revista santa casa nº 2
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Revista da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, nº 2TRANSCRIPT
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Dr. Humberto Gomes de MeloProvedor
Dr. Artur Gomes NetoDiretor médico
Dr. Paulo de LiraDiretor Administrativo/Financeiro
Benedito de Lira
Douglas Apratto Tenório
Duílio Marsiglia
Euclides Ferreira de Lima
Giovani A. C. Albuquerque
João Augusto Sobrinho
José Macário Barbosa
José Peixoto dos Santos
Marcos Davi Lemos de Melo
Monsenhor Pedro T. Cavalcante
Mesa Administrativa
Antonio NoyaAssessor de Comunicação 44 MTE/AL
Theodomiro Jr.Jornalista 535 MTE/AL
Sílvio RomeroFotografia e arquivo
Revista produzida pela
Assessoria de Comunicação da
Santa Casa de Misericórdia de Maceió
SumárioCompromissoDiretor médico quer ampliar número de procedimentos renais3Coração20 anos do primeiro transplante cardíaco4RinsPioneirismo em Alagoas6Educação continuadaHospital é cenário para prática multiprofissional7
Atendimento exclusivoSUS: gestantes são atendidas por fisioterapeutas antes e após parto11Câncer de pênisCampanha alerta homens
Instituto da MulherEquipamento agiliza exame de icterícia20
Em meio à greve...Pediatria inicia cirurgias infantis de Otorrinolaringologia 18
TecnologiaLaser elimina cálculo renal13
ConquistaSanta Casa é Acreditada8
Hospital Nossa Senhora da GuiaProfissionais desestimulam mamadeira no pós-parto 22
Rodrigo RamalhoUnidade centraliza Ambulatório e Cardiologia 26
Câncer de tireóideQuarto terapêutico é o único em Alagoas 24
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Oncologia na EstradaExames preventivos podem evitar 45% dos óbitos por câncer
Ética MédicaCâmara setorial pode minimizar judicialização da Saúde30EnvelhecimentoIdosos podem (e devem!) ser ativos32
Obesidade mórbidaCirurgia devolve qualidade de vida a pacientes34
ArtigoMorte súbita cardíaca14TreinamentoSanta Casa investe em curso ACLS 16
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Ao celebrarem 21 anos do primeiro transplante de
rim em Alagoas, realizado, inclusive, na Santa Ca-
sa de Maceió, os especialistas alagoanos que trou-
xeram a técnica para o Estado não têm muito o que come-
morar.Até outubro de 2009, segundo o Datasus, foram rea-
lizados apenas oito transplantes, o que deixou o Estado em
penúltimo lugar, superando apenas o Mato Grosso, que
registrou irrisórios três procedimentos.
Numa comparação entre cidades do Nordeste, a situa-
ção é ainda mais preocupante. Maceió perde feio até para
municípios do interior de outros estados, como Caruaru
(PE). Com apenas 300 mil habitantes, a cidade pernambu-
cana registrou até outubro de 2009, nada menos que 37
transplantes renais, contra apenas dois realizados na capi-
tal alagoana, cuja população é três vezes maior. Quando
consideramos o total de transplantes entre os dois Estados,
Pernambuco contabilizou 151 intervenções enquanto Ala-
goas apenas oito.
O presidente da Associação dos Doen-
tes Renais Crônicos, José Nilton da Silva, a-
firma que o Estado possui cerca de mil
pacientes dependendo da hemodiálise pa-
ra viver, dos quais uma parcela poderia se
libertar do tratamento por meio do trans-
plante intervivos. “O ser humano pode viver com apenas
um rim, o outro pode ser doado, sem comprometer a saúde
e a qualidade de vida do doador”, disse José Nilton, sendo
confirmado pelo nefrologista Arnon Farias e pelo urologis-
ta Mário Ronalsa.
“Cerca de 40% dos pacientes em hemodiálise têm
condições clínicas para se submeter a um transplante”, dis-
se o cirurgião torácico Artur Gomes Neto, que recentemen-
te recebeu um rim novo após 20 anos de convívio lento e
gradual com a hipertensão, que afetaram o sistema urinário
e quase o levaram a fazer diálise.
Na condição de diretor médico da Santa Casa de Ma-
ceió,Artur Gomes Neto chamou para si a responsabilidade
de estimular o transplante intervivos na
instituição. Para tanto, vem mantendo di-
versas reuniões com os médicos Arnon Fa-
rias e Mário Ronalsa para garantir um fluxo
contínuo de transplantes.
“A Santa Casa de Maceió está firman-
do o compromisso de manter a logística
necessária ao transplante de rins, cujo foco principal são os
exames de compatibilidade entre os doadores”, explicou o
médico Arnon Farias. “O importante é que o estímulo ao
transplante de rins é uma decisão da alta direção da Santa
Casa de Maceió. O que é uma boa notícia para os doentes
renais”, destacou Mário Ronalsa.
Diretor médico querampliar número de transplantes renais
COMPROMISSO
ATÉ OUTUBRO
DE 2009, CARUARU
REGISTROU 37
TRANSPLANTES
MACEIÓ, APENAS DOIS
Artur Gomes Neto reúne especialistas alagoanos
3Revista da Santa Casa de Maceió
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Alagoas celebra 20 anos do primeiro transplante cardíaco
Coração
Há 30 anos, por iniciativa dos médicos José Wander-
ley Neto, Daniel Torres, Cid Cavalcante,Antônio De
Biase e Gilvan Dourado, foi criado o Serviço de Ci-
rurgia Cardíaca da Santa Casa de Maceió, que viria se tor-
nar referência em todo o País. Para celebrar os 30 anos da
primeira cirurgia cardíaca e os 20 anos do primeiro trans-
plante de coração realizado em Alagoas, a Santa Casa de
Maceió promoveu um encontro especial no Hotel Jatiúca.
O Simpósio de Transplante Cardíaco foi marcado por
homenagens aos nove pacientes transplantados no Estado
- com direito a placas e bolo de aniversário - e aos médicos
participantes. O diretor médico da Santa Casa de Maceió,
Artur Gomes Neto, representou o provedor Humberto Go-
mes de Melo no evento.
Médicos Paulo Brofman, Haroldo Khoury
Maués, Ricardo Carvalho, José Glauco
Lobo Filho, José Teles de Mendonça e
Domingo Braile participaram de simpósio
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Cirurgiões cardiovasculares de renome em todo o País
presentes em Maceió explanaram sobre os avanços da ci-
rurgia cardíaca e as novas técnicas desenvolvidas no Brasil
e no mundo, destacando a importância do trabalho realiza-
do pela equipe coordenada por José Wan-
derley Neto, chefe do Serviço de Cirurgia
Cardiovascular da Santa Casa e diretor do
Instituto de Doenças do Coração de Ala-
goas.
“As sementes que plantamos ao lon-
go desses anos estão sendo colhidas, isso
se deve ao empenho dos cerca de 300
profissionais da Santa Casa em ajudar as
pessoas, principalmente as mais carentes.
Alagoas se emancipou no mapa científico
e saiu da dependência dos estados do Sul
e do Sudeste, passando a ser protagonista
brasileiro na cirurgia cardíaca”, disse José
Wanderley Neto.
Já o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Car-
diovascular, Gilberto Barbosa, evidenciou o pioneirismo de
Alagoas e de José Wanderley na Santa Casa de Maceió.
“Alagoas desponta no cenário nacional pela sua importan-
te contribuição para o avanço da medicina cardiovascular,
servindo de espelho para os outros estados da Federação
ao transmitir novos conhecimentos científi-
cos e tecnologias. Isso é motivo de muito
orgulho”, afirmou Gilberto Barbosa.
Em sua apresentação “Pioneiros da Ci-
rurgia Cardíaca no Brasil”, o renomado
pesquisador e professor Domingo Marcoli-
no Braile, fundador do Instituto Domingo
Braile, de São José do Rio Preto, em São
Paulo, também destacou os 20 anos do pri-
meiro transplante realizado em Alagoas.“A
cirurgia cardíaca no Nordeste fez a região
despontar no Brasil. Esses 20 anos ficam
marcados pela sua grandeza”, ressaltou.
Em relação às cirurgias cardíacas, o
Brasil aparece em segundo lugar, com cer-
ca de 160 mil procedimentos somente na área pública, fi-
cando atrás apenas dos Estados Unidos.
REGISTRANDO
160 MIL
TRANSPLANTES
CARDÍACOS SOMENTE
NA ÁREA PÚBLICA, O
BRASIL APARECE EM
SEGUNDO LUGAR
ENTRE OS PAÍSES
QUE REALIZAM
ESSE TIPO DE
PROCEDIMENTO
Odia 13 de agosto de 1988 entrou para a história
da Medicina alagoana e da Santa Casa de Maceió
com a realização do primeiro transplante de ór-
gão humano no Estado. O transplante de rim ocorreu um
ano antes do primeiro transplante cardíaco e marcou toda
uma geração de profissionais da instituição.
O médico François de Oliveira, assessor da Direção Mé-
dica, foi testemunha ocular e um dos membros da equipe
que viajou até o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP)
para conhecer a técnica e trazê-la para Alagoas. "Foram 60
dias de aprendizado", recorda.
O grupo de pioneiros era formado, também, pelos mé-
dicos Lúcio Wanderley, Renato Resende e João Medeiros
(da área cirúrgica) e Arnon Farias, Georgina Lira e Dagmar
Vaz (da área clínica).Ao retornar à capital alagoana, a equi-
pe se empenhou em dotar o centro cirúrgico da Santa Casa
de Maceió com a estrutura e os protocolos necessários ao
transplante.
Com tudo pronto, o grupo esperou pacientemente até
que surgisse um doador. A família de uma jovem de 20 a-
nos, vítima de traumatismo craniano, autorizou o transplan-
te dos rins, beneficiando dois pacientes, um deles foi Eucli-
des Bezerra, 48, natural de Palmeira dos Índios. O procedi-
mento durou quatro horas,
sendo acompanhado, in-
clusive, por uma equipe do
Hospital Real Português,
que, à época, já realizava
esse tipo de transplante.
Com 20 intervenções
no currículo, François de
Oliveira lembra que, à épo-
ca, o SUS remunerava ape-
nas a equipe que implan-
tava o órgão nos pacien-
tes, ficando os profissionais
da sala ao lado responsá-
veis pela retirada do mes-
mo sem qualquer tipo de
pagamento. "Além disso, a
remuneração era irrisória; valia quase nada. Mas, em soli-
dariedade aos demais colegas, até mesmo o nada era re-
partido entre todos. O desejo de realizar o transplante, de
salvar vidas e de trazer para Alagoas esse tipo de serviço
superava a questão financeira", recorda François.
A REMUNERAÇÃO
ERA IRRISÓRIA, MAS
EM SOLIDARIEDADE
AOS DEMAIS
COLEGAS, ATÉ
MESMO O NADA ERA
REPARTIDO ENTRE
TODOS. O DESEJO
DE REALIZAR O
TRANSPLANTE, DE
SALVAR VIDAS E DE
TRAZER PARA
ALAGOAS ESSE TIPO
DE SERVIÇO SUPERAVA
A QUESTÃO
FINANCEIRA.
Pioneirismo em AlagoasRINS
François
de Oliveira
participou
do primeiro
transplante
6
7
Até o final do ano, a Santa Casa de Maceió deverá
ser reconhecida pelo Ministério da Educação
(MEC) como instituição de ensino e pesquisa. “O
início da Residência Médica em Pediatria e em Obstetrícia
era um dos últimos requisitos que faltavam para que atin-
gíssemos este objetivo”, confirma o gerente de Ensino e
Pesquisa, Mário Jucá, lembrando a importância que o pro-
vedor Humberto Gomes de Melo conferiu a área de educa-
ção continuada desde o início de sua gestão.
“Os investimentos realizados na Residência Médica
confirmam a vocação histórica da Santa Casa de Maceió
para o desenvolvimento do ensino e pesquisa, mas são a-
penas uma parte do esforço que a instituição vem fazendo
nos últimos anos para ser reconhecida como hospital-esco-
la, como centro de excelência em pesquisa e como pólo de
formação multiprofissional”, acrescentou o renomado ci-
rurgião e professor Mário Jucá.
Um dos principais investimentos foi justamente o Cen-
tro de Estudos Professor Lourival de Mota, unidade presidi-
da pelo médico Duílio Marsíglia, que reúne auditório, salas
de aula, biblioteca com acesso à internet banda larga, salão
nobre e toda infraestrutura em equipamentos e serviços
para a realização de eventos científicos e de formação.
“O Centro de Estudos centraliza todas as ações de e-
ducação continuada e de pesquisa da instituição”, disse o
médico Duílio Marsiglia, referência em Medicina Nuclear
em Alagoas e um dos mais antigos profissionais da institui-
ção em atividade.
O professor Mário Jucá enfatizou a importância do
Hospital Nossa Senhora da Guia e da Unidade Docente
Assistencial Professor Rodrigo Ramalho no aprendizado
dos médicos residentes da Santa Casa como também dos
formandos de outras instituições, como o Cesmac e a
Uncisal.
Jucá revelou ainda que a Santa Casa de Maceió tor-
nou-se espaço de formação multiprofissional em áreas
co-relatas à Saúde, sendo cenário para pesquisas em se-
tores tão distintos como o Marketing e a Engenharia Clí-
nica. “A multidisciplinariedade é uma característica da
saúde moderna, onde profissionais de diferentes áreas
compartilham conhecimentos em prol de um objetivo co-
mum”, ressaltou.
EDUCAÇÃO CONTINUADA
Santa Casa é cenário paraprática multiprofissional
Presidente do Centro de Estudos Professor Lourival de Melo Mota, Duílio Marsíglia, e o gerente de Ensino e Pesquisa, Mário Jucá
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ASanta Casa de Maceió começa o ano de 2010 cele-
brando três conquistas: o primeiro nível da Acredita-
ção junto à Organização Nacional de Acreditação
(ONA); a autorização do Ministério da Educação para criação
de duas novas especialidades na Residência Médica e os pri-
meiros resultados dos investimentos realizados no Hospital
Nossa Senhora da Guia e na Unidade Docente Assistencial
Rodrigo Ramalho.
Conforme destaca o provedor Humberto Gomes de Melo,
gestor da Santa Casa de Maceió, o grande destaque do ano
é mesmo a acreditação da instituição. "Somos o primeiro
hospital alagoano e a primeira Santa Casa de Misericórdia do
Norte e Nordeste a obter esse reconhecimento", comemora
o executivo.
Em visita à instituição no final de 2009, os auditores do
Instituto Qualisa de Gestão confirmaram que a entidade aten-
de aos parâmetros da qualidade definidos pela Organização
Nacional de Acreditação para a assistência aos pacientes.
Com este certificado, Alagoas passa a integrar o seleto
grupo de 123 hospitais Acreditados em todo o País. "Isso de-
ve ser motivo de orgulho não somente para a Santa Casa de
Maceió, mas para todo o Estado", acrescenta Humberto Go-
mes de Melo.
RESIDÊNCIA MÉDICA - A autorização do Ministério da
Educação (MEC) para a implantação de duas novas especia-
lidades na Residência Médica também foi bastante comemo-
rada. "Com a inclusão da Pediatria e da Obstetrícia, a Santa
Casa de Maceió está a um passo de ser reconhecida como
instituição de ensino e pesquisa pelo próprio Ministério da
Educação. É um dos últimos requisitos para ingressarmos no
seleto grupo de 25 hospitais-escola do País", comemora o
gerente de Ensino e Pesquisa, Mário Jucá.
Além da Acreditação e da Residência Médica, a Santa
Casa de Maceió comemora a expansão do atendimento no
Hospital Nossa Senhora da Guia (ver mapas e gráficos) e na
Unidade Docente Assistencial Professor Rodrigo Ramalho.
Enquanto o Hospital Nossa Senhora da Guia realiza par-
tos e cirurgias infantis de baixo e médio riscos, a Unidade Ro-
drigo Ramalho reúne, em um mesmo edifício, o ambulatório
e o centro de diagnósticos. Em ambos, o atendimento é exclu-
sivo pelo SUS.
Santa Casa é AcreditadaCONQUISTA
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Humberto Gomes de Melo:
provedor da Santa Casa
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br10
Os números revelam por que o Hospital Nossa Senhora
da Guia vem recebendo tantos investimentos, apesar do
déficit gerado nas contas da Santa Casa de Maceió. Em seis
meses de atuação, a unidade contabiliza nada menos que
2.946 procedimentos, sendo 1.862 partos (63%), 756 ci-
rurgias pediátricas (25%), 304 curetagens (10%) e 24 co-
nizações (1%).
Segundo relatório assinado pela enfermeira Rejane Pai-
xão, gerente de Unidades Externas, o estímulo ao parto
normal também tem dado resultado: se, em novembro do
ano passado, cerca de 42% dos partos foram normais; em
dezembro, essa participação subiu para 50,7%. Já as cesa-
rianas caíram de 58% para 49,3% no mesmo período.
De igual forma, a unidade obstétrica registrou 224 par-
tos em junho, contra 355 em dezembro, um aumento de
37%. Além de tudo isso, o Centro Obstétrico não registrou
nenhum óbito materno no período (ver gráficos).
REVENDO 2009 - Ao avaliar o ano de 2009, o gestor
da Santa Casa também enfatizou investimentos realizados
na área de convênios e particulares, como a Unidade João
Fireman. Inaugurado no complexo hospitalar, o novo servi-
ço disponibilizou mais 16 leitos para esse público.
Na área de educação continuada e de formação profis-
sional, a lista inclui a própria Residência Médica, o Congres-
so Multidisciplinar, além de diversos encontros científicos,
realizados em hotéis de Maceió e no Centro de Estudos da
instituição.
No setor de responsabilidade social, vários projetos re-
ceberam o apoio da Santa Casa, como a Operação Sorriso,
que promoveu cirurgias de correção de lábio-leporino para
crianças e jovens carentes, e a Caminhada das Vitoriosas,
realizada pela Rede Feminina de Combate ao Câncer.
A instituição também investiu na nova sede da Creche
São Vicente de Paulo; no espaço de convivência para cola-
boradores, inaugurado recentemente; na construção de
uma nova passarela no complexo hospitalar (ainda em an-
damento); no projeto de sinalização de todos os setores,
além de reformas na estrutura física de áreas específicas.
No campo pessoal, o provedor Humberto Gomes de
Melo cita a sua eleição para a presidência da Federação Na-
cional de Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess),
projetando ainda mais Alagoas no cenário nacional.
A entidade já vinha sendo administrada pelo represen-
tante alagoano, que concluiu a gestão anterior. "A eleição
por unanimidade confirmou que o nosso trabalho está se-
guindo a rota certa", frisou.
A eleição para a presidência da Federação Nacional de
Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess) foi a
principal conquista pessoal do provedor Humberto Gomes
de Melo em 2009.
Fonte: Registros do Setor Recepção e Internamento e
Registros de Enfermagem do Centro Obstétrico
Fonte: Registros do Setor Recepção e Internamento e
Registros de Enfermagem do Centro Obstétrico
11Revista da Santa Casa de Maceió
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Agestante Rayssa Alves Holanda, de Matriz do Ca-
maragibe, achava que ao ter seu filho numa ma-
ternidade do SUS ficaria “largada numa enferma-
ria lotada de pessoas em camas malcuidadas”. “O que vi
no Hospital Nossa Senhora da Guia foi totalmente diferen-
te”, disse Rayssa, elencando a limpeza e o atendimento
prestado pela equipe de profissionais, com destaque para
as fisioterapeutas, que a atenderam antes, durante e depois
do parto.
Segundo o coordenador do Serviço de Fisioterapia da
Santa Casa de Maceió, Elenildo Aquino, a maternidade é a
única credenciada pelo SUS em Alagoas realizando este
tipo de atendimento no pré e no pós-parto, assim como nas
crianças da Unidade de Cuidados Intensivos e da Pediatria.
“A Santa Casa de Maceió foi a primeira a incluir o atendi-
mento fisioterápico em sua rotina hospitalar acerca de 20
anos”, acrescentou Elenildo.
A líder das fisioterapeutas no Hospital Nossa Senhora
da Guia, Edilma Gomes, explica que as gestantes e puérpe-
ras são estimuladas a fazer exercícios de respiração, de a-
longamento e de relaxamento muscular, assim como a fa-
zer caminhadas após o parto, tudo para melhorar a postu-
ra das pacientes, trazer alívio a dor, agilizar a recuperação e
reduzir o tempo de internação. Junto às crianças da UCI o
foco são os distúrbios respiratórios e motores.
A equipe utiliza ferramentas, como as bolas suíças e ar-
golas, que ajudam nas sessões de fisioterapia e não são
encontradas em unidades do Sistema Único de Saúde.
“Eu gostei foi das massagens”, disse Bruna Gregório,
referindo-se à sessão de massoterapia com equipamento
de raios infravermelhos utilizada pela fisioterapeuta Bár-
bara Rose e único utilizado por uma maternidade do SUS
em Alagoas.
Antes do parto, as fisioterapeutas ensinam exercícios
de respiração e movimentos para facilitar a saída do bebê.
“Quando é necessário também entramos no centro cirúrgi-
co, sempre junto à paciente”, complementou Bárbara Rose,
explicando que além de ajudar as mães fisicamente, a fisio-
terapia traz reflexos também para o lado emocional das
puérperas, além de estimular a amamentação.“Esse acom-
panhamento torna o parto mais fácil porque tranquiliza as
mães e ensina como elas podem nos ajudar no centro cirúr-
gico”, elogia o obstetra Antonio Carlos.
HOSPITAL NOSSA SENHORA DA GUIA
SUS: gestantes são atendidas porfisioterapeutas antes e após parto
Elenildo Aquino: Santa Casa foi pioneira no Estado
ao incluir a Fisioterapia em sua rotina hospitalar
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Responda rapidamente. Quantas vezes por semana
você lava o seu pênis? Se a resposta for todos os
dias, você está livre das estatísticas da Sociedade
Brasileira de Urologia (SBU), que apontam a amputação de
mil pênis, anualmente, no Brasil.
"Para evitar o câncer de pênis, é simples: basta lavá-lo
com água e sabão", orienta o renomado urolo-
gista e presidente da secção alagoana da Socie-
dade Brasileira de Urologia, Mário Ronalsa. Se-
gundo ele, um dos principais problemas que le-
vam o paciente a contrair esse tipo de neoplasia
é a fimose - doença que impede que a glande
do pênis seja exteriorizada e possa ser limpa corretamente.
Para tentar evitar o surgimento de novos casos em Ala-
goas, a Santa Casa de Maceió sediou a segunda edição da
Campanha Nacional de Combate ao Câncer de Pênis, com a
realização de 20 cirurgias gratuitas de postectomia (circunci-
são). Conforme Mário Ronalsa, nesse tipo de intervenção ci-
rúrgica é retirado o couro (prepúcio) que cobre a glande.
"Quando o prepúcio está fechado, forma-se um es-
megma (sebo) - potencialmente cancerígeno -, por isso a
importância do tratamento do problema ainda na infân-
cia", complementou. Dentre os 20 pacientes submetidos à
cirurgia através da campanha, dois possuíam câncer de pê-
nis, um deles, inclusive, em estágio avançado.
A iniciativa contou com o apoio da Dire-
ção Médica, que sugeriu a realização anual
do projeto, seguindo os mesmos passos de
outras iniciativas, como a Operação Sorriso.
Para as cirurgias foram reservadas quatro sa-
las, além de profissionais da Santa Casa de
Maceió. A anestesia foi local e cada intervenção teve a du-
ração de cerca de 30 minutos, com o paciente sendo libe-
rado em seguida.
Estiveram presentes à iniciativa, o presidente da Cam-
panha Nacional de Combate ao Câncer,Aguinaldo Nardi, e
o presidente da seccional alagoana da Sociedade Brasileira
de Urologia, Rogério Bernardo.
Campanha alerta homens CÂNCER DE PÊNIS
A CADA 13 DIAS,
UM PÊNIS É
AMPUTADO
NO BRASIL
Urologista Mário Ronalsa:
presidente da secção alagoana
da Sociedade Brasileira de Urologia
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ASanta Casa de Maceió traz para Alagoas a mais
moderna tecnologia a laser aplicada no tratamen-
to do cálculo urinário. O equipamento foi cedido à
instituição, a título de comodato, em reunião do provedor
Humberto Gomes de Melo com representantes da empre-
sa especializada Endomedical.
“A cirurgia endoscópica a laser é a última palavra em
tratamento para casos de cálculo urinário que exijam inter-
venção cirúrgica”, explicou o urologista Mário Ronalsa,
presidente da secção alagoana da Sociedade Brasileira de
Urologia.
Além de cômoda e segura – por ser minimamente in-
vasiva e permitir o rápido retorno do paciente a sua rotina
normal -, a técnica a laser é mais eficiente do que a sua co-
irmã, a ureterorenolitotripsia balística. Esta última abre es-
paço para possíveis intercorrências, já que utiliza um tipo
de feixe de energia que pode lançar a pedra para outras
áreas do sistema urinário ao invés de quebrá-la. No caso do
laser, o calculo é praticamente pulverizado.
O laser também concorre com outra técnica bastante
utilizada: o bombardeamento extra-corpóreo (litotripsia),
que é indicado para pequenos cálculos. Conforme frisou
Mário Ronalsa, o equipamento já está instalado e os pro-
fissionais prontos para atender os pacientes. O procedi-
mento já é coberto pela maioria dos planos de saúde, me-
nos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O especialista alertou, entretanto, que caberá ao médi-
co decidir se o paciente tem indicação para fazer este tipo
de procedimento.“A técnica é indicada para pacientes cujo
cálculo esteja obstruindo o rim ou ureter, provocando for-
tes dores e levando ao comprometimento funcional destes
orgãos”.
No procedimento, o médico conduz o laser até o local
onde está o cálculo por meio de orifícios e do trajeto natu-
ral do aparelho urinário utilizando, instrumentos de visuali-
zação, dentre eles óticas e fibras flexíveis.
“Assim que possuímos uma visualização direta do nos-
so alvo, utilizamos o Holmium laser para pulverizar o cálcu-
lo urinário. Este se reduz a fragmentos de espessura inferior
a 1mm e passa a ser facilmente expelido pela urina”, expli-
ca Mário Ronalsa.
Segundo Sérgio Bergamo,gerente regional de vendas da
Endomedical, outra vantagem do Holmium Lazer é o baixo
índice de retorno do problema e de re-tratamentos.
PIONEIRISMO
Laser elimina cálculo renal
François Oliveira, Alba Barros (Endo Medical),
Humberto Gomes de Melo, Sérgio Bergamo
(Endo Medical) e o urologista Mário Ronalsa
Raios X identifica cálculo renal
Pedras extraídas de pacienteHolmium laser
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Éa morte natural, devido a causas cardíacas manifes-
tadas por uma abrupta perda de consciência, dentro
de uma hora do início dos sintomas agudos, como
dor no peito, palpitações e "falta de ar", podendo ocorrer
em indivíduos com ou sem cardiopatia pré-existente. É um
evento considerado dramático e catastrófico dos pontos de
vista social, econômico e psicológico porque, geralmente, a-
comete o indivíduo na sua fase mais produtiva de vida,
onde representa um papel financeiro e emocional, causan-
do frustração entres os familiares e amigos.
No aspecto epidemiológico, a morte súbita cardíaca é
responsável por cerca de 400 mil mortes/ano nos EUA. Es-
tima-se que, no Brasil, ocorram, pelo menos, 250 mil mor-
tes súbitas por ano, ou seja, quase 700 pessoas morrem to-
dos os dias, no Brasil, devido à morte súbita.
Esse tipo de morte pode acometer desde recém-nasci-
dos até adultos sadios, atletas ou portadores de doenças no
coração. Nos adultos, as principais causas são as doenças
das artérias coronárias (infarto agudo do miocárdio), sendo
o fator mais importante, as quais ocorrem em cerca de 80%
dos casos, principalmente em pessoas acima dos 35 anos,
enquanto que, nos indivíduos abaixo dessa faixa etária, as
principais causas são as doenças congênitas, como cardio-
miopatia hipertrófica - respondendo por até um terço dos
eventos fatais -, seguidas da anomalias das artérias coroná-
rias e de causas primariamente elétricas, como displasia
arritmogênica, taquicardia ventricular adrenérgica, síndrome
do QT longo congênito ou adquirido, síndrome de Brugada
e síndrome de Wolff-Parkinson-White, sendo, esta última,
atualmente, curável por meio da ablação.
A causa mais comum de morte súbita cardíaca entre os
jovens parece ser a cardiomiopatia hipertrófica, geralmen-
te familiar, a qual está associada a um espessamento da
parede ventricular. A morte pode ocorrer sem aviso ou ser
precedida por palpitações ou vertigens, principalmente du-
rante uma atividade física vigorosa. Em nosso meio, não
podemos deixar de citar a doença de Chagas, que geral-
mente ocorre com a presença de arritmias ventriculares
complexas ou bloqueios no coração, podendo levar à mor-
te súbita prematura dos seus portadores.
Morte súbita cardíacaEdvaldo Xavier Jr.
Edvaldo Xavier Jr., cardiologista responsável pelo
Serviço de Arritmia e Eletrofisiologia Cardíaca
Imagem apresenta
os eletrodos e o
CDI no coração
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A prevenção da morte súbita passa desde a prevenção
da doença coronariana e seus fatores de risco, como hiper-
tensão arterial, diabetes, obesidade, sedentarismo, taba-
gismo, e, nos pacientes de maior risco, como os portado-
res de infarto agudo do miocárdio prévio, síncopes acom-
panhadas de arritmias e insuficiência cardíaca avançada, é
fundamental a realização de avaliações cardiológicas fre-
quentes, principalmente nas pessoas com quadros de des-
maios ou histórico familiar de morte súbita; esta última po-
de ser outro fator preditivo importante na avaliação de pos-
síveis candidatos à parada cardíaca.
Muitos doentes com esse tipo de
história, especialmente os mais jo-
vens, têm cardiomiopatia hipertrófi-
ca, síndrome do QT longo ou síndro-
me de Brugada associada. O proble-
ma é que, geralmente, esses indiví-
duos são completamente assinto-
máticos; na maioria das vezes, a pri-
meira manifestação da doença já é a
morte súbita.
A prevenção desse tipo de morte pode ser de dois
tipos: primária ou secundária. Na prevenção primária, o tra-
tamento é realizado nos pacientes que jamais sofreram u-
ma parada cardíaca, mas são portadores de patologias
que, certamente, poderão causar a morte, a exemplo da
síndrome de Brugada, que pode ser responsável por surgi-
mentos de arritmias ventriculares fatais, sabidamente apre-
sentando elevado índice de mortalidade. Nesses casos, so-
mente o implante de um dispositivo chamado Cardiodesfi-
brilador (CDI) poderá oferecer uma prevenção eficaz.
Nas pessoas que já foram recuperadas de uma parada
cardíaca, muitas vezes, quando diagnosticadas com arrit-
mias potencialmente letais, a prevenção é dita secundária,
devendo ser implantado o Cardiodesfibrilador (CDI).
A abordagem desses pacientes inclui a realização de u-
ma história clínica detalhada, atentando para o fato da e-
xistência de casos de morte súbita na família, principalmen-
te em indivíduos jovens, assim como a realização de exa-
mes complementares fundamentais, como eletrocardiogra-
ma, holter, teste ergométrico, ecocar-
diograma e, muitas vezes, a realiza-
ção de exames específicos, como os
estudos eletrofisiológicos e o catete-
rismo cardíaco. A realização de pro-
cedimentos terapêuticos, a exemplo
de ablação por cateter, angioplas-
tias, implantes de "stents", cirurgias
de revascularização miocárdica, as-
sim como os implantes de marcapas-
so ou desfibrilador (CDI) - anteriormente citados -, represen-
tam o tratamento e, consequentemente, a prevenção do
desfecho final, que seria a morte súbita. Enfim, também se-
ria importante se existissem leis que regulamentassem a
implantação de Desfibriladores Externos Automáticos
(DEA), que são autoexplicativos, podendo ser manuseados
por qualquer indivíduo em locais com grande aglomeração
de pessoas, como estádios de futebol, shoppings centers, es-
tações de metrô e aeroportos, buscando, assim, diminuir os
elevados índices de morte súbita no nosso País.
Cardioversor- Desfibrilador
Implantável (CDI)
EQUIPE DE ARRITMIA – ELETROFISIOLOGIA E ESTIMULAÇÃO CARDÍACA DA SANTA CASA DE MACEIÓ
DR. EDVALDO XAVIER JR.
DR. ALFREDO AURÉLIO MARINHO ROSA
DR. HEMERSON CASADO GAMA
DR. CARLOS EMÍDIO DA MOTA
DRA. RITA VÉRAS
DRA. ELIANE BUGARIN
DRA. MÔNICA FARIAS
DR. ROGÉRIO CORRÊA
DR. JOSÉ WANDERLEY NETO
Reversão de um evento fatal (Taquicardia
Ventricular Polimórfica) através da aplicação
de um choque interno de 19 joules pelo CDI em
paciente portador de Síndrome de Brugada
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br16
Nada menos que 250 mil brasileiros morrem, todos
os anos, de morte súbita no País. Já o Acidente
Vascular Cerebral (AVC) é responsável por 10%
do total de óbitos no mundo, alerta a Organização Mundial
da Saúde. Muitas vidas poderiam ser salvas se hospitais e
serviços de emergência preparassem os seus profissionais
para a identificação antecipada dos sintomas e a adoção
de tratamentos preventivos.
É justamente para capacitar os cerca de 900 profission-
ais ligados à área assistencial que a Direção Médica da
Santa Casa de Maceió decidiu investir no curso Suporte A-
vançado de Vida em Cardiologia (ACLS), realizado pelo
Centro de Treinamento da Sociedade Brasileira de Cardio-
logia, seguindo projeto desenvolvido pela American Heart
Association.
"O ACLS foi ministrado a médicos e enfermeiros que
atuam em áreas críticas, como UTI e Emergência 24 Horas.
Os participantes do curso atuarão como multiplicadores
junto aos profissionais dos demais setores, seguindo os
protocolos e especificidades de cada área", disse Osvaldo
Liberal, coordenador do ACLS pela Santa Casa de Maceió e
presidente da SantaCoop.
Osvaldo Liberal anunciou, também, que a Santa Casa
de Maceió formou a primeira turma de instrutores de ACLS
de Alagoas. O grupo terá a missão de prosseguir com os es-
tudos de suporte avançado de vida em Cardiologia para,
em breve, implantar um núcleo em Alagoas para ministrar
cursos de ACLS.
Osvaldo Liberal disse, ainda, que todos os profissionais
que lidam com os pacientes, incluindo assistentes sociais,
psicólogos, fisioterapeutas e até nutricionistas, devem estar
aptos a identificar sintomas de morte súbita, de arritmias
cardíacas ou de AVC e adotar os protocolos previstos.
"São segundos que podem salvar uma vida ou impedir
sequelas, por isso, todos devem estar preparados", acres-
centou o cardiologista Francisco Souto, diretor do Centro de
Treinamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia e coor-
denador do ACLS.
Santa Casa investe em curso ACLS
TREINAMENTO
17
Ainda de acordo com ele, a cada 26 segundos,
uma pessoa é vítima de parada cardiorrespiratória
nos Estados Unidos. "Os números no Brasil, apesar
de escassos, não diferem muito dos observados en-
tre os norte-americanos", disse.
Conforme explicou Osvaldo Liberal, coordena-
dor do projeto pela Santa Casa de Maceió, ter uma
equipe capacitada em ACLS representa um diferen-
cial para a instituição no atendimento às emergên-
cias, lembrando que poucos profissionais detêm
essa capacitação avançada.
No curso, com custos que beiram os R$ 50
mil, são utilizados manequins "inteligentes" -
avaliados em R$ 40 mil -, que simulam diversas
situações de emergência, como parada cardior-
respiratória, taquicardias e Acidente Vascular
Cerebral.
O médico Osvaldo Liberal articulou a iniciativa Treinamento utiliza manequim
Aula prática com
desfibrilador
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
Contabilizando 756 cirurgias infantis em seis meses
de atividades, a unidade pediátrica do Hospital
Nossa Senhora da Guia comemora o início das ci-
rurgias de Otorrinolaringologia, sob a responsabilidade do
cirurgião João Paulo. Quem comemorou também foram os
pais das 150 crianças com indicação cirúrgica atendidas na
Unidade Docente Assistencial Professor Rodrigo Ramalho,
que aguardavam ansiosas o fim da greve dos médicos no
Estado.
De acordo com o coordenador da unidade pediátrica, o
cirurgião Luciano Agra, a ideia é fazer do hospital um cen-
tro de referência no Nordeste, razão de os planos de expan-
são de especialidades médicas estarem em franco anda-
mento. Ele explicou, entretanto, que por enquanto a unida-
de realiza apenas procedimentos de pequeno e médio por-
tes, que não exijam o suporte de Unidade de Terapia Inten-
siva (UTI).
Segundo ele, o hospital poderia realizar cirurgias de
grande porte, porém seria necessário que os gestores públi-
cos negociassem com a Santa Casa de Misericórdia uma re-
muneração que viabilizasse a implantação de UTIs neona-
tal ou pediátrica, o que permitiria a expansão dos serviços
à população, principalmente nas áreas de Cirurgia Neona-
tal, Videolaparoscopia Pediátrica, Urologia Pediátrica e On-
cologia Cirúrgica Pediátrica. “Se os gestores públicos apo-
iarem essa iniciativa, poderemos, muito em breve, ser refe-
rência na cirurgia pediátrica”, destaca Agra.
Além de Otorrinolaringologia, o Hospital Nossa Senho-
ra da Guia realiza, atualmente, cirurgias gerais - com os mé-
dicos Luciano Agra, Walter Ferreira e Henrique Normande -
e plásticas, como as de lábio-leporino, com André Mendon-
ça e Joaquim Diegues.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br18
EM MEIO À GREVE...
Pediatria inicia cirurgias infantis de Otorrinolaringologia
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br 19
Com 35 leitos pediátricos e um centro cirúrgico exclu-
sivo, com capacidade para cerca de cinco mil cirurgias/ano,
o Hospital Nossa Senhora da Guia surpreende até profissio-
nais de renome nacional, como o médico carioca Sérgio
Muniz de Brito. “Poucos hospitais oferecem, no Brasil, essa
quantidade de leitos pediátricos para cirurgia”, elogiou o
especialista em visita à unidade.
Como o hospital ainda não está cadastrado no sistema
de marcação de consultas do município (Cora), o encami-
nhamento de pacientes tem sido realizado por meio de mé-
dicos vinculados ao hospital ou através das Secretarias Mu-
nicipais de Saúde. Podemos afirmar “que é uma demanda
espontânea, face à carência que existe na área de cirurgia
pediátrica”, afirma Luciano Agra.
O Hospital Nossa Senhora da Guia é a unidade mater-
no-infantil da Santa Casa de Maceió dedicada exclusiva-
mente às gestantes e aos pacientes infantis do SUS. O hos-
pital conta com duas recepções climatizadas, ambientação
decorada, dois centros cirúrgicos, 74 leitos, sendo nove da
Unidade de Cuidados Intermediários, além de uma integra-
da equipe multidisciplinar.
Cirurgião Luciano Agra planeja expansão
20
INSTITUTO DA MULHER
Tecnologia agiliza exame de icterícia
OServiço de Neonatologia da Santa Casa de Mace-
ió adotou uma moderna tecnologia para medir, a-
través da pele, o nível da substância que provoca
a ecterícia: a bilirrubina. O teste é rápido, indolor e, depen-
dendo do nível observado, deve ser confirmado por meio de
exame de sangue.
"Na grande maioria dos casos, não há necessidade de
tratamento, porém, quando o nível da substância está mui-
to elevado, o recém-nascido deve ser internado e tratado
em um aparelho com luz chamado de fototerapia", expli-
cou a neonatologista Délia Herrmann.
Tratamentos com chás, água-de-coco, medicamentos pa-
ra o fígado e até o banho de sol não trazem nenhum benefí-
cio nem ajudam a baixar o nível da substância no sangue.
A alta hospitalar deve ocorrer 48 horas após o parto,
com retorno ambulatorial de 48h a 72h após a alta, para a
avaliação das condições de amamentação, da icterícia e de
outras possíveis intercorrências, segundo recomendações
da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Academia Ame-
ricana de Pediatria.
Neonatologista Délia Hermann e
o equipamento de fototerapia
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br 21
A icterícia é uma patologia comum em recém-nascidos.
Refere-se à cor amarela da pele e do branco dos olhos, cau-
sada pelo excesso de bilirrubina no sangue. A bilirrubina é
um pigmento normal, na cor amarela, gerado pelo metabo-
lismo das células vermelhas do sangue. A criança fica icté-
rica quando a formação de bilirrubina é maior do que a
capacidade do seu fígado de metabolizá-la.
Os sinais da icterícia normalmente aparecem no se-
gundo ou terceiro dia de vida. Começa pela cabeça e
progride para a face, atingindo também o tórax, o abdô-
men e, finalmente, as pernas. O branco dos olhos do re-
cém-nascido também poderá ficar amarelo. O acúmulo
desse pigmento acima de certos limites é extremamen-
te tóxico para o sistema nervoso, podendo causar lesões
graves e irreversíveis.
Há vários tipos de icterícia em recém-nascidos. A ic-
terícia fisiológica ocorre em mais de 50% dos recém-
nascidos devido a uma característica própria do bebê,
levando a um metabolismo lento da bilirrubina. Geral-
mente desaparece entre a primeira e a segunda semana
de vida. Já a icterícia da prematuridade ocorre com mui-
ta frequência em bebês prematuros, uma vez que eles
levam muito mais tempo para excretar a bilirrubina de
forma eficaz.
Criança em sessão
de fototerapia
22
NOSSA SENHORA DA GUIA
Unidadedesestimulamamadeira no pós-parto
Uma batalha invisível vem sendo travada nos bastido-
res de maternidades, supermercados e farmácias de
todo o País. Trata-se da Norma Brasileira de Comer-
cialização de Alimentos para Lactantes e Crianças da 1ª In-
fância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL). A luta diz
respeito ao estímulo do comércio de leite em pó para lactan-
tes em detrimento ao aleitamento materno.
De um lado estão fabricantes de fórmulas infantis, redes
varejistas de supermercados, farmácias e alguns médicos, que
receitam indiscriminadamente esse tipo de leite nas materni-
dades; do outro, o Ministério da Saúde, a Vigilância Sanitária
e os profissionais de saúde, inclusive médicos, que tentam es-
timular o aleitamento materno em todo o País. É o caso da e-
quipe do Hospital Nossa Senhora da Guia, que adotou uma
política de aleitamento materno visando integrar a rede de
hospitais da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC).
Para receber o selo IHAC, o Hospital Nossa Senhora da
Guia precisa cumprir os dez passos da Declaração Innocenti,
que inclui a capacitação de todos os profissionais da unidade
para o estímulo ao aleitamento materno, proibição de chupe-
tas e mamadeiras, ampla divulgação dos benefícios da ama-
mentação por meio de cartazes e folhetos, dentre outros.
"Aqui, todos estão atentos para que as puérperas ofere-
çam o peito ao filho e não tragam mamadeiras ou chupetas
para o hospital, incluindo a segurança, a recepção, a copa,
além dos profissionais de Enfermagem, da equipe multidis-
ciplinar, da Obstetrícia e da Pediatria", disse a enfermeira
Zara Cristina.
23
Norma proíbe agrado de fabricantes de leite a profissionais de saúde
A NBCAL é um conjunto de normas que contribuem para a a-
dequada nutrição dos recém-nascidos e de crianças até os 3 anos
de idade por meio da regulamentação da promoção comercial dos
alimentos para lactentes e crianças da primeira infância. A norma
proíbe promoção comercial, oferecimento de amostra grátis e pro-
pagandas enganosas de alimentos artificiais e utensílios para a ali-
mentação de crianças pequenas.
A portaria do Ministério da Saúde nº 2051, de 9 de novembro
de 2001, proíbe inclusive que funcionários das empresas que pro-
duzem ou comercializem esses produtos abordem direta ou indire-
tamente as gestantes, as mães, suas famílias ou presenteiem os pro-
fissionais da saúde. "Nenhum profissional da unidade pode ser ho-
menageado ou receber qualquer benefício dessas empresas", aler-
tou Zara Cristina.
Por meio de resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sa-
nitária (Anvisa), a norma regulamenta as informações contidas nos
rótulos dos produtos. Pode-se citar como exemplo a proibição de fo-
tos e desenhos de crianças em embalagens de fórmulas infantis ou
leites de qualquer natureza.
Outro dado importante é que os comerciantes são obrigados a
expor cartazes com frases de advertência que reforçem a importân-
cia do aleitamento materno exclusivo ate o sexto mês de vida,
alternado com outros alimentos, até os 2 anos ou mais.Além disso,
deve informar sobre os riscos do desmame precoce e que esses pro-
dutos podem causar.
Enfermeira Zara Cristina
Quarto terapêutico é o único de Alagoas
CÂNCER DE TIREÓIDE
Estima-se que 60% da população brasileira tenha nó-
dulos na tireóide em algum momento da vida. Em
média, 5% dos nódulos detectados são cancerosos,
sendo benignos em mais de 90% dos casos, conforme da-
dos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Meta-
bologia.
Cerca de 85% dos pacientes com doença diagnostica-
da em estágio inicial se mantêm vivos graças à iodoterapia,
tratamento que, em Alagoas, é realizado apenas na Santa
Casa de Maceió. O hospital é o único no Estado a dispor
do chamado quarto terapêutico.
Construído segundo normas do Conselho Nacional de
Energia Nuclear, o quarto terapêutico possui paredes blin-
dadas com barita (concreto especial), porta de chumbo, pi-
so impermeável, dois leitos, wc exclusivo e decoração hu-
manizada.
Questionado sobre o uso de concreto e de chumbo na
estrutura do quarto, o médico nuclear André Gustavo frisa
que a iodoterapia utiliza iodo radioativo em pacientes que
tiveram câncer de tireóide e foram submetidos à retirada ci-
rúrgica da glândula. "Sendo um radiofármaco, é preciso
que o paciente permaneça em isolamento por até 48 horas
até que o elemento radioativo seja eliminado pela urina e
pelas fezes", explicou.
Os especialistas em Medicina
Nuclear, Marcelo Farias
e André Gustavo
24
25Revista da Santa Casa de Maceió
www.santacasademaceio.com.br
"O iodo radioativo, nesses pacientes, funciona como
forma de prevenção. Muitas vezes, a glândula tireóide é re-
tirada, mas podem ficar alguns pedaços de tecido tireoi-
deano ou mesmo de células cancerosas que não puderam
ser abordados durante a cirurgia", assegura o também mé-
dico nuclear Marcelo Farias.
A iodoterapia está disponível tanto para os pacientes
do SUS como de convênios e particulares. Implantado pelo
médico nuclear Duílio Marsíglia e reativado em 2006, o
quarto terapêutico da Santa Casa de Maceió recebeu, so-
mente no ano de 2009, mais de 130 pacientes, com uma
média de quatro tratamentos por semana.
DOENÇA - Com predominância sobre o público femi-
nino, os nódulos na tireóide podem ser benignos ou malig-
nos, sendo identificados pelo próprio paciente por meio de
autoexame. Em famílias com histórico de hipertiroidismo, a-
conselham-se exames periódicos de ultrassonografia, mas
caberá ao médico indicar o melhor tratamento e o momen-
to certo para realizar a cirurgia de retirada da tireóide.
TIREÓIDE - A tireóide é uma glândula localizada na
parte anterior do pescoço, que produz os hormônios T3 (tiio-
dotironina) e T4 (tiroxina), que atuam em todo o organismo
regulando o crescimento, a digestão e o metabolismo.
Quando a tireóide não funciona adequadamente, pode
liberar hormônios em excesso (hipertireoidismo) ou em
quantidade insuficiente (hipotireoidismo). De maneira ge-
ral, quando a glândula está hiperfuncionante, ocorre uma
aceleração do metabolismo em todo o organismo, poden-
do ocorrer agitação, diarréia, taquicardia, perda de peso e
outros sintomas. Ao contrário, quando a glândula está hi-
pofuncionante, podem ocorrer cansaço, fala arrastada, in-
testino preso, ganho de peso, dentre outros.
A glândula secreta hormônios
vitais que regulam
os batimentos cardíacos,
o sistema nervoso, os pulmões
e o consumo de energia
Veia jugular
Tireóide
Traquéia
Artéria carótida
26
AUnidade Docente Assistencial Professor Rodrigo
Ramalho iniciou as suas atividades em agosto de
2009, centralizando os ambulatórios Geral e de
Cardiologia do Sistema Único de Saúde
(SUS), além do Laboratório de Análises Clíni-
cas e do Serviço de Radiologia.
Localizada na Avenida Assis Chateau-
briand, em Maceió, o complexo realizou
2.027 consultas ambulatoriais entre julho e
20 de dezembro de 2009, sendo a Geriatria
(com 309 atendimentos), a Pneumologia
(305) e a Cirurgia Geral (241) as especialida-
des mais requisitadas. No mesmo período, o
setor cardíaco realizou 3.342 atendimentos
ambulatoriais e 781 exames.
Conforme antecipa a gerente de Unida-
des Externas, Rejane Paixão, a grande novidade para 2010
é a instalação de um equipamento que permitirá a digitali-
zação dos exames da Radiologia. O serviço, inclusive, é um
dos mais solicitados, com a realização de
1.913 exames, ficando atrás apenas do La-
boratório de Análises Clínicas (29.240) e das
mamografias (6.367).
“Além de garantir conforto aos pacientes
do SUS, a Unidade Rodrigo Ramalho será um
espaço para ensino e pesquisa, confirmando
a vocação da Santa Casa de Maceió para for-
mar novos profissionais e fazer ciência”, dis-
se o coordenador médico da unidade, Ed-
mundo Guilherme.
No decorrer do ano, os médicos residen-
tes da Cirurgia Geral, da Clínica Médica, da
Anestesiologia, da Otorrinolaringologia e da Ortopedia es-
tarão em sala de aula na Unidade Docente Assistencial. Ho-
je, parte do atendimento já é de responsabilidade dos mé-
dicos residentes. O próprio gerente de Ensino e Pesquisa,
Mário Jucá já utiliza as instalações da Unidade Professor
Rodrigo Ramalho para dar aulas a estudantes da Uncisal.
Diferentemente do que muita gente pensa, a residência
médica é um curso de pós-graduação para médicos autori-
zado pelo Ministério da Educação, e não um simples está-
gio em Medicina.
Conforme frisou o provedor Humberto Gomes de Melo,
a unidade foi denominada docente assistencial para ser um
espaço dedicado ao desenvolvimento de profissional dos
residentes e para a realização de pesquisas médicas.
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RODRIGO RAMALHO
Unidade centraliza Ambulatório e Cardiologia
Edmundo
Guilherme,
coordenador
médico
COM 309
ATENDIMENTOS, A
GERIATRIA LIDERA
O RANKING DE
CONSULTAS NO
AMBULATÓRIO DA
SANTA CASA DE
MACEIÓ, QUE
PASSOU A
FUNCIONAR
NA UNIDADE
RODRIGO
RAMALHO
27
A Unidade Rodrigo Ramalho realiza consultas ambula-
toriais em Clínica Médica, Cirurgia Geral, Ortopedia, Cardio-
logia, Proctologia, Cirurgia Digestiva, Dermatologia, Geria-
tria,Alergologia, Otorrinolaringologia, Reumatologia, Psico-
logia, Fisioterapia, além de Cirurgia Oncológica e Cardioló-
gica. O Centro de Diagnóstico, por sua vez, oferece Cardio-
logia, Radiologia, Mamografia, Ultrassonografia, além do
Laboratório de Análises Clínicas.
A gerente Rejane Paixão explica que a marcação de
consultas na Nefrologia é realizada no próprio Rodrigo Ra-
malho, mas que o atendimento continua sendo prestado no
Setor de Nefrologia da Santa Casa. A marcação de consul-
tas e o acesso aos demais serviços podem ser feitos nos
postos de saúde, através do sistema Cora, ou na recepção
da própria unidade.
Com 309 atendimentos, a Geriatria lidera o ranking de
consultas no Ambulatório da Santa Casa de Maceió, que
passou a funcionar na Unidade Rodrigo Ramalho.
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Rejane Paixão: gerente de Unidades Externas
Unidade Docente Assistencial Professor Rodrigo Ramalho, na praia do Sobral
28
Um relatório da Organização Mundial de Saúde
(OMS) prevê que até 2030 o mundo terá 27 mi-
lhões de pessoas com câncer e será obrigado a
enterrar outras 17 milhões por causa da doença. Ainda se-
gundo a entidade, 45% destes óbitos poderão ser evitados
se houver o diagnóstico precoce acompanhado por ações
de prevenção.
É justamente para falar de prevenção que a equipe do
projeto Oncologia na Estrada vem realizando encontros in-
formativos, que reuniram, em 2009, mais de 1200 profis-
sionais do Programa Saúde da Família em municípios ala-
goanos como Murici, Pilar, Maceió, Piaçabuçu e Penedo.
Idealizado pelo oncologista clínico Divaldo Alencar,
com o apoio da coordenadora do Serviço de Oncologia Clí-
nica, Andréa Albuquerque Costa, o projeto põe na estrada
a equipe do Centro de Oncologia e Hematologia Lourival
Nunes da Costa.A iniciativa conta com o empenho de uma
equipe multidisciplinar formada por médicos, psicólogos,
assistentes sociais, enfermeiros, farmacêuticos e terapeutas
ocupacionais.
Além do diagnóstico e da prevenção, são debatidos te-
mas como encaminhamento do paciente com diagnóstico
de câncer, papel da equipe multidisciplinar no tratamento
do paciente oncológico, papel do Serviço Social na atenção
ao doente com câncer, medidas individuais de prevenção,
epidemiologia e rastreamento de possíveis casos visando
identificar a doença ainda no estágio inicial entre outros.
“Observamos que muitos pacientes com câncer
chegam à Santa Casa de Maceió em estágio muito avança-
do da doença, o que poderia ser evitado se fosse realizado
o diagnóstico precoce”, diz Andréa Albuquerque, que exe-
cuta o projeto junto com Alencar.
Andréa Albuquerque relata que o trabalho está tendo
boa receptividade por parte dos gestores municipais que,
por meio das suas Secretarias de Saúde, se encarregam de
reunir e motivar as equipes do PSF para as palestras.
Divaldo Alencar lembra que a execução do projeto é
totalmente patrocinada pela Santa Casa de Maceió, ca-
bendo ao município reservar o local do evento. Ao térmi-
no das palestras, alunos da Liga de Oncologia da Univer-
sidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) apli-
cam um questionário que facilitará o entendimento das
dificuldades enfrentadas em cada localidade visitada e
no Estado como um todo. Os municípios interessados no
projeto podem entrar em contato com o Centro de
Oncologia da Santa Casa de Maceió pelos telefones
2123-6379 ou 2123-6966.
Exames preventivos podem evitar 45% dos óbitos por câncer
Oncologia na Estrada
Oncologista Divaldo Alencar
Revista da Santa Casa de Maceiówww.santacasademaceio.com.br
29
Segundo projeção da Organização Mundial de Saúde
(OMS), em 2010, o câncer deverá ser a primeira causa de
morte em todo o mundo. “Em 2007, 7,6 milhões de pes-
soas morreram de câncer no mundo; no Brasil, somente em
2010, surgirão mais de 489 mil novos casos. Diante disso,
acreditamos que só a prevenção terá um impacto significa-
tivo contra a incidência da doença”, diz Divaldo Alencar.
“As pessoas ainda têm a falsa ideia de que é muito difí-
cil o acesso aos serviços de tratamento. Ao contrário, exa-
mes muitos simples podem significar o diagnóstico em
tempo hábil para o tratamento eficaz”, diz Andréa Albu-
querque e exemplifica: “o Papanicolau, para a detecção do
câncer de útero, a mamografia e o exame de próstata são
alguns exemplos básicos de exames que podem evitar ou
detectar precocemente esses tipos de câncer, que possuem
o índice de maior incidência no Nordeste, e facilitar o en-
caminhamento imediato do paciente para o tratamento”,
completou.
Evento reuniu profissionais do Programa Saúde da Família do município de Cajueiro
Exames previnem câncer
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
Reunidos no I Fórum de Ética e Responsabilidade
Médica - promovido pela Santa Casa de Maceió -,
juízes, procuradores e médicos encontraram uma
alternativa para minimizar a chamada judicialização da
saúde: a adoção da câmara setorial da saúde, composta
por representantes da sociedade civil e profissionais de
diversas especialidades.
O termo judicialização da saúde é um neo-
logismo muito usado por profissionais e insti-
tuições do setor para identificar a excessi-
va interferência de decisões do Judiciário
em questões que poderiam ser equa-
cionadas por outros meios, como a
mediação.
"Santa Catarina criou uma câ-
mara setorial, que vem oferecendo
suporte técnico aos magistrados. O
juiz consulta um dos especialistas do
colegiado antes de conceder a limi-
nar; tudo de forma célere", disse o pro-
motor de Justiça aposentado Marcos
Robson, a quem coube discutir o tema
no evento.
Principal articulador do fórum, o
médico Hélvio Chagas Ferro lembrou
que muitos juízes assinam liminares sem o embasamento
técnico necessário, quase sempre, sob pressão de advoga-
dos, o que leva a decisões questionáveis. "Os magistrados
precisam de apoio técnico para auxiliá-los.A Câmara Seto-
rial pode ser uma solução", resumiu o especialista após o
fórum.
Foi o caso da médica Ana Murai, coordenadora da Cen-
tral Estadual de Regulação do Rio de Janeiro, presa no ano
passado por não cumprir a ordem da Justiça determinando
a internação de uma paciente mesmo se não houvesse va-
ga. "O órgão regulador não é dono dos leitos. Se o juiz sou-
besse disso, não teria mandado prender a médica", disse
Antônio de Pádua, membro do Conselho Regional de Me-
dicina de Alagoas.
O promotor Marcos Robson
fez outro alerta sobre os prejuízos
da judicialização da saúde. Citan-
do dados do Rio de Janeiro, em
2007, foram gastos R$ 48 milhões
em medicamentos e procedimen-
tos devido a decisões judiciais e a-
penas R$ 102 milhões em obras de saneamento.
"Enquanto o saneamento reflete sobre a vida de
milhões de pessoas, as liminares individuais bene-
ficiam poucas pessoas", salientou.
Quando se fala em liminares na área da
Saúde, há casos curiosos e até mesmo folclóri-
cos. Um deles foi a decisão de um juiz que obrigou
um secretário de Saúde a comprar a conhe-
cida pomada Hipoglós a pedido de um pa-
ciente, sob pena de ser preso no prazo de
48 horas.
Em outro caso, um juiz obrigou o
Estado a entregar, durante um ano, 90 comprimidos de via-
gra a uma paciente. Ela solicitava um medicamento vasodi-
latador, como o Viagra, para reduzir a hipertensão capilar
pulmonar e a obstrução da válvula mitral. Após procurar
outro especialista, a paciente descobriu que o caso reque-
ria uma cirurgia para desobstrução da artéria ou implanta-
ção de uma prótese. "O que faço com o Viagra?", pergun-
tou a paciente sob o olhar surpreso do médico.
Câmara setorial pode minimizar judicialização da Saúde
Ética médica
30
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br 31
Evento reúne entidades médicas e do Judiciário
Hélvio Ferro e Alfredo Marinho Rosa em evento que reuniu juízes, promotores e médicos
O provedor da Santa Casa de Maceió, Humberto Go-
mes de Melo, ouviu seguidos elogios dos médicos e dos re-
presentantes da Justiça, do Ministério Público, do Conselho
Regional de Medicina, da Sociedade Alagoana de Medicina
e do Sindicato dos Médicos presentes ao encontro. "Trata-
se de um momento importante para a classe médica, pois
estamos lançando as bases de um diálogo permanente
com os agentes da Justiça", acentuou.
Membro do Conselho Regional de Medicina, o médico
Alfredo Marinho Rosa destacou a importância de encon-
tros como o Fórum de Ética para se criar um espaço de dis-
cussão entre operadores de direito e médicos. Ele acredita
que a discussão sobre ética e responsabilidade de juízes e
médicos traz benefícios não somente para os profissionais
das duas áreas, mas principalmente para o público-alvo de
ambas: o cidadão.
Já o diretor médico da Santa Casa de Maceió,Artur Go-
mes Neto, frisou que a crescente demanda de ações na Jus-
tiça e no Conselho Regional de Medicina levou a institui-
ção a convidar entidades do setor e representantes da Jus-
tiça para iniciarem um diálogo que, segundo o especialista,
deverá se repetir nas próximas edições do fórum.
Fórum discute ética e
responsabilidade médica
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Além da faixa etária e do intenso desejo de viver, algo
mais uniu os caminhos do aposentado Manoel Gon-
çalo, 78; da ex-servidora pública Maria do Carmo, 73;
da auxiliar de Enfermagem Marceline Rocha, 54; da costureira
Julieta Lopes e de outros 35 homens e mulheres formandos da
primeira turma do curso de Envelhecimento Ativo da Santa Casa
de Maceió.
Estamos falando justamente desse projeto, que mostrou
aos participantes e à sociedade que é possível envelhecer com
qualidade de vida, bastando ter iniciativa e informações neces-
sárias para atingir esse objetivo. "Concluo o curso com a sensa-
ção de que posso agir como multiplicadora do que foi apresen-
tado aqui", disse Marceline Rocha após receber o certificado de
conclusão do curso no Centro de Estudos Professor Lourival de
Melo Mota.
Esse é o mesmo sentimento que nutre Maria do Carmo,
que, brincando, afirma ter "7.3 anos". Ela destacou que a pales-
tra do oncologista Divaldo Alencar "fechou o curso com chave
de ouro". "Apesar de não ter casos de câncer em minha famí-
lia, a forma como o dr. Divaldo falou sobre a doença me mos-
trou que posso ajudar a quem estiver vivenciando o problema",
afirma Maria do Carmo, confessando o seu desejo de repetir o
curso na próxima turma.
Manoel Gonçalo, por sua vez, tornou-se "porta-voz" do
Grupo de Envelhecimento Ativo, sendo um dos mais atuantes
da turma. "Agora estou lutando para que o município coloque
um ponto de ônibus próximo ao Rodrigo Ramalho (unidade
assistencial na praia do Sobral onde funciona o Ambulatório da
Santa Casa de Maceió)".
Presente à solenidade de conclusão do curso, o provedor
Humberto Gomes de Melo destacou a importância da terceira
idade para a sociedade brasileira. Segundo ele, muitos homens
e mulheres acima dos 60 anos permanecem em atividade e sus-
tentando a família. "Os recursos pagos pela Previdência Social
movimentam a economia de muitos municípios alagoanos, por
isso, os idosos precisam conhecer os seus direitos para que pos-
sam exigir respeito tanto da própria família quanto do poder
público", destacou.
CURSO
Envelhecimento (bem) ativo
Idosos emperigo
Os idosos - homens e mulheres com mais de
60 anos - representam 11,6% da população brasi-
leira. Em Maceió, essa proporção é inferior a 10%,
o que mostra que aqui se morre mais cedo.
"Alagoas tem um dos piores indicadores sociais do
País", avalia a geriatra Helen Arruda, coordenado-
ra do projeto.
"Um idoso, em Alagoas, vive nove anos a me-
nos que um do Distrito Federal.A expectativa de vi-
da ao nascer, em nosso Estado, é de 66,7 anos,
contra a média nacional, que é de 77 anos.
Em Alagoas existem cerca de 270 mil pessoas
acima dos 60 anos e, em Maceió, em torno de 67
mil, que precisam de informação para terem mais
qualidade de vida, defenderem os seus direitos e
alcançarem a tão desejada inclusão social".
A equipe do Envelhecimento Ativo: Liliana Gomes,
Felipe Rebelo, Mônica Lessa, Helen Arruda e Maria Lúcia
Geriatra Helen Arruda
em uma das palestras
com o Grupo de
Envelhecimento Ativo
EM ALAGOAS, UM IDOSO
VIVE 9 ANOS A MENOS
QUE NO DISTRITO
FEDERAL. A EXPECTATIVA
DE VIDA AO NASCER
AQUI É DE 66,7 ANOS,
CONTRA A MÉDIA
NACIONAL, DE 77 ANOS
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No Brasil, cerca de um milhão de pessoas convivem
com uma doença considerada, a princípio, inofen-
siva, mas que, ao longo dos anos, acaba por ele-
var a massa corporal das suas vítimas para, pelo menos, 40
quilos acima do seu peso normal. Estamos falando da obe-
sidade mórbida.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica
(SBCB), a obesidade mórbida é predominante entre as mu-
lheres, que respondem por cerca de 60% dos casos. Deno-
minada ginecóide, a gordura feminina é menos nociva que
a masculina e costuma se alojar na região do quadril, pro-
vocando doenças como artrose, varizes, entre outras. Em
contrapartida, a gordura masculina, denominada andróide
- mais perigosa - costuma se concentrar na região do tron-
co e está associada a doenças mais sérias, como diabetes,
colesterol e problemas cardiovasculares.
Com cerca de 650 cirurgias bariátricas em seu currícu-
lo, o cirurgião da Santa Casa de Maceió Antônio de Pádua
afirma que a redução do estômago é a melhor alternativa
para devolver a qualidade de vida aos portadores de obesi-
dade mórbida. A cirurgia bariátrica leva o paciente à
diminuição da ingestão de alimentos e, por tabela, à perda
de peso.
"Parece simples, mas não é. Os pacientes que se sub-
metem à cirurgia precisam ser acompanhados por uma e-
quipe multidisciplinar, que inclui endocrinologista, nutricio-
nista, psicólogo e o próprio cirurgião", alertou o especialis-
ta, lembrando que a indicação cirúrgica obedece a uma sé-
rie de critérios clínicos, incluindo o cálculo do Índice de
Massa Corporal (IMC) (leia mais no box).
Um levantamento feito junto a cem pacientes operados
pelo cirurgião Antônio de Pádua revelou que 84% apre-
sentaram melhoras em relação ao diabetes e quase 90%
quanto à hipertensão. "Porém, sem o acompanhamento da
equipe multidisciplinar, muitos acabam voltando a engor-
dar entre quatro e cinco anos após a cirurgia", diz Pádua.
Somente na capital alagoana são realizadas de 25 a 30
cirurgias por mês, número insuficiente frente à demanda e-
xistente. Em Alagoas, a Santa Casa de Maceió está entre os
seis centros habilitados a realizar cirurgias bariátricas, dos
quais, cinco localizados em Maceió e um em Arapiraca. Se-
gundo Antônio de Pádua, a técnica cirúrgica realizada na
Santa Casa é a chamada videolaparoscopia, com a utiliza-
ção de microcâmeras, que são inseridas no paciente por
meio de pequenos orifícios. A técnica reduz o tempo de in-
ternação no pós-operatório, agilizando a recuperação e di-
minuindo os riscos de infecção.
Cirurgia devolve qualidadede vida a pacientes
OBESIDADE MÓRBIDA
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Médico Antonio de Pádua
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Aprenda a calcular
o seu índice IMC
O Índice de Massa Corporal (IMC) é
uma fórmula que indica se um adulto está
acima do peso, obeso ou abaixo do peso
ideal, considerado saudável.A fórmula para
calcular o Índice de Massa Corporal é o
IMC = peso/(altura).
O número resultante da fórmula deve
ser comparado com os da tabela abaixo,
criada pela Organização Mundial da Saúde.
Apesar de facilitar a identificação da obesi-
dade, a própria OMS avisa que o Índice de
Massa Corporal é apenas um indicador e
que não determina de forma inequívoca se
uma pessoa está acima do peso ou obesa,
cabendo ao médico avaliar caso a caso a
necessidade de cirurgia.
CONDIÇÃO IMC EM ADULTOS
Abaixo do peso abaixo de 18,5
No peso normal entre 18,5 e 25
Acima do peso entre 25 e 30
Obeso acima de 30
A obesidade mórbida é predominante
entre as mulheres, respondendo por
cerca de 60% dos casos.