rua do loreto, n.º16 – 1.º direito - planeta.pt · entre o arbusto de jasmim do terraço....

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PLANETA MANUSCRITO

Rua do Loreto, n.º 16 – 1.º Direito1200 -242 Lisboa • Portugal

Reservados todos os direitosde acordo com a legislação em vigor

Título original: Furto alle cascate del Niagara© Atlantyca Dreamfarm s.r.l., Itália

Edição original: 2011, Istituto Geografi co De Agostini, S.p.A., NovaraPara língua portuguesa: © 2011, Planeta Manuscrito

Direitos internacionais: © Atlantyca S.p.A., via Leopardi, 8 – 20123 Milano, [email protected]

www.atlantyca.com

Todos os nomes e personagens deste livro têm © Atlantyca Dreamfarm s.r.l.e são licenciados em exclusivo por Atlantyca S.p.A.

As suas versões traduzidas ou adaptadas são propriedade de Atlantyca S.p.A.Todos os direitos reservados

Texto: Sir Steve Stevenson

Ilustrações originais e capa: Stefano Turconi

Tradução: Sara Ludovico

Revisão: Eulália Pyrrait

Paginação: Guidesign

1.ª edição: Junho de 2012

Depósito legal n.º 343 198/12

Impressão e acabamento: Printer Portuguesa

ISBN: 978-989-657-289-1

www.planeta.pt

Sir Steve Stevenson

Ilustrações deStefano Turconi

ROUBO NAS

CATARATAS DO NIÁGARA

PARTICIPANTES

QUARTA MISSÃO

AgathaTem doze anos, sonha escrever livros policiais,possui uma assombrosamemória.

LarryyUm rapaz meio trapalhãoo,

que frequenta a prestigiadaa escola de detectives Eyee.

Mr. KentUm ex -pugilista e um mordomode impecável estilo britânico.

ScarlettJornalista de investigação, sempre em viagem por lugares insólitos e repletos de aventuras.

WatsonGato siberiano que é uma

peste e que tem farode detective.

DESTINO:CANADÁ - CATARATAS DO NIÁGARA

OBJECTIVO

Seguir o rasto de um ladrão muito engenhosoe astuto, o famigerado Ratmusqué, pelas misteriosas

e densas fl orestas do Canadá.

Cataratas do Niágara

Toronto

À amiga Ermanna

Agradeço ao Turismo da Região de Muskoka e à Royal Canadian Mounted Police (os famosos Casacos Vermelhos Canadianos) pelo material disponibilizado. A Gianfranco Calvitti e a Davide Morosi-notto pelos conselhos dados para a construção da trama. A Frida Bifolchetti pela paciência (prometo que no próximo Verão iremos os dois de férias!).

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No terraço situado no último andar de Baker Palace,o novelo de antenas e de plantas ornamentais fi ltravaos raios alaranjados do pôr do Sol londrino, antes deestes conseguirem penetrar no sótão ultratecnoló-gico de Larry Mistery. Aquela luz tão brilhante eraaté capaz de esconder a perene desarrumação doapartamento e, enquanto isso, o seu único moradordedicava -se a uma actividade que lhe garantia sempreum grande sucesso: gerar uma desarrumação aindamaior.

De estrutura miudinha e com cabelo preto des-grenhado, Larry Mistery, de catorze anos, andava de

PRÓLOGO

A INVESTIGAÇÃO COMEÇA

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PrólogoPrólogo

volta de vários computadores: música rock no máximoa sair pelos auscultadores, amigos no chat, cerca devinte páginas de internet abertas ao mesmo tempoe, sobretudo, novos programas para o EyeNet, o apa-relho facultado aos alunos da escola para detectivesque frequentava.

Em cima de uma mesa repleta de objectos, o pre-cioso instrumento de titânio vibrava devido ao rápidoafl uxo de dados. De vez em quando, Larry lançava -lheum olhar para se certifi car que a operação decorria semproblemas. Os novos programas que estava a descar-regar iriam permitir -lhe visionar microfi lmes, ligar odispositivo a outros periféricos via wireless e deslocaro alinhamento dos satélites em tempo real. O jovemaspirante a detective não via a hora de experimentarestas entusiasmantes novidades num caso.

– Sherlock Holmes, para mim, não tens qualquer signifi cado – disse com um sorriso malicioso. – Embreve, serei o detective mais famoso de Londres!

Satisfeito, pôs as pernas em cima da secretária ebalançou -se num equilíbrio precário sobre as rodas

A investigação começaA investigação começa

posteriores da cadeira. Uma manobra demasiado arris-cada, já que, um segundo depois, as peças de plástico cederam num grande CRACK e Larry caiu de costas Ksobre a alcatifa poeirenta, arrastando atrás de si cabos,monitor e computador.

– Ui, oh, que desgraça! – gemeu, enquanto tentava libertar -se da parafernália que o prendia. Por sorteestava ali sozinho e ninguém assistira à cena… nãofi zera propriamente uma boa fi gura, digna do melhordetective de Londres!

Foi naquele momento que reparou num vulto, porentre o arbusto de jasmim do terraço. Tratava -se de um homem com um chapéu castanho e uma grande máquina fotográfi ca que lhe escondia o rosto.

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PrólogoPrólogo

Seguiram -se dez fl ashes rápidos e, logo depois,o misterioso vulto desapareceu a grande velocidade.

– Ei, pára! – gritou Larry. – Quem te autorizou a…a… oh, bolas! – A voz fi cara embargada na garganta.Por que razão alguém o imortalizara naquela situaçãotão embaraçosa?

Havia apenas uma e muito desagradável explicação:a sua escola mantinha -o debaixo de olho. Além domais, a Eye International era composta pelos maioresespecialistas do sector!

Larry pôs -se de pé num salto, agarrou no EyeNetainda em cima da mesa e escancarou a porta do terraço.Olhou para a escada de emergência: o boné castanhoprojectava -se na direcção do andar de baixo, não haviaum segundo a perder!

– Larry, acalma -te – disse o rapaz a si mesmo. – Sabesquais são os procedimentos, não sabes?

Durante o mês anterior frequentara os cursos de Per-seguição e Despiste do professor MP37 e aprendera as trêsregras fundamentais a seguir quando se persegue alguém.

Primeira regra: Nunca dar nas vistas.

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A investigação começaA investigação começa

Segunda regra: Nunca perder de vista a presa.Terceira regra…Hum… já não se lembrava.– Tenho de estudar melhor o livro – recriminou -se

ele. – A minha prima Agatha teria guardado tudo nassuas gavetas da memória!

Dirigiu -se a correr para as escadas e alcançou o andarde baixo, a tempo de conseguir ver a porta do elevadorfechar -se. Os números do painel electrónico indicavamque estava a descer para o rés -do -chão.

Larry mordiscou o lábio: e agora, o que devia ele fazer?– Vou pelas escadas! – decidiu, estalando os dedos.

Desceu quinze andares a grande velocidade e, quando fi nalmente chegou ao átrio de Baker Palace, estavacompletamente suado. – Por acaso viu passar por aquium homem com um chapéu castanho e uma máquina fotográfi ca? – perguntou ao porteiro.

O velho porteiro pareceu surpreendido.– Está a falar de Mr. Martins? – replicou com uma

voz trémula. – Creio que acabou agora mesmo de sairdo prédio…

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PrólogoPrólogo

Larry arregalou os olhos e, uma milésima desegundo depois, precipitou -se para fora do edifício.

Não podia acreditar!Mr. Martins era o seu lamuriento vizinho de casa…

Quem poderia alguma vez suspeitar que fosse umespião da escola? Tinha de o encontrar o mais depressapossível, sequestrar -lhe as fotografi as embaraçosase dizer -lhe umas quantas verdades!

Perscrutou a rua como uma ave de rapina e locali-zou o chapéu castanho nas imediações de uma entradado metro. Mr. Martins continuava a andar a passorápido e, de vez em quando, olhava para o relógio depulso, como se estivesse atrasado para um encontro.No entanto, tanto quanto parecia, não se aperceberada presença de Larry mesmo atrás de si.

– Vou apanhar -te, seu metediço de meia tigela! – rosnou o rapaz.

Dobraram uma esquina e depois outra, continuandoa andar por vielas desertas. A certa altura, Mr. Martinsesgueirou -se para dentro do King’s Head, um dos pubsmais chiques do centro de Londres.

Larry parou para pensar no que devia fazer. Qual era a terceira regra das perseguições? Devia entrar sorrateiramente ou esperar que a sua presa saísse do local?

Após um instante de hesitação, decidiu aproximar -se da vitrina do pub para espreitar os movimentos de Mr. Martins. O homem estava ao bal-cão, a cochichar com uma mulher com uma peruca loiríssima, apertada num longo casaco cinzento e equipada com uns óculos escuros. O disfarce tornava -a irreconhecível: seguramente era, também ela, uma agente da Eye International.

– Bolas, está a entregar -lhe a máquina foto-gráfi ca! – tremeu Larry, voltando a pensar na sua desastrosa queda. – Vão expulsar -me da escola pelas minhas trapalhices!

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PrólogoPrólogo

De repente, a mulher olhou para fora através da vitrina e Larry meteu -se atrás de uma tubagem enferrujada para não ser visto. Foi naquele preciso instante que lhe veio à cabeça a terceira regra da perseguição: Ter cuidado para não cair numa armadilha.

– Hum, oh, armaram -me uma cilada! – mur-murou, passando a mão pelo cabelo. – Tenho de me pôr a andar daqui para fora o mais depressa possível!

Pôs -se a caminho da estrada assobiando, preci-samente no momento em que Mr. Martins e a sua cúmplice saíam do bar. Logo a seguir, Larry enfi ou--se dentro de um contentor do lixo, acomodando--se num cantinho mais protegido entre os fétidos sacos pretos. A hipótese de o descobrirem punha -o em pânico.

– Não, não, não! – implorou em voz baixa, esprei-tando para o exterior. – Não quero reprovar!

Por sorte, os agentes da Eye International desa-pareceram na primeira esquina. Larry suspirou de alívio e abriu a tampa do contentor.

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A investigação começaA investigação começa

– Eh, eh, puseram -me à prova – exultou, enquanto limpava a sujidade da roupa – mas eu passei no teste com distinção e louvor!

Não teve sequer tempo para terminar a frase, poiso EyeNet começou a emitir um som. Larry pensou que fossem as felicitações do professor de Perseguiçãoe Despiste, mas ao ler a mensagem no ecrã empali-deceu de repente.

– Uma missão urgente nas cataratas do Niágara!? –gritou. – Logo agora que mais pareço um sem -abrigo!– Descolou uma casca de banana de uma das mangas e apanhou com grande prontidão o metro. Tinha ape-nas uma certeza: sem a ajuda da sua prodigiosa primaAgatha Mistery iria fi car metido num grande sarilho!