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REVOLUÇÃO RUSSA E SOCIEDADES PÓS- REVOLUCIONÁRIAS Profa. Dra. Vânia Noeli Ferreira de Assunção Prof. Dr. Antonio Rago Filho

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trabalho escolar revolucionarias russa

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  • REVOLUO RUSSA E

    SOCIEDADES PS-

    REVOLUCIONRIAS

    Profa. Dra. Vnia Noeli Ferreira de Assuno

    Prof. Dr. Antonio Rago Filho

  • J. Paulo Netto Introduo a Lnin

    E. Hobsbawm A Revoluo Mundial

    J. Chasin A Crise nos Dois Sub-Sistemas do Capital

    Complementares:

    Victor Serge Da Servido Revoluo Proletria

    Perry Anderson Trotsky/Stlin

    L. Tolstoi A Morte de Ivan Illitch

    Gorki

    REVOLUO RUSSA E SOCIEDADES

    PS-REVOLUCIONRIAS

  • Europa pr-Revoluo Russa

    Consolidao do capitalismo

    Lutas de classes j plenamente capitalista, com o aparecimento em cena do proletariado, especialmentea partir de 1848

    A questo agrria est na ordem do dia

    Ascenso dos partidos social-democratas no final do sculo XIX impe discusso, tendo em vista necessidadede alcance do eleitor do campo

    Expanso colonial das potncias europeias se completa

    Tambm foras da revoluo amadurecem

  • Rssia pr-revolucionria

    Fortssimas sobrevivncias do ancien rgime (servido, privilgios da nobreza e da igreja)

    Estrutura de poder autocrtica, com severo regime burocrtico e policial e corporaes privilegiadas

    Capitalismo atrasado: produo agrcola insuficiente, a exportao de trigo decai, o crescimento das manufaturas lento e falta forade trabalho

    Inexperincia e falta de organizao do movimentooperrio

  • Rssia pr-revolucionria

    Reformas (judiciria, estatuto das administraes

    locais, abolio dos castigos corporais 1863-

    1865) eram acompanhadas de medidas rigorosas

    e cruis, como as deportaes

    Discusso justamente sobre as premissas do

    capitalismo

  • Rssia pr-revolucionria

    Em 1861, de 67 milhes de russos, 23 milhes eramservos, pertencentes a 103.000 proprietrios

    Emancipao dos servos (1861): o lavradorlibertado, mas obrigado a comprar nfimaspores de terra habilmente recortadas, passa daservido feudal servido econmica: trabalharmuito mais (Serge)

    1900: 70% dos lavradores tinham menos terra do que a necessria para alimentar sua famlia, mas a produo de trigo aumentou 140% em 15 anos

  • Rssia pr-revolucionria

    Burguesia fraca e inclinada a compromisso com reao

    Inexistia qualquer movimento liberal

    Na segunda metade do sculo XIX, os distrbios

    agrrios eram constantes

    No seio da pequena burguesia privada de direitos e

    de futuro, maltratada pelo antigo e pelo novo regime,

    jovens intelectuais adotavam ideias revolucionrias

    Narodiniki ir ao povo; campons como base de um

    confuso socialismo tipicamente russo, centrado no mir

  • Rssia pr-revolucionria

    Narodiniki: proclama que a evoluo capitalista daRssia agrria no necessria nem provvel: vna antiga comunidade rural o embrio de um socialismo agrcola especificamente russo

    Campons como base, proletariado importanteporm secundrio

    Revoluo: substituio da autocracia por regime democrtico baseado no direito do povo

    Individualidades conscientes e pensamento crticocomo amplamente influentes na sociedade

  • Rssia pr-revolucionria

    Dos seus destroos nasce a Sociedade Secreta

    Terra e Liberdade, logo cindida em Partilha Negra

    (partidria da propaganda na zona rural) e a

    Narodnaia Volia, Vontade do Povo, partidria do

    terrorismo e com programa confuso

    Foi debelada aps cometer diversos atentados

    Entre 1881-1890, a represso atua com rigor:

    Alexandre III proclama a autocracia inabalvel e

    cria a Okhrana (A Defensiva), polcia secreta

  • Rssia pr-revolucionria

    Neste perodo os direitos dos nobres crescem, artifcios legais consagram um novo tipo de servido do campons, o ensino superior reservado por lei s classes dirigentes, osestudantes so severamente vigiados, a poltica de russificao de outros povos (poloneses, finlandeses, dos Blticos e do Cucaso) prossegue

    Os judeus so perseguidos

    Medidas protecionistas dos interesses exportadoreselevam custo de vida

  • Rssia pr-revolucionria

    A indstria ala voo: 10 milhes de trabalhadores

    esto disposio no campo miservel, o mercado

    interno ampliado, os capitais estrangeiros afluem

    As condies de vida e de trabalho so pssimas:

    muitos dormiam nas prprias oficinas ou vrias

    famlias habitavam o mesmo quarto, a mortalidade

    infantil era altssima, os salrios eram

    irregularmente pagos, as multas eram frequentes

  • Rssia pr-revolucionria

    1876: Plekhanov, estudante, desfraldou pela 1 veza bandeira vermelha, em manifestao operriasocialista indita na Rssia

    1885: 1 greve vitoriosa dos operrios russos, nafiao Morozov

    1883: 1 grupo revolucionrio russo de tendnciamarxista foi fundado na Sua por Plekhanov Emancipao do Trabalho, 5 membros

    1892: Unies de Combate para a Emancipao daClasse Operria, consolidadas em 1895

  • Rssia pr-revolucionria

    Em Petersburgo liderada por Lenin (25 anos) e

    Martov, participa Krupskaia; Trostky estar, em

    Nikolaiev, na fundao da Sociedade Operria do Sul

    da Rssia

    Este o nascimento da social-democracia russa

    Contra os narodniki, demonstram a inelutabilidade do

    desenvolvimento capitalista da Rssia formulando a

    doutrina da hegemonia do proletariado

    1894: 1 Congresso da Social-Democracia Russa (9

    delegados)

  • Rssia pr-revolucionria

    Propaganda socialista avana no seio do movimento

    operrio russo

    Tendncia economicista: operrios devem interessar-se

    somente por questes econmicas; condena a revoluo

    violenta e cr na evoluo do capitalismo; tambm

    existe uma tendncia do marxismo legal

    1900: Iskra (Centelha): combate as tendncias

    oportunistas, busca reunir oposio em torno do

    proletariado, incluindo estudantes e intelectuais e

    condena terrorismo individual socialista-revolucionrio

  • Rssia pr-revolucionria

    1894-1903: estudantes so a vanguarda do

    movimento revolucionrio

    Lenin insiste na necessidade de formar uma

    organizao de revolucionrios profissionais,

    inteiramente dedicados ao movimento

    1903: 2 Congresso da Social-Democracia Russa

    (60 militantes); eles se dividem em majoritrios

    (bolcheviques) e minoritrios (mencheviques)

  • Rssia pr-revolucionria

    Plekhanov contra compromisso com liberais,

    defende a pena de morte para proprietrios

    fundirios e para a dinastia e se posiciona contra o

    fetichismo parlamentar

    Lenin exige que a filiao ao partido imponha a

    obrigao de militar numa organizao clandestina

    (o que desagradava os intelectuais simpatizantes)

    1903: Plekhanov adere aos mencheviques, como

    Trotski (este por pouco tempo)

  • Rssia pr-revolucionria

    Partido Socialista-Revolucionrio surge na mesmapoca e conserva as tradies dos narodnikiscombatidas por Lenin e Plekhanov

    Prope-se a representar proletariado, campesinato e intelectualidade progressista (lutas de classes com papel menor)

    Comunas camponesas como base do socialismo

    Terrorismo individual como ttica (at 1905)

    1901: as diversas organizaes formam 1 partido

    Duramente reprimidos

  • Revoluo Russa de 1905

    s vsperas de 1905, havia largussimaconcentrao fundiria (os proprietrios adquiriamterras por conta do aumento internacional dos preos dos cereais, cujas exportaes crescem)

    Fora de trabalho disponvel (1,691 milho de operrios) para indstria, de tcnicas atrasadas

    No havia legislao trabalhista, sindicatos, direitode associao, de manifestao ou de greve; a jornada de trabalho era mais longa (de 10h a 14h) e os salrios mais baixos que na Europa

  • Revoluo Russa de 1905

    Tal situao inibia a prpria indstria, fazendo que o

    patronato txtil e o metalrgico simpatizassem,

    inicialmente, com a Revoluo de 1905

    Exceto os grandes proprietrios de terras, a nobreza

    rica, a corte e de parte da alta burguesia, todas as

    classes sociais sentiam necessidades de mudanas

    Guerra com o Japo: reveses, terminando em setembro

    de 1905 com derrota dos russos e a perda de toda

    sua frota; havia custado 1,3 bilho de rublos

    Agitaes no campo e greves marcam perodo

  • Revoluo Russa de 1905

    Em janeiro de 1905 ocorreu um conflito na usina

    Putilov entre operrios e direo, que demitiu

    quatro membros da associao operria tolerada

    pelas autoridades e dirigida por Gapone

    Organiza movimento para entregar petio ao

    tsar: jornada de 8h, reconhecimento dos direitos

    dos operrios, constituio (responsabilizao dos

    ministros perante a nao, separao entre igreja e

    estado, liberdades democrticas)

  • Revoluo Russa de 1905

    Em 9 (22) de janeiro, os cossacos metralharam a

    manifestao pacfica, sob ordens do tsar: centenas

    de mortos e feridos

    Incio da 1 revoluo russa: uma greve quase

    generalizada paralisou 122 cidades ou localidades

    industriais e 10 linhas ferrovirias

    No dia seguinte sindicatos ilegais ou tolerados

    pipocam em vrios locais

  • Revoluo Russa de 1905

    Mencheviques: revoluo seria burguesa, levaria

    burguesia ao poder e impulsionaria desenvolvimento

    capitalista na Rssia; proletariado deveria ser oposio

    no seio da democracia burguesa

    Bolcheviques: no pode haver revoluo puramente

    burguesa dada a existncia de proletariado numeroso,

    organizado e consciente; democracia se completa com

    ditadura democrtica operrio-camponesa, cujas

    conquistas permitiriam ir em direo ao socialismo

    Trotksy: revoluo permanente

  • Revoluo Russa de 1905

    Lenin aprova no Congresso a participao do

    partido num governo revolucionrio: estpido e

    criminoso temer, em perodo revolucionrio, a

    participao no poder

    Sucedem-se lutas e insurreies (como a do

    Potemkim)

    Em agosto um decreto imperial cria a Duma

    assembleia puramente consultiva a ser eleita por

    sufrgio censitrio num sistema complexo e elitista

  • Revoluo Russa de 1905

    Em outubro, greve geral vai se estendendo

    No mesmo perodo, a revolta dos camponeses se

    alastrava pela Rssia

    Outro decreto imperial transforma a Duma em

    assembleia legislativa e concede direito de voto

    pequena burguesia urbana e aos operrios

    A imprensa operria se consolidava

    Todas as liberdades democrticas estavam

    conquistadas

  • Revoluo Russa de 1905

    Muitas deseres no exrcito

    Soviete de Petersburgo, dirigido por Trotsky, tenta

    conquistar jornada de trabalho de 8h, mas fracassa

    Soviete de Moscou conclama greve geral em

    dezembro, que logo ganha carter insurrecional,

    logo reprimida

  • Revoluo Russa de 1905

    A primeira revoluo russa custou ao povo russocerca de 15.000 mortos, mais de 18.000 feridos e 79.000 prisioneiros. A autocracia foi salva pelashesitaes e pelo esprito reacionrio da burguesialiberal, as hesitaes das classes mdiasrevolucionrias, a inexperincia e a falta de organizao do proletariado, a fraqueza do partido proletrio, o carter elementar dos movimentos no campo, a fidelidade relativa datropa e a interveno do dinheiro francs (SERGE)

  • Revoluo Russa de 1905

    Mas as massas operrias e camponesas tinham

    perdido o respeito pela aristocracia e aprendido a

    se confrontar com a opresso

    Os anos seguintes foram de terrvel represso e

    ceticismo para o movimento revolucionrio

    1905 foi uma derrota clara para a burguesia,

    pouco unificada, que se viu confrontada pelo

    proletariado que conseguiu, em certos momentos,

    liderar at a classe mdia

  • Revoluo Russa de 1905

    A diviso da sociedade em castas, os privilgios danobreza, dos proprietrios de terra, da igreja e daCoroa, a desigualdade civil e a autocraciacontinuaram

    O capitalismo russo permaneceu entravado

    Nenhuma das causas da revoluo foi solapada ousuprimida

    O governo tratou de realizar reformas quefavoreciam no interior do campesinato a aquisiode propriedade privada

  • Revoluo Russa de 1917

  • Revoluo Russa de 1917

    Mais formidvel movimento revolucionrio

    organizado da histria moderna

    A Revoluo de outubro teve muito mais impacto

    para o mundo do que a Revoluo Francesa

    1917: Guerra Imperialista e Guerra Civil guerra

    generalizou colapso poltico e crise revolucionria

    Em 1917 toda a Europa se tornara um monte de

    explosivos sociais prontos para ignio

    Mundo espera de alternativa, qual a Revoluo

    Russa pretendeu responder

  • Revoluo Russa de 1917

    EUA: nico pas que saiu das guerras mundiais como

    entraram, porm um pouco mais fortes. Para os

    demais pases significou levantes

    A Revoluo de Outubro no foi feita para a

    Rssia: tinha tambm o intuito de trazer a

    revoluo para o proletariado mundial

    Para Lenin j estava claro que no existiam na

    Rssia condies para uma revoluo socialista

    Lenin toma o poder acreditando numa revoluo

    mundial, ou, pelo menos, europeia

  • Revoluo Russa de 1917

    Resultados: A queda do czar foi como uma

    proclamao da liberdade Lnin tornou

    esse feito popular em poder bolchevique

    Poltica interna: Em vez de uma Rssia liberal

    e constitucional voltada para o Ocidente

    disposta a combater os alemes, o que

    resultou foi um vcuo revolucionrio, um

    governo provisrio impotente e um conselho

    dbil

    As reivindicaes = da parte dos pobres era

  • Revoluo Russa de 1917

    Reivindicaes: da parte dos pobres era

    basicamente po, dos operrios melhores

    salrios e menos horas de trabalho e 80% dos

    russos que viviam da agricultura reivindicavam

    terra

    Todos queriam o fim da guerra inclusive os

    soldados que eram maltratados e explorados

  • Revoluo Russa de 1917

    Diferentemente do governo provisrio, bolcheviques

    sabiam o que o povo pensava e queria

    Lenin e os bolcheviques ganharam fora e estenderam

    suas redes de relaes internas

    Com todas as fraquezas a revoluo sobreviveu por trs

    fatores:

    Instrumento de poder nico

    nico governo capaz de manter a Rssia integral como

    Estado

    A Revoluo permitia ao campesinato tomar a terra

  • Revoluo Russa de 1917

    A revoluo esperada no aconteceu, porm dois anos

    aps a Revoluo de Outubro uma onda de revoluo

    varreu o globo

    As esperanas do bolcheviques no pareciam irreais

    A Revoluo de outubro foi universalmente reconhecida

    como um acontecimento que abalou o mundo, inspirando

    no s revolucionrios, mas, o mais importante, revolues

  • Revoluo Russa de 1917

    O perodo de levantes deixou para trs atrasos e um

    governo a busca de uma alternativa ao capitalismo

    Mas deixou tambm um movimento internacional

    disciplinado e uma gerao de revolucionrios

    comprometidos com a idia de revoluo mundial

    Os jovens que tinham sede de derrubar o capitalismo

    tornavam-se comunistas ortodoxos

    O mundo passa a aceitar uma identidade social-

    revolucionria, sobretudo quando Hitler entra em cena

  • Revoluo Russa de 1917

    Inovao = A fora do movimento pela revoluo

    mundial estava na forma comunista

    O novo tipo de partido de Lnin foi uma formidvel

    inovao de engenharia social do sculo XX, comparvel

    s ordens monsticas crists

    Foi forte apelo para os jovens membros de velhas elites

    que entram nesses partidos em nmeros desproporcionais

  • Revoluo Russa de 1917

    A guerrilha como novidade = Os comunistas

    organizaram alguns ncleos aps a II Guerra Mundial

    (antes da I Guerra Mundial eles no tinham conhecimento

    dessa estratgia)

    Mao Tse Tung principal defensor dessa nova estratgia

    O contraponto da estratgia de guerrilha = parece ser

    algo inadequado a pases com modernas comunicaes

    internas e governos habituados a administrar todo o seu

    territrio , por mais remoto e fisicamente difcil

  • Revoluo Russa de 1917

    A primeira onda de revolues mundiais surgiu aps a I

    Guerra Mundial

    A segunda onda de revolues surgiu a partir da II

    Guerra Mundial tinha como cerne a prpria guerra e no

    a repulsa a ela

    Guerra de guerrilha: a guerrilha vai ao campo,

    populao escassa e distante dos principais centros

    populacionais

    Um dos efeitos colaterais dessa estratgia foi a mudana

    da luta de classes para luta de aldeias (comearam a

    fazer subgrupos no campo)

  • Revoluo Russa de 1917

    A burguesia temia pelo que restava do capitalismo, pois

    sobre os pases no mundo inteiro estava mais uma vez a

    ordem de reconstruo

    Muitos saram do exlio e de campos de concentrao, as

    potencias socialistas comearam a buscar sadas para um

    sistema empobrecido que faliu os pases , deixando as

    populaes em perigo e hostis

    Guerra Fria marcaria anos de tenso e medo.

    Breve sculo XX no pode ser entendido sem considerar

    a influncia direta ou indireta da Revoluo Russa

  • STALINISMO SEGUNDO TROTSKY

    Lenin: burocratismo tem razes na falta de formao das massas rurais e urbanas, decorrentedo carter agrrio da economia

    Para Trotsky, alm disso, h a contradio inevitvelentre os interesses de curto e os de longo prazo daclasse operria como tal, fenmenoessencialmente novo

    Conjuno de foras internacionais, refluxo da lutade classes, tambm contribuiu para o centrismosovitico do incio dos anos 30

  • STALINISMO SEGUNDO TROTSKY

    A partir de 1933, para Trotsky, internamente a

    burocracia sovitica defendia-se simultaneamente

    contra classe operria sovitica e contra a burguesia

    internacional

    No exterior, desempenharia um papel

    contrarrevolucionrio na poltica mundial com vistas a

    proteger o monoplio stalinista do poder na URSS

    No havia surgido outra classe, mas estrato social, bem

    como o estado ainda era um estado operrio, cuja

    natureza no era incompatvel com stalinismo

  • STALINISMO SEGUNDO TROTSKY

    Tratava-se de estado operrio degenerado, sadodas contradies de uma sociedade que no haviaconhecido nem democracia burguesa nemdemocracia proletria

    Internamente, o regime teria de ser derrubado fora desde a base; externamente, tinha de ser defendido da agresso burguesa

    Stalinismo no meramente aparato burocrtico, mas movimento, gerao espontnea em certascondies histricas

  • STALINISMO SEGUNDO TROTSKY

    Salientava grandeza do desenvolvimento industrial,

    no obstante os mtodos, de par com o aparecimento

    de uma vasta gama de desigualdades econmicas,

    culturais e sociais e crescimento da prpria burocracia

    Aumentava o potencial econmico e cultural da classe

    operria, ao mesmo tempo em que seu prprio

    parasitismo impedia o progresso industrial posterior

    O regime ainda defendia, sua maneira, a ditadura

    do proletariado

  • STALINISMO SEGUNDO TROTSKY

    So mritos da investigao de Trotsky, segundo

    Perry Anderson:

    Teoria do stalinismo no marco de uma larga

    temporalidade histrica, o que o fez evitar a

    confeco improvisada de novas classes ou modos

    de produo

    Riqueza sociolgica e a penetrao na URSS

    Seu equilbrio poltico, entre adulao e

    estigmatizao

  • STALINISMO SEGUNDO TROTSKY

    So limites da investigao de Trotsky, segundo

    Anderson:

    Se internamente o diagnstico de Trotsky preciso,

    externamente demonstrou limites, pois o stalinismo

    no atua liminarmente apenas como

    contrarrevolucionrio, mas de forma contraditria,

    interferindo positivamente no desenvolvimento do

    capitalismo ocidental e no apoio s revolues,

    embora tambm reacionrio

  • MARX: COMUNISMO E

    EMANCIPAO HUMANA

    Socialismo autoemancipao da classe operria/fim das classes

    Antiestatismo:

    Todas as revolues aperfeioaram o Estado, esta excrescncia

    parasitria, em vez de destruir este pesadelo asfixiante (18BLB).

    A existncia do estado e a da escravido so inseparveis (IA);

    A classe operria no pode limitar-se simplesmente a se apossar

    da mquina do estado tal como se apresenta e servir-se dela para

    seus prprios fins (GCF)

    A Comuna propriamente a reabsoro do poder de estado pela

    sociedade, que constitui suas prprias foras vivas, em lugar de

    foras que a controlem e subjuguem (GCF).

  • MARX: COMUNISMO E

    EMANCIPAO HUMANA

    Autodeterminao do trabalho:

    Em lugar da antiga sociedade burguesa, com suas classes e seus antagonismos de classes, surge uma associao onde o livre desenvolvimento de cada um a condio para o livre desenvolvimento de todos (MC)

    Trabalho vivo domina trabalho morto:

    Uma vez emancipado o trabalho, todo homem se converte em trabalhador, e o trabalho produtivo deixa de ser um atributo de classe (GCF)

  • MARX: COMUNISMO E

    EMANCIPAO HUMANA

    Desenvolvimento das foras produtivas:

    Poder do capital s pode ser derrocado se engendrar uma massa da humanidade como absolutamente despossuda e, de par com isso, em contradio com um mundo existente de riquezas e de cultura, o que pressupe, em ambos os casos, um grande incremento da fora produtiva (IA).

    Apenas este desenvolvimento proporciona um intercmbio universal dos homens, a concorrncia reproduz a criao da massa despossuda em todos os povos, colocando-os em relao de dependncia mtua e criando indivduos histrico-universais, empiricamente mundiais, em vez de indivduos locais (IA)

  • MARX: COMUNISMO E

    EMANCIPAO HUMANA

    Necessidade de atendimento das necessidades

    materiais humanas renovadas e ampliadas

    Alto grau de desenvolvimento das foras produtivas

    pressuposto, sem o qual s se generalizaria a escassez

    e, portanto, com a pobreza, comearia de novo,

    juntamente com a luta pelo indispensvel, e se recairia

    necessariamente em toda a imundcia anterior (IA)

    Tematizaes marxianas apontavam para revoluo em

    plos avanados, sbita e simultaneamente

  • MARX: COMUNISMO E

    EMANCIPAO HUMANA

    Personalidade humana no pode se pr no capitalismo:

    Na sociedade burguesa, o passado domina o presente; na sociedade comunista o presente que domina o passado. Na sociedade burguesa, o capital independente e pessoal, ao passo que o indivduo que trabalha no tem nem independncia nem personalidade (MC)

    Os proletrios, para se fazer valer pessoalmente, necessitam acabar com sua prpria condio de existncia anterior, que ao mesmo tempo a de toda a anterior sociedade, motivo pelo qual esto em contraposio com e necessitam destruir o estado para impor sua personalidade (IA)

    Donde, o objetivo nunca seria o igualitarismo

  • MARX: COMUNISMO E

    EMANCIPAO HUMANA

    Superao positiva da propriedade privada:

    A superao positiva da propriedade privada, ou

    seja, a apropriao sensorial, por e para o homem,

    da essncia e da vida humanas, do homem objetivo,

    das obras humanas, deve ser tomada no s no

    sentido da fruio unilateral, imediata, no s no

    sentido do possuir, no sentido do ter. O homem se

    apropria de sua essncia omninalteral de forma

    omnilateral, logo, como homem total (MEF)

  • MARX: COMUNISMO E

    EMANCIPAO HUMANA

    Revoluo poltica: de carter destrutivo; revoluo

    social que capaz de efetivar uma sociedade para

    alm do capital

    As revolues derrubam o antigo poder e as velhas

    relaes sociais (ato poltico sem o qual no se pode

    atingir o socialismo: para conquist-lo necessrio

    destruir e dissolver o antigo statu quo). Mas ali onde

    comea sua atividade organizadora, ali onde se

    manifesta seu fim em si, sua alma, o socialismo se

    despoja de sua envoltura poltica (GC, p. 520)

  • MARX: COMUNISMO E

    EMANCIPAO HUMANA

    A revoluo social ultrapassa os aspectos

    meramente polticos, destruidores da antiga ordem,

    para atingir o grau humano, mais alto, ganhando

    uma alma social, universal, quando demole o

    isolamento do homem em relao sociedade (sua

    essncia) e possibilita a reorganizao das foras

    sociais, sua reabsoro pela comunidade.

  • SOCIEDADES PS-REVOLUCIONRIAS

    Capital e capitalismo so diferentes

    Todos os aspectos da forma plenamente desenvolvida do capital aparecem em algum grau na histria muito tempo antes da fase capitalista

    Sua forma plenamente desenvolvida est no capitalismo

    Capitalismo: sistema orgnico, relaes devem ser superadas na totalidade

    Sociedades ps-revolucionrias: sociabilidades que descartam o capitalismo, mas so regidas pelo capital

    Revoluo que no poderia ser feita elo dbil do capitalismo

  • SOCIEDADES PS-REVOLUCIONRIAS

    A mercadoria como forma necessria do produto, eportanto a alienao do produto como a formanecessria da sua apropriao, implica uma diviso dotrabalho social plenamente desenvolvida, enquanto, poroutro lado, somente na base da produo capitalista,portanto tambm na diviso capitalista do trabalho nointerior da oficina, que todos os produtosnecessariamente assumem a forma de mercadoria etodos os produtores so necessariamente produtores demercadoria. Conseqentemente, somente com achegada da produo capitalista o valor de uso pelaprimeira vez mediado genericamente pelo valor detroca (Grundrisse)

  • SOCIEDADES PS-REVOLUCIONRIAS

    A tragdia dos pases ps-capitalistas d origema uma figura histrica imprevista uma formaosocial que desmanchou pela revoluo poltica as formas capitalistas de estruturao e dominaosociais (alis, atpicas e incipientes), mas que foiincapaz, constrangida pelo seu baixo padro de produo e reproduo materiais da vida, de ascender revoluo social propriamente dita, e atravs desta efetivar () uma sociedadearticulada para alm da lgica do capital (Chasin)

  • SOCIEDADES PS-REVOLUCIONRIAS

    revoluo poltica cabem as tarefas negativas;

    encargos construtivos dependem de revoluo

    social

    Sobre trabalho recai maior nus do processo

    inconcluso

    Continua a subsuno do trabalho vivo ao trabalho

    morto; mas a feio solidria e no competitiva

    dada politicamente

    Contradio: capital sem mercado

  • SOCIEDADES PS-REVOLUCIONRIAS

    Trabalho ainda subordinado no mais pela propriedade privada, mas tambm no na forma de propriedade social

    Trabalho reduzido satisfao de carncias elementares; carncias humanas reduzidas a estas (p. 11)

    Necessidade de acumulao que alhures fora obra do prprio capitalismo (promessa de no medir o trabalho pelo valor concomitante necessidade de reduzi-lo ao valor mnimo)

  • SOCIEDADES PS-REVOLUCIONRIAS

    Produo e reproduo da fora de trabalho livres

    do mercado, mas subsumidas ao trabalho morto

    Excedente no apropriado privadamente via

    mercado; mais-valia extrada politicamente

    Eliminao das personae do capital (o que no

    significa autodeterminao do trabalho)

    Liberdade do mercado supresso de toda

    liberdade individual e sujeio das

    individualidades s coisas

  • SOCIEDADES PS-REVOLUCIONRIAS

    Impossibilidade de assumir valor de uso

    (necessidade humana autntica) como padro de

    intercmbio/lgica ordenadora da convivncia

    Eliminao da concorrncia determinada pelo valor

    (mercado)

    Do que decorre a burocracia no o inverso

    Inexistncia da ditadura do proletariado, tal como

    apontada por Marx; dominao do proletariado

    em seu prprio nome

  • SOCIEDADES PS-REVOLUCIONRIAS

    Regime emparedado pelo mundo capitalista

    Poltica dominando espaos da revoluo social

    Socialismo pervertido em nova ideologia de

    poder, ao mesmo tempo em que o drama do

    socialismo de acumulao travestido em padro

    universal da nova forma histrica (Chasin)

  • SOCIEDADES PS-REVOLUCIONRIAS

    O stalinismo, como a ideologia desta barbrie,

    converte-se em obstculo fundamental na luta de

    emancipao do proletariado (Chasin)

    Designao chasiniana: CAPITAL COLETIVO/NO-

    SOCIAL

    Socialismo real a falsificao poltica do

    socialismo, o velamento politicista da inviabilidade

    material da revoluo social