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1 ANÁLISE DOS EFEITOS DA TÉCNICA CROCHETAGEM NA AMPLITUDE DE MOVIMENTO NO TRATAMENTO DE ADERÊNCIAS E CICATRIZES APÓS FRATURA DE FÊMUR COM FIXAÇÃO DE HASTE INTRAMEDULAR UM ESTUDO DE CASO ANALYSIS OF THE EFFECTS OF CROCHETAGEM TECHNIQUE IN RANGE OF MOTION IN THE TREATMENT OF SCARS AND ADHESIONS AFTER FEMORAL FRACTURE WITH INTRAMEDULLARY FIXING A CASE STUDY Rubens dos Santos Rosa Coord. e Prof. do Curso de Fisioterapia - UNIP Araçatuba-SP Prof. de Fisioterapia da Faculdade de Saúde SP das disciplinas de: Fisioterapia Desportiva. Termoterapia e Fototerapia, Eletroterapia e Adm. em Fisioterapia Membro Sócio da Associação Brasileira de Crochetagem (ABCROCH) E-mail: [email protected] - Tels: 18-3623-5645, 18-9121-9903 Orientador: Henrique Baumgarth Presidente e fundador da Associação Brasileira de Crochetagem Rua Hadock Lobo, 71 sl – Estácio – RJ – Brasil E-mail: [email protected] Tels: 21-2530 8294, 21-2530 2850, 21-9984 2190

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ANÁLISE DOS EFEITOS DA TÉCNICA CROCHETAGEM NA AMPLI TUDE

DE MOVIMENTO NO TRATAMENTO DE ADERÊNCIAS E CICATRIZ ES APÓS

FRATURA DE FÊMUR COM FIXAÇÃO DE HASTE INTRAMEDULAR UM ESTUDO

DE CASO

ANALYSIS OF THE EFFECTS OF CROCHETAGEM TECHNIQUE IN RANGE

OF MOTION IN THE TREATMENT OF SCARS AND ADHESIONS A FTER

FEMORAL FRACTURE WITH INTRAMEDULLARY FIXING A CASE STUDY

Rubens dos Santos Rosa

Coord. e Prof. do Curso de Fisioterapia - UNIP Araçatuba-SP Prof. de Fisioterapia da Faculdade de Saúde SP das disciplinas de: Fisioterapia Desportiva. Termoterapia e Fototerapia, Eletroterapia e Adm. em Fisioterapia Membro Sócio da Associação Brasileira de Crochetagem (ABCROCH) E-mail: [email protected] - Tels: 18-3623-5645, 18-9121-9903 Orientador: Henrique Baumgarth Presidente e fundador da Associação Brasileira de Crochetagem Rua Hadock Lobo, 71 sl – Estácio – RJ – Brasil E-mail: [email protected] Tels: 21-2530 8294, 21-2530 2850, 21-9984 2190

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Resumo – A técnica de Crochetagem é um método de tratamento fisioterapêutico da Terapia Manual que atua na destruição das aderências fibrosas pós-cirúrgicas que dificultam o movimento de deslizamento das fáscias, recuperando assim a flexibilidade. O presente estudo é um relato de caso que teve como objetivo verificar o ganho de amplitude de movimento (ADM) de quadril após fratura de diáfise de fêmur com fixação de haste intramedular, onde a flexibilidade foi mensurada através de um goniômetro, revelando que o paciente teve um ganho significativo ao final das 10 sessões de fisioterapia Palavras chave: Crochetagem mioaponeurótica, diafibrólise Abstract – The Crochetagem technique is a method of treatment physiotherapeutic of Manual Therapy that works in the destruction of post-surgical fibrous adhesions that obstruct the sliding motion of the fascia and restore flexibility. This study is a case report aimed to verify the increase range of motion (ROM) after hip fracture shaft of femur with intramedullary rod fixation, where flexibility was measured using a goniometer, revealing that the patient had a significant gain at the end of 10 sessions of physiotherapy Keywords: crochetagem mioaponeurótica, diafibrólise percutaneous

I – INTRODUÇÃO

Com o aumento da incidência dos acidentes automobilísticos e industriais, são cada vez

mais freqüentes as fraturas envolvendo a diáfise do fêmur. A exigência de uma função normal,

consolidação anatômica e retorno às atividades normais no menor tempo possível tornam mais

importante o atendimento precoce e eficiente desses pacientes1.

A indicação clássica da haste intramedular desenvolvida por Küntscher são as fraturas

femorais transversas e oblíquas curtas ao nível do istmo2, 3. Todavia, o tratamento das fraturas

diafisárias localizadas acima e abaixo do istmo representam um problema mais difícil, pois o

canal medular é mais largo e a haste não confere estabilidade. Atualmente, as fraturas femorais

são mais complexas, porque as lesões são provenientes de traumas de alto grau de energia

cinética. Em conseqüência, as fraturas tornaram-se mais cominutivas, mais instáveis e,

3

geralmente, não são isoladas, havendo também comprometimento de outros segmentos

corpóreos4.

A utilização da haste intramedular bloqueada para o tratamento das fraturas diafisárias

cominutivas do fêmur pretende restaurar a função do membro acometido, propiciar aos pacientes

politraumatizados mobilização precoce, diminuir os riscos de complicações cardiopulmonares,

bem como permitir pequena mobilidade no local da fratura estimulando a formação de calo ósseo

secundário. Ao utilizarem-se técnicas a foco fechado, o hematoma da fratura femoral e seu

suprimento sanguíneo periostal são minimamente lesados e o processo de consolidação tem

evolução mais rápida com baixo risco de infecção, retarde de consolidação e encurtamento.

Na Terapia Manual existem diversas técnicas de tratamento, onde a Crochetagem é uma

técnica de tratamento fisioterápica pouco conhecida em suas aplicabilidades, quanto aos seus

resultados e pouco utilizada por fisioterapeutas no seu cotidiano clínico5.

A técnica da Crochetagem é um método de tratamento das algias mecânicas do

aparelho locomotor, pela destruição das aderências e dos corpúsculos irritativos inter-

aponeuróticos ou mio-aponeuróticos através de ganchos colocados e mobilizados sobre a pele6.

O fundador desta técnica é o fisioterapeuta sueco Kurt Ekman, que frustrado por causa

dos limites palpatório das técnicas convencionais, inclusive a massagem transversa profunda de

Cyriax, elaborou progressivamente uma série de ganchos de aço e uma técnica de trabalho(fig.

1). Ele ensinou seu método para vários colegas, e estes perpetuaram o ensino lhe dando uma

abordagem menos sintomática da patologia6.

4

Figura 1: Gancho utilizado na Técnica da Crochetagem. Fonte: BAUMGARTH, 2007. Disponível em: www.crochetagem.com

Conforme relata Baumgarth5 no início Ekman tinha uma abordagem direta e agressiva,

ou seja, dolorosa, onde ele testou vários materiais como madeira, osso e outros, mas o que mais

deu resultado foram os ganchos de aço, que apresentavam uma curvatura diferente, permitindo o

contato com os múltiplos acidentes anatômicos que se interpõem entre a pele e as estruturas a

serem tratadas5.

Segundo Amorim6 a Crochetagem atua nos efeitos mecânicos nas aderências fibrosas,

nos corpúsculos fibrosos (depósitos úricos ou cálcios) localizados próximo ás articulações, no

efeito circulatório demonstram um aumento da circulação sanguínea e provavelmente da

circulação linfática e no efeito reflexo interfere ao nível dos trigger points inibindo os pontos

dolorosos.

As principais indicações da técnica são as aderências, fibroses cicatriciais iatrogênicas

cirúrgicas, algias inflamatórias ou não inflamatórias do aparelho locomotor, nevralgias

consecutivas a uma irritação mecânica dos nervos periféricos, já as principais contra-indicações

são a de um terapeuta: agressivo ou não acostumado com o método, pele hipotrófica, pele com

5

úlceras, as dermatoses, maus estados circulatórios, fragilidade capilar sanguínea, varizes

venosas, adenomas, pacientes que estão fazendo uso de anticoagulantes, portanto este trabalho

tem como foco principal a apresentação da técnica aplicada à eficiência e rapidez de seus

resultados para o tratamento das aderências cicatriciais pós cirúrgicas e suas conseqüências

físico-funcionais bem como a verificação do efeito terapêutico da técnica Crochetagem no ganho

de Amplitude de Movimento (ADM).

As cicatrizes, provenientes de traumatismos ou de fibrose cicatricial cirúrgica, geram

progressivamente aderências entre os planos teciduais, limitando o movimento normal entre eles.

A Crochetagem promove uma ação mecânica nestas aderências causando uma liberação e

permitindo que possam ocorrer novamente deslizamentos entre os planos tissulares.

As aderências cicatriciais também podem trazer conseqüências para o sistema músculo

esqueléticas, resultando em alterações morfo-funcionais. As amplitudes totais fisiológicas dos

movimentos nas articulações, relacionadas direta e indiretamente com a região anatômica da

cicatriz, podem estar prejudicadas pela aderência dos tecidos moles provenientes do processo de

cicatrização7.

Muitos tratamentos clássicos da fisioterapia são longos e demorados afetando o lado

psico-social do paciente bem sua saúde física e mental, onde os resultados no que diz respeito à

eficiência e rapidez são colocados em dúvidas. Portanto, a agilidade do tratamento não só

provoca um bem estar como também uma melhora de sua saúde global e um retorno mais rápido

as suas AVD’s.

O objetivo principal deste trabalho é a apresentar a técnica Crochetagem aplicada à

eficiência e rapidez de seus resultados para o tratamento das aderências cicatriciais pós-

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cirúrgicas e suas conseqüências físico-funcionais bem como a verificação do efeito terapêutico

da técnica Crochetagem no ganho de Amplitude de Movimento (ADM).

II – MATERIAIS e MÉTODOS

De acordo com Baumgarth8 a metodologia de tratamento da Crochetagem consiste em

utilizar-se o gancho para realizar a lise das fibras nas áreas aderidas da cicatriz, com o objetivo

de promover a liberação tecidual. A abordagem da cicatriz segundo a Chochetagem pode ser

dividida didaticamente em três etapas. A primeira compreenderá quatro trajetos de aplicação e a

segunda e a terceira, dois trajetos8.

A (fig. 2) mostra os movimentos que são realizados de forma lenta curtos de tração em

um eixo paralelo à cicatriz por todo seu trajeto longitudinal da direita para a esquerda e da

esquerda para direita, este procedimento deve ser realizado bilateralmente, de modo que esse

complete quatro trajetos de aplicação, dois em cada lado da cicatriz.

Figura 2: Primeira etapa da Crochetagem. Fonte: BAUMGARTH, 2007. Disponível em: www.crochetagem.com

7

Na segunda etapa (fig. 3) os movimentos serão realizados em um eixo perpendicular à

cicatriz, também por todo seu trajeto longitudinal. Estas trações perpendiculares devem ser

realizadas de maneira que cruzem sobre a cicatriz. Estes movimentos também serão realizados

bilateralmente, de modo que sigam dois trajetos de aplicação de uma extremidade a outra da

cicatriz.

Figura 3: Segunda etapa da Crochetagem. Fonte: BAUMGARTH, 2007. Disponível em: www.crochetagem.com Na terceira etapa (fig. 4) os movimentos serão realizados de maneira semelhante à segunda

etapa, seguindo os mesmos eixos e trajetos, a diferença será que nesta etapa os movimentos não

cruzarão sobre a cicatriz, ou seja, os movimentos terão início imediatamente após o bordo mais

eterno da cicatriz. Novamente os movimentos devem ser realizados bilateralmente para que se

sigam dois trajetos de aplicação ao longo de toda cicatriz.

8

Figura 4: Terceira etapa da Crochetagem. Fonte: BAUMGARTH, 2007. Disponível em: www.crochetagem.com

Juntando-se todas as etapas, obtém-se o seguinte esquema, com oito trajetos de

aplicação que cobrirão toda a área da cicatriz, conforme demonstrado na (fig. 5).

Figura 5: Última etapa da Crochetagem. Fonte: BAUMGARTH, 2007. Disponível em: www.crochetagem.com III - RELATO DE CASO

Laércio Lucas de Mello, 20 anos, sexo masculino, obteve uma fratura de quadril

esquerdo, após acidente motobilístico no dia 10 de Novembro de 2009, realizando osteossíntese

3 dias após o acidente, e permanecendo suspenso qualquer ato de tratamento fisioterápico

9

durante 1 mês, sendo que neste período somente fora realizado tratamento medicamentoso e

avaliação da fratura por meio de diagnóstico de imagem (raio-X). O paciente permaneceu em

repouso (cama e deambulando através de muletas auxiliares) todo o tempo (imobilidade),

comprometendo o seu prognóstico, após a confirmação de um início à consolidação da fratura o

paciente fora liberado para iniciar o tratamento fisioterápico.

Após 1 mês e 7 dias de inatividade o paciente L.L.M concedeu uma autorização para

participar como voluntário da pesquisa, onde o mesmo fora informado dos procedimentos que

serão utilizados, riscos, desconfortos e benefícios da técnica de Crochetagem através de um

termo livre de consentimento livre, na qual também o participante estava ciente da

confidencialidade da pesquisa (Anexo 1).

Terminado todo o processo citado acima L.L.M foi submetido a uma avaliação de

amplitude movimento (ADM), pelo teste de Goniometria que consiste no uso de um instrumento

para medir a amplitude de movimento (ADM) nas articulações corporais, onde todos os

terapeutas devem ser capazes de realizar e interpretar mensurações objetivas do movimento

articular, de modo que as mensurações iniciais são da amplitude movimento (ADM)

proporcionam uma base para elaborar um plano de tratamento, e as mensurações repetidas

durante todo o transcorrer da reabilitação ajudam a determinar se houve alguma melhora e se os

objetivos foram alcançados.

A confiabilidade da mensuração da amplitude de movimento (ADM) é diferente para

cada articulação, portanto foi criado o erro padrão e o desvio padrão de mensuração, alguns

autores recomendam que o terapeuta também deva ter uma estimativa visual para determinar

algumas posições articulares a fim de melhorar a sua mensuração9.

10

O goniômetro utilizado na pesquisa foi do tipo universal com círculo completo, que

utiliza a posição zero anatômico (0 grau) como uma orientação inicial para a maioria das

mensurações e os graus de movimento articular são acrescentados na direção do movimento

articular. O posicionamento do paciente deve ser consistente e a posição em decúbito ventral ou

dorsal proporciona maior estabilidade graças ao seu próprio peso corporal. Contudo as

mensurações devem ser obtidas forma passiva de movimento quando possível, e parte corporal

deve ser descoberta para conseguir maior precisão.

A primeira avaliação a ser feita foi no dia 12-11-2009 que constituiu em História da

Moléstia Pregressa e História da Moléstia Atual (HMP e HMA), exame físico (apalpação),

exame de descarga de peso, grau de força muscular deitado, exame de postura e no exame de

amplitude de movimento (ADM) onde goniômetro fora colocado no eixo longitudinal dos ossos

da articulação do quadril e os resultados obtidos estão expressos na tabela 1

Avaliação Goniométrica

Dia da primeira medição 12-11-2009

Dia da segunda medição 17-12-2009

Flexão 25 graus 45 graus

Extensão 8 graus 10 graus

Adução 22 graus 25 graus

Abdução 20 graus 30 graus

Portanto os testes angulares goniométricos expressos na tabela 1 podem ser

confirmados com as fotografias 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, que são métodos paramétricos visuais na

qual confirmam uma evolução no que diz respeito à amplitude de movimento (ADM).

11

Ao término do exame físico o paciente apresentou dor à mobilização passiva e ativa

de quadril e à sobrecarga; em posição ortostática adotou a postura de semi-flexão de tronco,

acentuação da cifose, anteriorização da cabeça e semi-flexão de joelhos; só permaneceu em

posição ortostática por poucos segundos, com auxílio de outra pessoa, e relatou dor à incidência

de limitação de ADM global e fraqueza muscular generalizada grau 2 e dependente parcialmente

em todas as atividade de vida diária (AVD’s).

O paciente foi conduzido a 10 sessões de fisioterapia utilizando à aplicação da

técnica de Crochetagem nas bordas das cicatrizes (fig. 6), nos músculos quadríceps, tensor da

fáscia lata, bíceps femoral, adutores, glúteo máximo e gastrocnêmios.

Figuras 6: Cicatriz cirúrgica do paciente

As figuras 7, 8 e 9 correspondem respectivamente aos testes goniométricos e visual

onde o paciente se encontra em decúbito dorsal e realiza a amplitude de movimento (ADM) de

forma passiva a fim de mensurar o ângulo de amplitude de movimento (ADM).

12

Figuras 7: Início do teste de amplitude movimento, onde o goniômetro se encontra no

zero absoluto (0)

Figuras 8: Teste visual onde expressa em centímetros à distância do calcâneo até a

região glútea que foi de 47,5 cm.

13

Figuras 9: Teste inicial de flexão de quadril onde grau máximo obtido pelo paciente

foi 25

Portanto as figuras 10, 11 e 12 representam respectivamente os ganhos de amplitude

de movimento (ADM) após o uso dos testes goniométricos de forma passiva e visual.

Figuras 10: Teste de flexão de quadril após 10 seções do emprego da técnica de

Crochetagem onde foi grau máximo obtido pelo paciente foi 45

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Figuras 11: Teste visual onde o paciente obteve um encurtamento da distância do

calcâneo até o glúteo em 37 cm.

Figuras 12: Teste visual onde o paciente obteve um encurtamento da distância do

calcâneo até o glúteo em 37 cm.

IV - RESULTADOS e DISCUSSÃO

O estudo da Crochetagem foi escolhido pelo fato de ser uma técnica nova e que vem

obtendo resultados de maneira rápida, ou seja, em poucas sessões vem reduzindo as algias e

liberando aderências cicatriciais, conforme se pode comprovar pelas respostas dos profissionais

15

participantes. A excelência da eficácia da técnica declarada na opinião dos participantes é ainda

mais surpreendente quando se observa o número de vezes e a duração do tratamento.

O número de vezes em que é utilizada para melhora da patologia no quadro agudo

oscila entre 1 a 5 vezes durante cerca de 3 minutos. Como se pode observar, o paciente

rapidamente sentirá os efeitos benéficos da aplicação da Crochetagem já na primeira sessão.

Mesmo no quadro crônico, a resposta positiva surpreende, pois já se apresenta a melhora numa

média de 5 vezes com duração de até 10 minutos, conforme declaração do participante.

A pesquisa confirma que a Crochetagem é principalmente utilizada em aderências

cicatriciais e em algias do aparelho locomotor, contribuindo para a melhora da amplitude de

movimento, fundamental para a realização das atividades de vida diárias10.

Ao término das 10 sessões de Crochetagem fora feito novamente as mensurações com

base nas medidas iniciais da avaliação de amplitude de movimento (ADM), onde os objetivos do

tratamento foram direcionados primariamente ao ganho de amplitude de movimento (ADM) da

articulação do quadril, posteriormente a amplitude de movimento global (ADM) e

secundariamente a diminuição do quadro álgico, incremento na melhora da postura, restauração

do equilíbrio muscular do membro inferior, dar independência nas AVD’s.

Portanto o gráfico 1 expressa que houve ganho de amplitude de movimento (ADM) em

todas as amplitudes (flexão, extensão, abdução e adução), ficando evidente que o maior ganho

foi na mensuração de flexão, com um ganho de 20 graus indicando que a Crochetagem

funcionou de forma eficiente nos quesitos de quebra de aderências cicatriciais associado com

ganho de amplitude de movimento (ADM).

16

V – CONCLUSÂO

O resultado alcançado pela técnica manual de Crochetagem foi altamente satisfatório,

pois ficou evidente que a técnica proporcionou uma diferença significativa na recuperação da

flexibilidade total de quadril. Embora na literatura atual ainda exista poucos trabalhos sobre a

técnica de Crochetagem, o trabalho reporta que é possível dar funcionalidade em termos de

amplitude de movimento (ADM), bem como diminuir o quadro álgico melhora da postura global

e um nível de independência nas atividades de vida diária (AVD’s). Portanto espera-se que mais

trabalhos possam ser desenvolvidos para facilitar os conhecimentos da técnica e aumentar o

acervo bibliográfico, dando assim um maior leque de opções de tratamentos fisioterápicos ao

terapeuta manual.

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Anexo 1

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VI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- MORELLI, R S. S, et al: Considerações sobre o tratamento das fraturas de fêmur com haste intramedular de Küntscher. Rev Bras Ortop- Vol. 28, Nº 7 Julho, 1993 2- Küntscher, G.: The Küntscher method of intramedullary fixation. J Bone Joint Surg [Am] 40: 17-26, 1958. 3- Küntscher, G.: The intramedullary nailing fracture fixation. Clin Orthop 60: 5-12, 1968. 4- ALVACHIAN HJ., DOS REIS FB., GOTTFRIED K., FALOPPA F., RALPH WALTER.:Tratamento de fraturas diafisárias instáveis do fêmur com haste intramedular bloqueada 5- Baumgarth, Henrique.: Crochetagem. M et A science, vol II n°2 ,pp-23, 2005 6- Amorim, P. C.: A técnica de diafibrólise no treatamento das aderências e cicatrizes, Monografia, Universidade Severino Sombra Centro de Ciências da Saúde. Curso de Fisioterapia 2005. 7- Baumgarth,H; Baumgarth,I.M. Crochetagem – Aplicação na Dermato-Funcional. In Borges, FS.Dermato-Funcional: Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. 2ª Ed.São Paulo: Phorte.2010.

8- Baungarth H : Avaliação e método de tratamento das aderências cicatriciais segundo a Crochetagem. 1ª ed. Rio de Janeiro, 2003.

9- Andrews J., Harrelson LG., Wilk EK.:Reabilitação física das lesões esportivas 2nd Ed, Guanabara Koogan, 2000, 45p. 10- Jasmim PL., Rocha LRR.: O emprego da técnica de Crochetagem. Universidade Estácio de Sá; 2007, 06-08p