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1 Professor Paulo Nobukuni. Departamento de Geografia. Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), campus de Guarapuava, Paraná, Brasil. Saneamento segundo a ótica do planejamento integrado.

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1

Professor Paulo Nobukuni.

Departamento de Geografia.

Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), campus de Guarapuava, Paraná, Brasil.

Saneamento segundo a ótica do planejamento integrado.

2

Nota de esclarecimento.

3

O trabalho apresentado é de propriedade intelectual de seu autor.

O mesmo encontra-se alocado no Laboratório de Geografia, Planejamento e Gestão Territorial, do Departamento de

Geografia, da Universidade Estadual do Centro-Oeste, campusde Guarapuava, Estado do Paraná, Brasil.

A utilização deste trabalho só é permitida para fins acadêmicos.

O mesmo foi somente colocado à disposição da Câmara Técnica de Saneamento do Concidades, PR, para fins de contribuição ao planejamento integrado, não podendo ser

utilizado para outras finalidades.

4

Introdução.

5

A apresentação trata sobre o saneamento ambiental e o planejamento integrado.

Deliberou-se apresentar o tema quando da realização da 15ª reunião ordinária do

Concidades PR, ocorrida em 22 de março de 2012.

A que será apresentado, está referido na ata sobre a 15ª reunião, na folha 09, linhas 376 e

377.

6

Justificativa.

7

O saneamento ambiental é um assunto importante a ser discutido, pois dele fazem parte

elementos que dizem respeito à saúde da população, dentre eles destacam-se:

- A lida com resíduos, como o lixo.

-O trato com vetores, roedores e focos de doenças transmissíveis.

Portanto, justifica-se tratar sobre o saneamento.

8

Objetivos da exposição.

9

O objetivo geral é conhecer melhor a problemática sobre o saneamento ambiental.

Para cumprir o referido objetivo geral, especificamente busca-se:

-Entender a definição do que seja o saneamento ambiental.

-Compreender a importância em relacionar o saneamento ambiental ao planejamento

integrado.

-Verificar o relacionamento citado anteriormente ao apresentar um estudo de caso.

10

Definição sobre saneamento ambiental.

11

Segundo a Fundação Nacional de Saúde -Funasa - (2012), o saneamento ambiental

compõe-se[…] desde o sistema de abastecimento de água

(SAA), o cuidado com a destinação de resíduos e o esgotamento sanitário (ES), as melhorias sanitárias domiciliares (MSD), até obras de

drenagem urbana, controle de vetores, roedores e focos de doenças transmissíveis. Inclui também a preocupação com a melhoria das condições de

habitação e educação sanitária e ambiental.

FUNASA. Disponível em: O que é saneamento ambiental? http://www.funasa.gov.br/internet/vigSubIV_quilombolasSa.asp.

Acesso em: 06 abr. 2012.

12

Ainda, conforme a Funasa (2012) o “saneamento ambiental compreende o conjunto de ações, obras e serviços considerados prioritários em

programas de saúde pública”.

FUNASA. Disponível em: O que é saneamento ambiental? http://www.funasa.gov.br/internet/vigSubIV_quilombolasSa.asp.

Acesso em: 06 abr. 2012.

13

A relação entre saneamento ambiental e planejamento integrado.

14

As ações, obras e serviços relacionados aos programas de saúde pública, assim como as

demais atividades humanas, devem ser planejadas.

Planejar significa fazer o plano para agir.

Portanto, o planejamento diz respeito à reflexão sobre o que fazer no futuro.

No caso do saneamento, é efetuar a reflexão sobre as futuras ações, obras e serviços

relacionados aos programas de saúde pública.

Saneamento ambiental e planejamento.

15

Planejar, ou seja, refletir sobre o que fazer no futuro, é importante, pois se busca evitar erros.

A referida importância ocorre porque muitos equívocos, depois de cometidos, são muito difíceis de serem revertidos, ou mesmo, são

praticamente impossíveis de ter uma resolução a contento.

Portanto, a discussão planejamento X sem planejamento, perde importância, pois é preciso

planejar.

Planejar ou não, eis a questão.

16

Para se ter uma ideia do que fazer no futuro, isto é, planejar, faz-se importante conhecer o que se

tem na atualidade, lembrando que esta éresultado de ações efetuadas no passado.

Em planejamento, ao levantamento de informações, dá-se o nome de diagnóstico.

Como iniciar o planejamento.

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Em planejamento, ao levantar informações, ou seja, fazer o diagnóstico, é preciso partir da

realidade, da prática.

Um dos cuidados no diagnóstico é partir da realidade.

18

Trabalho de campo, na prática, dialogando com agropecuarista faxinalense.

Dulce Renata de Moura.

19

Trabalho de campo, na prática, dialogando-se com representante de moradores.

Leandro de Almeida Lima.

20

Trabalho de campo, na prática, observando-se a realidade de trabalhadores de recicláveis.

Paulo Nobukuni.

21

Trabalho de campo, na prática, levantados dados com DGPS.

Tatiellen Cristina Prudentes.

22

Trabalho de campo, na prática, verificando-se solo altamente friável.

João Carlos Batista Morimitsu.

23

Verificação de inundação severa.

Mônica Rodrigues Brisola Rúbio.

24

Para melhorar o diagnóstico é preciso analisar a realidade, através de ensaios teóricos.

Os dados levantados da realidade devem passar pelo trabalho teórico, em gabinete, no laboratório,

para melhor entender –se o mundo real, concreto.

Paulo Nobukuni.

25

Trabalho de gabinete, de laboratório, sendo mais de cunho teórico, analisando-se o encontrado na

prática, no trabalho de campo.

João Carlos Batista Morimitsu.

26

Trabalho de gabinete, no laboratório, sendo mais de cunho teórico, preparando-se para melhor agir

na prática, na realidade.

Paulo Nobukuni.

27

Trabalho de gabinete, no laboratório, sendo mais de cunho teórico, preparando-se para melhor agir

na prática, na realidade.

Paulo Nobukuni.

28

Trabalho de gabinete, no laboratório, sendo mais de cunho teórico, preparando-se para melhor agir

na prática, na realidade.

Paulo Nobukuni.

29

Juntando prática e teoria para melhorar o diagnóstico.

Os dados levantados da realidade devem passar pelo trabalho teórico, para melhor entender o

mundo real, concreto.

Depois das atividades teóricas, ir novamente ao concreto.

O movimento prática-teoria deve ser constante, para o melhor diagnóstico possível.

30

Fluxo contínuo prática-teoria.

Paulo Nobukuni.

31

Depois levantar informações, ou seja, fazer o diagnóstico, partindo da realidade, da prática;

bem como analisar os dados levantados, deve-se montar o plano, sendo esta parte denominada

prognóstico.

Do melhor diagnóstico possível, ao prognóstico.

Portanto, o planejamento envolve o diagnóstico e o prognóstico.

32

Planejamento e seus componentes gerais.

Paulo Nobukuni.

33

Um estudo de caso para verificar a relação entre o saneamento ambiental e o planejamento

integrado.

34

Em Guarapuava, Estado do Paraná, em 2008, existiam sérias questões relacionadas ao lixão

municipal, envolvendo o saneamento, destacando-se:

-Condições desumanas de trabalho dos catadores de material reciclável.

-Alto grau de degradação do solo, água, ar, bem como exposição de contaminação de pessoas,

cães, ratos e similares.

Problemas com o saneamento ambiental.

35

Presença de animais no lixão de Guarapuava, Paraná.

Isabel Cristina Maricato Nobukuni.

36

Combustão no depósito de lixo de Guarapuava, com resultando em poluição do ar.

Isabel Cristina Maricato Nobukuni.

37

Em Guarapuava, em 2008, iniciaram-se alguns fatos, que demonstram problemas com o

saneamento e a falta do planejamento integrado.

Problemas com o saneamento ambiental e a falta de planejamento integrado.

38

Fechamento do acesso ao lixão municipal aos catadores de recicláveis, pelo Instituto Ambiental

do Paraná – IAP.

Fato 1º.

39

Barracão destinado à lida com recicláveis.

Jornal Diário de Guarapuava, 15/0/2008.

40

Desestruturação econômica dos catadores de recicláveis, dificultando cobrirem despesas

básicas com a sobrevivência.

Desdobramento desencadeado pelo 1º fato.

Insuflação junto aos catadores, em especial de pessoas alheias aos mesmos.

Tomada do IAP, pelos catadores .

41

A prefeitura municipal de Guarapuava constrói barracão em área de várzea, para ajuntamento,

tratamento e comercialização de material reciclável.

Fato 2º.

42

Barracão destinado à lida com recicláveis.

Paulo Nobukuni.

43

Aumento da degradação do solo e água da várzea, inclusive com material proveniente do

lixo.

Maior presença de roedores, devido ao acúmulo do material referido.

Desdobramentos causados pelo 2º fato.

44

Grande perda econômica dos catadores.

Um dos motivos disto, é que levavam muito tempo, caminhando longos trechos, atrás do

material.

Dispêndio de grande esforço para puxar carrinho lotado de material.

45

A administração do barracão na várzea, fica sob controle de um grupo de catadores de material

reciclável, sem ser lhes fornecida nenhuma condição objetiva de administrar o local.

Fato 3º.

46

Dificuldades administrativas no barracão.

Muitos catadores deixaram de levar o coletado ao barracão.

Desdobramentos causados pelo 3º fato.

47

Devido muitos catadores deixarem de levar material ao barracão, passando a lidar com ele a céu aberto, houve maior degradação do solo, da água e ar, inclusive, com a queima de restos dos

descartes.

Maior presença de roedores, devido ao acúmulo do material descartado.

48

Segundo informações de populares, a prefeitura municipal de Guarapuava destaca alguém de seu quadro para tentar solucionar as dificuldades de

administração do barracão.

Fato 4º.

49

O aumento dos problemas do barracão e dos catadores individualmente, adicionados à

administração externa, potencializou o descontentamento.

Desdobramentos causados pelo 4º fato.

50

Encerramento das atividades do barracão de reciclados.

Segundo populares, houve a criação do denominado centro de formação profissional,

sendo administrado com quadros da prefeitura.

Fato 5º.

51

Desarticulação dos catadores de material reciclável, pois os mesmos passaram a não ter

mais esperanças quanto à organização do grupo.

Aumento do clientelismo político, devido ao enfraquecimento da autoestima pela

organização autônoma.

Maior atuação de diversos grupos políticos, religiosos e de outros instituições, normalmente

enfraquecendo a organização autônoma dos catadores de material reciclado.

Desdobramentos causados pelo 5º fato.

52

Propostas para o saneamento ambiental segundo o planejamento integrado.

53

As ações, obras e serviços relacionados aos programas de saúde pública, assim como as

demais atividades humanas, devem ser planejadas de modo integrado, conjunto.

Em defesa do saneamento ambiental e planejamento integrado.

54

O caso de Guarapuava, Estado do Paraná, pode ser utilizado como estudo, para se avançar na

resolução de problemas com o saneamento e a falta do planejamento integrado.

Evitando-se problemas relacionados ao saneamento ambiental e a falta de planejamento

integrado.

55

Devido ao lixão, que é uma questão relacionada ao saneamento, ser um problema, deve-se optar

pelas unidades de tratamento de lixo.

Do lixão às unidades de tratamento de lixo.

56

Foto aérea da implantação de parte do aparato de unidade de tratamento de lixo.

Prefeitura municipal de Piracicaba, 1989.

57

Na foto anterior observa-se a aérea da implantação do sistema de tratamento de

chorume (líquido resultante da decomposição do lixo) observando-se os drenos que o conduzirão

ao reator biológico.

Prefeitura municipal de Piracicaba, 1989.

58

Na foto observa-se incinerador, que pode comportar-se como um reator térmico.

Prefeitura municipal de Piracicaba, 1989.

59

A unidade de tratamento de lixo deve integrar, além de subunidades, um plano de melhoria de trabalho, com a construção de um aparato que

ampare os catadores de recicláveis, como:

-Esteiras de separação manual.

-Esteiras imatizadas para separação de metais.

-Local para higienização, preparo de feições e descanso.

A unidade de tratamento do lixo integrada a outros planos junto a si.

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Na foto observa-se pessoal enfardando material separado para reciclar.

Prefeitura municipal de Piracicaba, 1989.

61

O incinerador/reator térmico, assim como o gasolixo, podem servir para aquecer, por

exemplo, água, que após canalizada, possibilita a higiene, aquecimento de refeição dos

trabalhadores da unidade de tratamento de lixo.

Prefeitura municipal de Piracicaba, 1989.

62

Na foto observa-se triturador de restos de construção.

Prefeitura municipal de Ribeirão Preto, 2004.

63

Os catadores devem ser inseridos em múltiplas políticas públicas, como:

-Moradias.

-Creches.

-Artesanato e micro indústrias .

-Outras medidas semelhantes, inclusive, também no campo.

Outras políticas públicas.

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Crianças em momento de desenho e pintura.

Paulo Nobukuni.

65

Acompanhada de outras medidas, a implantação de políticas que tenham por plano, o atendimento

de crianças, além de possibilitarem a liberação de suas mães, por exemplo, para o trabalho, assim gerando mais renda às famílias; ainda

possibilitam que estas tenham melhor atendimento.

Também, propicia-se que universitários façam estágios, preparando-se o indivíduo para o

exercício profissional.

Atividades envolvendo crianças, bem como alunos da universidade, como exemplo de

política pública.

66

Crianças em momento de atividade física, com monitoria de universitário.

Paulo Nobukuni.

67

Também é necessário produzir, concomitantemente à outras medidas.

Exemplo de atividades econômicas produtivas

68

Artesanato.

Paulo Nobukuni.

69

Sabão.

Paulo Nobukuni.

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Agricultura e manufatura.

Paulo Nobukuni.

71

Além de produzir, armazenar e circular a produção, é necessário distribuí-la, sendo uma

forma disto, a implantação de políticas que tenham por plano, as feiras, concomitantemente

à outras medidas.

A feira como exemplo de política pública.

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Feira.

Unicentro, 2009.