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267 RITUAL RECONHECIMENTO CONJUGAL

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RITUAL

RECONHECIMENTO

CONJUGAL

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INSTRUÇÕES ESPECIAIS

A cerimônia de Reconhecimento Conjugal, como o próprio nome indica, tem em vista referendar em Loja, o casamento já realizado perante as autoridades civis competentes, de acordo com as leis do país. É realizada por solicitação do Irmão interessado.

Após a cerimônia, será entregue aos cônjuges um Diploma de Reconhecimento Conjugal, assinado pelas Luzes.

Todos os Irmãos deverão estar maçonicamente trajados, preferencialmente com terno preto, portando uma fl or branca na lapela esquerda. O Esposo também estará assim paramentado.

È importante que o Irmão Mestre de Harmonia prepare com antecedência, as seguintes músicas: Marcha Nupcial – Aleluia e Primavera (de Vivaldi).

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DECORAÇÃO DE TEMPLO

1º - No Oriente, defronte ao Altar do Venerável Mestre, haverá um Altar triangular (o Altar da Consagração), coberto com toalha branca, sobre o qual estará a Bíblia fechada e sobre esta o esquadro e o compasso, sem disposição ritualística.

2º - À frente deste Altar (da Consagração) estará o Altar dos Perfumes, também coberto com toalha branca. Sobre ele, estarão colocados um braseiro, naveta com incenso de boa qualidade, turíbulo, pequena bandeja com as alianças, cesta de fl ores, um ramalhete de rosas vermelhas, uma lembrança a ser oferecida em nome da Loja e o Diploma de Reconhecimento Conjugal.

Caso esta mesa seja pequena para comportar o material descrito, poderá ser substituída por uma outra, retangular.

3º - À frente desse Altar ou Mesa e na mesma linha onde se sentam o Porta-Bandeira e o Porta-Estandarte, deverão ser colocadas duas cadeiras, frente a frente, para assentos dos esposos, no momento próprio. (Plano a seguir)

4º - No Ocidente, em ambas as Colunas, a primeira fi leira deverá ser ocupada pelos familiares. As demais, preferencialmente pelos convidados dos esposos.

5º - O Pavilhão Nacional será introduzi e retirado do Templo, com as devidas formalidades.

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RITUAL

ABERTURA DOS TRABALHOS

O Mestre de Cerimônias, depois de acompanhar o Venerável ao Trono,

dirige-se para entre Colunas, verifi ca se todos os Obreiros estão em

seus lugares devidamente paramentados e anuncia: “Os lugares estão

preenchidos, Venerável Mestre”. O Venerável dá um golpe de malhete e

todos se sentam. O Mestre de Cerimônias dirige-se ao seu lugar.

VEN∴ - (!) Em Loja, meus IIr∴

VEN∴ M∴ Meus Irmãos, tratando-se de uma Sessão Especial destinada ao reconhecimento Conjugal de nosso Irmão F... e Cunhada F..., somente a simples abertura e fechamento do Livro da Lei serão processados nos momentos ritualisticamente previstos. Também não haverá leitura do balaústre, leitura do expediente e circulação das Bolsas.

(*) - ATENÇÃO! A partir deste momento fi cam suspensos todos os sinais e posturas maçônicas.

VEN∴ M∴ Irmão Mestre de Cerimônias, ide à sala onde se encontram os familiares e convidados do nosso Irmão F....., convidando-os a darem entrada no Templo, exceto o nosso Irmão e sua digna esposa F..., para os quais reservamos recepção solene.

(De pé, meus Irmãos, sem estar à ordem.)

M∴ HARM∴ (Inicia a execução musical apropriada.)

M∴ CCER∴ (Sai, faz o convite e vindo à frente dos convidados, dá uma simples batida na porta do Templo, que lhe será aberta. Entrando, são os convidados orientados aos seus lugares.)

(Pausa, até que todos estejam em seus lugares.)

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VEN∴ M∴ (*) Sentemo-nos.

Senhoras e Senhores!

A Augusta e Respeitável Loja Simbólica “..............” n°......, Jurisdicionada à M∴ R∴ Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás, tem a honra de por meu intermédio, dar a todos os presentes sua saudação de Paz, Concórdia e Boa Vontade.

(Pausa)

VEN∴ M∴ Irmão Orador, tende a bondade de explicar o objetivo de nossa reunião, lendo as Disposições Gerais que nos regem nestes atos.

ORAD∴ Minhas senhoras e meus senhores: esta cerimônia só se efetua por solicitação de um Mestre Maçom, com o objetivo de nos apresentar sua legítima esposa.

Não pode, nem deve, por conseguinte, ser confundida com o matrimônio propriamente dito que todo o Maçom contrai de acordo com nossas leis civis, nem se trata de substituir o matrimônio; pelo contrário, nós nos limitamos ao reconhecimento Maçônico deste matrimônio, e a Loja que o outorga, deve estar satisfeita, por documentos autênticos e informações testemunhais indubitáveis, de que o maçom de que se trata, cumpriu todos os requisitos e formalidades que as leis do país estabeleçam para a validez no matrimônio.

Só reconhecemos pois, matrimônios legítimos e ao mesmo tempo compartilhamos com nossos IIrm∴ de sua justa e louvável satisfação, em momento tão solene e decisivo para a vida dos homens, fazendo do reconhecimento dos cônjuges, nossos elevados ensinamentos morais que são a base da Maçonaria Universal.

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VEN∴ M∴ Irmão Mestre de Cerimônias, componha a abóbada de aço e após, fazendo-vos acompanhar dos Irmãos Expertos, ide ao encontro de nosso Irmão F... e sua digna esposa F..., convidando-os, juntamente com seus padrinhos, a darem entrada solene em nosso augusto Templo.

M∴ CCER∴ (Primeiramente compõe a abóbada.)

G∴ TEMP∴ (Abre completamente a porta, mantendo-a assim até a entrada dos cônjuges.)

M∴ HARM∴ (Prepara a música: “Marcha Nupcial”.)

VEN∴ M∴ (Tendo o cortejo chegado à porta:)

(*) Formai a Abóbada de Aço. Queiram levantar-se, meus Irmãos e convidados.

(Pausa)

VEN∴ M∴ Adentrai o Templo, Irmão Mestre de Cerimônias e conduzi o nosso Irmão F... e sua honrada esposa F... até o Oriente.

M∴ HARM∴ (Inicia a execução musical (Marcha Nupcial), diminuindo-a em nível de surdina, até a extinção.)

VEN∴ M∴ (*) – Sentemo-nos.

Irmão Mestre de Cerimônias, providenciai a entrada do Pavilhão Nacional.

(Estando o Pavilhão à porta do Templo:)

VEN∴ M∴ (*) De pé, todos os presentes.

(Terminada a entrada formal do Pavilhão, o Venerável pede que todos se sentem.)

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(Desce do Trono, toma um ramalhete de rosas vermelhas, oferece à Cunhada nubente, dando as boas vindas aos cônjuges, dizendo:)

VEN∴ M∴ Irmão F....... e vós, sua digna esposa; a Respeitável Loja “.........” nº...., satisfeita de vos haverdes unido em matrimônio, está disposta a reconhecer-vos como legítimos esposos, se, aqui diante de nós e de vossa consciência, ratifi cais a promessa que haveis feito perante a autoridade legal, conforme a Lei Civil?

ESPOSOS Sim, Venerável Mestre.

(O Venerável volta ao Trono.)

M∴ HARM∴ (Faz cessar a música.)

VEN∴ M∴ (*)

1º VIG∴ (*)

2º VIG∴ (*)

VEN∴ M∴ Irmão Mestre de Cerimônias, acompanhai o Irmão past master, (sem os diáconos), para a abertura do Livro Sagrado.

(*) De pé, todos os presentes.

(Descobre-se.)

ORAD∴ (De pé, abre o Livro da Lei, faz a leitura em TOBIAS, Cap. 10, versículos 10 a 12, e deposita o Esquadro sobre o Compasso, na posição do Grau de Aprendiz e retornam aos seus lugares. NÃO SE ABRIRÁ O PAINEL.)

TEXTO.

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¹ºEntão Raquel se levantou, entregou a Tobias sua mulher Sara e a metade de todos os seus bens: servos e servas, bois e carneiros, jumentos e camelos, vestes, prata e utensílios. ¹¹E deixou-os partir contentes. Ao despedir-se de Tobias, disse: “Felicidades fi lho, e boa viagem ! Que o Senhor do céu vos guie, a ti e a tua mulher Sara, pelo bom caminho, e que eu possa ver vossos fi lhos entes de morrer”. ¹²À sua fi lha Sara ele disse: Vai para a casa de teu sogro, pois doravante eles são teus pais, como os que te deram a vida. Vai em paz, fi lha. Que eu tenha boas notícias de ti, enquanto viver. E, saudando-os, despediu-se deles.

VEN∴ M∴ (*) Em nome do Grande Arquiteto do Universo e de São João, nosso Padroeiro, sob os auspícios da Muito Respeitável Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás e em virtudes do poderes de que me acho investido, declaro aberta a Augusta e Respeitável Loja Simbólica “.............” nº......., cujos trabalhos nesta Sessão Solene de Reconhecimento Conjugal tomam plena força e vigor.

(Cobre-se)

VEN∴ M∴ Sentemo-nos.

VEN∴ M∴ Irmão 1° Vigilante, tende a bondade de dizer-me, porque suspendemos hoje a austeridade de nossos trabalhos habituais, e porque o severo e árduo golpear de nossos instrumentos de trabalho, foi substituído pela doce harmonia musical, e porque o recolhimento e o sossego de nossas reuniões cedeu seu lugar a esta festa de alta signifi cação social?

1° VIG∴ Porque, onde quer que haja um Maçom ali se levanta um Templo em que se ensina e se pratica o bem, tão útil é o golpear de nossos malhetes sobre a pedra que burilamos, como as notas harmoniosas que elevam o

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espírito e moderam os sentimentos nos altos ideais da vida e do amor, e porque nossos estudos e meditações fi zeram alcançar a nossos Obreiros, o sonhado horizonte de suas puras aspirações românticas, dando um passo mais no caminho de seu aperfeiçoamento e de sua felicidade.

VEN∴ M∴ Dizei-me Irmão 2° Vigilante, algum dos Obreiros que tem trabalhado debaixo de vossa direção, praticou nesta época, alguma obra meritória que mereça o nosso regozijo?

2° VIG∴ Sim Venerável Mestre, nosso prezado Irmão F...... associou sua obra a senhora F....., compreendendo que ele não era um ser perfeito, visto que a mulher, tão venerada e respeitada por nós, representa a metade do ser social. Em união com sua boa companheira, nosso querido Irmão propõe-se desenvolver suas faculdades morais e intelectuais, para desempenhar melhor, no seio da família e da sociedade, todas as funções que lhe são próprias e que lhe foram outorgadas pela Natureza. Assim nosso querido Irmão, compenetrado de sua missão, associa à sua obra a companheira que há de compartilhar com ele tão magnífi co, como edifi cante trabalho.

VEN∴ M∴ Irmão Secretário, foi legalizada essa união? Podeis dar fé disso?

SEC∴ Sim Venerável Mestre, é verdade sem dúvida alguma, que o querido Ir∴ F............ contraiu matrimônio com a senhora F............ aqui presente, ajustando-se em tudo com a lei Civil.

VEN∴ M∴ Em virtude disto, que nos corresponde fazer Irmão Orador?

ORAD∴ Em vista do testemunho de nosso Irmão Secretário,

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devemos reconhecer que o nosso Irmão F............, e sua esposa ................, estão unidos em legítimo matrimônio, de acordo com as leis do país.

(O que segue deve ler-se solene e claramente.)

VEN∴ M∴ O matrimônio é conseqüência de uma reciprocidade de amor e de respeito, tendo em vista esses sentimentos que ele se efetua. Haveis celebrado um ato auspicioso para vós, para vossas famílias e para vossos concidadãos. Formais conosco, e com os fi lhos que a Natureza vos der, parte integrante de nossa Grande Família Universal e haveis alcançado com ele, afetos e vontades que vos circundam como um elo de felicidade que vos acompanhará ao lar que ides formar.

A união conjugal eleva os esposos e os estimula à prática das virtudes. O pai de família, compenetrado de seus altos deveres, aborrece os vícios e fraquezas, domina suas paixões para não corar ante seus fi lhos, e para não lhes deixar o opróbrio por herança, e quando esse pai é Maçom, sabe que os fi lhos são depósitos sagrados de fecundo amor, que, como os ramos, se unem ao tronco, donde lhes vem a seiva da educação e o apoio pelo exemplo da virtude.

Confi amos em que desejais, sinceramente, paz em vosso futuro lar, e para isso, bastará que vos ameis, estimeis e respeiteis reciprocamente, pois assim chegareis a compreender que para os que sabem amar-se, nada há mais formoso como a vida em que dois seres se amalgamam, na doce fusão de uma só vontade.

(Pausa)

VEN∴ M∴ Irmão 1° Vigilante, tendes que fazer alguma exortação ao nosso Irmão F........?

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1° VIG∴ Sim, Venerável Mestre.

Irmão F....., não deveis esquecer jamais, que a mulher é vossa igual, que deveis tratá-la sempre com respeito, com moderação e com carinho.

Deveis entender a debilidade feminina, com ternura, consagração e sacrifício espontâneo. Ela será a vossa colaboradora mais decidida, vossa fonte sentimental de apoio nas vicissitudes da vida, fada generosa de todas as grandezas espirituais, a ela deveis recorrer em vossas atribulações e em vossas alegrias.

Quem melhor que ela, saberá alimentar uma bela esperança, e curar, com um beijo, as mais fundas feridas da alma? Por isso deveis colocá-la na mesma altura em que estais colocado, instruindo-a, estimando-a, erguendo-a até à sublimidade de nossos ensinamentos maçônicos fazer vossa felicidade e contribuir para a felicidade Universal; mas ao mesmo tempo, deveis ascender até à cúspide radiosa de sua espiritualidade, porque a mulher, essência pura dos mais nobres sentimentos, busca incessantemente, as emanações da alma e não as encontrando no companheiro que o destino lhe fez deparar, sofre a nostalgia no reino do espírito, frente às fl ores murchas de seus sonhos, vertendo as lágrimas da decepção.

A Maçonaria, que é a única instituição que vive para a moralidade, nos recorda e ensina nossos mais altos deveres, e assim espera conseguir a indissolubilidade na união de duas existências, feitas à base do amor, e não de férreas tiranias legais. Procura para isso, forjar verdadeiras ligas de afeto, de cultura e de compreensão intelectual e sentimental, pois, é assim como se formam os laços atrativos e duráveis.

A Maçonaria aperfeiçoa de modo absoluto, o

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matrimônio consagrado pela Lei, porque o eleva com seus ensinamentos. Nosso código de Moral Maçônica, ao regular os deveres que temos para com nossos semelhantes e para conosco, regula igualmente os que temos para com a mulher, e os que impõem à dupla personalidade de esposo e pai. Lembrai-vos Irmão F..........., em vossas horas de triunfo ou de fracasso, de tranqüilidade ou de exaltação, de prosperidade ou de pobreza, que tendes uma esposa a quem deveis atenções e respeito, e que só de vós ela espera o apoio necessário.

A doçura, a justiça, os bons sentimentos e a candura, devem prevalecer no trato com vossa esposa, visto que os homens de nossa Família praticam, como bem o sabeis, a Virtude, alimentam o Bem e ensinam a Moral. Ainda deveis ter presente, por certo, o momento mais doce de vosso noivado com a que hoje é vossa esposa: pois bem, esse momento não o esqueçais nunca, e em todos os atos de vossa vida, considerai a vossa esposa como se fosse sempre vossa noiva, vossa noiva muito amada, que na doce fl oração de um beijo, deixa em vossos lábios, como que a gota de um rocio consolador, imprime a esplêndida luz de sua virtude radiante, canta a nota do hino eterno da vida, desabrocha a fl or primaveril de seus sonhos e serve ao vosso espírito, o néctar admirável de seu amor.

VEN∴ M∴ E vós Irmão 2° Vigilante, tendes que dizer alguma coisa à esposa de nosso Irm∴ F......?

2° VIG∴ Sim, Venerável Mestre.

Senhora, vossa missão no Lar é de paz, de doçura e de abnegação; a vós compete a parte sentimental da união que acabais de realizar; mas não é só esta a vossa missão, pois, que de hoje em diante, sois o ponto principal de apoio nos êxitos de vosso esposo.

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Não esqueçais jamais, portanto, que quando este não encontre no lar a franca colaboração, quando nele e em sua obra, não está identifi cada a mulher, ele perde todo o seu esforço e todas as suas nobres ambições se embotam pelo desconsolo e no silêncio triste dos que se sentem isolados na luta pela vida.

Para conseguir isto, deveis desenvolver o máximo esforço para vos pordes no nível natural de vosso esposo; estudai sempre a vida em todas as suas manifestações, pois desse modo sabereis levar no momento oportuno, a luz de vossos conhecimentos ao cérebro nublado de vosso companheiro.

E assim, como ides até ele, fazei com que ele venha até vós, à vossa espiritualidade, à sutileza de vossos ideais, a toda a auréola de sentimentalidade que galhardamente coroa, todo o cérebro de mulher.

Alguns conselhos são: uma bela administração das faculdades do homem, um lar limpo, cheio de sol e de alegria, um sorriso oportuno, uma carícia a tempo, um doce consolo nos embates da luta e uma fi delidade a toda a prova, eis os deveres fundamentais que acabais de contrair com vosso matrimônio.

Confi ai sempre em vosso esposo e assim o fareis confi ar em vós e nele mesmo, não deis pasto a línguas mal intencionadas, que provocam ciúmes, matam todo o amor e todo respeito; crede sempre mais no que diga vosso esposo, do que no que disserem os outros e assim consolidareis vossa felicidade.

VEN∴ M∴ E vós Irmão Orador, tendes alguma coisa a dizer à esposa de nosso Irm∴ F .......?

ORAD∴ Sim, Venerável Mestre. Se alguma vez, (Que o destino vos livre desse desgraçado dia) se levantar entre vós

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uma dessas nuvens que fazem escurecer o horizonte conjugal, e que geralmente se forma por uma exagerada susceptibilidade, por um amor próprio mal entendido ou por um orgulho extremado, longe de recorrer para dissipar essa nuvem, aos conselhos indiscretos ou apaixonados de vossos parentes, ou de falsos amigos, ou de frívolos tribunais, vinde a nós, que aqui todos somos vossos irmãos, vossos melhores parentes, vossos mais leais amigos e vossos mais discretos confi dentes.

Temos a obrigação iniludível de guardar vossos segredos, de falar imparcialmente e de aconselhar com maior conhecimento de causa e com maior dose de sensatez e boa fé.

Entre nós reina uma disciplina estrita e uma retidão insuspeitável, e, portanto, estamos capacitados para julgar todos os casos lamentáveis que se apresentem em vossa vida conjugal.

VEN∴ M∴ E vós Irmão Tesoureiro, tendes alguma coisa a dizer à esposa do nosso Irm∴ F.......?

TES∴ Sim, Venerável Mestre.

Cunhada, onde quer que haja um maçom, senhora, e os há em toda a parte do mundo, esse maçom combaterá a peito descoberto por vossa honra, por vossa tranqüilidade e por vossa felicidade. Em cada um de nós, tereis um apoio e um amigo, e se vos encontrais desamparada, acorrei a nós, que remediaremos vossos males, nos encarregaremos de vossos fi lhos, e satisfaremos vossas mais prementes necessidades. Havei-vos casado com um Maçom, com um Irmão nosso e tendes direito à nossa ajuda e à nossa proteção decidida.

VEN∴ M∴ Irmão Chanceler, dizei mais alguma coisa à esposa do

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nosso Irm∴ F........?

CHANC∴ Sim, Venerável Mestre.

Cunhada, alguém disse que o homem é parte de um todo, que isolá-lo é mutilá-lo e que uní-lo, devidamente, é completá-lo. Outro tanto pode dizer-se da mulher. Para que a união conjugal possa produzir tudo o que a sociedade tem direito a esperar dela, é necessário que a mulher se ilustre, e que possua uma educação sufi ciente para que compreenda a seu marido, e que tenha desejos de progresso, tudo dentro dos sublimes ensinamentos que a Maçonaria prodigaliza.

Sê pois uma verdadeira e completa esposa de Maçom, para que toda a vossa vida esteja iluminada pela luz da Razão, que, como a fl ama sempre acesa, faz distinguir

a verdade do erro, e dissipa as preocupações e os

temores.

Fugi da mera moral convencional, mas governai-vos

pelas noções claras e compreensíveis ao cérebro e

satisfatórias para vosso coração; Moral que por estar

baseada na Natureza, não pode senão ser absoluta.

VEN∴ M∴ (Após pequena pausa)

Cunhada F...., sede bem vinda ao nosso meio.

Aproveitai nossa prédica e contribui com vosso trabalho

para o engrandecimento da Obra que realizamos como

obreiros do Bem. Cuidai de vossa felicidade, dessa

felicidade que só uma vez passa por nossa vida ao

alcance de nossas mãos, e que deixamos escapar por

condenável inconsciência ou por execrável egolatria.

Ide ao encontro dessa felicidade que agora bateu

à vossa porta, levando em sua áurea cornucópia os

sutis enfeites de um vestido de noiva, guardai entre

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as fi ligranas desse véu a recordação de que fostes

noiva, amada, e segui amando, segui sentindo, segui

esperando, segui sonhando como noiva.

Como recordação desse amor, dessa sensação, dessa

esperança e desse sonho, sede sempre a noiva, a noiva

muito amada e que muito ama, e que vai ao encontro

da felicidade. (Pausa)

Já sabeis Irmão F.......... e vós sua digna esposa, qual

é o ato que estamos celebrando e as idéias que temos

sobre ele e sobre vossos deveres futuros?

ESPOSOS Sim, Venerável Mestre, é para mim uma grande honra,

haverdes permitido que apresentasse à Respeitável

Loja “.........” n°....., a minha esposa legítima, a senhora

F........, com quem me uni em matrimônio, e somente

me resta suplicar-vos que sejamos reconhecidos no

estado que voluntariamente procuramos.

VEN∴ M∴ Estais de acordo, senhora F......, com os desejos que o

vosso esposo nos expressou?

ESPOSA ...........

(Se a resposta da esposa for afi rmativa, o Venerável

com um golpe de malhete, põe os presentes de pé,

e, descendo do Trono, coloca-se atrás do Altar da

Consagração, voltado para o Ocidente, continua

solenemente.)

VEN∴ M∴ Felicito-vos por vossa decisão e agora só me falta,

diante desta Respeitável Loja “.......” n°...... subordinada

à M∴ R Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás e

em presença da Grande Família Maçônica Universal

que representam os Irmãos aqui reunidos, que digais a

palavra mais harmoniosa de nossa linguagem, e quem

em vossos lábios pôs a Natureza. - Dizei Irmão F.....

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amais a vossa esposa?

ESPOSO ..............

VEN∴ M∴ Dizei-me senhora F.......... amai o vosso esposo, o nosso Irmão............?

ESPOSA ...............

(Se as respostas forem afi rmativas, o Venerável,

dirigindo-se aos presentes diz:)

VEN∴ M∴ Que todos aqui presentes dêem fé destas palavras, e vós, (dirigindo-se aos esposos) regozijai-vos se haveis falado a verdade, mas tremei se haveis guardado pensamentos contrários aos que dissestes; que vossas consciências sejam juízes e testemunhas de vossas palavras, as quais ides assinar perante nós, e com o ato que sublima os espíritos até ao supremo ideal, com um beijo que será o selo que o Amor põe em vossa união.

VEN∴ M∴ Venerável Irmão F........., beijai vossa esposa.

(Cumprida a ordem, o Venerável toma as alianças e diz:)

VEN∴ M∴ Trocai entre vós, os anéis que simbolizam a vossa união, e que ela seja mais fi rme que o metal de que elas

foram feitas.

(Os esposos fazem a troca das alianças. Após, o

Venerável apanha o Compasso que está sobre a

Bíblia no Altar da Consagração, entrega-o ao esposo,

dizendo:)

VEN∴ M∴ Tomai um momento em vossas mãos Irmão F.......... este

Compasso e que ele vos recorde, que, assim como ele

assinala espaços com toda a exatidão, assim vós deveis

assinalar todos os atos de vossa vida com a Razão a

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Justiça e a Verdade.

(Tomando o Esquadro, entrega-o à esposa, dizendo:)

VEN∴ M∴ E vós, Senhora, tomai este esquadro e tende sempre presente, que, assim como ele tem a inalterável severidade de sua retidão, assim vos deveis sujeitar todas as vossas ações à fi delidade, ao Amor e à

Virtude.

M∴ HARM∴ (Inicia a execução, em baixo volume, de “Primavera”

de Vivaldi.)

M∴ CCER∴ (Levanta-se e dirige-se para o Altar dos Perfumes,

aguardando o momento de levantar o turíbulo com o

braseiro ativo para apresenta-lo ao Venerável logo em

seguida.)

VEN∴ M∴ Cunhada, recebemo-vos entre fl ores, música e perfumes,

para expressar nosso regozijo por vê-los entre nós, e

disposta a compartilhar com um de nossos obreiros,

o Irmão F......., a tarefa incessante que deve conduzir

a humanidade para o aperfeiçoamento espiritual; as

fl ores, os perfumes e a música vos são oferecidas como

homenagem à vossa candura, à vossa dignidade e à

vossa virtude.

(Lançando incenso no turíbulo em quantidade

que produza boa quantidade de fumaça, continuará

falando:)

VEN∴ M∴ O incenso que se eleva às alturas, é o símbolo dos

sinceros votos que elevamos ao G∴ A∴ D∴ U∴

para que vos conceda a felicidade que mereceis e que

desejais para o nosso querido Ir.´. que o destino quis

oferecer-vos como vosso apoio e vosso guia, na estrada

da vida.

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(O Mestre de Cerimônias deposita o turíbulo no Altar

dos Perfumes e retorna ao seu lugar.)

VEN∴ M∴ Ao percorrerdes o espaço que vos trouxe a este altar, pelo braço de vosso esposo e nosso Irmão, tomastes posse completa do que é vosso; este Templo é dos Irmãos, de vosso esposo e à porta dele podereis bater, nas boas e más circunstâncias da vida, certa de que sempre encontrareis nele carinhosa acolhida, apoio desinteressado, auxílio oportuno e efi caz conselho,

assim como a amável recordação deste dia em que

haveis sido o mais belo e apreciado ornamento.

TODOS Assim seja!

(O Venerável recolhe dos esposos o esquadro e o

compasso e os coloca novamente sobre a Bíblia,

sem posição ritualística, no Altar da Consagração,

aguarda a troca da música.)

M∴ HARM∴ (Cessa a música “Primavera” e substitui rapidamente

pela “Aleluia”, cujo início deve ser logo após a fala

do Venerável)

VEN∴ M∴ Cunhada F...., em nome de todos os Maçons desta Loja, eu vos entrego esta singela, mas sincera e carinhosa lembrança desta memorável noite.

VEN∴ M∴ (Volta ao Trono.)

M∴ HARM∴ (Se prepara para tocar a Primavera, à saída de

todos.)

VEN∴ M∴ Tenham a bondade de vos sentar.

(Pausa)

VEN∴ M∴ Irm∴ Secretário tende a bondade de fazer a leitura da ata que haveis escrito, dando fé, desta cerimônia.

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SEC∴ (De pé, procede à leitura da ata fi nda esta, será enviada

pelo Irmão Mestre de CCer.´. aos esposos para que a

assinem, ao Venerável, ao Orador e Secretário depois

do que poderão assiná-la também os demais IIrm∴ e

profanos que o desejarem.)

VEN∴ M∴ Queiram se levantar, senhoras, senhores, meus Irmãos.

VEN∴ M∴ Em nome da Respeitável Loja Simbólica “...........” n°...., e da Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás, declaro solenemente que reconhecemos e aceitamos como matrimônio legítimo, o contraído por nosso Ir.´. F........... com a senhora F........... . Celebremos este acontecimento, com uma forte salva de palmas.

VEN∴ M∴ Levantai-vos.

VEN∴ M∴ Irmão Orador, concedo-vos a palavra, para que dirijais aos esposos uma curta alocução, e as nossas felicitações.

ORAD∴ (Faz uso da palavra, de forma objetiva, sobre a

cerimônia.)

(O Venerável desce do Trono, e dirigindo-se aos

esposos diz:)

VEN∴ M∴ Senhoras, Senhores e meus Irmãos, estão fi ndos os

trabalhos desta noite em que realizamos solenemente

o reconhecimento conjugal do casa aqui presente.

Agradecemos a presença de todos.

A Cerimônia terminou, mas antes de nos retirarmos,

permita-me Irmão F...... que vos dê em vossa fronte o

ósculo da paz. (Beija-o na fronte) – Permita-me, ainda

felicitar vossa esposa pela resolução de ajudar-vos a

trabalhar na Obra de nosso melhoramento coletivo.

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(Inclinando-se, beija a mão direita da desposada, entregando-lhe o Diploma de Reconhecimento Conjugal, dizendo:)

VEN∴ M∴ Ide em paz, e não vos esqueçais que a Maçonaria deseja que a Boa Sorte vos acompanhe. Assim Seja!.

TODOS Assim seja.

(O Ven∴ volta ao trono.)

VEN∴ M∴ Senhoras, senhores e meus Irmãos, estão fi ndos os nossos trabalhos desta noite. Agradecemos a presença de todos.

VEN∴ M∴ Irmãos M∴ CCer e Expertos, com as mesmas formalidades de início, acompanhai na sua retirada do Templo, os esposos e respectivos padrinhos e a todos os presentes, exceto os IIrm.´. do Quadro.

M∴ CCER∴ (Convida a todos para que o acompanhem, os cônjuges saem primeiro, depois os convidados. Os Expertos seguem na retaguarda do cortejo. Após a saída de todos o M∴ de CCer∴ e os Expertos retornam ao Templo.)

G∴ TEMP∴ (Fecha a Porta.)

VEN∴ M∴ (*)

1º VIG∴ (*)

2º VIG∴ (*)

VEN∴ M∴ Irmão Mestre de Cerimônias, convidai os IIrm∴ past master (sem os Diáconos) para o fechamento do Livro da Lei.

(*) - De pé e à ordem, meus Irmãos.

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(Descobre-se.)

ORAD∴ (Posta-se ante o Altar dos Juramentos, ajoelha e aguarda.)

VEN∴ M∴ Irmão 1º Vigilante, tendes minha permissão para fechar a Loja.

1º VIG∴ (*) Em nome do Grande Arquiteto do Universo e de São João, nosso Padroeiro, estão encerrados os trabalhos desta Augusta e Respeitável Loja Simbólica “........... nº....., em Sessão Solene de Reconhecimento Conjugal.( *)

(O Venerável cobre-se.)

(Os Irmãos que foram fechar o Livro da Lei retornam aos seus lugares.)

Venerável Meus Irmãos, retiremo-nos em paz.

Todos Assim Seja!

(Providencia-se o apagamento das luzes e o fechamento do Templo.)