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COLÉGIO PEDRO II
UM COLÉGIO NA HISTÓRIA DO BRASIL
Ricardina Reis Fernandes, Mestranda UNIRIO
Orientadora: Professora Doutora Rita Maria Manso de Barros
Introdução
O Colégio Pedro II, tradicional instituição educacional do Rio de Janeiro, e, re-
conhecidamente, percebido como referência em qualidade de ensino tem sua história
intrinsecamente ligada à História da Educação Brasileira.
Renomeado no Império, através de decreto em 02 de dezembro de 1837, quando
era regente Araújo Lima, seu nome foi uma homenagem ao segundo imperador do Bra-
sil, D. Pedro II (ainda menino na época).
Em 02 de dezembro de 1837, dia do décimo primeiro aniversário de Sua Alteza
Imperial o príncipe D. Pedro, é reinaugurado em cerimônia oficial com a presença do
príncipe, de suas irmãs e do regente, com o nome atual: Colégio Pedro II.
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História do Colégio Pedro II
A organização do Colégio, à época de sua criação, foi espelhada nos padrões
europeus e seria um modelo para os outros estabelecimentos de ensino da Corte e das
Províncias.
As obras que reformaram as antigas instalações do Seminário São Joaquim fo-
ram supervisionadas entusiasticamente por Bernardo Pereira de Vasconcelos, que devi-
do às escassas verbas públicas buscou fundos complementares em doações dos seus
amigos pessoais.
Sua origem, entretanto, remonta ao século anterior, ao antigo Colégio dos Órfãos
de São Pedro (fundado em 1739, por provisão do Bispo Frei D. Antônio de Guadalupe).
Alguns anos depois, em 1766, novas instalações na capela de São Joaquim, aproxima-
damente onde ainda se localiza hoje o prédio da Unidade Centro. Foi renomeado, então,
como Colégio São Joaquim, cuja finalidade era a formação moral, religiosa e intelectual
de órfãos. Essa instituição teve uma existência atribulada: foi extinta por D. João VI em
1818, restabelecida pelo regente D. Pedro em 1821 e, finalmente, em 1831 passou a ser
administrado pelo governo imperial.
Em 1857 foi dividido em duas seções: internato e externato. Conta o Professor
Aluísio Jorge do Rio Barbosa que: “Em 1858, o Internato estabeleceu-se na Chácara no Engenho Velho, na rua São Fran-
cisco Xavier, próximo ao largo da Segunda Feira, na Tijuca. De lá, em 1888, transferiu-se para o
Campo de São Cristóvão, onde hoje se encontram as modernas instalações da Direção-Geral e as
Unidades Escolares de São Cristóvão. As antigas instalações do Internato foram destruídas por
um incêndio em 1961.”
O pavilhão das Unidades Escolares foi denominado Frei de Guadalupe e o da
Direção-Geral de Augusto Rademaker, em homenagem ao ex-aluno que fez parte da
junta militar que governou o Brasil após o falecimento do General Costa e Silva.
Em 1889, proclamada a república, a instituição passou a chamar-se Instituto Na-
cional de Instrução Secundária, depois Ginásio Nacional, até que em 1911 recuperou
seu nome tradicional: Colégio Pedro II.
Durante a Primeira República começou o primeiro ciclo de decadência, ocorre-
ram as “equiparações” entre os colégios oficiais ao Ginásio Nacional o que fez com que
perdesse momentaneamente a posição mais elevada de referência como padrão de ensi-
no. Entretanto, observa-se a manutenção da relevância do estabelecimento quando con-
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sideramos, por exemplo, o título de Bacharel em Letras (posteriormente Bacharel em
Ciências e Letras) aos alunos concluintes do curso no Pedro II. À época esse título per-
mitia o ingresso aos cursos superiores.
A reforma da educação Rocha Vaz (também conhecida como João Luiz Alves),
decreto 16.782-A de 13 de janeiro de 1925, criou o Conselho Nacional de Ensino e e-
ram membros natos os diretores, um catedrático e um dos docentes do Colégio Pedro II,
na Seção de Ensino Superior e Secundário.
Outro detalhe é que, até a década de 1950, para validação dos exames dos colé-
gios particulares era necessário que seus programas de ensino fossem os mesmos do
Colégio Pedro II, intitulado Colégio Padrão do Brasil.
Após 1950 houve necessidade de ampliação do número de vagas para o ensino
secundário e, com isso, foram criadas as seções Norte (Engenho Novo) e Sul (Humaitá),
em 1952, e Tijuca, em 1957. Todas eram externatos. O internato, localizado em São
Cristóvão, passou a funcionar em regime de semi-internato e, mais tarde, como externa-
to.
O Colégio Pedro II sempre se voltou para uma formação humanística e científi-
ca, preparando seus alunos para a educação superior.
Em 1979 s seções passaram a ser chamadas de Unidades Escolares de acordo
com o local em que se situavam. Apresentava por esta época um certo declínio, já que o
Sistema Educacional privilegiava o ensino profissionalizante (Lei 5692/1971). O Dire-
tor-Geral da época – Professor Tito Urano da Silveira – assessorado pelo professor Wil-
son Choeri (então Secretário de Ensino) assinou convênio com a Secretaria Municipal
de Educação do Rio de Janeiro, abrindo vagas para os alunos da rede municipal, avalia-
dos com conceitos A (excelentes). Houve uma revitalização da 5ª série, então. O espaço
ocioso foi preenchido com entusiasmo e, novamente, as salas de aulas voltaram à sua
efervescência.
Em 1984, o mesmo Diretor-Geral foi responsável pela criação do Primeiro Seg-
mento no Colégio Pedro II. Completava-se assim todo o período de Educação Básica,
da alfabetização até o final do Ensino Médio.
Durante as comemorações do Sesquicentenário do Colégio Pedro II, em 1987,
muitos eventos marcaram o fato: lançamento de selos comemorativos, sessões solenes
com a presença de ex-alunos eminentes (dentre os milhares que o Colégio possui) que
são figuras marcantes no cenário nacional. Em 1988, na nova Constituição da República
Federativa do Brasil (chamada por Ulisses Guimarães de constituição-cidadã) o nome
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do Colégio figurava no art. 242 parágrafo 2º das Disposições Constitucionais Gerais que
assegurava a permanência da instituição na esfera de administração federal, resultado da
campanha Para Sempre Federal levada a cabo por alunos, funcionários, professores e
ex-alunos (alguns deles Constituintes).
Hoje o Colégio Pedro II conta com mais de doze mil alunos matriculados que
freqüentam as doze Unidades Escolares atuais:
Centro
Ensino Fundamental II
e
Ensino Médio
Unidade I Ensino Fundamental II Engenho Novo
Unidade II Ensino Médio
Unidade I Ensino Fundamental I
Humaitá Unidade II
Ensino Fundamental II
e
Ensino Médio
Niterói Ensino Médio
Realengo Ensino Médio
Unidade I Ensino Fundamental I
Unidade II Ensino Fundamental II São Cristóvão
Unidade III Ensino Médio
Unidade I Ensino Fundamental I
Tijuca Unidade II
Ensino Fundamental II
e
Ensino Médio
Organização Institucional
O Colégio Pedro II é uma autarquia federal ligada ao Ministério da Educação.
Organiza-se em departamentos responsáveis por sua estrutura pedagógica específica, a
saber:
Primeiro Segmento (especificidades para a faixa etária da alfabetização até a 4ª
série); Biologia e Ciências; Desenho e Educação Artística; Educação Física e Folclore;
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Educação Musical; Filosofia; Física; Geografia; História; Línguas Anglo-Germânicas;
Línguas Neolatinas Estrangeiras; Matemática; Português e literaturas de Língua Portu-
guesa; Química; Sociologia; Ciências da Computação e Iniciação ao Trabalho.
Na cúpula administrativa estão: Diretor-Geral, assessorado pela Secretaria de
Ensino. Esta é constituída de Sub-Secretaria de Ensino Fundamental e Sub-Secretaria de
Ensino Médio. Existem, ainda, o Setor de Ensino Especial e o Setor de Supervisão e
Orientação Pedagógica (SESOP), este com representantes em todas as Unidades de En-
sino.
Cada Unidade possui um Diretor com uma equipe técnico-administrativa local.
As unidades I possuem um Coordenador Setorial que assume o papel de direção com
plena representação nas decisões tomadas em reuniões sistemáticas do chamado Conse-
lho Pedagógico.
A essa organização pedagógica ainda podemos acrescentar: Administração; Re-
cursos Humanos; Procuradoria; Engenharia; Gabinetes Médicos. Toda uma infra-
estrutura indispensável a uma instituição desse porte tão avantajado.
Corpo Discente
O ingresso dos alunos no Primeiro Segmento se dá mediante sorteio público a
partir de condições pré-estabelecidas por edital respeitando, exclusivamente, a faixa
etária. Com essa medida a diversidade é bastante acentuada, já que às diferenças de ní-
vel sócio-econômico juntam-se as características/necessidades do alunado. Vivências
diferenciadas enriquecem o processo de aprendizagem possibilitando trocas inesgotá-
veis de experiências.
Para a quinta série do Ensino Fundamental são encaminhados os alunos que
concluem a etapa inicial do “Pedrinho”, denominação carinhosa dada internamente às
unidades I. As vagas excedentes são preenchidas através de concurso de admissão.
Para a primeira série do Ensino Médio repete-se o procedimento – alunos oriun-
dos da oitava série do próprio colégio e concurso para as vagas remanescentes.
A título de curiosidade, apresentamos a tabela a seguir com dados da procura pe-
lo processo seletivo no Colégio Pedro II no período de 1996 a 2000.
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1996 1997 1998 1999 2000 Série
Insc. Vagas Insc. Vagas Insc. Vagas Insc. Vagas Insc. Vagas
C.A. 2.750 236 2.758 189 3.059 220 3.225 200 4.568 220
5ª série 3208 246 4.279 300 4.364 360 5.671 225 7.267 240
1ª série 1988 283 3.123 240 2.798 283 2.946 107 4.998 235
Fonte: Colégio Pedro II Projeto Político Pedagógico Inep/MEC 2002
Projeto de Integração Quarta e Quinta1
O processo de articulação da quarta com a quinta série nas Unidades Escolares Hu-
maitá tem sua origem no ano de 2003. Na ocasião, dois setores responsabilizavam-se
pelo encaminhamento dos alunos de quarta série para a quinta série: o Setor Técnico de
Ensino e Avaliação (STEA), cuja atribuição era acompanhar o desempenho acadêmico
dos alunos, as dificuldades de aprendizagem enfrentadas e as carências curriculares; e o
Setor de Orientação Educacional (SOE), que funcionava como suporte psicológico à
comunidade escolar, cuidava das questões de encaminhamentos a serviços especializa-
dos (médicos, fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos), acompanhava esses aten-
dimentos, e mediava a relação entre a escola e as intituições.
Desde 1988, na passagem da primeira turma de quarta para a quinta série, a rotina
para encaminhamento dos alunos obedece a uma certa dinâmica. Cabe ao SOE preparar
alunos e familiares para a transição, e ao STEA fornecer um perfil dos resultados alcan-
çados e dos limites do corpo discente aos setores do segundo segmento, de acordo com
as seguintes informações técnicas:
SETOR INFORMAÇÕES TÉCNICAS
SOE
Levantamento do perfil do aluno
Sociograma (aplicado nas turmas de
quarta série)
Projeto de quarta série
1 Diálogo da Tradição com a Inovação: Um Imperativo da Formação Docente (2005)
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STEA
Análise do desempenho dos alunos
Acompanhamento pedagógico – apoio
e recuperação.
Diagnóstico das principais dificulda-
des Unidades escolares por níveis de atendimento
O projeto de quarta série, dinamizado pelo SOE, foi concebido para realizar ati-
vidades de discussão, reflexão e esclarecimentos para responsáveis e alunos sobre as
normas e procedimentos desejáveis para a quinta série. Do projeto participam profissio-
nais do SOE da Unidade Escolar Humaitá II como palestrantes, que além de discorre-
rem a respeito de aspectos técnico-pedagógicos da vida escolar na quinta série, são en-
trevistados pelos alunos de quarta série a fim de elucidar suas dúvidas sobre a futura
experiência acadêmica. Durante todo o ano letivo em que o aluno cursa a quarta série,
semanalmente o profissional do SOE ocupa um tempo de aula em cada uma das turmas,
para utilização de dinâmicas de grupo e apresentação de assuntos de interesse direcio-
nados aos alunos em sua nova etapa de vida. Temas como reprodução e sexualidade,
organização de etapas de estudo e uso da agenda são desenvolvidos e discutidos com
eles. Este projeto permanece até os dias de hoje, e é considerado de importância vital
para o desenvolvimento discente na faixa etária que vai dos nove aos treze anos de ida-
de.
Com relação à análise de desempenho, coube ao STEA encaminhar para a Unidade
Escolar I as médias finais de quarta série, acompanhadas de um estudo relacionado ao
ano letivo com as dificuldades apresentadas nas diferentes áreas/disciplinas por cada
aluno.
O trabalho de recuperação na Unidade Escolar Humaitá I foi idealizado para, após
encaminhamento do professor, transcorrer durante todo o ano letivo em turno contrário
ao das aulas regulares do aluno com dificuldades de aprendizagem. Além disso, estabe-
leceu-se com atribuição do STEA repassar todo o histórico detalhado desses acompa-
nhamentos para o STEA da Unidade Escolar Humaitá II, na qualidade de subsídios para
os professores de quinta série.
Durante o ano de 2004, houve uma modificação na estrutura organizacional do Co-
légio, e os setores STEA e SOE foram fundidos num único órgão, denominado Setor de
Supervisão e Orientação Pedagógica (SESOP), com atribuições a serem regulamentadas
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em portaria da Direção Geral. Nas Unidades Escolares II também foi criada a função de
Coordenador de Série, com atribuições semelhantes a de um supervisor geral, com o
objetivo de buscar a integração horizontal (na mesma série, diferentes disciplinas) e a
integração vertical (entre as séries anterior e a seguinte) do processo pedagógico.
Em sucessivas reuniões, integradas por diretores, coordenadores da quinta série e
chefes do SESOP, onde realizava-se a troca de informações gerais e específicas sobre
cada aluno, foi identificada como lacuna no acompanhamento das atividades educacio-
nais a necessidade de contatos diretos entre os professores regentes da quarta série com
os da quinta série. Reconheceu-se como de fundamental importância um maior conhe-
cimento sobre o trabalho desenvolvido nas duas unidades escolares, inclusive sobre as
expectativas dos professores em relação ao alunado.
As reuniões com os professores aconteceram em cada Unidade Escolar e organizou-
se, então, o primeiro encontro de todos os professores envolvidos com a quarta e a quin-
ta série, realizado na Unidade Escolar Humaitá I.
Após uma confraternização inicial com um café da manhã, a programação prosse-
guiu com a visita às dependências da Unidade Escolar, a apresentação pelos coordena-
dores pedagógicos do trabalho desenvolvido no primeiro segmento, e um momento de
troca de experiências entre todos os professores presentes.
Como fruto dessa primeira abordagem, algumas dúvidas e observações a respeito do
trabalho do primeiro segmento foram explicitadas pelos professores, abrangendo sobre-
tudo aspectos comportamentais relacionados às rotinas de estudo dos alunos da quarta
série. Os professores de quinta série identificavam em parte do corpo discente a falta de
hábitos de estudos, a indisciplina quanto ao cumprimento de atividades planejadas, a
inadimplência em relação aos exercícios de casa e aos prazos de apresentação das tare-
fas agendadas, e o resultado insatisfatório das pesquisas solicitadas em classe. Eles in-
dagaram sobre a existência dessas questões na quarta série, e manifestaram curiosidade
sobre a maneira pela qual elas eram tratadas. Após respondidos os questionamentos,
constatou-se que os problemas enfrentados pelo professor de quinta série eram os mes-
mos vivenciados no cotidiano do primeiro segmento.
Outra dificuldade reconhecida pelos professores em geral foi a relação mantida entre
escola e a família. A presença dos responsáveis sempre é mais efetiva nas séries iniciais.
A família da sociedade atual tem uma estrutura diferenciada das famílias mais tradicio-
nais. Características consideradas como padrão há algum tempo, hoje escapam desse
modelo: as mulheres são chefes de casa, as crianças são criadas pelos avós, os finais de
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semana das crianças são vividos em outras casas, em nova família paterna, e outras situ-
ações semelhantes.
Tendo em vista que a escola precisa se adaptar a esse novo modelo de organização
familiar, de forma a atender as exigências de nosso tempo, surgiram do encontro pro-
postas que estiveram relacionadas diretamente com o cotidiano da prática profissional.
Os professores entenderam que seria prudente, por exemplo, evitar de estabelecer a en-
tregra de trabalhos específicos como pesquisas e estudos para as segundas-feiras, dados
possíveis embaraços familiares a que parte dos alunos devem enfrentar para cumprirem
as tarefas. Outra sugestão foi relativa a um maior cuidado na orientação de pesquisa por
parte por parte do professor, que deve evitar a realização de atividades fora do ambiente
escolar, pois hoje em dia muitas famílias não permitem a saída de casa dos alunos, com
receio de possíveis conseqüências da violência urbana na cidade. Ao final do encontro,
os professores avaliaram a experiência como sendo positiva para todos os presentes.
No segundo semestre do ano de 2004, foi marcado um segundo encontro de profes-
sores, dessa vez realizado Unidade Escolar Humaitá II. Os professores de cada discipli-
na apresentaram o trabalho executado em sala de aula. No momento anterior à exposi-
ção houve uma palestra sobre Transtorno de Déficit de Atenção – Hiperatividade minis-
trada pelo neurologista, Dr. Milton Genes.
Todos os eventos preparados pelos setores não teriam valor se não fossem acompa-
nhados por ações sistemáticas, continuadas e dinamizadas pelos setores de supervisão e
orientação das Unidades Escolares I e II e pela Coordenação da quinta série.
Tais ações caracterizam-se pelo acompanhamento dos alunos após cada Conselho de
Classe, pelo convite aos responsáveis por alunos com algum tipo de dificuldade em seu
desempenho, para o apoio da família no atendimento/atenção a esse desempenho, e por
reuniões com os professores das disciplinas que apresentam índices mais altos de resul-
tados abaixo do esperado.
A partir do encontro na Unidade Escoar II, ficou cada vez mais claro para os partici-
pantes que as reuniões de troca de experiências não se esgotavam ao final de sua reali-
zação. Reconheceu-se a importância de todo um processo de escuta e reflexão entre os
professores, e de levantamento sistemático de estratégias negociadas coletivamente para
o enfrentamento das questões enfocadas. Questões que dizem respeito ao que fazer para
superar as dificuldades encontradas, a como planejar as ações para vencer os obstáculos,
aos resultados esperados e são obtidos dessas ações, e ao que poderá ser incrementado
em novas etapas do processo de reflexão/ação sobre a prática.
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Neste ano, um um novo item somou-se às ações do projeto de articulação da quarta
série com a quinta série. A Unidade Escolar Humaitá II, que já se pautava em informa-
ções sobre o corpo discente da Unidade Escolar Humaitá I para alocar os alunos nas
turmas em 2005, acatou as sugestões do SESOP da UEH I relativas a importância deles
implantarem a recepção do contingente de alunos de quarta série para a formação das
turmas.
As reuniões com professores de quinta série também adquiriram caráter diferencia-
do, pois as expectativas dos professores de quinta série foram ouvidas e consideradas,
mas apresentando as informações sobre os alunos em geral e a realidade do perfil desse
grupo.
A Unidade Escolar Humaitá I ficou definida como anfitriã para o encontro ocor-
rido em julho de 2005. Além dos professores de quarta e quinta, também foram convi-
dados os professores regentes de terceira série, os coordenadores de quinta e sextas sé-
ries, e a chefe de Departamento do Primeiro Segmento. Como ocorreram queixas
frequëntes em relação a aspectos atitudinais dos alunos (autonomia, interesse, responsa-
bilidade), a pauta desse encontro foi direcionada, no primeiro momento, para uma refle-
xão sobre a construção da autonomia. A partir da leitura de um texto especialmente pre-
parado para o evento, houve a divisão em pequenos grupos para facilitar o debate e a-
presentação das propostas surgidas em um momento posterior.
A parte final do encontro foi dedicada para a troca de experiências entre os pro-
fessores em dois grupos menores. Foram discutidas algumas questões que afligiam os
profissionais de uma e de outra unidade, como por exemplo, o descompromisso obser-
vado em alguns alunos com as atividades escolares. As discussões foram registradas
para serem retomadas em reuniões posteriores com os professores ou com os responsá-
veis. Ficou acertada a programação de uma outra reunião, que ainda não foi realizada.
Na Unidade Escolar Humaitá I, o projeto de quarta série dinamizado pelo SE-
SOP também tem recebido ajustes no decorrer de seu desenvolvimento. Neste ano –
além das entradas sistemáticas nas turmas para as reflexões sobre o período de vida ex-
perienciado pelos alunos, e sobre as questões normativas na dinâmica do Colégio – fo-
ram realizadas diversas atividades, tais como visitas às diferentes dependências da U.E.
Humaitá II; entrevista com profissional do SESOP responsável pela quinta série nos
dois turnos, para atendimento às dúvidas e curiosidades dos egressos da quarta série;
reuniões com os responsáveis pelos alunos de quarta série com os profissionais dos SE-
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SOPs das unidades escolares I e II; e esclarecimentos referentes às normas e procedi-
mentos do cotidiano escolar (uniforme, horários, tarefas, sexualidade, bulling etc.)
Convênios, Parcerias e Projetos com outras Istituições
Programa de Orientação Científica
Público Alvo: Alunos da 1ª série do Ensino Médio
Objetivo: oferecer ao aluno possibilidade de contato com o conhecimento e ex-
periências da atualidade.
O aluno, através de pesquisa orientada por professores pós-graduados e universi-
tários estabelece contatos em áreas de seu interesse específico. Há trabalhos em: Direito,
Computação Gráfica, Engenharia Eletrônica, Marketing. Engenharia Nuclear entre ou-
tras.
Programa de Orientação Científica
Público Alvo: Alunos da 1ª série do Ensino Médio
São oferecidas vagas em diversos campos de pesquisa onde o aluno poderá colo-
car em prática a teoria aprendida em laboratórios nas áreas de Biologia, Física e Quími-
ca. Com duas etapas (iniciante e avançado) o aluno pesquisador do Colégio Pedro II
pode ser aproveitado e torna-se bolsista do Conselho Nacional do Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq).
Observatório Nacional, Museu Nacional, CEFET e SENAI são exemplos, entre
outras, de instituições que se interessam pela contribuição dos alunos do Colégio em
convênios estabelecidos.
Além disso, mediante prévias negociações com o Setor de Pesquisa Extensão e
Cultura (SEPEC), há inúmeras possibilidades de novas parcerias admitindo-se o ingres-
so de estagiários das universidades e fundações de Ensino Superior.
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Eminentes ex-alunos do Colégio Pedro II
Com uma História tão longa e um nível de ensino tão elevado não é de se estra-
nhar a presença de grande número de ex-alunos ilustres. O destaque alcançado por estes
os pôs entre os mais reconhecidos do cenário nacional, seja no Império ou na República.
É notório o respeito e o carinho que os ex-alunos demonstram pelo Colégio. Pór
outro lado, o nome da Instituição acaba para sempre ligado ao ex-aluno. A notícia abai-
xo transcrita é um exemplo disso:
Tabuada de Imortal
O momento mais divertido da festa que se seguiu à eleição [para a Academia Brasileira de Letras] de
Domício Proença foi o grito de “Tabuada” puxado por ex-alunos do Pedro II, onde o imortal estudou.
O Globo 26 de março de 2006 Coluna de Joaquim Ferreira dos Santos Apresento a seguir uma pequena parcela do rol de ex-alunos ilustres do Colégio
Pedro II:
Ex-presidentes:
Escritores:
R o d r i g u e s A l v e s N i l o P e ç a n h a Hermes da Fonseca W a s h i n g t o n L u i s
Euclides da Cunha Alceu Amoroso Lima Carlos de Laet Visconde de Taunay
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Outras personalidades:
Affonso Arinos de
Melo Franco
Barão do Rio Branco Barão Ramiz Galvão Joaquim Nabuco
Perfil Docente
O corpo docente do Colégio Pedro II, no decorrer de sua história, sempre contou
com nomes de muito prestígio na Educação Nacional.
Muitos dos ex-alunos retornaram ao Colégio como professores, fato que se ob-
serva até os dias atuais.
Nas tabelas apresentadas abaixo é possível avaliar a qualidade, a diversidade e a
formação acadêmica dos docentes. Mesmo para as séries iniciais é muito significativo o
percentual de profissionais com pós-graduação em seu currículo.
O regime de trabalho em Dedicação Exclusiva possibilita maior participação
docente nas atividades pedagógicas, desenvolvendo-se vários projetos de interesse para
o aprimoramento do trabalho da instituição escolar.
Tabela 1
Docentes por Sexo
Femino Masculino Total
Total 690 290 980
Percentual 70,41 29,59 100 Fonte: Colégio Pedro II Projeto Político Pedagógico Inep/MEC 2002
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Tabela 2
Docentes por faixa etária
Faixa Quantidade Percentual
Até 25 anos 13 1,33
De 25 a 30 anos 19 1,94
De 31 a 40 anos 311 31,73
De 41 a 50 anos 379 38,67
De 51 a 60 anos 200 20,41
Maiores de 60 anos 58 5,92
Total 980 100
Fonte: Colégio Pedro II Projeto Político Pedagógico Inep/MEC 2002
Tabela 3
Docentes por tempo de admissão
Faixa Quantidade Percentual
Até 1980 72 7,35
De 1981 a 1985 296 30,20
De 1986 a 1990 167 17,04
De 1991 a 1995 305 31,12
Após 1995 140 14,29
Total 980 100
Fonte: Colégio Pedro II Projeto Político Pedagógico Inep/MEC 2002
Tabela 4
Docentes por Regime de Trabalho
Regime Total
20 horas 108
40 horas 307
Dedicação Exclusiva 563
Total 978
Fonte: Colégio Pedro II Projeto Político Pedagógico Inep/MEC 2002
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Tabela 5
Docentes por grau de escolaridade
Escolaridade Percentual
Normal 0,2
Graduação 24,9
Aperfeiçoamento 0,2
Especialização 53,8
Mestrado 19,5
Doutorado 1,6
Fonte: Colégio Pedro II Projeto Político Pedagógico Inep/MEC 2002
Docentes Ilustres
Citaremos uma pequena parcela dos docentes ilustres que atuaram no Colégio
Pedro II.
Álvaro Lins, professor de Literatura;
Antenor Nascentes, professor de Espanhol e Língua Portuguesa;
Aurélio Buarque de Holanda, professor de Língua Português;
Carlos Miguel Delgado de Carvalho, professor de Sociologia e Geografia
Euclides da Cunha, o autor de Os Sertões foi professor de lógica, mas faleceu
em um tiroteio no início de sua atividade no Pedro II;
Fernando Antonio Raja Gabaglia, além de professor de Geografia foi diretor do
Colégio Pedro II, Secretário de Educação e Cultura do ex-Distrito Federal e
quem conseguiu do presidente Getúlio Vargas que fosse restituído ao Colégio a
emissão do título de Bacharel em Ciências e Letras aos alunos formados;
João Alfredo Libânio Guedes, professor de História;
João Batista de Melo e Sousa, professor de História;
João Batista Ribeiro de Andrade Fernandes, professor de História durante 34
anos;
João Capistrano de Abreu, professor de História e jornalista;
Joaquim Manuel de Macedo, jornalista e escritor;
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Joaquim Osório Duque Estrada, jornalista, diplomata e professor de História;
José Maria da Silva Paranhos (Barão do Rio Branco), professor de História do
Brasil e Corografia;
José Rodrigues Leite e Oiticica, professor de Língua Portuguesa por 35 anos
(entrecortados por diversos encarceramentos por motivos políticos);
Júlio César de Melo e Sousa (o Malba Tahan), o escritor foi professor de Mate-
mática;
Justiniano José da Rocha;
Luís Gastão Escragnolle Doria, jornalista e professor de História Geral (no In-
ternato) e de Inglês (no Externato);
Pedro do Couto, além de professor foi diretor do Internato;
Silvio Romero, sociólogo, crítico e historiador, foi professor de Filosofia.
Conclusões
Este trabalho não tem por objetivo esgotar tudo o que se precisa conhecer sobre
o Colégio Pedro II. Há muita riqueza de dados sobre a sua trajetória, manifesta dentro
da própria História da Educação do Brasil. Acompanha os altos e baixos vivenciados
por todos os brasileiros desde o Brasil-Colônia, considerando-se a origem do Colégio
dos Órfãos (no século XVIII).
Foi maestro da organização curricular para outros estabelecimentos de ensino,
durante vários anos no Império e na República, “padrão do ensino de humanidades”
como afirma Fernando Segismundo, ex-aluno e docente do Colégio.
Não se pode afirmar que seja uma instituição afeta a inovações ou modernismos
pedagógicos. O peso da tradição, entretanto, não o impede de buscar evoluir sempre.
Escreve o historiador Escragnole Dória: “Sem estudar o Pedro II não se compre-
ende a instrução pública nacional”.
Por seu turno, disse Getúlio Dornelles Vargas (ex-presidente do Brasil): “O sim-
ples nome do Educandário evoca todo o quadro da evolução política e cultural do Bra-
sil”.
É com o entusiasmo que caracteriza os alunos desta Instituição que entoamos o
seu “grito de guerra”: a Tabuada:
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“Pedro II, tudo ou nada?
Tudo!
Então como é que é?
É tabuada!
Três vezes nove, vinte e sete.
Três vezes sete, vinte e um.
Menos doze fica nove.
Menos oito fica um.
Zum, zum zum, paratibum.
Pedro II!!!
Bibliografia
CD-ROM Institucional do Colégio Pedro II – Rio de Janeiro.
Projeto Político Pedagógico – Colégio Pedro II. Brasília: INEP/MEC, 2002.
Choeri, Wilson. Histórias do Velho Colégio Pedro II. Rio de Janeiro: Unigraf, 2004.
Fernandes, Ricardina Reis. Sobrinho, Carlos Alberto. Diálogo da Tradução com a Ino-
vação: Um Imperativo da Formação Docente. Rio de Janeiro: 2005
Segismundo, Fernando. Colégio Pedro II, Tradição e Modernidade. Rio de Janeiro: U-
nigraf, 1987.
___________________. Grandezas do Colégio Pedro II. Rio de Janeiro: Unigraf, 1996.