
específicos a serem trabalhados.
Uma das formas de reorganização ocorre no interior das diferentes disciplinas da
Base Nacional Comum, articulando os conteúdos sistematizados com a realidade do
campo. Inserindo a especificidade da vida das crianças do campo nas práticas
pedagógicas, as brincadeiras criadas pelas crianças, a sociabilidade entre elas, a
participação nas atividades domésticas e da lavoura etc. No campo, faz parte da
educação da criança e do jovem o acompanhamento das atividades que os pais realizam
na lavoura, desde que não sejam prejudiciais à sua saúde, e nem se caracterizem como
exploração de mão de obra infantil.
De fato, as crianças do campo acompanham o ciclo produtivo das plantas, sabem
o que comem e como foi produzido, começam desde pequenas a distinguir os problemas
existentes na agricultura, como os baixos preços dos produtos agrícolas. A criança vive o
seu cotidiano de forma que percebe os limites dos lugares (plantação, limites entre as
propriedades, estradas que são de domínio público etc.). Na escola, a criança necessita
aprender mais sobre os diferentes tempos e lugares, sobre os homens dos diferentes
lugares e tempos.
Pensar em formas alternativas de como encaminhar as práticas pedagógicas já
existentes nas escolas do campo também é uma forma de rever e prever novas
possibilidades educacionais. O que corre hoje, pelos relatos feitos pelos professores, são
projetos como: horta escolar, jardinagem, alimentação saudável, remédios caseiros,
plantio de mata ciliar etc; porém, muitos deles são desenvolvidos de forma isolada e
desarticulada e ficam muito ligados à figura de um professor. Esses projetos são
99
importantes, todavia precisam inserir-se no contexto maior da escola e assumidos pela
comunidade escolar. O diálogo e o encontro com o outro na escola, na comunidade são
centrais na elaboração de uma prática interdisciplinar.
A escola é o lugar das relações educativas formais. O mundo atual, porém, exige
que na escola sejam valorizados lugares em que acontece a educação, na sua vertente
informal e não-formal. A roça, a mata, os rios, as associações comunitárias etc. são
lugares educativos que, às vezes, justamente por causa do contato diário, passam
despercebidos, esquecidos no momento da elaboração dos planejamentos de ensino.
Uma aula na mata, na associação comunitária, na roça ou na cooperativa, dentre
tantos outros lugares, pode levar uma manhã toda, numa sequencia de encontros, para
que os estudantes compreendam as relações sociais de produção e o processo de
criação da mercadoria, circulação e de consumo. Para que a escola proponha tempos
diferentes, é preciso que o projeto Político Pedagógico seja coerente em seus princípios
pedagógicos, que cada planejamento de ensino explicite os objetivos, as articulações
entre disciplinas, os conceitos e noções a serem desenvolvidas com os estudantes. Caso
contrário, a prática poderá se tornar apenas uma visita a um outro ambiente que não a
sala de aula, não atingindo os objetivos de uma educação crítica.
10.6 L.E.M. - Inglês
Deve-se justificar a escolha da disciplina de Língua Estrangeira – Inglês para
contemplar a parte diversificada, partindo da concepção de que é a língua mais utilizada
no mundo, nos vários setores desde as Ciências, Literatura, Economia e Política. Portanto
foi escolhida visando preparar o indivíduo para o mundo do trabalho, bem como para
possibilitar que continue aprendendo.
10.7 HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO PARANÁ:
É importante explicitar que alguns componentes não se constituem em disciplinas
Curriculares, mas serão abordados como conteúdos em outras disciplinas como é o caso
de História e Geografia do Paraná que serão trabalhadas nas disciplinas de História e
Geografia, conforme o desencadeamento dos conteúdos ao longo das séries no Ensino
Médio e no Ensino Fundamental com maior concentração no 6º e 7º Anos.
100
11. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
APRESENTAÇÃO
Partindo da concepção de que a Escola é a instituição que tem como função a
transmissão do conhecimento produzido e acumulado historicamente, então se deve
encaminhar o processo ensino-aprendizagem possibilitando aos estudantes a
compreensão das formas de produção que o homem desenvolveu. E ainda, propiciar a
construção de saberes que possibilitem o entendimento das teias de relações
econômicas, sociais e culturais que definem sua própria vida, enquanto sujeito e autor do
momento histórico-social em que está inserido.
Nesse contexto, apropriar-se desse conhecimento constitui a condição mais
importante para a compreensão da realidade e, consequentemente, para a formação e o
exercício consciente da cidadania.
Versando sobre o currículo Saviani afirma:
“A escola existe, pois, para propiciar a aquisição dos instrumentos que
possibilitam o acesso ao saber elaborado (Ciência), bem como o próprio
acesso aos rudimentos desse saber. As atividades da escola básica devem
se organizar a partir dessa questão. Se chamarmos isso de currículo,
poderemos então afirmar que é a partir do saber sistematizado, a cultura
erudita, é uma cultura letrada. Daí que a primeira exigência para o acesso a
esse tipo de saber é aprender a ler e escrever. Além disso, é preciso
também aprender a linguagem dos números, a linguagem da natureza e a
linguagem da sociedade. Esta aí o conteúdo fundamental da escola
elementar: ler, escrever, contar, os rudimentos das ciências naturais e das
ciências sociais (história e geografia humanas).” (1994, p. 19-20)
Assim, na medida em que se estabelece como ponto de partida e de chegada
para a escola à prática da sociedade, todos os seus propósitos acadêmicos, seus
objetivos, seus métodos e avaliação devem ser repensados.
Uma questão específica colocada pela Educação do Campo às políticas
educacionais e às teorias pedagógicas diz respeito à concepção de escola e escola do
campo, uma escola que possibilite um vínculo de seu projeto pedagógico, com os
sujeitos concretos na diversidade de questões que a ‘vida real’ lhes impõe. Uma escola
cujos profissionais sejam capazes de coordenar a construção de um currículo que
contemple diferentes dimensões formativas e que articule o trabalho pedagógico na
101
dimensão do conhecimento com práticas de trabalho e cultura.
Isto vem acontecendo na Escola pública paranaense nos últimos anos e o
resultado será esboçado nas Propostas Curriculares elaboradas pelos Professores, as
quais serão apresentadas conforme a matriz curricular deste instituição.
Os conteúdos da Proposta Curricular deste Colégio estão vinculados à realidade
local, garantindo a relação entre o acesso aos conhecimentos historicamente acumulados
e os saberes da vivência cotidiana. (SEED/Pr., 2008).
Estão contemplados os saberes da História, da Cultura e da realidade do campo.
(SEED/PR., 2008)
Os conteúdos gerais estão ligados ao mundo do trabalho, ao desenvolvimento do
campo em todas áreas do conhecimento (Matemática, Língua Portuguesa, História,
Geografia, Ciências etc.)
Os conteúdos específicos estão de acordo com as características locais,
regionais, econômicas e culturais da comunidade.
Os estudos estão direcionados para o Mundo do Trabalho, Desenvolvimento
Social Justo, ecologicamente sustentável.
Os textos destacam a cultura do campo, movimentos sociais, a pobreza,
desigualdade social, lutas camponesas, a questão agrária, políticas públicas para o
campo dentre outros.
A diversidade do campo contempla os aspectos sociais, culturais, políticos,
econômicos, de gênero, geração e etnia.
A metodologia é direcionada a procedimentos como aulas na roça, excursões,
entrevistas, reuniões, dramatizações, observações etc.
Os recursos utilizados são as enciclopédias, livros, jornais, revistas, vídeos, rios,
campos, comunidade, posto de saúde, praças, etc. São considerados os tempos na
família, na escola, na produção, nas atividades culturais.
A avaliação se dará por meio de diversos instrumentos e em diversos espaços.
102
11.1 ARTE
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
Arte é conhecimento elaborado historicamente, que traz culturalmente a visão
particular do artista e um olhar crítico e sensível sobre o mundo. Portanto, esta proposta
visa à educação dos sentidos, concebendo o ensino de Artes como conhecimento,
trabalho e expressão e como necessidade de apropriação do saber artístico e estético. O
trabalho sistemático com o conhecimento vai possibilitar o desenvolvimento dos aspectos
cognitivo, perceptivo, criativo e expressivo nas linguagens da dança, arte visual, musical e
cênica, por meio da fruição, apreciação e reflexão do fazer, da leitura deste fazer e da sua
inserção na sociedade construída historicamente e em constante transformação.
“O ensino de Arte deve basear-se num processo de reflexão sobre a finalidade da
Educação, os objetivos específicos dessa disciplina e a coerência entre tais objetivos, os
conteúdos programados (os aspectos teóricos) e a metodologia proposta. Pretende-se
que os estudantes adquiram conhecimentos sobre a diversidade de pensamento e de
criação artística para expandir sua capacidade de criação e desenvolver o pensamento
crítico”.(DCE – Arte, 2008, p.52).
Entretanto, de acordo com a DCE – Arte, 2008 fica claro que diante da
complexidade da tarefa de definir a arte, considerou-se a necessidade de abordá-la a
partir dos campos conceituais que historicamente têm produzido estudos sobre ela, quais
sejam:
O Conhecimento Estético está relacionado à apreensão do objeto artístico como
criação de cunho sensível e cognitivo;
O Conhecimento Da Produção Artística está relacionado aos processos do fazer
e da criação.
“Orientada por esses campos conceituais, a construção do conhecimento em Arte
se efetiva na relação entre o estético e o artístico, materializada representações artísticas.
Apesar de suas especificidades, esses campos conceituais são interdependentes e
articulados entre si, abrangendo todos os aspectos do conhecimento em Arte”.(DCE –
Arte, 2008, p.53).
Nas aulas de Arte, os conteúdos devem ser selecionados a partir de uma análise
histórica, abordados por meio do conhecimento estético e da produção artística, de
maneira crítica, o que permitirá ao estudante uma percepção da arte em suas múltiplas
103
dimensões cognitivas e possibilitará a construção de uma sociedade sem desigualdades
e injustiças. O sentido de cognição implica, não apenas o aspecto inteligível e racional,
mas também o emocional e o valorativo, de maneira a permitir a apreensão plena da
realidade (FARACO apud KUENZER, 2000).
Para que o processo de ensino e aprendizagem se efetive é importante, que o
professor faça seu planejamento e trabalhe a partir de sua área de formação (Artes
Visuais, Música, Teatro e Dança) e de suas pesquisas, estudos, capacitação e
experiências artísticas, selecionando os conteúdos segundos os critérios apresentados na
proposta quanto as atitudes, valores, auto estima e auto confiança e estabelecendo
relações com os conteúdos e saberes das outras áreas da disciplina de Arte, nas quais
tiver algum domínio, reforçado na DEC – Arte, 2008 e no Caderno de Expectativas de
Aprendizagem (2012) que visa auxiliar o professor como subsídio para enriquecer a ação
do docente e destaca a importância da obrigatoriedade de se trabalhar os conteúdos de
música segundo a Lei nº 11769/2008, em todos os níveis da Educação Básica.
Na disciplina de Arte, além de trabalhar o conhecimento sobre as diversas áreas de
arte, deve tornar possível ao estudante vivenciar um trabalho de criação total e único. O
estudante passa a assimilar todo o caminho da produção do objeto: percorrendo desde a
criação do projeto, a escolha dos materiais e do instrumental mais adequado aos
objetivos estabelecidos, a metodologia empregada e, finalmente, a produção e o destino
do objeto criado.
Enfim, pela forte característica interdisciplinar e a partir do contexto local que
apresenta a disciplina de Arte na construção do conhecimento, possibilita a recuperação
da unidade do trabalho pedagógico, integrando com toda a equipe escolar e valorizando a
importância da dimensão dos espaços extras escolares, pois seus conteúdos de ensino
ensejam diálogos por diferentes áreas do conhecimento.
“A concepção de arte como fonte de humanização incorpora as três vertentes
das teorias críticas em arte: arte como forma de conhecimento, arte como ideologia e
arte como trabalho criador, por reconhecê-las como aspectos essenciais da arte na sua
complexidade de produto da criação humana. Por esse motivo, essa concepção constitui
o fundamento teórico das Diretrizes Curriculares de Arte para a Educação Básica, bem
como é fonte de referência para a organização da disciplina no seu conjunto”. (DCE –
Arte, 2008, p.62).
104
CONTEÚDOS
“Conteúdos estruturantes são conhecimentos de grande amplitude, conceitos que
se constituem em fundamentos para a compreensão de cada uma das áreas de Arte. Os
conteúdos estruturantes são apresentados separadamente para um melhor entendimento
dos mesmos, no entanto, metodologicamente devem ser trabalhados de forma articulada
e indissociada um do outro”. (DCE – Arte, 2008, p.63).
“Os conteúdos estruturantes, apesar de terem as suas especificidades, são
interdependentes e de mútua determinação. Nas aulas, o trabalho com esses conteúdos
deve ser feito de modo simultâneo, pois os elementos formais, organizados por meio da
técnica, do estilo e do conhecimento em arte, constituirão a composição que se
materializa como obra de arte nos diferentes movimentos e períodos”. (DCE – Arte, 2008,
p.66).
“A opção pelos elementos formais e de composição trabalhados pelos artistas
determinam os estilos e gêneros dos movimentos artísticos nos diferentes períodos
históricos. Da mesma forma, a visão de mundo, característica dos movimentos e
períodos, também determina os modos de composição e de seleção dos elementos
formais que serão privilegiados. Concomitantemente, tempo e espaço não somente
estão no interior dos conteúdos, como são também, elementos articuladores entre eles”.
“A explicitação dos conteúdos de Arte é uma preocupação e uma necessidade
para o melhor entendimento de como os conteúdos estruturantes podem ser organizados
no encaminhamento metodológico. Por isso, no quadro a seguir se explicita um recorte
dos conteúdos da disciplina a partir de seus conteúdos estruturantes em cada área de
Arte”. (DCE – Arte, 2008, p.67).
ENSINO FUNDAMENTAL
6º Ano
Área Música
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura Ritmo Greco-Romana
105
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Melodia
Escalas: diatônica
pentatônica
cromática
Improvisação
Oriental
Ocidental
Africana
Área Artes Visuais:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Bidimensional
Figurativa
Geométrica,
simetria
Técnicas: Pintura,
escultura,
arquitetura...
Gêneros: cenas da
mitologia...
Arte Greco-Romana
Arte Africana
Arte Oriental
Arte Pré-Histórica
Área Teatro:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Personagem
expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
Enredo, roteiro.
Espaço Cênico,
Adereços
Técnicas: jogos
teatrais, teatro
Greco-Romana
Teatro Oriental
Teatro Medieval
106
faciais
Ação
Espaço
indireto e direto,
improvisação,
manipulação,
máscara...
Gênero: Tragédia,
Comédia e Circo.
Renascimento
Área Dança:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Kinesfera
Eixo
Ponto de Apoio
Movimentos
articulares
Fluxo (livre e
interrompido)
Rápido e lento
Formação
Níveis (alto, médio
e baixo)
Deslocamento
(direto e indireto)
Dimensões
(pequeno e grande)
Técnica:
Improvisação
Gênero: Circular
Pré-história
Greco-Romana
Renascimento
Dança Clássica
7º Ano –
107
Área Música:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Escalas
Gêneros: folclórico,
indígena, popular e
étnico
Técnicas: vocal,
instrumental e mista
Improvisação.
Música popular e
étnica (ocidental
e oriental)
Área Artes Visuais:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Proporção
Tridimensional
Figura e fundo
Abstrata
Perspectiva
Técnicas: Pintura,
escultura,
modelagem,
gravura...
Gêneros: Paisagem,
retrato, natureza
morta...
Arte Indígena
Arte Popular
Brasileira e Paranaense
Renascimento
Barroco
108
Área Teatro:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Personagem
expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais
Ação
Espaço
Representação,
Leitura dramática,
Cenografia.
Técnicas: jogos
teatrais,
mímica,improvisação, formas
animadas...
Gêneros:
Rua e arena,
Caracterização.
Comédia dell’ Arte
Teatro Popular
Brasileiro e
Paranaense
Teatro Africano
Área Dança:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento
Corporal
Tempo
Ponto de Apoio
Rotação
Coreografia
Salto e queda
Peso (leve e pesado)
Fluxo (livre,
interrompido e
conduzido)
Lento, rápido e
moderado
Dança Popular
Brasileira
Paranaense
Africana
Indígena
109
Espaço
Niveis (alto, médio e
baixo)
Formação
Direção
Gênero: Folclórica,
popular e étnica
8º Ano
Área Música:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENT
OS FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Tonal, modal e a fusão de
ambos.
Técnicas: vocal,
instrumental e mista.
Indústria Cultural
Eletrônica
Minimalista
Rap, Rock, Tecno
Área Artes Visuais:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Estilização
Deformação
Técnicas:
Indústria Cultural
Arte no Séc. XX
Arte Contemporânea
110
Cor
Luz
desenho, fotografia,
audiovisual e mista...
Área Teatro:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Personagem:
expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais
Ação
Espaço
Representação
no Cinema e Mídias
Texto dramático
Maquiagem
Sonoplastia
Roteiro
Técnicas: jogos
teatrais, sombra,
adaptação
cênica...
Indústria Cultural
Realismo
Expressionismo
Cinema Novo
Área Dança:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Giro
Rolamento
Saltos
Aceleração e
desaceleração
Direções (frente,
atrás, direita e esquerda)
Improvisação
Hip Hop
Musicais
Expressionismo
Indústria Cultural
111
Coreografia
Sonoplastia
Gênero: Indústria
Cultural e
espetáculo
Dança Moderna
9º Ano
Área Música:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Técnicas: vocal,
instrumental e mista.
Gêneros: popular,
folclórico e étnico.
Música Engajada
Música Popular
Brasileira.
Música
Contemporânea
Área Artes Visuais:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Bidimensional
Tridimensional
Figura-fundo
Ritmo Visual
Técnica: Pintura,
grafitte,performance...
Gêneros: Paisagem
urbana, cenas do
Realismo
Vanguardas
Muralismo e Arte
Latino-Americana
Hip Hop
112
cotidiano...
Área Teatro:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Personagem
expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais
Ação
Espaço
Técnicas: Monólogo,
jogos teatrais,
direção, ensaio,
Teatro-Fórum...
Dramaturgia
Cenografia
Sonoplastia
Iluminação
Figurino
Teatro Engajado
Teatro do Oprimido
Teatro Pobre
Teatro do Absurdo
Vanguardas
Área Dança:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Kinesfera
Ponto de Apoio
Peso
Fluxo
Quedas
Saltos
Giros
Rolamentos
Extensão (perto e
longe)
Vanguardas
Dança Moderna
Dança
Contemporânea
113
Coreografia
Deslocamento
Gênero: Performance
e moderna
Nos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) gradativamente abandona-
se a prática artística e a ênfase nos elementos formais, tratando-se de forma superficial
os conteúdos de composição e dos movimentos e períodos.
Durante a Educação Básica, o estudante tem contato com fragmentos do
conhecimento em Arte, percorrendo um arco que inicia-se nos elementos formais, com
atividades artísticas (séries iniciais).
Torna-se imprescindível adotar outra postura metodológica, que propicie ao
estudante uma compreensão mais próxima da totalidade da arte. Somente abordando
metodologicamente, de forma horizontal, os elementos formais, composição e
movimentos e períodos, relacionados entre si e demonstrando que são interdependentes,
possibilita-se ao estudante a compreensão da arte como forma de conhecimento, como
ideologia e como trabalho criador, proposto nesta PPC.
ENSINO MÉDIO
1ª e 3ª Séries
ÁREA MÚSICA:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA AS SÉRIES
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Escalas
Modal, Tonal e fusão de
ambos
Música Popular Brasileira
Paranaense
Popular
Indústria Cultural
Engajada
Vanguarda
114
Gêneros: erudito, clássico,
popular, étnico, folclórico,
Pop ...
Técnicas: vocal,
instrumental, eletrônica,
informática e mista,
Improvisação
Ocidental
Oriental
Africana
Latino-Americana
Área Artes Visuais:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA AS SÉRIES
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Bidimensional
Tridimensional
Figura e Fundo
Figurativo
Abstrato
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Técnica: Pintura, Desenho,
fotografia, gravura e
escultura, arquitetura...
Gêneros: paisagem,
natureza-morta...
Arte Brasileira
Arte Ocidental
Arte Oriental
Arte Africana
Arte Paranaense
Arte Popular
Arte de Vanguarda
Indústria Cultural
Arte Contemporânea
Arte Latino-Americana
Área Teatro:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
115
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA AS SÉRIES
Personagem:
expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Técnicas: jogos teatrais,
teatro direto e indireto,
mímica, ensaio, Teatro-
Fórum
Roteiro
Encenação e leitura
dramática
Gêneros: Tragédia,
Comédia, Drama e Épico
Dramaturgia
Teatro Greco-romano
Teatro Medieval
Teatro Brasileiro
Teatro Paranaense
Teatro Popular
Indústria Cultural
Teatro Engajado
Teatro do Oprimido
Teatro Pobre
Teatro de Vanguarda
Teatro Renascentista
Teatro Latino-Americano
Teatro Realista
Teatro Simbolista
Área Dança:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTO
S FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA AS SÉRIES
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Kinesfera
Fluxo
Peso
Eixo
Salto e Queda
Giro
Rolamento
Movimentos articulares
Deslocamento
Pré-história
Greco-Romana
Medieval
Renascimento
Dança Clássica
Dança Popular
Brasileira
Paranaense
Africana
116
Improvisação
Coreografia
Gêneros: Espetáculo,
indústria cultural, étnica,
folclórica, populares e salão.
Indígena
Hip Hop
Indústria Cultural
Dança Moderna
Dança Contemporânea
“No Ensino Médio a prioridade é para a História da Arte, com raros momentos de
prática artística, centrando-se no estudo de movimentos e períodos artísticos, com
exercícios cognitivos, abstratos e na leitura de obras de arte”. (DCE – Arte, 2008, p. 69).
Torna-se imprescindível adotar outra postura metodológica, que propicie ao
estudante uma compreensão mais próxima da totalidade da arte. Somente abordando
metodologicamente, de forma horizontal, os elementos formais, composição e
movimentos e períodos, relacionados entre si e demonstrando que são interdependentes,
possibilita-se ao estudante a compreensão da arte como forma de conhecimento, como
ideologia e como trabalho criador, proposto nesta PPC.
METODOLOGIA
O encaminhamento metodológico contemplará as linguagens artísticas por meio
das manifestações/produções compostas pelos elementos básicos, com prioridade e
valorização do conhecimento nas aulas de Arte.
Nas Artes Visuais sugere-se que a pratica pedagógica parta da análise e produção
de trabalhos artísticos relacionados a conteúdos de composição em artes visuais, tais
como: imagens bidimensionais, desenhos, gravuras, fotografias, propaganda visual;
imagens tridimensionais: esculturas e instalações arquitetônicas.
Trabalhar com as artes visuais sobe uma perspectiva histórica e critica, reafirma a
discussão sobre essa área como processo intelectual e sensível que permite um olhar
sobre a realidade humano-social, e as possibilidades de transformação desta realidade.
Em Dança, o elemento central é o movimento corporal. Seu desenvolvimento no
tempo e no espaço implica que o professor explore as possibilidades de improvisar,
compor e criar. Nessa linguagem artística também podem ser abordadas questões acerca
das relações entre o movimento e dos conceitos a respeito do corpo e da dança, uma vez
que refletem esteticamente recortes da realidade.
117
Na linguagem musical, a simples percepção e memorização dos sons presentes
no cotidiano não caracterizam o conhecimento musical. Há que se priorizar no tratamento
escolar dessa linguagem, a escuta consciente de sons percebidos, bem como a
identificação de suas prioridades, variações e maneiras intencionais de como esses sons
são distribuídos numa estrutura musical. A escuta atenta propiciará o conhecimento da
organização desses elementos nos repertórios pessoais e culturais propostos nas aulas.
Na linguagem teatral também poderão ser exploradas as possibilidades de
improvisação e composição no trabalho com os personagens, com o espaço da cena e o
desenvolvimento de temáticas de textos literários ou dramáticos, clássicos ou de
narrativas orais e cotidianas. O desenvolvimento da linguagem do Teatro na escola
também se ocupa da montagem do espetáculo e da respectiva análise dos elementos
formadores dessa linguagem, de forma a proporcionar ao estudante conhecimentos por
meio do ato de dramatizar. Para tanto é necessário teorizar os movimentos e períodos
artísticos importantes na história do teatro, assim como proporcionar momentos para o
sentir, perceber, qualificando o trabalho artístico, não o reduzindo a um mero fazer,
propiciando ao aluno uma melhor maneira de relacionar-se consigo e com o outro.
Os saberes específicos em Arte, nas diferentes linguagens artísticas, sob a
concepção expressa nestas Diretrizes/PPC, integram-se as manifestações/produções
artístico-culturais; bem como contemplamos a Educação Ambiental, História e Cultura
Afro-Brasileira, Africana e Indígena (Leis nº 10.639/03 e 11.645/08), História do Paraná
(Lei nº 13.381/01), Música (Lei nº 11.769/08), Prevenção ao Uso Indevido De Drogas,
Sexualidade Humana, Enfrentamento à Violência Contra a Criança e o Adolescente,
Agenda 21 Escolar, a Educação Fiscal e do Campo, Educação para o Envelhecimento
Digno e Saudável, vinculando esses conteúdos aos já estabelecidos nos conteúdos
estruturantes que serão trabalhados na disciplina de Arte, onde serão contemplados no
PTD. Por sua vez, os estudantes passam a reconhecer que se constroem e são
construídos historicamente.
Ed. Fiscal e Ed. Do campo
- Período: anual, com mostra de resultados a cada 6 meses.
- Levantamento das atividades culturais entre os moradores do Bairro Nª Sra. Da
Candelária, e a sua possível comercialização, através de pesquisas , realizadas pelos
estudantes do 1º e 3ª ano do Ensino Médio.
118
- Trabalhos em Artes Visuais( pintura, colagens, desenhos, escultura, etc..), tendo como
objeto retratado a produção econômica do lugar, evidenciando os diferentes movimentos
da História da Arte e obras realizadas por pintores brasileiros.
– Mostra pedagógica, através de exposição no colégio, como finalização do projeto.
Cultura Afro e Indígena
– Durante todo o decorrer do processo educativo, onde haja presente o trabalho artístico,
seja em artes visuais, música, dança ou teatro das culturas Afro ou Indígena, será
trabalhada em sala de aula.
- Exposição de trabalhos, enaltecendo o dia da “Consciência Negra”.
O Trabalho em sala de aula deve-se pautar pala relação que o ser humano tem
com a arte, essa relação é de produzir arte, desenvolver um trabalho artístico ou de sentir
e perceber as obras artísticas. No espaço escolar, o objeto de trabalho é o conhecimento.
Desta forma devemos contemplar na metodologia do ensino da arte uma variedade de
meios para direcionar a aprendizagem do estudante .
Lançando mão de alguns recursos/métodos: - Aula expositiva; - Trabalho em
equipe; - Recursos audiovisuais; - Revistas e jornais; - Internet; - Materiais diversos:
transparências, textos, tesoura, cola, fita crepe e outros; - Releitura; - Atividades como
observação de obras de arte enfatizando a importância da arte (gênios da pintura);
audição de música; - Pesquisa dos movimentos artísticos citados na música; - Pesquisa
de artistas representantes de cada estilo na internet ou biblioteca; - criar formas a partir
de cada estilo utilizando técnicas e materiais variados; - exposição dos trabalhos; - Vídeo
sobre Siron Franco, um artista expressionista brasileiro ; - colagem e aplicação de
técnicas com lápis de cor e hidrocor dos períodos estudados; - Colagem e composições
dos diferentes estilos; - o – Artes figurativas; - Modelagem em argila baseada nas artes de
diversos artistas; - Recorte, colagem, montagem e pintura inspirado nas obras estudadas,
explorando temas, personalidades famosas de cinema e da política; - Pesquisa em grupo
sobre as invenções que usa ondas eletromagnéticas – rádio, tv, raios X, microondas,
radar e sobre a visão dos animais; - Confecção de cartazes para a apresentação do
trabalho de pesquisa enfocando curiosidades; - Estudos da aplicação das proporções em
nossos dias; - Trabalho em grupo, estudo, síntese e apresentação com escolha de filmes
de gêneros diferentes, analisando produções cinematográficas – sinopse, recursos
utilizados, gênero, som e música, uso da tecnologia, efeitos especiais e imagens; -
119
Apresentação na TV de algumas obras com efeitos de ilusão ótica; - Composições
aplicando grupos de cores, utilizando materiais variados; - Colagem com revistas; -
Exercícios trabalhados em sala de aula de desenhos do rosto humano; - Observação de
diferentes obras de artistas nacionais e internacionais enfocando o tema através de livros
ou na tv multimídia; - Exercícios teatrais; confecção de máscaras com materiais
diversos; atividades aplicando a mímica e máscaras; Através de textos teatrais
compostos pelos estudantes em grupo, apresentação das peças; - Construir e criar
diferentes instrumentos musicais com sucatas, analisando o resultado; Audição de
diferentes tipos de som produzidos no cotidiano e criados; - Pesquisa na biblioteca dos
gênios da música clássica e audição dos mesmos comparados com os da atualidade; -
Exercícios de ação, direção, intensidade, tempo, ritmo, amplitude, seleção e
apresentação de um repertório de movimentos; - Estudo de alguns artistas paranaenses,
movimentos artísticos e suas representações; - Pesquisa e aplicação de símbolos do
Paraná representando através de formas geométricas; - DVD – ritos e rituais indígenas; -
Estudos sobre os tipos de dança; - Apresentação de danças diversificadas Pen drive; -
Montagem de coreografias.
AVALIAÇÃO
A avaliação na disciplina de Arte, proposta nesta PPC embasado nas Diretrizes
Curriculares é diagnóstica e processual. É diagnóstica por ser a referência do professor
para planejar as aulas e avaliar os estudantes; é processual por pertencer a todos os
momentos da prática pedagógica. Inclui a avaliação do professor, da classe, sobre o
desenvolvimento das aulas e a auto-avaliação do estudante .
A avaliação em arte supera o papel de mero instrumento de medição da
apreensão de conteúdos e busca propiciar aprendizagens socialmente significativas para
o estudante .
O professor deve fazer um levantamento do conhecimento dos estudantes tendo
como referência o mundo do trabalho, das relações sociais e da cultura vivida pela
população do campo, e de suas respectivas habilidades como tocar um instrumento
musical, dançar, desenhar ou representar. Durante o ano letivo, as tendências e
habilidades dos estudantes para uma ou mais dimensões da arte também serão
detectadas e reconhecidas pelo professor.
120
A fim de se obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, são necessários
vários instrumentos de verificação, como o diagnóstico inicial e o acompanhamento da
aprendizagem no percurso e no final do período letivo, por meio de trabalhos artísticos,
pesquisas, debates, provas teóricas e práticas e registros em forma de relatórios.
Por meio desses instrumentos, o professor terá uma compreensão ampla e
necessária para planejar e acompanhar a aprendizagem durante o ano letivo, com o
propósito das seguintes viabilidades para aprender:
- Compreender, estruturar e organizar a arte e sua relação com a sociedade
contemporânea;
- Produção artística a partir da atuação do sujeito em sua realidade singular e
social;
- A apropriação prática e teórica dos modos de composição da arte nas diversas
culturas e mídias, relacionadas à produção, divulgação e consumo.
Diante dessas propostas almejadas, será possibilitado ao educando a
recuperação de estudos através da revisão dos conteúdos, preparação e apresentação
de trabalho individual e em grupo, a partir do estabelecido no PPP dessa instituição de
ensino.
Ocorrerá trimestralmente, sendo considerado como meios de avaliação o
desenvolvimento dos conteúdos e de atividades práticas no caderno de desenho ou em
outros suportes; a margem com medidas pré – estabelecidas e a organização e a estética
empregadas pelo educando avaliado durante o desenvolver artístico. Serão consideradas,
eventuais notas dadas, para algumas atividades durante as aulas.
A Recuperação de Estudos dár-se-á de forma permanente e concomitante ao
processo ensino-aprendizagem, e, todos os estudantes têm direito a ela,
independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos básicos.
REFERÊNCIAS:
Arte no Brasil. São Paulo, Abril Cultural, 1979, vol. 1 e 2.
BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Atica, 1991.
Caderno de Arte 1 e 2 – Projeto Correção de Fluxo, 1998.
CALABRIA, Carla P. B. E. Arte, História & Produção. Livro 1 e 2 ,FTD, 1997.
CAVALIERI, Ana Lucia F. Teatro vivo na escola. FTD, 1997.
CIT, Simone; TEIXEIRA, Lara. Histórias da Música Popular Brasileira para Crianças.
121
Governo do Paraná / Secretaria da Cultura. 2003.
FISCHER, Ernest. A Necessidade da Arte. Rio de Janeiro, Zahar, 1979.
FLEITAS, Juliana e Ornaldo. Arte e Comunicação. FTD, 1999.
Gênios da Pintura. São Paulo, Abril Cultural, 1973.
HADDAD, Denise A e ou. A Arte de fazer Arte. Vol. 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries. São Paulo:
Saraiva, 1999.
_____________ História da Arte. São Paulo, Salvat, 1978, vol. 2,7,9.
OSTROWER, Fayga. Criatividade e Processos de Criação. Petrópolis, Vozes, 1987.
___________ Fayga. Universos da Arte. Rio de Janeiro, Campus, 1983.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares Orientadorasde
Arte para a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba: SEED/PR,
2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. LDP: Livro
Didático Público de Arte. Curitiba: SEED-PR, 2006.
PAULA, CARLOS ALBERTO. ARTE ENSINO MÉDIO. EDITORAÇÃO ELETRÔNICA:
ÍCONE AUDIOVISUAL LTDA.
PROENÇA, GRAÇA. HISTÓRIA DA ARTE, ED. ÁTICA, 1994.
SANTOS, M.G..P. História da Arte. São Paulo, Atica, 2005.
SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Arte. Ensino médio. Volume único.
SEMINÁRIO FOLCLORE EM QUESTÃO – IIDAC
STRICKLAND, Carol. Arte Comentada. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
11.2 BIOLOGIA
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
A disciplina de Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA. Muitos
foram os conceitos elaborados sobre este fenômeno numa tentativa de explicá-lo e ao
mesmo tempo, compreendê-lo.
O interesse e a preocupação com o estudo dos seres vivos e dos fenômenos
naturais sempre esteve relacionado à necessidade de garantir a sobrevivência humana.
Durante toda história o ser humano usou de observações do meio natural a fim de
122
entender, explicar, usar e manipular os recursos naturais.
No entanto os conhecimentos apresentados pela disciplina de Biologia no Ensino
Médio não resultaram da apreensão contemplativa da natureza em si, mas dos modelos
teóricos elaborados pelo ser humano, no decorrer da história, sob influências religiosas,
econômicas, políticas e sociais.
A disciplina ao apresentar aos estudantes os modelos teóricos já elaborados pelo
ser humano, modelos esses que sofrem constantes alterações, por ser a biologia uma
ciência em constante construção, tem por finalidade valorizar os aspectos históricos da
ciência, reconhecendo que os avanços científicos de uma época dependem de
conhecimentos desenvolvidos em épocas anteriores e colocar ao alcance dos estudantes
conceitos fundamentais, que facilite sua ligação com o mundo e o entendimento de novos
estudos e descobertas científicas que remetem a sua vida, sua comunidade, seu planeta.
As ciências biológicas ocupam-se em observar, descrever, explicar e relacionar os
diversos aspectos da vida no planeta e têm permitido ampliar e modificar a visão do
homem sobre si próprio e sobre seu papel no mundo. As novas tecnologias aliadas ao
conhecimento biológico tem permitindo ao homem interferir na condição natural das
coisas, fazendo novas descobertas.
O estudante como ser integrante do meio onde vive deve ser capaz de perceber
a importância das ciências biológicas para compreender e entender as novas descobertas
científicas e as atitudes humanas que levam a preservação ou destruições dos recursos
naturais, a fim de criticá-las positivamente ou negativamente respaldado em
conhecimentos teóricos.
OBJETIVOS
- Valorizar os aspectos históricos da ciência, tais como os relativos ao desenvolvimento da
Genética, reconhecendo que os avanços científicos de uma época dependem de
conhecimentos desenvolvidos em épocas anteriores;
- Compreender os conceitos fundamentais em Biologia, que facilite sua ligação com o
cotidiano; perceber o quanto as ciências biológicas têm sido importante para a
comunidade e seu grande potencial para novas descobertas que se delineia neste século
XXI.
CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
123
- Organização dos Seres Vivos
- Mecanismos Biológicos
- Biodiversidade
- Manipulação Genética
- Classificação dos seres vivos: critérios
taxonômicos e filogenéticos.
-Sistemas biológicos: anatomia, morfologia
e fisiologia.
- Mecanismos de desenvolvimento
embriológico.
- Mecanismos celulares biofísicos e
bioquímicos.
- Teorias evolutivas.
- Transmissão das características
hereditárias.
- Dinâmica dos ecossistemas: relações
- Entre os seres vivos e interdependência
com o ambiente.
- Organismos geneticamente modificados.
METODOLOGIA
Em concordância com a Diretriz Curricular do Ensino de Biologia, a abordagem
dos conteúdos deve permitir a integração dos quatro conteúdos estruturantes de modo
que, ao introduzir a classificação dos seres vivos como tentativa de conhecer e
compreender a diversidade biológica, agrupando-os e categorizando-os, seja possível,
também, discutir o mecanismo de funcionamento, o processo evolutivo, a extinção das
espécies e o surgimento natural e induzido de novos seres vivos. Deste modo, a
abordagem do conteúdo “classificação dos seres vivos” não se restringe a um único
conteúdo estruturante. Ao adotar esta abordagem pedagógica, o início do trabalho
poderia ser o conteúdo específico “organismos geneticamente modificados”, partindo-se
da compreensão das técnicas de manipulação do DNA, comparando-as com os
processos naturais que determinam a diversidade biológica, chegando à classificação dos
Seres Vivos.
Portanto, é imprescindível que se perceba a interdependência entre os quatro
conteúdos estruturantes. Outro exemplo é a abordagem do funcionamento dos Sistemas
que constituem os diferentes grupos de seres vivos. Parte-se do conteúdo estruturante
124
Mecanismos Biológicos, incluindo-se o conteúdo estruturante Organização dos Seres
Vivos, que permitirá estabelecer a comparação entre os sistemas, envolvendo, inclusive,
a célula, seus componentes e respectivas funções. Neste contexto, é importante que se
perceba que a célula tanto pode ser compreendida como elemento da estrutura dos seres
vivos, quanto um elemento que permite observar, comparar, agrupar e classificar os seres
vivos. Da mesma forma, a abordagem do conteúdo estruturante Biodiversidade envolve o
reconhecimento da existência dos diferentes grupos e mecanismos biológicos que
determinam a diversidade, envolvendo a variabilidade genética, as relações ecológicas
estabelecidas entre eles e o meio ambiente, e os processos evolutivos pelos quais os
seres vivos têm sofrido modificações naturais e as produzidas pelo homem.
As exemplificações citadas acima remete uma metodologia que integre os
conteúdos, afim de não fragmentar conhecimentos e ainda permitir ao estudante a
compreensão dos conteúdos da disciplina de uma maneira interligada colocando-o como
parte interessada dessa ciência na qual é integrante e construtor.
Ao trabalhar de maneira integrada um conteúdo específico, que perpasse pelo
básico e estruturante serão contempladas também as leis: Lei 9.795/99 – Política
Nacional de Educação Ambiental; Lei 10.639/03 - ensino sobre História e Cultura Afro-
Brasileira. ; Lei 11.645/08 - Estudo da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena;
Educação Fiscal e Educação do Campo.
Serão utilizadas aulas expositivas, debates, entrevistas, questionários
complementares, palestras, vídeos, textos, cartazes a fim de permitir o aprendizado dos
conteúdos da disciplina pelos educandos.
AVALIAÇÃO
O processo de avaliação será diagnóstico e formativo o que possibilita retratar
todas as fases de desenvolvimento no processo de ensino aprendizagem. Fazem parte do
processo de avaliação da aprendizagem instrumentos tais como exposição e
apresentação de trabalhos, relatos orais e escritos, provas orais e escritas, participação
em todas as atividades propostas. A avaliação será realizada de forma diversificada,
utilizando diversos mecanismos de aferição. Recuperações de conteúdos e notas serão
realizadas quando se fizer necessário após a verificação da aprendizagem por meio de
125
atividades avaliativas, considerando-se para efeitos de aproveitamento a maior
mensuração obtida.
Espera-se que o estudante :
- Identifique e compare as características dos diferentes grupos de seres vivos;
- Estabeleça as características específicas dos micro-organismos, dos organismos
vegetais e animais, e dos vírus;
- Classifique os seres vivos quanto ao número de células (unicelular e pluricelular), tipo de
organização celular (procarionte e eucarionte), forma de obtenção de energia (autótrofo e
heterótrofo) e tipo de reprodução (sexuada e assexuada);
- Reconheça e compreenda a classificação filogenética (morfológica, estrutural e
molecular) dos seres vivos;
- Compreenda a anatomia, morfologia, fisiologia e embriologia dos sistemas biológicos
(digestório, reprodutor, cardiovascular, respiratório, endócrino, muscular, esquelético,
excretor, sensorial e nervoso);
- Identifique a estrutura e o funcionamento das organelas citoplasmáticas;
- Reconheça a importância e identifique os mecanismos bioquímicos e biofísicos que
ocorrem no interior das células;
- Compreenda os mecanismos de funcionamento de uma célula: digestão, reprodução,
respiração, excreção, sensorial, transporte de substâncias;
- Compare e estabeleça diferenças morfológicas entre os tipos celulares mais frequentes
nos sistemas biológicos (histologia);
- Reconheça e analise as diferentes teorias sobre a origem da vida e a evolução das
espécies;
- Reconheça a importância da estrutura genética para manutenção da diversidade dos
seres vivos;
- Compreenda o processo de transmissão das características hereditárias entre os seres
vivos;
- Identifique os fatores bióticos e abióticos que constituem os ecossistemas e as relações
existentes entre estes;
- Compreenda a importância e valorize a diversidade biológica para manutenção do
equilíbrio dos ecossistemas;
- Reconheça as relações de interdependência entre os seres vivos e destes com o meio
126
em que vivem;
- Identifique algumas técnicas de manipulação do material genético e os resultados
decorrentes de sua aplicação/utilização;
- Compreenda a evolução histórica da construção dos conhecimentos biotecnológicos
aplicados à melhoria da qualidade de vida da população e à solução de problemas
socioambientais;
- Relacione os conhecimentos biotecnológicos às alterações produzidas pelo homem na
diversidade biológica;
- Analise e discuta interesses econômicos, políticos, aspectos éticos e bioéticos da
pesquisa científica que envolvem a manipulação genética.
REFERÊNCIAS
AMABIS, J. M. e MARTHO, G, R. BIOLOGIA. São Paulo: Moderna, 2010.
__________. Fundamentos da Biologia Moderna . São Paulo: Moderna, 2005;
GASPARIN, J.L. Uma didática para a pedagogia Histórico Crítica. Campinas: Autores
Associados, 2002.
LINHARES , Sérgio. Biologia Hoje. São Paulo: Ática, 2005.
LOPES, Sônia. Biologia Essencial. São Paulo: Saraiva, 2005. Superintendência de
Educação.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Biologia para
a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008.
__________. Departamento de Ensino Médio. LDP: Livro Didático Público de
Biologia. Curitiba: SEED-PR, 2006.
PAULINO, Wilson Roberto. Biologia Atual. São Paulo: Ática, 2005.
SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Biologia. Ensino médio. Vol. único.
Sites da Internet:
CENTRO NORDESTINO DE INFORMAÇÕES SOBRE PLANTAS. Disponível no
site:<www.cnpi.org.br>.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Disponível no site: <www.mma.gov.br.
NÚCLEO INTERDISCIPLINAR DE BIOÉTICA. Disponível no site:
<www.bioetica.ufrgs.br>.
PROJETO PEIXE-BOI. Disponível no site:<www.projetopeixe-boi.org.br>.
127
PROJETO TAMAR. Disponível no site:< www.projetotamar.org.br>.
REVISTA BIOTECNOLOGIA, CIÊNCIA E DESENVOLVIMENTO. Disponível no site:
<www.biotecnologia.com.br>.
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS. Disponível
no site: <www.pr.gov.br/sema>.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANATOMIA. Disponível no site: <
www.sbanatomia.com.br>.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE BIOTECNOLOGIA. Disponível no site:
<www.sbbiotec.org.br>.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE BIOÉTICA. Disponível no site: <www.sbbioetica.org.br>.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE BOTÂNICA. Disponível no site: <www.botanica.org.br>.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE GENÉTICA. Disponível no site: <www.sbg.org.br>.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE GENÉTICA CLÍNICA. Disponível no site:
<www.sbgc.org.br>.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FISIOLOGIA. Disponível no site: <www.sbfis.org.br>.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FISIOLOGIA VEGETAL. Disponível no site:
<www.cpa.unicamp.br/sbfv/>.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE REPRODUÇÃO HUMANA. Disponível no site:
<www.sbrh.med.br>.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOLOGIA. Disponível no site: <www.sbz.org.br>.
SOCIEDADE NORDESTINA DE ECOLOGIA. Disponível no site: <www.sne.org.br>
11.3 CIÊNCIAS
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Ciências
(2008), a referida disciplina tem como objeto de estudo o conhecimento científico que
resulta da investigação da natureza, sendo do ponto de vista científico, o conjunto de
elementos integradores que constitui o Universo em todo sua complexidade, cabendo ao
homem interpretar racionalmente seus fenômenos resultantes das relações entre
elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força, campo, energia
e vida.
As relações entre os seres humanos com os demais seres vivos e com a natureza
ocorrem pela busca de condições favoráveis de sobrevivência, porém a maneira de como
128
o homem interage com a natureza possibilita a incorporação de experiências, técnicas,
conhecimentos e valores produzidos através de trabalhos em conjunto com seus
semelhantes e transmitidos culturalmente. Portanto, a cultura, o trabalho e o processo
educacional asseguram a elaboração e a circulação do conhecimento, estabelecendo
novas formas de relação com a natureza, passando a compreendê-la e apropriando-se
dos seus recursos.
Foi através da observação de regularidades percebidas na natureza que o
conhecimento científico passou a ser sistematizado, permitindo a apropriação da
compreensão dos fenômenos que nela ocorrem.
A ciência sendo uma atividade humana complexa, histórica e coletivamente
construída, não revela a verdade, mas propõe modelos explicativos construídos a partir
da aplicabilidade de métodos científicos.
Como não é possível existir uma descrição universal para os modelos diante da
complexidade dos fenômenos naturais, faz-se necessário considerá-los como uma
construção coletiva produzida por grupos de pesquisadores e instituições num
determinado contexto histórico, num cenário sócio-econômico, tecnológico, cultural,
religioso, ético e político, sendo imprescindível, ainda determiná-lo no tempo e no
contexto das realizações humanas, que são também historicamente determinadas. Neste
conceito conceituar ciência, exige cuidado epistemológico, sendo necessário, para
conhecer a real natureza da ciência, investigar a história da construção do conhecimento
científico.
A historicidade da ciência está ligada não somente ao conhecimento científico,
mas também às técnicas pelas quais esse conhecimento é produzido, as tradições de
pesquisas que os produzem e as instituições que as apoiam (KNELLER, 1980). Nesses
termos, analisar o passado da ciência e daqueles que a construíram, significa identificar
as diferentes formas de pensar sobre a natureza nos diversos momentos históricos.
Segundo Marandino (2005), o ensino de Ciências no Brasil foi influenciado pelas
relações de poder que se estabeleceram entre as instituições de produção científica, pelo
papel reservado à educação na socialização desse conhecimento e no conflito de
interesses entre antigas e recentes profissões, “frutos das novas relações de trabalho que
se originaram nas sociedades contemporâneas, centradas na informação e no
consumo” (MARANDINO, 2005, p. 162).
129
CONTEÚDOS
6º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
- ASTRONOMIA
- MATÉRIA
- SISTEMAS BIOLÓGICOS
- ENERGIA
- BIODIVERSIDADE
- Universo
- Sistema solar
- Movimentos terrestres
- Movimentos celestes
- Astros
- Constituição da matéria
- Níveis de organização
- Formas de Energia
- Conversão de Energia
- Transmissão de energia
- Organização dos seres vivos
- Ecossistemas
- Evolução dos seres vivos
7º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
- ASTRONOMIA
- MATÉRIA
- SISTEMAS BIOLÓGICOS
- ENERGIA
- BIODIVERSIDADE
- Astros
- Movimentos terrestres
- Movimentos celestes
- Constituição da matéria
- Célula
- Morfologia e fisiologia dos seres vivos
- Formas de Energia
- Transmissão de energia
- Origem da vida
- Organização dos seres vivos
- Sistemática
130
8º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
- ASTRONOMIA
- MATÉRIA
- SISTEMAS BIOLÓGICOS
- ENERGIA
- BIODIVERSIDADE
- Origem e evolução do Universo
- Constituição da matéria
- Célula
- Morfologia e fisiologia dos seres vivos
- Formas de Energia
- Evolução dos seres vivos
9º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
- ASTRONOMIA
- MATÉRIA
- SISTEMAS BIOLÓGICOS
- ENERGIA
- BIODIVERSIDADE
- Astros
- Gravitação universal
- Propriedades da matéria
– Morfologia e fisiologia dos seres vivos
- Mecanismos de herança genética
- Formas de Energia
- Conservação de energia
- Interações ecológicas
METODOLOGIA
O ensino de Ciências possibilita ao sujeito a capacidade de: Entender a realidade
situar-se no mundo de forma ativa, ser crítico, ler textos científicos, entender e avaliar
questões sociais, políticas e econômicas, proporcionando o desenvolvimento de uma
postura crítica e reflexiva frente às descobertas e os fatos científicos do mundo real.
Estas Diretrizes Curriculares para o ensino de Ciências propõem uma prática
pedagógica que leve à integração dos conceitos científicos e valorize o pluralismo
metodológico.
Para isso é necessário que os conteúdos específicos de Ciências sejam
entendidos em sua complexidade de relações conceituais, não dissociados em áreas de
131
conhecimento físico, químico e biológico, mas visando uma abordagem integradora.
Tais conteúdos podem ser entendidos a partir da mediação didática estabelecida
pelo professor de Ciências, que pode fazer uso de estratégias que procurem estabelecer
relações interdisciplinares e contextuais, envolvendo desta forma, conceitos de outras
disciplinas e questões tecnológicas, sociais, culturais, éticas e políticas.
No âmbito de relações contextuais, ao elaborar o Plano de Trabalho Docente, o
Professor de Ciências deve prever a abordagem da História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana (Lei 10.639/03), História e Cultura dos povos indígenas / Equipe
Multidisciplinar(Lei 11.645/08), Música (Lei nº 11.769/08), Educação Fiscal, História do
Paraná (Lei nº 13.381/01), Prevenção Ao Uso Indevido de Drogas, Sexualidade
Humana, Educação Fiscal, Enfrentamento à Violência Contra a Criança e o
Adolescente, Direito das Crianças e Adolescentes (Lei Fed. Nº 11.525/07), Educação
Tributária (Dec. Nº 1.143/99, Portaria nº 413/02), Política Nacional de Educação
Ambiental (Lei 9.795/99) e Educação do Campo.
O professor de Ciências, responsável pela mediação entre o conhecimento
científico escolar representado por conceitos e modelos e as concepções alternativas dos
estudantes, deve lançar mão de encaminhamentos metodológicos que utilizem recursos
diversos, planejados com antecedência, para assegurar a interatividade no processo
ensino-aprendizagem e a construção de conceitos de Ciências forma significativa pelos
estudantes.
Para que essa perspectiva do currículo de Ciências se efetive na escola, é preciso
que os partícipes do processo de ensino e de aprendizagem partilhem da concepção de
ciência como construção humana, cujos conhecimentos científicos são passíveis de
alteração ao longo da história da humanidade e marcados por intensas relações de poder.
É importante que o professor de Ciências estabeleça as relações entre os
diversos conteúdos específicos, nesse sentido, eles devem ser tratados ao longo dos
quatro anos do Ensino Fundamental, desde que se respeite o nível cognitivo dos
estudantes, a realidade local, a diversidade cultural, as diferentes formas de apropriação
dos conteúdos específicos por parte dos estudantes e, adote uma linguagem coerente
com a faixa etária, aumentando gradativamente o aprofundamento da abordagem desses
conteúdos, e que os conhecimentos físicos, químicos e biológicos estejam articulados de
modo a favorecer a compreensão dos fenômenos estudados, uma vez que esses
132
conhecimentos são contribuições das respectivas ciências de referência e precisam ser
tratados em todas as séries finais do Ensino Fundamental.
A experimentação formal em laboratórios didáticos, por si só, não resulta na
apropriação dos conteúdos específicos e conhecimentos científicos pelos estudantes.
Pois, o processo de ensino e de aprendizagem em Ciências, não deve se limitar a uma
única metodologia ou ficar restrito a um único espaço físico. Sendo assim, é importante
lembrar que as aulas e atividades práticas podem acontecer em diversos ambientes, na
escola ou fora dela.
As atividades práticas têm o seu conceito ampliado quando entendidas como
qualquer atividade pedagógica em que os estudantes se envolvem diretamente, como,
por exemplo, na utilização do computador; leitura, análise e interpretação de dados,
gráficos, imagens, gravuras, tabelas e esquemas; resolução de problemas; pesquisas
bibliográficas, entrevistas, dentre outras.
Por meio das atividades práticas e das aulas práticas os estudantes passam a
compreender a inter-relação entre os conhecimentos físicos, químicos e biológicos
envolvidos na explicação dos fenômenos naturais, bem como os processos de extração e
industrialização da matéria-prima, os impactos ambientais decorrentes desses processos,
os materiais utilizados, os procedimentos dessas atividades e o destino dos resíduos,
caracterizando uma abordagem ampla e articulada dos fenômenos estudados.
Cada um dos materiais alternativos, reagentes químicos e equipamentos
utilizados precisa ser reconhecido pelos sujeitos envolvidos no processo de ensino e de
aprendizagem considerando desde a sua origem, composição química, funcionalidade,
até a sua relevância, não só no momento da aula prática para o estudo do fenômeno em
questão, mas também na vida cotidiana.
Entretanto, outras variáveis interferem no processo ensino-aprendizagem de
conceitos científicos, dentre elas o enraizamento das concepções alternativas, as
apropriações culturais locais ou regionais, a concepção de ciência do professor e a
qualidade de sua prática de ensino.
O processo ensino-aprendizagem pode ser melhor articulado com o uso de:
- recursos pedagógicos/tecnológicos que enriquecem a prática docente, tais como: livro
didático, texto de jornal, revista científica, figuras, revista em quadrinhos, música, quadro
de giz, mapa (geográficos, sistemas biológicos, entre outros), globo, modelo didático
133
(torso, esqueleto, célula, olho, desenvolvimento embrionário, entre outros), microscópio,
lupa, jogo, telescópio, televisor, computador, retroprojetor, entre outros;
- de recursos instrucionais como organogramas, mapas conceituais, mapas de relações,
diagramas V, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros;
- de alguns espaços de pertinência pedagógica, dentre eles, feiras, museus, laboratórios,
exposições de ciência, seminários e debates.
Diante de todas essas considerações propõem-se alguns elementos da prática
pedagógica a serem valorizados no ensino de Ciências, tais como: a abordagem
problematizadora, a relação contextual, a relação interdisciplinar, a pesquisa, a leitura
científica, a atividade em grupo, a observação, a atividade experimental, os recursos
instrucionais e o lúdico, entre outros.
Vale destacar a importância dos registros que os estudantes fazem no decorrer das
atividades desenvolvidas nas aulas, pois através destes o professor poderá analisar a
própria prática e realizar uma intervenção pedagógica coerente no processo educativo.
Além disso, o professor pode divulgar a produção de seus estudantes, com o intuito de
promover a socialização dos saberes, a interação entre os estudantes e destes com a
produção científico-tecnológica.
AVALIAÇÃO
Serão estabelecidos critérios e instrumentos a fim de investigar a aprendizagem
significativa sobre todos os conteúdos trabalhados.
A avaliação será utilizada para atender o estudante , observando o nível em que
ele se apresenta, acompanhando assim seu desenvolvimento e deve incorporar quatro
dimensões: diagnóstica, contínua, cumulativa e participativa, possibilitando ao professor
uma constante revisão de suas aulas para adequá-las ao ritmo de aprendizagem de seus
estudantes, promovendo um desempenho mais eficiente acerca do processo ensino-
aprendizagem.
Os critérios de avaliação serão voltados no sentido de diagnosticar a apropriação
dos conhecimentos verificados através da observação do desempenho do estudante ,
utilizando-se dos seguintes instrumentos: relatórios, debates, pesquisas, trabalhos
individuais e em grupo, participação do estudante na realização das atividades, prova
com/sem consulta, escrita e oral.
134
A recuperação de conteúdos será desenvolvida através de monitoria, atividades
individuais ou em grupo, trabalhos e provas escritas. A monitoria ocorre através das aulas
de recuperação de conteúdos, onde o professor monitora o estudante no
desenvolvimento das atividades recuperativas, a fim de esclarecer as dificuldades
apresentadas pelo estudante .
REFERÊNCIAS
BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson Roberto. Física e química. São Paulo: Ática, 2002.
______. O corpo humano. São Paulo: Ática, 2002.
FERNANDES, J. A. B. Ensino de Ciências: a biologia na disciplina de Ciências.
Revista da Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia, São Paulo, v.1, n.0, ago. 2005.
FONSECA, Albino. Caderno do Futuro. São Paulo: IBEP, 2003.
FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. Petrópolis: Vozes, 2000.
GOWDAK, Demétrio, MARTINS, Eduardo. Ciências Novo Pensar. São Paulo: FTD,
2006.
______. Natureza e vida. São Paulo: FTD, 1996.
KNELLER, G. F. A ciência como atividade humana. Rio de Janeiro: Zahar, São Paulo:
EDUSP, 1980.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Ciências para
a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008.
REVISTAS Nova Escola, Superinteressante.
WILSON, E. O Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.
Sites:
http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chc.htm
http://www2.uol.com.br/cienciahoje/che.htm
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br
http://www.youtube.com
http://pt.wikipedia.org
11.4 EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
135
O homem na sua trajetória de vida sempre manteve uma relação restrita com seu
corpo, que passou por várias concepções promovendo em cada momento histórico um
dialogo diferente com seu corpo. O corpo e seus movimentos estiveram sempre à mercê
da cultura.
Nossa conduta motora nos revela aspectos biológicos e culturais que são
determinantes na evolução do corpo e da mente.
A Educação Física deve promover e observar o corpo em movimento,
possibilitando aos seus estudantes participar da construção do conhecimento de si
mesmo e de seus colegas. Uma ação pedagógica na qual possamos incluir o
desenvolvimento do organismo enquanto complexidade biofísico social, criando condições
para o desabrochar de processos corporais mais complexos no que se referem aos fatos,
conceitos, procedimentos, valores e atitudes.
A Educação Física é uma disciplina que possibilita, talvez mais do que as outras,
espaços onde se pode dar início às mudanças significativa na maneira de se implementar
o processo de ensino aprendizagem, tendo em vista as diversas situações, dados do
cotidiano associados à cultura de movimentos podem ser utilizados com o objetivo de
resgatar e incorporar a cultura popular e a vivência dos estudantes dentro e fora da
escola. Na sociedade contemporânea, a escola tem assumido papel primordial na
formação de crianças, jovens e adultos, as modificações das relações familiares ligaram a
esta instituição responsabilidades nunca antes sonhadas: instruir, ensinar, educar, enfim
formar as futuras gerações. E é dentro da escola que o professor convive com as
desigualdades de todas as naturezas e suas consequências necessitando para tanto
pensar sua práxis do cotidiano.
Neste contexto cada disciplina e professor forma cidadãos, necessitando atuar
conscientemente neste sentido, a Educação Física, como disciplina do núcleo comum,
busca assim sua reorganização uma vez entendida como fruto do processo histórico de
evolução do homem que sempre se movimentou, criou jogos, danças e práticas
atendendo suas várias necessidades sociais. Segundo BRACHT “a pedagogia da
Educação Física enquanto ciência prática tem seu sentido não na compreensão, mas no
aperfeiçoamento da práxis” (1992 p. 42).
Entendida nesta perspectiva a disciplina de Educação Física configurar-se-á num
processo racional, sistematizado e intencional de tornar acessível a todas as crianças e
136
jovens que frequentam a instituição escolar atitudes e práticas que constituem essa
cultura motora, cognitiva e social.
A Educação Física, tem como objeto de estudo e de ensino, a cultura corporal,
que nesta perspectiva, de acordo com Paraná (2008, p. 17) “[...] representa as formas
culturais do movimentar-se humano historicamente produzido pela humanidade [...]”
apontando a ginástica, esporte, a dança, a luta, os jogos e brincadeiras como conteúdos
estruturantes, que devem ser abordados com os estudantes de forma contextualizada na
sua dimensão histórica, cultural e social.
OBJETIVOS
- Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas
com os outros, reconhecendo e respeitando características físicas e de desempenho de si
próprio e dos outros, sem discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou
sociais;
- Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações lúdicas e
esportivas, repudiando qualquer espécie de violência;
- Conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações de cultura
corporal do Brasil e do mundo, percebendo-as como recurso para a integração entre
pessoas e entre diferentes grupos sociais;
- Reconhecer como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis de
higiene, alimentação e atividades corporais, relacionando-os com os efeitos sobre a
própria saúde e de recuperação, manutenção e melhoria da saúde coletiva;
- Solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos, regulando e dosando
o esforço em um nível compatível com as possibilidades, considerando que o
aperfeiçoamento e o desenvolvimento das competências corporais decorrem da
perseverança e regularidade e devem ocorrer de modo saudável e equilibrado;
- Reconhecer condições de trabalho que comprometam os processos de crescimento e
desenvolvimento, não as aceitando para si nem para os outros, reivindicando condições
de vida digna;
- Conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e estética corporal que existem
nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da cultura em que são
137
produzidos, analisando criticamente os padrões divulgados pela mídia e evitando o
consumismo e o preconceito;
- Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar
locais adequados para promover atividades corporais de lazer, reconhecendo-os como
uma necessidade básica do ser humano e um direito do cidadão.
CONTEÚDOS
6º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
- ESPORTE
- JOGOS E BRINCADEIRAS
- DANÇA
- GINÁSTICA
- LUTAS
- Coletivos
- Individuais
- Jogos e brincadeiras populares
- Brincadeiras e cantigas de roda
- Jogos de tabuleiro
- Jogos cooperativos
- Danças folclóricas
- Danças de rua
- Danças criativas
- Ginástica rítmica
- Ginástica Circense
- Ginástica geral
- Lutas de aproximação
- Capoeira
7º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
- ESPORTE
- JOGOS E BRINCADEIRAS
- Coletivos
- Individuais
- Jogos e brincadeiras populares
- Brincadeiras e cantigas de roda
- Jogos de tabuleiro
138
- DANÇA
- GINÁSTICA
- LUTAS
- Jogos cooperativos
- Danças folclóricas
- Danças de rua
- Danças criativas
- Danças circulares
- Ginástica rítmica
- Ginástica circense
- Ginástica geral
- Lutas de aproximação
- Capoeira
8º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
- ESPORTE
- JOGOS E BRINCADEIRAS
- DANÇA
- GINÁSTICA
- LUTAS
- Coletivos
- Radicais
- Jogos e brincadeiras Populares
- Jogos de tabuleiro
- Jogos dramáticos
- Jogos cooperativos
- Danças criativas
- Danças circulares
- Ginástica rítmica
- Ginástica circense
- Ginástica geral
- Lutas com instrumento mediador
- Capoeira
9º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
- ESPORTE - Coletivos
- Radicais
139
- JOGOS E BRINCADEIRAS
- DANÇA
- GINÁSTICA
- LUTAS
- Jogos de tabuleiro
- Jogos dramáticos
- Jogos cooperativos
- Danças criativas
- Danças circulares
- Ginástica rítmica
- Ginástica geral
- Lutas com instrumento mediador
- Capoeira
ENSINO MÉDIO
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
- ESPORTE
- JOGOS E BRINCADEIRAS
- DANÇA
- GINÁSTICA
- LUTAS
- Coletivos
- Individuais
- Radicais
- Jogos e Brincadeiras
- Jogos de tabuleiro
- Jogos dramáticos
- Jogos cooperativos
- Danças folclóricas
- Danças de salão
- Danças de rua
- Ginástica artística /
- Olímpica Ginástica de
- Condicionamento físico
- Ginástica geral
- Lutas com aproximação
- Lutas que mantêm à distância
- Lutas com instrumento mediador
- Capoeira
METODOLOGIA
O conhecimento será tratado favorecendo a compreensão dos princípios da lógica
140
dialética materialista: totalidade, movimento, mudança, qualidade e contradição.
A metodologia deverá ressaltar o princípio do confronto e contraposição de
saberes, isto é, compartilhar conhecimento científico ou saber escolar e o saber
construído no meio cultural informado pelo senso comum, na tentativa de superá-los. As
atividades serão criativas apontando um sistema de relações sociais entre os homens e
mulheres, respeitando as dimensões de gênero, raça, classe, local e credo.
Cabe ao professor de Educação Física ter o cuidado de dar o significado às
atividades realizadas para que haja o enriquecimento da proposta curricular valorizando
o estudante e suas habilidades motoras vendo o mesmo como um todo, não se
apegando apenas nas técnicas esportivas, pois no trabalho como educador, o professor
de Educação Física deve aplicar atividades concretas, ligadas à realidade dos estudantes
e criativas tendo como objetivo formar conceitos de cidadania, ética, saúde, estética e
satisfação, pois ninguém faz uma atividade física por fazer, participa da mesma por gostar
e nela se realiza.
Dar significado à atividade não é só trabalhar conteúdos “práticos” e sim auxiliar
para que o estudante saiba fazer uma “leitura do mundo” adquirindo condições de atuar
como cidadão consciente. Serão utilizados recursos tais como: sucatas, cordas, jogos de
dominó, xadrez e dama, rádio, bolas, redes, quadra, vídeos, TV Multimídia, internet, etc;
tendo o cuidado de estar priorizando os trabalhos em grupo, buscando a criatividade e a
criticidade, em busca da superação, da meritocracia, da seletividade e do individualismo.
Os procedimentos serão assentados em ações com o intuito de dar aos
estudantes a chance de opinarem, discutirem e transformarem a direção social num
processo dinâmico, consciente e contínuo.
Os objetivos, os conteúdos e a metodologia apontarão para a necessidade dos
estudantes de trabalharem e produzirem durante todo o ano letivo, assumindo a sua cota
de responsabilidade, deixando de lado a sistemática tradicional de somente participarem
das atividades escolares quando o professor responsável pela turma estiver presente.
O trabalho, sempre coletivo, permitirá que, mesmo na ausência do professor
haverá a possibilidade de substituí-lo por um membro do grupo de professores de
educação física e/ou outro professor de outra disciplina.
141
Ao trabalhar os conteúdos serão contempladas as Leis: 11.645/08 – Cultura
Indígena; 9795/99 – Meio Ambiente; 10.639/03 – História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana.
AVALIAÇÃO
A partir da avaliação diagnóstica, será analisado o processo desenvolvido para
identificar lacunas no processo de ensino e de aprendizagem, bem como para planejar e
propor outros encaminhamentos que visem a superação das dificuldades constatadas,
onde será um processo contínuo, permanente e cumulativo, organizando e reorganizando
o trabalho visando as diversas manifestações corporais, evidenciadas nas formas de
ginástica, do esporte, dos jogos, da dança e das lutas, possibilitando assim que os
estudantes reflitam e se posicionem criticamente com o intuito de construir uma relação
com o mundo. Pretende-se que nas aulas de Educação Física o conteúdo seja produzido
e socializado através de vivências que evidenciem o fundamental papel do estudante
como construtor do conhecimento. Para isto, é necessário que o professor crie
oportunidades para que os estudantes os construam, a partir de suas experiências,
fazendo-se necessário, por parte do professor a aplicação de ações: uma observação
direta, diagnóstica, análise de dados, nível de participação e envolvimento nas atividades
práticas e teóricas pelos estudantes, para que as metas traçadas no decorrer do ano
atinjam seu alvo principal o estudante no ato de aprender.
É importante que se tenha clareza da função social da avaliação na construção do
saber, além de reconhecer o caráter fundamental para a Educação, da produção do
conhecimento de forma crítico-reflexiva, estabelecendo um diálogo permanente com o
cotidiano dos autores (professores e estudantes) na ação pedagógica, estimulando,
assim, o verdadeiro exercício da cidadania.
Pretende-se que nas aulas de Educação Física o conteúdo seja produzido e
socializado através de vivências que evidenciem o fundamental papel do estudante como
construtor do conhecimento. Para isto, é necessário que o professor crie oportunidades
para que os estudantes os construam, a partir das suas experiências, fazendo-se
necessário, por parte do professor a aplicação de ações como: uma observação direta,
diagnóstica, contínua, cumulativa e processual, análise de dados, nível de participação e
envolvimento nas atividades práticas e teóricas pelos estudantes, para que as metas
142
traçadas no decorrer do ano atinjam seu alvo principal o estudante no ato de aprender.
Os instrumentos utilizados deverão ser claros para o professor e para os
estudantes, pois o senso crítico, característico desta faixa etária, aliado à necessidade de
sentir-se reconhecido, tornará o processo significativo. Estes instrumentos poderão estar
inseridos nos conteúdos de aprendizagem como forma sistemática de valorização e
reflexão, representando a forma concreta de apropriação por parte dos estudantes, do
conhecimento socialmente construído, revelando quando utilizados que intenções e
aspectos deste conhecimento estão sendo valorizados.
Ao selecionar os instrumentos de avaliação (trabalhos, pesquisas realizadas no
laboratório de informática, avaliações práticas e teóricas, seminários e debates), que
serão empregados, poderão ser levantados, além dos valores mensuráveis, os aspectos
motivacionais e subjetivos relacionados aos resultados, suas relações com diferentes
contextos de aplicação e o significado que esses trarão para a construção do
conhecimento pessoal do estudante e para a coletividade à qual pertence.
Inicialmente far-se-á a Avaliação Diagnóstica para detectar o grau de
conhecimento e de dificuldades do educando.
A avaliação deve se materializar em cada aula (Observação Constante do
estudante feita pelo Professor), considerando sua aplicação e conseqüência pedagógica,
política e social, referenciada nos interesses individuais e coletivos, ampliando as
possibilidades corporais. Essas possibilidades envolvem aspectos de conhecimento,
habilidades, desempenho no conteúdo vivenciado, atitudes e condutas sociais,
considerados dentro da concepção da totalidade humana, isto é, da concepção de que o
estudante é um ser uno e único e de que ambos, professor e estudante assumirão
responsabilidades na perspectiva de uma avaliação participativa.
A auto-avaliação visará à construção da autonomia do estudante numa
conscientização do seu envolvimento nas atividades desenvolvidas.
A Recuperação de Estudos é direito de todos os estudantes, independentemente
do nível de apropriação dos conhecimentos básicos, e, dar-se-á de forma permanente e
concomitante ao processo ensino-aprendizagem. Será organizada com atividades
significativas, por meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados. Nesses
termos a proposta de recuperação de estudos deverá indicar os conteúdos a serem
trabalhados. Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
143
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do aproveitamento
escolar, tendo sua anotação no Livro Registro de Classe.
REFERÊNCIAS
BATISTA, Luiz Carlos C. Educação Física no ensino fundamental. Rio de Janeiro:
Sprint, 2001.
CIVITATE, Hector. Jogos de salão e recreação. Rio de Janeiro: Sprint, 1998.
COUTINHO, Nilton F. Basquetebol na escola. 2 ed. Rio de Janeiro: Sprint Ltda, 2003.
DOMINGUES FILHO, Luiz Antônio. Obesidade & atividade física. Jundiaí: Fontoura,
2000.
GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. Educação Física progressista: a pedagogia crítico social
dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 1991.
KAMEL, Dílson; KAMEL, José Guilherme N. Nutrição e Atividade Física. 2. ed. Rio de
Janeiro: Sprint, 1998.
LUCKESI, Carlos.C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 1995.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Educação
Física para a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. LDP:
Livro Didático Público de Educação Física. Curitiba: SEED-PR, 2006.
VALADARES, S.; ARAUJO, R. Educação física no cotidiano escolar: jogos e
brincadeiras com bola. Belo Horizonte: FAPI, 1999.
11.5 ENSINO RELIGIOSO
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
As Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso expressam a necessária
reflexão em torno dos modelos de ensino e do processo de escolarização, diante das
demandas sociais contemporâneas, que exigem a compreensão ampla da diversidade
cultural.
As diferenças culturais são abordadas, de modo a ampliar a compreensão da
diversidade religiosa como expressão da cultura, construída historicamente, e que, são
marcadas por aspectos econômicos, políticos e sociais. Portanto, busca propiciar
oportunidade de identificação, de entendimento, de conhecimento e de aprendizagem em
144
relação às diferentes manifestações religiosas presentes na sociedade, de modo que
tenham a amplitude da própria cultura em que se insere.
Com o objetivo de ampliar a abordagem curricular no que se refere à diversidade
religiosa, a Diretrizes para o Ensino Religioso definem como objeto de estudo o sagrado
como foco do fenômeno religioso, por contemplar algo presente em todas as
manifestações religiosas, busca explicitar as diferentes culturas expressas tanto nas
religiões mais sedimentadas como em outras recentes, ou seja, o sagrado influencia a
compreensão de mundo e a maneira como o homem vive seu cotidiano.
A disciplina propõe-se a subsidiar os estudantes, por meio dos conteúdos, à
compreensão, comparação e análise das diferentes manifestações do sagrado, com
vistas à interpretação dos seus múltiplos significados, auxiliando na compreensão de
conceitos básicos no campo religioso e na forma como a sociedade sofre inferências das
tradições religiosas ou mesmo da afirmação ou negação do sagrado.
Por fim, destaca-se que os conhecimentos relativos ao sagrado e às suas
manifestações são significativos para todos os estudantes no processo de escolarização,
por propiciarem subsídios para a compreensão de uma das interfaces as cultura e da
construção da vida em sociedade.
OBJETIVOS
A reflexão visa proporcionar ao educando do Ensino Religioso sua formação
integral, entendido nesta concepção como sujeito do processo contínuo de educação.
Nesse sentido, o direito de acesso, a universalidade da educação, a concepção de
formação em seus diferentes aspectos: estéticos, éticos, cognitivo, afetivo, cultural,
biológico, social e religioso, ou seja, a completude e a significância como pressupõe a
LDBEN 9394/96, sobre os objetivos para o Ensino Fundamental:
I - desenvolver a capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da
leitura, da escrita e do cálculo:
II - Compreender o ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes
e dos valores em que se fundamenta a sociedade:
III - desenvolver a capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
conhecimento e habilidades e a formação de atitudes e valores:
IV – fortalecer os vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância
recíproca em que se assenta a vida social.
145
V - Contribuir para o reconhecimento e respeito às diferentes expressões religiosas
advindas da elaboração cultural dos povos, bem como possibilitar o acesso às diferentes
fontes da cultura sobre o fenômeno religioso.
VI - Promover e também desenvolver a formação do educando, no seu intuitivo,
consciente, critico, participativo, comprometido com a realidade social, política e
econômica, ou seja, com vida, e como agentes construtores de uma sociedade justa.
O OBJETO E OBJETIVO DO ENSINO RELIGIOSO
O objeto do Ensino Religioso é o estudo das diferentes manifestações do sagrado
no coletivo. Seu objetivo é analisar e compreender o sagrado como o cerne da
experiência religiosa do cotidiano que nos contextualiza no universo cultural.
A partir do objeto e objetivo de estudo do Ensino Religioso pode-se compreender
que esta disciplina busca superar as “aulas de religião” através de um enfoque de
entendimento, com base cultural, sobre o sagrado, a fim de promover um espaço de
reflexão na sala de aula em relação à diversidade religiosa.
Para Costella:
“uma das tarefas da escola é fornecer instrumentos de leitura da realidade e
criar as condições para melhorar a convivência entre as pessoas pelo
conhecimento, isto é, construir os pressupostos para o diálogo”.
CONTEÚDOS
Estruturantes
Os conteúdos estruturantes compõem os saberes, os conhecimentos de grande
amplitude, os conceitos ou práticas que identificam e organizam os campos de estudos a
serem contemplados no Ensino Religioso. O conhecimento religioso é entendido como
um patrimônio da humanidade. Legalmente, é instituído na escola a fim de promover um
oportunidade para que os educandos se tornem capazes de entender os movimentos
específicos das diversas culturas, e para que o substantivo religioso represente um
elemento de colaboração na constituição do sujeito, sendo uma disciplina que contribui
para o desenvolvimento humano.
Paisagem Religiosa
Por paisagem religiosa define-se a combinação de elementos culturais e naturais
que remetem a experiências do sagrado, que por força dessas experiências anteriores
146
remetem a uma gama de representações sobre a diversidade cultural e religiosa. Para o
homem religioso, a natureza não é exclusivamente natural; sempre está carregada de um
valor sagrado. A idéia da existência de lugares sagrados e de um mundo sem
imperfeições conduz o homem a suportar suas dificuldades diárias. O homem consagra
determinados lugares porque necessita viver e conviver no mundo sagrado.
Universo Simbólico Religioso
A complexa realidade que configura o universo simbólico tem como chave de
leitura as diferentes manifestações do sagrado no coletivo, cujas significações se
sustentam em determinados símbolos religiosos.
De modo geral, a cultura se sustenta por meio de símbolos, que são criações cuja
função é comunicar idéias. Os símbolos são parte essencial da vida humana, todo sujeito
se constitui e se constrói por meio de inúmeras linguagens simbólicas, portanto, é um
elemento importante porque está presente em quase todas as manifestações religiosas e
também no cotidiano das pessoas. Estamos inseridos numa realidade altamente
simbólica, não só no que diz respeito ao sagrado, mas em todo imaginário humano.
Textos Sagrados
Como conteúdo estruturante, o texto sagrado é uma referência importante para o
Ensino Religioso, pois permite identificar como a tradição e a manifestação atribuem às
práticas religiosas o caráter sagrado e em que medida orientam ou estão presentes nos
ritos, nas festas, na organização das religiões, nas explicações da morte e da vida.
Os textos sagrados expressam ideias e são meios de dar viabilidade à
disseminação e à preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e manifestações
religiosas, o que ocorre de diversa maneiras.
Básicos
A organização dos conteúdos se referencia em manifestações religiosas menos
conhecidas ou desconhecidas, a fim de ampliar o universo cultural dos educandos. Por
sua vez, o conteúdo templos e espaços sagrados, se inicia da discussão dos espaços
físicos identificados como sagrados. No caso de Ensino Religioso sagrado é o objeto de
estudo da disciplina, portanto, o tratamento a ser dado aos conteúdos básicos estará
sempre a ele relacionado.
6º Ano
147
- Organizações Religiosas
- Lugares Sagrados
- Textos Sagrados Orais ou Escritos
- Símbolos Religiosos
7º Ano
- Temporalidade Sagrada
- Festas Religiosas
- Ritos
- Vida e Morte
METODOLOGIA
O sagrado será a base da qual serão trabalhados os demais conteúdos. A
linguagem utilizada é essencialmente pedagógica partindo de questionamentos que
provocam reflexões e de modo que o educando construirá sua identidade e autonomia,
entendendo o sentido da vida, do respeito as diferenças do outro.
As práticas pedagógicas desenvolvidas pelo professor da disciplina poderão
fomentar o respeito às diversas manifestações religiosas, o que amplia e valoriza o
universo cultural dos estudantes.
Os conteúdos propostos pelas Diretrizes contemplam as diversas manifestações
do sagrado, entendidos como integrantes do patrimônio cultural, os quais poderão ser
enriquecidos pelo professor, desde que contribuam para a construir, analisar e socializar o
conhecimento religioso, para favorecer a formação integral dos educandos, o respeito e o
convívio com o diferente.
Portanto, é preciso respeitar o direito à liberdade de consciência e à opção
religiosa do educando, razão pela qual a reflexão e a análise dos conteúdos valorizarão
aspectos reconhecidos como pertinentes ao universo do sagrado e da diversidade
sociocultural.
Através de leitura e interpretação das informações contidas em textos
diversificados.
Pesquisas em jornais e revistas, para que o estudante reflita sobre as diversas
informações levando-o a troca de ideias e debate em sala de aula, despertando o senso
crítico no educando.
148
Utilização do laboratório de informática, de vídeos (TV pendrive) educativos,
relacionados aos conteúdos propostos de forma a esclarecer e auxiliar na compreensão
do ensino aprendizagem.
AVALIAÇÃO
A avaliação é condição para análise do educador sobre as práticas e processos
de aprendizagem, deve apresentar elementos que motivam a prática avaliativa
classificando-se em avaliação inicial, processual, formativa e final. A disciplina de Ensino
Religioso requer um trabalho comprometido, de modo que a avaliação se torna um fator
que pode contribuir para sua legitimação como componente curricular. Cabe ao professor
implementar práticas avaliativas que permitam acompanhar o processo de apropriação de
conhecimentos pelo estudante e pela classe, cujo parâmetro são os conteúdos tratados e
o seus objetivos. Será realizada através da convivência do respeito às diferenças do
outro, da postura e instrumentos diversos durante o desenvolvimento da aula, como:
- Participação de trabalhos em grupos;
- Exposição de trabalhos;
- Produção de textos e desenhos;
- Observação dirigida e espontânea de atitudes;
- Comunicação oral e escrita;
- Relatos de experiência;
- Trabalhos escritos ou orais;
- Leitura e interpretação de fotos, imagens, textos, entre outros.
REFERÊNCIAS
ELIADE, M. O sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo: Martins Fontes,1992.
CISALPIANO, M. Religiões. São Paulo: Scipione, 1994.DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Paulinas,1989.História da Religiões: Tempo Films/Planeta do Brasil.
ELIADE, Mircea. O Sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo: Martins
Fontes, 1992.
GUILOUSKI, Borres; COSTA, Diná Raquel D. da; SCHLOGL, Emerli. Encontro:
apontando novos caminhos para o Ensino.
149
CORRÊA, Avelino Antonio; SCHNEIDERS, Amélia – De mãos dadas Ensino Religioso.
São Paulo: Scipione, 2002.
NARLOCH, Rogério Francisco. Redescobrindo o Universo Religioso. V. 5. Petrópolis:Vozes, 2001.PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Ensino
Religioso para a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008.
PARANÁ – SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Superintendência de Educação.
Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: inserção dos conteúdos de
história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares/Paraná. Curitiba:
SEED – PR, 2005.43p.
11.6 FILOSOFIA
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
A filosofia, enquanto conjunto de conhecimentos construídos historicamente reúne
grande parte dos temas que influenciam a vida de nossos estudantes. Seja no campo de
política, da ética, da ciência, seja no campo da arte, os conhecimentos filosóficos estão
presentes, mesmo que inconscientemente, no modo e no sentido segundo no qual as
pessoas interagem com o mundo. O grande problema se encontra, contudo, no fato de
que as teses, as doutrinas, os argumentos filosóficos se caracterizam por uma validade
tácita, isto é, eles influenciam as perspectivas dos estudantes sem que estes estejam
conscientes disso. Para citar um exemplo, o conceito de liberdade vigente em nossa
circunstância histórica é profundamente marcado pelas teorias liberais dos séculos XVII e
XVIII. Quando a mídia, os políticos e as pessoas em geral falam sobre a liberdade, suas
posições são orientadas pelas discussões realizadas por Locke, Hobbes, Rousseau, etc.;
muito embora, na maior parte das vezes, não tenham conhecimento e leitura das obras
desses autores. Este paradoxo funda-se no fato de que nossas instituições e nossos
comportamentos foram construídos ao longo da história em sintonia com as teorias e os
pensamentos dos filósofos. As pessoas educadas num contexto já determinado
incorporam perspectivas específicas e, ingenuamente, acreditam que elas são únicas e
nunca foram ou serão diferentes do que são. Eis a validade tácita que caracteriza as
teses, as doutrinas e os argumentos filosóficos.
Contudo, existem concepções filosóficas diversas, cabe a cada professor o
150
desafio constante de definir para si mesmo o lugar de onde pensa e fala. Identifica-se o
local onde se pensa e fala a partir do resgate histórico da disciplina e da militância por sua
inclusão e permanência na escola. Ensinar Filosofia no Ensino Médio, no Paraná, no
Brasil, na América Latina, não é o mesmo que ensiná- la em outro lugar. Isso exige do
professor claro posicionamento em relação aos sujeitos desse ensino e das questões
históricas atuais que lhes são colocadas como cidadãos de um país. Nesse sentido, é
preciso levar em conta as contradições próprias da nossa sociedade que é, ao mesmo
tempo, capitalista e dependente, rica e explorada, consciente e alienada.
Ao pensar o ensino de Filosofia, as Diretrizes Curriculares de Filosofia para o
Ensino Médio, que norteiam este documento, fazem ver, a partir da compreensão
expressa por Appel (1999), que não há propriamente ofício filosófico sem sujeitos
democráticos e não há como atuar no campo político e cultural, avançar e consolidar a
democracia quando se perde o direito de pensar, a capacidade de discernimento e o uso
autônomo da razão.
OBJETIVOS
- Identificar a diferença entre o mito e a filosofia, sendo capaz de reelaborar (criar) novos
conceitos filosóficos;
- Formular raciocínio lógico, coerente e crítico desmistificando o senso comum buscando
o conhecimento científico, filosófico e verdadeiro;
- Fazer um elo entre a teoria e a prática, o abstrato e o empírico;
- Reconhece-se sujeito ético, autônomo superando as dificuldades para encontrar o
equilíbrio da existência enquanto ser humano.
CONTEÚDOS
1ª Série
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- Mito e Filosofia Saber mítico;
Saber filosófico;
Relação entre Mito e Filosofia;
Atualidade do Mito;
O que é Filosofia?
151
- Teoria do conhecimento Possibilidade do Conhecimento
As formas de conhecimento
O problema da verdade;
A questão do método;
Conhecimento e Lógica
2ª Série
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- Ética
- Filosofia Política
Ética e moral;
Pluralidade e ética;
Ética e violência;
Razão, desejo e vontade;
Liberdade: Autonomia do sujeito e a
necessidade das normas;
Relação entre Comunidade e poder;
Liberdade e igualdade política;
Política e ideologia;
Esfera pública e privada Cidadania
formal e/ou privada
Cidadania formal e/ou participativa
3ª Série
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- Filosofia da Ciência
- Estética
Concepções de Ciência;
A questão do Método Científico;
Contribuições e limites da Ciência;
Ciência e Ideologia;
Ciência e Ética
Natureza da Arte;
152
Filosofia da Arte;
Categorias Estéticas;
Estética e Sociedade.
A partir das perspectivas filosóficas de filósofos diversos, por exemplo:
Protágoras, Platão, Aristóteles, Descartes, Hume e Kant se procurará compreender as
diferentes formas de conhecimento, as possibilidades ou não de se chegar à verdade,
formas de se organizar o pensamento, os limites do conhecimento e os critérios de
verdade que assegurem a certeza.
METODOLOGIA
A fundamentação teórico-metodológica desta Proposta Pedagógica Curricular
está pautada nas Diretrizes Curriculares de Filosofia do Ensino Médio do Estado do
Paraná. As Diretrizes Curriculares de Filosofia concebem a Filosofia enquanto espaço de
análise e criação de conceitos.
Nesse sentido, a Filosofia no Ensino Médio visa fornecer aos estudantes a
possibilidade de compreender a complexidade do mundo contemporâneo, suas múltiplas
particularidades e especializações. Segundo as Diretrizes Curriculares de Filosofia o
estudante precisa de um saber que opere por questionamentos, conceitos e categorias e
que busque articular o espaço temporal e sócio-histórico em que se dá o pensamento e a
experiência humana.
Como disciplina na matriz curricular do Ensino Médio, considera-se que a
Filosofia pode viabilizar interfaces com as outras disciplinas para a compreensão do
mundo da linguagem, da literatura, da história, das ciências e da arte.
Na atual polêmica mundial acerca dos possíveis sentidos dos valores éticos,
políticos, estéticos e epistemológicos, a Filosofia tem um espaço a ocupar e muito a
contribuir. Seus esforços dizem respeito, basicamente, aos problemas e conceitos criados
no decorrer de sua longa história, os quais por sua vez geram discussões promissoras e
criativas que desencadeiam, muitas vezes, ações e transformações. Por isso,
permanecem atuais.
Um dos objetivos do Ensino Médio é a formação pluridimensional e democrática,
capaz de oferecer aos estudantes a possibilidade de compreender a complexidade do
153
mundo contemporâneo, suas múltiplas particularidades e especializações. Ao deparar-se
com os problemas e por meio da leitura dos textos filosóficos, espera-se que o estudante
possa pensar, discutir, argumentar e, que, nesse processo, crie e recrie para si os
conceitos filosóficos, ciente de que não há conceito simples.
Segundo Deleuze e Guattari (1992), todo conceito tem componentes e se define
por eles. Não há conceito de um só componente e não há conceito que disponha de todos
os componentes no momento de sua erupção. Todo conceito é ao menos duplo ou triplo e
remete a um problema ou a problemas sem os quais não teria sentido, e que só podem
ser isolados ou compreendidos na medida de sua solução.
Conforme esses autores, todo conceito tem uma história, embora a história se
desdobre em ziguezague, embora cruze com outros problemas ou com outros planos. Os
conceitos jamais são criados do nada. Em cada um deles há, no mais das vezes, pedaços
ou componentes vindos de outros que respondiam a outros problemas e supunham
outros planos em momentos históricos diversos. Cada conceito opera um novo corte,
assume novos contornos, deve ser reativado ou recortado. É o devir do conceito.
Em suma, a natureza do conceito ou o conceito de conceito “define-se pela
inseparabilidade de um número finito de componentes heterogêneos percorridos por um
ponto de sobrevôo absoluto, à velocidade infinita” (DELEUZE; GUATTARI, 1992, p. 33).
Não há nenhuma razão para que os conceitos se sigam, eternizem-se. Nesse
sentido, “um filósofo não pára de remanejar seus conceitos, e mesmo de mudá- los”
(DELEUZE, GUATTARI, 1992, p. 34). A cada momento, ele está preocupado com
questões distintas e problemas específicos. O conceito criado a partir dessas
circunstâncias se identifica às particularidades de cada situação filosófica e pode, assim,
reorganizar seus componentes ou criar novos.
Assim, o ensino de filosofia como criação de conceitos deve abrir espaço para
que o estudante possa planejar um sobrevoo sobre todo o vivido, a fim de que consiga à
sua maneira também, cortar, recortar a realidade e criar conceitos.
O ensino de Filosofia tem uma especificidade que se concretiza na relação do
estudante com os problemas, na busca de soluções nos textos filosóficos por meio da
investigação, no trabalho direcionado à criação de conceitos.
A relação interdisciplinar não é um invenção ocasional, muitas vezes quando o
professor de Filosofia está trabalhando um conceito ou o pensamento de um filósofo, para
154
contextualizar o momento sócio-econômico e as circunstâncias em que tal pensamento
ocorreu ele se utiliza da linguagem historiográfica e de conteúdos e metodologias próprios
da disciplina de história. Ao trabalhar a passagem do mito ao logos (Filosofia), por
exemplo, recorremos a disciplina de Língua Portuguesa e da linguística no intuito de
compreender a estrutura do pensamento mitológico.
Ao trabalhar com o conteúdo de estética pode-se explorar a relação
interdisciplinar com a disciplina de Arte pois muitos de seus conteúdos são correlatos e
abrem margem para que o professor recorra a textos, imagens, vídeos e discussões que
configuram uma relação muito íntima com o trabalho que o professor de arte executa
enquanto conceito em sua disciplina.
São múltiplas as possibilidades de desenvolvimento das relações
interdisciplinares, cabe ao professor dentro de sua especialização, de suas leituras e
principalmente de acordo com o conteúdo e com o texto que está trabalhando perceber
em que medida pode explorar conhecimentos de outras disciplinas.
AVALIAÇÃO
Conforme a LDB n. 9394/96, no seu artigo 24, avaliação deve ser concebida na
sua função diagnóstica e processual, isto é, tem o objetivo de subsidiar e mesmo
redirecionar o curso da ação no processo ensino-aprendizagem. Apesar de sua
inequívoca importância individual, no ensino de Filosofia, avaliação não se resumiria a
perceber o quanto o estudante assimilou do conteúdo presente na história da Filosofia, ou
nos problemas filosóficos, nem a examinar sua capacidade de tratar deste ou daquele
tema.
Para Kohan e Waksman (2002), o ensino de Filosofia tem uma especificidade que
deve ser levada em conta no processo de avaliação. A Filosofia como prática, como
discussão com o outro e como construção de conceitos encontra seu sentido na
experiência de pensamento filosófico. Entendemos por experiência esse acontecimento
inusitado que o educador pode propiciar e preparar, porém não determinar e, menos
ainda, avaliar ou medir.
O ensino de Filosofia é, acima de tudo, um grande desafio, pois, [...] a atividade
filosófica do mestre consiste em gerar ou dar poder ao outro: isto quer dizer também fazê-
lo responsável. Nisto reside à fecundidade, a atividade de “produzir” a capacidade de
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pensar, dizer e agir de outro, que implica a realização de pensamentos, palavras, ações
diferentes das do mestre, que lhe escapam ao querer e ao “controle” [...] Querer que o
outro pense, diga e faça o que queira, isto não é um querer fácil (LANGON, 2003, p. 94).
O que deve ser levado em conta é a atividade com conceitos, a capacidade de
construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas
e discursos.
A avaliação em Filosofia inicia-se com a mobilização para o conhecimento, por
meio da análise comparativa do que o estudante pensava antes e do que pensa após o
estudo. Com isso, torna-se possível entender a avaliação como um processo de
investigação do aprendizado filosófico–conceitual do estudante. É o momento em que o
estudante juntamente com o seu professor poderão avaliar se houve avanço no domínio
dos princípios do conhecimento filosófico: problematização, interpretação dos textos
clássicos e criação de conceitos. Será garantida ao longo do processo ensino-
aprendizagem a recuperação concomitante dos conteúdos.
Critérios de Avaliação:
- Apropriação dos conceitos platônicos de sensação, opinião/crença e
conhecimento/ciência.
- Compreensão das características determinantes de cada nível de conhecimento.
- Compreensão das consequências práticas de perspectivas do conhecimento: relativismo
- Apropriação dos conceitos lógicos de indução e dedução.
- Compreensão e utilização das regras cartesianas para bem conduzir a razão.
Instrumentos de Avaliação:
- Pesquisa
- Produção de texto individual e/ou coletivo
- Apresentação de trabalho em grupo
- Debate
REFERÊNCIAS
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156
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157
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DOCUMENTOS CONSULTADOS ON LINE
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Disponível em: <www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb07a.htm>. Acesso em 03-05-2006.
11.7 FÍSICA
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
A Física tem como objeto de estudo o universo em toda sua complexidade e, por
isso, como disciplina escolar, propõe o estudo da natureza entendida segundo Menezes
(2005), como realidade material sensível. Ressaltando que os conhecimentos de física
apresentados aos estudantes do ensino Médio não são coisas da natureza, ou a própria
natureza, mas modelos elaborados pelo homem no intuito de explicar e entender essa
natureza. Apesar dos estudos e contribuições dos mais diversos povos, como os árabes e
os chineses, entre outros, as pesquisas sobre a História da Física demonstram que, até o
período do Renascimento, a maior parte da ciência conhecida pode ser resumida à
Geometria euclidiana, à Astronomia Geocêntrica de Ptolomeu (150d.C) e à Física de
158
Aristóteles (384-322 a.C). As explicações a respeito do Universo mudam, em cada época,
de acordo com que se conhece sobre ele. No mundo atual, globalizado e altamente
tecnológico, a física possui uma parcela significativa desse conhecimento. Toda
tecnologia é de grande importância no conhecimento da física e muitas vezes já faz parte
do cotidiano do estudante . Essa proposta implica a abordagem que o ensino da física faz
sobre os fenômenos físicos, lembrando que suas ferramentas conceituais são as de uma
ciência em construção, com uma respeitável consistência teórica.
Além disso, estudar física desenvolve o raciocínio, estimula a imaginação e a
criatividade. Um estudante interessado no estudo desta disciplina não fica restrito apenas
a esse campo, mas sim, circula por muitos outros contribuindo para sua própria cidadania,
formando-se um cidadão capaz de contextualizar o conhecimento relacionando-o com
sua realidade, e capacitando-se para uma atuação crítica e social, cujo conhecimento
atual é a cultura científica tecnológica, filosófica e histórica deste tempo em suas relações
com outras produções humanas. Essa aprendizagem só é possível através da interação
com o professor, que necessita fazer um ensino comprometido com a mudança, com o
amadurecimento dos indivíduos dentro de uma perspectiva mais ampla e integradora das
ciências e da sociedade.
Os conteúdos da Proposta Curricular desta Escola estão vinculados à realidade
local, garantindo a relação entre o acesso aos conhecimentos historicamente acumulados
e os saberes da vivência cotidiana. (SEED/PR, 2008).
Estão contemplados os saberes da História, da Cultura e da realidade do campo.
(SEED/PR., 2008)
Os conteúdos gerais estão ligados ao mundo do trabalho, ao desenvolvimento do
campo em todas áreas do conhecimento (Matemática, Língua Portuguesa, História,
Geografia, Ciências etc.)
Os conteúdos específicos estão de acordo com as características locais,
regionais, econômicas e culturais da comunidade.
Os estudos estão direcionados para o Mundo do Trabalho, Desenvolvimento
Social Justo, ecologicamente sustentável.
Os textos destacam a cultura do campo, movimentos sociais, a pobreza,
desigualdade social, lutas camponesas, a questão agrária, políticas públicas para o
campo dentre outros.
159
A diversidade do campo contempla os aspectos sociais, culturais, políticos,
econômicos, de gênero, geração e etnia.
A metodologia é direcionada a procedimentos como aulas na roça, excursões,
entrevistas, reuniões, dramatizações, observações etc.
Os recursos utilizados são as enciclopédias, livros, jornais, revistas, vídeos, rios,
campos, serras, comunidade, floresta, cerrado, engenho, casas de farinha, postos de
saúde, monumentos históricos, praças, órgãos públicos etc. (contemplar apenas o que
existe na comunidade). São considerados os tempos na família, na escola, na produção,
nas atividades culturais.
A avaliação se dará por meio de diversos instrumentos e em diversos espaços.
OBJETIVOS
- Saber informar e se comunicar, argumentar, compreender e agir;
- Enfrentar problemas de diferentes naturezas;
- Participar socialmente de forma pratica e solidária;
- Ser capaz de elaborar criticas ou propostas;
- Desenvolver um estudo crítico-reflexivo das ideias apresentadas acima, com o objetivo
de atender as necessidades de formação do estudante ;
- Investigar e discutir a utilização de tecnologias e outros meios de comunicação no
ensino da Física;
- Proporcionar a elaboração de atividades de pesquisa e ensino da Física objetivando aos
estudantes toma-las como objeto de estudo, para que possam compreender sua natureza
pedagógica e educacional.
CONCEPÇÃO
Os princípios norteadores da proposta da elaboração do currículo da disciplina de
Física, foram baseados na Fundamentação Teórico – Metodológica encontrada na “
Introdução” das “Orientações Curriculares de Física – Texto Preliminar – Ensino Médio”,
da Secretária de Estado da Educação do Paraná – SEED – PR. e também nas Diretrizes
Curriculares da Educação Básica do Paraná.
A Física tem como objeto de estudo o Universo em toda sua complexidade e, por
isso, como disciplina escolar, propõe aos estudantes o estudo da natureza, entendida,
160
segundo Menezes (2005), como realidade material sensível.
O processo ensino-aprendizagem em Física tem sido objeto de pesquisas por
aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto. Contudo há um certo
consenso que “... a preocupação central tem estado na identificação do estudante com o
objeto de estudo. Em outra palavras, a questão emergente na investigação dos
pesquisadores está relacionada à busca por um real significado para o estudo dessa
Ciência na educação básica – Ensino Médio” ( ROSA & ROSA, 2005, p.2 ).
Os livros didáticos, de uma maneira geral, apresentam um discurso que mostra
uma preocupação com a Física como uma Ciência que permite compreender uma
imensidade de fenômenos físicos naturais, que seriam indispensáveis para a formação
profissional ou como subsídio para a preparação para o vestibular e a compreensão e
interpretação do mundo pelos sujeitos – educandos. Entretanto neles a ênfase recai nos
aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos e conceituais, privilegiando a
resolução de “Problemas de Física” que, sempre se traduzem em exercícios matemáticos
com respostas prontas. Esse discurso tem norteado o trabalho de muitos professores e,
mais que isso, as estruturas curriculares por eles organizadas. Isso faz com que com que
o ensino de Física se transforme num ensino livresco, descontextualizado em sua história,
não permitindo a compreensão de que Ciência é uma construção humana, com todas as
implicações que isso possa ter, inclusive os erros e acertos decorrentes das atividades
humanas.
A Física deixa de ser mais um instrumento para a compreensão do mundo , não
permitindo ao estudante o acesso à compreensão conceitual e ao formalismo próprio
desse campo de conhecimentos, essencial para o desenvolvimento de uma cultura em
ciência. Apesar do incentivo à carreira universitária, esse estudo deve ser mais uma
possibilidade e não o objetivo principal do ensino desta disciplina no nível médio.
A Ciência não é neutra visto que o cientista faz parte de um contexto social,
econômico e cultural, influenciando e sendo influenciado por esse contexto, fato que não
pode ser ocultado de nossos estudantes. Isso significa mostrar que a ciência não está
pronta nem acabada e não é absoluta, mas, revelar aos nossos estudantes “ ... como é
penoso , lento , sinuoso e, por vezes, violento, o processo de evolução das idéias
científicas” ( PONCZEK, 2002, p. 22 ).
Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que vivem ou
161
que viveram num determinado contexto histórico, então, ele faz parte da cultura social
humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecê-lo.
Além disso, se queremos contribuir pra a formação de sujeitos que sejam capazes
de refletir e influenciar de forma consciente nas tomadas de decisões, não podemos
deixá-los alheios às questões relativas à Ciência e à tecnologia. Por isto é importante
buscarmos o entendimento das possíveis relações entre o desenvolvimento da Ciência e
da tecnologia e as diversas transformações culturais, sociais e econômicas na
humanidade decorrentes deste desenvolvimento que, em muitos aspectos, depende de
uma percepção histórica de como estas relações foram sendo estabelecidas ao longo do
tempo.
Considerando ainda que, como ensina Paulo Freire, ensinar exige respeito aos
saberes dos educandos, o processo de ensino-aprendizagem em Física deve partir do
conhecimento prévio dos estudantes, respeitando seu contexto social e suas concepções
espontâneas a respeito de ciência.
Em primeiro lugar de acordo com MOREIRA ( s / d, p.2 ) devemos abandonar o
papel de ser apenas transmissores de conhecimentos e passarmos a ver, de fato, os
sujeitos como elaboradores do saber físico, mas que precisam do professor como
mediador. O autor parte do pressuposto que o objetivo do ensino é compartilhar, professor
e estudante , significados e promover a aprendizagem significativa. Mas, isso ocorrerá
somente quando o educando internalizar esses significados de maneira não arbitrária e
não literal, quando as novas informações adquirirem significado por interação com o
conhecimento prévio do estudante e, simultaneamente, derem significados adicionais,
diferenciarem, integrarem, modificarem e enriquecerem o conhecimento já existente.
Em segundo, é preciso considerar que os sujeitos constroem suas ideias, sua
visão do mundo tendo em vista os objetos a que têm acesso nas suas experiências
diárias e nas suas relações afetivas. Segundo Novak, citado por MOREIRA (1999 ), os
seres humanos fazem três coisas: pensam, sentem e atuam ( fazem ). Ou seja, ao se
pensar uma metodologia de ensino para a Física é preciso ter em vista o que os
estudantes já conhecem. Esta ideia remete aos estudos das concepções espontâneas ou
ideias alternativas dos sujeitos.
Ao educando será apresentado princípios, concepções, linguagem, entre outros
elementos utilizados pela Física, em que o discurso do professor deve permitir que ele
162
perceba as diferenças entre a sua forma e a forma utilizada pela ciência para explicar um
determinado fenômeno. Esse processo contribuirá para que o educando reformule as
suas ideias tendo em vista a concepção científica. Assim, espera-se que esteja
reelaborando seus conceitos, mas não necessariamente, que abandone suas ideias
espontâneas. Poderá estar negociando ou adequando sua interpretação e linguagem ao
contexto de utilização. Ou seja, seus conceitos serão mais elaborados ou menos
elaborados, ou mais próximos do científico quanto maior for a necessidade ou interesse
deste sujeito em utilizar esses conhecimentos no contexto da comunidade científica.
Entendemos, então, que a Física deve educar para a cidadania, contribuindo para
o desenvolvimento de um sujeito crítico, “ ... capaz de compreender o papel da ciência no
desenvolvimento da tecnologia. ( ... ) capaz de compreender a cultura científica e
tecnológica de seu tempo “ ( CHAVES & SHELLARD, 2005, p. 233 ).
Cabe colocar aqui que a cidadania da qual falamos aqui não é a cidadania para o
consumo, não é a cidadania construída através de intervenções externas, doações da
burguesia e do Estado moderno, mas, a cidadania que se constrói no interior da prática
social e política de classes.
CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes:
Entende-se por conteúdos estruturantes os conhecimentos e as teorias que hoje
compõem os campos de estudo da Física e servem de referência para a disciplina
escolar. Esses conteúdos fundamentam a abordagem pedagógica dos conteúdos
escolares, de modo que o estudante compreenda o objeto de estudo e o papel dessa
disciplina no Ensino Médio.
Em cada conteúdo estruturante estão presentes ideias, conceitos e definições,
princípios, leis e modelos físicos, que o constituem como uma teoria. Desses
estruturantes derivam os conteúdos básicos que comporão as propostas pedagógicas
curriculares das escolas.
Movimento
Termodinâmica
Eletromagnetismo
163
1ª Série
Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos- Movimento - Momentum e Inércia;
- Conservação da Quantidade de
Movimento ( Momentum );
- Variação da Quantidade de Movimento =
Impulso;
- 2ª Lei de Newton;
- 3ª Lei de Newton;
- Condições de Equilíbrio;
- Energia e o Princípio da Conservação da
Energia;
- Gravitação.
2ª Série
Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos- Termodinâmica - Leis da Termodinâmica;
- Lei zero da Termodinâmica;
- 1ª Lei da Termodinâmica;
- 2ª Lei da Termodinâmica.
3ª Série
Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos- Eletromagnetismo - Carga, Corrente Elétrica, Campo e Ondas
eletromagnéticas;
- Força Eletromagnética;
- Equações Maxwell: Lei de Gauss para
eletrostática ( Lei de Coloumb, Lei de
Ampére, Lei de Gauss magnética, Lei de
Faraday );
- A Natureza da Luz e suas Propriedades.
164
METODOLOGIA
Em um mundo em constante mudança, a aprendizagem desejada é aquela que
articula o conhecimento curricular às vivencias do estudante , para que se torne
significativa, que ocorra pela interação do estudante com o meio, com os colegas, com o
material didático, com o professor. Mais do que soluções prontas e acabadas o que se
pretende é que ele saiba buscar o aprendizado instigando-o, no qual se valoriza a
reflexão constante e também sua herança cultural. Partindo do conhecimento prévio do
estudante na construção do saber cientifico historicamente produzido, a busca de
conteúdos e objetivos seja contínuo na escola e natural em sua vida profissional.
Será utilizado o Portão da Educação, revistas científicas, livros paradidáticos e
didáticos, sites relacionados com a ciência e tecnologia. Proporcionando atividades de
pesquisas, experimentos que ajudem o estudante na interpretação dos fenômenos físicos
relacionando-os com os conceitos e as leis da Física. Inserir uma abordagem cientifica,
explorando unidades e medidas, fenômenos físicos, ficção e realidade.
Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, o conhecimento físico ainda é
tratado como enciclopédico, resumindo-se a um aparato matemático que, normalmente,
não leva a compreensão dos fenômenos físicos e ainda, acaba por distanciar o interesse
dos educandos pela disciplina.
Nessa perspectiva o ensino de Física apresenta conceitos simplificados e
reduzidos, bem como, leis e fórmulas desarticuladas do mundo vivencial.
É preciso repensar os aspectos metodológicos, para que propiciem condições de
ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da descoberta, tornando o
processo de ensino-aprendizagem prazeroso, criativo e estimulador.
Será inserida a História da Cultura Afro-Brasileira e Africana regulamentada pela
Lei nº 10.639/03, como também a Cultura Indígena regulamentada pela Lei nº 11.645/08
com o objetivo de divulgação e produção de conhecimentos, atitudes, posturas e valores
que eduquem cidadãos quanto à pluralidade étnico racial, garantindo à todos o respeito
aos direitos legais e a valorização de identidade, das raízes africanas, indígenas e
brasileira para toda e qualquer ação de cidadania. Entra também nesse espaço a
Educação Ambiental através da Lei nº 9795/99 que trata da educação ambiental com o
objetivo de propiciar aos estudantes atitudes responsável e comprometida com as
questões socioambientais locais e globais. Será trabalhada também a música Lei nº
165
11.769/08, a prevenção ao uso indevido de drogas, sexualidade humana, educação fiscal,
enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e
Adolescentes LF nº 11.525/07, Educação Tributária Dec. Nº 1.143/99, Portaria nº 413/02
e Agenda 21 Escolar.
No desenvolvimento dos conteúdos é necessário abordar a importância da Física
no mundo, com relevância aos aspectos históricos, o conhecimento enquanto construção
humana e a constante evolução do pensamento científico, também as relações das
descobertas científicas com as aplicações tecnológicas na contemporaneidade.
O uso da experimentação é viável e necessário, mesmo que seja por meio de
demonstração feita pelo educador, ou da utilização de materiais alternativos e de baixo
custo, na construção ou demonstração de experimentos.
Inspirados na perspectiva “Freireana” partimos da crença de que FORMAÇÃO é
um fenômeno que se dá no indivíduo, enquanto este se compromete com ações coletivas
de transformação de sua realidade social, e não enquanto aquisição de habilidades
técnicas individualizadas, tampouco como aquisição meramente cognitiva, busca auxiliar
o sujeito a pensar criticamente e a tomar decisões frente ao mundo. (FURTADO &
FURTADO, 2000)
Essa formação baseia-se numa “educação que, enquanto ato de conhecimento,
não apenas se centre no ensino dos conteúdos, mas que desafie o educando a aventurar-
se no exercício de não só falar de mudança do mundo, mas de com ela realmente
compromete-se” (FREIRE, 2000: 96). Nesta perspectiva, conforme (FURTADO,1999) a
Educação do Campo é convocada: urge que uma nova abordagem seja implementada.
A realidade requer um profissional que atue no sentido de estabelecer relações
democráticas com os agricultores (as), relações dialógicas, evitando reproduzir relações
autoritárias tradicionais, culturalmente arraigadas. Um novo profissional capaz de refletir
sobre sua prática, interagir com outros profissionais e com os agricultores (as), capaz de
promover a reflexão „na ‟ e „sobre ‟ a ação”. Um profissional com essa postura é mais que
um técnico é um profissional reflexivo e interativo (SHON,1986). É um educador do
campo. Ele é questionador, crítico, democrático, despojado, solidário, identificado com o
coletivo, defensor da justiça sócio-ambiental e comprometido com a sociedade, através de
uma formação crítica. Ele luta pelas mudanças estruturais, age para a inclusão social e
exercício dos direitos sociais.
166
O educador deve ser o responsável pela mediação entre o saber escolar e as
experiências provenientes do cotidiano dos educandos, as quais devem ser aproveitadas
no processo da aprendizagem.
Os erros e acertos no processo de ensino-aprendizagem devem ser considerados
como elementos sinalizadores para a reconstrução dos conceitos e melhor compreensão
dos conteúdos, cabe ao professor administrar este processo no qual os educandos
necessitam de apoio. É essencial valorizar os acertos e tornar o erro em algo comum,
caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. É importante incentivar os
educandos a ampliarem seus conhecimentos por meio de pesquisa, como atitude
cotidiana e na busca de resultados.
O uso da informática na educação vem se tornando uma ferramenta cada vez
mais importante e indispensável para o enriquecimento das aulas teóricas e à melhor
compreensão dos estudos elaborados. O uso do computador pelo educando na escola é
necessário visto que a tecnologia se faz presente nos lares, no trabalho e aonde quer que
se vá.
Os textos científicos encontrados em jornais, revistas, sites ou em outros meios
de divulgação científica, podem conter conteúdos significativos ao ensino de Física
podem e devem ser explorados de diversas formas, desde que tenham cunho científico.
O ensino de Física não deve ser pautado apenas no uso do material didático
fornecido pela entidade mantenedora, é fundamental utilizar-se de outros recursos para
enriquecimento das aulas e assim tornar o processo de ensino mais harmonioso e
agradável.
AVALIAÇÃO
Apesar das mudanças sofridas no decurso da história, o tradicional sistema de
avaliação está centrado no professor como controlador do processo.
O movimento escolanovista lança um novo olhar sobre a avaliação, apoiado na
psicologia, na sociologia e na antropologia. Usa uma nova retórica que dá ênfase às
diferenças individuais dos educandos pela auto-avaliação. Contudo, permanece a
palavra final do professor no processo avaliativo, provocando poucas mudanças no
modelo vigente.
Na transmissão do conhecimento e no princípio do rendimento, a pedagogia
167
tecnicista está orientada pela visão técnica da racionalidade econômica e empresarial,
funcionando como modeladora do comportamento humano por meio de técnicas
específicas.
Para Luckesi (2000), a avaliação da aprendizagem é um recurso pedagógico útil e
necessário para auxiliar o educador e o educando na busca e na construção de si mesmo
e do seu melhor modo de estar na vida.
Na relação dialética presente na avaliação, o educando confronta-se com o objeto
do conhecimento que o levará à participação ativa, valorizando o fazer e o refletir. A
avaliação será significativa se estiver voltada para a autonomia dos educandos.
A prática avaliativa deve superar o autoritarismo, o conteudismo e o ato de avaliar
como objeto de punição, estabelecendo-se uma nova perspectiva, marcada pela
autonomia do educando. Como afirma Vasconcelos:
O professor que quer superar o problema da avaliação precisa, a partir de
uma auto-crítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe
faculta, lhe autoriza; rever a metodologia do trabalho em sala de aula;
redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como do
conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da avaliação; criar uma
nova mentalidade junto aos estudantes, aos colegas educadores e aos pais
(VASCONCELOS, 1994, p.54).(DCE EJA,p. 42).
A avaliação não pode ser um processo meramente técnico; exige o domínio de
conhecimentos e técnicas com o uso, dentre outros, de critérios claros e objetivos.
Pautados no princípio da educação que valoriza a diversidade e reconhece as
diferenças, o processo avaliativo como parte integrante da práxis pedagógica deve estar
voltada para atender as necessidades dos educandos, considerando o seu perfil, isto é, o
seu papel na formação da cidadania e na construção da autonomia.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 30.
ed., São Paulo: Paz e Terra, 2004.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 15. ed. São Paulo:
Cortez, 2003.
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168
Pedagógica, Porto Alegre, Artmed, ano III, n.12, fev./ abr. 2000.
MENEZES, L. C. A Matéria – Uma Aventura do Espírito: Fundamentos e Fronteiras do
Conhecimento Físico. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2005.
MOREIRA, Antonio Flávio. Escola, currículo e a construção do conhecimento.
Campinas: Papirus, 1994.
MOREIRA, Antonio Flávio. Currículo como política cultural e a formação docente. In.
SILVA, Tomáz Tadeu da; MOREIRA, Antonio Flávio. (Orgs). Territórios contestados: o
currículo e os novos mapas políticos e culturais. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1998, p. 7 – 20.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica , Física. Secretária de Estado
da Educação do Paraná. SEED, 2008.
PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Estudos temáticos para o
plano estadual de educação do Paraná: resultado do I Seminário Integrador – versão
preliminar. Curitiba, 2004.
ROSA, C. W. da; ROSA, À. B. da. A Teoria histórico Cultural e o Ensino da Física. In:
Revista Iberoamericana de Educación, n. 33 – 6, 1 – 8, 2004. ISBN: 1681 – 5653.
SOUZA, José Ribamar F. de. Educação do Campo, Movimentos Sociais e Políticas
Públicas, UFC.
VASCONCELOS,, Celso. Avaliação: concepção dialética libertadora do processo de
avaliação escolar. Cadernos pedagógicos do Libertad, n 3, São Paulo, Libertad, 14.
ed., 1994.
SITES:
www.coladawebe.com.br / www.fisicanet.com.br
www.feiradeciencias.com.br
11.8 GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
O objeto de estudo da Geografia é o espaço geográfico, entendido como o
espaço produzido e apropriado pela sociedade (LEFEBVRE, 1974), composto pela inter-
relação entre sistemas de objetos – naturais, culturais e técnicos – e sistemas de ações –
relações sociais, culturais, políticas e econômicas (SANTOS, 1996).
O espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também
169
contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não
considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se
dá. No começo era a natureza selvagem, formada por objetos naturais, que
ao longo da história vão sendo substituídos por objetos técnicos,
mecanizados e, depois, cibernéticos, fazendo com que a natureza artificial
tenda a funcionar como uma máquina (SANTOS, 1996, p. 51).
A Geografia como disciplina oferece ao educando uma visão crítica e construtiva
do seu espaço no âmbito social, físico e histórico. Ela se preocupa em compreender o
espaço produzido e apropriado pelas sociedades, seus aspectos físicos e culturais,
contribuindo para que o estudante perceba que é um ser ativo, crítico e participativo, ou
seja, um agente transformador.
A disciplina de Geografia tem como objetivo problematizar a abrangência dos
conteúdos desse campo do conhecimento, bem como reconhecer os impasses e
contradições existentes são procedimentos fundamentais para compreender e ensinar o
espaço geográfico no atual período histórico.
A Geografia contribui para que o estudante compreenda o mundo pensando,
refletindo e posicionando- se criticamente, buscando a justiça social e acima de tudo,
compreendendo a relação sociedade natureza. Contribui também para a reflexão sobre
os fatos históricos que resultaram de artimanhas políticas.
Adquirir conhecimentos básicos de Geografia é importante para a vida em
sociedade e, em particular, para o desenvolvimento das funções de cidadania: cada
cidadão, ao conhecer as características sociais, culturais e naturais do lugar onde vive,
bem como, a de outros lugares pode comparar, explicar, compreender e espacializar as
múltiplas relações que diferentes sociedades em épocas variadas, estabeleceram com a
natureza a construção de seu espaço geográfico.
Será dada ênfase às Leis: -nº 10639/03 e 11645/08 – Cultura e História afro-
brasileira e indígena, permeada nos conteúdos estruturantes; - nº 9795/99 – Educação
Ambiental.
OBJETIVOS
- Trabalhar a formação da criticidade dos educandos diante da complexidade dos
processos sociais que atuam na configuração territorial brasileira, visando a formação do
educando enquanto sujeito participante;
- Reconhecer os fenômenos espaciais a partir da seleção, comparação e interpretação,
170
identificando as singularidades ou generalidades de cada lugar, paisagem ou território;
- Identificar, analisar e avaliar o impacto das transformações naturais, sociais,
econômicas, culturais e políticas no seu “lugar – mundo”;
- Analisar e comparar, interdisciplinarmente, as relações entre preservação e degradação
da vida no planeta, compreendendo a mundialização dos fenômenos culturais,
econômicos, tecnológicos e políticos que incidem sobre a natureza;
- Analisar, descrever, comparar e expressar o próprio pensamento, de variadas formas, a
respeito de um tema previamente definido;
- Dominar o raciocínio lógico para a resolução de problemas.
- Contribuir para formação de sujeitos capazes de compreender o mundo e agir nele de
forma crítica;
- Observar, descrever, analisar e criticar o ambiente social, a partir do entorno próximo até
a dimensão da sociedade globalizada, e propor soluções para problemas, fundamentadas
em uma consciência de cidadania;
- Usar os conhecimentos adquiridos para planejar, tomar decisões e trabalhar de modo
cooperativo;
- Posicionar-se criticamente frente aos diferentes discursos (políticos, religiosos,
filosóficos) e aos meios de comunicação de massa, organizando-se, quando necessário,
para promover mudanças de na sociedade;
- Atuar em equipes multiprofissionais e/ou interdisciplinares comportamento para
responder às necessidades de seu tempo no que diz respeito aos problemas sociais,
econômicos, políticos, naturais e ambientais.
CONTEÚDOS
Estruturantes:
Os conteúdos estruturantes, entendidos como conhecimentos de grande
amplitude que se aproximam e organizam os campos de estudo da geografia, deve-se
compreender que temas a serem abordados são fundamentais para a compreensão da
dimensão geográfica da realidade dos conteúdos específicos. O conteúdo estruturante
numa concepção crítica de educação deve considerar em sua abordagem teórica
metodológica as relações socioespaciais em todas as escalas geográficas, analisando-as
em função das transformações políticas, econômicas, sociais e culturais que marcam o
171
atual período histórico.
- Dimensão Econômica do Espaço Geográfico:
Discute-se nestes conteúdos estruturantes os espaços de produção como o
industrial e o agropecuário, as aproximações e especificidades de cada um, a hierarquia
dos lugares, as relações econômicas entre as diferentes porções territoriais como as
cidades, os Estados/Províncias, os países e regiões. Relações de produção e de trabalho,
como as sociedades produzem o espaço geográfico sob a perspectiva da produção de
objetos (fixos e móveis) necessários para a manutenção da dinâmica da sociedade
(Capitalista). Ênfase nas desigualdades econômicas na produção de necessidades, nas
diferentes classes sociais e na configuração sócio espacial.
Todos os conceitos geográficos são desenvolvidos nesse conteúdo estruturante,
especialmente o de rede.
- Dimensão Política do Espaço Geográfico:
Relações de poder e domínio sobre os territórios. Discutir quais são as instâncias
e instituições (oficiais ou não) que governam os territórios. Nesse conteúdo estruturante
aborda-se desde as relações de poder sobre territórios na escala micro (Rua, Bairro) até
as escala macro (País, Instituições internacionais). O papel do estado e das forças
políticas não estatais (ONGs, narcotráfico, crime organizado, associações) bem como as
redefinições de fronteiras, orientadas por motivos econômicos, culturais, sociais e
políticos é fundamental.
Os conceitos geográficos mais enfatizados nesse conteúdo são Território e lugar.
- Dimensão Socioambiental do Espaço Geográfico:
As relações cidade-capital-natureza e sua lógica balizam as discussões deste
conteúdo estruturante. A produção do espaço geográfico, a criação de necessidades e a
mobilização de “recursos” naturais para satisfazê-las, no modelo econômico do
capitalismo, são questões centrais para esse conteúdo estruturantes. Como essas
relações se concretizam na diferenciação das paisagens sociais e culturais. Os conceitos
de Sociedade e Natureza são entendidos como categoria de análise nesse conteúdo
estruturante. Modo de produção, classe sociais, consumo, sustentabilidade, dinâmica da
natureza e tempo são discutidos da perspectiva da produção espacial e da paisagem.
- Dimensão Cultural e Demográfica do Espaço Geográfico:
172
As questões demográficas para a constituição do espaço geográfico são centrais
nesse conteúdo estruturante, bem como as constituições regionais em funções das
especificidades culturais. As marcas culturais na produção das paisagens (Rural e
Urbana) e suas razões históricas, econômicas, naturais; A ocupação e distribuição da
população no espaço geográfico e suas consequências econômicas, culturais, sociais; Os
grupos sociais e étnicos em sua configuração espacial urbana, rural, regional.
Os conteúdos geográficos mais enfatizados nesse conteúdo estruturante são os
de região (singularidades e generalidades) e paisagem.
Conteúdos Básicos
Os conteúdos básicos do Ensino Fundamental devem considerar imprescindíveis
para a formação da consciência histórica dos estudantes nas diversas disciplinas da
educação básica.
Os conteúdos básicos terão abordagens diversas a depender dos fundamentos
que recebem de cada conteúdo estruturante. Quando necessário, serão desdobrados em
conteúdos específicos, sempre se considerando o aprofundamento a ser observado para
as séries e etapa de ensino. Ou seja, onde os conteúdos receberão abordagens
contextualizadas historicamente, socialmente e politicamente, de modo que façam
sentido para os estudantes nas diversas realidades regionais, culturais e econômicas,
contribuindo com a sua formação cidadã.
6º Ano
- Formação e transformação das paisagens naturais e culturais.
- Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e
produção.
- A formação, localização,exploração e utilização dos recursos naturais.
- A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço
geográfico.
- As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista.
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da
população.
- A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
- As diversas regionalizações do espaço geográfico.
173
7º Ano
- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro.
- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e
produção.
- As diversas regionalizações do espaço brasileiro.
- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da
população.
- Movimentos migratórios e suas motivações.
- O espaço rural e a modernização da agricultura.
- A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a
urbanização.
- A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do espaço
geográfico.
- A circulação de mão-de obra, das mercadorias e das informações.
8º Ano
- As diversas regionalizações do espaço geográfico.
- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do continente
americano.
- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
- O comércio em suas implicações socioespaciais.
- A circulação da mão-de-obra, do capital,das mercadorias e das informações.
- A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do espaço
geográfico.
- As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.
- O espaço rural e a modernização da agricultura.
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da
população.
- Os movimentos migratórios e suas motivações.
- As manifestações sociespaciais da diversidade cultural.
- Formação, localização,exploração e utilização dos recursos naturais.
174
9º Ano
- As diversas regionalizações do espaço geográfico.
- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
- A revolução tecnico–científico-informacional e os novos arranjos no espaço da produção.
- O comércio mundial e as implicações socioespaciais.
- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios.
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da
população.
- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
- Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações.
- A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a
(re)organização do espaço geográfico.
- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e
produção.
- O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração
territorial.
ENSINO MÉDIO
1ª Série
- A formação e transformação das paisagens.
-A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e
produção.
- A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço
geográfico.
- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
- A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção.
- O espaço rural e a modernização da agricultura.
2ª Série
- O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração territorial.
- A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações.
175
- Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios.
- As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.
- A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a
urbanização recente.
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da
população.
- Os movimentos migratórios e suas motivações.
3ª Série
- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
- O comércio e as implicações socioespaciais.
- As diversas regionalizações do espaço geográfico.
- As implicações socioespaciais do processo de mundialização.
- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
* A Educação do Campo, o Ensino Afro lei Nº10.639/03, lei Nº 11.465/08
Indígena, Equipe Multidisciplinar estão inclusos nos conteúdos e serão trabalhados
concomitantemente ao longo de todo o ano. A Educação Fiscal será trabalhada a parte
como, por exemplo, Interpretações de textos sobre a importância dos tributos;
METODOLOGIA
A metodologia proposta tem como base a utilização dos conteúdos estruturantes,
os quais deverão estar articulados com a fundamentação teórica e conceitual da
Geografia e compreendam o processo de produção e transformação do espaço
geográfico. Para isso os conteúdos da geografia devem ser trabalhados de forma critica e
dinâmica, interligados com a realidade próxima e distante dos estudantes, em coerência
com os fundamentos teóricos propostos, utilizando a cartografia como ferramenta
essencial.
A problematização de situações relacionadas às dimensões econômico-sociais,
política e cultural, tem por objetivo mobilizar o estudante para o seu conhecimento. Por
isso, deve-se constituir de questões que estimulem o raciocínio, a reflexão e a crítica.
Através de leitura e interpretação das informações contidas nas diferentes fontes
históricas.
176
Algumas práticas pedagógicas para a disciplina de Geografia atreladas aos
fundamentos teóricos destas propostas pedagógicas tornam-se importantes instrumentos
para compreensão do espaço geográfico, dos conceitos e das relações socioespaciais
nas diversas escalas geográficas.
A aula de campo é um importante encaminhamento metodológico para analisar a
área em estudo (urbana ou rural), de modo que o estudante poderá diferenciar, por
exemplo, paisagem de espaço geográfico.
Filmes, trechos de filmes, programas de reportagem e imagens em geral
(fotografias, slides, charges, ilustrações) podem ser utilizados para a problematização dos
conteúdos da Geografia, desde que sejam explorados à luz de seus fundamentos teórico-
conceituais.
O uso da cartografia, que os mapas e seus conteúdos sejam lidos pelos
estudantes como se fossem textos, passíveis de interpretação, problematização e análise
crítica e que jamais sejam meros instrumentos de localização dos eventos e acidentes
geográficos.
As obras de arte e a literatura como instrumento de análise e confronto com
outros contextos históricos. Além disso, facilitam abordagens pedagógicas
interdisciplinares.
Pesquisas de jornais e revistas para que o estudante reflita sobre as diversas
informações levando-as a trocas de idéias e debates em sala de aula, despertando o
senso crítico no educando.
Utilização de laboratório de informática, de vídeos (TV pendrive) educativos,
relacionados aos conteúdos propostos de forma a esclarecer e auxiliar na compreensão
do ensino aprendizagem.
Será dada ênfase às Leis: nº 9795/99 – Educação Ambiental; nº 10639/03 e
11645/08 – Cultura e História afro-brasileira e indígena), permeada nos conteúdos
estruturantes; Equipe Multidisciplinar estão inclusos nos conteúdos e serão trabalhados
concomitantemente ao longo de todo o ano. A Educação Fiscal será trabalhada a parte
como, por exemplo, Interpretações de textos sobre a importância dos tributos;
AVALIAÇÃO
A avaliação será formativa, diagnóstica e continuada, contemplando diferentes
177
práticas pedagógicas, um processo não linear de construção assentado na interação e no
diálogo entre professor e estudante .
Destacam-se como os principais critérios de avaliação e Geografia a formação
dos conceitos geográficos básicos e o entendimento das relações socioespaciais para a
compreensão e intervenção para a realidade, e a assimilação das relações Espaço
Temporais e Sociedades Natureza para compreender o espaço nas diversas escalas
geográficas.
A avaliação inserida no ensino aprendizagem deve ser inserida como uma das
formas que o professor utiliza para avaliar a sua metodologia e o nível de compreensão
dos conteúdos manifestado pelo educando durante o ano letivo.
Na prática pedagógica serão utilizados:
- Leitura, interpretação e produção de textos geográficos.
- Leitura e interpretação de fotos, imagens, mapas, tabelas e gráficos.
- Pesquisas bibliográficas.
- Aula de campo.
- Apresentação de seminários.
- Relatórios de aulas práticas.
- Avaliações escritas.
REFERÊNCIAS
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Janeiro: Sextante, 2003.
CAMPBELL, Jack. Construindo um futuro comum: educando para a integração na
diversidade. Brasília: Unesco, 2002.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
______. O poder da Igualdade. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
______. Fim de Milênio. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CAVALCANTI, L. de S. Cotidiano, mediação pedagógica e formação de conceitos:
uma contribuição de Vygotsky ao ensino de Geografia. CEDES, v. 24, n. 66, Campinas,
mai/ago, 2005.
COLL, Cesar ET alli. Os conteúdos na reforma. Porto Alegre: Atmed, 2000.
______. Aprender conteúdos e desenvolver capacidades. Porto Alegre, Atmed, 2004.
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CORREA, Roberto L.; ROSENDHAL, Zeni. (orgs.) Introdução a Geografia Cultural. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. São Paulo: Peirópolis, 2000.
GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia Histórico Crítica. Campinas: Autores
Associados, 2002.
LIBANEO, J. L. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 2002.
LUCCI, Elian Alabi; BRANCO Anselmo Lázaro/& MENDONÇA, Claudio. Geografia geral
e do Brasil. São Paulo: Saraiva 2005.
MARTINELLI, Marcelo. Mapas de geografia e cartografia temática. São Paulo:
Contexto, 2003.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
OLIVEIRA, Dennison de. Urbanização e industrialização no Paraná. Curitiba: SEED,
2001.
PARANÁ – SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Superintendência de Educação.
Departamento de Ensino fundamental. Cadernos Temáticos: inserção dos conteúdos de
Geografia e cultura Afro-brasileira e africana nos currículos escolares/Paraná. Curitiba:
SEED – PR, 2005.
______. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Geografia para
a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008.
______. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. LDP: Livro
Didático Público de Geografia. Curitiba: SEED-PR, 2006.
PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre,
Atmed, 1999.
______. Gráficos e mapas. São Paulo: Moderna, 1998.
SANTOS, M. Da totalidade ao lugar. São Paulo: Edusp, 2005.
TERRA, Lygia, COELHO, Marcos Amorim. Geografia geral e geografia do Brasil: o
espaço natural e sócio econômico. Volume único. São Paulo: Moderna, 2005.
VIDAL DE LA BLACHE, P. Princípios da Geografia Humana. Lisboa: Cosmos, 1957.
Sites:
www.cartograma.com
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br
179
www.ibge.gov.br
www.bussolaescolar.com.br
www .planetageo.sites.uol.com.br/fmapas.htm
11.9 HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
A História como conhecimento busca entender de que modo os seres humanos
se organizaram e viveram no passado até os dias atuais, assim, propõe pesquisar a vida
dos seres humanos em sociedade no passado e presente possibilitando compreender a
interdependência entre o conhecimento cientifico e as experiências vivenciadas
diariamente pela humanidade.
Nesse contexto podemos conhecer a História da humanidade em tempos e
lugares diferentes, levando em consideração as condições de vida, sua maneira de
pensar, agir e organizar, considerando as heranças recebidas daqueles que viveram
anteriormente, além de se preocupar com os problemas atuais contribuindo para
compreensão do momento que estamos vivendo, devendo considerar em suas
dimensões amplas que envolvem a formação cultural.
Buscando atingir estes propósitos, as amplas tendências historiográficas,
atualmente, tem nos brindado com constantes e profícuos debates acerca da
problemática que se refere à inclusão de novos objetos, novos problemas, novas
abordagens voltadas as varias facetas da produção humana.
Dentre as tendências historiográficas, a Nova Esquerda Inglesa, elegeu a classe
trabalhadora como personagem central de seus estudos empíricos. Os conceitos de
classe social e de luta de classes, fundamentais no pensamento marxista, foram
ampliados por essa corrente, porque seus estudos não reduzem a explicação histórica ao
aspecto econômico. Percebe a classe trabalhadora a partir do conceito de experiência, o
que envolve, dialeticamente, o econômico, o cultural e o social. Conceitos fundamentais
do marxismo tiveram significação ampliada para a ciência histórica, como, por exemplo, o
de luta de classes, que passou a reconhecê-la no interior de uma mesma classe e não
somente entre as classes.
Ainda de acordo com as Diretrizes Curriculares, os historiadores da Nova
180
Esquerda Inglesa, pautam seus estudos na experiência do historiador, na sua dimensão
social e investigativa, o que possibilita novos questionamentos sobre o passado, a partir
dos quais têm surgido novos métodos de pesquisa histórica.
Essa concepção de História, como experiência de homens e mulheres e sua
relação dialética com a produção material, valoriza a possibilidade de luta e
transformação social, reforçando a ideia que a construção da história é feita por sujeitos
na realidade socialmente vivida.
Desse modo, a disciplina de história prioriza uma história viva e coloca o
estudante diante de um problema para a investigação, pois fazer história significa lidar
com a sociedade, objeto dinâmico e em constante transformação, onde ele (o estudante )
reconhece os seus próprios condicionamentos sociais e sua posição como agente e
sujeito da história portanto, a história é uma experiência que se concretiza no cotidiano,
porque é a partir dela que constrói-se o hoje e o futuro.
OBJETIVOS
- Compreender os significados dos diversos acontecimentos do mundo contemporâneo e
a tudo que se relaciona com eles, sobretudo do grupo social a que pertence;
- Despertar o espírito de participação, pois a democracia só se constrói com a
participação de todos;
- Compreender as ações humanas na construção da identidade social, política e
econômica de cada indivíduo levando à formação de um agente crítico e consciente se
seu papel de cidadão.
- Formar o cidadão dotado de visão critica, com capacidade de compreender os
significados dos diversos acontecimentos do mundo contemporâneo e a todo que se
relaciona com eles, sobretudo do grupo social a que pertence. Também despertar o
espírito de participação, pois a democracia só se constrói com a participação de todos.
CONTEÚDOS
Os conteúdos foram selecionados e agrupados pensando a História Temática.
Articulam-se os Conteúdos Estruturantes e Básicos que se encontram nas
Diretrizes Curriculares de História, com os Conteúdos Específicos que estão nos livros
didáticos.
A escolha desses dois livros se dá, pois: a Coleção Araribá foi a mais adotada em
181
nosso Núcleo e o Livro Didático Público está à disposição em todos os Estabelecimentos
de Ensino.
Os Conteúdos Específicos elencados são os do livro didático, isso não quer dizer
que outros não possam ser acrescentados.
Os conteúdos de História local/regional não foram contemplados nessa tabela,
pois variam de acordo com o município.
6º Ano:
Os diferentes sujeitos e suas culturas, suas histórias
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- relações de trabalho
- relações de poder
- relações culturais
- a experiência humana no tempo
- os sujeitos e suas relações com outros no
tempo
- as culturas locais e a cultura comum
Conteúdos Específicos
- Entendendo a História.
- O trabalho do historiador.
- O tempo nas sociedades Ocidentais, orientais, indianas, indígenas e africanas.
- Diferentes tipos de documentos históricos – fonte oral, escrita, sonora.
- Os vestígios humanos - Pré-história e os sítios arqueológicos.
- Origem do homem – a importância do fogo, da terra e das armas.
- Conceitos; Mitologia, Politeísmo, monoteísmo, escravismo, trabalho livre.
- O homem da África, da Ásia e da Europa.
- A sobrevivência nas sociedades do crescente fértil – o poder da água.
- A sobrevivência dos povos da América e do Brasil.
- Os diferentes sujeitos no Egito, Mesopotâmia, Grécia e Roma.
- A importância da agricultura no mundo antigo.
- O significado da guerra para Persas, Gregos e Romanos.
- As formas de poder nas sociedades antigas.
- As relações de trabalho nas sociedades asiáticas e europeias.
- As cidades do mundo antigo – diferentes tipos de habitações.
- As formas de governo na Grécia e em Roma.
182
- Heranças culturais de Egito, Mesopotâmia, Fenícios, Persas, Gregos e Romanos.
- Mumificação e ritual de morte – semelhanças de diferenças com atualidade.
- As diferentes escritas entre Egito e Mesopotâmia.
- As leis e suas funções na Mesopotâmia, Grécia e Roma.
- As diferentes formas de crenças entre o monoteísmo Hebreu e o politeísmo das demais
sociedades antigas.
- Os livros sagrados e sua função nas diferentes sociedades antigas.
- O papel da mulher na Grécia e em Roma e na atualidade.
- O pão e circo romano e suas semelhanças e diferenças na atualidade.
- Jogos Olímpicos na Grécia antiga e na atualidade – culto ao corpo.
- A arte na antiguidade – Egito, Grécia e Roma - representações e significados.
Grandes monumentos históricos: Pirâmides, Zigurates, Muralha da China, Taj
Mahal na Índia, Parthenon na Grécia, Coliseu Romano, A Igreja de Santa Sofia em
Constantinopla
7º ANO
A constituição histórica do mundo rural e urbano e a formação da propriedade em
diferentes tempos e espaços
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- relações de trabalho
- relações de poder
- relações culturais
- as relações de propriedade
- a constituição histórica do mundo, do
campo e da cidade.
- as relações entre o campo e a cidade
- conflitos e resistências e a produção
cultural campo/cidade
Conteúdos Específicos
- O valor da terra na Idade media Ocidental e Oriental.
- A propriedade e sua organização no feudalismo.
- As noções de propriedade para os povos indígenas e quilombolas no Brasil.
- As noções de propriedade para os povos pré-colombianos.
- As noções de propriedade para os povos africanos e chineses.
- A propriedade para os Europeus e sua chegada à América.
183
- A organização da propriedade no Brasil colônia.
- A constituição do latifúndio no Brasil colônia e império.
- A organização social e econômica na cidade e no campo no ocidente e Oriente.
- Os diferentes sujeitos no feudo e suas funções.
- As relações de trabalho no feudo, no Islamismo e no Brasil colônia.
- Os castelos medievais.
- As cidades e as doenças medievais.
- As mesquitas islâmicas.
- O campo e a cidade nas sociedades africanas.
- Cristóvão Colombo e a América.
- Diferentes sujeitos na América pré-colombiana.
- Brasil e primeiras cidades (vilas e câmaras municipais).
- Os Povos Indígenas do Brasil na época da colonização e na atualidade.
- As cidades do açúcar e do ouro no Brasil.
- As cidades e o tropeirismo no Paraná.
- A educação no Brasil colônia.
- Diversas formas de resistência a ordem instituída.
- A crise de Roma e a volta do homem ao campo – colonato.
- As lutas pela terra no mundo romano e na idade média.
- A educação na idade média ocidental e suas semelhanças e diferenças com a
atualidade.
- Os templários e as sociedades secretas.
- O legado de Maomé no Oriente Médio: pilares da crença muçulmana X mandamentos
cristãos.
- Os diferentes sujeitos na sociedade muçulmana.
- O nu na arte visto como pecado: Michelangelo e Leonardo Da Vinci.
- Martinho Lutero e as 95 teses – a cisão da cristandade.
- As resistências dos povos pré-colombianos: a cruz, a espada e a fome.
- Os diferentes sujeitos sociais se rebelam no Brasil colônia: conflitos senhor versus
escravo.
- O poder dos Missionários e a resistência à coroa portuguesa e espanhola.
184
8º ANO
O mundo do trabalho e os movimentos de resistência.
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- relações de trabalho
- relações de poder
- relações culturais
- história das relações da humanidade com
o trabalho
- o trabalho e a vida em sociedade
- o trabalho e as contradições da
modernidade
- os trabalhadores e as conquistas de
direito
Conteúdos Específicos
- O homem moderno e o poder das ideias.
- Os fins justificam os meios? Origem do conceito e semelhanças com atualidade.
- As condições de Higiene da Inglaterra do séc. XVII/XVIII.
- A América e o sonho dourado – razões e consequências no séc. XVI e XXI.
- As relações de trabalho na era da Mineração no Brasil colonial.
- O trabalho dignifica o homem – as luzes conduzindo a sociedade.
- Liberdade, Igualdade e Fraternidade - Revoluções Burguesas.
- Simon Bolívar e o sonho da América forte e unida.
- Os indígenas da América Norte suas semelhanças e diferenças com o Brasil.
- Os novos sujeitos sociais com a vinda da Indústria.
- A chegada da Indústria e as mudanças de comportamento dos diversos sujeitos sociais.
- A Indústria do séc. XVIII e as novas relações de trabalho.
- O poder das igrejas no Brasil do ouro.
- As novas condições sociais com a modernidade.
- O poder da máquina no séc. XVIII na Inglaterra e na atualidade.
- A exploração do trabalho infantil e da mulher nas fábricas do séc.XVIII e na atualidade.
O luxo e o lixo das cidades da Europa - Inglaterra e França do séc. XVIII – semelhanças e
diferenças com a atualidade.
- Novidades trazidas ao Brasil pela família real portuguesa.
-Condições sociais dos diversos sujeitos sociais do Brasil colonial– escravos x
mineradores.
185
- O café as mudanças na sociedade e na economia do Brasil II Império.
- Novos personagens entram em cena – Imigração no séc. XIX no Brasil.
- A questão agrária no Brasil.
- O homem e a luta pelos direitos sociais.
- Declaração de Direitos na Inglaterra e Declaração dos Direitos do homem e do cidadão
da França.
- As lutas pelos direitos políticos como conquista de direitos humanos – Símbolos da
Revolução Francesa.
- As lutas pelos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade no Brasil colonial.
- Tiradentes – Herói ou bandido?
- Brasil = Liberdade se compra ou se conquista?
- Constituição de 1824 – permanências e mudanças com a constituição de 1988
- Karl Marx e o sonho de uma nova sociedade não capitalista.
- Direitos Individuais e Sociais.
- Resistência do Brasil Império – Revolução Farroupilha e o orgulho de ser gaúcho
- A guerra do Paraguai.
- As lutas pelos direitos humanos dos povos afrodescendentes no Brasil.
9º ANO
Relações de dominação e resistência: a formação do estado e das instituições
sociais.
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- relações de trabalho
- relações de poder
- relações culturais
- a constituição das instituições sociais
- a formação do estado
- sujeitos, guerras e revoluções.
Conteúdos Específicos
- A sociedade e diferentes formas de organização.
- As comunidades virtuais hoje e as novas tecnologias do séc. XIX.
- As irmandades católicas e as religiões afro-brasileiras na América Portuguesa.
- A formação de poder entre os povos africanos.
- A formação dos sindicatos no Brasil – a organização sindical e as leis trabalhistas no
governo de Getúlio Vargas.
186
- Diferentes organizações de poder de Estado.
- Os poderes do Estado – Monarquia, República, Ditadura, Aristocracia e Democracia.
- Os poderes do Estado brasileiro: Executivo – Legislativo – Judiciário.
- A formação do Estado Brasileiro Republicano.
- As constituições do Brasil Republicano.
- A política do café-com-leite e suas permanências e mudanças com a atualidade.
- Por um Estado brasileiro populista e nacionalista = Getúlio Vargas.
- O presidente Bossa nova e nova capital Brasília.
- A Instituição do governo de ditadura no Brasil anos 64.
- A formação dos reinos africanos.
- O imperialismo no século XIX.
- A formação dos estados Nacionais nos séc. XIX.
- O socialismo na Rússia e a implantação do Socialismo.
- A Nova ordem mundial pós-guerra fria- Queda das torres gêmeas nos EUA.
- O mundo globalizado.
- Lula e novo modelo de governo.
- Retrato do Brasil contemporâneo.
- As resistências dos sujeitos a ordem instituída, seja social ou econômica.
- Os novos sujeitos na África do séc.XIX novos conflitos, novos personagens.
- A indústria do lazer e da arte do séc. XIX e na atualidade – semelhanças e diferenças.
- As revoltas sociais no Brasil republicano:
. O messianismo de Canudos e Contestado
. Coronelismo e o poder de Padre Cícero
. As lutas operárias no Brasil Republicano
. A epidemia de Febre Amarela versus gripe A
- Cangaço: Robin Hood do Nordeste
- O movimento anarquista, comunista e tenentista no Brasil.
- O Brasil no contexto das guerras mundiais
- Guerra de trincheiras no inicio do século XX – a guerra e a morte
- A crise dos EUA hoje e a crise em 1929
- Adolf Hitler e o Mein Kampf
- O Holocausto Judeu e as bombas atômicas no Japão por ocasião da 2a guerra mundial
187
- A Era do radio e sua função social e política nos anos 40 no Brasil
- A disputa fria entre a águia norte-americana e o urso soviético
- Martin Luther king e a luta pelos direitos dos negros
- O Apartheid na África do século XX
- A guerra do Vietnã – a guerra que não acabou
- Che Guevara e a Revolução Cubana
- O poder da mídia e da indústria cultural dos bens culturais de massa – Beatles e os
hippies
- A resistência à ditadura militar no Brasil pelas manifestações artísticas
- O futebol: uma paixão brasileira
- O Aquecimento global e a luta pela água
ENSINO MÉDIO
Objetivos
- Dos nômades à formação e expansão dos grandes impérios, percorrer um caminho para
a compreensão das bases sobre as quais os homens construíram diferentes relações de
trabalho em tempos e espaços diversos.
- Das civilizações da Antiguidade às sociedades do século XX, buscar estabelecer as
relações de poder (político, religioso e econômico) que caracterizaram a ordem
estabelecida e as transformações dessa ordem, resultantes das lutas sociais e políticas.
1ª Série
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- relações de trabalho
- relações de poder
- relações culturais
- Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e
trabalho livre
- Urbanização e industrialização
1 - Relações de trabalho
Conteúdos Específicos:
- O conceito de trabalho livre, explorado e escravo.
- O mundo do trabalho em diferentes sociedades no tempo: trabalho escravo e servil –
sociedades teocráticas, grego-romanas e medievais.
188
- Transição do trabalho escravo, servil e artesanal para o trabalho livre.
- O trabalho livre: as sociedades de consumo produtivo: as primeiras sociedades
humanas, as sociedades nômades, sociedades indígenas e africanas.
- As cidades na historia: cidades neolíticas, da antiguidade Greco-romana, da Europa
Medieval, pré-colombianas, africanas e asiáticas.
- Urbanização e industrialização no Brasil.
- Urbanização, industrialização nas sociedades ocidentais africanas e orientais.
- Urbanização e industrialização no Paraná.
2ª Série
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- relações de trabalho
- relações de poder
- relações culturais
- O Estado e as relações de poder
- Cultura e religiosidade
Conteúdos Específicos:
- Os Estados teocráticos
- Os Estados na antiguidade clássica
- O Estado e as igrejas medievais
- A formação dos Estados nacionais
- As metrópoles europeias, as relações de poder sobre as colônias e a expansão do
capitalismo.
- O Paraná no contexto de sua emancipação.
- O Estado e as doutrinas sociais (anarquismo, socialismo e positivismo).
- O populismo e as ditaduras na América Latina.
- Os sistemas capitalistas e socialistas.
- Os Estados da América Latina e o Neoliberalismo.
- A formação das religiões dos povos africanos, americanos, asiáticos, europeus,
neolíticos: xamanismo, totens, animismo.
- A formação das grandes religiões: hinduísmo, budismo, confucionismo, judaísmo,
cristianismo e islamismo.
- Teocentrismo versus antropocentrismo na Europa renascentista.
- Reforma e contra reforma e seus desdobramentos culturais.
189
- Cultura e Ideologia no governo de Vargas.
- As manifestações Populares: congadas, cavalhadas, fandango, folia de reis, boi de
mamão, romaria de são Gonçalo.
3ª Série
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- relações de trabalho
- relações de poder
- relações culturais
- Os sujeitos, as revoltas e as guerras
- Movimentos sociais, políticos e culturais e
as guerras e revoluções
Conteúdos Específicos:
- Relações de dominação e resistência nas sociedades grega e romana na antiguidade:
mulheres, crianças e escravos.
- Guerras e revoltas na Antiguidade Clássica: Grécia e Roma.
- Relações de dominação e resistência nas sociedades medievais: camponeses, artesãos,
mulheres, hereges e doentes.
- Relações de resistência na sociedade ocidental moderna.
- As revoltas indígenas, africanas na América Portuguesa.
- Os quilombos e a comunidade quilombola no Paraná.
- As revoluções democráticas no ocidente: Inglaterra, França e Estados Unidos.
- Movimentos sociais no mundo do trabalho nos séculos XVIII e XIX e o surgimento do
sindicalismo.
- A América Portuguesa e as revoltas pela Independência.
- As revoltas federalistas no Brasil, imperial e republicano.
- As guerras mundiais no século XIX e a Guerra Fria.
- As revoluções socialistas na Ásia, África e América Latina.
- Os movimentos de resistência no contexto das ditaduras da América Latina.
- Os Estados Africanos e as guerras Étnicas
- A luta pela terra e a organização de movimentos pela conquista do direito a terra na
América Latina.
- A mulher e suas conquistas de direitos nas sociedades contemporâneas.
* A Educação do Campo, o Ensino Afro lei Nº10.639/03, lei Nº 11.465/08
Indígena, Nº 13.381/01 Conteúdos de História do Paraná, Equipe Multidisciplinar estão
190
inclusos nos conteúdos e serão trabalhados concomitantemente ao longo de todo o ano.
A Educação Fiscal será trabalhada a parte como, por exemplo, Interpretações de textos
sobre a importância dos tributos;
METODOLOGIA
No processo de construção da consciência histórica é imprescindível que se
retome constantemente com os estudantes como se dá a produção do conhecimento; ou
seja, como é produzido a partir do trabalho de um pesquisador que tem como objeto de
estudo as ações e as relações humanas praticadas no tempo, bem como os sentidos que
os sujeitos lhes deram, de modo consciente ou não. Para estudá-las, o historiador adota
um método de pesquisa de forma que possa problematizar o passado, e buscar, por meio
de documentos e perguntas, respostas às suas indagações. A partir disso, o pesquisador
produz uma narrativa histórica cujo desafio é contemplar a diversidade das experiências
políticas, sociais, econômicas e culturais.
A produção do conhecimento histórico é essencial para que os estudantes
compreendam:
- Os limites do livro didático;
- As diferentes interpretações de um mesmo acontecimento histórico;
- A necessidade de ampliar o universo de consultas para entender melhor diferentes
contextos;
- A importância do trabalho do historiador e da produção do conhecimento histórico para
compreensão do passado;
- Que o conhecimento histórico é uma explicação sobre o passado que pode ser
complementada com novas pesquisas e pode ser refutada ou validada pelo trabalho de
investigação do historiador.
Entender tais aspectos possibilita que os estudantes valorizem e contribuam para
a preservação de documentos, dos lugares de memória como museus, bibliotecas,
acervos privados e públicos de fotografias, de documentos escritos e audiovisuais, entre
outros, seja pelo uso adequado dos locais de memória, pelo manuseio cuidadoso de
documentos que podem constituir fontes de pesquisas, seja pelo reconhecimento do
trabalho feito pelos pesquisadores.
A produção do conhecimento histórico e sua apropriação, pelos estudantes, são
191
processuais, e, deste modo, é necessário que o conceito em questão seja
constantemente retomado. Algumas questões poderão ser propostas aos estudantes:
- Como o historiador chegou a essa interpretação?
- Que documentos/fontes o ajudaram a chegar a essas conclusões?
- Existem outras pesquisas a esse respeito?
- Que dimensões o historiador contemplou em sua análise?
- No conteúdo trabalhado, como podem ser identificados os aspectos políticos,
- Socioeconômicos e culturais?
- Existem aspectos que ainda podem ser pesquisados? Quais?
Instigar nos estudantes a capacidade de questionar e criticar os conteúdos e as
abordagens existentes no texto consultado, de modo que constituam, gradativamente,
autonomia na busca do conhecimento.
Diante do exposto, a metodologia de ensino de História, privilegia estudantes e
professores como sujeitos produtores do conhecimento histórico. O processo de
construção da história, por sua vez, é compreendido em suas práticas, relações e pelas
multiplicidades de leituras e interpretações históricas.
Contudo, deve-se considerar o saber histórico já produzido e também outras
formas de saberes como aqueles difundidos pelos meios de comunicação.
Outro fator a considerar e enfatizar com o estudante é de que quando se
pergunta “Por quê?”, “Como?”, “Quando”? e “ O quê?” não significa que estão sendo
construídas problemáticas. Faz se necessário ir, além disto, tal como: levantar hipóteses
acerca dos acontecimentos do passado.
Outro elemento a ser considerado na metodologia do ensino de História é o uso
de documentos e fontes históricas em sala de aula, recorrer ao uso de documentos e
fontes históricas nas aulas de História pode ser importante por favorecer o pensamento
histórico e a iniciação aos métodos de trabalho do historiador. A intenção com o trabalho
de documentos em sala de aula é de desenvolver a autonomia intelectual adequada que
permita realizar análises críticas da sociedade por meio de uma consciência temporal.
Ao trabalhar com documentos em sala de aula faz-se necessário ir além dos
documentos escritos, trabalhando com os iconográficos, as fontes orais, os testemunhos
de história local, além de linguagens contemporâneas, como fotografia, cinema,
quadrinhos e informática. Outro fator a ser observado é a identificação das
192
especificidades do uso desses documentos, bem como entender a sua utilização para
além de meras ilustrações das aulas de História. Quanto à identificação do documento a
sugestão é determinar sua origem, natureza, autor ou autores, datação e pontos
importantes do mesmo.
Para fazer análise e comentários dos documentos, Circe Bittencourt (2004)
estabeleceu a seguinte metodologia:
Descrever o documento, ou seja, destacar e indicar as informações que ele contém;
Mobilizar os saberes e conhecimentos prévios dos estudantes para que eles possam:
- Explicá-los, associá-los às informações dadas;
- Situar o documento no contexto e em relação ao autor;
- Identificar sua natureza e também explorar esta característica para chegar a identificar
os seus limites e interesses.
Contudo, é necessário clareza de que as práticas pedagógicas podem mudar em
decorrência da especificidade da linguagem do documento.
Recursos Didáticos
- Imagens;
- TV pen drive de TV Paulo Freire
- Textos diversos;
- Mostra pedagógica;
- DVD;
- Músicas.
- Retro-projetor;
- Quadro negro e giz;
- Jornais, revistas e periódicos;
- Cartazes e materiais de artes;
- Mural;
- Mapas;
- Máquina fotografia e filmadora;
- Computador.
Proposta de trabalho para o estudante
193
O estudante trabalhará com quadros comparativos, produções de textos, análise
de textos, filmes, imagens e músicas, gráficos, debates, atividades escritas e orais,
pesquisas bibliográficas e de campo, dramatizações, resumos entre outros.
AVALIAÇÃO
A avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os estudantes,
permeando o conjunto das ações pedagógicas, e não como elemento externo a este
processo.
Refutam-se as práticas avaliativas que priorizam o caráter classificatório,
autoritário, que desvinculam a sua função da aprendizagem, que não se ocupam dos
conteúdos e do seu tratamento conforme as concepções definidas no projeto Político
Pedagógico da escola.
Formas avaliativas:
- Avaliação diagnóstica – permite ao professor identificar o desenvolvimento da
aprendizagem dos estudantes para pensar em atividades didáticas que possibilitem a
compreensão dos conteúdos a serem trabalhados;
- Avaliação formativa – ocorre durante o processo pedagógico e tem por finalidade
retomar os objetivos de ensino propostos para, a partir dos mesmos, identificar a
aprendizagem alcançada desde o início até ao momento avaliado;
- Avaliação somativa – permite ao professor tomar uma amostragem de objetivos
propostos no início do trabalho e identificar se eles estão em consonância com o perfil
dos estudantes e com os encaminhamentos metodológicos utilizados para a
compreensão dos conteúdos.
- Substituir as práticas avaliativas baseadas na memorização de conteúdos, por:
- Atividades que permitam desenvolver a capacidade de síntese e redação de uma
narrativa histórica;
- Atividades que permitam ao estudante expressar o desenvolvimento de idéias e
conceitos históricos;
- Atividades que revelem se o educando se apropriou da capacidade de leituras de
documentos com linguagens contemporâneas, como cinema, fotografia, quadrinhos,
músicas e televisão, relativos ao conhecimento histórico.
Deseja-se que ao final do trabalho na Disciplina de História, os estudantes sejam
194
capazes de identificar processos históricos, reconhecer criticamente as relações de poder
neles existentes, bem como que tenham recursos para intervir no meio em que vivem de
modo a se fazerem também sujeitos da própria História.
A recuperação paralela será feita de acordo com a necessidade de cada
estudante , vários meios poderão ser usados como: revisão de conteúdos, interpretação
de textos complementares, exercícios reflexivos, avaliação escrita ou oral, trabalhos,
debates, pesquisas.
REFERÊNCIAS
ARRUDA, José Jobson de . Toda a História. Ática
BOULOS, Alfredo Junior. 4 Volumes – Editora FTD.
CARMO, Sônia Irene do & COUTO, Eliane. História é presente: Brasil colônia.
COTRIM, Gilberto. História e consciência do Brasil.
COTRIM, Gilberto.História para o Ensino Médio. Saraiva
GIOVANNI, de Cristina Viscont & Junqueira, Zilda Almeida 4 Volumes – Editora FTD.
LEI FEDERAL nº 10.639/03, que altera a LDB dispondo sobre a inclusão no currículo
oficial da rede de ensino da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
LEI FEDERAL nº 11.465/08, que inclui no currículo oficial a obrigatoriedade do ensino de
História dos Povos Indígenas do Brasil.
MARTINS, José Roberto 4 Volumes – Editora FTD.
NADAI ,Elza.História da América. Saraiva
ORDONEZ, Marlene & Quevedo, Julio. Horizontes da História. EBEP
PANAZZO, Silvia & VAZ. Maria Luísa. Navegando pela História.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de História para o
Ensino Fundamental. Curitiba:SEED/PR, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de História para
o Ensino Médio. Curitiba:SEED/PR, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação do
Campo. Curitiba:SEED/PR, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Educação
Fiscal para o Ensino Fundamental. Curitiba:SEED/PR, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Ensino Afro
Curitiba: SEED, 2008.
195
PARANÁ. Lei 13.381, de 18 de dezembro de 2001. Torna obrigatório, no Ensino
Fundamental e Médio da rede pública estadual de ensino, conteúdos da disciplina
História do Paraná. Diário Oficial do Paraná. n. 6.134 de 18/12/2001.
PEDRO, Antônio; LIMA, Lizânias deS. De Olho no Vestibular – História. 4 Volumes –
Editora FDT.
PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudino. História & Vida Integrada. Editora Ática.
SILVA, Francisco de Assis. História do Brasil: Império e República.
SILVA, Francisco de Assis. História do Brasil: colônia.
Revista Escola
Jornais: Folha de São Paulo, de Londrina.
11.10 LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
Pensar sobre o ensino da Língua e da Literatura implica pensar também as
contradições, as diferenças e os paradoxos do quadro complexo da contemporaneidade.
Mesmo vivendo numa época denominada “era da informação”, a qual possibilita acesso
rápido à leitura de uma gama imensurável de informações, convivemos com o índice
crescente de analfabetismo funcional, e os resultados das avaliações educacionais
revelam baixo desempenho do estudante em relação à compreensão dos textos que lê.
De acordo com Irandé Antunes (2003, p.37):
[…] Sentimos na pele que não dá mais para “tolerar” uma escola que, porvezes, nem sequer alfabetiza (principalmente os mais pobres) ou que,alfabetizando, não forma leitores nem pessoas capazes de expressar-se porescrito, coerente e relevantemente, para, assumindo a palavra, seremautores de uma nova ordem das coisas. É, pois, um ato de cidadania, decivilidade da maior pertinência, que aceitemos, ativamente e comdeterminação, o desafio de rever e de reorientar a nossa prática de ensinoda língua.
Diante desse desafio é necessária uma nova reflexão sobre o ensino-
aprendizagem da língua materna, possibilitar condições para que os estudantes
aprimorem os conhecimentos linguísticos e discursivos para que eles possam
compreender os discursos que os cercam e terem condições de interagir com esses
discursos. É relevante que a língua seja percebida como uma área em que diversas
vozes sociais se defrontam, manifestando diferentes opiniões; assim como, é necessário
196
que a escola seja um espaço que promova por meio de uma gama de textos com
diferentes funções sociais, o letramento do estudante , para que ele se envolva nas
práticas do uso da língua, sejam de leitura, oralidade e escrita.
Destaca-se que o letramento vai além da alfabetização (codificação e
decodificação); pois conforme Soares (1998), refere-se ao indivíduo que não só sabe ler e
escrever, mas usa socialmente a leitura e escrita, pratica a leitura e escrita, posiciona-se e
interage com as exigências da sociedade referente às práticas de linguagem,
demarcando a sua voz no contexto social. Sob esse enfoque, o professor precisa
propiciar ao educando a prática, a discussão, a leitura de textos das diferentes esferas
sociais (multiletramento).
A leitura dessas múltiplas linguagens, realizada com propriedade, garante o
envolvimento do educando com as práticas discursivas, alterando “seu estado ou
condição em aspectos sociais, psíquicos, culturais, políticos, cognitivos, lingüísticos e até
mesmo econômicos” (SOARES, 1998, P.18).
O ensino da Língua Portuguesa tem como finalidade trabalhar a língua materna
em um movimento interacionista, ”dialógico” (Bakthin), e não meramente metalinguístico.
Isto significa que o professor na postura de orientador e mediador entre conteúdo e
educando, deve criar em sua sala de aula um espaço para o debate e para a discussão
de assuntos diversos, possibilitando dessa forma a “polifonia”, que segundo Bakthin,
constitui as várias “vozes do discurso”.
Desse debate que envolve estudante -estudante , estudante -professor e
estudante texto, resultará naturalmente a linguagem que traz em seu bojo, o universo
daqueles que debateram, ou seja, do estudante e do professor, interlocutores que
produziram o discurso.
A partir dessa construção de sentido, o professor tendo em mãos a linguagem do
educando, espelho de sua realidade, encontrará oportunidades de “dizer” ao estudante
que o bom uso da língua portuguesa pode levá-lo à transformação social e à sua
emancipação.
O ensino de língua, nessa perspectiva, leva em conta os saberes, construídos
pelo estudante ao longo do tempo, respeita a variedade lingüística de cada um e,
principalmente, respeita sua individualidade, o que aumenta a sua autoestima. A
aprendizagem em um espaço assim, torna-se eficiente e prazerosa porque inclui
197
afetividade e interação, inclui o espaço de “eu” e do “outro”, de acordo com Bakthin.
Considerando a dimensão dialógica da linguagem é importante desenvolver no
estudante a percepção das múltiplas possibilidades de expressão linguística, fomentar a
sua capacidade como leitor crítico e efetivo dos diversos gêneros textuais; além de
possibilitar a integração da linguagem verbal com outras linguagens (multiletramentos).
Para a promoção da língua portuguesa, consideram-se também os gêneros
discursivos defendidos por Mikhail Bakhtin para que o estudante , no uso da linguagem,
tenha condições de discernir as finalidades das esferas de comunicação e, numa leitura
aprimorada, seja possibilitado a dialogar com os interlocutores, compreender as intenções
do discurso; assim como, a se posicionar e dar voz ao seu discurso perante à sociedade
em que está inserido.
Bakhtin (1992, apud DCEs, 2008, p.53), diz que “quanto melhor dominamos os
gêneros tanto mais livremente os empregamos, tanto mais plena e nitidamente
descobrimos neles a nossa individualidade (onde isso é possível e necessário) (...)”. É
esse ato de reconhecimento das esferas discursivas que propiciará ao leitor a construção
de sentido de um texto e deve auxiliar a ação pedagógica com a leitura.
Nesse contexto, serão trabalhados com as leis 11.645/08 de cultura indígena,
9795/99 do meio ambiente, 10.639/03 cultura afro-brasileira e africana, em todos os anos
do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, com temas que versarão sobre a cultura Afro-
Brasileira e Africana, sempre será abordado por meios de textos dos livros didáticos ,
cartazes , vídeos ,palestras, produção de textos de diversas modalidades , apresentação
de grupos de capoeira , Olodum , teatro , etc, para que seja efetivada a inclusão de
gentes e não só raças, cores, religiões , assim como a diversidade sexual criando
mecanismos de enfrentamento aos diversos preconceitos existentes que possam garantir
o direito de acesso e permanência com qualidade no processo educacional.
Também ressaltaremos a preservação e solução de melhorias no meio ambiente,
qualidade de vida, centenário de Helena Kolody, o resgate de valores morais, cívicos e
folclóricos. Para a efetivação das expectativas no processo de ensino-aprendizagem da
língua portuguesa, utilizar-se-ão de instrumentos variados (vídeos, palestras, leitura e
produção de textos de diversas modalidades, apresentação de grupos de capoeira, teatro,
exposição de trabalhos e promoção de eventos culturais).
A proposta pedagógica da disciplina Língua Portuguesa tem por objetivo
198
possibilitar ao estudante apropriação de saberes constituídos e legitimados socialmente,
a partir do desenvolvimento de suas potencialidades e suas capacidades cognitivas,
afetivas e sociais. Nessa concepção, o estudante torna-se sujeito de sua aprendizagem,
e o professor deixa de ser apenas um transmissor de saberes e assume-se como um
mediador na construção do conhecimento.
Urge formar cidadãos reflexivos, críticos, autônomos, frente às diversas formas de
pensar, capazes de utilizar seus conhecimentos para a prática do bem comum. Pessoas
que sejam capazes de interagir e interferir no mundo, que tenham apreço pelo
conhecimento, que sejam solidários e cientes de seu papel transformador na construção
de um mundo melhor, mais humano e mais fraterno.
OBJETIVOS
- Valorizar e desenvolver habilidades de ouvir, falar, ler, interpretar, escrever, criticar e
apresentar soluções tomando como base situações e motivos.
- Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por meio de práticas
sociais que considerem os interlocutores, seus objetivos, o assunto tratado, além do
contexto de produção.
- Analisar os textos produzidos, lidos e/ou ouvidos, possibilitando que o estudante amplie
seus conhecimentos linguísticos-discursivos.
- Aprofundar por meio da leitura de textos literários a capacidade de pensamento crítico e
a sensibilidade estética, permitindo a expansão lúdica da oralidade, da leitura e da escrita.
- Proporcionar ao educando condições de redigir e expressar-se com propriedade ao
diferentes contextos sociais, apropriando-se também da norma padrão.
CONTEÚDOS
O foco principal é o discurso e suas diferentes manifestações em situações
comunicativas diversificadas.
Estruturantes: oralidade, leitura, escrita e análise linguística.Os conteúdos
estruturantes será trabalhado com base no discurso como prática social e
desenvolverá os seguintes eixos: leitura, escrita, oralidade e análise linguística.
Na literatura, vista como arte que transforma/humaniza o homem e a sociedade
(Cândido, 1972), deve ser trabalhada segundo a “Estética da Recepção” (Jauss) e a
“Teoria do Efeito” (Wolfgang Iser), que busca formar um leitor capaz de sentir e de
expressar o que sentiu, com condição de reconhecer um envolvimento de subjetividade
199
que expressam pela tríade obra/autor/leitor, por meio de uma interação que está presente
na prática de leitura, ou seja, formar um leitor competente.
Os conteúdos também deverão ser trabalhados privilegiando aspectos lúdicos e
contextos culturais.
A gramática deve ser instrumento para o estudante ler, produzir e interpretar os
diferentes textos, consequentemente interpretar o mundo, a vida.
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística
serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas
sociais de circulação.
Conteúdos Básicos
ENSINO FUNDAMENTAL: Do 6ª ao 9º Ano
6º Ano
LEITURA
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade;
- Argumentos do texto;
- Discurso direto e indireto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Léxico;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.
ESCRITA
- Contexto de produção;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Informatividade;
- Argumentatividade;
- Discurso direto e indireto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Divisão do texto em parágrafos;
200
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão negrito), figuras de linguagem;
- Processo de formação de palavras;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia;
- Concordância verbal/nominal.
ORALIDADE
- Tema do texto;
- Finalidade;
- Argumentos;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações linguísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos.
GÊNEROS DISCURSIVOS
- História em quadrinhos, piadas, adivinhas, lendas, fábulas, contos de fadas, poemas,
narrativa de enigma, narrativa de aventura, dramatização, exposição oral, comercial para
TV, causos, carta pessoal, carta de solicitação, receita, convite, autobiografia, cartaz,
classificados, quadrinhas, cantigas de roda, bilhetes, fotos, mapas, aviso, horóscopo,
regras de jogo, anedotas, entre outros
7º ANO
LEITURA
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Argumentos do texto;
- Contexto de produção;
- Intertextualidade;
- Informações explícitas e implícitas;
- Discurso direto e indireto;
201
- Elementos composicionais do gênero;
- Repetição proposital de palavras;
- Léxico;
- Ambiguidade;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.
ESCRITA
- Contexto de produção;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Informatividade;
- Discurso direto e indireto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão negrito), figuras de linguagem;
- Processo de formação de palavras;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia;
- Concordância verbal/nominal.
ORALIDADE
- Tema do texto;
- Finalidade;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações linguísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
- Semântica.
GÊNEROS DISCURSIVOS
- Contos, mito, lenda, poemas, haicai, tankas, depoimentos, crônica, música, reportagem,
tiras, exposição oral, mapas, paródia, filmes, vídeo clip, provérbios, carta pessoal, carta
202
do leitor, artigo de divulgação científica, artigo expositivo de livro didático, artigo de
opinião, cartum, dramatização, instruções de uso, história em quadrinhos, placas,
pinturas, entre outros.
8º ANO
LEITURA
Conteúdo temático;
- Interlocutor;
- Intencionalidade do texto;
- Argumentos do texto;
- Contexto de produção;
- Intertextualidade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);
- Semântica:
- operadores argumentativos;
- ambiguidade;
-sentido figurado;
- expressões que denotam ironia e humor no texto.
ESCRITA
- Conteúdo temático;
- Interlocutor;
- Intencionalidade do texto;
GENEROS DISCURSIVOS
- conto de enigma, romance de ficção, verbete de enciclopédia, artigo de divulgação
científica, texto dramático, telejornal, telenovela, reportagem (oral e escrita), pesquisa,
conto fantástico, narrativa de terror, charge, narrativa de humor, crônica, paródia, resumo,
anúncio publicitário, sinopse de filme, poema, biografia, narrativa de ficção científica,
relato pessoal, haicai, mesa redonda, dissertação escolar, artigo de opinião, carta do
203
leitor, debate, entre outros.
9º Ano
LEITURA
Conteúdo temático;
- Interlocutor;
- Intencionalidade do texto;
- Argumentos do texto;
- Contexto de produção;
- Intertextualidade;
- Discurso ideológico presente no texto;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- Partículas conectivas do texto;
- Progressão referencial no texto;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;
- Semântica:
- operadores argumentativos;
- polissemia;
- expressões que denotam ironia e humor no texto.
ESCRITA
- Conteúdo temático;
- Interlocutor;
- Intencionalidade do texto;
- Informatividade;
- Contexto de produção;
- Intertextualidade;
GENEROS DISCURSIVOS
- contos, crônica, artigo de divulgação científica, artigo de opinião, verbete, debate,
reportagem oral e escrita, manifesto, seminário, relatório científico, resenha crítica,
204
narrativa fantástica, romance, histórias de humor, música, charges, editorial, curriculum
vitae, entrevista oral e escrita, assembleia, agenda cultural, conferência, palestra,
depoimento, imagens, instruções, texto dramático, roteiro, propaganda, entre outros.
ENSINO MÉDIO
LEITURA
- Conteúdo temático;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Intencionalidade;
- Argumentos do texto;
- Contexto de produção;
- Intertextualidade;
- Discurso ideológico presente no texto;
- Polissemia;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Contexto de produção da obra literária;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;
- Progressão referencial;
- Partículas conectivas do texto;
- Relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto;
- Semântica:
- operadores argumentativos;
- modalizadores;
- figuras de linguagem.
ESCRITA
- Conteúdo temático;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
205
- Intencionalidade;
- Informatividade;
- Contexto de produção;
- Intertextualidade;
- Referência textual;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Ideologia presente no texto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Progressão referencial;
- Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- Semântica:
- operadores argumentativos;
- modalizadores;
- figuras de linguagem;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, conectores, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc;
- Sintaxe de concordância;
- Sintaxe de regência;
- Vícios de linguagem.
ORALIDADE
- Conteúdo temático;
- Finalidade;
- Intencionalidade;
- Argumentos;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Elementos extralinguísticos: entonação, expressões faciais, corporal e gestual e pausas;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, conectivos;
- Elementos semânticos;
- Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);
206
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
GÊNEROS DISCURSIVOS PARA O ENSINO MÉDIO: - Textos dramáticos, romance, novela fantástica, crônica, conto, poema, fábulas, diários,
biografia, debate, artigos de opinião, editorial, classificados, notícia, reportagem,
entrevista, anúncio, carta de leitor, carta de reclamação, resumo, resenha, relatório
científico, dissertação, seminário, conferência, palestra, pesquisa, mesa redonda,
instruções, regras em geral, leis, estatutos, lendas, mitos, piadas, histórias de humor,
tiras, cartum, charge, caricaturas, paródia, propagandas, placas, outdoor, chats, e-mail,
folder, blogs, fotos, pinturas, depoimento, folhetos, mapas, provérbios, entre outros.
METODOLOGIA
O objetivo do ensino da Língua é muito claro: trabalhar a língua como prática
social de interação, com propostas que contextualizam as atividades de ensino em
situações de uso, com finalidades específicas, interlocutores reais e textos de circulação
no meio social. Logo, o estudante não deve apenas saber ler e escrever, mas ser
proficiente no uso social da língua, falando ou escrevendo. E cabe a escola proporcionar
o maior número de conhecimentos necessários para que ele possa participar plenamente
da sociedade. Isso implica no uso efetivo da linguagem.
Para tanto é fundamental que as práticas de uso da linguagem, isto é, as
atividades de leitura e compreensão de textos, de produção escrita e de compreensão
oral, em que situações contextualizadas sejam norteadoras do Plano de Trabalho
Docente. Sempre destacando que as práticas de reflexão sobre a língua e a linguagem,
assim como a construção correlata de conhecimentos linguísticos e a descrição
gramatical devem se exercer sobre os textos e os discursos, na medida em que se façam
necessárias e significativas para a construção de sentidos. E para o alcance desses
propósitos, são necessários procedimentos metodológicos bem definidos, que serão
enriquecidos segundo as práticas pedagógicas:
- Leitura e oralidade: promoção da qualidade de leitura, com grande quantidade de textos
de gêneros variados (buscando representar o mundo social e cultural do estudante com
temas de seu interesse e questões sociais); atividades com textos que compõem de
imagem e texto verbal; exploração de aspectos semânticos e discursivos do texto,
elaboração de inferências, compreensão global e intertextual; seções de leitura oral pelo
207
professor e pelos estudantes, debates e apresentações orais dos resultados da produção
escrita, leitura compartilhada, apresentações de grupos, declamação de poemas,
contação de histórias, representação teatral, depoimentos sobre situações significativas
vivenciadas pelo estudante ou pessoas do seu convívio e outras atividades que
possibilitem o desenvolvimento da argumentação. Tanto no Ensino Fundamental quanto
no Ensino Médio, as possibilidades de trabalho com os gêneros orais são diversas e
apontam diferentes caminhos.
- Conhecimentos linguísticos: realização de atividades de conscientização linguística,
trabalhados em seções destinadas ao exame dos recursos nos textos lidos e ao
vocabulário, estuda da morfologia e a sintaxe contemplados em um trabalho consistente
de reflexão linguística voltado para o domínio das variedades da língua entre elas, a
padrão.
- Produção de texto: trabalho com leitura (discussões sobre tema, gênero e recursos
linguísticos) que proporcionarão: proposição de diversidade e tipos de textos, gêneros e
registros nas produções, criação de situações reais de produção, socialização dos textos
produzidos, produções coletivas, promoção de atividades orais com dinâmica de grupo,
organização de eventos ( a partir da motivação dada pela produção de texto).
Literatura no Ensino Médio
O professor de Literatura deverá ser contínuo leitor e capaz de selecionar os
textos com os quais trabalhará, com propostas que ampliem relações de leitura,
estimulando associações e estabelecendo conexões a partir dos textos apresentados
pelos estudantes, considerando o contexto presente.
Em qualquer análise contextual o professor questionará os critérios de verdade
histórica, relacionando o presente e o passado não só a historiografia, mas também os
estudos filosóficos e sociológicos que enriquecem a análise literária, a estética da
recepção linguística textual, a análise do discurso, a psicanálise, entre tantos outros.
A interpretação não se reduz a uma questão de verdade ou falsidade, mas a uma
contínua construção de consistência argumentativa (aula mudança de rumo). Texto puxa
texto e leva a uma reflexão (filme, música, poesia, entre outros). As aulas de literatura
devem estar sempre abertas aos acontecimentos a que os processos de leitura não
cessam de forçá-las.
Enfim, a metodologia deve ser considerada construtivo-reflexiva e levar o
208
estudante a refletir sobre dados, fatos, textos diversos, para posteriormente inferir, com
base em análise devidamente orientada pelo professor e/ou pelo material didático, o
conhecimento em questão. O processo deve possibilitar que o próprio estudante seja
capaz de sistematizar os conhecimentos construídos, demonstrando assim, o que
aprendeu. A seleção de conteúdos deve considerar como um sujeito de um processo
histórico, social, detentor de um repertório linguístico que precisa ser considerado na
busca da ampliação de sua competência comunicativa. O trabalho com os conteúdos
partirá da exploração de diversos gêneros textuais que propiciarão a exposição do
educando à língua dentro de um contexto, possibilitando a análise e estudo de sua
estrutura, servindo também como ponte para criar a interação entre as habilidades em
cada contexto.
AVALIAÇÃO
Levando em conta a importância e necessidade de clareza nas nossas ações e
objetivos, explicita-se a seguir, os princípios e funções da avaliação.
Considera-se como princípios da avaliação, que ela seja diagnóstica, formativa,
processual, contínua, inclusiva e afetiva. O estudante é considerado como um todo nas
dimensões cognitivas, emocional e relacional e são respeitadas suas particularidades e
as da faixa etária, tomando o grupo como parâmetro.
A avaliação não deve ser entendida como forma de julgar o sucesso ou fracasso
do estudante . É preciso ter em mente que a avaliação não recai somente sobre a
aprendizagem dos estudantes. Ela fornece ao professor os elementos necessários para
que reflita sobre a sua prática pedagógica. Logo, a avaliação é compreendida, como um
procedimento, cuja função, é unificar a aprendizagem e o ensino. Ela deve ser dinâmica,
deve ocorrer durante todo o processo de ensino-aprendizagem, no tocante aos textos
escritos, que são as referências do trabalho docente, devem ser avaliados sob três
perspectivas: a da interação discursiva, a do nível de textualidade, a da utilização dos
padrões ortográficos e morfossintáticos da escrita.
Em relação à leitura, deve-se enfocar a capacidade de atribuir sentido ao texto,
apresentar pontos de vista, opiniões críticas, realizar inferências e reconhecer a
intertextualidade. Quanto à oralidade é relevante avaliar a capacidade do estudante ao
planejar a fala, ajustar o texto à variedade linguística adequada; falar, escutar e refletir,
209
percebendo que a linguagem oral possui níveis, que vão do mais informal ao mais formal.
No processo avaliativo deve-se atentar para o progresso da temporalidade da
aprendizagem, principalmente quando se tratar de estudantes incluídos. Para isso, são
necessários critérios avaliativos, claramente definidos e da real aplicabilidade.
É imprescindível que a avaliação seja contínua e priorize a qualidade e o
processo de aprendizagem, ou seja, o desempenho do estudante ao longo do ano letivo.
A avaliação deve sempre ser feita de forma contextualizada, considerando sua
relevância na construção do estudante como ser discursivo em Língua Portuguesa e
Literatura, deve ser integrante do processo de aprendizagem e contribuir para a
construção de saberes compreendendo os princípios: investigativa e ou diagnóstica,
contínua, sistemática (com instrumentos diversos), abrangente e permanente. É por meio
dela que o professor deve repensar sua metodologia e planejar suas aulas de acordo com
as necessidades dos estudantes. A partir disso é possível perceber quais são os
conhecimentos – linguísticos, discursivos, sócio pragmáticos ou culturais – e as práticas
de leitura, escrita ou a oralidade que precisam ser revistos ou abordados com mais
cuidado para garantir uma maior interação do educando com os discursos em Língua
Portuguesa.
Consideramos funções e características gerais da avaliação:
- diagnosticar os conhecimentos prévios do estudante ;
- mostrar ao professor o que o estudante aprendeu e não aprendeu, servindo como base
para que ele possa fazer as intervenções necessárias;
- indicar ao professor a necessidade de possíveis ajustes no processo educativo (rever
procedimentos, replanejar suas ações e atuação);
- fornecer dados para auto-avaliação do professor e do estudante , possibilitando a
revisão de suas práticas;
- permitir que o estudante se perceba como sujeito do seu processo de aprendizagem;
- promover o diálogo entre professor e estudante durante esse processo explicitando as
intenções e tendo em vista objetivos comuns;
A verificação do rendimento escolar far-se-á através de uma avaliação contínua e
cumulativa do desempenho do estudante , com prevalência dos aspectos qualitativos
sobre os quantitativos, levando-se em consideração as diferentes experiências de
aprendizagem, face aos objetivos propostos pela Escola.
210
A recuperação de estudos será ofertada aos estudantes de aproveitamento
insuficiente, no decorrer do processo ensino/aprendizagem. Ela se dará
concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos
conhecimentos básicos, será oferecida a todos os estudantes com média inferior a da
aprovação e/ou àqueles que quiserem usufruí-la. Sendo ofertado ao estudante as
oportunidades possíveis pelo instituição de ensino para que o mesmo resgate os
conteúdos não aprendidos, e a nota da avaliação e a da recuperação paralela,
prevalecerá sempre a maior.
Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos
básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada
dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação.
REFERÊNCIAS
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e Yara Frateschi. 9 ed. São Paulo: Hucitec, 1999.
BARTHES, Roland. O prazer do texto. Lisboa: Edições 70, 1973. (Col. Signos, 5).
Bechara, Evanildo. Gramática escolar da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Lucerna,
2006.
BRAGATTO, Paulo Filho. Pela Leitura Literária na Escola de 1º Grau. São Paulo: Ática,
1995.
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Vol.4 n.9, PP. 803-809, set/1972.
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BUNZEN, Clélio.; MENDONÇA, Márcia. (orgs.). Português no ensino médio e formação
do professor. São Paulo: Parábola, 2006.
COSTA, Cibele Lopresti; LOUSADA, Eliane Gouvêa; SOARES, Jairo J. Batista; PRADO,
Manuela. Para viver juntos: português, todos os ano, ensino fundamental, 1.ed.rev. São
Paulo: Edições S.M, 2009.
FARACO & MOURA. Gramática. São Paulo: Ática, 1987.
211
FRANCIA, Alfonso. Educar com parábolas. 9.ed. São Paulo: Ave-Maria, 2007.
FREDERICO, Enid Yatsuda; OSAKABE, Haquira. PCNEM – Literatura. Análise crítica. In:
MEC/SEB/Departamento de Políticas de Ensino Médio. Orientações Curriculares do
Ensino Médio. Brasília: 2004.
GERALDI, João W. Concepções de linguagem e ensino de Português. In: O texto na sala
de aula. 5. Ed. Cascavel: Assoeste, 1990.
______. GRAMÁTICA. Videoaulas Completas. SAE. 01.
______. Francia, Alfonso. Educar com fábulas. São Paulo: Mundo Mirim, 2009.
KATO, Mary. O aprendizado da leitura. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
KHÉDE, Sonia Salomão. Literatura Infanto-Juvenil. Um gênero polêmico. Petrópolis:
Vozes, 1983.
KLEIMAN, Ângela. Oficina de Leitura: teoria e prática. Campinas: Pontes (UNUCAMP),
1993.
KURY, Adriano da Gama. Para falar e escrever melhor o português. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
LERNER Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre:
Artmed, 2002.
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
MARTINS, Maria Helena. Crônica de uma utopia: leitura e literatura infantil em trânsito.
São Paulo: Brasiliense, 1989.
MAZZAROTTO, Luiz Fernando. Nova redação gramática & literatura: aprenda a
elaborar textos claros, objetivos e eficientes. 2. ed. São Paulo: DCL, 2009.
MESERANI, Samir. O intertexto escolar: sobre leitura, aula e redação. São Paulo:
Cortez, 1995.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua
Portuguesa para a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba:
2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. LDP:
Livro Didático Público de Língua Portuguesa. Curitiba: SEED-PR, 2006.
REZENDE, Meire. ADOLETRA: uma proposta lúdica e silábica para alfabetização!
Uberlândia, Sala Viva, 2008.
212
SENAR/PARANÁ. Alguns fios para Entretecer o Pensar e o Agir. PROGRAMA
AGRINHO. Curitiba: 2007.
SOARES, Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
11.10 MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
A Matemática se desenvolveu ao longo da história da humanidade e está em
constante evolução e se aperfeiçoando ao longo dos tempos. Estando ciente que a
Matemática estudada e ensinada hoje é produto das ideias e contribuições construídas
historicamente, é sempre possível rediscutir conceitos, modificar pontos de vista sobre
assuntos conhecidos e propor outros, apresentando-se assim como uma ciência viva,
como afirma D’AMBRÓSIO:
[...]“Para situar a Matemática como uma manifestação cultural de todos os
povos em todos os tempos, como a linguagem, os costumes, os valores, as
crenças e os hábitos, e como tal diversificada nas suas origens e na sua
evolução”.
Estudiosos defendem que a Matemática teria surgido de necessidades práticas
urgentes do homem, como a demarcação de áreas, o levantamento de seu rebanho,
partindo para a valoração de objetos (comércio, dinheiro). Outros já definiam que a
Matemática teria surgido do lazer de uma classe de sacerdotes ou de rituais religiosos.
Na origem do ensino da Matemática, a educação ministrada de forma clássica, o
homem estava reduzido a contar números, memorizar e repetir. Tempos depois o ensino
foi voltado às atividades práticas que contribuíram para uma fase de progressos,
ocorrendo à valorização, popularização e inclusão do ensino da Matemática nos estudos.
A Matemática passou a ser considerada como um saber dinâmico prático criando
possibilidades de trocas de conhecimentos, pois é imprescindível que o estudante se
aproprie do conhecimento de forma que compreenda conceitos e princípios matemáticos,
raciocine claramente e comunique idéias Matemáticas, reconheça suas aplicações e
aborde situações problemas com segurança.
As relações que surgem entre professor - Matemática - estudante , dentro da
213
realidade em que estão inseridos, é que fundamenta a educação Matemática da escola e
desenvolva uma concepção de Matemática que permita a todo, o acesso aos
conhecimentos e instrumentos matemáticos, como uma condição necessária para
participarem e interferirem na sociedade em que vivem.
OBJETIVOS
O conhecimento matemático não pode ser tratado como um conjunto de fatos e
definições isoladas e conclusivas. Sempre haverá outras descobertas e conexões entre
os vários conhecimentos que são fundamentais para que os estudantes possam
compreender a evolução da Matemática até sua presença nos dias de hoje. Dessa forma
ao concluir seus estudos matemáticos, a expectativa é que o estudante seja capaz de:
- Reconhecer os conhecimentos matemáticos como ferramenta que estimule a
curiosidade, a investigação e meios para compreender e utilizar em situações problemas
e na transformação de sua realidade.
- Estimular através do conhecimento matemático que o estudante construa valores e
atitudes de natureza diversas, visando a formação integral do mesmo.
- Interpretar situações problemas, discutindo meios de resolução e verificação de
diferentes possibilidades de solução que resultem em argumentações a favor ou
contrárias aos resultados apresentados.
- Sentir-se seguro da própria capacidade de construir conhecimentos matemáticos,
desenvolvendo a auto-estima e a perseverança na busca de soluções.
- Desenvolver metodologias que facilitem e estimulem o ensino da Matemática tornando-o
agradável e aplicável ao cotidiano do estudante .
- Associar as tecnologias aos conhecimentos científicos matemáticos e sua evolução
histórica até os dias de hoje.
CONTEÚDOS
6º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- Números e Álgebra - Sistemas de numeração;
- Números Naturais;
214
- Grandezas e Medidas
- Geometrias
- Tratamento da Informação
- Múltiplos e divisores;
- Potenciação e radiciação;
- Números fracionários;
- Números decimais.
- Medidas de comprimento;
- Medidas de massa;
- Medidas de área;
- Medidas de volume;
- Medidas de tempo;
- Medidas de ângulos;
- Sistema monetário.
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial.
- Dados, tabelas e gráficos;
- Porcentagem.
7º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- Números e Álgebra
- Grandezas e Medidas
- Geometrias
- Tratamento da Informação
- Números Inteiros;
- Números Racionais;
- Equação e Inequação do 1º grau;
- Razão e proporção;
- Regra de três simples.
- Medidas de temperatura;
- Medidas de ângulos.
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
- Geometria não-euclidianas.
- Pesquisa Estatística;
- Média Aritmética;
- Moda e Mediana;
- Juros Simples.
215
8º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- Números e Álgebra
- Grandezas e Medidas
- Geometrias
- Tratamento da Informação
- Números Racionais e Irracionais;
- Sistemas de Equações do 1º grau;
- Potências;
- Monômios e Polinômios;
- Produtos Notáveis.
- Medidas de comprimento;
- Medidas de área;
- Medidas de volume;
- Medidas de ângulos.
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
- Geometria Analítica;
- Geometrias não-euclidianas.
- Gráfico e Informação;
População e amostra.
9º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- Números e Álgebra
- Grandezas e Medidas
- Geometrias
- Números Reais;
- Propriedades dos radicais;
- Equação do 2º grau;
- Teorema de Pitágoras;
- Equações Irracionais;
- Equações Biquadradas;
- Regra de Três Composta.
- Relação Métricas no Triângulo Retângulo;
Trigonometria no Triângulo Retângulo.
- Noção intuitiva de Função Afim;
- Noção intuitiva de Função Quadrática
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
216
- Tratamento da Informação
- Geometria Analítica;
- Geometrias não-euclidianas.
- Noções de Análise Combinatória;
- Noções de Probabilidade;
- Estatística;
- Juros Compostos.
Esses conteúdos serão articulados de modo que o estudante compreenda o
conceito de incógnita, realize escrita de uma situação problema na linguagem
Matemática, reconheça e resolva equações numéricas e algébricas, inequações, sistemas
de equações, diferenciar e realizar operações com monômios, binômios, trinômios e
polinômios, equações quadradas, biquadradas e irracionais.
Grandezas e Medidas
Engloba os seguintes conteúdos:
- sistema monetário (brasileiro e suas relações com os demais sistemas);
- medidas de comprimento (com seus múltiplos e submúltiplos);
- medidas de massa (com seus múltiplos e submúltiplos);
- medidas de tempo (com ênfase nas horas e minutos);
- medidas derivadas: áreas e volumes;
- medidas de ângulos;
- medidas de temperatura;
- medidas de velocidade;
-trigonometria: relações métricas no triângulo retângulo; relações trigonométricas nos
triângulos.
Tais conteúdos serão abordados no contexto dos demais conteúdos matemáticos,
configurando-se como conteúdo estruturante que possui fundamental importância, pois irá
favorecer o diálogo entre as pessoas, entre os Estados, entre os diferentes países e entre
as instituições internacionais.
Geometria
Desdobrará nos seguintes conteúdos:
- geometria plana;
- geometria espacial;
- geometria analítica;
217
- noções básicas de geometrias não-euclidianas.
Terá o espaço como referência, de maneira que o estudante consiga analisá-lo e
perceber seus objetos para, então representá-lo.
Funções
Engloba os seguintes conteúdos:
- função afim;
- função quadrática.
Na sua abordagem será necessário que o estudante elabore o conhecimento da
relação de dependência entre duas grandezas, compreendendo a estreita relação das
funções com a Álgebra o que lhe permitirá soluções de problemas que envolvam números
não conhecidos.
Tratamento Da Informação
Engloba os seguintes conteúdos:
- noções de probabilidades;
- estatística;
- Matemática financeira;
- noções de análise combinatória.
Este conteúdo irá contribuir para o desenvolvimento de condições de leitura crítica
dos fatos que ocorrem na sociedade em seus diversos segmentos, inclusive quanto à
cultura afro-brasileira, africana, paranaense e indígena, para interpretação de tabelas e
gráficos que, de modo geral, são usados para apresentar ou descrever informações.
Ensino Médio
1ª Série
Conteúdos estruturantes Conteúdos básicos- Números e Álgebra
- Grandezas e Medidas
- Funções
- Números Reais
- Sistemas Lineares
- Equações e Inequações, Exponenciais,
Logarítmicas e Modulares
- Medidas de Grandezas Vetoriais
- Medidas de Informática
- Função Afim
218
- Geometrias
- Tratamento da Informação
- Função Quadrática
- Função Exponencial, Função Logarítmica
e Função Modular
- Geometria não euclidiana
- Matemática Financeira
2ª Série
Conteúdos estruturantes Conteúdos básicos- Números e Álgebra
- Grandezas e Medidas
- Funções
- Geometrias
- Tratamento da Informação
- Matrizes
- Determinantes
- Medidas de Energia
- Trigonometria
- Funções Trigonométricas
- Progressão Aritmética
- Progressão Geométrica
- Geometria Plana
- Estatística
3ª Série
Conteúdos estruturantes Conteúdos básicos- Números e Álgebra
- Grandezas e Medidas
- Funções
- Geometrias
- Tratamento da Informação
- Polinômios
- Números Complexos
- Medidas de Área
- Medidas de Volume
- Função Polinomial
- Geometria Espacial
- Geometria Plana
- Análise Combinatória
- Binômio de Newton
- Estudo das Probabilidades
METODOLOGIA
Entre o mundo globalizado e a real condição de vida do estudante , está a escola.
219
Nesse contexto a Matemática deve se apresentar como um elo entre o real e o
globalizado sendo um importante instrumento na formação e apreensão dos
conhecimentos matemáticos como meios para compreender e transformar o mundo a sua
volta. Este vínculo entre a Matemática, escola e a realidade do estudante , apresenta-se
da seguinte forma:
A iniciação de um conceito matemático deve ser iniciada através de
situações reais que possibilitem ao estudante tomar consciência de que já
tem algum conhecimento sobre o assunto; a partir desse saber é que a
escola promoverá a difusão do conhecimento matemático já organizado.
(PARANÁ 1990).
O saber escolar se apresenta nos conteúdos das disciplinas. Assim a
aprendizagem Matemática se organiza na constante construção do currículo, a partir dos
conteúdos chamados estruturantes que são considerados de grande amplitude sendo
estes Número e Álgebra, Grandezas e Medidas, Geometrias e Tratamento da Informação.
A partir dos conteúdos estruturantes organizam-se os conteúdos básicos que são
considerados assuntos mais permanentes distribuídos por série. Assim as articulações
desses conteúdos fundamentados às teorias metodológicas fazem parte da proposta
pedagógica curricular (PPC) da escola. Posteriormente o professor elabora seu plano de
trabalho docente onde constarão os conteúdos específicos a serem trabalhados por
turmas e nos bimestres que serão abordados por meio de tendências metodológicas da
Educação Matemática que fundamenta a prática docente, que são: resolução de
problemas; modelagem Matemática; mídias tecnológicas; etnoMatemática; história da
Matemática; investigações Matemáticas.
Como o processo ensino aprendizagem não se esgota em si mesmo, a
articulação entre as tendências deve ser utilizada, além de ferramentas e equipamentos,
tais como:
- materiais manipulativos (tampinhas, palitos, barbantes, fichas, cartões, papéis cartões,
cartolina, recortes);
- materiais de construção ( régua, compasso, transferidor, esquadros, tesoura;
- dobraduras, recortes, embalagens , fita métrica, trena, papel milimetrado);
- mídias (internet via laboratório Paraná Digital, vídeos, TV pendrive, rádio, aparelho de
som);
220
- instrumentos de cálculo (calculadora, computadores);
- jogos ( encontrados à venda pela indústria que auxilie em processos de aprendizagem
como também a confecção dos mesmos como os dados, a trilha, pentaminós, tangram
etc.);
- publicações (jornais, revistas, livros didáticos, paradidáticos, de apoio, panfletos de
propaganda);
- publicidade ( panfletos de propagandas diversos, banners).
Estes recursos têm papel importante no processo ensino aprendizagem, pois são
matérias que estão diretamente relacionados ao cotidiano do estudante , servindo ao
propósito de articulação entre situações que exercitem a análise e a reflexão.
Resolução de Problemas
Um dos desafios do ensino da Matemática é a abordagem de conteúdos para a
resolução de problemas, no qual o estudante terá oportunidade de aplicar conhecimentos
matemáticos adquiridos em novas situações, de maneira a resolver a questão proposta,
levando-o a compreender os argumentos matemáticos a vê-los como um conhecimento
passível de ser apreendido em seu processo de ensino-aprendizagem já que irá depender
dos seus conhecimentos prévios.
EtnoMatemática
Esta tendência leva em consideração que não existe um único, mas vários e
distintos conhecimentos e nenhum é menos importante que outro. As manifestações
Matemáticas são percebidas por meio de diferentes teorias e práticas, das quais diversas
áreas que emergem dos ambientes culturais.
Através desta metodologia, buscaremos uma organização da sociedade que
permite o exercício da crítica e a análise da realidade. È uma importante fonte de
investigação da Educação Matemática, por meio de um ensino que valoriza a história dos
estudantes pelo reconhecimento e respeito a suas raízes culturais.
O nosso trabalho pedagógico deverá relacionar o conteúdo matemático com essa
questão maior – o ambiente do individuo e suas manifestações culturais e ralações de
produção e trabalho.
Modelagem Matemática
Tem como pressuposto a problematização de situações do cotidiano. Ao mesmo
tempo em que propõe a valorização do estudante no contexto social, procura levantar
221
problemas que sugerem questionamentos sobre situações de vida. Ao buscar esses
modelos devemos verificar se é compatível como o conhecimento do estudante , sem
desconsiderar as novas oportunidades de aprendizagem.
O trabalho pedagógico com a modelagem Matemática irá possibilitar a
intervenção do estudante nos problemas reais do meio social e cultural em que vive,
contribuindo assim para a sua formação critica.
Mídias Tecnológicas
As ferramentas tecnológicas são interfaces importantes no desenvolvimento de
ações em Educação Matemática. Abordar atividades Matemáticas com os recursos
tecnológicos enfatiza um aspecto fundamental da disciplina, que é a experimentação.
Os recursos tecnológicos como os software, a televisão, vídeos, as calculadoras,
os aplicativos da internet entre outros, irão dinamizar os conteúdos e potencializar o
processo pedagógico favorecendo as experimentações Matemáticas, permitindo a
construção, interação, trabalho colaborativos, processos de descoberta de forma dinâmica
e o confronto entre a teoria e a prática.
História da Matemática
Devemos vincular as descobertas Matemáticas aos fatos sociais políticos, às
circunstâncias históricas e às correntes filosóficas que determinaram o pensamento e
influenciaram o avanço cientifico de cada época.
É um elemento orientador na elaboração de atividades, na criação das situações-
problema, na busca de referências para compreender melhor os conceitos matemáticos.
Irá possibilitar ao estudante analisar e discutir razões para a aceitação de determinados
fatos, raciocínios e procedimentos.
Investigações Matemáticas
É um problema em aberto e por isso, as coisas acontecem de forma diferente do
que na resolução de problemas e exercícios, não será explicitado, será indicado o método
de investigação de maneira que o estudante compreenda o significado de investigar.
Essa prática contribuirá para melhor compreensão da Matemática, pois o
estudante é chamado a agir como um matemático, não apenas porque é solicitado a
propor questões, mas principalmente, porque formula conjecturas a respeito do que está
investigando.
Os Desafios Educacionais Contemporâneos, Cidadania e Direitos Humanos,
222
Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento à Violência na Escola, Prevenção
ao Uso Indevido de Drogas, Educação do Campo, Educação das Relações Étnico-Raciais
e Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Gênero e Diversidade Sexual,
Educação para o Envelhecimento Digno e Saudável e Educação Escolar Indígena,
estarão nos conteúdos específicos, quando estes permitirem e serão trabalhados
concomitantemente durante o ano letivo.
AVALIAÇÃO
Para que esse estudante ativo obtenha sucesso nas atividades escolares há
necessidade de se pensar a educação Matemática como ciência elaborada pelos homens
em constantes modificações e que nos leva a pensar a avaliação não como resultado de
um único elemento a ser considerado, mas sim a observação de todo o processo de
construção desse conhecimento, sendo necessária uma observação sistemática, que nos
leva a avaliação diagnóstica. (PARANÁ 1990). Assim a função diagnóstica da avaliação
irá subsidiar o professor para a retomada do trabalho, identificando qual conhecimento o
estudante trás como referencial e a partir daí conseguirá identificar quais processos não
foram atingidos, e mediar a aprendizagem. Como afirma Vigotsky:
[...] a distancia entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma
determinar através da solução independente de problemas, e o nível de
desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas
sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais
capazes”.(VIGOTSKY,1998).
Para tanto alguns critérios devem orientar as atividades avaliativas propostas
possibilitando verificar se o estudante :
- comunica-se matematicamente, oral ou por escrito (BURIASCO, 2004);
- compreende, por meio da leitura, o problema matemático;
- elabora um plano de possibilite a solução do problema;
- encontra meios diversos para a resolução de um problema matemático;
- realiza o retrospecto da solução de um problema.
No processo pedagógico, o estudante deve ser estimulado a:
- partir de situações-problema internas ou externas à Matemática;
- pesquisar acerca de conhecimentos que possam auxiliar na solução dos problemas;
223
- elaborar conjecturas, fazer afirmações sobre elas e testá-las;
- perseverar na busca de soluções, mesmo diante de dificuldades;
- sistematizar o conhecimento construído a partir da solução encontrada, generalizando,
abstraindo e desvinculando-o de todas as condições particulares;
- socializar os resultados obtidos, utilizando, para isso, uma linguagem adequada;
- argumentar a favor ou contra os resultados.
Ressaltando que os resultados de uma avaliação devem servir para aprimorar o
processo ensino aprendizagem e ajudar a todos os estudantes a se apropriarem do
conhecimento para que se tornem cidadãos e tenham consciência dessa cidadania.
Assim a avaliação deve ser vista como afirma Micotti in Bicudo, 1999: “Os novos
procedimentos didáticos envolvem mudanças na avaliação. Os erros deixam de indicar
fracasso dos estudantes, passam a constituir fontes de informação que o professor com o
objeto de estudo.”
A Matemática envolve uma permanente procura da verdade. É rigorosa e precisa.
Embora muitas teorias descobertas há longos anos, ainda hoje se mantenham válidas e
úteis, mesmo assim continua a se modificar e a se desenvolver. Portanto este deve ser o
espírito dessa disciplina e não como uma regra imutável, finalizada, sem questionamentos
e assim também o papel do professor quando avalia o ensino-aprendizagem de
Matemática.
Neste contexto, a avaliação do desempenho escolar será contínua, permanente,
cumulativa e processual. A recuperação de estudos será realizada ao longo do ano letivo,
concomitante ao processo ensino e aprendizagem e se efetivará da seguinte forma:
monitoria, atividades individuais ou em grupo, trabalhos ou provas escritas. Será ofertada
para todos os alunos com a finalidade de aperfeiçoamento da aprendizagem e não
apenas para o alcance da média 6,0. Assim, caso o aluno obtenha na recuperação uma
nota acima da anterior, ela será substitutiva.
REFERÊNCIAS
BASSANEZI, R. C. Ensino-aprendizagem com modelagem Matemática: uma nova
estratégia. São Paulo: Contexto, 2006.
BICUDO, M. A. V. (Org). Pesquisa em Educação Matemática: concepções e
perspectivas. São Paulo: UNESP, 1999.
224
BOYER, C. B. História da Matemática. São Paulo: Edgard Blücher, 1996.
CAVALCANTE, L. G.; SOSSO, J.; VIEIRA, F.; POLI, E. Para saber Matemática. São
Paulo, Editora Saraiva, 2006.
D’AMBRÓSIO, U. Da realidade à ação: reflexões sobre educação e Matemática. São
Paulo: Summus, 1986.
______. EtnoMatemática: elo entre as tradições e a modernidade. 2. Ed. Belo Horizonte:
Autêntica, 2005.
DANTE, L. R. Didática da Resolução de Problemas de Matemática. São Paulo: Ática,
2003.
GIOVANNI JR, J. R.; CASTRUCCI, B. A Conquista da Matemática. São Paulo, Editora
FTD, 2009.
IFRAH, G. Os números: história de uma grande invenção. 3. ed. São Paulo: Globo, 1989.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 14. Ed. São Paulo: Cortez, 2002.
PARANÁ. Secretária de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes
Curriculares de Matemática para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
______. Secretária de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes
Curriculares da Educação do Campo. Curitiba, 2006.
PONTE, J. P.; BROCARDO, J.; OLIVEIRA, H. Investigações Matemáticas na sala de
aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
SILVA, J.D., FERNANDES, V.S. e MABELINI. Caderno do Futuro. São Paulo, IBEP,
2002.
TEZZI, Gelson; DOLCE, Osvaldo; MACHADO, Antonio. Matemática e realidade. São
Paulo: Atual, 2000.
11.12 QUÍMICA
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
O ensino de química apresenta como objeto de estudo Substâncias e Materiais;
deverá estar voltado para as atividades humanas, onde a partir da aprendizagem em sala
de aula e do cotidiano, o estudante poderá articular seu conhecimento químico às
questões sociais, econômicas e políticas, desenvolvendo suas habilidades básicas, que o
caracterizam como cidadão: participação e julgamento.
Transformar a prática de sala de aula numa prática dialógica, significa dar vez aos
225
estudantes não apenas para que reproduzam as respostas do professor, mas para que
expressem sua própria visão de mundo e sua capacidade de tomada de decisão,
propiciando situações em que eles serão estimulados a emitir opinião, propor soluções,
usando o juízo de valores.
A função do ensino de Química deve ser a de desenvolver a capacidade de
resolução de problemas, o que implica na necessidade de vinculação do conteúdo
trabalhado com o contexto social em que o estudante está inserido, tendo em vista a sua
formação para que sejam capazes de se apropriar de saberes de maneira crítica e ética.
OBJETIVOS
- Reconhecer e compreender a linguagem de símbolos, gráfica, iconográfica e tabeladas
utilizadas na química e interconverter informações entre as linguagens;
- Identificar, obter, selecionar e utilizar as informações disponíveis nas diversas fontes de
consultas;
- Compreender os fatos, selecionar as ideias e aplicar os conceitos na resolução de
problemas e situações do cotidiano;
- Reconhecer o papel da Química no sistema produtivo industrial e rural;
- Utilizar-se de estudos prospectivos na avaliação de acidentes e desastres ambientais;
- Avaliar abusos e situações de riscos e exigir o cumprimento das leis de modo a garantir
os direitos individuais e coletivos da geração contemporânea e das futuras gerações;
- Descrever as transformações químicas em linguagens discursivas;
- Compreender os fatos químicos dentro de uma visão macroscópica (lógico-formal);
- Compreender dados quantitativos, estimativas e medidas, compreender relações
proporcionais presentes na Química (raciocínio proporcional);
- Traduzir a linguagem discursiva em outras linguagens usadas em Química:
gráficos,tabelas e relações Matemáticas;
- Selecionar e utilizar ideias e procedimentos científicos (leis, teorias, modelos) para a
resolução de problemas qualitativos e quantitativos em Química, identificando e
acompanhando as variáveis relevantes;
- Reconhecer ou propor a investigação de um problema relacionado à Química,
selecionando procedimentos experimentais pertinentes;
- Desenvolver conexões hipotético-lógicas que possibilitem previsões acerca das
226
transformações químicas;
- Reconhecer as relações entre o desenvolvimento científico e tecnológico da Química e
aspectos sócio-político-culturais;
- Reconhecer aspectos químicos relevantes na interação individual e coletiva do ser
humano com o ambiente;
- Reconhecer os limites éticos e morais que podem estar envolvidos no desenvolvimento
da Química e da tecnologia.
CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes
São aqueles que identificam e organizam e organizam os campos de estudos da
disciplina, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e
ensino.
- Matéria e sua natureza
- Biogeoquímica
- Química sintética
A- Matéria e sua natureza
Dá início ao trabalho pedagógico da disciplina de Química por se tratar
especificamente do seu objeto de estudo: a matéria e sua natureza. É ele que abre o
caminho para um melhor entendimento dos demais conteúdos estruturantes.
B- Biogeoquímica
Dentro da Biogeoquímica procuramos entender as complexas relações existentes
entre a matéria viva e não viva da biosfera, sua propriedade e modificações ao longo dos
tempos para aproximar ou interligar saberes biológicos, geológicos e químicos.
C- Química Sintética
Tem sua origem na síntese de novos produtos e materiais químicos e permite o
estudo dos produtos farmacêuticos, da indústria alimentícia (conservantes, aromatizantes,
acidulantes, edulcorantes), dos fertilizantes e agrotóxicos.
Conteúdos Básicos
227
- Matéria
- Solução
- Velocidade das Reações
- Equilíbrio Químico
- Ligação Química
- Reações Químicas
- Radioatividade
- Gases
- Funções Químicas
METODOLOGIA
A Química estando ligada diretamente a vida terá sempre um papel essencial na
formação do estudante . Cabe ao professor através das mais variadas atividades, como:
pesquisas, debates, atividades em grupos, trabalho com tabelas periódicas, aulas de
laboratório, recursos audiovisuais e outros, colocar o estudante em contato com essa
ciência que estuda os materiais, suas constituições e transformações, levando sempre em
conta que temos em uma mesma sala estudantes de origens e saberes diferentes e que
devemos levar isso em consideração na hora de aplicar qualquer metodologia.
Será abordado também dentro do conteúdo, a Cultura e História Afro- Brasileira,
História e Cultura dos povos Indígenas, Educação Ambiental , além de práticas
pedagógicas que abordem a Educação do Campo, mantendo uma relação dialógica em
sala de aula, para que o estudante possa desenvolver senso crítico.
AVALIAÇÃO
A avaliação em química terá como principal critério a formação de conceitos
científicos, em um processo de construção e reconstrução de significados. Será de forma
processual e formativa. Como instrumento de avaliação serão utilizados provas teóricas e
práticas, debates, trabalhos em grupos e individuais, interpretação da tabela periódica,
pesquisas bibliográficas, relatórios para atender a diversidade que temos em uma sala de
aula.
O professor deverá observar o nível em que o estudante se apresenta para
228
acompanhar seu desenvolvimento, propiciar a ele oportunidade de desempenho mais
eficiente acerca do processo ensino-aprendizagem, o professor deverá utilizar os
resultados para detectar as dificuldades e direcionar a prática didático-pedagógica para
uma recuperação de conteúdos significativos.
A recuperação dar-se-á no decorrer de todo processo ensino-aprendizagem,
buscando métodos variados de acordo com as necessidades dos estudantes, para que
eles possam desenvolver o senso crítico, adquirindo a competência de questionar o outro,
o mundo e a si mesmo.
REFERÊNCIAS
MACEDO e CARVALHO. Química. Vol. U. São Paulo: IBEP
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Cadernos Temáticos: Educação do
Campo. v.2 Curitiba:SEED/PR, 2009.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Química para
a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. LDP:
Livro Didático Público de Química. Curitiba: SEED-PR, 2006.
PERUZZO e CANTO. Química. Vol. U. São Paulo: Moderna.
QUÍMICA. Vários autores. Curitiba: SEED - PR, 2006.
SARDELLA, Química. São Paulo: Ática, Volume único, 2000.
USBERCO e SALVADOR. Química Essencial. Vol. U. São Paulo: Saraiva.
11.13 SOCIOLOGIA
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
A Sociologia estuda os fenômenos sociais no espaço e no tempo, contemplando
as relações sociais construídas historicamente.
A escola como um todo, deverá preocupar-se em levar a prática da disciplina de
Sociologia no sentido de que o educando entenda que ele é o sujeito e com ele interage
em seu contexto social, político, econômico e cultural, compreendendo suas
possibilidades de intervenção na realidade. Construindo, dessa forma uma educação
histórica e crítica com possibilidade para formação humanística. O estudante deverá
sentir-se no centro desse movimento, dessa dinamicidade social, como sujeito do
229
processo, mas com a perspectiva de intervenção.
O importante é tentar problematizar sempre. Partir de situações problemáticas
significa construir o conhecimento, partir da prática social do estudante , do cotidiano da
comunidade no qual está inserido.
O ensino de Sociologia deverá possibilitar o resgate de saberes já construídos
pelos estudantes, de modo que esse conhecimento subsidie ou alavanque a tessitura de
outros, que possam desvelar a trama das relações sociais onde os sujeitos se inserem.
Isso, partindo do pressuposto que é salutar considerar os postulados dos “pensadores” do
passado, para apresentar a construção do processo de uma nova ciência a partir das
necessidades de uma determinada época. Pois, os conhecimentos que até então se têm,
não dão conta de responder ou se tornaram incapazes de auxiliar as pessoas a
compreenderem o que está acontecendo. Diante disso, as discussões desses clássicos
são fundamentais para alicerçar a compreensão dos conteúdos utilizados pela explicação
sociológica.
Nesse sentido, a sala de aula e a escola são espaços onde experiências são
trocadas e vemos ser estabelecidos novos espaços de confronto da diferença, por isso a
discussão sobre a cultura é fundamental.
Os conteúdos estruturantes, possibilitarão a compreensão da dinâmica da vida
social que cercam os indivíduos, sejam eles econômicos, de direitos, de questionamentos
sobre a vida social e política, de organização estrutural da sociedade e até mesmo em
relação a outros países.
OBJETIVOS
- Inserir o estudante como sujeito social estabelecendo relações com os demais
membros da sociedade;
- Tornar o estudante um ser crítico e pensante, capacitado para buscar informações que
lhe auxiliem na transformação da realidade existente;
- Consolidar e articular experiências e conhecimentos apreendidos como fragmentados,
parciais e ideologizados, a experiências e conhecimentos apreendidos como totalidades
complexas procurando dar um tratamento teórico aos problemas postos pela pratica
social capitalista, como as desigualdades sociais e econômicas, a exclusão imposta pelas
mudanças no mundo do trabalho, as conflituosas relações sociedade - natureza, a
230
negação da diversidade cultural;
- Reconstruir dialeticamente o conhecimento que o estudante do Ensino Médio já dispõe
no despertar da consciência das determinações históricas, na capacidade de intervenção
e transformação da pratica social.
CONTEÚDOS
1ª Série
Conteúdos estruturantes Conteúdos Básicos- O surgimento da Sociologia e as teorias
sociológicas;
- Processo de socialização e as
instituições sociais;
- Trabalho, produção e classes sociais.
- Formação e consolidação da sociedade
capitalista e o desenvolvimento do
pensamento social;
- Teorias sociológicas – August Comte,
Emile Durkheim, Marx Weber, Karl Marx;
- Pensamento social brasileiro.
- Processo de socialização;
- Instituições sociais: familiares, escolares,
religiosas e de reinserção social (prisões,
manicômios, educandários, asilos, etc);
- O conceito de trabalho e o trabalho nas
diferentes sociedades;
- Desigualdades sociais: estamentos,
castas, classes sociais;
- Organização do trabalho nas sociedades
capitalistas e suas contradições;
- Globalização e Neoliberalismo;
- Relações de trabalho;
- Trabalho no Brasil.
2ª Série
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos- O Surgimento da Sociologia e as Teorias
Sociológicas;
- Formação e consolidação da sociedade
capitalista e o desenvolvimento do
231
- Poder, Política e Ideologia;
- Direito, Cidadania e Movimentos Sociais
pensamento social;
- Teorias sociológicas – August Comte,
Emile Durkheim, Marx Weber, Karl Marx;
- Pensamento social brasileiro.
- Formação e desenvolvimento do Estado
Moderno;
- Democracia, autoritarismo e totalitarismo;
- Estado no Brasil;
- Conceitos de poder, de ideologia, de
dominação e legitimidade;
- As expressões da violência nas
sociedades contemporâneas.
- Direitos: civis, políticos e sociais;
- Direitos Humanos;
- Conceito de cidadania;
- Movimentos Sociais;
- Movimentos Sociais no Brasil;
- A questão ambiental e os movimentos
ambientalistas;
- A questão das ONG’s.
3ª Série
Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos- Cultura e Indústria Cultural - Desenvolvimento antropológico do
conceito de cultura e sua contribuição na
análise das diferentes sociedades;
- Diversidade cultural, cultura afro-brasileira
e culturas indígenas;
- Identidade, relações de gênero;
- Indústria cultural;
- Meios de comunicação de massa;
- Sociedade de consumo;
232
- Indústria cultural no Brasil.
OBS: O conteúdo “Surgimento da Sociologia e as Teorias Sociológicas” estará presente
em todas as séries. O professor articulará os momentos históricos mais relevantes para
discussão dos conteúdos anuais, bem como, quais os conceitos mais importantes dos
teóricos clássicos que podem ser utilizados nas discussões propostas para o ano.
METODOLOGIA
O Surgimento da Sociologia e as Teorias Sociológicas
O importante é buscar articular estes momentos históricos com o
desenvolvimento do pensamento social. Quais são as mudanças significativas na forma
de pensar, entender e explicar o mundo a partir destes momentos e como isto reflete na
organização das relações sociais e mesmo na produção teórica do pensamento social e
como estes autores propõem solucioná-las por meio de suas teorias. Apontar como a
forma de organização do pensamento científico, que hoje tomamos como natural, está
sendo reforçada pela orientação positivista dada pela teoria comtiana e, quais elementos
de diálogo entre a teoria de Comte e Durkheim. Em Durkheim, ao trabalhar com seus
conceitos, é preciso tornar claro com quem o autor está dialogando, quais questões ele
busca responder, qual sua forma de entender a sociedade, e portanto, quais caminhos ele
aponta para sua transformação. O mesmo vale para Max Weber e Marx. O professor
ressaltará que, Marx, ao contrário dos outros dois autores, não está preocupado em
construir e legitimar uma nova ciência, mas em explicar o capitalismo, apontando sua
superação.
Pensamento social brasileiro – entre os diversos autores apontados, serão
escolhidos aqueles considerados importantes para o professor, bem como o trabalho com
os conceitos e teorias explicativas desenvolvidas por estes autores, apontando com quem
estes autores dialogam, qual a relevância desta obra no cenário nacional, como eles
pensam a sociedade, que propostas apresentam para solução das problemáticas
apontadas (quando isto estiver presente na obra). Alguns autores sugeridos: Gilberto
Freyre, Oliveira Viana, Sérgio Buarque de Holanda, Florestan Fernandes, Antônio
Candido, Octavio Ianni, Francisco Weffort, José de Souza Martins, Fernando Henrique
Cardoso, dentre outros
O Processo de Socialização e as Instituições Sociais – Instituições familiares/
233
instituições escolares Instituições religiosas/ instituições de reinserção – o professor
trabalhará de maneira a não apresentar as instituições de forma a-históricas, metafísicas
ou naturalizadas. É preciso que se desenvolva o olhar crítico, apresentando os processos
históricos que articulam as mudanças internas a estas instituições. Desta forma, não
importa quais destes conteúdos específicos estejam sendo mobilizados, mas que eles
possam ser trabalhados de maneira a propiciar a compreensão da função social destas
instituições.
Trabalho, Produção e Classes Sociais - O professor apresentará aos
educandos outras formas de pensar e organizar o trabalho além da capitalista, ao fazer
isto poderá articular esta discussão com a das várias formas de desigualdades sociais
que estão presentes em outras sociedades, desta forma, desmistificando a ideia de que
as sociedades capitalistas são as únicas onde existem desigualdades. O professor
poderá trabalhar, especificamente com a organização do trabalho nas sociedades
capitalistas, apontando assim, para as desigualdades específicas desta forma de
organização do trabalho. O professor poderá articular as discussões feitas acerca do
modelo capitalista de produção e a organização do trabalho com o cenário atual, ou seja,
a globalização e o neoliberalismo, mostrando como as relações de trabalho têm se
alterado, voltando os olhos para o Brasil, mostrando como isto se reflete no país, não
esquecendo dos vários cenários nacionais (entre eles campo/cidade), e como eles
moldam a forma como se organiza o trabalho, ainda que, estejamos todos, pautados pelo
capitalismo.
Poder, Política e Ideologia - Será discutido o surgimento do estado moderno e
suas especificidades articulando isto às maneiras como ele tem se organizado e
mobilizando nestas análises os vários conceitos de política, ideologia, alienação,
dominação e legitimidade. A discussão será trazida para o cenário nacional, articulando
os conteúdos trabalhados analise então, o cenário nacional, pensando como o estado
brasileiro tem se organizado, quais suas especificidades. Ao final, o professor partirá da
conceituação weberiana sobre estado para iniciar a discussão sobre a violência. O
cuidado é o de não apresentar a discussão de violência atrelada diretamente à
criminalidade, ao narcotráfico, ou ao crime organizado, dificultando a percepção das
outras formas que podem assumir a violência cotidianamente.
Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais - Articular as discussões sobre
234
(poder, política e ideologia), com a construção de alguns elementos considerados a-
históricos, assim a discussão da construção dos direitos pode passar pela discussão da
mobilização social em busca de respostas para demandas específicas, desta forma,
apontando desde já para as discussões que fecharão o ano letivo. Será trabalhado num
primeiro momento, com a construção dos movimentos sociais modernos, deixando claro
que, esta forma de organização das demandas sociais, só é possível após a constituição
dos estados nacionais modernos. A partir daí, os professores apresentarão as várias
formas como os movimentos sociais têm-se organizado, trazendo a discussão,
principalmente, para o cenário nacional. Por fim a discussão dos problemas ambientais
articulada aos movimentos sociais e a redefinição das funções do estado pode fechar a
discussão.
Cultura e Indústria Cultural - Será apresentado de forma resumida um
panorama geral dos debates em torno do conceito de cultura, sobre o desenvolvimento
antropológico do conceito de cultura e sua contribuição da análise das diferentes
sociedades.
Estas discussões orientarão a elaboração da pesquisa de campo (isto ocorrerá
atendendo as especificidades de cada localidade). O professor pode articular estas
discussões com o resgate da antropologia brasileira; focando especificamente nas
comunidades indígenas e suas contribuições para compreensão de nossa própria
sociedade. Além disso, pode ser interessante aproveitar a reflexão em torno dos
conceitos de relativismo, etnocentrismo e alteridade para iniciar uma elaboração de
roteiro de pesquisa.
A partir dos conteúdos apresentados, é importante que o professor articule a
discussão acerca da construção da identidade na contemporaneidade, para além da
construção da identidade elaborada a partir dos estados nacionais. Articule a discussão
da identidade com a indústria cultural, de forma a entender as relações sociais que se
organizam neste cenário, possibilitando a problematização da construção de práticas
sociais que se pautam no consumo como forma de construção identitária. É importante
ainda que sejam problematizadas as categorias de hierarquização da produção cultural,
de forma que os estudantes possam perceber como elas atuam para legitimar
determinados “campos” de produção cultural.
235
AVALIAÇÃO
Espera-se que os estudantes compreendam:
- O processo histórico de constituição da Sociologia como ciência;
- Como as teorias clássicas relacionam-se com o mundo contemporâneo;
- Que o pensamento sociológico constrói diferentes conceitos para a compreensão da
sociedade e dos indivíduos.
- Que os conceitos formulados pelo pensamento sociológico contribuem para
capacidade de análise e crítica da realidade social que os cerca.
- Que as múltiplas formas de se analisar a mesma questão ou fato social refletem a
diversidade de interesses existentes na sociedade.
- Identifiquem-se como ser eminentemente sociais;
- Compreendam a organização e a influência das instituições e grupos sociais em seu
processo de socialização e as contradições deste processo;
- Reflitam sobre suas ações individuais e percebam que as ações em sociedade são
interdependentes;
- Identifiquem e compreendam a diversidade cultural, étnica, religiosa, as diferenças
sexuais e de gênero presentes nas sociedades;
- Compreendam como cultura e ideologia podem ser utilizadas como formas de
dominação na sociedade contemporânea;
- Compreendam como o conceito de indústria cultural engloba os mecanismos que
transformam os meios de comunicação de massa em poderosos instrumentos de
formação e padronização de opiniões, gostos e comportamentos;
- Entendam o consumismo como um dos produtos de uma cultura de massa, que está
relacionada a um determinado sistema econômico, político e social.
- A diversidade das formas de trabalho em várias sociedades ao longo da história
- A sociedade capitalista e a permanência de formas de organização de trabalho diversas
a ela.
- As especificidades do trabalho na sociedade capitalista
- Que as desigualdades sociais são historicamente construídas, ou seja, não são
“naturais”, variam conforme a articulação e organização das estruturas de apropriação
econômica e de dominação política;
- As transformações nas relações de trabalho advindas do processo de globalização;
236
- Analisem e compreendam, de forma crítica, o desenvolvimento do Estado Moderno e as
contradições do processo de formação das instituições políticas;
- Analisem criticamente os processos que estabelecem as relações de poder presentes
nas sociedades.
- Compreendam e avaliem o papel desempenhado pela ideologia em vários contextos
sociais.
- Compreendam os diversos mecanismos de dominação existentes nas diferentes
sociedades.
- Percebam criticamente várias formas pelas quais a violência se apresenta e estabelece
na sociedade brasileira.
- Compreendam o contexto histórico da conquista de direitos e sua relação com a
cidadania;
- Percebam como direitos, que hoje se consideram “naturais”, são resultado da luta de
diversos indivíduos ao longo do tempo;
- Sejam capazes de identificar grupos em situações de vulnerabilidade em nossa
sociedade, problematizando a necessidade de garantia de seus direitos básicos;
- Compreendam as diversas possibilidades de se entender a cidadania;
- Compreendam o contexto histórico do surgimento dos diversos movimentos sociais em
suas especificidades
A avaliação em Sociologia perpassará todas as atividades relacionadas à
disciplina, pensada e elaborada de forma transparente e coletiva, ou seja, seus critérios
debatidos, criticados e acompanhados por todos os envolvidos no processo pedagógico.
Serão realizados através de relatórios de filmes, seminários, participação nas atividades
propostas e dirigidas.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, F. de. A Cultura Brasileira. Parte III – A Transmissão da Cultura. Rio de
Janeiro: E.UNB/ UFRJ 1996.
CARDOSO, F.H. e Janni, O. O Homem e sociedade: leitura básica de Sociologia Geral.
São Paulo: Nacional 1980.
CHARLOT, B. Relação com o saber, formação dos professores e globalização. Porto
Alegre: Artmed. 2005
237
DURKHEIM, Emile. As Regras do Método Sociológico. São Paulo: Nacional, 1977.
GOMES, Candido. A. Educação em Perspectiva Sociológica. São Paulo: E.P.U. 1985
PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Superintendência de Educação.
Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: inserção dos conteúdos de
história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares/Paraná. Curitiba:
SEED-PR, 2005. 43 p.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Sociologia
para a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. LDP:
Livro Didático Público de Sociologia. Curitiba: SEED-PR, 2006.
11.14 LEM - LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS
APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
Desde o início da colonização houve a preocupação de se promover educação E
aos Jesuítas coube a responsabilidade de evangelizar e ensinar o Latim. Com a chegada
da Família Real (1808), criou-se as cadeiras de Inglês e Francês com objetivo de
melhorar a instrução pública e de atender também às necessidades de escolarização dos
filhos dos imigrantes europeus, que lutavam pela preservação de sua cultura, construindo
e mantendo escolas para seus filhos.
Mesmo com a valorização de outras línguas estrangeiras o Inglês teve seu
espaço garantido nos currículos oficiais por ser o idioma mais usado nas transações
comerciais, e também pela dependência econômica e cultural com os Estados Unidos
após a 2ª Guerra Mundial.
O conteúdo de Língua Estrangeira visa atingir fins comunicativos, oportunizando
aos estudantes aprendizagem que ampliem as possibilidades de ver o mundo, de avaliar
os paradigmas já existentes. O ensino de Língua Estrangeira e seu uso pelos estudantes
permitem aos mesmos perceberem-se como parte integrante das sociedades
contemporâneas, que não podem sobreviver isolados. É fundamental que se relacionem,
atravessem fronteiras geopolíticas e culturais, participem ativamente desse mundo em
que vivem fazendo uso da língua que estão aprendendo em situações significativas.
O mundo globalizado exige que a oferta de Língua Estrangeira seja para o
238
estudante mais uma ferramenta a ser utilizada na conquista de sua cidadania,
colaborando no aperfeiçoamento do seu potencial de leitor, escritor e agente
transformador da sociedade.
O Inglês é ensinado para que os estudantes conheçam e compreendam a
diversidade linguística e cultural existente no mundo, sendo percebido como um
instrumento de comunicação e de interação social, permitindo que os mesmos possam
perceber as possibilidades de construção de significados em relação ao mundo em que
vivem.
No mundo atual, o inglês tem sofrido uma significativa expansão, fato que se deve
principalmente a modernização e informatização (internet), o que tem despertado um
interesse ainda maior pela língua inglesa, pois a cada dia fica constatado que está “mais”
urgente saber inglês.
São muitas as atividades que contribuem para o desenvolvimento da prática dos
grandes eixos da língua inglesa: leitura, oralidade e escrita através de jornais, livros,
revistas, mercados, shoppings, etc.
É de suma importância que o ensino de língua estrangeira esteja articulado com
as demais disciplinas, sempre de forma dinâmica e criativa.
Não podemos deixar de lembrar que a Língua Estrangeira também tem o
importante papel de formar cidadãos críticos, contribuindo assim para a construção de
mundos sociais.
OBJETIVOS
- Entender a língua em situações de comunicação oral e escrita;
- Compreender a diversidade linguística e cultural, bem como os seus benefícios para o
desenvolvimento cultural do país;
- Conscientizar-se dos conhecimentos de Língua Estrangeira que já possui como
participante de um mundo globalizado;
- Compreender que o significado é social e historicamente construído e, portanto passível
de transformação na prática social;
- Ter maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;
- Conhecer no universo que o cerca a Língua Estrangeira que opera no sistema de
comunicação percebendo-se como parte integrante de um mundo plurilíngue e
compreendendo o papel hegemônico que algumas línguas desempenham em
239
determinado momento histórico;
- Adquirir consciência linguística e consciência crítica dos usos que se fazem da Língua
Estrangeira que estão aprendendo;
- Ampliar suas possibilidades de ver o mundo e avaliar os paradigmas já existentes;
- Promover a comunicação com e em diferentes formas discursivas materializadas em
diferentes tipos de textos;
- Transferir os conhecimentos adquiridos para produções orais e escritas;
- Propiciar o uso da língua estrangeira de forma interativa.
CONTEÚDOS
6º Ano
Gêneros Discursivos
História em quadrinho, piada, poemas, exposição oral (diálogos), comercial de TV,
diário, quadrinhas, bilhetes, fotos, carta, textos midiáticos, e-mail, cartaz, lista de compras,
avisos, música.
Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos:- Discurso como prática social Leitura
- Identificação do tema;
- Intertextualidade;
- Intencionalidade;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de
linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da
língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística / Ortografia.
Escrita
- Tema do texto;
240
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Intencionalidade do texto;
- Intertextualidade;
- Condições de produção;
- Informatividade;
- Léxico, coesão e coerência;
- Funções gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos: figuras de
linguagem;
- Marcas linguísticas: particularidades da
língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística/
- Ortografia.
Oralidade
- Elementos extralinguísticos: entonação,
pausas, gestos, etc...;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações linguísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência,
gírias, repetição;
- Pronúncia.
7º Ano
Gêneros Discursivos
Entrevista, notícia, tiras, textos midiáticos, propaganda, charges, provérbios,
diário, cartoon, narrativa, horóscopo, música, e-mail, etc.
Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos:- Discurso como prática social Leitura
- Identificação do tema;
241
- Intertextualidade;
- Intencionalidade;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de
linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da
língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística/ Ortografia.
Escrita
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Intencionalidade do texto;
- Intertextualidade;
- Condições de produção;
- Informatividade;
- Léxico, coesão e coerência;
- Funções gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos: figuras de
linguagem;
- Marcas linguísticas: particularidades da
língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística/
- Ortografia.
Oralidade
- Elementos extralinguísticos: entonação,
242
pausas, gestos, etc...;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações linguísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência,
gírias, repetição;
- Pronúncia.
8º Ano
Gêneros Discursivos
Fábulas, reportagem, slogan, sinopse de filme, textos midiáticos, anúncio
publicitário, outdoor, blog, e-mail, música, etc.
Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos:- Discurso como prática social Leitura
- Identificação do tema;
- Intertextualidade;
- Intencionalidade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de
linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da
língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística/
- Ortografia.
Escrita
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
243
- Intencionalidade do texto;
- Intertextualidade;
- Condições de produção;
- Informatividade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Léxico, coesão e coerência;
- Funções gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos: figuras de
linguagem;
- Marcas linguísticas: particularidades da
língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística/
- Ortografia.
Oralidade
- Elementos extralinguísticos: entonação,
pausas, gestos, etc...;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações linguísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência,
gírias, repetição;
- Diferenças e semelhanças entre o
discurso oral e o escrito;
- Adequação da fala do contexto;
- Pronúncia.
9º Ano
Gêneros Discursivos
Reportagem oral e escrita, textos midiáticos, histórias de humor, músicas,
charges, entrevistas, depoimentos, narrativa, imagens, blog, e-mail, anúncio, filmes,
slogan, etc.
244
Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos:- Discurso como prática social Leitura
- Identificação do tema;
- Intertextualidade;
- Intencionalidade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Discurso direto e indireto;
- Emprego do sentido denotativo e
conotativo no texto;
- Recursos estilísticos (figuras de
linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da
língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística/
- Ortografia.
Escrita
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Intencionalidade do texto;
- Intertextualidade;
- Condições de produção;
- Informatividade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Discurso direto e indireto;
- Léxico, coesão e coerência;
- Emprego do sentido denotativo e
245
conotativo no texto;
- Funções gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos: figuras de
linguagem;
- Marcas linguísticas: particularidades da
língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística/
- Ortografia.
Oralidade
- Elementos extralinguísticos: entonação,
pausas, gestos, etc...;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações linguísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência,
gírias, repetição;
- Diferenças e semelhanças entre o
discurso oral e o escrito;
- Adequação da fala do contexto;
- Pronúncia.
Ensino Médio
1ª Série
Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos:- Discurso como prática social Leitura
- Leitura de textos diversos incluindo os
relacionados à cultura afro-brasileira e
africana
- Leitura de rótulos;
- Leitura de logomarcas;
- Leitura de palavras e expressões do
246
contexto midiático;
- Leitura de palavras e expressões do
contexto da informática e outras áreas
tecnológicas;
- Palavras e expressões do contexto da
interação social;
- Leitura de letras de músicas diversas;
- Leitura de textos diversos adequado às
séries;
- Leitura de textos literários, charges,
desenhos, cartazes e filmes
Oralidade: O enfoque da oralidade será a
interação social e não instrumento de
prática avaliativa
- Conto;
- Dramatização;
- Teatro;
- Leitura oral de textos diversos;
- Repetição oral de enunciados.
Escrita: A prática escrita priorizará o plano
do conteúdo e a coerência do discurso.
Quanto ao plano da expressão será
considerada a consonância com os
conteúdos específicos.
- Produção de desenhos;
- Produção de charges;
- Produção de cartazes;
- Elaboração de frases curtas;
- Produção de textos diversos adequados
às séries.
2ª Série
247
Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos:- Discurso como prática social Leitura
- Leitura de textos diversos incluindo os
relacionados à cultura afro-brasileira e
africana
- Leitura de rótulos;
- Leitura de logomarcas;
- Leitura de palavras e expressões do
contexto midiático;
- Leitura de palavras e expressões do
contexto da informática e outras áreas
tecnológicas;
- Palavras e expressões do contexto da
interação social;
- Leitura de letras de músicas diversas;
- Leitura de textos diversos adequado às
séries;
- Leitura de textos literários, charges,
desenhos, cartazes e filmes
Oralidade: O enfoque da oralidade será a
interação social e não instrumento de
prática avaliativa
- Conto;
- Dramatização;
- Teatro;
- Leitura oral de textos diversos;
- Repetição oral de enunciados.
Escrita: A prática escrita priorizará o plano
do conteúdo e a coerência do discurso.
Quanto ao plano da expressão será
considerada a consonância com os
conteúdos específicos.
248
- Produção de desenhos;
- Produção de charges;
- Produção de cartazes;
- Elaboração de frases curtas;
- Produção de textos diversos adequados
às séries.
3ª Série
Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos:- Discurso como prática social Leitura
- Leitura de textos diversos incluindo os
relacionados à cultura afro-brasileira e
africana
- Leitura de rótulos;
- Leitura de logomarcas;
- Leitura de palavras e expressões do
contexto midiático;
- Leitura de palavras e expressões do
contexto da informática e outras áreas
tecnológicas;
- Palavras e expressões do contexto da
interação social;
- Leitura de letras de músicas diversas;
- Leitura de textos diversos adequado às
séries;
- Leitura de textos literários, charges,
desenhos, cartazes e filmes
Oralidade: O enfoque da oralidade será a
interação social e não instrumento de
prática avaliativa
- Conto;
- Dramatização;
- Teatro;
249
- Leitura oral de textos diversos;
- Repetição oral de enunciados.
Escrita: A prática escrita priorizará o plano
do conteúdo e a coerência do discurso.
Quanto ao plano da expressão será
considerada a consonância com os
conteúdos específicos.
- Produção de desenhos;
- Produção de charges;
- Produção de cartazes;
- Elaboração de frases curtas;
- Produção de textos diversos adequados
às séries.
O vocabulário será trabalhado em todas as séries de acordo com os conteúdos e
situações necessárias. As atividades escritas relacionadas a produções de textos, cartas,
sínteses, etc., acontecerão num crescente de acordo com o nível da série e turma.
Os conteúdos básicos: a oralidade, a leitura, a escrita e a prática da análise
linguística, serão trabalhados em todos os trimestres e serão contemplados também
nesses conteúdos os Desafios Educacionais:
- Cidadania e Direitos Humanos;
- Enfrentamento da Violência na Escola;
- Educação ambiental;
- Educação Fiscal;
- Educando para as Relações Étnico-Raciais;
- Prevenção ao uso indevido de drogas.
METODOLOGIA
Leitura
- Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros, ampliando também o léxico,
considerando os conhecimentos prévios dos estudantes;
- Questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto;
- Discussões sobre: tema, intenções, intertextualidade;
- Discussões e reflexões sobre: tema, intenções, intertextualidade, aceitabilidade,
250
informatividade, situacionalidade, temporalidade, vozes sociais e ideologia;
- Contextualização da produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época;
- Utilização de textos verbais diversos que dialoguem com não-verbais, como: gráficos,
fotos, imagens, mapas, e outros; relacionando o tema com o contexto atual;
- Socialização das ideias dos estudantes sobre o texto.
- Identificação e reflexão das diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões
no sentido conotativo e denotativo, bem como de expressões que denotam ironia e
humor;
- Estudo dos conhecimentos linguísticos a partir dos gêneros selecionados, de textos
produzidos pelos estudantes e das dificuldades apresentadas pela turma.
- Leituras que suscitem no reconhecimento do estilo, próprio de diferentes gêneros;
- Incentivo à percepção dos recursos utilizados para determinar causa e consequência
entre as partes e elementos do texto.
Escrita
- Produção textual a partir da delimitação do tema, do interlocutor, do gênero, da
finalidade;
- Ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;
- Produção do texto;
- Reescrita textual: revisão dos argumentos das ideias, dos elementos que compõe o
gênero;
- Analise da produção textual (coesão e coerência), se há continuidade temática, se
atende à finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto;
- Acompanhamento e encaminhamento da reescrita textual: revisão dos argumentos das
ideias, dos elementos que compõe o gênero: observação - narrador, quem são os
personagens, tempo, espaço, se o texto remete a uma aventura, etc.);
- Análise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se
atende à finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto;
- Utilização de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo, bem como de
expressões que denotam ironia e humor;
- Reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos.
- Estudo dos conhecimentos linguísticos a partir dos gêneros selecionados, de textos
produzidos pelos estudantes e das dificuldades apresentadas pela turma.
251
Oralidade
- Organização das apresentações de textos produzidos pelos estudantes, levando em
consideração a: aceitabilidade, informatividade, situacionalidade e finalidade do texto;
- Orientação sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;
- Apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso
formal e informal;
- Contação de histórias de diferentes gêneros, utilizando-se dos recursos extralinguísticos,
como: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas e outros;
- Seleção de discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como: cenas de
desenhos, programas infanto-juvenis, entrevistas, reportagem, entre outros.
- Estudo dos conhecimentos linguísticos a partir dos gêneros selecionados, de textos
produzidos pelos estudantes e das dificuldades apresentadas pela turma.
Recursos Didáticos/Tecnológicos:
Livro didático;
Textos autênticos;
Dicionários;
Filmes;
DVDs;
CDs de músicas;
Aparelho de CD;
Caça-palavras, palavras cruzadas e outros;
TV Multimídia;
Computador;
Internet;
PENDRIVE;
Atividades extras em folhas;
Apresentação dos conteúdos com auxílio de cartazes, cartões, gravuras. Jogos e
atividades lúdicas.
AVALIAÇÃO
Critérios de avaliação:
LEITURA
252
É importante que:
- Identifique o tema;
- Realize leitura compreensiva do texto;
- Localize informações explícitas e implícitas no texto;
- Posicione-se argumentativamente;
- Amplie seu horizonte de expectativas;
- Perceba o ambiente em que circula o gênero;
- Amplie seu léxico;
- Identifique a ideia principal do texto.
- Analise as intenções do autor;
- Deduza dos sentidos de palavras e/ou expressões a partir do contexto;
- Compreenda as diferenças decorridas do uso de palavras e/ ou expressões no sentido
conotativo e denotativo.
Escrita
Espera-se que o estudante :
- Expresse as ideias com clareza;
- Elabore/reelabore textos de acordo com o encaminhamento do professor, atendendo: às
situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...), à continuidade
temática;
- Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal: use recursos textuais como
coesão e coerência, informatividade, etc;
- Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo,
pronome, numeral, substantivo, adjetivo, advérbio, etc.
- Empregue palavras e/ ou expressões no sentido conotativo e denotativo, bem como de
expressões que indicam ironia e humor, em conformidade com o gênero proposto.
Oralidade
Espera-se que o estudante :
- Utilize do discurso de acordo com a situação de produção (formal/ informal);
- Apresente suas ideias com clareza, coerência,mesmo que na língua materna;
- Compreenda os argumentos no discurso do outro;
- Exponha seus argumentos;
- Organize a sequência de sua fala;
253
- Respeite os turnos de fala;
- Analise os argumentos apresentados pelos colegas de classe em suas apresentações
e/ou nos gêneros orais trabalhados;
- Participe ativamente dos diálogos, relatos, discussões, quando necessário em língua
materna.
- Utilize conscientemente expressões faciais corporais e gestuais, pausas e entonação
nas exposições orais, entre outros elementos extralinguísticos;
- Analise recursos da oralidade em cenas de desenhos, programas infanto-juvenis,
entrevistas, reportagem, entre outros.
Instrumentos de avaliação:
Os instrumentos que serão utilizados para verificar os avanços e dificuldades dos
estudantes serão:
- Participação em sala de aula, interesse, dinamismo e interação verbal;
- Trabalho em sala, em grupos e, ou individuais;
- Resolução de exercícios propostos pelo professor em sala de aula e em casa.
- Avaliação escrita.
- Interação dos estudantes com o material didático.
- Exercícios orais.
- Pesquisas.
REFERÊNCIAS
AMOS, Eduardo; PRESCHER, Elisabeth. Simplified Grammar Book. São Paulo:
Moderna, 2001.
AUN, E. et al. Get together: at the new English point. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
FERRARI, M. T.; RUBIN, S. G. English clips. São Paulo: Scipione, 2001.
FERRARI, Mariza; RUBIN, Sarah G. Inglês para o ensino médio: volume único – Série
Parâmetros. São Paulo: Scipione, 2002.
MARQUES, A.; TAVARES, K. New password: read and learn. São Paulo: Ática, 2002.
MARQUES, Amadeu. Inglês: volume único – Série Novo Ensino Médio, São Paulo: Ática,
2002
MORINO, E.; FARIA, R. Start up. São Paulo: Ática, 2004.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua
254
Estrangeira Moderna para a Educação Básica. Departamento de Educação Básica.
Curitiba, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. LDP:
Livro Didático Público de Língua Estrangeira Moderna. Curitiba: SEED-PR, 2006.
ROCHA, A. M.; FERRARI, Z. Take your time. São Paulo: Moderna, 2000.
SIQUEIRA, R. Magic reading. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1997.
VIEIRA, M. R.; AMORIM, C. Expedition. São Paulo: FTD, 2004.
12. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
O Projeto Político Pedagógico da Escola tem sua estrutura, conteúdo, filosofia,
enfim seu todo avaliado a cada momento na escola onde suas propostas são levadas à
prova com o intuito de tornarem-se reais. Contudo semestralmente são feitos debates
onde: diretora, professores, equipe técnico – pedagógica, pais e estudantes discutem os
pontos positivos, os projetos e as ações que deram resultado, para permanecerem ou
sofrerem algumas adaptações, bem como os pontos negativos do Projeto Político
Pedagógico que obtiveram resultado insatisfatório, necessitando então de reformulação,
essa reflexão ajuda na implementação do Projeto e num reposicionamento frente a fatos
e situações.
Neste Colégio o gerenciamento e a otimização dos recursos financeiros advindos
do Programa Dinheiro Direto na Escola e do Fundo Rotativo, que são recursos fixos, ou
qualquer outro recurso têm avaliação da aplicação consultando – se as porcentagens
estão corretos, quais são os materiais que podem ser comprados, sua utilidade, a
pesquisa de mercado, onde a comunidade através do Conselho Escolar e da APMF,
decide em que aplicar e posteriormente numa reunião de Pais e mestres tudo o que é
adquirido, passa a ser apresentado aos pais.
Só a avaliação do desenvolvimento das ações é capaz de mostrar os acertos que
devem continuar e os erros que necessitam de transformação, num processo continuo de
ação-reflexão-ação, que se desenvolverá dialeticamente. Assim, o cotidiano de uma
escola será fruto da aplicação do Projeto Político Pedagógico transformador da realidade,
na busca do cidadão crítico e participativo da sociedade na qual está inserido, quando
puder através da avaliação de seus membros e componentes, possibilitar um
255
redimensionamento dos objetivos, das metas e das ações desenvolvidas.
Cumpre finalizar salientando que para a elaboração deste Projeto além das
referências bibliográficas anotadas, foram considerados as determinações de todos os
documentos elaborados pelo Colégio, aprovados pela SEED e vigentes no Colégio, a
saber: Regimento Escolar, Estatuto da APMF e do Conselho Escolar, bem como as
Diretrizes Pedagógicas que ainda estão em processo de construção.
Como última reflexão cabe mencionar que o presente Projeto carrega em seu
íntimo o caráter da inconclusão, pois sempre acalentará as utopias daqueles que aqui
trabalham, bem como será colocado em prática testado, avaliado e reelaborado
dialeticamente no processo histórico de construção deste Colégio.
13 REFERÊNCIAS
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ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. 2ª ed. São Paulo: Moderna,1996.
ARROYO, M.G.; CALDART, R.S.; MOLINA, M.C. (Org.). Por uma educação do campo.Petrópolis: Vozes, 2004.
ARRUDA, E. E.; BRITO, S. H. A. Análise de uma proposta de Escola Específica parao Campo. In: ALVES, Gilberto Luiz. (Org). Educação no Campo. Recortes no Tempo eno Espaço. Campinas, SP: Autores Associados, 2009.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. DiretrizesOperacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Brasília, DF, 2001. BRASIL. LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 5ª ed. BibliotecaDigital – Câmara. Brasília, DF, 2010. Disponível em: http://www.bd.camara.gov.br. Acessoem: 05 abr.2011.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 18 ed. atual. Eampl. São Paulo: Saraiva, 1998.
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BRIZOLA, Airton. CPRA apoia pequeno agricultor. Fonte: Agência de Notícias doParaná. 2010. Categorias: Agricultura Orgânica, Agroecologia, Alimentação saudável.Disponível em: http://www.vidasustentavel.com. Acesso em: 29 mai. 2011.
256
BARBOSA, Suely Almeida. Brasil Pluricultural. Mundo Jovem. Porto Alegre, ano XLIII, n.361, p. 20, out. 2005.
CAMPOLIN, Adalgisa Inês. Educação Rural: Um Debate Necessário, 2005. Disponívelem: http://www.cpap.embrapa.br Acesso em: 15 set. 2010.
COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO NOSSA SENHORA DA CANDELÁRIA. RegimentoEscolar. Bandeirantes – Paraná. 2008.
CONSTITUIÇÃO da República Federativa do Brasil. 18 ed. atual. E ampl. São Paulo:Saraiva, 1998.
COSTA, Marisa V. (Org.). Escola Básica na Virada do Século: cultura, política ecurrículo. São Paulo: Cortez, 1996.
CURY, Munir. (Coord.) Estatuto da Criança e do Adolescente. 6 ed. São Paulo:Melhoramentos, 2003.FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes Necessários à Prática Pedagógica.22 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico Crítica. Campinas,SP: Autores Associados, 2002.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1992.
______. Organização e Gestão da Escola. Teoria e Prática. 4 ed. São Paulo:Alternativa, 1999.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1993.
______. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 15 ed. São Paulo: Cortez, 1993.
HAERTER, Leandro. O Desafio é Educar para a Inclusão. Mundo Jovem. Porto Alegre,ano XLII, n. 349, p.11, ago., 2004.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação. Mito & desafio. Uma perspectiva construtivista. 28 ed.Porto:Alegre: Mediação. 2000.
KOLLING, Edgar Jorge; CERIOLI, Paulo Ricardo, osfs; CALDART, Roseli Salete.Educação do Campo: Identidade e Políticas Públicas. Coleção: Por Uma Educação doCampo, nº 4. Brasília, DF, 2002.
LIMA, Antonio A. D. de. Diversidade Cultural. art. Brasília-DF 2010. Disponível em:http://www.cultura.gov.br Acesso em 07 mai. 2011.
MATTOS, Paulo Henrique Costa. A Superação da Desigualdade pela Educação.Mundo Jovem. Porto Alegre, ano XLIII, n. 353, p. 4, fev., 2005.
257
MUÑOZ PALAFOX, G.H. (Org) A Importância da Pesquisa em Educação.Planejamento Coletivo do Trabalho Pedagógico PCTP: A Experiência de Uberlândia.Uberlândia: Edigraf / Casa do Livro, 2001. Disponível em: http://www.fucamp.edu.brAcesso em: 04 mar. 2011
NETO, L. B. A Educação Rural no Contexto das Lutas do MST. In: ALVES, GilbertoLuiz. (Org). Educação no Campo. Recortes no Tempo e no Espaço. Campinas, SP:Autores Associados, 2009.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Educação doCampo. Curitiba:SEED/PR, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Cadernos Temáticos: Educação doCampo. v.1 Curitiba:SEED/PR, 2005. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Cadernos Temáticos: Educação doCampo. v.2 Curitiba:SEED/PR, 2009.
PERRENOUD, Philippe. Dez Nova Competências para Ensinar. Trad. Patrícia ChiattoniRamos. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
REIS, Edmerson dos Santos. Projeto Político Pedagógico: moda, exigência ouconsciência? Mundo Jovem. Porto Alegre, ano XLII, n. 345, p. 7, abr., 2004.
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico Crítica: Primeiras Aproximações. 10 ed. Ver.- Campinas, SP: Autores Associados, 2008 (Coleção educação contemporânea).
______. Escola e Democracia: Teorias da Educação, Curvatura da Vara, Onze tesessobre educação e política. Campinas, SP: Autores Associados, 1992.
SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que Avaliar? Como Avaliar? Critérios e Instrumentos. 6ed. Petrópolis,RJ: Vozes, 2000.
SOUZA, Maria Antônia. Educação do Campo: Políticas, Práticas Pedagógicas eProdução Científica. Educação & Sociedade v.29 n. 105. Campinas set/dez. 2008.Disponível em: http://www.scielo.br Acesso em: 08 set. 2010.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Concepção Dialética-Libertadora do processode Avaliação Escolar. São Paulo: Libertad, 2005.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Ensino e avaliação: uma relação intrínseca àorganização do trabalho Pedagógico. In : Didática: O ensino e suas relações.Campinas,SP: Papirus, 1996, p. 149-169. ______. Projeto Político Pedagógico da Escola: Uma construção Possível. 14 ed.Campinas, SP: Papirus, 1995.
Ainda foram utilizados os seguintes documentos:
258
Del. 04/06 – Normas Complementares às Diretrizes Curriculares Nacionais para aEducação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de história e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
ESTATUTO da APMF do Colégio Estadual Nossa Senhora da Candelária. 2005;
ESTATUTO do Conselho Escolar do Colégio Estadual Nossa Senhora da Candelária.2005.
Instrução Conjunta nº 001/2010 – SEED/SUED/SUDE, da Secretaria de Estado daEducação do Paraná de 29/11/2010, que instrui sobre a Implantação da Educação doCampo, conforme Parecer nº 1011/10 do Conselho Estadual de Educação e Resolução nº4783/10 que institui a Educação do Campo como Política Pública Educacional.PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Todas asDisciplinas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, 2006.
Parecer nº 1011/10, do Conselho Estadual de Educação: Organização e Identidade dasEscolas do Campo.
Resolução nº 4783/0, da Secretaria de Estado da Educação, que institui a Educação doCampo como Política Pública Educacional.
14. ANEXOS DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
14.1 Plano de Ação da Instituição
259
260
261
262
263
264
265
14.2 Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar 2017
PLANO DE AÇÃO - 2018
1. IDENTIFICAÇÃO
Instituição de Ensino: Colégio Estadual do Campo Nossa Senhora da Candelária – Ensino Fundamental e MédioMunicípio: BandeirantesNRE: Cornélio ProcópioCoordenadora/or da Equipe Multidisciplinar: Fatima Aparecida de Souza
266
Componentes da Equipe Multidisciplinar: Ana Carolina FonsecaAndrea Castanho de Lima SilvaCintia MoskadoClayton RosaFatima Aparecida de SouzaGhislaine Cristina Aparecida InácioGiovani Benedito CorsiniIsabel Cristina XavierNatalia Moreira SantosSamara FelixSebastiana de Fatima RibeiroSilvia Maria DarosTania Maria Arestides
2. JUSTIFICATIVA
O presente plano de ação atende os dispositivos da Lei no 10.639/2003 e a Lei no 11.645/2008, quedeterminou a obrigatoriedade da temática “ História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” no currículooficial da rede de ensino fundamental e médios nas escolas. Considerando que a instituição escolar é umespaço de formação de cidadãos e cidadãs, tal medida é de suma importância para valorizar e respeitar adiversidade ética e cultural da história dos povos africanos, indígenas e da cultura afro-brasileira.Nessa perspectiva, será voltado à reflexão e conscientização das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino deHistória e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena, promovendo uma mudança de comportamentode maneira positiva em relação à posição ocupada pelos negros e indígenas na sociedade. Trata-seprincipalmente de desenvolver na prática pedagógica, ações que estabelecem o respeito entre os sereshumanos.
3. OBJETIVO GERAL
Sensibilizar a comunidade escolar para a importância da temática étnico-racial, oportunizando
discussões sobre o reconhecimento e valorização das diversidades culturais, fazendo cumprir as Leis no
10.639/03 e no 11.645/08. Além de discutir, construir estratégias pedagógicas direcionadas para
multiplicar, mobilizar e articular conhecimentos que visibilizem e positivem as singularidades étnicas,
históricas e culturais dos povos indígenas, da população negra, das comunidades remanescentes de
quilombos, das comunidades tradicionais negras.
4. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES
Ações Práticas didático-pedagógicas para efetivar o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena nas disciplinas curriculares.
. Palestra pelos membros da Equipe Multidisciplinar sobre a importância da mesma na escola
267
e dos trabalhos a serem desenvolvidos em sala de aula pelo professor.
. Aplicação de questionário e elaboração de gráfico com os resultados, com o intuito de fazer
um diagnóstico étnico-racial dos estudantes.
. Assessoria aos professores na reelaboração do PPP e Plano de Trabalho Docente.
. Análise dos indicadores estatísticos para averiguar a relação entre acesso, permanência esucesso no sistema de ensino e desigualdades entre brancos, negros e índios.
. Grafismo indígena.
. Culinária indígena.
. Visita à aldeia indígena de Santa Amélia.
. Pesquisa sobre o uso das Plantas medicinais (Chás), pelos índios e as doenças mais comuns
entre eles;
. Degustação dos chás numa roda de conversa com os avós sobre o uso dos chás no seu dia adia.
. Realizar com os estudantes estudos e pesquisas de países que falam a Língua Portuguesa. O
que os une? Quais as razões? Atualmente como estão esses países? Qual a composição étnica?
. Apurar diferenças do português falado e escrito entre eles: Exemplos: - na alimentação:
vatapá, acarajé, caruru, canjica, etc.; - na música: os instrumentos musicais: maracá, cuíca, atabaque,
reco-reco, agogô; - na religião: umbanda e candomblé.
. Após debates sobre textos propostos aos estudantes, solicitar que produzam textos sobre
temas como: - o racismo no Brasil; - a presença do negro na mídia; - políticas afirmativas, cotas; -
mercado de trabalho, etc.
. Realizar com os estudantes estudos de obras literárias de escritores negros como Cruz e
Souza, Lima Barreto, Machado de Assis, Solano Trindade, etc., destacando a contribuição do povo
negro à cultura nacional.
. Incluir nos conteúdos de literatura o estudo do teatro experimental de negro, iniciado no Rio
de Janeiro em 1944, e a pesquisa sobre a Imprensa negra brasileira no início da década de 1920.
. Realizar estudos de obras brasileiras que discutam, abordem questões relacionadas à cultura
afro-brasileira: Macunaíma, Mário de Andrade; Casa Grande e Senzala , Gilberto Freyre; O Escravo,
Castro Alves; Sermões do Pe. Antônio Vieira ; A Cidade de Deus , Paulo Lins; O Mulato , Aluísio
Azevedo; O Bom Crioulo , Adolfo Caminha.
. Estudo das práticas corporais da cultura negra e indígena, em diferentes momentos históricos;
. Manifestações corporais expressas no folclore brasileiro;
. Estudo das características biológicas ( biotipo) dos diversos povos;
. Contribuição dos povos africanos e de seus descendentes para os avanços da Ciência e da
268
Tecnologia;
- Análise e reflexão sobre o panorama da saúde dos africanos e indígenas, in loco. Essa análise
deve considerar os aspectos políticos, econômicos, ambientais, culturais e sociais intrínsecos à referida
situação. O professor de Ciências e Biologia pode abordar os conflitos entre epidemias/endemias e o
atendimento à saúde, entre as doenças e as condições de higiene proporcionadas à população, bem como
o índice de desenvolvimento humano (IDH).
. Confeccão de cartazes com dados estatísticos da situação da população negra e indígena do
Brasil, como mercado de trabalho, depois disso produzir gráficos estatísticos mostrando as diferenças
salariais quanto ao gênero e raça.
. Realização de pesquisas de dados no município com relação à população negra e indígena.
Ação Mobilizadora de Reconhecimento e Valorização Afro-Brasileira, Quilombola e Indígena.
Essa ação mobilizadora tem que como objetivo instigar os estudantes negros e indígenas a
assumir com orgulho os atributos de sua diferença.
“Num trabalho realizado pela Equipe Multidisciplinar no ano de 2016, constatamos que a
maioria de nossos estudantes se autodenominam brancos, mesmo não tendo a cor da pele branca”.
Partindo dessa nossa realidade temos que fomentar discussões e reflexões, no sentido de
superar posturas e ações naturalizadas de distintas manifestações do racismo, do preconceito e da
discriminação, que funcionam como elementos que criam obstáculos para que os estudantes negros,
quilombolas e indígenas se autodeclarem, se auto identifiquem assumindo seu pertencimento.
Dessa forma, nós, principalmente da EM, temos que estar engajados, mobilizando comcriatividade e dinamismo, os recursos humanos, pedagógicos e tecnológicos para promover, ao longo doano letivo, movimentos que venham contribuir, não só para o levantamento de dados, masprincipalmente para a formulação de políticas educacionais e afirmativas que garantam o acesso, apermanência e o fortalecimento da juventude negra e indígena. Nunca nos esquecendo que somos umaescola do campo, que tem também sua especificidade que precisa ser valorizada e trabalhada de formaque nosso aluno sinta orgulho do trabalho dos pais, de sua cultura e principalmente do lugar onde vive.
Ação de incentivo à autodeclaração.
Como já foi realizado em anos anteriores, inicialmente será aplicado um questionário parapodermos observar como o aluno se autodeclara. Como em anos anteriores observamos que a maioria se autodeclara branca, apesar de ter apele escura, faremos um trabalho de valorização da cultura, da influência, da contribuição tecnológica,na medicina, na arte, e muitos outros, dos povos indígenas e negros, convidando pessoas que sedestacam em sua vida profissional, independente de sua cor da pele e sua origem. Durante a Semana da Consciência Negra o resultado da pesquisa será apresentado a todacomunidade escolar, através de gráficos fixados num painel.
269
Ações para a Promoção de Igualdade Racial garantindo a participação e atuaçãomultiplicadora dos Agentes Educacionais e Estudantes integrantes da EM.
Cada profissional será responsável por participar, promover e contribuir nos debates e
encaminhamentos propostos pela Equipe Multidisciplinar.
O professor integrante da E.M. atuará como multiplicador das propostas de
encaminhamentos metodológicos para os professores da sua respectiva área. Os agentes educacionais I
e II também deverão levar as discussões inerentes ao reconhecimento e valorização étnico-racial para os
seus pares, buscando ampliar a compreensão sobre a importância de respeitar a origem étnica dos
indivíduos.
Da mesma forma, os estudantes integrantes da E.M. deverão estar envolvidos no processo,
levando as proposições para a comunidade discente, possibilitando o protagonismo no desenvolvimento
das ações relacionadas a educação para as relações étnico-raciais.
Salientamos que todos os segmentos da comunidade escolar devem se comprometer com amultiplicação dos conhecimentos abordados e com a ação mobilizadora de incentivo a autodeclaração,resultando no reconhecimento individual e valorização social dos afrodescendentes e indígenas.
Realização do seminário na Semana da Consciência Negra.
- Seminário: A cultura afro-brasileira.
- Palestra: A valorização da cultura afro-brasileira e suas contribuições ao povo brasileiro.
- Apresentação à comunidade escolar, através de mural, dos resultados da pesquisa feita aos
estudantes e familiares, do Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) e do Ensino Médio, de como eles
se autodeclaram em relação à cor/raça e de outros materiais produzidos no decorrer do ano.
- Exposição e degustação de comidas típicas e resgate de costumes, culturas e tradições.
5. CRONOGRAMA
Ação Objetivo Data/Período Responsáveis
- Palestra pelosmembros da EquipeMultidisciplinar sobre aimportância da mesma naescola e dos trabalhos aserem desenvolvidos emsala de aula peloprofessor.
- Dar subsídio paraque a escola como um todo,tenha conhecimento paratrabalhar com maisqualidade a cultura afro-brasileira, africana eindígena.
- abril - Toda a Equipe
Multidisciplinar,
Professores, Direção,
Equipe Pedagógica e
Funcionários.
-Apresentação de - Ressaltar as visões - junho - Toda a Equipe
270
vídeos: “ As terras
indígenas no Brasil e os
povos indígenas do
Paraná” e “A herança
cultural indígena e sua
influência na nossa
cultura”.
equivocadas da história
indígena.
Multidisciplinar e os
estudantes do Ensino
Fundamental e Médio.
- Apresentação
do filme para os
estudantes do 6º ao 8º
ano: “Kiriku e a
feiticeira”;
9º ano e Ensino
Médio: “Quanto vale ou é
por quilo?”
- Pesquisa sobre
comida, vocabulário,
música, costume e
religião.
- Pesquisa, no
site do IBGE sobre os
dados estatísticos de
negros e índios no
município, estado e país.
- Valorizar e
respeitar a diversidade étnica
e cultural da história dos
povos africanos e da cultura
afro-brasileira.
- Resgatar os
costumes, culturas e
tradições.
- Coletar e analisar
os indicadores da realidade
da sociedade brasileira.
-
agosto
- Disciplina de
Matemática, Lingua
Portuguesa, Arte,
História e Geografia.
estudantes do Ensino
Fundamental e Médio.
- Confecção e
exposição de cartazes com
os dados estatísticos da
população negra e
indígena no município,
estado e país, textos onde
os estudantes escrevem
sobre a sua origem e as
contribuições dos negros e
- Valorizar e
respeitar a diversidade étnica
e cultural da história dos
povos africanos e da cultura
afro-brasileira.
-
setembro
- Todas as
disciplinas e os
estudantes do Ensino
Fundamental e Médio.
271
índios na cultura brasileira
( comida, música,
costume, vocabulário e
religião), negros famosos
e suas bibliografias
( artista, pintor, professor,
atleta, político e escritor).
- Identificação do
sujeito dentro do ambiente
escolar através da
elaboração e aplicação de
um questionário.
- Leitura e
explanação da biografia
do líder Quilombola
“Zumbi dos Palmares”,
após exibir para os
estudantes o curta
“Quilombo Palmares!!”.
Após o término da
exibição, solicitar aos
estudantes que redijam
um texto opinativo sobre
“ A situação do negro na
sociedade atual”.
- Conhecer a
realidade escolar e
identificar o aluno.
- Conhecer a vida e
luta de Zumbi dos Palmares
e analisar a sua importância
na luta pela liberdade e sua
atual condição de símbolo da
Consciência Negra e luta
contra o racismo.
-
setembro
-
outubro
- Seminário: A
Cultura Afro-Brasileira.
- A valorização da
Cultura Afro-Brasileira e
- De
21 a 25/11/17
- Toda Equipe
Multidisciplinar.
272
. Palestra: A
valorização da cultura
afro-brasileira e suas
contribuições ao povo
brasileiro.
- Apresentação à
comunidade escolar,
através de mural, dos
resultados da pesquisa
feita aos estudantes e
familiares, do Ensino
Fundamental (anos
iniciais e finais) e do
Ensino Médio, de como
eles se autodeclaram em
relação à cor/raça e de
outros materiais
produzidos no decorrer do
ano.
- Exposição e
degustação de comidas
típicas e resgate de
costumes, culturas e
tradições.
Indígena e suas
contribuições ao povo
brasileiro.
6. AVALIAÇÃO
A avaliação será feita através de relatórios individuais, pelos estudantes, professores da EM e
demais, salientando os avanços, as possibilidades e os limites durante todo o percurso da ação
mobilizadora de incentivo a autodeclaração, como resultado do reconhecimento individual e
valorização social dos afrodescendentes e indígenas.
7. REFERÊNCIAS
273
- BRASIL. Lei no 10.639, de 09 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da
Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras
providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.639.htm >.
Acesso em: 11 de setembro de 2015.
- BRASIl; Lei n.° 11. 645, de 10 de março de 2008. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática
“História e Cultura Afro-Brasileira e indígena”. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm>. Acesso em: 11 de setembro
de 2015.
- COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO NOSSA SENHORA DA CANDELÁRIA. Projeto
Político-Pedagógico. Bandeirantes, 2017.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Cadernos Temáticos: Educando para as Relações
Étnicos_Raciais. I Curitiba:SEED/PR, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Cadernos Temáticos: Educando para as Relações
Étnicos_Raciais. II Curitiba:SEED/PR, 2008.
ZASLAVSKY, Claudia. Jogos e Atividades Matemáticas do Mundo Inteiro – Diversão
Multicultural para Idades de 8 a 12 anos. Porto Alegre: Artmed Editora. 2000.
Sites:
http://www.diaadia.pr.gov.br/dedi/SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO.
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO. DEPARTAMENTO DA DIVERSIDADE.
http://www.diaadia.pr.gov.br/nerea/
http://www.diaadia.pr.gov.br/dedi/ceei/
http://www.ibge.gov.br/home/
http://www.museuafrobrasil.org.br
https://www.youtube.com/watch?v=Mxj0cHtBmDY
https://www.youtube.com/watch?v=kjMooneBRn0
https://www.youtube.com/watch?v=vuyznxQnWAQ
14.3 Programa Brigada Escolar - Defesa Civil na Escola
Pelo Decreto Nº 4837 de 04 de junho de 2012, Diário Oficial nº 8727 de 04 de
junho de 2012, foi aprovado o Programa Brigada Escolar - Defesa Civil na Escola, criado
274
no âmbito da Rede Estadual de Ensino do Paraná, com o objetivo de capacitar
estudantes e servidores para desenvolverem ações preventivas e de enfrentamento a
emergências e desastres, naturais ou provocados pelo homem, que comprometam a
segurança da comunidade escolar, bem como promover adequações das edificações dos
estabelecimentos de ensino em atendimento às normas de segurança contra incêndio e
pânico do Corpo de Bombeiros.
Neste Programa as Instituições Proponentes são: SEED – Diretoria de Políticas e
Programas Educacionais e Casa Militar da Governadoria – Divisão de Defesa Civil. As
Instituições Parceiras são: Corpo de Bombeiros, BPEC e Escola de Governo.
A Equipe da Brigada Escolar desta Instituição de Ensino ficou assim constituída:,
Fátima Aparecida de Souza e Cíntia Moskado, que no ano de 2014 participaram da
Capacitação Presencial e à Distância; Camila Daniele Lemes Lopes.
Em reunião com estudantes, professores e funcionários, estabeleceu-se o Plano
de Abandono e Funções na Brigada Escolar – Defesa Civil Na Escola.
Mas o que é um Plano de Abandono?
Segundo o Manual de Procedimentos do Plano de Abandono (Defesa Civil
Paraná): É um procedimento realizado pelas pessoas que ocupam uma edificação que
apresente algum risco a vida ou que esteja em eminência de sofrer um acidente. De uma
forma geral é uma ação de desocupação do prédio, que tem por objetivo minimizar e
prevenir o máximo possível a ocorrência de acidentes que possam provocar danos
pessoais.
É a eficiência de um abandono que delimita as perdas humanas, principalmente
em edifícios de vários pavimentos, tais como hospitais, creches, escolas e qualquer
instituição em que haja um número considerável de pessoas fixas e/ou circulantes.
Quando o Plano será executado?
Será executado em casos de:
Incêndio;
Explosão ou risco de vazamento de gás;
Desabamento;
Abalo sísmico de grande intensidade;
Acidentes de grande vulto que ofereçam insegurança às pessoas;
Outras situações que o Diretor entender necessárias.
275
Competências do Diretor da Escola e/ou Responsável pelo Plano De Abandono:
Nomear os responsáveis e os respectivos suplentes para atuarem em todas as funções
específicas. A nomeação deverá ser de caráter permanente e os nomeados serão os
responsáveis numa situação real.
Decidir se é viável ou não executar o Plano de Abandono. Supervisionar o abandono.
Receber as equipes de socorro e fornecer informações sobre casos pontuais de maior
risco.
Determinar a desativação do Plano de Abandono, fazendo com que os estudantes
retornem às salas de aula após a simulação. Em caso de uma situação real, depois de
conferidas todas as pessoas e autorizado pelo Corpo de Bombeiros, os estudantes
poderão ser liberados para os pais ou responsáveis.
Convencionar o toque do alarme de emergência, que obrigatoriamente deverá ser
diferente do usado para início e término das aulas.
Nomear um responsável para acionar o toque de emergência.
Traçar as rotas de fuga nas plantas de emergência.
Estabelecer locais para o Ponto de Encontro.
Obs: Todo ambiente escolar deve ser sinalizado, indicando as saídas, rotas de
fuga e ponto de encontro.
Ponto de Encontro
Local previamente estabelecido, onde serão reunidos todos os estudantes, professores,
funcionários e outras pessoas que estejam em visita à escola. Neste local as faltas de
estudantes constatadas pelos professores ou a ausência de funcionários deverão ser
comunicadas o mais breve possível ao responsável pelo Ponto de Encontro. Ele por sua
vez deve repassar as informações ao chefe de equipe de emergência para que as
devidas providências sejam tomadas.
Rota de Fuga
Trajeto a ser percorrido em passo rápido do local onde a pessoa está até o Ponto de
Encontro.
Planta de Emergência
Representação gráfica em forma de planta que orienta sobre qual rota deve ser seguida
para o abandono da edificação em segurança até o Ponto de Encontro.
276
Responsável pelo Ponto De Encontro
Ao soar o alarme aguarda orientações do Diretor;
Desloca-se para o Ponto de Encontro;
Verifica se há estudantes com necessidades especiais e prioriza o atendimento;
Organiza a chegada e a formação dos estudantes, professores e funcionários no ponto
de encontro.
Recebe a conferência dos estudantes feita pelos professores;
Verifica se há estudantes faltando e comunica imediatamente às Equipes de
Emergência;
Recomenda-se que sejam designados pelo menos dois auxiliares para ajudar a
organizar as filas dos estudantes. Os dois auxiliares devem estar em condições de
assumir a função, caso o responsável não esteja na escola no momento do sinistro.
Responsáveis pelos Blocos de Salas
- Organiza o fluxo de estudantes nos corredores das salas de aula. deve ficar atento para
liberar uma turma de cada vez, de modo a não haver filas duplas. ao encerrar a saída de
seu andar ou bloco, deverá conferir se todas as salas estão vazias e marcadas com um
traço na diagonal, só então deve se deslocar até o ponto de encontro. nos pontos de
conflito (cruzamentos, escadas e etc.), orienta as filas que devem avançar de acordo com
a prioridade da emergência, não permitindo cruzamentos das filas nem correria.
importante não esquecer de verificar os banheiros. concluída a verificação em todo o
bloco ou andar, segue atrás da fila de estudantes para o ponto de encontro. o bom
desempenho desta função é fundamental para a execução e sucesso do abandono das
instalações, visto que os corredores são os locais mais prováveis de haver aglomeração
de pessoas, o que pode gerar tumulto e pânico.
Telefonista
- Efetuará as ligações telefônicas pertinentes. ao soar o alarme, deverá se deslocar
imediatamente ao ponto de encontro e apresentar-se ao diretor ou responsável,
solicitando autorização para retornar à edificação e fazer os devidos contatos se
necessário ou fazê-lo através de um celular no próprio ponto de encontro. manter lista de
telefones de emergência, tais como corpo de bombeiros 193, polícia militar 190, copel 196
e defesa civil 199.
Porteiro
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- Funcionário responsável pela portaria. só permitirá a entrada das equipes de
emergência e será responsável pela liberação do trânsito e acesso a edificação. deverá
ter acesso ao claviculário, onde estarão todas as chaves de portas, portões e cadeados.
se a escola tiver disponibilidade de funcionários, o ideal é que o porteiro tenha outra
pessoa para ajudá-lo. também será responsável pelo impedimento da saída de
estudantes e entrada de estranhos sem as devidas autorizações, evitando tumultos.
Professor
- Deve orientar os estudantes em sala de aula no dia do exercício, expondo como
ocorrerá o deslocamento até o ponto de encontro e como devem se comportar no local. O
professor só iniciará a retirada dos estudantes ao sinal do funcionário responsável pelo
andar ou bloco ou quando este considerar oportuno, de modo a evitar aglomerações.
Caso verifique alguma emergência iniciando em sua sala, deve proceder o abandono
imediato do local e avisar o diretor, sendo o último a sair, certificando-se que ninguém
permaneceu na sala de aula. somente então fechará a porta e fará um risco de giz em
diagonal nela ou na parede ao lado do acesso à sala, isso significa que foi conferido o
ambiente e não há mais ninguém lá dentro. tal sinal será identificado pelas equipes de
emergência direcionando as buscas a possíveis vítimas em locais que não tenham esse
sinal. o professor é responsável pela turma que acompanha desde a saída da sala até o
término do evento, o controle do professor da chegada ou não de todos os seus
estudantes no ponto de encontro é crucial para ação de resgate.
Obs.: Ao chegar à sala de aula, deve fazer imediatamente a chamada pois, se necessário
o deslocamento ao ponto de encontro, fará uso do livro de chamada para conferência dos
estudantes. terminada a conferência, informará as alterações ao responsável pelo ponto
de encontro, mantendo o controle da turma.
Equipe de Apoio
Além do telefonista e do porteiro, na equipe de apoio deve conter funcionários que
devem ser previamente designados para realizar as seguintes funções: abertura das
saídas de emergência, corte de energia, gás e da água (exceto em caso de incêndio),
neste caso os funcionários podem utilizar o extintor da sua área (sabendo manusear o
equipamento).
Monitor
estudante designado com antecedência para conduzir a turma do ambiente onde
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estiver até o Ponto de Encontro seguindo a rota de fuga contida na planta de emergência
ou orientada pelo responsável do bloco;
Ao soar o alarme, aguarda orientação do professor;
Posiciona-se à frente da fila;
Se houver portadores de necessidades especiais, escolhe outro estudante para
auxiliá-lo;
Segue em frente, guiando a turma, conforme orientação do responsável pelo corredor
ou seguindo a sinalização de emergência.
No Ponto de Encontro, senta-se em fila e responde a chamada
Se tiver faltando algum estudante , relata imediatamente ao professor;
Deve ser feita uma seleção criteriosa, caso não haja monitor de turma anteriormente
designado;
Estudantes
Devem deixar todo material na sala;
Devem andar em fila indiana pelo lado direito do corredor, a passos rápidos, com as
mãos cruzadas sobre o peito;
Ao chegarem ao Ponto de Encontro, devem postar-se em fila, na mesma ordem do
deslocamento e então sentar-se para a conferência do professor;
Caso haja estudantes com necessidades especiais devem ser designados dois
estudantes para acompanhá-lo até o Ponto de Encontro.
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Organograma
Nele será descrito a função de cada brigadista.
REFERÊNCIAS:
- NR 23 Proteção Contra Incêndios.
- NR 26 Sinalização de Segurança.
- NBR 13.434-2 Sinalização de segurança contra incêndio e pânico (Parte 2):
símbolos e suas formas, dimensões e cores.
- NBR 14276 Formação de Brigada de Incêndio.
- NBR 15.219 Plano de Emergência Contra Incêndio Segurança nas Escolas.
- Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Corpo de Bombeiros do
Paraná / 2012
AuxiliarSilvia
AuxiliarTania
AuxiliarAndrea
AuxiliarSamara
Chefe da EquipeCamila
TelefonistaClayton
ManutençãoGiovani
Chefe da Equipe doPonto de Apoio
Fátima
Chefe da Equipe deCorredor
Cintia
Chefe da PortariaTianinha
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Bandeirantes, 28 de março de 2018.
_________________________________________ Camila Daniela Lemes Lopes (Diretora)
_________________________________________ Fátima Aparecida de Souza (Pedagoga)