s. leonardo da galafura

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Miguel Torga Agrupamento de Escolas Padre Benjamim Salgado

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Page 1: S. Leonardo da Galafura

Miguel Torga

Agrupamento de Escolas Padre Benjamim Salgado

Page 2: S. Leonardo da Galafura
Page 3: S. Leonardo da Galafura

Adolfo Correia da Rocha, conhecido sob o pseudónimo de Miguel Torga,

nasce em 12 de Agosto de 1907, em S. Martinho da Anta, Vila Real. Depois

de uma pequena passagem pelo seminário de Lamego, emigrou com 13 anos

para o Brasil. De regresso a Portugal, em 1925, concluiu o Liceu e frequentou

em Coimbra o curso de Medicina. Romancista, ensaísta e dramaturgo foi um

dos maiores poetas do século XX. Morre a 17 de Janeiro de 1995.

Biografia

Page 4: S. Leonardo da Galafura

Prosa:

Pão Ázimo

Bichos

Contos da Montanha

Trás-os-Montes

Portugal

Vindima

Obra

Romance:

Traço de União

Fogo Preso, 1976

Teatro:

Terra Firme

O Paraíso

Sinfonia

Poesia:

Diário (I – XVI);

Antologia Poética.

Page 5: S. Leonardo da Galafura
Page 6: S. Leonardo da Galafura

Ordonho, 2 de outubro de 1961

À proa de um navio de penedos,

A navegar num doce mar de mosto,

Capitão no seu posto

De comando,

S. Leonardo vai sulcando

As ondas

Da eternidade,

Sem pressa de chegar ao seu destino.

Ancorado e feliz no cais humano,

É um antecipado desengano

Que ruma em direção ao cais divino.

Poema

Page 7: S. Leonardo da Galafura

Lá não terá socalcos

Nem vinhedos

Na menina dos olhos deslumbrados;

Doiros desaguados

Serão charcos de luz

Envelhecida;

Razos, todos os montes

Deixarão prolongar os horizontes

Até onde se extinga a cor da vida.

Poema

Page 8: S. Leonardo da Galafura

Por isso é devagar que se aproxima

Da bem-aventurança.

É lentamente que o rabelo avança

Debaixo dos seus pés de marinheiro.

E cada hora a mais que gasta no caminho

É um sorvo a mais de cheiro

A terra e a rosmaninho!

Poema

Page 9: S. Leonardo da Galafura
Page 10: S. Leonardo da Galafura

Construção alegórica no sentido de enaltecer os encantos de uma

paisagem;

A densidade metafórica de todo o texto, de que damos alguns exemplos:

- «um doce mar de mosto»

- «vai sulcando as ondas da eternidade»

- «charcos de luz envelhecida»

O uso de advérbios sugerem lentidão: «sem pressa» , «devagar» e

«lentamente».

Campos Semânticos

Page 11: S. Leonardo da Galafura

O poema inicia com a viagem vagarosa de S. Leonardo da Galafura através do

Douro. Na 2ª estrofe, Miguel Torga apresenta o porque da lentidão do santo,

pois “Lá não terá socalcos/Nem vinhedos”. Na 3ª estrofe retorna à lentidão da

viagem do santo, que é visível no articulador “Por isso”.

Progressão de Ideias

Viagem vagarosa do

Santo através do

Douro

Razão dessa

lentidão

Retorno à

morosidade da

viagem em direção

à vida eterna

Page 12: S. Leonardo da Galafura

O presente (ruma, avança, passa), sugere o lento desenrolar da viagem. Tal sugestão

do deslizar lento da acção é ainda dada pelas perifrásticas (a navegar, vai sulcando),

pelo particípio (ancorado) e pelos advérbios (devagar e lentamente).

Na segunda parte do texto (segunda estrofe) já predomina o tempo futuro (terá,

serão, deixarão), porque o sujeito poético refere-se para onde o Santo lentamente

se dirige. É reduzido o número de adjetivos. Há um uso de advérbios que sugerem

lentidão: “sem pressa”, ”devagar” e “lentamente”.

Tempos e Modos Verbais

Page 13: S. Leonardo da Galafura

O texto não apresenta muita pontuação. Os locais onde estão mais presentes são

no final de cada verso. Usa-se vírgulas, pontos finais e pontos e vírgulas.

Pontuaçã0

Lá não terá socalcos

Nem vinhedos

Na menina dos olhos deslumbrados;

Doiros desaguados

Serão charcos de luz

Envelhecida;

Razos, todos os montes

Deixarão prolongar os horizontes

Até onde se extinga a cor da vida.

Ponto e vírgula

Ponto e vírgula

Ponto final

Page 14: S. Leonardo da Galafura

É muito expressiva a hipálage contida na expressão “Lá não terá socalcos nem

vinhedos na menina dos olhos deslumbrados”( o deslumbrante não é

propriamente dos olhos, mas do Santo).

Também se pode considerar uma personificação dos olhos.

Há a sinestesia na expressão “ é um sorvo (gosto) a mais de cheiro (olfato) …”

A metáfora já anteriormente referida é no entanto a mais usada, pois exalta a

beleza e a vida da região duriense.

Recursos Estilísticos

Page 15: S. Leonardo da Galafura

Este poema retrata São Leonardo que navega

vagarosamente ao longo da terra duriense, num

antecipado "desengano" do que será "o cais

divino" e já vergado às saudades da terra que

vai deixar. Este poema é um carme à paisagem

do Doiro. Um poema palavra, espelho desta

singular região.

Assunto

Page 16: S. Leonardo da Galafura

São Leonardo de Galafura é um dos mais enigmáticos miradouros da região

duriense. Miguel Torga, nascido a poucos quilómetros de Galafura, na aldeia de

São Martinho de Anta, era contemplador assíduo das águas do rio Douro. A sua

inspiração neste miradouro levou-o à escrita deste poema retratando a viagem

do S. Leonardo pelas margens cristalinas do Douro.

Relação Título/Conteúdo

Page 17: S. Leonardo da Galafura

Por isso é devagar que se aproxima

Da bem-aventurança.

É lentamente que o rabelo avança

Debaixo dos seus pés de marinheiro.

E cada hora a mais que gasta no caminho

É um sorvo a mais de cheiro

A terra e a rosmaninho!

Poema constituído por três estrofes de onze, nove e sete versos de métrica

irregular e onde, a par de versos soltos, há outros que rimam emparelhada e

interpoladamente (1ª e 2ª estrofes) e emparelhada e cruzadamente (3ª

estrofe).

Componente Formal

Rima emparelhada

Rima cruzada

Estrofe com

sete versos

Page 18: S. Leonardo da Galafura
Page 19: S. Leonardo da Galafura
Page 20: S. Leonardo da Galafura

A 1ª imagem foi escolhida pois é a vista do miradouro de S. Leonardo da Galafura, o

que retrata bem a beleza desse local, a posição de cada elemento é harmoniosa,

encaixando na perfeição. Está explicado o motivo de este lugar servir de inspiração

para muitos poetas portugueses.

A 2ª imagem retrata o Douro Vinhateiro no concelho de Lamego. Escolhemos esta

imagem pois é a mais bela que foi encontrada. A cor verde intensa deslumbra a

paisagem e os socalcos tornam esta imagem única.

Imagem

Page 21: S. Leonardo da Galafura

A 1ª imagem foi escolhida pois é a vista do miradouro de S. Leonardo da Galafura, o

que retrata bem a beleza desse local, a posição de cada elemento é harmoniosa,

encaixando na perfeição. Está explicado o motivo de este lugar servir de inspiração

para muitos poetas portugueses.

A 2ª imagem retrata o Douro Vinhateiro no concelho de Lamego. Escolhemos esta

imagem pois é a mais bela que foi encontrada. A cor verde intensa deslumbra a

paisagem e os socalcos tornam esta imagem única.

Imagem

Page 22: S. Leonardo da Galafura

Miguel Torga foi um dos maiores poetas e escritores do século XX. Inspirou-se na

belíssima paisagem de S. Leonardo da Galafura para a escrita deste poema. É um

hino à natureza e às origens do poeta. Retrata a viagem do santo pelas margens do

rio Douro numa lentidão causada pela beleza do Douro Alto.

Conclusão

Carina Azevedo – 6

Marta Piairo – 20

Vitor Peixoto - 26

10ºA