roy bennet sec xix e xx0001

5/14/2018 Roy Bennet Sec Xix e Xx0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/roy-bennet-sec-xix-e-xx0001 1/17

F r:-...".:_:.:.-::-.:" .- _ . - .-r ~_- _ . .

. .

. _ .._ ~ ~ _ .. . ... . ~~~.~:::~~

. . . , . : : ; , -F / _ ~ ~ ; i j * i

..

. . .. . - . ~ . : ~ .

.. _ . : .. :_:' : .

:- ..

... . _.: .. ~. .... :~~ ..

~.:=~" d , ; ; ~ : > ' '= ~ ~ - ~ h j ? ; _ ~ i , , / ': , , ;f . ; . '.

Ulna dramatica cena de Siegfried.

Ouca uma parte de alguma opera de Wagner e, em seguida, a rnusica de outro

compositor de operas do periodo rornantico, como Verdi ou Puccini.

Descreva como cada compositor procura atingir seu efeito total (par exem-

pIo: tipo de textura, melodia e harmonias que ele emprega; tipo da orquestra eo equilibria entre esta e as partes vocais). -

o nacionalismo

no seculo XIX

Mais au menos ate a metadc do seculo XIX, toda a musica fora praticamente

dominada pelas influencias germanicas, Foi quando compositores de outros

paises, particularmente da Russia, da Boemia (futura provincia da Tchecos-•

lovaquia) e da Noruega, cornecaram a sentir neeessidade de se libertar dessas

-influencias e descobrir urn estilo musical que lhcs fosse pr6prio. Isso deu ori-

gem a uma forma de romantismo chamada nacionalismo.

Urn compositor e considerado "nacionalista" quando visa deliberadamente

expressar, eln sua musica, fortes sentimentos por seu pais, ou quando, de certo

modo, nela imprime urn carater distintivo atraves do qual sua nacionalidadese torna facilmente idcntificavel. Os principais meios por ele utilizados para

atingir tais objetivos sao 0usa de melodias e ritmos do folclore de seu pais e 0

emprego de cenas tiradas do dia-a-dia, das lendas e hist6rias de sua terra, eOITIO

base para obras como operas e poernas sinfonicos,

-

Russia 0 primeiro compositor russo a trazer 0 elemento nacionalista para a musica

foi Glinka, na opera Uma Vidapelo Czar (1836). Sua lideranca foi tomada, na

decada de 1860, pelo "Grupo dos Cinco" ou "0 Grupo Poderoso": Balakirev,

Borodin, Cui, Mussorgsky e Rimski-Korsakov. Seu objetivo era cornpor em

urn estilo que fosse de carater genuinamente russo. Trabalhavam juntos, fre-

quentemente se t!jJldando no acabamento e orquestracao das pecas. Dentre, . . , ,

- ' l E o

suas obras mais conhecidas, as que mostram mais fortemente 0 espirito nacio-

nalista russo sao 0poema sinfonico Russia, de Balakirev: a opera Principe Igor,

de Borodin (que inclui as Dancas Polovitsianas, com seus tons barbaros e exu-

berantes); a6pera Boris Godunov e 0 poema sinfonico Uma Noite no Monte

Calvo, de Mussorgsky; e as operas A Donzela de Neve e 0Gala de Duro, junta-

mente COITI a suite sinfonica Sheherazade, todas de Rimski-Korsakov,

Boernia Na Boemia, Smetana f oi a ti ng ido pela febre riacionalista, manifestada 80-

bretudo em sua 6pera A Noiva Vendida, inspirada na vida campestre tcheca,

enos seis poemas sinfonicos intitulados Mil Vlast [Meu Pais], baseados em

cenas e lendas da Tchecoslovaquia, bern como em sua hist6ria. Vltava (0

Moldavia), 0 segundo poema, da 0 trajeto do rio que passa pela cidade de

Praga, desde as suas nascentes. Dvorak foi outro que escreveu poemas sin-

fonicos baseados em lendas tchecas (frequentemente macabras) tais como 0

,



._.

. _..........

Noruega

r

Espirito das Aguas e A Roca de Ouro. Em suas pitorescas Dancas Eslavas, ele

se vale dos ritmos de dancas tchecos, como a polca e nfuriant, mas compondo

melodias originais.

o compositor noruegues Grieg teve sua educacao musical na Alemanha,

mas, de volta a seu pais, decidiu-se por Ulna musica baseada em elementos do

folclore da Noruega que estao nitidamente expressos ern suas Dancas Norue-

gu esas , em suas cancoes e na obra para piano intitulada Pecas Liricas.

~ ;-~ * --

~:xe«"C~(]Oi)~ b OU9a duas ou tres obras de compositores nacionalistas do seculo XIX. Que ele-

mentos eles empregam para trazer a musica a atmosfera caracteristica de seus

paises?

o espirito nacionalista se estendeu a outros paises, particularmente a Es-

panha, onde Albeniz, Granados e de Falla absorveram em suas cornposicoes as

elementos caracteristicos das dancas e cantos espanh6is. Mas 0 estilo exube-

rante do folclore espanhol nao deixou de fascinar compositores de outras ter-

ras, como se v e na 6pera "espanhola" Carmen, do frances Bizet, e no Capricho

Espanhol, com soberba orquestracao, do russo Rimski-Korsakov.

A musica coralno seculo XIX

As mais importantes rcalizacoes dos compositores romanticos no calnpoda musica coral estao na forma do oratorio e do requiem (missa funebre),

Dentre as mais belos orat6rios se incluem 0 Elias, de Mendelssohn, com-

posto nos moldes de Handel; L 'Enfance du Christ [A Infdncia de Cristo],

de Berlioz; e The Dream of Gerontius [0 Sonho de Geroncio], de Elgar,

que, em vez de se basear em algum texto biblico, constitui 0 arranjo de urn

poema religioso.

Certas missas de requiem sao importantissimas e algumas parecem mais

apropriadas para serem executadas em uma sala de concertos do que em uma

igreja. 0 requiem de Berlioz, por exemplo, exige uma imensa orquestra com

oito pares de timpanos e quatro grupos extras de metais, posicionados nos

quatro cantos do cora e da orquestra. 0 requiem de Verdi, embora de estilodramatico (por vezes teatral), e sincero em seu sentimento religioso. Em nitido

contraste com essas duas obras esta 0 calmo e sereno requiem do composi-

tor frances Faure. Mas provavelrnente a melhor obra coral do seculo XIX e

o requiem de Brahms, composto por ocasiao da morte de sua mae. Para essa

obra, em vez de musicar 0 usual texto latino, Brahms selecionou passagens

significativas da Biblia.

o romantismo

tardio

Alguns compositores trouxeram a tradicao rornantica ate 0 seculo XX;destes,

Gustav Mahler e Richard Strauss talvez tenham sido as mais importantes. Am-

bos sao conhecidos por seus belos Lieder. Strauss, tambern par suas 6peras e

poemas sinfonicos, e Mahler par suas sinfonias, quase todas com uma hora ou

mais de duracao,

Esses dais compositores quase sempre necessitam de forcas gigantescas

para a execucao de suas obras. 0 longo poema sinfonico de Strauss Assim F .alou

Zaratustra (1896) requer tres flautas e fiautim, tres oboes e corne-ingles, tres

clarinetas e urn clarone (clarineta baixo), tres fagotes e urn contrafagote; seis,- ~

trampas, quatro trompetes, tres trombones e duas tubas; timpanos, bombo,

triangulo, cimbalo e glockenspiel, urn sino baixo em mi; duas harpas, orgao e

mais a secao de cordas.

Mahler, em algumas de suas sinfonias, inclui solo vocal e cora, seguindo

o exemplo de Beethoven na Nona Sinfonia (Coral). A Oitava de Mahler echamada Sinfonia dos Mil, pais, para ter uma execucao ideal, precisaria de

no minima mil musicos. A uma enorme orquestra de 130 instrurnentistas,

fora os metais extras que emprega, Mahler acrescenta oito vozes solistas,



.. .-- . ....._____,_

-

dais grandes coros mistos e mais urn cora de 400 criancas, 0 poder resul-

tante dessa combinacao de forcas pode ser esmagador, embora haja mo-

mentos - como em todas as sinfonias de Mahler - em que a orquestracao

se faz limpida e delicada. Enquanto 0 estilo de Strauss ern geral se baseia

em uma harmonia de acordes, 0 de Mahler tende a tecer uma sinuosa tramar ..

con tra po n t1S t1ca.

Mahler escreveu a Oitava Sinfonia em 1906. Nessa cpoca, muitos com-

positores ja estavam reagindo contra 0 romantismo tardio - considerado urn,

estilo excessivo e ultrapassado - e lutando para abrir novas caminhos. E 0 que

verernos no proximo capitulo.

1. Maior liberdade de forma e conccpcao; plano emocional expresso com maior

intensidade e de forma mais personalista, na qual a fantasia, a imaginacao

e 0 espirito de aventura desempenham importante papel."

2. Enfase em melodias liricas, do tipo cancao; modulacoes ousadas; hannonias

mais ricas, frequentemente crornaticas, com 0 usa de surpreendentes dis-" .sonancias,

3. Texturas rnais densas e pesadas, corn corajosos contrastes dramaticos, ex-

plorando uma gama maior de sonoridades, dinamica e timbres.

4. Expansao da orquestra, por vezes a proporcoes gigantescas; invencao do

sistema de valvulas, que propicia 0 desenvolvimento da secao de metais,

cujo peso e forca muitas vezes dorninam a textura.

5. Rica variedade de tipos, desde cancoes e pequenas pecas para piano ate gi-

gantescos empreendimentos musicais de longa duracao, estruturados com

espetaculares climaxes dramaticos e dinamicos,

6. Estreita ligacao com as outras artes, donde 0 grande interesse pela musica

programatica (sinfonia descritiva, poema sinfonico e abertura de concerto).

Ern obras muito extensas, a forma e a unidade sao obtidas pelo usa de

7. temas r ec or re nte s (as vezes modificados/desenvolvidos): idee fixe (Ber-

lioz), transformacao tematica (Liszt), leitmotiv (Wagner) e mottos.

8. M aior virtuosismo tecnico, sobretudo dos pianistas e violinistas.9. Nacionalismo: reacao contra a influencia alema, principalmente de com-

positores da Russia, Boemia e Noruega.

E;((~i"cicio (5 7 Pesquisa Escolha cinco compositores rornanticos dentre aqueles que figuram

no quadro na p.45. Informe-se a respeito de sua vida e obra e faca urn breve

resumo sabre cada um deles.

c=?= . , > : : . ~ ~ - = - - .=- - . :. . . 0 d d d 45 r f il fici b '" d§ ~ . - ~ .~ ~- ~'; ": ~~? q " " " " ' " ' " = . [1 ~~ ~ espal 'Q 0 qua fO a p so 01 SU ciente para a flgar os nomes os com:1{~~~:-L~tL~~L~~~{j y ~ -

positores romanticos mais importantes. Cite alguns outros que poderiam figu-

rar junto aos que la estao, mencionando-lhes a nacionalidade.

·.1.~~

"r

"' . . . ."_ ~,

D e urn exemplo do s seguintes tipos de pecas, mencionando 0 nome e a nacio-

nalidade dos respectivos compositores:

sinfonia descritiva; Lied; suite de musica incidental; opera romantica; poema

sinfonico; concerto de piano romantico; obra coral do scculo XIX; abertura de

concerto.

~P _~~ if ~~ ;r~ 1 '" d' ~~ " _ _" ~- = ? E . ~ d_=-~ ~ -<~~ : ~~ _ . ! ~ ?~ Exp 1que 0 qu e enten e por"~ \-t k-' .: I: ~j :O:j_ 7! ~ ~ t: ~ i ~- ~ 1 7 ? •~ : . : o = . : _ , - "§. ~, ~ l : :t - = - - :; 0 - ~ _ _ , ~: ~ __ __ ;. = ~ --sJ'

notumo; poema sinfonico; musica incidental; musica absoluta ou pura; estudo;

virtuose; Lieder; cancao inteiramente composta (durchcomponiert), leitmotiv;

nacionalismo.

66



-----

Qual das pecas ouvidas th e pareceu mais caracteristica do estilo romantico do

seculo XIX? OU9a - a novarnente e descreva as propriedades que 0 levaram a

escolher e ssa mu sic a em particular.

~ .XerCICIO

•s ecia

Imagine que voce va a urn concerto para ouvir uma sinfonia classica, se-

guida de outra de urn compositor rornantico. Que diferencas espera encontrar

entre as duas obras?

Este e outro exercicio que exige ce rto fa ro de detetive musical. Nos quadros

abaixo, voce encontrara varios tipos de rnusica, pertencentes aos cinco perio-

dos em que dividim os sua hist6ria. Sua tarefa sera o uv ir u rn p ro gra rn a consti-

tuido por varies trechos tirados dessas obras. Ao ouvir, procure identificar 0es-

tilo do periodo de cada urn deles e tambem 0 tipo de p eca q ue esta sendo tocado.

Barroco (1600-1750)

• urn movimento de urn

concerto grosso

• p arte d e u rn orato rio

• uma fuga para teclado

• trecho de uma opera barroca

• urn p relud io coral

.

[

I.

i

~

·}

·

<

~

J{

<

~ ~

!

!

~

;<

·L;

~

f

lI~i••I

!.~I

r~~

~

Medieval (por volta de 1450) Renascentista (1450-1600)

• u rn c an to ch ao

• urn exemp lo de organum

• uma danca medieval

• um a can cao m ed ieval

• Ulll moteto do seculo XII

• urn moteto ou urn verse anthem do seculo X VI

• u rn m ad rig al r en as ce ntis ta

a uma pec;a para teclado da epoca dos Tudor

• uma musica de danca tocada por

instrumentos da Renascenca-

• uma rnusica veneziana, ao estilo policoral

Classlco (1750-1810) Rornantlco (1810-1910)

• UTI1m ovim cnto de Ulna sonata

classica

• 0 terceiro m ovim ento de um a

sinfonia

• trecho de uma opera

• 0 Finale de urn quarteto de cordas

• parte de UITI concerto classico

• um Lied do seculo XIX

• um a passagem de alguma opera-"" .

romantica

• parte de um a sinfonia ou poema

sinfonicoto

• U ln a peca para plano

• um a danca de compositor nacionalista

Antes de ouvir: Refresque sua memoria das principais caracteristicas de estilo de cada periodo

relendo as listas de identificacao ao final dos capitulos. (Voce tambem encon-

trara um quadro sin6ptico, na p.80, que lhe sera util neste exercicio.)

Anote todas as caracteristicas que fo r descobrindo e tambern outros detalhes

interessantes que perceber nas musicas.

E nq uan to estiv er o uvin do:

D epois de ouvir: Organize suas descobertas escrevendo urn breve relat6rio sabre cada uma das

pecas, incluindo:

a) o _p erio do musical em que foi composta e , s e p o ss iv el, 0 nome do compositor

b) 0 tipo de musica, destacando as forcas utilizadas em sua execucao- -

c) todas as outras "dicas" que d es cobr iu enquanto ouvia as rnusicas e que 0

ajudaram na tarefa de identificacao



I_.

v. - • r ' . ' t ,.• , . . . . " . . . . _ T . _ ..~ . . . . .. .. ~

. . - •

. - " .

. r ~~ 1£ ..

. L - . . .

. . . . . . .

Xl

-.. 1. tt ..

,.• '4

~ .I I I I . . tI II " . 0 1 1 " . . . .~= ! ~ I I I ~ ~-

. ..J)t&.S~O

I. '"'Aa.d ..

~

1 -r

t1 4 i I ~ . . . - . . .; : : . . . . . ~

- -• _ .. I

1"- 11; .." -

J ..--

~ _ _ , ; _

ioo

. . . z i III. .-- ~...

\ijI'"- - - ,... . . .

. : .~,.p.......O r

- &P __

paaa •

- - -

• '* '

. . . .

• .- ~~ _ ..- . . . . .. .. _ . _ . . . . . . I 1 1 I I I t4

. . . . . . . . . . . . U Er-- J.

a-

I. ~ i'IWI

.1..:'...1_.s • •

-

~ , .

usrca no

1910 1980920 1930 1960 1970940 1950

DEBUSSY Franca 1862-1918_. 11 I

SIBELIUS Flnlandia 1865-1957l! :I -- _1 --.

VAUGHAN WILLIAMS Inglaterra 1872-1958I . . _ 1._ ..JL

SCHOENBERG Austria 1874-1951-- ... l . . -.

BART6K Hungria 1881-1945.If :I _.

I_

STRAVINSKY Russia 1882-1971.. . _l_

-- ~

WEBERN Austria 1883-1945• .I . . I

BE R G Austria 1885~1935_. _ _ .1

PROKOFIEV Russia 1891-1953JIl l : .L • I I

COPLAND Estados Unidos 1900-1990I T - ,[ - - ~ _&

SHOSTAKOVICH Russia 1906-1975• 1 • . I. . - . _I_ Jr

MESSIAEN Franca 1908-1992I • 1

-- I I .I_

CAGE Estados Unidos 1912-1992L

-- -I . : . . :I •

BRITTEN Inglaterra 1913-1976, • I

--_

_.

STOCKHAUSEN Alemanha 1928-I • '( .I I

PENDERECKI Polonia 1933-t

1930 1950 1970 1980940 1960

A musica no scculo xx constitui Ulna longa hist6ria de tentativas e experien-

cias que levaram a uma serie de novas e fascinantes tendencias, tecnicas e, em

certos casas, tambem a criacao de novos sons, tudo contribuindo para que este"-

seja urn dos periodos mais empolgantes da hist6ria da musica, A medida que

aparece uma nova tendencia, urn novo r6tulo surge imediatamente para de-

fini-la, dai resultando um emaranhado de nomes terminados elll "iSlTIOS" e

"dades". No entanto, eO lna iremos ver, a maioria desses r6tulos compartilha

uma coisa em Callum - todos representam Ulna reacao consciente contra 0

estilo rornantico do seculo XIX. Tal fato fez COITI que certos criticos descreves-

sen1 essa musica COll10 "anti-romantica". Dentre as tendcncias e tecnicas rnais

irnportantes da rn usica d o seculo xx encontram-se:

Atonalidade

Expressionismo

Pontilhismo

Serialismo

Neoclassicismo

Microtonalidade

Musica concreta

Mtisica eletronica

Serialismo total

Miisica aleatoria

Impressionismo

Nacionalismo do seculo xxInfluencias jazzisticas

Politonal idade

Nem todos os compositores do seculo XX, porern, usam tecnicas radicais. Al-

guns tern continuado a compor segundo aquilo que e basicamente identificado

como 0 apaixonado estilo romantico, embora injetando em suas obras certo

grau de vitalidade ritmica e de dissonancia que as define, sem duvida alguma,

como pertencentes a este seculo. Exemplos sao 0 compositor ingles William

Walton (especialmente corn as seus concertos para viola, violino e cello) e 0

norte-americana Samuel Barber. E ha tambern aqueles que desafiam toda clas-

sificacao ou rotulo, a nao ser que se lhes de 0 de "tradicionalistas", pois sao

rnusicos que criaram UITI estilo caracteristico e pessoal, baseado principalmenter

nas tradicoes do passado. E 0 caso de Benjamin Britten, que se tern recusado

68



~. ~--- - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - -- - - - -~-- - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - -~~--- -

a seguir qualquer tendencia da moda, continuando a trabalhar com 0 mesmo

material musical de sempre, que ele rnolda e apresenta de forma nova, mui-

tas vezes surpreendente, conseguindo resultados originais, imaginativos e de

tocante sinceridade. Dentre as suas melhores obras se acham a Serenade para

tenor, trompa e cordas; a opera Peter Grimes; Spring Symphony [sinfonia Pri-

nlavera]; e U111 Requiem de Guerra.

Enquanto a musica nos periodos anteriores podia ser identificada por UlTI unicoe m es m o estilo, C01TIUma todos as compositores da epoca, no seculo xx ela se

mostra como uma mistura complexa de muitas e diferentes tcndencias. No en-

tanto, se investigarmos melhor quatro dos mais importantes componentes da

musica, encontraremos Ulna serie de caracteristicas ou marcas de estilo que

permitem definir uma peca como sendo do seculo XX. Por exemplo:

Melodias e provavel que incluam grandes diferencas de altura, freqiientemente

fazendo usa de intervalos cromaticos e dissonantes. Sao curtas e fragmentadas,

angulosas e pontiagudas, em lugar das longas e sinuosas sonoridades roman-

ticas; os glissandos (0 deslizar de notas seguidas) podem ser empregados; em

algumas pecas, a melodia pode ser totalmente inexistente.

Harmonias apresentam dissonancias radicais, COIn acordes consonantes em

proporcao muito inferior (as vezes totalmcnte evitados); podem aparecer as

clusters (notas adjacentes tocadas simultaneamente) - aglomerados.

Ritmos vigorosos e dinamicos, COIn amplo emprego de sincopados (a acen-

tuacao incidindo sabre as tempos fracas); metricas inusitadas, como com-

passos de cinco ou sete tempos (cujas raizes muitas vezes estao na musica

folclorica); mudancas de metrica de um compasso para outro; uso de polirrit-

mias - diferentes ritmos ou metricas ocorrendo ao mesmo tempo, resultando

em urn "contraponto ritmico"; de artificios de ostinato (repeticao "obstina-

da"); ou de energicos "ritmos motores", que impulsionam inexoravelmente a

musica para a frente.

Timbres a maior preocupacao com os timbres leva it inclusao de sons estra-

nhos, intrigantes e exoticos; fortes contrastes, a s vezes ate explosives; expan-

sao e, de modo geral, 0 usa mais enfatico da secao de percussao; sons desco-

nhecidos tirados de instrumentos conhecidos, como instrumentos tocados em

seus registros extremos, metais usados com surdina e cordas produzinda novas

efeitos, com 0 areo tocando por tras do cavalete ou batendo com a ponta no

corpo do instrumento; sons inteiramente novos, provenientes de aparelhagens

eletronicas e fitas magneticas,

Procure ouvir trechos das seguintes pecas:

• Stravinsky: A Sagracdo da Primavera

• Walton: 0 Festim de Baltazar

• Bartok: Allegro barbara

• Schoenberg: Cinco Pecos para Orquestra, Op. 16

• Britten: Peter Grimes

• Varese: Ionisation

• Stockhausen: Kontakte

• Penderecki: Treno para as Vltimas de Hiroxima

Ao ouvir as pecas, observe 0 tratamento dado pelo compositor aos seguinteselementos: melodia, harmonia, ritrno e timbre. EITI seguida, classifique-os de



.... ..

acordo CO I n a importancia que 0 composit or Ihes da na rnusica. (Ou sera que,

na verdade, ele nao excluiu algum desses elementos?)

Passemos agora ao estudo das correntes mais importantes da musica do seculo

XX. Mas antes precisamos voltar por urn momento ao seculo XIX.

Impressionismo o compositor e regente frances Pierre Boulez ja sugeriu que "a musica mo-

derna comeca com L 'Apres-Midi d'un Faune, de Debussy". Essa foi a primei-ra obra importante do compositor, terminada em 1894, naquilo que se chamou

de estilo impressionista - terrno tornado do estilo de pintura de urn grupo de

artistas franceses conhecidos como impressionistas. Em vez de fazcrcm suas pin-

turas parecerem "reais", esses artistas procuravam dar meramente uma im-

pressao, como a que os olhos percebem de relance: a impressao de vagos e nebu-

losos contornos, e a jogo de luzes oscilantes e movimentos fugidios.

A intencao de Debussy, por essa epoca, era afastar-se do pesado estilo

romantico alemao. Os meios que utilizou para conseguir isso foram compara-

dos as tecnicas da pintura impressionista. Do mesmo modo que os pintores

lidavam com luzes e cores, Debussy trabalhava COIn harmonias e timbres ins-

trumentais. U sava as sons por seu efeito expressivo, como "cores", e era mais

confiante em seu instinto musical do que obediente a s regras da harmonia, de

modo que as acordes dissonantes (frequentemente de nonas au 13as

) se fundem

em outros, fonnando "cadeias de acordes" em movimentos paralelos. IS80 da

a sua musica a efeito de alga vago, fiuidico, bruxule ante , que mais se acen-

tua com 0 usa original que faz das escalas: as escalas modais, a pentatonica

(mais facilmente encontrada tocando-se as notas pretas do piano) au a de tons

inteiros, construida a partir de seis notas a intervalos de urn tom (nitidamente

ouvida no inicio do segundo Prelude: Voiles, para piano - cuja traducao tanto

pede ser "Velas" como "Veus").

Em suas pecas orquestrais, Debussy explora inusitadas combinacoes de

timbres, ritmos fiuidos, texturas tremulantes, novos efeitos de luz e sombra:

evitando UITI delineamento muito marcado - sugerindo mais que definindo.

Suas melhores cornposicoes para orquestra no estilo impressionista incluem:

L 'Apres-Midi d'un Faune, Nocturnes, Images e La Mer.

De outros compositores impressionistas, podemos citar Noites nos Jardins

de Espanha, de Falla, e Pinheiros de Roma, de Respighi.

A cord es d e non a emrnovimento paralelo

9th

Escala de tons inteiros em d o

iI

!I

r

!.i"

r

iiI

HAs Casas do Parlamento ". dopintor

impressionista Claude Monet.

.- , . : : : ,: ; r _~ . . : j- = ? ; _: , 7 : :' : E

~;':Ld PHflfitf/tf~:.tfJ? : : : : . ~ , , : : : ~ : . : : ; ~ ~ w~~~~~~k%~C§i ~~~~m§,"-:": -"f::;: -"":..f::

~ f ~ : ? ; ~ X t ~~ . ~ ~ ~_, _ ~ ~ ,~ l ~ l : · N~~E~~-~

Ouca uma obra de Debussy e descreva as muitas caracteristicas de sonoridade

que tornam essa rnusica "impressionista".



o nacionalismo

no seculo xxA corrente nacionalista, iniciada durante a segunda metade do seculo an-

terior, penetrou no scculo xx. Nos Estados Unidos, Charles Ives, em suas

cornposicoes, fez usa de cancoes folcl6ricas, musicas de danca, marchas e ate

meSlTIO hinos; e Aaron Copland, em seus bales Rodeo e Billy the Kid, incluiu

cancoes de cowboys.

Certos compositores, como Vaughan Williams na Inglaterra e Bartok e

Kodali na Hungria, fizeram uma abordagem cientifica: recolheram cantos

folcl6ricos e estudararn minuciosarnente seus padroes rltmicos e me16dicos- que frequentemente percebiam basear-se em modos e escalas incomuns. Al-

gumas vezes, as pecas que escreveram foram diretamente calcadas em can-

coes folc16ricas que haviam descoberto - por exemplo, a Sonatina (baseada

em cantos da Transilvania) e as Dancas Folcloricas Romenas, de Bartok, as

Dancas de Galanta, de Kodali, e Five Variations of "Dives and Lazarus n , de

Vaughan Williams. Mais frequentemente, porern, procuravam incluir apenas

os componentes essenciais da musica folclorica que estudavam, sem fazer

realmente citacoes me16dicas. Como observou 0proprio Bart6k: "Nossa tarefa

era descobrir 0 espirito dessa musica desconhecida e torna-lo a base de nossos

proprios trabalhos." Isso iria tomar-se elemento essencial no estilo de Bartok,

notadamente em pec;ascomo Suite de Danca, Musica para Cordas, Percussdoe Celesta e Sonata para Dais Pianos e Percussao,

Dais outros grandes compositores do seculo XX, Sibelius e Shostakovich,

sao naciona1istas em um sentido mais estrito. Sibelius baseou muitas de suas

obras em lendas finlandesas. Embora nunea usasse cancoes folc16ricas, muitas

de suas rnusicas (inclusive suas sete sinfonias, que sao musica "absoluta") evo-

cam a atmosfera de sua Finlandia natal. Shostakovich identificou-se intimam-

ente corn seu pais em grande parte da musica que produziu. Suas rcalizacoes

mais importantes sao as quinze sinfonias, muitas destas retratando fatos da

historia sovietica ~ por exemplo, aN. 7 (Leningrado), a N .11 (0 Ano de 1905)

e a N.12 (GAna de 1917).

lnfluencias. ".jazzisticas

Varies componentes estilisticos da musica do seculo xx podem ser atribui-

dos a influencia do jazz norte-americano: grande vitalidade nos ritmos, por

vezes fortemente sincopados; melodias sincopadas sobre ritmo constante; blue

notes - a bemolizacao de certas notas da escala, como a terceira e a setima;

efeitos de surdina; maior interesse pelos sons de percussao; e instrurnentos

tocados em registros estridentes.

Alguns compositores - como Ravel, Milhaud, Gershwin, Kurt Weill, Stra-

vinsky, Walton e Copland - enfatizaram deliberadamente muitos desses ele-

mentos jazzisticos em alguns de seus trabalhos. Por exemplo: Milhaud em seu

bale La Creation du Monde; Stravinsky em seu Ragtime para onze instrumen-

t08 e na Histoire du Soldat; e Gershwin em Concerto para Piano, Urn Ameri-

cana em Paris e Rhapsody in Blue (que ele mesmo descreveu como "peca de

concerto de inspiracao jazzistica"),

Ouca uma das composicoes acima mencionadas. Que elementos do jazz voce

percebeu como tendo sido mais enfatizado?

Politonalidade Quando falamos da tonalidade de uma peca, referimo-nos ao seu tom. Em

uma musica escrita ern d o maior, por exemplo, ° ouvido se sentira forternente

"atraido" pelo do, a nota tonica, a que tern maior peso dentro de determinada

tonalidade. Em seguida, na ordern de importancia, vern a dominante - no caso,

a nota sol.

Certos compositores do seculo XX, contudo., introduziram a tecnica da poli-

tonalidade - passaram a utilizar dais au mais tons ao mesmo tempo (quando



_ _ • • • •• •• • _ _ • •_ _ • • - • •• - -- -: :- • . :. :: :: :: :. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. -. .. a. 'L .~ . .. . _ . .. .. .. .__ • r I T - ~ . ~ : i 2 lS ~ ==~----------~~---------------- --~~I~I

ha apenas dois tons, fala-se, par vezes, de bitonalidade). Exemplos de poli-

tonalidade podem ser encontrados nos bales Petruchka e A Sagracdo da Pri-

mavera, de Stravinsky; no Bolero de Ravel, onde tres tons (do, mi, sol) sao

envolvidos simultaneamente na terceira entrada de seu famoso tema; e em

"Putnam's Camp", da obra orquestral Three Places in New England, do com-

positor norte-americano Charles Ives (a impressao de bandas marciais com-

petindo em diferentes tonalidades).

(2 clarinetas)

•

I,

f~

Atonalidade Atonalidade significa a ausencia total de tonalidade. A musica atonal evita

qualquer tonalidade ou modo, fazendo livre uso de todas as 12 notas da escala

cromatica. Uma vez que se da igual importancia a todas as notas, deixa de

haver qualquer forca de atracao convergindo para urn centro tonico. A atonali-

dade foi a consequencia 16gica de uma tcndencia iniciada no periodo roman-

tieo. Certos compositores (Wagner em particular) ja haviam usado livremente

acordes dissonantes cromaticos - introduzindo notas estranhas a tonalidade

para "colorir" suas harmonias. COIn 0 decorrer dos anos, tantos foram os cro-

matismos introduzidos, ao lado de ousadas e repentinas modulacoes, que em

certos momentos 0 ouvinte ja nao tinha certeza da tonalidade em que a rnusica

fora construida. Gradualmente, a tonalidade - 0 sistema tonal maior-menor

que par 300 anos dominou a musica ocidental- se enfraqucceu, e comecou aruir por terra.

Algumas tecnicas adotadas por Debussy - principalmente 0uso de acordes

dissonantes em movimento paralelo e da escala de tom inteiro - contribuiram

muito para esse enfraquecimento. Se voce observar com atencao 0 exemplo da

p.70, vera que e impossivel formar qualquer acorde comurn, como do-mi-sol,

com as notas dessa escala.

Todos esses procedimentos acabaram por levar a atonalidade, que se tor-

nou a pr6pria essencia do estilo dos compositores expressionistas,

J

Expressionismo Esse e outro tenno tornado da pintura - no caso, da escola expressionista,

que floresceu em Viena no principia do seculo xx. Com tons extremamente

vigorosos, as pintores dessa escola jogavam sabre as telas suas experiencias

e estados de espirito mais intimas: 0 mundo tenebroso de seus terrores mais

secretos e as fantasticas vis6es do subconsciente - muitas vezes sugerindo a

desagregacao mental.

Na musica, 0 expressionismo cornecou como urn exagero, ate mesmo uma

distorcao, do romantismo tardio, em que as compositores passaram a despejar

na musica toda a carga de suas emocoes mais intensas e profundas. Dentre as

que escreviam em estilo expressionista estavam Arnold Schoenberg (que tam-

bern era pintor) e seus alunos: Alban Berg e Anton Webem. Os tres, traba-

lhando juntos na capital austriaca, tornaram-se conhecidos como "A Segunda

Escola deViena" I

Na prime ira fase, a musica expressionista apoiava-se em harmonias quese tomavam cada vez mais crornaticas, 0 que acabou levando a atonalidade.

A musica expressionista em estilo atonal e caracterizada por harmonias extre-

mamente dissonantes; melodias freneticas, desconjuntadas, incluindo grandes

saltos; contrastes violentos e explosivos, com os instrumentos tocando aspera-

mente nos extremos de seus registros. 0 expressionismo foi prefigurado no

sexteto de cordas Noite Transfigurada, de Schoenberg, escrito em 1899. Em

1908 ele compos 0 Segundo Quarteto de Cordas, que inclui no terceiro e no

quarto movimentos uma voz de soprano. Mas e no quarto movimento que

Schoenberg abandona de vez a tonalidade, partindo para sua primeira aventura

atonal. (0 soprano corneca, muito apropriadamente: "Sinto 0 ar de outro pla-

neta.; Dissolve-me ern sons...".)

72



~ _.- .- .------_ - --- . . . . . . . _,_ . . . . . . . . . . . .------ _

"Pontilhismo" Outras importantes obras do expressionismo atonal incluem, de Schoen-

berg, Cinco Pecas para Orquestra, Op. 16, e Pierrot Lunaire, para soprano e

cinco instrumentistas (a parte vocal esta escrita conforme 0 que ele chama de

Sprechgesang - meio falada, meio cantada). De Alban Berg, Tres Pecas para

Orquestra, Op. 6, e a bela opera Wozzeck. De Anton Webern, Cinco Pecas

para Orquestra, Op. 10. Nas obras de Webem - rnuito curtas e extremamente

concentradas -, todos as instrumentos sao tratados eOlTIO solistas, quase sem-

pre tocando notas isoladas - raramente mais que tres ou quatro ao mesmotempo. 0 resultado e um tecido sonora que consiste em timbres instrumentais

dardejando diminutas fagulhas luminosas (descritas por Stravinsky como "0

cintilar dos diamantes de Webem"). Essa tecnica tern sido comparada C O lT I a

dos pintores pontilhistas (Seurat, por exemplo), que, em vez de boas e largas

pinceladas, jogavam sabre suas telas uma infinidade de minusculas [agulhas

ou ponticulos .

. - _ . . . . _ - .. c .: : - = _ _ ' : ' "- : " "- . - :- . . . . .

t :x~2:~ '~{]!CH)(;) Procure ouvir uma peca de Schoenberg, Webem ou Berg. Que tracos a identi-

ficam como sendo do estilo expressionista?

Serialismo OUdodecafonismo

Tendo abandonado 0 sistema maior-menor elll favor da musica atonal, Schoen-berg chegou a conclusao de que era necessaria formular outro principia para

substituir 0 da tonalidade - urn novo procedimento, em termos de composi-

'tao, que desse unidade e coerencia a uma peca atonal. A solucao encontrada

foi 0 que chamou de sistema dodecafunlco au serialismo.

Na composicao de uma peca dodecafonica, 0 compositor ordena, inicial-

mente, todas as 12 notas da escala cromatica, segundo uma ordem de sua pro-

pria escolha. Forma entao uma sequencia de notas, a serie fundamental em

que vai basear toda a cornposicao. As 12 notas tern igual importancia, Ne-

nhuma deve aparecer fora de sua vez (ainda que, em certas circunstancias,

uma nota possa ser imediatamente repetida), embora qualquer nota da serie

possa ser usada em qualquer oitava. A serie, alern de sua forma original,

p od e estar escrita das seguintes maneiras: retrograda, quando for lida de tras

para a frente; em lnversao, de baixo para cima; au ao mesmo tempo de

tras para diante e de baixo para cima, quando ocorre a inversao retrograda.

r

-

I

i

jlI

I

1,l

![i

(original] lretrogradal

1 2 3

linversao l

4 5 6 7 9v

10 11 12 12 " R 10 9

linversao retrograda]b~ 9·

7 6 5 4 2 1

1 2 4 5 6 7 8 9 10 11 12 12 11 10 9 8 7 6 5 4 2 1

Cada uma dessas series pode ser transposta, comecando em qualquer nota daescala cromatica, 0 compositor pode entao usar qualquer uma dessas vcrsoes

quer horizontalmente, para construir temas (que podem ser tecidos em con-

trap onto ), quer colocando as notas na vertical, para formar acordes como har-

manias de apoio. Em qualquer forma, naturalmente, as series s6 fornecem ao

compositor 0 material basico - a serie de notas. Ele deve usaf 0 talento e a

imaginacao para aplicar esse material na construcao de temas e acordes, na

formulacao de padroes ritmicos, na maneira de selecionar timbres instrumen-

tais e na criacao de texturas.

A serie mostrada acima [oi a que Schoenberg imaginou para suas Varia-

coes para Orquestra, Op. 31. Depois de uma introducao de mais ou menos 75

segundos, terminada com uma pequena pausa, os cellos entram com0

tema.Este consiste em uma serie em quatro versoes, na seguinte ordem: 1) Original,



..

2) inversao retr6grada, 3) retr6grada e 4) inversao. Schoenberg transpoe (2)

e (4) e, naturalmente, todas as notas da serie podem vir em qualquer oitava.

As harmonias do acompanhamento sao feitas COIn as notas da serie, dispostas

verticalmente para formar acordes.

.. .. :::I'llmulto tranquilolinversao]

1 = = ::::-= 15 •

lretrogradal

Os discipulos de Schoenberg, Webem e Berg tambem adotaram 0 serialismo,

mas de maneiras bern diferentes. Berg foi muito mais livre em sua abordagem,

usando as notas seriais fora da ordem e frcquentcmcnte trazendo material extra

se lhe parecesse necessaria ao efeito que desejava criar. Ele e capaz de ordenar

as notas de uma serie de modo a deixar implicitos acordes reconheciveis do

sistema tonal maior-menor. A scrie sobre a qual baseou seu elegiaco Concertopara Violino comeca com uma cadeia de tercas ascendentes que esboca quatro

triades entrelacadas (sol menor, re maior, hi menor e mi maior), terminando

com quatro notas da escala de tons inteiros. Esse concerto foi escrito como urn

requiem em memoria de Ulnajovem conhecida sua, morta de paralisia infantil,

No ultimo movimento, Berg introduz urn coral de Bach (Es ist genug [Basta]),

que comeca com quatro tons inteiros. Berg constr6i sua musica atonal em torno

de urn coral, de forma cornovedora e plenamente convincente.

.

tons inteiI<?S,r "~~~- . . . . . . .

tons inteirosr - b L 1

... . " I . •. - & - - - - - - -

Basta! Senhor, quando for de vossa vontade, livrai-me de minhas penas.5 6 7 8 9 10 11 12

omodo como Berg mistura tecnicas seriais com hannonias pr6prias do sistema

tonal talvez seja a principal razao por que muitos ouvintes acham sua musica

mais acessivel do que as de Schoenberg e Webem.

Webem e bern mais radical no emprego do serialismo. Seu objetivo, em

geral, e criar formas perfeitas e estruturas semelhantes as que sao observadas

em certas flores enos cristais minerais. Suas obras seriais incluem: a Sinfonia,

Op. 21; 0 Quarteto para Clarineta, Saxofone Tenor, Piano e Violino, Op. 22; e

o Concerto para Nove Instrumentos, Op. 24.

O U9a algumas pecas de Schoenberg, Alban Berg e Webem. Ao ouvir cada peca:

a) Descubra a qual dos componentes musicais - melodia, ritmo, harmonia e

timbre ~ se atribuiu maior importancia.

b) Descreva 0 tipo de textura usado por cada urn desses compositores.

Neoclassicismo Neoclassicismo e urn tenno que descreve urn estilo de musica do seculo xxcaracterizado por forte reacao do romantismo tardio. As texturas extremamente

espessas e congestionadas, exigindo uma massa de executantes, foram substi-

tuidas por uma clareza de linhas e texturas caracteristica da musica anterior

ao periodo romantico. A expressao de emocoes intensas era deliberadamente

evitada.

74



----

Alguns compositores buscaram inspiracao no periodo classico propri-

amente dito: 0 caso da rnusica de Haydn e Mozart. Outros voltaram ainda

mais no tempo, ate 0 barroco, tendo como modelos Bach e Handel, Purcell

ou Monteverdi. Na Inglaterra, Vaughan Williams inspirou-se no estilo modal

dos cornpositores sacros da opera Tudor (como na Fantasia sabre urn Tema

de Thomas Tallis au na Missa em sol menor), e Tippett integrou a seu estilo

original a flexivel textura ritmica e 0 contraponto imitativo dos madrigalistas

elisabetanos (como no Concerto para Dupla Orquestra de Cordas e no Segun-do Quarteto de Cordas).

Na verdade, porem, 0 neoclassicismo denotava a reelaboracao de estilos,

formas ou tecnicas pertencentes a qualquer periodo anterior ao romantismo do

seculo XIX - portanto, sem as vicios dessa escola. Dentre as formas e con-

cepcoes classicas tipicamente "redescobertas" pelos compositores neo-clas-

sicos estao a tocata, a passacaglia, 0 concerto grosso, as formas de fuga e

os artificios do ostinato. Contudo, se as neoclassicos iam buscar suas fontes

de inspiracao no passado, nao deixavam por isso de imprimir em suas com-

posicoes marcas bern pr6prias do seculo XX: modulacoes repentinas, subitas

"torcoes" mel6dicas e harmonias ousadas, quase sempre introduzindo deli-

beradamente "notas erradas" au fazendo usa da politonalidade. "Ritmos mo-

tores" podem ser usados para impulsionar a musica vigorosamente. As textu-

ras sao frequentemente polifonicas, com estridentes dissonancias que poem

em grande rclevo as linhas distintas do contraponto. As orquestras tornam-se

menores e apresentam as instrumentos fazendo fortes contrastes de timbre. 0

estilo neoclassico e , em geral, propositadamente "frio" - da especial preferen-

cia aos instrumentos de sopro e percussao, em detrirnento da expressividade

das cordas.

Obras caracteristicas do estilo neoclassico sao 0 bale Pulcinella (baseado

ern rnelodias de compositores barrocos, sobretudo de Pergolesi), 0 Concerto

para Piano e Instrumentos de Sopro e a Sinfonia dos Salmos, de Stravinsky;

as quatro Concertos, Op. 36, para piano, cello, violino e viola, e a Musica de

Concerto para Metais e Cordas, de Hindemith; 0 bale Les Biches e 0 ConcertChampetre, para cravo e orquestra, de Poulenc; diversas obras de Prokofiev,

especialmente a opera 0 Amor das Ires Laranjas, as concertos e sonatas para

piano, e a Sinfonia Classica, composta ~ segundo explicou 0 autor - "tal como

o teria feito Haydn, se ele vivesse em nossa epoca".

• : - . : • ~ : ~ ~ ~ ~~? B Procure ouvir alguns trechos das musicas que mencionamos acima.

a) Que caracteristicas do estilo neoclassico voce pode perceber?

b) De que maneira 0 neoclassicismo se opoe ao romantismo?

N0\/05 sons,• •

novos materials

Muitos compositores, a procura de nOVDSmate ria is p ara in co rp o ra r a musica,

viram no Oriente uma bela fonte de inspiracao, Par exemplo, Olivier Messiaen,compositor frances, tern usado em suas musicas ritmos hindus e padroes me-

trice s d a poesia classica grega. No entanto, el e os disassocia de seus contextos

i: significados originais para que possam servir a seus prop6sitos. Outro mate-

~ 2 . 1 2 . exercer grande fascinio sabre Messiaen e 0 canto dos passaros - tanto

= ~ '2 e s ua te rra como as dos lugares mais ex6ticos do mundo. Os ritmos e sons

~~,~~s cantos, por ele registrados com incrivel precisao, tornaram-se a base

~~ :- : -_ -~~:a ,e suas composicoes, como Revell des Oiseaux [0 Despertar dos

- = . : ~ - ~ - . : c·_~,_\~. para piano e orquestra, Oiseaux Exotiques. para piano e pequena

= ~ - _ . ~ : ~ S ~ = - 2 . e Catalogue d'Oiseaux, uma seric de 13 pecas para piano, baseadas1 r d F. .::. '- .- - ~ . . ...- ~ .. ::: - i - ' 1 " . - .

.... -- .----~-~~ ~L~ pas~aros a ran9a~

~ ~ - ~ : - = ~ - J_ ~ -: _ e r ic an o J o h n Cage e outro que se mostrou interessado tanto pela

- - - ~ : . . ~ ~ ~ = ~ ~ - - . ~ ;'c la s filosofias orientais. Suas Sonatas e Interludios para "Piano

--



- .

r

I

preparado" expressam as "permancntcs emocoes" - magoa, alegria, medo e,

raiva - da India tradicional. Cage criou novos sons "preparando" 0 piano:

nozes, correntes, parafusos, pedacos de borracha e de plastico eram inseridos

sabre e sob certas cordas desse instrumento. 18S0 afetava tanto a timbre como

a afinacao das notas, produzindo sonoridades profusamcnte variadas, a sugerir

sinos, gongos e tambores orientais,

Diversos outros compositores fizeram expcricncias semelhantes no intuito

de produzirern novas sonoridades. EIl1 sua obra Treno para as Vitimas de Hi-roxima, 0 compositor polones Penderecki a s vezes pede que as instrumentos

de corda sejam tangidos entre a cavalete e 0 estandarte, au sabre a pr6prio es-

tandarte, ou que 0 som seja tirado batendo-se com 0 talao do areo sabre a caixa

de ressonancia. Em outra obra, A Paixdo Segundo sao Lucas, ele inclui, alem

do canto normal, murmurios, falas, sussurros, gritos, assovios e silvos. Como

muitos outros compositores do seculo XX, Penderecki fez usa de clusters e

microtons (intervalos menores que urn semitom).

Toda uma nova extensao sonora - de perspectivas ilimitadas - pode ser

encontrada ao se explorarem a musica concreta e a musica eletronica,

Musica

concreta

No final da decada de 1940,0 compositor frances Pierre Schaeffer comecou

a fazer, no Estudio de Ensaios da Radio Francesa, cxpcriencias com 0 que

chamou de musique concrete - musica composta de forma "concreta", dire-

tamente sobre fitas magneticas, sem a abstracao da simbologia musical. Os

sons por ele registrados eram sons naturais., como a de uma porta batendo,

Ulna rolha saltando da garrafa etc. Em seguida, esse material era transferido

para outra fita, em que os sons eram misturados, superpostos e modificados de

diversas maneiras. Pode-se modificar a altura do som alterando-se a rotacao

da fita (quanta maior a velocidade, mais alto sera 0 som, e vice-versa)., au

toca-la no sentido inverso. A cornposicao resultante e uma montagem de sons

armazenados em fita, que pode ser tocada a vontade, dispensando a figura do

"interprete" .

I

rI

I

I

i

I

Procure ouvir uma gravacao de rnusica concreta. Sera que voce consegue identi-

ficar alguns dos sons originais que aparecem transfonnados nessa cornposicao?

Musica

eletronica

A musica eletronica originou-se na Alemanha, na decada de 1950, e inclui

todos as sons registrados por microfones (como a musica concreta) e tambem

aqueles produzidos par geradores elctronicos de sons. 0 componente basico

da producao sonora e 0 oscilador. Os sons produzidos podem tanto ser "pu-

ros" (sem a seric harmonica ou sobretons) como "impuros", dependendo da

vontade do compositor. Outro tipo de sonoridade e 0 "som branco" - urn ruido

parecido COIn uma rajada, obtido pela soma de todas as frequencias audiveis.

Os sons podem ser eletronicamente modificados de varias rnaneiras, in-

cluindo-se ° ajustamento de volume, a filtragem (supressao de frequencias

indesejadas), a adicao de vibratos ("ondeamento"), reverberacoes (0 "retar-

damcnto" do SOITI, de modo que ele desapareca lentamente), ecos (0 SOIn erepetido enquanto vai desaparecendo), Os sons podem ser mixados juntos,

sobrepostos., au divididos em fragmentos distintos. Determinados sons tam-

bern podem ser gravados em diferentes pedacos de uma fita para depois serem

juntados, ou se pode fazer uma fita que retorne ap6s 0 final, de modo a se

repetirem os sons, criando-se assim urn efeito de ostinato. E ., naturalmente, urn

papel importante e desempenhado pelas tecnicas basicas da musica concreta,

como a inversao de sons (muitas vezes produzindo urn crescendo que termina

com urn corte abrupto) e a alteracao da altura - embora, par meios eletronicos,

..

76



.- _ _ . ..

esta possa ser modificada gradualmente, com efeitos de glissando. Na edicao

da fita, as subitas clcvacoes e quedas de som podem ser suprimidas.

Uma composicao eletronica pode consistir somente em sons gerados ele-

tronicamente, pre-gravados em fitas oumanipulados "ao vivo" diante do pu-

blico. Ou pode ser a combinacao de sons com vozes ou instrumentos, soando

naturalmente au transformados por processos eletronicos, ao vivo ou gravados.

Urn dos rnais importantes compositores de musica eletronica e Karlheinz

Stockhausen, autor de obras como Kontakte, para sons eletronicos, piano epercussao; Telemusik; Mikrophonie I, para gongo, dois microfones, dais filtros

e dois potenciometros; e Gesang der Jiinglinge [Canc;iio dos Jovens], elTI que

a voz de uma crianca aparece combinada com sons eletronicos. Outras obras

eletronicas incluem Visagefor Tape (baseada na voz de Cathy Berberian mis-

turada com sons eletronicos), de L u c i a n o Berio, e C0J110 una ala de Fuerza y

Luz [Ca1110 U111aOnda de Force e Luz], de Luigi Nono. Neste trabalho atmos-

fcrico, soprano, piano e orquestra aparecem "ao vivo" em cornbinacao com

uma fita pre-gravada que apresenta os sons eletronicamente modificados do

soprano, do piano e de urn cora de vozes femininas.

Serial ismototal

Em 1949, Messiaen compos uma pcca para piano intitulada Mode de Valeurs etd'Intensites [Modo de Valores e de In tens idades], que baseou em series fixas,

nao sornente de alturas, mas tambem de duracao (valores das notas), dinamica

e de toque (maneira de produzir 0 sam). Isso levou 0proprio Messiaen e seus

dois discipulos, Boulez e Stockhausen, a fazerern experiencias C O I T I 0 serialis-

mo total, onde a altura, a duracao, a dinamica e 0 toque da serie de 12 elemen-

tos sao inteiramente controlados pelos principios serialistas de Schoenberg.

Boulez foi 0 primeiro a usar 0 serialismo total em suas Structures I, para dais..

pianos.

Mais tarde, Stockhausen chegou it conclusao de que qualquer aspecto do

som poderia ser controlado pelos procedimentos seriais. Sua obra Gruppen

[Grupos] usa uma escala de 12 tempos e e tocada por tres orquestras, bern

afastadas entre si, cada qual com seu regente.

Musica

aleatoria

Enquanto 0 serialismo total e a musica elctronica permitem que 0 composi-

tor tenha maior controle, a musica aleatorla (do latim. alea, "dado") procura

maior liberdade, jogando com certo grau de imprevisibilidade e de sorte, tanto

no processo da cornposicao quanta durante a execucao da obra, au em am-

bos os momentos. Que notas usar e como usa-las, essa e uma decisao que 0

compositor pode tomar jogando dados. Ao executante se apresentam diversas

alternativas, cabendo-Ihe escolher que notas ou que parte da musica ira tocar,

e tambem em que ordem 0 fara. A altura das notas pode ser indicada, mas nao

sua duracao, au vice-versa. Tambem se pode pedir que ele contribua com algu-

mas notas de sua escolha, tocadas de improviso. Ern algumas pecas, nem mes-

rna as notas sao fornecidas: apenas uma seric de simbolos, urn diagrama, urn

desenho, ou nada l T I a i s que uma ideia, tudo para s e r livremente interpretado.

Tanto Cage como Stockhausen fizeram ample uso de procedimentos

aleat6rios em suas composicoes. Imaginary Landscape N.4 [Paisagem Ima-

ginaria N.4J, de Cage, e para 12 aparelhos de radio ligados em diferentes es-

tacoes. Cada aparelho tern dais "executantes" - urn para tratar da sintonia e

outro para controlar 0 volume. Seu Concerto para Piano e Orquestra pede ser

executado como obra para solo, peca de conjunto, sinfonia, aria (para soprano)

ou concerto para piano. Cada rnusico escolhe, em qualquer ordem, um numero

qualquer de paginas de sua partitura. A coordenacao se faz pela indicacao do

tempo decorrido, com 0maestro convertendo seus bracos nos ponteiros de UlTI

relogio,



------__--

A Peca para Piano N.XI, de Stockhausen, consiste em 19 sccoes para

serem tocadas em qualquer ordem. Ao pianista cabe tambem escolher entre

seis andamentos, dinamicas e modos de tocar (legato, staccato etc.). Na peca

Zyklus [Cicio], destinada a instrumento de percussao, 0 unico instrumentista

tern liberdade para comecar em qualquer pagina da partitura, que e espiralada e

pode ser lida no sentido horario, anti-horario ou mesmo de cabeca para baixo.

Depois 0 instrumentista passa a seguir as paginas ordenadamente, terminando

a peca CO I n a primeira batida da p agina p or onde comecara.Stockhausen levou a rnusica aleat6ria a urn ponto extrema com aquila que

chamou de "musica intuitiva". Em maio de 1968, ele se isolou por sete dias,

sem comer, apenas mergulhado em profunda meditacao. Disso resultou Aus

den Sieben Tagen: Compositions May 1968, da qual damos aqui urn trecho:

Ankunft ["Chegada'''] (para qualquer mirnero de instrnmentistas)

Abandone tudo, estamos no caminho errado.

Comece por voce mesmo: voce e urn musico.

Pode transformar todas as vibracoes do mundo ern sons.

Se voce aeredita nisso firmemente, e de agora em diante jamais duvidara,

comece com os exercicios mais simples.Fique em completa imobilidade, ate deixar de pensar, querer e sentir qualquer

•

coisa.

Sinta a alma, urn poueo abaixo do peito.

Deixe que seu esplendor va impregnando suavemente todo 0 seu corpo, de

cirna para baixo e de baixo para cima, ao mesmo tempo.

Abra sua cabeca, no alto, ao centro, urn pouquinho para tras, e permita que a

corrente que paira sobre voce penetre nesse ponto, como uma densa esfera.

Deixe que a corrente tome conta de voce, suavernente, da cabeca aos pes, e que

continue sempre fluindo.

Calmamente, pegue seu instrumento e toque, prirneiro, so notas simples.

Deixe que a corrente flua por todo 0 instrumento ...

Ai voce vai experimentar tudo par si mesmo ...

Explique 0 que entende por: politonalidade; atonalidade; ostinato; sincopado;

escala de tons inteiros; cluster; surdina; retr6grado; Sprechgesang; microtons.

a) Ponha na ordem de nascimento os names dos dez compositores citados

abaixo:

( ) Bach

( ) Mozart

( ) Tchaikovski

( ) Beethoven

( ) Purcell

( ) Byrd

( ) Britten () Machaut

( ) Wagner ( ) Bart6k

b) De a nacionalidade deles e cite uma obra de cada UITI.

No quadro da p.68, s6 foi possivel colocar 0nome de alguns compositores do

seculo xx. Cite alguns outros que tambem poderiam figurar nele, mencionan-

do-Ihes a nacionalidade e uma das obras.

Pesquisa Dentre as musicas de compositores do seculo XX, cite as cinco que

mais a impressionaram. Procure informar-se quanta a essas pecas e os respec-

tivos autores e faca urn breve resumo sabre cada urn deles.

78



~--------~-------- _ . _ -

Ouca cinco pecas diferentes de compositores do seculo xx.a) Faca Ulna descricao de cada um a das pecas, mencionando todas as

tecnicas ou procedimentos tipicos do seculo xx que voce conseguiu

perceber.

b) Sugira urn "rotulo' que poderia aplicar-se ao estilo da musica e, se pas-

sivcl, identifique 0 compositor.

Das pecas de compositores do seculo XX que voce ouviu, qual fo i a que achou:a) mais interessante

b) mais agradavel

c) mais desagradavcl

Justifique as respostas.

Em sua opiniao, que tendencias ou tecnicas usadas pelos compositores do se-

eulo XX poderiam ser mais exploradas e desenvolvidas, de modo a fornecer os

principais elementos para a "musica do futuro"? Por que julga que composi-

tores do futuro irao acha-las dignas de sua atencao?

., .XerCICIO Ouca gravacoes de obras pertencentes aos seis periodos da historia da musica,

mas com 0 cuidado de coloca-las fora de sua ordem hist6rica. (0 quadro sin6p-

t ic o most ra do na p.80 0 ajudara nesse trabalho.)

Antes de ouvir: Refresque a memoria relendo as listas que contem as principais caracteristicas

de estilo de cada periodo musical. Estas se acham ao final de cada urn dos

capitulos deste livro,

Enquanto estiver ouv indo : Anote todas as caracteristicas de estilo que descobrir em cada uma das pecas,

juntamente com outros detalhes de interesse.

O ep ois d e ouvir: Faca ur n breve relat6rio sobre cada peca, mencionando:

a) 0 periodo musical em que foi composta e, se possivel, 0 nome do compositor

b) 0 tipo da peca, com detalhes sabre as forcas utilizadas em sua execucao

c) quaisquer outras "dicas" que 0 tenham ajudado no trabalho de identi-

ficac;ao



II

I

iI

~

I

!!

1rlf

lIII,

ti

i,

ii

- -tS>.!

I

ooO..._- - - -

N--.-- - _ . . -

I IIn :s It

• . C J(0

I ....• 1 " . . . . -t-

eO '0. . . . . . ,. . . . . . . .

('Q

Q)Q)

. . . . . . . . . . .w «

l~ II.--j

- -

1-

•••,...-~I

)(

X0

- < !u

I~

I

U

II

. . . . . .

I

0(/)

':>0

8:E

. . . . . ,.. «. . .c >C« J

E0z

0

I

a!

IIIi

8~_. -

'"

•

VI~

~. . .I

(J

II

. . . . - - .- - - - - - . . . .. . - - .-. ..- •••

••

••...

I . . .- .- - - !-

•••

••• •••

•••

...8oN

- -

c oeC O

. . . . . . . . . . .. . . . . .c a

r----Ll................:~_ _ r _ p S _ ~ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 0-= 6111 , . .. . .i ·..r.m ~

.c< C

0

I

80

I

I'

1e. . . . .

l

J

W

I

l-

I c Z: c :

i•

1

CJ

J

. . . . . .C J : 1

~

:>

•~

1j

~

J

0

~ .

g UJ

!

~

,

>

r

. . . . . .

j

0

j~i

B .: : : >

1

~

CZ

l·2 S

UJ

if d

. . .J

CC D

IX

m. . .c aC g

~

._.

='-_ t : : 0~

t)

~

•. . . . . . . , . .IV

~

I...c,

••

ta

0 CO

C)

~

i ....a .:. . . . . ,

. . . . (g

L L .

\i:0 +J

+- C(0- m~

0U

•••

en. . . . ._.

" '2 '~

. . . . . . _ '--

0 f -c •CO

cC T J

. . . . . . . . . .

8• ~

' 1 1 " " " - ' ~

•

J:0

0

t:c0g

••

. . . . . . .~

• N(I.)

c:~

. . . . . . . . . . .

ct1t...

0o

. . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .

•••

•••

•••

oc

--------.l__~• C O• (III· . . . , -....-t: G. l

~ 0

t: : ~

r-----:~~~----------------8 13

... ~

0--..__

~

~

o. P. 0, . . _. , . . . .

•••

. ..

.. - . "".

._t.f)

..

8 ·~ -. «.. > ._.........._.._....................oze na:

o «o '"~ - - ~ ~ s _ - - - - ~ ~ - - J

«~

c

coIn

" . . . . . . . . .

fACO

t/ 'J1 = . . . . .. • >

~

•(1)

•.. .._

-c0

Cl)

+-' • " EQJ • •. . . , • •0

tI)

:!~

~

~

c~ (tJ

~!. g 0

::)(tl

E~

•

"•

e~

QQV... ._

• r 7 7 • -c ~

f lUQ.

::s'Qe

. . . . .: .. ' . . ..

0•

0••

en t g

0.J:U

0 0co ~

ccoU

.. ' ., .

~'I~F~rr~F.~~d_n~~~~ __ ~~ ~

. . . . . . . .

. .. . ,z '7 . . . . _ . . , - 8 · -- - ~

. . . . .

. d I • • I II · · o r . . . . . 8

. .. ' . . . . . .. .. ' I '

roy bennet sec xix e xx0001

Documents