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Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho: Geografia, História e Trabalho: 6o ano do Ensino Fundamental. São Paulo: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT), 2011.il. (EJA – Mundo do Trabalho)

Conteúdo: Caderno do Estudante. ISBN: 978-85-65278-02-7 (Impresso) 978-85-65278-10-2 (Digital)

1. Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Fundamental 2. Geografia – Estudo e ensino 3. História – Estudo e ensino 4. Trabalho – Estudo e ensino I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia II. Título III. Série.

CDD: 372

FICHA CATALOGRÁFICASandra Aparecida Miquelin – CRB-8 / 6090

Tatiane Silva Massucato Arias – CRB-8 / 7262

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98.

*Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas neste material que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.

Nos Cadernos do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram verificados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados, após a data de consulta impressa neste material.

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Geraldo AlckminGovernador

Paulo Alexandre Barbosa Secretário

Luiz Carlos Quadrelli Secretário Adjunto

Antonio Carlos Santa Izabel Chefe de Gabinete

Juan Carlos Dans SanchezCoordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

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Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Geraldo Biasoto Jr.Diretor Executivo

Lais Cristina da Costa Manso Nabuco de AraújoSuperintendente de Relações Institucionais e Projetos Especiais

Coordenação Executiva do Projeto José Lucas Cordeiro

Coordenação TécnicaImpressos: Selma VencoVídeos: Fernando Moraes Fonseca Jr.

Equipe Técnica e PedagógicaAna Paula Lavos, Dilma Fabri Marão Pichoneri, Jossélia Aparecida F. C. de Fontoura, Lais Schalch, Liliana Rolfsen Petrilli Segnini, Maria Helena de Castro Lima, Silvia Andrade da Silva Telles e Walkiria Rigolon

AutoresArte: Eloise Guazzelli. Ciências: Gustavo Isaac Killner. Geografia: Clodoaldo Gomes Alencar Jr., Edinilson Quintiliano dos Santos e Mait Bertollo. História: Fábio Barbosa. Inglês: Eduardo Portela. Língua Portuguesa: Walkiria Rigolon. Matemática: Antonio José Lopes. Trabalho: Maria Helena de Castro Lima e Selma Venco

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Antonio Rafael Namur MuscatPresidente da Diretoria Executiva

José Joaquim do Amaral FerreiraVice-presidente da Diretoria Executiva

Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação

Direção da ÁreaGuilherme Ary Plonski

Coordenação Executiva do ProjetoAngela Sprenger e Beatriz Scavazza

Gestão EditorialDenise Blanes

Gestão de ComunicaçãoAne do Valle

Gestão do Portal

Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e

Wilder Rogério de Oliveira

Equipe de Produção

Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira

Editorial: Airton Dantas de Araújo, Célia Maria

Cassis, Daniele Brait, Fernanda Bottallo, Mainã

Greeb Vicente, Patrícia Maciel Bomfim, Paulo

Mendes e Sandra Maria da Silva

Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco,

Beatriz Blay, Priscila Garofalo, Rita De Luca e

Roberto Polacov

Projeto gráfico-editorial: D’Livros Editora e

Distribuidora Ltda e Michelangelo Russo (Capa)

CTP, Impressão e Acabamento

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia

Coordenação Geral do ProjetoJuan Carlos Dans Sanchez

Equipe TécnicaCibele Rodrigues Silva e João Mota Jr.

Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Gestão do processo de produção editorial

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Caro(a) estudante,

É com grande satisfação que apresentamos os Cadernos do Estudante do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho, em aten-dimento a uma justa reivindicação dos educadores e da sociedade. A proposta é oferecer um material pedagógico de fácil compreensão, para complementar suas atuais necessidades de conhecimento.

Sabemos quanto é difícil para quem trabalha ou procura um emprego se dedi-car aos estudos, principalmente quando se retorna à escola após algum tempo.

O Programa nasceu da constatação de que os estudantes jovens e adultos têm experiências pessoais que devem ser consideradas no processo de aprendi-zagem em sala de aula. Trata-se de um conjunto de experiências, conhecimen-tos e convicções que se formou ao longo da vida. Dessa forma, procuramos respeitar a trajetória daqueles que apostaram na educação como o caminho para a conquista de um futuro melhor.

Nos Cadernos e vídeos que fazem parte do seu material de estudo, você perceberá a nossa preocupação em estabelecer um diálogo com o universo do trabalho. Além disso, foi acrescentada ao currículo a disciplina Trabalho para tratar de questões relacionadas a esse tema.

Nessa disciplina, você terá acesso a conteúdos que poderão auxiliá-lo na procura do primeiro ou de um novo emprego. Vai aprender a elaborar o seu currículo observando as diversas formas de seleção utilizadas pelas empresas. Compreenderá também os aspectos mais gerais do mundo do trabalho, como as causas do desemprego, os direitos trabalhistas e os dados relativos ao mercado de trabalho na região em que vive. Além disso, você conhecerá algumas estra-tégias que poderão ajudá-lo a abrir um negócio próprio, entre outros assuntos.

Esperamos que neste Programa você conclua o Ensino Fundamental e, pos-teriormente, continue estudando e buscando conhecimentos importantes para seu desenvolvimento e para sua participação na sociedade. Afinal, o conheci-mento é o bem mais valioso que adquirimos na vida e o único que se acumula por toda a nossa existência.

Bons estudos!

Paulo alexandre BarBosaSecretário de Estado de Desenvolvimento

Econômico, Ciência e Tecnologia

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Sumário

Geografia .........................................................................................................................7

Unidade 1 O estudo da paisagem 9

Unidade 2 A paisagem rural 19

Unidade 3 A paisagem urbana 41

Unidade 4 Planejamento urbano 59

História ........................................................................................................................... 73

Unidade 1 Por que estudar história? 75

Unidade 2 Capitalismo, trabalho e sociedade 85

Unidade 3 O feudalismo e a transição para o capitalismo 101

Unidade 4 Consumação do capitalismo 121

Trabalho .....................................................................................................................147

Unidade 1 O trabalho na sociedade contemporânea 149

Unidade 2 Para entender o mercado de trabalho 171

Unidade 3 Campo e cidade: diferentes mundos do trabalho? 185

Unidade 4 Organizando-se para a busca por emprego 205

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Caro(a) estudante,

Você está começando agora o 6o ano do Ensino Fundamental – Ciclo II da disciplina Geografia do Programa EJA – Mundo do Trabalho. O retorno aos estudos foi uma decisão importante para você, e é fundamental que essa oportunidade para aprender cada vez mais apresente novos horizontes para sua vida.

E, nesse percurso, por que é importante estudar geografia? O que você espera aprender nesse curso? Afinal, o que é geografia? Você já pensou sobre isso?

Os conhecimentos de geografia nos ajudam a compreender melhor o mundo em que vivemos: a relação sociedade e natureza e os processos que explicam a construção da sociedade. Um desses processos é o da produção de diferentes paisagens, como a urbana e a rural, por meio do trabalho humano.

Este Caderno do Estudante será dedicado ao estudo das mais diversas pai-sagens, como elas estão organizadas e são transformadas.

Na Unidade 1, o tema explorado será a paisagem. O entendimento desse assunto vai ajudá-lo a perceber os elementos que fazem parte da paisagem, as diferentes paisagens e suas transformações.

Nas Unidades 2 e 3, que enfocam, respectivamente, a paisagem rural e a paisagem urbana, você vai conhecer como e quais atividades humanas interfe-rem na construção dessas paisagens.

Por fim, na Unidade 4, você vai estudar o planejamento urbano e terá a oportunidade de discutir as diferenças entre cidades que contam com planeja-mento e outras que sofrem com a ocupação desordenada.

Uma vez que a geografia tem como foco de estudo o espaço que o ser humano ocupa e transforma, a principal ferramenta dessa área do conheci-mento é a leitura de mapas e gráficos, que ajudará você a aprofundar seus saberes, estabelecendo outras relações entre diferentes fatos e fenômenos. Além disso, serão utilizadas diversas fontes de informações presentes no coti-diano, como textos de jornais e revistas, imagens e filmes.

Bons estudos e aproveite!

GeoGrafia

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Nesta Unidade, a paisagem será abordada com o objetivo de iden-tificar os elementos que a compõem, diferenciar as paisagens naturais e as culturais, bem como reconhecer as mudanças que ocorrem na paisagem ao longo do tempo.

Você já reparou que, quando olhamos para o campo, praia, ou mesmo pela janela de nossa casa, a paisagem sempre atrai nossa atenção? Quando viajamos para outro município ou região, o que notamos? As paisagens vão mudando no decorrer da viagem, a cidade vai ficando para trás, junto com ela os prédios, o barulho e a agitação das pessoas. No seu lugar vão aparecendo rodovias, matas, árvores, fazendas ou áreas florestadas e sentimos o cheiro do mato ou do mar.

O mesmo ocorre quando saímos de um bairro pacato e nos diri-gimos ao centro de uma grande cidade. É possível observar que a paisagem vai se alterando, a imagem do bairro (com casas, comércios, praças, ruas calmas, crianças brincando etc.) vai ficando para trás e surgem viadutos, carros, prédios e aglomeração de pessoas. Essa combinação de elementos naturais (que não são feitos pelo homem) e de objetos técnicos (resultados do trabalho e da inteligência humana tanto do passado como do presente) é chamada paisagem.

As paisagens estão em constante mudança, são transformadas o tempo todo por homens e mulheres. É só reparar como sempre mudamos, por exemplo, a nossa própria casa: colocamos algo a mais no quintal, pintamos a parede, plantamos uma árvore na calçada etc.

Atividade 1 Identificando os elementos da paisagem

Você já ouviu dizer que “uma imagem vale mais que mil pala-vras”? As imagens têm forte presença, pois trazem informações, fatos e expressam sentimentos. Mas como interpretá-las? Basta obser-var, analisar e descrever as imagens e refletir a respeito do que elas transmitem.

1 O estudO da paisagem

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1. Em grupo, analisem as paisagens apresentadas a seguir.

Figura 2

Zona rural.

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Figura 3

Região desértica.

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Zona urbana.

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Figura 1

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Geografia – Unidade 1

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a) Com base na análise das imagens, registre, no quadro a seguir, o nome dos elementos da paisagem que mais chamam sua atenção em cada uma das figuras. Veja o exemplo da figura 1.

Elementos da paisagem

Figura 1

• automóveis

• viadutos

• prédios

Figura 2

Figura 3

b) Quais tipos de transformação podem ocorrer em cada paisa-gem representada nas figuras que você analisou? Aponte uma mudança para cada paisagem.

• Figura 1: ______________________________________________________

• Figura 2: ______________________________________________________

• Figura 3: ______________________________________________________

Na geografia, há várias definições de paisagem. Uma delas é a do geógrafo Milton Santos:

Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisa-gem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc.

SANTOS, Milton; ELIAS, Denise. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teóricos e metodológicos da geografia. São Paulo: Edusp, 2008.

Fica a dica

Milton Santos (1926-2001) foi geógrafo e professor da Universidade de São Paulo. Foi autor de mais de trinta livros e, pela grandiosidade de sua obra, é reconhecido como um dos grandes intelectuais do século XX.

Se você quiser conhecer melhor as ideias desse autor, assista ao documentário: Encontro com Milton Santos ou o mundo global visto do lado de cá (direção de Silvio Tendler, 2006).

Geografia – Unidade 1

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2. Para melhor compreender o que é paisagem, observe as figuras a seguir e descreva-as resumidamente.

Rio Tietê em Salesópolis (SP), onde se encontra sua nascente.

Rio Tietê na capital paulista.

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Figura 4

Figura 5

É difícil acreditar que as duas imagens mostram o Rio Tietê e seu entorno em diferentes cidades do Estado de São Paulo: a figura 4 retrata a cidade de Salesópolis, onde fica a nascente do rio, e a figura 5, um trecho do rio na capital paulista. O Rio Tietê é um bom exemplo de que a paisagem deve ser considerada em seus elementos naturais e como resultado da ação do homem.

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Geografia – Unidade 1

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Paisagem e geografia

Para que a paisagem seja compreendida como um elemento da geografia, é preciso observá-la e considerá-la tendo em vista as ações humanas, a economia e a sociedade.

Para exemplificar as mudanças na paisagem decorrentes da ação humana, é possível pensar em uma plantação de uvas.

• Essa plantação é realizada por meio do trabalho conjunto de várias pessoas.

• O cultivo de uvas é o resultado das técnicas desenvolvidas ao longo dos séculos.

• Há uma série de regras e normas a se-rem seguidas para o correto preparo, plantio e manejo das uvas visando ao desenvolvimento da produção.

Outro exemplo de mudanças na paisa-gem decorrentes da ação da sociedade são as áreas de deserto que, há muitos sécu-los, foram utilizadas por vários povos do mundo como rota comercial. Cultivo de uvas.

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Rota comercial da seda

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Fonte: The Stanford Program on International and Cross-cultural Education.

Geografia – Unidade 1

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Com a descoberta e o uso cada vez maior do petróleo pela sociedade, a motivação econômica alte-rou substancialmente essa pai sa gem: novos elemen-tos, como as refinarias de petróleo, passaram a pre-dominar.

Refinarias de petróleo no deserto da Arábia Saudita.

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Você sabia que a Arábia Saudita é um país do Oriente Médio e está localizado na Península Arábica?

A sua capital é Riyadh, e a cidade de Mecca é importante para as pessoas da religião muçulmana, por ser uma das cidades sagradas dessa doutrina. A Arábia Saudita é o maior produtor de petróleo bruto de todo o mundo.

Fonte: IBGE. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br/paisesat/mapa.php?arq=images/

mapas/SA.swf&pais=Arábia Saudita&coord=25 00 N, 45 00 E&lang=pt-br>. Acesso em: 10 jan.

2012. Mantida a grafia original.

Arábia Saudita: principais cidades

É fácil perceber que a paisagem se altera ao longo do tempo, seja pela ação da natureza (como nas regiões em que as dunas mudam de lugar pela ação dos ventos), seja pela ação humana (pela intervenção do trabalho humano). Essa alteração da paisagem também modi-fica a forma como os homens e as mulheres se percebem e percebem a passagem do tempo.

Na paisagem rural, o tempo e o ritmo do trabalho seguem as estações do ano e a passa-gem do dia. No passado, o trabalhador do campo fazia a colheita entoando músicas tradi-cionais para marcar o ritmo do trabalho.

Diferentemente, na paisagem urbana, a fábrica funciona em qualquer momento do dia ou mesmo da noite. Nela, a máquina determina o ritmo de trabalho do trabalhador.

Os meios de transporte, o desenvolvimento tecnológico, as tensões sociais também alteram a paisagem urbana.

Caravana no deserto: camelos transportam pessoas e produtos.

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Nessas regiões de sér ticas, a paisagem era marcada por caravanas de comerciantes que cortavam o deserto em camelos para levar produtos da Índia e da China para a Europa.

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Geografia – Unidade 1

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Atividade 2 Identificando as mudanças na paisagem ao longo do tempo

1. Em grupo, analisem as duas imagens. Elas retratam a Avenida 9 de Julho, localizada na cidade de São Paulo, em diferentes épo-cas. Registrem de maneira detalhada as mudanças ocorridas na paisagem.

Pesquisem na internet ou na biblioteca outras imagens desse mes-mo local em períodos diferentes, para perceber as mudanças gra-dativas ocorridas ao longo do tempo.

Avenida 9 de Julho, 1956.

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Avenida 9 de Julho, 2004.

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Figura 1

Figura 2

Geografia – Unidade 1

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2. Depois de fazer suas primeiras anotações, respondam:

a) Quais elementos da paisagem sofreram alterações com o pas-sar do tempo? E quais não se alteraram?

b) Vocês conhecem outra paisagem na sua cidade ou em seu bairro que tenha sofrido mudanças no decorrer do tempo? Quais fo-ram, em sua opinião, os motivos que levaram a essas mudanças?

c) Apresentem para a turma a conclusão a que chegaram. Para isso, discutam a melhor forma de apresentação desta atividade.

Atividade 3 Observando a paisagem ao seu redor

1. Uma forma de compreender a paisagem é observar os elementos que a compõem, sua dinâmica e como está organizada. Sendo as-sim, vamos a campo, com o objetivo de fazer observações, regis-tros e reflexões sobre os elementos da paisagem do entorno da escola. Para a saída a campo, são necessárias algumas orientações:

a) Escolham um local para realizar o estudo: jardim, praça, bair-ro onde mora, ruas que circundam o prédio da escola ou que façam parte do trajeto de sua casa à escola ou ao trabalho.

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Geografia – Unidade 1

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b) Quando estiverem em campo, identifiquem e registrem:

• os elementos que compõem a paisagem;

• a função de cada elemento identificado;

• quem utiliza cada um desses elementos.

c) Para enriquecer o trabalho de campo, pesquisem na bibliote-ca, na internet e façam entrevistas com moradores antigos do local, procurando obter informações sobre as modificações sofridas naquela paisagem.

d) Na volta do trabalho de campo, organizem as informações, as observações, os desenhos ou as fotos.

e) Analisem todo o material que vocês coletaram e respondam:

• Entre os elementos observados, quais foram alterados ao longo do tempo e quais não foram alterados?

• Quais são os elementos naturais e quais os objetos sociais verificados?

Atenção: não deixem de fazer o registro dos aspectos observados por meio de anotações quando estiverem em campo. Se possível, registrem tam-bém tirando fotografias ou desenhando o que observaram.

Geografia – Unidade 1

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2. Os resultados da pesquisa devem ser apresentados por meio de um seminário.

a) Após conhecer os estudos, planejem a forma como a apresen-tação será feita e preparem os materiais de apoio que serão utilizados: fotos, cartazes, desenhos, textos etc. Cada partici-pante do grupo também precisa organizar bem as anotações que servirão de apoio na hora do seminário.

b) Para se prepararem para a apresentação do seminário, en-saiem antes o que cada um vai expor, já que, para falar em público, é preciso escolher uma forma mais clara e objetiva de comunicar o que se deseja.

Você estudou

Nesta Unidade, você estudou que a paisagem é o conjunto das formas materiais que podemos ver, ouvir, tocar, sentir etc. Viu também que, para a geografia, não basta apenas perceber a paisagem, é necessário selecionar e organizar os elementos que a compõem. E somente assim é possível perceber que as mudanças que ocorrem na paisagem estão ligadas à existência material da sociedade, ao poder econômico, ao modo de vida, às crenças.

Além das forças da natureza, a ação humana tem alterado a pai-sagem ao longo da história da humanidade. Pense na sua cidade e reflita: Quais são os interesses sociais que têm determinado a altera-ção na paisagem?

Pense sobre

SeminárioExposição oral de um tema que estimula um debate. Em geral, um seminário é feito em grupo, e um dos passos mais importantes para a sua realização é o seu planejamento. Atenção: trabalho em grupo significa, sobretudo, partilhar impressões e análises para enriquecer a percepção e opinião de todos sobre um tema estudado.

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Geografia – Unidade 1

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Na Unidade 1, você estudou que as paisagens podem ser divididas em naturais e culturais. As paisagens culturais também podem ser urbanas e rurais.

Nesta Unidade, você vai estudar a dinâmica da paisagem rural, identificar suas principais características, destacando a influência que a natureza exerce sobre as atividades humanas, analisar o papel que o trabalho exerce na construção da paisagem rural e verificar de que forma essa ação humana altera a natureza.

Também vai discutir como as técnicas utilizadas na agricultura têm permitido a expansão da fronteira agrícola para áreas onde as condições naturais não favoreciam o cultivo da terra até pouco tempo atrás. Além disso, vai refletir a respeito do impacto socioam-biental da mecanização do campo, tanto com relação aos problemas ambientais provocados como às mudanças nas relações de trabalho no campo.

Por fim, vai analisar o problema brasileiro da concentração de terra e suas consequências sociais, como a migração campo-cidade e o aumento de trabalhadores rurais sem-terra e dos conflitos pela posse da terra.

Para iniciar...

Para conhecer a paisagem rural, é preciso lembrar que é por meio da paisagem que “se lê o espaço”, como se fosse uma fotografia. Pode-se, assim, compreender os fenômenos naturais e sociais que ali ocorrem.

A atividade agropecuária, por exemplo, é um dos elementos que podem ser percebidos pela análise da paisagem rural.

• Você já foi a uma fazenda, um sítio ou uma chácara?

• Quais foram as principais características que você notou que dife-renciam essa paisagem da que você encontra em uma cidade?

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Os setores da economia e a paisagem rural

A economia está dividida em três setores de atividade: primário, secundário e terciário.

O setor primário compreende as atividades diretamente relaciona-das à terra: o extrativismo, a pecuária e a agricultura.

O setor secundário reúne as atividades industriais de transfor-mação de matérias-primas em produtos industrializados (máquinas, equipamentos, veículos, roupas, alimentos, bebidas, cosméticos, pro-dutos de higiene e de limpeza, entre outros).

O setor terciário representa as atividades ligadas ao comércio e à prestação de serviços, como educação, saúde, telecomunicações, transporte, limpeza, serviços de alimentação, turismo, serviços ban-cários, entre outros.

Assim, a paisagem rural é marcada por atividades do setor primá-rio, que é o principal responsável pelo fornecimento de matéria-prima para a indústria de transformação, por meio da exploração econô-mica de recursos da natureza.

Extrativismo

As atividades extrativistas retiram os recursos da natureza sem transformá-los ou alterar suas propriedades naturais. No caso do garimpo, por exemplo, o ouro, a prata e mesmo algumas pedras pre-ciosas são retiradas em estado bruto. Extração artesanal de ouro.

Extração industrial de minério de ferro.

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Os recursos naturais extraídos em estado bruto servem de matéria-prima para a indústria transformá-los nos mais variados produtos. A madeira, por exem-plo, é extraída e comercializada para a fabricação de papel e celulose, móveis, materiais para a construção civil, como portas, janelas, pisos e revestimentos etc.

No Brasil, o trabalho de extração mineral pode ser realizado de forma artesanal, como é o caso da extração do ouro, ou industrial, como acontece com o ferro, a bauxita, o níquel e outros minérios.

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Geografia – Unidade 2

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MercúrioSubstância química altamente tóxica para a saúde. Se for descartado na natureza de forma inadequada, pode contaminar os rios, os animais e as plantas. Em razão da ausência de fiscalização efetiva em Serra Pelada, o uso indiscriminado do mercúrio causou sérios problemas ambientais e prejudicou a saúde destes trabalhadores.

Tomando como exemplo o que ocorreu em Serra Pelada, atual município de Curionópolis, no Pará, é possível refletir sobre como esse tipo de atividade altera a paisagem, cau-sando forte impacto ambiental.

Nos anos 1980 a corrida pelo ouro no Pará levou a uma enorme concentração de trabalho humano. A população de Serra Pelada cresceu rapidamente em função da vinda de milhares de pessoas que buscavam o enriquecimento rápido com a extração de ouro.

A atividade garimpeira em Serra Pelada durou de 1980 a 1992. No início da exploração, havia mais de 20 mil homens no garimpo de Serra Pelada, mas estima-se que, no auge dessa atividade, o número ultrapassou 90 mil garimpeiros.

De acordo com as informações da Caixa Econômica Federal, compradora oficial do ouro extraído de Serra Pelada, aproximada-mente 42 toneladas foram comercializadas. Mas essa quantidade pode ser muito maior, uma vez que nem todo o ouro extraído do garimpo era vendido ao banco.

O custo social e ambiental dessa ação humana é retratado pelas condições precárias de vida e trabalho dos garimpeiros, submetidos ao forte calor, a doenças como febre amarela e malária, ao perigo constante de desabamentos, à sobrecarga de trabalho, além da preca-riedade das condições de saúde e alimentação.

A atividade garimpeira em Serra Pelada removeu, por meio da ação humana, o que antes era uma serra, deixando no lugar uma enorme cratera de aproximadamente 200 metros de profundidade, como pode ser observado na imagem a seguir. Posteriormente, essa cratera se transformou em um grande lago contaminado pelo mercúrio dos garimpos – utilizado para separar o ouro do cascalho –, que ainda esconde muito ouro.

Atualmente, é difícil cal-cular quanto ouro ainda existe em Serra Pelada. As estimati-vas variam de vinte a várias centenas de toneladas. Esses números são conflitantes e revelam o clima de tensão na região, pois os garimpeiros lutam para obter o direito de lavra (direito de aquisição do mineral), que é de poder do Estado.

Você sabia que cada garimpeiro retirava, em média, 1,5 tonelada de cascalho por dia?

Em Serra Pelada, os trabalhadores passavam o dia subindo e descendo perigosas escadas de madeira, carregando sobre os ombros sacos que pesavam em torno de 35 kg cheios de cascalho.

Região de Serra Pelada à época do garimpo.

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Atividade 1 A paisagem do garimpo de Serra Pelada

1. Em grupo, analisem as duas imagens a seguir, que retratam Serra Pelada na década de 1980.

Descrevam as imagens, indicando:

a) Há elementos naturais? Quais?

b) Há elementos humanos ou culturais? Quais?

c) O que chama mais a atenção do grupo em cada imagem?

Fica a dica

O documentário Montanhas de ouro (direção de Adrian Cowell, 1989), da série A década da destruição de 1987, relata a situação dos garimpeiros na Amazônia, a luta desses trabalhadores contra a Companhia Vale do Rio Doce (na época era uma empresa estatal e foi privatizada em 1997) e a violência presente no garimpo, dadas as péssimas condições de trabalho (risco constante de desmoronamento de terra, sobrecarga de trabalho etc.) e de saúde.

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Sebastião Salgado. Mina de ouro de Serra Pelada (Costas). Foto em preto e branco, 54,2 cm x 34,9 cm. Brasil, 1986.

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2. Pesquisem na internet quais eram as condições de trabalho dos garimpeiros em Serra Pelada. Que elementos as imagens fornecem para discutir essa questão?

3. Escolham uma das imagens do garimpo de Serra Pelada e colo-quem-se no ponto de vista do fotógrafo. O que vocês poderiam contar por meio dessa foto?

Práticas extrativistas responsáveis

A história de Serra Pelada não deve ser esquecida. A atitude com a natureza e com o trabalhador serve de exemplo para que as novas gerações adotem práticas extrativistas responsáveis, minimizando os impactos ambientais.

As reservas extrativistas são um bom exemplo de práticas extra-tivistas responsáveis. São terras de propriedade do governo federal, cujo uso é controlado por populações que dependem do extrativismo para sobreviver (os seringueiros, os povos indígenas, os povos ribei-rinhos e os castanheiros) e o objetivo básico é proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, garantindo o controle da coleta e

do destino dos produtos flores-tais. Em troca, essas populações se comprometem a proteger a floresta.

Quem teve um papel impor-tante no desenvolvimento do projeto das reservas extrativistas foi o seringueiro e sindicalista Francisco Alves Mendes Filho. Ele viveu no município de Xapuri, no Acre, ficando conhecido como “Chico Mendes de Xapuri-Acre”.

Chico Mendes, seringueiro e sindicalista.

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Chico Mendes ficou famoso porque lutou pelos povos da Amazô-nia, pela preservação da floresta e pela convivência harmoniosa entre seringueiros, indígenas, povos ribeirinhos e castanheiros. Ele foi assas-sinado em dezembro de 1988 por proprietários de terra descontentes com o fato de o sindicalista liderar um grande grupo de seringueiros que tentavam impedir a derrubada da mata e, com isso, a destruição das seringueiras.

A Constituição de 1988 incorporou muitos avanços em relação à proteção ao meio ambiente, exigindo que todas as atividades comer-ciais a serem instaladas em determinada área (indústrias, exploração de minérios etc.) estejam sujeitas à análise do impacto ambiental. Se esse impacto for grande, a atividade comercial em questão não deve se instalar naquele local. Isso vale também para as áreas urba-nas: as indústrias precisam de autorização ambiental para funcionar porque são poluentes.

Agricultura

Além da atividade extrativista, a prática da agricultura também provoca mudanças na paisagem rural e causa alterações na natureza. Quais dessas mudanças você conhece?

A produção agrícola está condicionada a diversos fatores naturais, como os tipos de solo e as condições do relevo e do clima. A ação con-junta desses fatores influencia dinamicamente a agricultura em todo o mundo, sendo que as condições climáticas (radiação solar, temperatura e chuvas) são as que mais variam de um lugar para outro do planeta. Por esse motivo, os agricultores precisam conhecer as características naturais da localidade e desenvolver o cultivo de acordo com as varia-ções das condições climáticas.

Conhecer a radiação solar é importante para a agricultura não somente porque cada espécie de planta necessita de tempos diferen-tes de exposição à luz solar para se desenvol-ver, mas, também, porque ela ocorre de forma desigual na Terra. Isso acontece porque os raios solares seguem uma trajetória retilínea, e o pla-neta, como você sabe, é arredondado e está em constante movimento, o que faz com que esses raios não atinjam a superfície do planeta igual-mente, como mostra a imagem ao lado.

Fica a dica

Assista ao documentário Chico Mendes: eu quero viver (direção de Adrian Cowell, 1989). O filme mostra Chico Mendes na organização dos seringueiros em defesa da floresta, no nascimento da Aliança dos Povos da Floresta e na luta pela demarcação das primeiras reservas extrativistas na Amazônia. Mostra, ainda, a trama armada para seu assassinato e as repercussões no Brasil e no mundo.

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A luz solar incide sobre a Terra com maior ou menor intensidade, dependendo da região, do movimento do planeta e de sua posição em relação ao Sol.

De modo geral, a variação da incidência dos raios solares sobre a superfície da Terra delimita-se em cinco zonas climáticas.

Zonas climáticas

Os círculos polares, a linha do Equador e os trópicos de Câncer e de Capricórnio são “linhas imaginárias” que delimitam as zonas climáticas da Terra.

Círculo Polar Ártico66º33’

Zona polar do norte

Zona polar do sul

Zona temperada do sul

Zona temperada do norte

Zona tropical

Círculo Polar Antártico66º33’

Trópico de Câncer23º27’

Trópico de Capricórnio23º27’

Equador0º

• Zonas polares do norte e do sul (ártica e antártica) – localizadas entre os polos e os círculos polares, são as faixas mais frias do planeta e permanecem grande parte do ano cobertas de gelo.

• Zonas temperadas do norte e do sul – localizadas entre os círculos polares e os trópicos, apresentam temperaturas médias moderadas e estações do ano bem definidas.

• Zona tropical – localizada entre os trópicos de Câncer e de Capri-córnio, é a faixa mais quente da superfície da Terra.

A temperatura (grau de calor de um lugar) também influi na agricultura, pois algumas plantas são naturais de áreas temperadas e não se adaptam às áreas de clima tropical, e vice-versa. O abacaxi, por exemplo, precisa de temperaturas acima dos 21°C para se desen-volver, por ser sensível às baixas temperaturas. Já a macieira é resis-tente ao frio e suporta os invernos rigorosos da zona temperada.

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A agricultura depende também da distribuição das chuvas durante o ano. Há regiões que enfrentam o excesso de chuva, enquanto outras sofrem com a seca, o que preocupa os agricultores. Excesso de chuva ou a falta dela significam prejuízos para os trabalhadores do campo.

Além disso, as condições climáticas não são efetivamente previsí-veis e controláveis, podendo ocorrer adversidades climáticas. Chuvas fortes de longa duração, granizo, secas e geadas provocam quedas da safra e trazem prejuízos ao setor agrícola e à sociedade em geral.

Atividade 2 As zonas térmicas da Terra

Observe o mapa e responda às questões a seguir.

1. Por que o Brasil é considerado um país tropical?

2. Por que a Argentina é um país de clima temperado?

Círculo Polar Ártico

Trópico de Câncer

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Trópico de Capricórnio

Círculo Polar Antártico

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ZONA POLAR DO SUL (ANTÁRTICA)

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Fonte: Atlas Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 58.

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Técnicas agrícolas

Como você estudou, a produção agrícola está condicionada a diversos fatores naturais, e a busca pelo domínio do meio natural favoreceu o desenvolvimento de diversas técnicas agrícolas.

Colheita mecanizada de soja na área rural de Campo Verde (MT), 2008.

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Cultivo de uvas em Petrolina (PE).

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A irrigação é uma antiga técnica baseada na retirada de água do subsolo ou de alguma fonte externa, como rios, lagos ou açudes, para compensar a falta de água na plantação.

Contudo, a escolha do método depende da disponibilidade de água da região e do tipo de cultivo que se pretende irrigar. A irrigação, combi-nada com outras práticas agrícolas, tem permitido expandir a fronteira agrícola, ou seja, tem possibilitado o avanço da agricultura moderna para terras até então não cultiva-das e transformadas em função das condições naturais, impróprias à agricultura. No sertão nordestino, por exemplo, a seca é um fenômeno natural, mas há formas para superá-la, usando a água de lençóis ou açudes para a irrigação.

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Atividade 3 Asa branca

Leia a letra da canção Asa branca, um clássico da música popular brasileira, que expressa a vida no sertão. Se possível, também ouça essa canção.

100% Fermata do Brasil.

Asa brancaLuiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Quando oiei a terra ardendoQuá’ foguêra de São JoãoEu perguntei (ei) a Deus do céu, aiPru que tamanha judiação?

Qui brazero, qui fornaiaNem um pé de prantaçãoPor farta d’água perdi meu gadoMorreu de sêde meu alazão

Inté mesmo asa brancaBateu asas do sertãoEntonce eu disse adeus RosinhaGuarda contigo meu coração

Hoje longe muitas léguaNuma triste solidãoEspero a chuva caí de novoPra mim vortá pro meu sertão

Quando o verde dos teus óiosSe espaiá na prantaçãoEu te asseguro, num chore não, viuQue eu vortarei, viu, meu coração.

1. Releia a letra da canção e grife as palavras que lhe causaram es-tranhamento para discussão com a turma.

2. Qual é o problema social de que a canção trata e quais expressões evidenciam esse problema?

3. Quais técnicas podem amenizar esse problema? Por quê?

Fica a dica

O livro Vidas secas, de Graciliano Ramos, narra a história de uma família que abandona sua cidade para tentar a vida no Sudeste.

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A situação de seca que periodicamente atinge mais da me-tade do território do Nordeste, característica natural da região conhe cida como “polígono das secas”, já levou muitos nordes-tinos a abandonarem suas casas e migrarem para São Paulo e outros Estados do centro-sul do País em busca de alternativa para a sobrevivência. Muitas famílias viajam a pé, às vezes com idosos e crianças.

Os números da migração revelam intensidade maior de deslo-camento da população entre 1960 e 1980. O censo de 1970 mostrava que 3 513 800 pessoas da região Nordeste estavam em outras regiões. Em 1996, 4 215 443 pessoas de origem nor-destina viviam em São Paulo.

Esse movimento estaria mudando? O censo demográfico rea-lizado pelo IBGE informa que há sinais de mudança no desloca-mento de migrantes. Segundo dados desse órgão, praticamente metade de pessoas que deixaram a região Sudeste voltou para a região Nordeste.

A análise dos dados ainda não pode apontar se a volta dos migrantes se dá pela melhora das condições de vida na região Nordeste ou se estes não obtiveram emprego na região Sudeste.

Produtividade no campo

A expansão da fronteira agrícola está ligada à necessidade de maior produção de alimentos para suprir o mercado interno e, tam-bém, para exportação.

Essa forte demanda por alimentos e matérias-primas para as indústrias acaba pressionando o setor primário, especialmente a agri-cultura, por uma produtividade maior.

Em contrapartida, o aumento da produtividade acaba causando mais impactos ambientais.

Além da irrigação, a agricultura moderna utiliza grandes quantida-des de adubos químicos, que corrigem os solos, e defensivos agrícolas (agrotóxicos), que combatem as pragas da lavoura. O uso cada vez mais intenso desses produtos químicos tem provocado a contaminação do solo, das águas dos rios e dos lençóis de água subterrânea (lençóis

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Chuva

ChuvaLavoura

Lençol freático

Rocha impermeável

Poço

Fossa

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Pulverização de adubo químico e agrotóxicos

Floresta

freáticos). As chuvas podem levar esses produtos para os rios e o subsolo, atingindo os lençóis freáticos e comprometendo a qualidade da água e a vida aquática dos rios e lagos, como também a saúde da população local.

Fica a dica

O documentário Nas cinzas da floresta – da série A década da destruição (direção de Adrian Cowell, 1987) – traz um importante alerta: “Se o desmatamento continuar nesse ritmo, o Estado de Rondônia perderá toda a sua floresta”. Essa foi a fatídica previsão do ambientalista gaúcho José Antônio Lutzenberger (1926-2002), que percorreu a floresta quando ela estava sendo derrubada. Ele sugeriu alternativas ao desenvolvimento irracional. Nas palavras de Lutzenberger, no mesmo documentário: “Se você conserva a floresta, ela tem condições de alimentá-lo. Mas, se você derruba, o solo poderá se tornar tão infértil que nada mais crescerá ali”.

Fonte: Central Independent Television/Universidade

Católica de Goiás/Verbo Filme.

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nsDas águas da chuva para as águas do rio

Queimada na Floresta Amazônica, município de Senador Guiomard (AC), 2008.

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Ação da erosão em Nova Olímpia (PR).

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O crescimento da agricultura também afeta as reservas de matas originais ou nativas, que vão sendo substituídas por pastagens ou cultivos. A retirada das matas nativas ou as queimadas ocorrem, geralmente, de forma clandestina e criminosa.

Com a diminuição das matas nativas e a decorrente perda da flora e da fauna, o solo fica diretamente exposto à chuva e ao vento, tornando-se vulnerável à erosão.

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Assoreamento de rio em Aimorés (MG).

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Voçoroca na área rural de Manoel Viana (RS).

As chuvas carregam parte do solo exposto provocando sulcos e voçorocas (grandes buracos de erosão) nos terrenos.

As chuvas depositam todo esse material retirado do solo no fundo dos rios, fenômeno conhecido como assoreamento, tornando-os cada vez mais rasos.

Os ventos, por sua vez, levam a camada de solo que demora muito tempo para se formar.

Em relação à maior produtividade, a agricultura moderna vem utili-zando a pesquisa científica para obter produtos de melhor qualidade. Por exemplo: há vários tipos de arroz no supermercado, resultantes do desen-volvimento de diversas técnicas e normas que controlam desde a escolha do grão a ser plantado até o tipo de adubo ou fertilizante que será usado.

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A produtividade está diretamente relacionada à crescente implantação de técnicas e máquinas modernas no campo. Essa mecanização do campo aumenta a produtividade e reduz os custos de produção, tornando o setor cada vez mais participativo e compe-titivo, tanto para o mercado brasileiro (mercado interno) como para os concorridos mercados estrangeiros (mercados externos).

Além disso, a produção também é matéria-prima para as agroin-dústrias, que fazem a transformação do produto agrícola em um pro-duto industrializado, como suco de laranja, açúcar e álcool.

A participação das agroindústrias acelerou o processo de mecani-zação no campo, com consequências sérias para o mercado de traba-lho. A atividade agrícola já foi responsável por empregar grande parte da força de trabalho no Brasil. Atualmente, a população economica-mente ativa (PEA) que trabalha no setor primário é relativamente pequena. Segundo o IBGE, a PEA no setor primário correspondia, em 1940, a 70,2% do total dos setores da economia e, em 2001, a 20,6%. Ou seja: em 1940, sete em cada dez trabalhadores estavam no campo, enquanto, em 2001, esse número era de dois em cada dez trabalhadores.

Uma das causas dessa queda da participação da PEA no setor pri-mário foi a mecanização, que reduziu a oferta de emprego no campo, pois atividades que antes eram realizadas pela força de trabalho humano foram substituídas pela força da máquina, assim como pela maior produtividade da terra que os adubos e agrotóxicos promove-ram. Isso contribuiu para que as pessoas migrassem para as cidades em busca de novas oportunidades.

Atividade 4 Distribuição dos trabalhadores por setor da economia

Os gráficos favorecem a visualização de dados e informações, que estão organizados em números, datas, barras, colunas, setores etc. Nesta atividade, as linhas indicam três variáveis: setores pri-mário, secundário e terciário, e como a participação dos trabalha-dores se modificou durante os anos compreendidos entre 1940 e 2001. Os valores apresentados no gráfico da página seguinte estão em porcentagem de 0% a 80%.

Ciências6o ano – Unidade 4

Fica a dica

Para conhecer melhor o sistema de produção de outros cultivos, o site da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) possui um importante material de pesquisa sobre a agricultura brasileira. Acesse o site <http://www.embrapa.br> (acesso em: 10 jan. 2012) e procure por “sistemas de produção”, “criação” e “cultivo”.

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1. Leia o gráfico a seguir:

a) Qual é o título do gráfico?

b) Qual é o assunto tratado no gráfico?

c) Qual é a fonte das informações expressas no gráfico?

2. Em que ano o setor terciário superou o setor primário em partici-pação na população economicamente ativa (PEA)?

3. Em que ano o setor secundário superou o setor primário em par-ticipação na população economicamente ativa (PEA)?

4. Retome o texto que antecede o gráfico e grife os motivos para a queda da participação da população economicamente ativa (PEA) no setor primário.

Fonte: IBGE. Anuário Estatístico do Brasil, 1978, 1982, 1994, 1995, 2001.

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Setor Terciário

Setor Secundário

Setor Primário

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Brasil: Distribuição da população economicamente ativa por setores de produção (em %), 1940-2001

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Mecanização no campo

O processo de mecanização no campo também alterou as rela-ções de trabalho. Conheça a cadeia produtiva da cana-de-açúcar para entender melhor esse processo.

Historicamente, o corte de cana era um trabalho exclusivamente manual realizado por trabalhadores assalariados conhecidos popular-mente como boias-frias ou volantes. Esses trabalhadores ganham baixos salários, estão submetidos a duras condições de trabalho e moram fora da propriedade agrícola, geral-mente nas periferias das cidades. Além disso, esse trabalho é sazonal, ou seja, tem períodos previsíveis de plantio e colheita, em função das estações do ano (como qualquer pro-duto agrícola), o que faz com que o trabalhador tenha que lidar com a alternância de período.

Atualmente, o corte manual da cana-de-açúcar vem sendo pro-gressivamente substituído pela colheita mecanizada. Podemos citar o exemplo da colheitadeira, uma máquina que realiza o trabalho de 80 trabalhadores.

Por esse motivo, a modernização dos setores produtivos apresenta um desafio: empregar os que ficarão desempregados.

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Corte mecanizado da cana-de-açúcar em Santa Bárbara D’Oeste (SP), 2009.

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Corte manual da cana-de-açúcar em Cordeirópolis (SP), 2010.

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Atividade 5 Tipos de colheita

1. Em grupo, leiam as informações do quadro a seguir, comparem a colheita manual e a mecanizada e respondam às questões propostas:

Colheita manual Colheita mecanizada

Como é feita

• A palha é queimada na noite anterior ao corte, de modo que fiquem apenas os talos

• Estes, então, são cortados com facões por centenas de trabalhadores

Uma máquina, chamada colheitadeira, corta e separa as folhas dos talos

Rendimento De 6 a 10 toneladas por homem por dia para cana queimada; para cana não queimada, 2,5 toneladas por homem por dia

De 500 a 800 toneladas por dia

Vantagens Menor teor de impurezas

• Criação de melhores empregos• Rapidez• Acúmulo de matéria orgânica no solo, que

reduz a necessidade de herbicidas• Reutilização da palha como geradora de

energia na usina• Melhor qualidade da matéria-prima

Desvantagens

• Emissão de fumaça e fuligem• Perda de massa e perda de açúcar, interferindo

na qualidade do produto final• Não aproveitamento da palha na geração de

energia elétrica e de etanol de segunda geração

• Aumento do teor de impurezas na cana colhida (palha, folhas, pontas, terra)

• Perda de postos de trabalho

Fontes: Unicamp, Embrapa, USP, Unica.

Fonte: Projeto Agora – Estudos dos Municípios Canavieiros 2010. Caderno do professor, capitulo 3, “O cultivo”, p. 18. Disponível em: <http://www.municipios-canavieiros.com.br/download/05_CAP_03.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2012.

a) Qual é o processo que causa menor impacto ambiental?

b) Qual processo utiliza o maior número de trabalhadores?

c) Além das vantagens e desvantagens destacadas no quadro, que outros aspectos vocês apontariam?

2. Agora, discuta com a turma a seguinte questão: A evolução das máquinas e as novas tecnologias são responsáveis pelo desempre-go dos trabalhadores do setor primário?

Trabalho6o ano – Unidade 3

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O aumento da produtividade no campo e a agricultura familiar

A agricultura familiar também vem sofrendo alterações diante da modernização da agricultura. Essa atividade é caracterizada pelo tra-balho das famílias em quase todas as fases do cultivo.

A situação econômica dessas famí-lias é variável, pois depende de colher uma boa safra e da oferta que esse produto cultivado tem no mercado. Então, com o aumento da produtivi-dade no campo, aumenta também a quantidade do produto no mercado, o que faz o preço do produto cair. É a lei da oferta e da procura.

Buscando manter uma margem digna de retorno do seu trabalho, alguns agricultores têm optado por comercializar seus produtos dire-tamente com as agroindústrias. As famílias garantem o fornecimento de matéria-prima, como tomates e laran-jas, para as empresas, que produzirão extrato de tomate e suco de laranja, por exemplo. Em troca, assinam um contrato que garante a venda e esta-belece o preço do produto. Além disso, as empresas introduzem técnicas modernas para essa produção, que seguem normas e regras da agricultura moderna.

Um problema a ser enfrentado é a venda exclusiva para as gran-des indústrias, que exigem maior produtividade dos pequenos agri-cultores, fato que estimula o uso desmedido de agrotóxicos. Uma das soluções encontradas por parte desses produtores é a criação de coo-perativas de produção de alimentos sem produtos químicos.

Atividade 6 Lei da oferta e da procura

Em grupo, leiam o texto a seguir e discutam quais são as razões para a revolta de Paulo. Por que essa situação acontece?

Agricultura familiar ocupava 84,4% dos estabelecimentos agropecuários

No Censo Agropecuário de 2006 foram identificados 4 367 902 estabelecimentos de agricultura familiar. Eles repre-sentavam 84,4% do total, mas ocupavam apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área dos estabelecimentos agro-pecuários brasileiros. Já os estabelecimentos não familiares representavam 15,6% do total e ocupavam 75,7% da sua área.

Dos 80,25 milhões de hectares da agricultura familiar, 45% eram destinados a pastagens, 28% a florestas e 22% a lavouras. Ainda assim, a agricultura familiar mostrou seu peso na cesta básica do brasileiro, pois era responsável por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo e, na pecuária, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves e 30% dos bovinos. [...]

Apesar de cultivar uma área menor com lavouras e pas-tagens (17,7 e 36,4 milhões de hectares, respectivamente), a agricultura familiar é responsável por garantir boa parte da segurança alimentar do país, como importante fornecedora de alimentos para o mercado interno. [...]

Fonte: IBGE. Sala de imprensa, 2009. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1466&id_

pagina=1>. Acesso em: 10 jan. 2012.

Paulo tem seis filhos e mora em um pequeno sítio no interior de São Paulo, onde planta laranja, milho, batata, inhame, entre outros. Ao descobrir que um quilo de milho é vendido na capital de São Paulo a R$ 2,00 revolta-se, pois vende o quilo em seu sítio a R$ 0,50. Paulo não consegue entender como o preço de seu pro-duto pode subir tanto ao chegar à capital.

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Estrutura fundiária

Tanto a agricultura como as relações de trabalho no campo mudaram ao longo do tempo. No entanto, a estrutura fundiária brasileira praticamente não se alterou.

A estrutura fundiária é a organização do espaço agrário de acordo com a distribuição das propriedades rurais.

Essa estrutura fundiária é uma herança do passado brasileiro iniciada com as capitanias hereditárias, que distribuiu grandes pro-porções de terra para poucas pessoas que deveriam produzir para o mercado externo.

Outro fato histórico que dificultou o acesso à terra aos trabalha-dores do campo foi a Lei de Terras, de 1850, que determinava que a única forma de ser proprietário de terras era por meio da compra.

Com o passar dos anos e o aumento da população brasileira, tornaram-se frequentes os conflitos pela posse da terra. A principal queixa é que poucas pessoas possuem enormes porções de terra, mui-tas vezes improdutivas, enquanto muitos trabalhadores têm pouca ou nenhuma terra para trabalhar.

Uma parte dos pequenos proprietários, que não consegue manter a sua família com o que a terra produz, acaba vendendo suas terras para grandes fazendeiros, aumentando ainda mais a concentração de terras no Brasil. Outros pequenos proprietários ingressam nos movi-mentos dos trabalhadores sem-terra. Outros, ainda, desempregados pelo processo de mecanização, acabam migrando para as cidades em busca de novas oportunidades de trabalho.

Atividade 7 O acesso à terra no Brasil

As charges estão presentes diariamente em jornais, revistas e na internet. Elas geralmente expressam com humor, por meio de dese-nhos, a opinião e a crítica do chargista sobre um tema que esteja gerando polêmica na sociedade, que pode envolver a política, a eco-nomia, os conflitos sociais, entre outros. Assim, para interpretar uma charge, é importante saber o fato que a originou e suas circunstân-cias históricas, políticas, ideológicas e sociais, pois sua compreensão é maior quando se conhecem os contextos sociais, econômicos, políticos e/ou culturais que levaram à sua elaboração.

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1. Analise a charge ao lado, que retrata os problemas da posse da terra no Brasil.

a) Descreva detalhadamente a cena retratada.

b) Que tipo de atividade esse trabalhador realiza?

c) O que mais chama a sua atenção na charge?

d) Que sentimentos essa charge desperta em você?

e) É possível identificar o lugar, a época e as condições de vida da pessoa retratada na charge?

f) Que assunto foi base para fazer a charge? Refere-se a um tema da atualidade ou não?

g) Há alguma crítica? Se sim, a quem ou a que se refere?

2. Agora, discuta com sua turma: Existe alguma relação entre essa charge e a estrutura fundiária brasileira? Por quê?

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Você estudou

Nesta Unidade, você continuou estudando como o trabalho humano pode transformar a paisagem, dedicando-se a explorar melhor a paisagem rural. Conheceu o extrativismo mineral, a exploração a qualquer custo e suas consequências socioambientais.

Discutiu sobre o garimpo de ouro, que pode ser utilizado como exemplo para com-preender outras formas de exploração dos recursos naturais, como a que acontece com a madeira das florestas brasileiras. Como alternativa a esses processos, conheceu o exemplo do seringueiro Chico Mendes, que lutou em defesa das reservas extrativistas no Acre.

Identificou como os elementos climáticos interferem na agricultura, uma atividade essencial para a vida do ser humano e que está submetida às estações do ano, aos perío-perío-dos de chuva e de seca e às mudanças de temperatura que ocorrem durante o ano. Assim, pôde compreender os motivos pelos quais os agricultores escolhem o tipo de cultivo levando em consideração as características climáticas de cada ambiente.

Estudou também como a agricultura moderna produziu melhorias e conseguiu au-mentar a produtividade no campo, mas como isso acabou provocando sérios problemas ambientais (como a contaminação do solo, da água, de homens e animais e das plantas pelo uso de agrotóxicos) e sociais (como as alterações nas relações de trabalho e no per-fil dos novos candidatos a esses empregos).

Conheceu a estrutura fundiária no Brasil e discutiu o problema da concentração de terras, que estão nas mãos de poucas pessoas e empresas. Estudou como muitos trabalhadores rurais, por não terem acesso à terra para trabalhar ou não conseguirem competir com o agronegócio, acabam migrando para as cidades em busca de oportuni-dades, o que permite relacionar a distribuição de terras no Brasil com o fenômeno da migração campo-cidade.

Viu como essas alterações no meio ambiente e na organização social obrigam a so-ciedade a enfrentar os desafios dessas mudanças.

É importante registrar os principais pontos, pois muitos dos assuntos estudados aqui vão ajudá-lo a compreender os temas da próxima Unidade.

Como o aumento da produtividade no campo tem transformado a paisagem no seu Estado?

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3 a paisagem urbana

No mundo atual, as cidades são o principal espaço de convivência entre as pessoas, mas também são os lugares que concentram confli-tos, devido ao agravamento dos problemas sociais, ambientais e de infraestrutura.

Nesta Unidade, você vai identificar as principais características da paisagem urbana e o processo de urbanização, procurando debater o que leva algumas cidades a se transformarem em metrópoles.

Você vai estudar o que é função urbana e quais as funções desem-penhadas por algumas cidades; e verificar que a criação de postos de trabalho está diretamente relacionada com a função exercida por uma cidade. Esta Unidade abordará, também, os motivos que afetam e transformam a paisagem da cidade.

Por fim, serão analisados alguns problemas socioambientais urba-nos e suas consequências na vida do cidadão.

Para iniciar...

Ao observar a imagem ao lado é possível identificar a concentração de prédios e gran-des estruturas que marcam a paisagem urbana. Mas não é possível observar com detalhes, por exemplo, as pessoas traba-lhando, os automóveis em cir-culação, os diferentes tipos de trabalho que estão sendo exe-cutados, características básicas do espaço urbano.

• Que aspectos mais chamam a sua atenção nessa paisagem do es-paço metropolitano de São Paulo?

Região central da cidade de São Paulo.

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Paisagem urbana: urbanização e metropolização

A concentração de pessoas, técnicas, empresas e instituições nos centros urbanos traz uma série de consequências: engarrafamentos, produção volumosa de lixo, carência de áreas verdes, dificuldades de acesso à moradia, que podem causar ocupações irregulares, entre outros problemas. Mas é preciso lembrar que uma metrópole também é o espaço onde há mais oportunidades de emprego, de lazer, de encontros.

Urbanização refere-se ao crescimento superior da população que vive na cidade em relação à população que mora no campo. Até a década de 1940, o Brasil era um país de economia agrária, e a popu-lação, consequentemente, era majoritariamente rural.

A partir dos anos 1950, o Brasil passa a industrializar-se rapida-mente, atraindo pessoas para as cidades onde as indústrias se estabe-leceram. Em 1970 a população urbana já era superior à população que residia no campo. Esse crescimento da população urbana se firma nas décadas seguintes.

Atualmente, o Brasil é considerado um país urbanizado, pois oito em cada dez brasileiros vivem em cidades.

O processo de urbanização modificou a relação campo-cidade. As atividades do campo passaram a ser determinadas pela cidade, ou seja, o campo produz e se organiza a partir das demandas da cidade. As grandes cidades assumiram, portanto, o papel de comando, tanto do campo como de outras cidades médias e pequenas. Estas, por sua vez, se organizaram em função dos grandes centros urbanos.

As metrópoles são cidades que passaram pelo processo de conur-bação, ou seja, o crescimento da cidade é tão forte a ponto de pros-seguir em direção às cidades dos municípios vizinhos, que passam a funcionar em função da metrópole. Esse agrupamento de cidades em torno de uma grande cidade é chamado de Região Metropolitana (RM), como a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

As cidades desempenham diferentes funções e apresentam graus de importância diferentes. As metrópoles são cidades que dispõem de infraestrutura (aeroportos, estradas, hotéis, telecomunicação etc.), além de empreendimentos financeiros, comerciais e de pesquisa. Assim, tornam-se centros de atração para os habitantes de outras cidades ou do campo.

Você sabia que cidade é diferente de município?

Quando mencionamos cidade, estamos nos referindo ao centro, ao núcleo urbano. O município é a soma das zonas urbana e rural.

Região Metropolitana É uma constelação de cidades, com características sociais de uma unidade: a cidade principal no centro e as secundárias distribuídas na periferia.

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Atividade 1 O movimento da população residente no Brasil

1. Em grupo, analisem o gráfico a seguir:

Trinta e nove municípios compõem a RMSP, abrigando quase a metade (48%) da população do Estado de São Paulo. [Fonte: Secretaria dos Transportes Metropolitanos. Disponível em: <http://www.stm.sp.gov.br/index.php/rmas-de-sao-paulo/

rm-de-sao-paulo>. Acesso em: 10 jan. 2012. Original sem escala cartográfica e sem orientação do norte geográfico.]

Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)

Fonte: IBGE. Tendências demográficas 2000. IBGE, 2001. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/demograficas.html>. Acesso em: 11 jan. 2012.

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a) Quais são os dados representados no eixo vertical do gráfico? E no horizontal?

b) Os números representados no eixo vertical são absolutos ou são percentuais?

c) Qual é o período em que a população rural apresentou cresci-mento?

d) Em que ano a população urbana ultrapassou a população rural? Esse quadro se reverteu? Por quê?

2. Na opinião do grupo, quais motivos podem explicar o crescimento da população urbana?

Atividade 2 Leitura de mapas: a distribuição da população brasileira nas capitais

Para aprender a ler um mapa é preciso compreender os símbolos que nele aparecem. No mapa a seguir, por exemplo, o tamanho dos círculos representa a quantidade de pessoas que vivem nas capitais: os círculos maiores representam populações maiores, enquanto os meno-res indicam as populações menores. As cores, por sua vez, indicam o ano em que cada censo foi realizado (como você pode ver na legenda no canto inferior esquerdo). Esse mapa ainda apresenta um gráfico com o crescimento da população de algumas capitais do Brasil. Todas essas informações permitem a análise sobre o crescimento popula-cional entre 1872 e 2000.

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Fonte: HERVÉ, Théry; MELO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2008, p. 172.

Brasil: crescimento populacional das capitais, 1872-2000

1. Com base na leitura do mapa e nas informações relativas ao ano 2000, responda:

a) Em 2000, qual capital apresentava a maior população? E a menor?

b) Qual era, em 2000, a população aproximada da maior capital?

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c) Em 2000, quais capitais possuíam população maior ou igual a 2 229 700 habitantes? Explique como você chegou a essa resposta.

2. Qual capital teve maior crescimento populacional no período abordado no mapa? Explique como você chegou a essa conclusão.

As funções urbanas

Função urbana é a principal atividade que uma cidade exerce em relação a outras cidades. Mas é preciso lembrar que todas as cidades desempenham várias funções: moradia, deslocamento, comércio, pro-dução, lazer etc.

Você já deve ter ouvido falar da cidade de Aparecida, no Estado de São Paulo. A imagem que lembramos imediatamente é a Basílica de Nossa Senhora Aparecida e a multidão de fiéis. Nessa cidade, a identificação da vida urbana é marcada pelo simbolismo religioso, o que permite afirmar que estamos diante de uma função urbana religiosa.

Desse modo, muitos postos de trabalho são criados em restau-rantes, lojas e hotéis, e o comércio local se especializou na venda de artigos religiosos. Isso ocorre pela função urbana da cidade.

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Já as belezas naturais e o clima litorâneo das cidades de Praia Grande ou Caraguatatuba – localizadas, respectivamente, no litoral sul e norte do Estado de São Paulo – atraem muitas pessoas em busca de momentos de lazer. No verão, essas cidades organizam uma série de atividades de entretenimento e diversão para cativar os visitantes: shows musicais, festas típicas, passeios ecológicos, um calendário de eventos. A mesma situação ocorre em Campos do Jordão, que atrai as pessoas por apresentar um clima mais frio, e na cidade de Holambra, onde são as flores que despertam o interesse dos turistas.

Turistas aproveitam feriado na Praia Grande (SP).

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As atrações oferecidas podem variar, mas todas essas cidades têm a função urbana turística, pois apresentam o turismo como função. Assim, organizam as atividades, os serviços e o comércio em virtude do público que costumam receber.

A política e o poder também podem determinar a função de uma cidade. No Brasil temos o exemplo de Brasília, capi-tal federal, onde estão as sedes dos pode-res Executivo, Legislativo e Judiciário. Os hotéis, os restaurantes, o transporte e outros serviços são organizados em função do papel político exercido pela cidade.

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As cidades que são conhecidas por sua produção industrial, ou que têm na indústria o grande motor das suas atividades, são consi-deradas cidades com função urbana industrial, como as cidades pau-listas de São Bernardo do Campo, São José dos Campos, Franca e Campinas, entre outras.

As indústrias utilizam diferentes matérias-primas, máquinas, equipamentos, componentes, serviços e infraestrutura para chegar ao produto final. Essa produção movimenta um conjunto de ativi-dades econômicas que envolvem diversos produtores, distribuidores e prestadores de serviços, como vendedores, fornecedores de energia elétrica, água e transporte, entre outros. Assim, as cidades precisam atender a essas demandas de serviços e produtos. Por essa razão, tra-balhadores com diferentes níveis de qualificação são essenciais para o funcionamento das cidades com função urbana industrial.

A função exercida por uma cidade não é definitiva, ela pode ser alterada com o decorrer do tempo. Quando uma cidade sofre alguma mudança na sua função urbana, isso se reflete na paisagem da cidade.

São Paulo é um bom exemplo de cidade que vem sofrendo altera-ções na paisagem em decorrência da mudança da função urbana.

A função industrial é um marco na história da capital paulista, e eram os galpões das fábricas que marcavam a paisagem. Com o processo de transferên-cia das indústrias da capital para o interior ou outros Estados, a cidade de São Paulo passou a ter sua fun-ção ligada ao setor de serviços. Grandes shoppings, hipermercados e centros de lazer passaram a ocu-par os antigos galpões desativados das fábricas, mudando a paisagem da capital.

As grandes cidades, pela variedade de serviços que oferecem, possuem mais de uma função, o que torna difícil determinar a principal. O exemplo da cidade de São Paulo pode nos ajudar a compreender essas funções acumuladas. A cidade tem a sede do governo do Estado (função político-administrativa), possui grandes universidades (função educacional), conta com museus, teatros e sedia eventos interna-cionais como corridas de Fórmula 1, grandes concer-tos e espetáculos etc. (função turística).

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Indústria automobilística em São Bernardo do Campo (SP).

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Atividade 3 Relacionando funções urbanas às mudanças na paisagem

Os jornais fornecem várias informações relacionadas ao cotidiano de uma cidade. Nas notícias e reportagens, também é possível identi-ficar mudanças que ocorreram na paisagem.

1. Leia apenas o título da notícia da próxima página: “Avanço dos prédios em São Paulo poupa apenas antigas chaminés”. Que tipo de assunto você acha que a reportagem aborda?

2. O que você já sabe sobre esse assunto? Comente o que sabe com os colegas da sala.

3. Em grupo, leiam todo o texto e respondam às questões.

a) Localizem no texto: o autor da reportagem e onde e quando ela foi publicada.

b) Qual é o principal assunto abordado?

c) Grifem as partes do texto que indicam as mudanças que ocor-reram na paisagem. Por exemplo: fábricas que viraram condo-mínios residenciais. Após grifarem o texto, façam uma relação com o tema estudado e respondam: Como as funções urbanas modificam uma paisagem?

d) Compartilhem a resposta com os outros grupos.

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São Paulo, 23 de janeiro de 2011 Folha de s.paulo – cotidianoAvanço dos prédios em São Paulo poupa apenas antigas chaminés

Valorização de terrenos leva ao chão antigos parques industriais paulistanos.

Especialistas criticam falta de cuidado com o que consideram um patrimônio que conta a história da metrópole.

Vanessa CorreaColaboração para a Folha

Manter de pé apenas as cha-minés de antigas fábricas de São Paulo tem sido a estratégia das construtoras para conseguir a libe-ração dos órgãos do patrimônio histórico e, assim, ocupar os gran-des terrenos do município com condomínios residenciais.

Na maioria dos casos, os galpões ao redor das chaminés, também com seu valor histórico, acabam no chão.

Especialistas em patrimônio criticam a solução e veem na valo-rização dos antigos bairros indus-triais, como Mooca, na zona leste, e Lapa, na zona oeste, uma ameaça à preservação histórica do pro-cesso de industrialização.

Um empreendimento residen-cial de classe média, o Luzes da Mooca, cercará, com quatro torres de apartamentos, uma chaminé da antiga fábrica de açúcar União. Os galpões foram demolidos.

Na mesma rua, a Borges de Figueiredo, os galpões das anti-gas indústrias Duchen, Francisco Matarazzo e Fiat Lux foram parcial-mente demolidos. A construtora Agre quer prédios residenciais ali.

Em dezembro, a Agre apre-sentou ao Conpresp, o órgão do patrimônio municipal, um projeto para construir um condomínio no local, com a preservação só da chaminé.

Enquanto o Departamento do Patrimônio Histórico, que emite pareceres técnicos para o Con-presp, elaborava o texto a fim de

Chaminés na Avenida Francisco Matarazzo, em São Paulo (SP): valorização de terrenos leva ao chão antigos parques industriais.

pedir o tombamento, parte dos galpões foi demolida. Rapida-mente o DPH abriu processo de tombamento, o que garantiu a pro-teção da parte que restou.

O DPH, então , concluiu o estudo e pediu o tombamento das estruturas com face para a linha de trem da CPTM que passa atrás do terreno.

O pedido, pronto em 2007, nunca chegou, no entanto, a ser votado pelo Conpresp.

A Agre afirma que pretende preservar tudo o que o órgão muni-cipal determinar.

O caso lembra o da Casa das Caldeiras, na Avenida Francisco Matarazzo, na zona oeste, que foi demolida enquanto o Conpresp estudava o tombamento do imó-vel, concluído em 1986.

Restaram duas chaminés e a casa de caldeiras. Os antigos gal-pões foram demolidos para dar lugar a prédios.

Para Nádia Somekh, arquiteta, professora do Mackenzie e conse-lheira do Conpresp, “preservar só um pedaço, como a chaminé, é um paliativo. É muito pouco.”

Segundo Angela Rosch Rodri-gues, arquiteta e mestranda da FAU-USP, existe no país certa difi-culdade de se reconhecer o valor cultural de bens recentes, como o patrimônio industrial.

Regina Monteiro, idealizadora da Lei Cidade Limpa e diretora de paisagem urbana da prefeitura, cita como opção para a preservação a reciclagem do uso, como ocorreu com o SESC Pompeia, instalado em uma antiga indústria.

Também em outras cidades paulistas há casos de preservação só das chaminés.

Em São Caetano do Sul, a pre-feitura já autorizou a demolição das antigas Indústrias Francisco Matarazzo. Há um pedido de tom- Há um pedido de tom-bamento apenas das chaminés.

CORREA, Vanessa. Avanço dos prédios em São Paulo poupa apenas antigas chaminés. Folha de S.Paulo, São Paulo, 23 jan. 2011. Cotidiano.

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Problemas socioambientais urbanosSe observarmos com atenção as paisagens urbanas, veremos que

as cidades se adaptam ao relevo da área onde são construídas. Porém, algumas cidades não respeitam as condições naturais do espaço e aca-bam modificando as suas características naturais. Isso ocorre, por exemplo, quando o curso de um rio é alterado para a construção de vias de acesso, ou quando áreas alagadas são aterradas para a cons-trução de moradias. Veja um exemplo de retificação de leito de rio em São Paulo:

Estudar as funções das cidades nos leva a pensar nos motivos pelos quais elas se desenvolvem em certas direções, e a conhecer os conflitos em jogo quando se pensa nos interesses da cidade e nos interesses de grupos particulares.

Legalmente, nas cidades com mais de 20 mil habitantes, o planejamento precisa ser consolidado em um Plano Diretor, a ser aprovado pela autoridade local. O Plano define algumas questões importantes da cidade, como a Lei de Zoneamento, que divide a cidade em zonas comerciais, industriais, residenciais etc. O Plano Diretor tem validade de dez anos e deve ser elaborado e revisto com a participação popular. A lei que regulamenta o Plano Diretor é o Estatuto da Cidade, que se baseia, entre outros conceitos, no princípio da função social da propriedade.

RelevoÉ o conjunto de formas da crosta terrestre (como montanhas, planícies e planaltos) e tem infl uência no desenvolvimento das cidades.

Curso do Rio Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, antes e depois da retificação do leito do rio. [Fonte: Agência Estado. Disponível em: <http://www.issonaoenormal.com.br/

post/os-rios-foram-asfaltados>. Acesso em: 10 jan. 2012.]

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Todas as modificações no ambiente procuram, de certa forma, satisfazer as necessidades impostas pela função econômica que a cidade desempenha. O resultado dessa interferência humana no meio natural tem gerado danos ambientais e sociais significativos, colo-cando em risco a vida e a sobrevivência das pessoas.

Vamos a um exemplo?

As duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro, sofrem as consequências das intervenções humanas na paisagem. Essas cidades passaram por um rápido processo de urbanização, que gerou várias demandas, como transporte, saneamento básico (água e esgoto, limpeza urbana e coleta de lixo) e principalmente moradia.

No caso específico da cidade do Rio de Janeiro, o relevo dificulta a expansão da cidade, pois ela está localizada entre o Oceano Atlân-tico e a Serra do Mar, restando apenas uma estreita faixa plana entre eles, onde o preço dos imóveis é muito alto.

O crescimento urbano aumentou a procura por moradia, obri-gando as pessoas das camadas mais pobres da sociedade a construir suas casas nas encostas dos morros, sem nenhum planejamento que considerasse, além das necessidades de moradia e da estruturação da urbanização (arruamentos, esgotamento sanitário, água, energia elé-trica etc.), as condições próprias do relevo e sua adequação como espaço de moradia. Isso poderia proporcionar melhor qualidade de vida para a cidade e, em especial, evitar tragédias.

Como a ocupação se deu, no caso do Rio de Janeiro, de modo des-controlado, a retirada da vegetação natural (que cobria esses morros e protegia o solo da ação das chuvas) acelerou o processo de erosão

do terreno. A vegetação reduz o impacto da água da chuva sobre o solo, além de diminuir a velo-cidade de escoa mento das águas. Com o solo descoberto, a água das chuvas carrega muitos sedimentos e em grande velo-cidade, provocando a desesta-bilização do terreno e o des-lizamento de grandes blocos de rocha. Essas modificações transformaram as encostas dos morros em áreas de risco para a ocupação humana, pois estão sujeitas a deslizamentos de ter-ras e rochas.

Deslizamento de terra na região de Cidade Ademar, zona sul de São Paulo (SP), julho de 2011.

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No caso da cidade de São Paulo, a mais populosa do país, com pouco mais de 11 milhões de habitantes e mais de 19 milhões na Região Metropolitana de São Paulo, segundo dados do Censo Demográfico 2010, do IBGE, a expansão urbana avançou até sobre as várzeas de rios e córregos e ocupou as margens das represas.

Todo ano, no período das chuvas (verão), os rios seguem seu ciclo natural, ou seja, transbordam e inundam as áreas de vár-zeas. Como em São Paulo as várzeas foram ocupadas por avenidas ou moradias, esse processo natural provoca outros danos sociais: as enchentes.

O resultado desse tipo de ocupação urbana, além de provocar perdas materiais e colocar em risco a vida dos habitantes da cidade, compromete, também, os mananciais, utilizados para o abastecimento de água da população.

Na cidade de São Paulo, essa questão fica em evidência. É o que ocorre, por exemplo, na Represa do Guarapiranga, localizada na zona sul da cidade, responsável pelo fornecimento de água para, aproximadamente, 4 milhões de habitantes de São Paulo e dos muni-cípios próximos.

Inundação do Rio Pinheiros impede a circulação de veículos na Marginal, em São Paulo (SP).

Ocupação urbana em torno da Represa do Guarapiranga.

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MananciaisÁreas das nascentes dos rios e das represas.

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ESTADO DESÃO PAULO

MUNICÍPIO DESÃO PAULO

Represado Guarapiranga

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18 km

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147 km

Como se vê na cronologia a seguir, o crescimento da ocupação humana no entorno da represa ocorreu, sobretudo a partir da década de 1970. Esse crescimento tem comprometido a quantidade e a qualidade da água desde então.

A retirada da vegetação natural facilita o assoreamento da represa, ou seja, as chuvas carregam sedimentos que são depositados no fundo das represas, deixando o rio cada vez mais raso, com menor capacidade de armazenar a água.

Cronologia da Represa do Guarapiranga

1906 1908 1927 Década de 1970 Década de 1990

Início das obras da Represa do Guarapiranga

Abastecimento da usina

hidrelétrica de Parnaíba

A Bacia do Guarapiranga tornou-se fonte de

abastecimento de água para a cidade de São Paulo

Ocupação desordenada e

irregular na área de manancial

Escassez de água na cidade de São Paulo

SOUZA, Rodrigo Santos de. História de São Paulo: Represa de Guarapiranga, 2009.

Ciências6o ano – Unidade 3

Mapa do Estado de São Paulo com destaque para o desenho

do município e a região onde se localiza a Represa do

Guarapiranga (SP). À direita, mapa da represa. [Fonte:

SOUZA, Rodrigo Santos de. História de São Paulo: Represa

de Guarapiranga, 2009.]

Represa do Guarapiranga (SP)

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Atividade 4 Áreas de risco

1. Observe a imagem:

Proliferação de algas e plantas aquáticas na Represa do Guarapiranga, 2010.

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A preservação de áreas de mananciais é uma necessidade imediata, pois elas são a fonte de um bem essencial à sobrevivência da espécie humana.

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que a taxa de urbani-zação tem aumentado em todo o mundo. Esse aumento da população urbana não está sendo acompanhado de investimentos em coleta, tratamento e distribuição de água enca-nada, principalmente nos bairros mais carentes das cidades. Segundo esses dados, 27% da população mundial não tem acesso à água encanada.

Deslizamentos de terra na região serrana do Rio de Janeiro deixaram centenas de mortos em janeiro de 2011.

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a) Faça uma lista dos elementos presentes nessa paisagem que despertaram a sua atenção.

A poluição das águas, por esgoto ou lixo, tem causado a proliferação de algas e plantas aquáticas, que dimi-nuem a quantidade de oxigênio da água e comprometem a sua qualidade.

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b) Na sua opinião, quais foram os motivos que causaram essa tragédia?

c) O que poderia ser feito para evitar essa situação? Escreva e comente com seus colegas.

2. Leia a notícia a seguir:

28 fev. 2011 – 15:10:50 estadão.com.br – SP das enchentesTietê volta a transbordar e trava o

trânsito na Marginal

A chuva que voltou a castigar São Paulo na tarde desta segunda-feira, 28, causou o transbordamento dos rios Tietê e Aricanduva. [...]

Com o transbordamento do Tietê, a marginal tinha as duas faixas, na

via expressa, interditadas, no sen-tido Ayrton Senna, próximo à Ponte Tatuapé. Às 18h30, a via acumulava 13 quilômetros de congestiona-mento. O rodízio de veículos foi sus-penso. [...]

PINHEIRO, Gabriel. Tietê volta a transbordar e trava o trânsito na Marginal. Estadão.com.br – Blogs: SP das enchentes, 28 fev. 2011. Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/sp-das-

enchentes/parte-de-sp-entra-em-estado-de-atencao-pelas-chuvas/>. Acesso em: 10 jan. 2012.

Por Gabriel Pinheiro

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Depois da leitura da notícia:

a) Localize e circule no mapa a seguir o local do transbordamen-to do Rio Tietê citado na notícia.

Dados cartográficos ©2011 MapLink -

Dados cartográficos ©2011 MapLink -

b) Relacione a notícia lida ao conteúdo desta Unidade e procu-re explicar quais ações humanas provocaram esse problema urbano: a enchente.

c) Organizem-se em grupos e façam uma apresentação dos resul-tados para a turma.

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Qual é o papel do poder público na construção de políticas para habitação popular?

Pense sobre

Você estudou

Nesta Unidade, você viu que o Brasil alcançou altas taxas de urbanização nos últimos anos. Isso se deve, em grande parte, à industrialização, que abriu muitos postos de trabalho e criou novas oportunidades na cidade. Essa transformação provocada pela indústria atraiu muitas pessoas do campo para a cidade, o que fez crescer as taxas de urbanização.

Estudou também que a crescente urbanização foi acompa-nhada da expansão física de algumas grandes cidades paulistas, a exemplo de cidades como São Paulo, Campinas, Sorocaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, São José dos Campos. Assim, os limites da cidade passaram a se confundir com os das cidades vizinhas.

Você observou como a paisagem das cidades está relacio-nada com a função urbana que a cidade desempenha, o que faz com que qualquer alteração na função urbana de uma cidade resulte em transformações na paisagem.

Pôde também discutir como as transformações que o ser humano tem promovido na paisagem das cidades têm gerado graves problemas socioambientais, como as enchentes, os des-lizamentos e a ocupação de áreas de risco e de mananciais. Por fim, refletiu sobre o fato de que, para minimizar os problemas socioambientais como esses, a expansão urbana deve vir acom-panhada de planejamento urbano e contar com a participação de todos os habitantes da cidade – e o conhecimento da geogra-fia pode contribuir para superar esses desafios.

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4 planejamentO urbanO

Na Unidade 3, você estudou as principais características da pai-sagem urbana, com destaque para o processo de urbanização e os elementos urbanos que formam essa paisagem.

Nesta Unidade, você terá a oportunidade de aprofundar seus estu-dos sobre planejamento urbano, agora com o objetivo de reconhecer sua importância na constituição da paisagem urbana. Identificará as características das chamadas cidades espontâneas (cuja origem está ligada a um longo processo histórico de constituição) e das cidades planejadas (cuja origem é dada por um plano urbanístico), bem como refletirá sobre as consequências que os diferentes tipos de planeja-mento podem ocasionar na paisagem.

Por fim, verá como a segregação socioespacial se reflete na paisagem da cidade de São Paulo, revelando a qualidade de vida de seus habitantes por meio do seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Para iniciar...

Observe a charge ao lado, que mostra um indivíduo intervindo no espaço de uma cidade.

• Que aspecto das grandes cidades é evi-denciado na charge?

• Em sua opinião, é importante planejar uma cidade? Por quê?

• Pense no bairro em que mora: Você sabe se ele foi planejado? Que aspectos evidenciam esse planejamento (ou a fal-ta dele)?

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Quando planejamos a construção da nossa moradia, reduzimos os gastos e o tempo e organizamos melhor os espaços da casa. Da mesma forma, a construção de um bairro ou de uma cidade exige planejamento urbano.

O planejamento urbano se refere ao ato de pensar uma série de medidas que buscam promover mudanças na paisagem urbana, a fim de adequar a cidade às novas necessidades que surgem, seja para a cir-culação de pessoas e veículos, seja para a moradia, para o lazer etc. O problema é que nem sempre essas mudanças vêm para melhorar a vida de seus habitantes ou mesmo para atender de forma igualitária a todas as classes sociais.

Cidades espontâneas

A maior parte das cidades brasileiras surgiu e cresceu durante um longo período histórico. São conhecidas como cidades espontâneas, cidades que foram se expandindo e ganhando forma à medida que as pessoas iam se mudando para lá, construindo casas, criando postos de trabalho na indústria, no comércio ou no setor de serviços. Na ver-dade, mesmo essas cidades têm planejamento urbano, mas não nasce-ram a partir de um grande plano urbanístico; foram e continuam sendo planejadas segundo as necessidades do desenvolvimento histórico. Essa dinâmica varia de município para município, de gestão para gestão.

São Paulo e Rio de Janeiro são exemplos de cidades com planeja-mento que se desenvolvem à medida que a urbanização vai se expan-dindo. As indústrias que se instalaram nessas cidades atraíram muitos migrantes de outras regiões do País. Porém, a oferta de moradia, trans-porte e emprego não acompanhou o ritmo do crescimento populacio-nal. E é assim que o planejamento dessas cidades procura responder aos

problemas que vão surgindo durante a sua expansão. A nossa sensação é a de que não há planejamento algum nesses lugares, mas de fato, hoje em dia, é impossível para qualquer cidade média, grande ou metrópole funcionar sem planejamento urbano.

A paisagem da Rua 25 de Março, no centro da cidade de São Paulo, é um exem-plo de problema a ser resolvido com planeja-mento urbano. A rua concentra várias lojas de comércio popular, ambulantes e milha-res de pessoas que disputam as estreitas cal-çadas e o espaço da rua.Rua 25 de Março, no centro de São Paulo (SP), 2010.

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Um planejamento urbano ineficaz pode causar problemas varia-dos na vida dos cidadãos: desde aumento dos congestionamentos, da poluição e do barulho até enchentes e ocupação de áreas de risco e de mananciais, estudados na Unidade anterior.

Atividade 1 Planejamento urbano e problemas sociais

Observe a charge e discuta com seus colegas as questões a seguir.

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• Quais problemas urbanos estão representados na charge?

• De que modo o planejamento urbano pode amenizar esses problemas?

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Lucio Costa, Plano piloto de Brasília. Rio de Janeiro, 1957. O desenho de Brasília (DF) tem a forma de um avião.

Traçado de Palmas (TO). [Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Palmas.]

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Cidades planejadas

No Brasil, um pequeno número de cidades foi construído a partir de um projeto, de um plano urbanístico. Essas são as chamadas cida-des planejadas, como é o caso de Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Goiânia (GO), Palmas (TO) e Teresina (PI).

Essas cidades cresceram a partir de um projeto que planejou os espaços urbanos, desde a largura das ruas e avenidas até a escolha dos locais destinados ao comércio, às residências e às indústrias, entre outros.

Entretanto, na prática, as cidades planejadas não ficaram isentas dos problemas urbanos, uma vez que foram surpreendidas pelo acele-rado crescimento populacional que não foi previsto no projeto inicial.

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A segregação socioespacial

A expansão da urbanização foi acompanhada, muitas vezes, pelo agravamento de vários problemas, entre eles o acesso à moradia e ao transporte.

Como estudado na Unidade 1, a busca pelo emprego levou mui-tos trabalhadores a Serra Pelada. O mesmo aconteceu com as cida-des brasileiras que cresceram rapidamente movidas pela expansão da indústria, do comércio e dos serviços. Essas atividades demanda-vam muitos trabalhadores e representavam reais oportunidades de emprego.

Assim, muitos trabalhadores das áreas rurais foram atraídos pela possibilidade de obter um emprego nas cidades industrializadas.

Porém, nas cidades eram muitas as dificuldades de acesso à moradia, aos transportes, à saúde e à educação. Os terrenos mais próximos ao centro, que se beneficiavam da infraestrutura (água encanada, esgo to, pavimentação de ruas e coleta de lixo) e dos ser-viços (hospitais, escolas, posto policial, bancos, cartórios, entre outros), eram os mais valorizados e, portanto, tinham preços eleva-dos. E isso continua assim.

A alternativa, então, para a grande maioria de trabalhadores e suas famílias, foram os bairros afastados do centro, a chamada peri-feria, expandindo a ocupação urbana para áreas carentes de infraes-trutura e serviços, onde o preço dos terrenos era mais acessível.

A periferia das grandes cidades brasileiras costuma ser mar-cada por uma paisagem de ruas com traçados irregulares, áreas de ocupação clandestina, moradias improvisadas. Já os bairros mais próximos ao centro, mesmo em cidades que cresceram sem plane-jamento, apresentam uma paisagem bem diferente, com ruas arbo-rizadas, boa iluminação pública, casas bem construídas e toda a infraestrutura.

Ao observar atentamente as paisagens de certos bairros das regiões metropolitanas brasileiras, é possível notar a segregação socioespacial, ou seja, as classes populares moram, geralmente, nas periferias e em áreas carentes de infraestrutura, enquanto a população com maior renda ocupa os bairros bem localizados e mais bem planejados, que dispõem de serviços e equipamentos urbanos.

Equipamentos urbanosSegundo a Lei federal no 6.766/79, consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coleta de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado.

Fonte: BRASIL. CASA CIVIL. Lei federal no 6.766, de

19 de dezembro de 1979. Disponível em: <http://

www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6766.htm>.

Acesso em: 10 jan. 2012.

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Atividade 2 Espaço urbano e condições de vida

1. Leia o texto a seguir:

SABOYA, Renato. Segregação espacial urbana. In: Urbanidades. Disponível em: <http://urbanidades.arq.br/2009/05/segregacao-espacial-urbana>. Acesso em: 10 jan. 2012.

2. Grife as partes do texto que citam as condições às quais as cama-das mais pobres da população estão submetidas devido à segre-gação urbana.

3. Em sua opinião, além dos aspectos citados pelo autor, que outros problemas a segregação urbana traz para as cidades?

Atividade 3 Bairros paulistanos

1. Observe as duas imagens de satélite na página seguinte.

2. Identifique nas imagens a localização de casas, ruas, áreas verdes, prédios.

3. Após o reconhecimento dos locais, compare nas duas fotos: o traça-do das ruas, as características das moradias e a quantidade de áreas verdes.

4. Com base na análise das imagens de satélite, responda:

a) Existe uma segregação espacial por classes sociais? Por quê?

[...] a segregação urbana traz inúmeros problemas às cidades. O primeiro é, obviamente, a desigualdade em si. Camadas mais pobres da população, com menos recursos, são justamente as que gastam mais com o transporte diário, que têm mais problemas de saúde por conta da falta de infraestrutura, que são pena-lizadas por escolas de baixa qualidade, e assim por diante. A própria segregação é não apenas reflexo de uma condição social, mas um fator que contribui para tornar as diferenças ainda mais profundas.

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Itaim Paulista, zona leste de São Paulo (SP).

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Jardim Paulista, centro-sul de São Paulo (SP).

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A qualidade de vida nas cidades

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da Organização das Nações Unidas (ONU), promove, entre suas diversas atividades, uma pesquisa anual com seus países-membros, a fim de medir a “qualidade de vida” em cada um deles. Para isso criou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), baseado na combinação de dados sobre saúde, educação e renda dos países.

A “medida” da qualidade de vida é expressa em números que variam de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1 estiver a pontuação de um país, Estado ou município, melhor será seu IDH – consequente-mente, a “qualidade de vida” de sua população.

Até 2005, o PNUD classificava os países, Estados ou municípios em três níveis de desenvolvimento, como mostra a tabela a seguir.

A segregação urbana não é um problema de fácil superação, pois dela resultam desdobramentos relacionados à segregação social.

Os empregos, por exemplo, estão, geralmente, localizados em regiões distantes da periferia. Assim, moradores da periferia ficam submetidos a longos trajetos no percurso para o trabalho e utilizam transporte de qualidade inferior aos que circulam pre-dominantemente na região central.

Nível de desenvolvimento IDH 2005*

Elevado 0,800-1,000

Médio 0,500-0,799

Baixo 0-0,499

* A forma de calcular o IDH foi alterada em 2010. Neste Caderno, optou-se pela utilização do índice de 2005, em função da não disponibilidade de alguns dados para a realização de atividades.

b) Como é a segregação socioespacial em sua cidade?

c) Discuta suas respostas com seus colegas.

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Atividade 4 Classificando o IDH das Unidades Federativas do Brasil

1. Observe a tabela a seguir, com o ranking do IDH das Unidades Federativas do Brasil em 2005.

Brasil: Índice de Desenvolvimento Humano, 2005

1o Distrito Federal 0,874

2o Santa Catarina 0,840

3o São Paulo 0,833

4o Rio de Janeiro 0,832

5o Rio Grande do Sul 0,832

6o Paraná 0,820

7o Espírito Santo 0,802

8o Mato Grosso do Sul 0,802

9o Goiás 0,800

10o Minas Gerais 0,800

11o Mato Grosso 0,796

12o Amapá 0,780

13o Amazonas 0,780

14o Rondônia 0,776

15o Tocantins 0,756

16o Pará 0,755

17o Acre 0,751

18o Roraima 0,750

19o Bahia 0,742

20o Sergipe 0,742

21o Rio Grande do Norte 0,738

22o Ceará 0,723

23o Pernambuco 0,718

24o Paraíba 0,718

25o Piauí 0,703

26o Maranhão 0,683

27o Alagoas 0,677

Fonte: CEPAL; PNUD; OIT. Emprego, desenvolvimento humano e trabalho decente: a experiência brasileira recente. Brasília: CEPAL; PNUD; OIT, 2008, p. 126.

Fonte: PNUD; Fundação João Pinheiro.

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2. Na tabela, classifique os Estados brasileiros e o Distrito Federal segundo o nível de desenvolvimento de cada um deles em 2005: elevado, médio ou baixo. Depois, responda:

a) Qual Unidade Federativa obteve a menor pontuação no IDH?

b) Qual Unidade Federativa obteve a maior pontuação no IDH?

c) Em 2005, o IDH do Brasil foi 0,794. Quantos Estados fica-ram abaixo dessa pontuação?

3. No mapa mudo da próxima página, faça um mapa do IDH das Unidades Federativas brasileiras em 2005, considerando os dados da tabela. Leia algumas instruções para ajudá-lo na elaboração de seu mapa.

• Elabore a legenda.

• Para isso, escolha três tons de uma mesma cor, para compor os seguintes intervalos:

0,874

0,800

0,703

0,677

Veja, por exemplo, como está organizada a legenda do mapa da Atividade 5.

• Pinte as Unidades da Federação de acordo com a legenda que você criou. Se necessário, consulte um mapa político em um atlas geográfico.

• Dê um título para o mapa.

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4. Agora, analise o mapa que você produziu e responda: que região possui o maior número de Estados com:

a) os menores IDH?

b) IDH abaixo da média do Brasil?

c) os maiores IDH?

5. Que hipóteses você tem para explicar a diferença de IDH entre as regiões brasileiras? E entre os Estados da região Sudeste? Converse com seus colegas.

Pelos índices que considera (saúde, educação e renda), o IDH é um importante indicador para o planejamento das polí-ticas públicas.

No entanto, vale lembrar que, como todo indicador, o IDH é um índice generalizante (considera a totalidade da realidade que está analisando, ou seja, representa a maioria). Por isso, não é capaz de reconhecer desigualdades internas às realidades pesquisadas. Assim, em um lugar com alto IDH podem coexistir pessoas com relativa riqueza e qualidade de vida e pessoas pobres, que vivem em habitações precárias etc.

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Atividade 5 O IDH no Estado de São Paulo

1. Em grupo, observem o mapa a seguir e identifiquem a legenda e o significado que ela contém.

Estado de São Paulo: IDH municipal, 2000

Fonte: PNUD. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil: tabelas de ranking do IDH-M. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/atlas>. Acesso em: 10 jan. 2012; IGC. Mapa das Regiões Administrativas do Estado de São Paulo, 2011.

2. Em qual ou quais regiões administrativas do Estado de São Paulo há mais municípios com IDH elevado?

3. O que é possível dizer sobre os municípios da região de Sorocaba?

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4. O que é possível dizer sobre os municípios da Região Metropoli-tana de São Paulo?

5. Na opinião do grupo, quais elementos poderiam justificar esses resultados?

6. Qual é o IDH do(s) município(s) em que vocês moram?

Você estudou

Nesta Unidade, você verificou que o planejamento urbano não é utilizado apenas para corrigir os problemas de infraestrutura, equipamentos e serviços das cidades es-pontâneas, que ocuparam o solo urbano segundo as necessidades de cada momento histórico. Ele também está na origem das cidades planejadas, como Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Palmas (TO), Goiânia (GO) e Teresina (PI).

Viu também que as cidades planejadas, embora tenham o uso e a ocupação do solo pensado de forma organizada, não escaparam dos problemas que o rápido crescimento urbano trouxe para as cidades brasileiras.

Você ainda discutiu como a segregação socioespacial pode ser percebida no espaço da cidade e qual é o seu papel no agravamento das desigualdades sociais. A distância e a dificuldade de acesso ao centro da cidade, somadas à falta de infraestrutura dos bairros da periferia, contribuem para manter as desigualdades sociais.

Conheceu, por fim, os critérios que o IDH utiliza para medir a qualidade de vida da população (saúde, educação e renda) e como se dá essa classificação.

Pense na discussão sobre segregação socioespacial. Como os bairros de sua cidade se orga-nizam e quem decide a respeito da ocupação do território?

Pense sobre

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