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N a segunda edição da Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, que acontece de 3 a 9 de outubro em vários pontos da cidade do Rio de Janeiro, a Fun- dação Cecierj vai marcar pre- sença confirmando sua missão que é promover a divulgação científica para o conjunto da so- ciedade fluminense. O evento é gratuito e tem como objetivo democratizar o acesso ao conhecimento cien- tífico e tecnológico. Com o slogan “Brasil, olhe para a água”, dentro da Semana es- tão sendo organizados tam- bém eventos e discussões li- gados ao tema, em todas as ci- dades do país. E é com esse mote que o Cecierj estará apresentando todos os seus experimentos que serão leva- dos ao público durante o evento. O público que participar vai poder observar a vida dentro de uma gota d´água, através de microscópios; aprender um pouco mais sobre as formas e como podemos utilizar a água na geração de energia, obser- vando dois aparelhos: uma mi- ni-hidrelétrica e uma mini ter- moelétrica. E ainda nessa “on- da da energia” será possível aprender um pouco com um gerador manual, ligado a um radinho de pilha, demonstran- do que a produção de energia elétrica é contínua e que está em nosso dia-a-dia. E não termina por aí. Outro experimento que certamente vai chamar a tenção do público será o gerador eletrostático Van der Graff – aquele apare- lho que faz arrepiar os cabe- los. E para os apreciadores da astronomia, será colocado também à disposição do públi- co um planetário. Para fechar a programação, a equipe de professores do Cecierj estará propondo aos visitantes da Semana, um “De- safio Lógico”, que pretende explorar conceitos matemáti- cos de forma interativa, levan- do o público a resultados sur- preendentes, que muitas das vezes passam despercebidos e que estão ali, bem próximos da gente. Explorando ainda o tema água, os organizadores da Se- mana Nacional da Ciência e Tecnologia escolheram um outro espaço não menos de- mocrático e conhecido dos ca- riocas para levar o conheci- mento científico: a praia de Copacabana. E o Cecierj tam- bém vai estar lá. Será montan- do um grande tanque de con- tato (espécie de aquário) com animais da fauna da Baía de Guanabara. Vai ter cavalo-ma- rinho, estrela-do-mar, espon- ja, ouriço, baiacu, e quem for conferir vai poder manusear esses animais. A Semana da Ciência e Tec- nologia não vai ficar restrita aos grandes centros do Esta- do do Rio de Janeiro. Cidades do interior, como Angra dos Reis e Bom Jesus de Itabapoa- na, também se organizaram e estarão participando do even- to e tal como nos demais luga- res, o Cecierj também vai es- tar presente. A divulgação científica con- cretiza-se através dos seguin- tes programas e projetos: Es- paço da Ciência; Fórum Ciên- cia e Sociedade; Jovens Talen- tos para Ciência; Praça da Ciência Itinerante; Sarau Cientifico e Ver Ciência - Cir- cuito Cecierj, que só nesse ano atendeu a um público de 40 mil pessoas. CYAN MAGENTA AMARELO PRETO CMYK pág-02 v1 2 ESPECIAL / SEMANA NACIONAL C&T RIO DE JANEIRO SEGUNDA-FEIRA 3 DE OUTUBRO DE 2005 UFRJ ganha laboratório para o estudo de células-tronco I – ESPAÇOS DA CIÊNCIA Experimentos interativos em prédios e conjuntos arquitetônicos organi- zados em exposições que permitem a integração de estudantes, profes- sores e do público com foco na Física, Química, Matemática e Biologia. II – Planetários São instrumentos ópticos-mecânicos-eletrônicos que projetam o céu ar- tificial em uma tela semi-esférica que fica acima das cabeças dos es- pectadores. III – Jovens Talentos para a Ciência Programa de iniciação científica para estudantes do Ensino Médio e Técnico da rede pública estadual de Educação, feito em parceria entre a Fundação Cecierj e a Faperj. IV – Praça da Ciência itinerante Grupo itinerante de ciência e cultura com a perspectiva de facilitar a re- flexão e o acesso ao saber científico através de formas de participação, experimentação e criação. V – VER CIÊNCIA – CIRCUITO CECIERJ É uma mostra em vídeo com temática científica, incluindo produções brasileiras e estrangeiras, que circula pelo interior do estado coordena- da pela Fundação CECIERJ com apoio da Faperj. VI – CIÊNCIA E SOCIEDADE Desenvolvido pelo Ministério das Relações Exteriores da França pro- move encontros entre pesquisadores do Centre Nationale de Recherche Scientifique, pesquisadores do Brasil e jovens do Ensino Médio. No Rio é realizado em parceria com o Museu da Vida, Casa Oswaldo Cruz, Fun- dação Cecierj e Consulado da França. VII – SARAU CIENTÍFICO Projeto para ampliar o contato de professores, alunos e o público, com temas acadêmicos e apresentar ao público uma multiplicidade de manifestações artísticas e culturais. VIII – ARTE CIÊNCIA Utilizando uma linguagem própria para obter uma maior aproximação com o público, principalmente o infantil, nesse núcleo são desenvolvi- das atividades, esquetes, músicas, pinturas e outras linguagens artísti- cas para melhor entender e interpretar as ciências. IX – EXPOSIÇÕES INTERATIVAS Espaço para promover a interação de experimentos com o público. São vários módulos que abordam conceitos de Física, Química, Biologia, Matemática e Astronomia que podem ser percebidos sem muita dificul- dade a partir, muitas vezes, da idéia de contra senso, o que faz com que o espectador fique ainda mais curioso. EVENTOS DE DIFUSÃO CIENTÍFICA DO CICIERJ Confira os locais e horários onde o Cecierj estará: Ciência no Largo da Carioca - dias 3, 4 e 5 de outubro, das 8h às 18h Ciência no Aterro do Flamengo – dias 6, 7, 8 e 9 de novembro, das 8h às 18h Ciência na Praia de Copacabana – 9 de outubro, das 8h às 18h PROGRAMAÇÃO VANESSA MACEDO A pouca legitimidade da ciência perante a sociedade brasileira gera dois grandes obstáculos: a falta de dinheiro e os entraves burocráticos. Essa é a opinião do cientista brasileiro Stevens Kastrup Rehen, que, após passar cinco anos nos Estado Unidos, está de volta ao país. O recém-elei- to Presidente da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento comanda um novo grupo de pesquisa, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e se prepa- ra para estudar células-tronco embrionárias derivadas de ca- mundongos e humanas, inte- rações celulares no sistema nervoso e desenvolvimento do cérebro. As células-tronco embrio- nárias apresentam uma capa- cidade fabulosa de diferencia- ção em neurônios e segundo Rehen, sua utilização é essen- cial para a compreensão dos processos de formação do cé- rebro. "A comunidade científica está apenas começando a en- tender o potencial das célu- las-tronco embrionárias, mas os resultados até agora obti- dos são extremamente pro- missores e poderão revolu- cionar a medicina. Por isso, a importância de investimento para iniciar os estudos das cé- lulas-tronco embrionárias hu- manas em nosso país", diz. Rehen foi aos Estados Uni- dos por ter sido premiado pe- lo Pew Latin American Pro- gram in Biomedical Sciences. O programa pertence a uma fundação norte-americana de financiamento de cientistas latino-americanos que conce- de, além de um salário no ex- terior, um valor em dinheiro para ajudar a montagem de um laboratório próprio no país de origem do cientista. Este prêmio, juntamente com o apoio da Faperj, CNPq, alguns filantropos america- nos, foi o que possibilitou a aquisição dos equipamentos e do material básico do labora- tório na UFRJ. "A dificuldade agora é man- ter um fluxo contínuo de di- nheiro para as pesquisas, pois necessitamos constantemen- te de reagentes para os expe- rimentos. Precisamos ainda convencer o governo federal a criar uma Lei de Incentivo à Ciência, que facilite a dedução de impostos e estimule doa- ções, tal como a Lei de Incen- tivo à Cultura", sugere Rehen. Burocracia dificulta impor- tação de material Acostumado a trabalhar, nos Estado Unidos, com um orçamento anual de aproxima- damente R$ 3 milhões, Rehen parece já estar pronto para encarar a realidade brasileira e as limitações orçamentá- rias, característica da ciência brasileira. "Embora reconheça o de- safio que é realizar pesquisa no Brasil, acredito na ciência como um instrumento de transformação social e este foi um dos motivos para o meu regresso. Carecemos de uma percepção de que o desenvol- vimento econômico e a quali- dade de vida dependem da ciência, diz Rehen, que, em 2003, enfrentou dificuldades para trazer equipamentos no valor de R$ 400 mil de San Die- go para o Departamento de Anatomia da UFRJ. "Estes equipamentos, obti- dos a custo zero para o Brasil, seriam somados ao patrimô- nio federal através da UFRJ, portanto, deveriam ter sido importados da maneira mais simples e rápida possível. Po- rém, cabe lembrar que mu- danças significativas estão ocorrendo, como o Programa Importa Fácil, cujo objetivo é aliviar a burocracia que vem atravancando a vida de todos os cientistas brasileiros", res- salta o cientista. Rehen ainda planeja criar um fórum virtual sobre célu- las-tronco para discussão de estratégias de cultivo e resul- tados, visando o amadureci- mento da comunidade e uma melhor condição de estudo. "Fóruns como este já exis- tem em vários países no mun- do. Na Califórnia, esta ferra- menta foi um dos alicerces para a criação do Instituto de Medicina Regenerativa da Ca- lifórnia. Planejo discutir nes- te fórum brasileiro a criação de um instituto em território nacional nos moldes do cali- forniano". Cecierj na Semana de C&T Um aquário gigante será montado na praia de Copacabana com a fauna da Baía de Guanabara A BELEZA da rica fauna marinha da Baía de Guanabara (acima) será mostrada em um tanque gigante montado na Praia de Copacabana. Quem visitar a exposição vai poder também manusear os animais (abaixo à esquerda). No Largo da Carioca, as pessoas vão poder conhecer e participar, de forma interativa,dos vários eventos científicos, com algumas experiências bastante interessantes (abaixo, à direita).

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Na segunda edição daSemana Nacional daCiência e Tecnologia,que acontece de 3 a 9

de outubro em vários pontos dacidade do Rio de Janeiro, a Fun-dação Cecierj vai marcar pre-sença confirmando sua missãoque é promover a divulgaçãocientífica para o conjunto da so-ciedade fluminense.

O evento é gratuito e temcomo objetivo democratizar oacesso ao conhecimento cien-tífico e tecnológico. Com oslogan “Brasil, olhe para aágua”, dentro da Semana es-tão sendo organizados tam-bém eventos e discussões li-gados ao tema, em todas as ci-dades do país. E é com essemote que o Cecierj estaráapresentando todos os seusexperimentos que serão leva-dos ao público durante oevento.

O público que participar vaipoder observar a vida dentrode uma gota d´água, através demicroscópios; aprender umpouco mais sobre as formas ecomo podemos utilizar a águana geração de energia, obser-vando dois aparelhos: uma mi-ni-hidrelétrica e uma mini ter-moelétrica. E ainda nessa “on-da da energia” será possívelaprender um pouco com umgerador manual, ligado a umradinho de pilha, demonstran-do que a produção de energiaelétrica é contínua e que estáem nosso dia-a-dia.

E não termina por aí. Outroexperimento que certamentevai chamar a tenção do públicoserá o gerador eletrostáticoVan der Graff – aquele apare-lho que faz arrepiar os cabe-los. E para os apreciadores daastronomia, será colocadotambém à disposição do públi-co um planetário.

Para fechar a programação,a equipe de professores doCecierj estará propondo aosvisitantes da Semana, um “De-safio Lógico”, que pretendeexplorar conceitos matemáti-cos de forma interativa, levan-

do o público a resultados sur-preendentes, que muitas dasvezes passam despercebidose que estão ali, bem próximosda gente.

Explorando ainda o temaágua, os organizadores da Se-mana Nacional da Ciência eTecnologia escolheram umoutro espaço não menos de-mocrático e conhecido dos ca-riocas para levar o conheci-mento científico: a praia deCopacabana. E o Cecierj tam-bém vai estar lá. Será montan-do um grande tanque de con-tato (espécie de aquário) comanimais da fauna da Baía deGuanabara. Vai ter cavalo-ma-rinho, estrela-do-mar, espon-ja, ouriço, baiacu, e quem forconferir vai poder manusearesses animais.

A Semana da Ciência e Tec-nologia não vai ficar restritaaos grandes centros do Esta-do do Rio de Janeiro. Cidadesdo interior, como Angra dosReis e Bom Jesus de Itabapoa-na, também se organizaram eestarão participando do even-to e tal como nos demais luga-res, o Cecierj também vai es-tar presente.

A divulgação científica con-cretiza-se através dos seguin-tes programas e projetos: Es-paço da Ciência; Fórum Ciên-cia e Sociedade; Jovens Talen-tos para Ciência; Praça daCiência Itinerante; SarauCientifico e Ver Ciência - Cir-cuito Cecierj, que só nesseano atendeu a um público de40 mil pessoas.

CYAN MAGENTA AMARELO PRETO

CMYKppáágg--0022 vv11

2 ESPECIAL / SEMANA NACIONAL C&TRIO DE JANEIRO SEGUNDA-FEIRA3 DE OUTUBRO

DE 2005

UFRJ ganha laboratório parao estudo de células-tronco

I – ESPAÇOS DA CIÊNCIAExperimentos interativos em prédios e conjuntos arquitetônicos organi-zados em exposições que permitem a integração de estudantes,profes-sores e do público com foco na Física,Química,Matemática e Biologia.II – PlanetáriosSão instrumentos ópticos-mecânicos-eletrônicos que projetam o céu ar-tificial em uma tela semi-esférica que fica acima das cabeças dos es-pectadores.III – Jovens Talentos para a CiênciaPrograma de iniciação científica para estudantes do Ensino Médio eTécnico da rede pública estadual de Educação, feito em parceria entre aFundação Cecierj e a Faperj.IV – Praça da Ciência itineranteGrupo itinerante de ciência e cultura com a perspectiva de facilitar a re-flexão e o acesso ao saber científico através de formas de participação,experimentação e criação.V – VER CIÊNCIA – CIRCUITO CECIERJÉ uma mostra em vídeo com temática científica, incluindo produçõesbrasileiras e estrangeiras, que circula pelo interior do estado coordena-da pela Fundação CECIERJ com apoio da Faperj.VI – CIÊNCIA E SOCIEDADEDesenvolvido pelo Ministério das Relações Exteriores da França pro-move encontros entre pesquisadores do Centre Nationale de RechercheScientifique,pesquisadores do Brasil e jovens do Ensino Médio.No Rio érealizado em parceria com o Museu da Vida, Casa Oswaldo Cruz, Fun-dação Cecierj e Consulado da França.VII – SARAU CIENTÍFICOProjeto para ampliar o contato de professores, alunos e o público, comtemas acadêmicos e apresentar ao público uma multiplicidade demanifestações artísticas e culturais.VIII – ARTE CIÊNCIAUtilizando uma linguagem própria para obter uma maior aproximaçãocom o público, principalmente o infantil, nesse núcleo são desenvolvi-das atividades, esquetes, músicas, pinturas e outras linguagens artísti-cas para melhor entender e interpretar as ciências.IX – EXPOSIÇÕES INTERATIVASEspaço para promover a interação de experimentos com o público. Sãovários módulos que abordam conceitos de Física, Química, Biologia,Matemática e Astronomia que podem ser percebidos sem muita dificul-dade a partir,muitas vezes,da idéia de contra senso,o que faz com queo espectador fique ainda mais curioso.

EVENTOS DE DIFUSÃO CIENTÍFICA DO CICIERJ

Confira os locais e horáriosonde o Cecierj estará:Ciência no Largo da Carioca -dias 3, 4 e 5 de outubro, das8h às 18hCiência no Aterro do Flamengo– dias 6, 7, 8 e 9 de novembro,das 8h às 18h Ciência na Praia de Copacabana– 9 de outubro, das 8h às 18h

PROGRAMAÇÃO

VVAANNEESSSSAA MMAACCEEDDOO

A pouca legitimidade daciência perante a sociedadebrasileira gera dois grandesobstáculos: a falta de dinheiroe os entraves burocráticos.Essa é a opinião do cientistabrasileiro Stevens KastrupRehen, que, após passar cincoanos nos Estado Unidos, estáde volta ao país. O recém-elei-to Presidente da SociedadeBrasileira de Neurociências eComportamento comanda umnovo grupo de pesquisa, naUniversidade Federal do Riode Janeiro (UFRJ) e se prepa-ra para estudar células-troncoembrionárias derivadas de ca-mundongos e humanas, inte-rações celulares no sistemanervoso e desenvolvimento docérebro.

As células-tronco embrio-nárias apresentam uma capa-cidade fabulosa de diferencia-ção em neurônios e segundoRehen, sua utilização é essen-cial para a compreensão dosprocessos de formação do cé-rebro.

"A comunidade científicaestá apenas começando a en-

tender o potencial das célu-las-tronco embrionárias, masos resultados até agora obti-dos são extremamente pro-missores e poderão revolu-cionar a medicina. Por isso, aimportância de investimentopara iniciar os estudos das cé-lulas-tronco embrionárias hu-manas em nosso país", diz.

Rehen foi aos Estados Uni-dos por ter sido premiado pe-lo Pew Latin American Pro-gram in Biomedical Sciences.O programa pertence a umafundação norte-americana definanciamento de cientistaslatino-americanos que conce-de, além de um salário no ex-terior, um valor em dinheiropara ajudar a montagem deum laboratório próprio nopaís de origem do cientista.

Este prêmio, juntamentecom o apoio da Faperj, CNPq,alguns filantropos america-nos, foi o que possibilitou aaquisição dos equipamentos edo material básico do labora-tório na UFRJ.

"A dificuldade agora é man-ter um fluxo contínuo de di-nheiro para as pesquisas, poisnecessitamos constantemen-

te de reagentes para os expe-rimentos. Precisamos aindaconvencer o governo federal acriar uma Lei de Incentivo àCiência, que facilite a deduçãode impostos e estimule doa-ções, tal como a Lei de Incen-tivo à Cultura", sugere Rehen.

Burocracia dificulta impor-tação de material

Acostumado a trabalhar,nos Estado Unidos, com umorçamento anual de aproxima-damente R$ 3 milhões, Rehenparece já estar pronto paraencarar a realidade brasileirae as limitações orçamentá-rias, característica da ciênciabrasileira.

"Embora reconheça o de-safio que é realizar pesquisano Brasil, acredito na ciênciacomo um instrumento detransformação social e estefoi um dos motivos para o meuregresso. Carecemos de umapercepção de que o desenvol-vimento econômico e a quali-dade de vida dependem daciência, diz Rehen, que, em2003, enfrentou dificuldadespara trazer equipamentos novalor de R$ 400 mil de San Die-go para o Departamento de

Anatomia da UFRJ. "Estes equipamentos, obti-

dos a custo zero para o Brasil,seriam somados ao patrimô-nio federal através da UFRJ,portanto, deveriam ter sidoimportados da maneira maissimples e rápida possível. Po-rém, cabe lembrar que mu-danças significativas estãoocorrendo, como o ProgramaImporta Fácil, cujo objetivo éaliviar a burocracia que vematravancando a vida de todosos cientistas brasileiros", res-salta o cientista.

Rehen ainda planeja criarum fórum virtual sobre célu-las-tronco para discussão deestratégias de cultivo e resul-tados, visando o amadureci-mento da comunidade e umamelhor condição de estudo.

"Fóruns como este já exis-tem em vários países no mun-do. Na Califórnia, esta ferra-menta foi um dos alicercespara a criação do Instituto deMedicina Regenerativa da Ca-lifórnia. Planejo discutir nes-te fórum brasileiro a criaçãode um instituto em territórionacional nos moldes do cali-forniano".

Cecierj na Semana de C&TUm aquário gigante será montado na praia de Copacabana com a fauna da Baía de Guanabara

AA BBEELLEEZZAA da rica fauna marinha da Baía de Guanabara (acima) será mostrada em um tanque gigante montado na Praia de Copacabana. Quemvisitar a exposição vai poder também manusear os animais (abaixo à esquerda). No Largo da Carioca, as pessoas vão poder conhecer e participar, de forma interativa,dos vários eventos científicos, com algumas experiências bastante interessantes (abaixo, à direita).