revista multi gráfica - oficial
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Trabalho AcadêmicoTRANSCRIPT
CRÁFIG AMULTI
REFLORESTAMENTO
RECICLAGEM
Como associações e cooperativascontribuem para a coleta seletiva.
Lixo para uns, trabalhoe renda para outros.
PARCERIASPARCERIASCopa 2014 gera expectativaspara Indústria Gráfica
OPORTUNIDADEOPORTUNIDADE
LIXO E OMEIO AMBIENTE
GráficaMulti
Edição nº 01
Ano 01
Maio 2014
CRÁFIG ACRÁFIG AMULTIMULTI
REFLORESTAMENTO
RECICLAGEM
Como associações e cooperativascontribuem para a coleta seletiva.
Lixo para uns, trabalhoe renda para outros.
PARCERIASPARCERIASCopa 2014 gera expectativaspara Indústria Gráfica
OPORTUNIDADEOPORTUNIDADE
LIXO E OLIXO E OMEIO AMBIENTEMEIO AMBIENTE
GráficaMulti
Edição nº 01
Ano 01
Maio 2014
EDITORIAL
COMO NASCE O PAPEL NOSSO DE CADA DIA
Caro Leitor, a ideia de elaborar um tema de capa que
tratasse do Reflorestamento X Reciclagem surgiu porque o segmento
gráfico é um dos que mais depende da fabricação de papel no
mundo.Nada do que é produzido em uma gráfica, faz sentido se o
papel não existir. Com o crescimento constante da preocupação
ambiental, lança-se um olhar crítico, sobre a indústria gráfica no que
diz respeito á preservação do meio ambiente.
Em Abril de 2014 o Brasil tornou-se o mais novo membro da
campanha Two Sides (Dois Lados, na tradução do inglês), em favor
da comunicação impressa e da defesa da sustentabilidade do uso
do papel pelas indústrias gráfica e jornalística. Criado em 2012 na
Inglaterra, o movimento chega ao país com o apoio de 42 entidades
empresariais, entre elas a Associação Brasileira da Indústria Gráfica
(Abigraf), Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner) e
Associação Nacional de Jornais (ANJ), que assinaram protocolo de
intenções com o diretor da Two Sides, Martyn Eustace.
A campanha quer mostrar que a comunicação impressa não
é a vilã do meio ambiente e contestar discursos que colocam o uso
do papel e da impressão gráfica como os principais responsáveis
pela destruição das florestas.
De acordo com dados de uma cartilha sobre comunicação
impressa e papel, só 11% da extração de madeira no mundo se
destinam ao papel. No Brasil, ainda segundo esta mesma cartilha, 2,2
milhões de hectares de florestas são plantados para a produção de
celulose e papel.
— A iniciativa reforça a divulgação de que 100% do papel
produzido no Brasil para atividades de impressão procedem de
florestas cultivadas. A adesão a este movimento nos insere na mais
bem-sucedida iniciativa mundial de difusão da sustentabilidade da
comunicação impressa — disse Fábio Arruda Mortara, presidente da
Abigraf.
— A iniciativa reforça a divulgação de que 100% do papel
produzido no Brasil para atividades de impressão procedem de
florestas cultivadas. A adesão a este movimento nos insere na mais
bem-sucedida iniciativa mundial de difusão da sustentabilidade da
comunicação impressa — disse Fábio Arruda Mortara, presidente da
Abigraf.
Esta edição traz matérias sobre a história do papel, como
trabalha uma gráfica, as expectativas do setor gráfico para a copa
de 2014, A importância Socioambiental dos Catadores de Lixo, como
é feita a fabricação do papel, comotambém conteúdos
relacionados á reciclagem de revistas e banners e muita informação.
Você vai conferir nesta edição uma entrevista feita a
associação de catadores de papel em Betim, mostrando o novo
espaço construído e informando como é feita a parceria com a
coleta seletiva na cidade.
Boa Leitura!
Edição n 01 ano 01 maio 2014º
CAPAGráfica Grandesco
DIRETORA PRESIDENTEJuliana Carvalho
DIRETORA FINANCEIRAPatrícia Figueiredo
PUBLICIDADEPatrícia Figueiredo
EDITOR CHEFEEunice oliveira
EDITORGlaydson Souza
EDIÇÃO DE ARTEEunice oliveira
DIAGRAMAÇÃOGráfica Grandesco
REVISÃOJuliana Carvalho
EDITOR DE FOTOGRAFIASHenrique Araújo
GERENTE DE TIHenrique Araújo
ACABAMENTOGráfica Grandesco
CONSELHO EDITORIAL
GráficaMulti
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Pat r ícia Figueiredo
CONHECIMENTO
HISTÓRIA DO PAPEL
A invenção do papel foi um processo desenvolvido ao longo d o s t e m p o s h i s t ó r i c o s , simultaneamente por diferentes povos em d i fe rentes reg iões geográficas.
Antes da invenção do
papel, o homem se utilizava de
diversas formas para se expressar
através da escrita. Na Índia, eram
usadas as folhas de palmeiras. Os
esquimós utilizavam ossos de baleia
e dentes de foca. Na China
escrevia-se em conchas e em
cascos de tartaruga. A matéria
prima mais famosa e próxima do
p a p e l f o r a m o p a p i r o e o
pergaminho. O primeiro papiro foi
inventado pelos egípcios e apesar
de sua fragilidade, milhares de
documentos em papiro chegaram
até nos. O pergaminho era muito
mais resistente, pois se tratava de
pe le de an imal , gera lmente
carneiro, bezerro ou cabra e tinham
um custo muito elevado. Os Maias e
os Astecas guardavam seus livros de
m a t e m á t i c a , a s t r o n o m i a e
medicina em cascas de árvores.
Desde os tempos mais
r e m o t o s , o h o m e m v e m
desenhando nas superfícies dos
mais diferentes materiais. Nesta
atividade, tão intimamente ligada
ao raciocínio, utilizou, inicialmente,
as superfícies daqueles materiais
q u e a n a t u r e z a o f e r e c i a
praticamente prontos para seu uso,
ta is como paredes rochosas,
pedras, ossos, folhas de certas
plantas, etc.
A c o m p a n h a n d o o
desenvolvimento da inteligência
h u m a n a , a s r e p r e s e n t a ç õ e s
gráficas foram se tornando cada
vez mais complexas, passando
desse modo a significar ideias. Este
desenvolvimento, ao permit i r ,
também, um crescente domínio
dessas circunstâncias através de
utensílios por ele criado, levou o
homem a desenvolver suportes mais
adequados para as representa-
ções gráficas. Com esta finalidade,
a história registra o uso de tabletes
de barro cozido, tecidos de fibras
diversas, papiros, pergaminhos e,
finalmente, papel. A maioria dos historiadores concorda em atribuir a Cai Lun (ou Ts'aiLun) da China a primazia de ter feito papel por meio da polpação de redes de pesca e trapos, e mais tarde usando fibras vegetais. Este processo consistia num cozimento forte das fibras, após o que eram batidas e esmagadas. A pasta obtida pela dispersão das fibras era depurada e a folha, formada sobre uma penei ra fe i ta de juncos delgados unidos entre si por seda ou cr ina, e ra f i xada sobre uma armação de madeira. Conseguia-se formar a folha celulósica sobre e s t e m o l d e , m e d i a n t e u m a submersão do mesmo na tinta contendo a dispersão das fibras ou mediante o despejo da certa quantidade da dispersão sobre o molde ou peneira. Procedia-se a secagem da folha, comprimindo-a sobre a placa de material poroso ou deixando-a pendurada ao ar. Os espécimes que chegaram até os nossos dias provam que o papel feito pelos antigos chineses era de alta qualidade, o que permite, até mesmo, compará-los ao papel feito atualmente.
O SURGIMENTO, NO ORIENTE
A invenção do papel feito de fibras
vegetais é atribuída aos chineses. A
invenção teria sido obra do ministro
chinês da agricultura Tsai-Lun, no ano de 123 antes de Cristo. A folha de papel fabricada na época seria feita pela fibra de erva chinesa ou de bambu.
O PAPEL NAS AMÉRICAS
A primeira fabrica de papel nos
Estados Unidos foi estabelecida em
1690 por Guillermo Rittenhousa na
Pensilvânia, onde a matéria prima
essencial era fornecida pela
população (trapos de algodão e
linho) e a água era abundante. Por
volta de 1800, existiam mais de 180
fábricas de papel nos Estados
Unidos, e os trapos de tecido
tornavam-se escassos e caros. O
primeiro jornal dos Estados Unidos
em papel de polpa de madeira foi
impresso 1863, em Boston.
NO BRASIL
A primeira fábrica de papel no Brasil
surge com a vinda da família real
portuguesa. Localizada no Andaraí
Pequeno (RJ), foi fundada entre
1808 e 1810 por Henrique Nunes
Cardoso e Joaquim José da Silva.
Em 1837 surge a indústria de André
Gaillar e, em 1841, a de Zeferino
Ferrez.
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CONHECIMENTO
É na floresta, em meio às fantásticas criações da natureza, que se inicia o envolvente processo de produção da celulose, papel e cartão.
Nas florestas plantamos eucaliptos, que após sete anos, estão prontos para se transformar em papel.
As toras menores são utilizadas para a produção de energia nas cadeiras de biomassa, as maiores vão para o
pátio de madeira e em seguida para o picador onde se transformam em cavacos.
Do pátio de cavacos eles vão para o digestor para serem cozidos com produtos químicos e se transformarem
em pasta de celulose.
Esta pasta segue para a mesa plana da máquina de papel e inicia-se a formação da folha, que é prensada,
seca e enrolada, formando grandes rolos de papel. Os enormes rolos são transformados em bobinas menores
que podem ir direto para o uso ou então cortadas em folhas de diversos formatos.
Este papel está pronto para ser utilizado,transformando-se em cadernos, livros, revistas, embalagens, talões
de cheques, pastas e calendários etc.
Todo papel que utilizamos em nosso dia-a-dia pode ser reciclado, transformando-se novamente em papel.
Como você viu esse fascinante processo aqui estáuma receita para vocêreciclar seu próprio papel.
PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PAPEL RECICLADO
1- Picote qualquer tipo de papel em pedaços bem pequenos. Cubra e deixe de molho de um dia para o outro.
2-Bata no liquidificador e transfira para uma bacia com o dobro de água.
3- Use peneiras pequenas, em diferentes formatos e introduza até o fundo da bacia.
4- Levante a peneira e retire-a, acomodando a massa coada de forma homogênea.
5- Ponha a peneira com a pasta de papel sobre folhas de jornal e enxugue.
6- Depois de seca retirem com cuidado e crie o que quiser.
PROCESSO DE FABRICAÇÃO INDUSTRIAL
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CONHECIMENTO
COMO FUNCIONA UMA GRÁFICA
A partir da necessidade do
cliente começa a criação, de um
projeto gráfico a ser executado um
dos primeiros passos e definir que
tipo de impresso será desenvolvido,
por exemplo: cartaz, revistas,
embalagem, folders entre outros.
Esta criação da arte pode ser feita
por uma equipe de criação ou um
produtor gráfico, que pode ser
funcionários da própria gráfica ou
terceirizada. Nesse processo e
definidos todas as artes que serão
utilizadas, tipo de linguagem em
função do publico alvo e tipo de
produto.
O próximo passo e montar o
layout que será repassado para o
cliente para definir formatos, tipos,
cores, processo de impressão, para
definir os melhores procedimentos
técnicos que devem ser observados
pa ra que a peça pos sa se r
produzida de forma adequada.
O cliente aprovando o
layout , e feito a finalização do
arquivo , neste momento se faz a
conferencia das cores, fontes,
reticulas e resoluções do trabalho,
b e m c o m o a s p o s s í v e i s
adaptações para que a peça seja
produzida, só então e feito o
fechamento do arquivo.
A próxima etapa é a pré-
impressão, nesse processo produz
os fotolitos, digitalização edição de
imagens para que possa dar inicio
a o p r o c e s s o d e i m p r e s s ã o
propriamente dito a montagem da
matriz.
A parte de acabamento se
constitui em um processo mais
delicado, é o momento das dobras,
cortes especiais, encadernação
entre outros .Var ias gráf icas
disponibiliza esse serviço á terceiros.
Depois de todo o processo
é hora de impacotar e distribuir o
material, mais é preciso que o
material tenha nota fiscal.
H o j e o m e r c a d o
disponibiliza a impressão digital,
método que consiste em gerar a
imagem a partir da entrada de
dados direto de um computador
para impressora. Os equipamentos
de impressão digital possibilitam
resoluções de até 2400 dpi 's
imprimindo gráficos e textos com
nitidez, ou seja, impressões de alta
qualidade.ar e, em 1841, a de
Zeferino Ferrez.
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Eunice Oli veira
Você já pensou como funciona uma gráfica?Nessa reportagem você vai ver passo a passo desse funcionamento.
PRÉ-IMPRESSÃOE IMPRESSÃO
ACABAMENTO
FINALIZAÇÃO
CRIAÇÃO
DEFINIÇÕES
componentes voláteis na atmosfera
em relação às tintas convencionais.
Com i s so , es tamos cer tos de
participar de uma grande cadeia de
empresas engajadas com as
grandes questões de nosso tempo. E
ela diz mais que está inserida no ciclo
do desenvolvimento sustentável,
portanto, cumpre seu papel como
empresa consciente, que utiliza
matérias-primas e subprodutos
obtidos junto à natureza e tem o
dever de contribuir com o uso
racional dos recursos naturais.
RECICLAGEM
A reciclagem é o termo geralmente
u t i l i z a d o p a r a d e s i g n a r o
reaproveitamento de materiais
beneficiados como matéria-prima
para um novo produto. Muitos
materiais podem ser reciclados e os
exemplos mais comuns são o papel,
o vidro, o metal e o plástico. As
maiores vantagens da reciclagem
são a minimização da utilização de
fontes naturais, muitas vezes não
renováveis; e a minimização da
quant idade de res íduos que
necessita de tratamento final, como
aterramento, ou incineração.O
conceito de reciclagem serve
apenas para os materiais que
podem voltar ao estado original e ser
transformado novamente em um
produto igual em todas as suas
características. O conceito de
reciclagem é diferente do de
reutilização. O reaproveitamento ou
reutilização consiste em transformar
u m d e t e r m i n a d o m a t e r i a l j á
beneficiado em outro. Um exemplo
claro da diferença entre os dois
Ao longo dos últimos 50
anos , os se res humanos vêm
alterando o ecossistema em um
ritmo mais acelerado e intenso do
que em qualquer outro período da
história humana, principalmente
devido à crescente demanda por
recursos naturais, tais como alimen-
tos, água, madeira, fibras e com-
bustíveis. Apesar da significativa
contribuição para o crescimento da
economia e para a promoção do
bem-estar social, a exploração
excessiva desses recursos acarretou
perdas irreversíveis da biodiversida-
de global e dos serviços prestados
pelos ecossistemas, muitos deles
considerados essenciais para a
sobrevivência humana.
REFLORESTAMENTO
Reflorestamento é uma
ação ambiental que visa repovoar
áreas que tiveram a vegetação
removida pelas forças da natureza
(incêndios, por exemplo) ou ações
humanas (queimadas, exploração
de madeira, expansão de áreas
agrícolas, queimadas). Podemos
chamar também de reflorestamento
o processo de arborização de áreas
e s p e c í f i c a s o n d e n ã o h a v i a
vegetação nas últimas décadas.
Nes te p roces so , são c r iadas
pequenas florestas, principalmente
com espéc ies lenhosas . E s te
processo é voltado principalmente
para criação de áreas de lazer ou
para melhorar a qualidade do ar em
áreas que sofrem com a poluição ou
aquecimento do ar.As indústrias de
made i ra e ce lu lo se também
realizam o reflorestamento, usando
REFLORESTAMENTO
RECICLAGEM
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PRODUÇÃO
FABRICANDO O PAPEL
O papel é um dos materiais mais importantes e versáteis que conhecemos e é difícil imaginar como seria o nosso dia-a-dia sem ele.gital criam-se oportunidades que antes não existiam.
O tipo de matéria-prima, o
processo e os diferentes aditivos,
permitem fabricar os mais variados
tipos de papel. Acompanhe o
método básico de produção deste
material tão difundido em todo o
mundo.
PASSO A PASSO DA FABRICAÇÃO
T u d o c o m e ç a n a
plantação de árvores que já são
destinadas a este fim. Aqui no Brasil,
cerca de 98% da produção do
papel tem como matéria prima
madeira originada principalmente
de pinus e eucaliptos, que após
sete anos estão prontos para serem
cortados. Após o corte, as toras são
d e s c a s c a d a s e e s s a c a s c a (cavacos) é recuperada e usada como combustível para produzir vapor e eletricidade; A madeira possui fibras celulósicas que estão aderidas umas as outras com uma “cola” chamada lignina. Para transformar a madeira em polpa, precisamos separar a l ignina das demais fibras.Nesse ponto,os pedaços de madeira são colocados em um grande caldeirão para cozinhar .em um digestor com temperatura de 160º C. Depois de algumas horas cozinhados tem uma pasta de celulose.Para a fabricação de alguns tipos de papel, a polpa precisa ser branqueada. Nesta etapa, são usados produtos q u í m i c o s q u e d i s s o l v e m o u eliminam a lignina. Com isso a polpa não só se torna mais branca, como também, d i m i n u i a p r o b a b i l i d a d e d amarelar com o passar do tempo. Após lavada para retirar as substância química a pasta leva-da em uma máquina chamada
em uma máquina chamada mesa
plana, que irá transformar essa
pasta de celulose em uma folha
contínua e lisa sobre uma grande
esteira rolante.
Após movida pela esteira,
p a s s a p o r u m s i s t e m a d e
prensagem em rolos que ira tirar o
excesso de água , para compactar
e alisar o papel.
O próximo passo é colocar
o papel em um enroladora para
transformar em uma bobina.O
acabamento é o setor responsável
pela conversão em folhas cortadas
e pela embalagem de todos os
produtos finalizados. É aqui onde a
bobina é cortada em folhas, forma-
to padrão que já conhecemos
Em seguida segue para
processo de distribuição, tornando
disponível a todos nós em uma
l i v r a r i a , p a p e l a r i a , l o j a d e
informática e supermercados,
onde serão comercializadas.
SUSTENTABILIDADE
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principalmente o eucalipto. Esta
espécie é utilizada em função de seu
crescimento rápido e pelo fato da
madeira ter boa aceitação comer-
cial. O reflorestamento é usado
também para criar barreiras de
árvores para proteger determina-
das culturas da ação de fortes ven-
tos. Outro importante objetivo do
reflorestamento é melhorar o de-
sempenho de bacias hidrográficas.
O processo de refloresta-
mento é de grande importância
para o meio ambiente. Ele é capaz,
quando executado com eficiência,
de recuperar áreas verdes com
espécies nat ivas, melhorando
ecossistemas degradados. Usando o
processo de reflorestamento, muitas
empresas deixam de comprar
madeira proveniente do corte ilegal,
poupando a natureza. O processo
de reflorestamento é aplicado
também em áreas de encostas com
o objetivo de impedir deslizamentos
de terras.
C o m o p o d e m o s v e r o
reflorestamento esta em todos os
lugares principalmente dentro das
empresas que são os que mais
prejudicam o nosso meio ambiente.
Segundo a gráfica Ecoprint
Impressões Gráficas Ltda crescentes
preocupações mundiais com as
questões ambientais e de sustenta-
bilidade não passam despercebi-
das à empresa, que recentemente
recebeu o selo de certificação FSC
(Forest StewardshipCouncil), ates-
tando que não houve derrubada de
mata para produção de celulo-
se. “implantamos a utilização de
tintas a base de soja, que propicia a
redução de 64% na emissão de
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SUSTENTABILIDADE SUSTENTABILIDADE
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conceitos, é o reaproveitamento
do papel.
O papel chamado de reciclado
não é nada parecido com aquele
que foi beneficiado pela primeira
vez. Este novo papel tem cor
diferente, textura diferente e
g r a m a t u r a d i f e r e n t e . I s t o
a c o n t e c e d e v i d o a n ã o
poss ib i l idade de retornar o
material utilizado ao seu estado
original e sim transformá-lo em
uma massa que ao f inal do
processo resulta em um novo
mater ia l de caracte r í s t icas
diferentes. O papel é um material
m u i t o u t i l i z a d o p e l o s s e r e s
humanos desde a antiguidade,
porém o uso abus ivo deste
material é prejudicial ao meio
ambiente, pois para a produção é
usado como principal matéria-
prima amadeira, de acordo com o
site Recicloteca, 95% dos papéis
são formados através dos troncos
de árvores, pois é desse produto
que retira-se a celulose que se
transforma em fibras que ao se
entrelaçarem dão resistência ao
material, porém para a realização
d e t o d o e s s e p r o c e s s o é
necessário a extração de madeira
das florestas, gerando assim o
desmatamento, além de que usa-
se uma grande quantidade de
água e energia.
POR ONDE COMEÇAR
Ser sustentável não é seguir um
pequeno conjunto de regras, mas
se comprometer com a melhoria
contínua dos processos produtivos,
o que exige a compreensão da ca-deia operacional como um todo.
A fim de capitalizar sobre essa
transformação e tirar proveito dela
c o m o u m a v a n t a g e m
competitiva, as gráficas precisam
ter uma abordagem que seja
sistemática.
REFLO
MENTORESTA
Para tornar o setor de
acabamento mais “verde”, a
chave está em mudar os hábitos:
reduzir o desperdício, separar o lixo
dev idamente e repensa r a
posição de equipamentos e lixei-
ras, por exemplo. Nesse aspecto, o
mais importante é treinar os funcio-
nários adequadamente. Além
disso, o cuidado com as matérias-
primas também faz diferença:
revestimentos e laminados reciclá-
veis, assim como adesivos com bai-
xo teor de VOC, reduzem o
impacto ambiental e aumentam o
valor do produto. A Ecoprint
I m p r e s s õ e s G r á f i c a s L t d a
acrescenta: “refinamos nossos
p r o c e s s o s e p r o m o v e m o s
constantemente reciclagem e
capacitação técnica. Atentos à
realidade econômica do país,
p rocuramos rac iona l i za r as
despesas, além de difundirmos a
cultura de evitar desperdícios e a
consciência da nossa parcela de
r e s p o n s a b i l i d a d e s o c i a l e
ambiental”.
A ganância do homem faz com que ele altere os
ecossistemas, interferindo nos ciclos naturais, sem se importar com as
consequências e com as gerações futuras. Contribuindo assim para
o desequilíbrio ecológico. O homem ainda não se conscientizou da
importância da conservação do meio ambiente para o futuro do
nosso planeta e da nossa espécie. Assim como os animais e os
vegetais, ele também faz parte da natureza e dela depende sua
sobrevivência. Todos os anos grandes áreas de nossas matas são
derrubadas no Brasil por vários motivos, causados pelo ser humano
para dar lugares a estradas, cidades, plantações ou para fins
lucrativos como o fornecimento de madeira. A única saída para esse
problema é o reflorestamento, ou seja, replantando árvores que
foram derrubadas e queimadas.O homem pode fazer o uso racional
explorando os recursos das florestas apenas para produtos com
alimentos, óleo, borracha e medicamentos. O reflorestamento de
áreas devastadas além de garantir a sobrevivência de espécies traz
inúmeros benefícios como impedindo raios solares incidam
diretamente no solo, aumenta a umidade da região e auxiliam na
renovação do ar atmosférico. Nossas árvores estão desaparecendo
a cada dia que passa, dentre elas podemos citar o Pau-brasil e o Ipê
que estão correndo sério risco de extinção. Se o ser humano souber
explorar os diversos ecossistemas da terra sem destruí-los, estará
preservando todas as espécies e garantindo recursos para as
gerações futuras.
REFLORESTAMENTO TAMBÉM É UMTIPO DE RECICLAGEM
|MULTI GRÁFICA MAIO 201412
MERCADO
EXPECTATIVAS DA INDÚSTRIA GRÁFICA COM A
COPA DO MUNDO DE 2014
Desde 2007, quando foi anunciado como
sede da próxima Copa do Mundo, o Brasil vem se
preparando para receber, a partir do dia 12 de
junho de 2014, o maior evento esportivo do
planeta.
A realização do torneio por aqui não
r e p r e s e n t a a p e n a s a d i s p u t a p e l o
hexacampeonato em território nacional., mas
também , representa as oportunidades que o
evento vai oferecer para o crescimento do
mercado Brasileiro.
Segundo pesquisa feita pelo Ministério do
Turismo (MTur), a Copa do Mundo da FIFA2014
t rará um impacto de R$ 183 bi lhões na
economiabrasileira. A elevação de investimentos
em decorrência domegaevento, especialmente
nos estados-sede, passa ademandar mais bens e
serviços, com especial destaque para osetor de
serviços e produtos gráficos.
As demandas vão desde a impressão de
material informativo sobre o evento ou atrativos,
como tabelas de jogos, publ ic idade de
patrocinadores, informativos sobre gastronomia,
até sobre turismo e mobilidade urbana, como a
compra de lembranças por turistas, sejam cartões
postais, brindes ou outros tipos de suvenir. Em
plena era digital criam-se oportunidades que
antes não existiam.
As empresas que estão na vanguarda
desse movimento têm grandes oportunidades no
segmento promocional/publicitário antes e
durante a Copa do Mundo da FIFA 2014. Para
tanto, é preciso estar atento ao manual da FIFA
que descreve as linhas gerais para uso de marcas
oficiais do megaevento para publicidade,
promoção, e meios de comunicação em geral.
A impressão digital é a área que mais vem
despertando o interesse dos empresários, que
estão investindo nessa tecnologia como forma de
combater as dificuldades do setor. O potencial
desse ramo é enorme devido às melhorias
contínuas na qualidade de impressão e à
agilidade na entrega.
Com a Copa do Mundo da FIFA 2014, os
investimentos no país chegarão a R$ 47 bilhões,
com estimativa de retorno indireto de R$ 137,7
bi lhões. São esperados 600 mil vis itantes
estrangeiros. Cada turista (interno ou externo) que
se movimenta pelo país necessita deinformações,
indicações sobre roteiros, itinerários, restaurantes,
Tecnologia de Chapa Livre de Produtos Químicos
|MULTI GRÁFICA MAIO 2014 15
Use o cabo de vassoura(ou outro objeto cilíndrico)
para fazer os círculos de canudo.Ficará assim...
pontos turísticos, escala de jogos, dentre outras
informações.
Desse modo, a expectativa no aumento
de negócios para as gráficas (offset e digitais) é
real e pode representar um catalisador para
alavancar investimentos no setor.
E s p e r a - s e q u e a c h e g a d a d e
investimentos ajude a sinalizar a urgência em
melhorar a capacitação profissional. Ainda é um
desafio formar profissionais qualificados no ramo.
O investimento da indústria gráfica em
equipamentos cada vez mais modernos e em
novas tecnologias demanda que a formação de
mão de obra acompanhe este movimento. No
entanto, há poucos cursos e escolas atualizados
com o desenvolvimento tecnológico.
A Copa do Mundo da FIFA 2014, portanto,
coloca à frente dos empreendedores do setor
g r á f i c o u m a g r a n d e o p o r t u n i d a d e d e
crescimento do seu negócio, pois a demanda
pelos produtos gráficos terá um aumento
considerável, ao mesmo tempo que sinaliza de
forma eficiente para a necessidade de maiores
investimentos na qualificação da mão de obra.
Contrariando a previsão de especialistas,
o consumode produtos impressos cresce
mundialmente.
Expectativaotimista prevê que a Copa do
Mundo da FIFA 2014 insuflará nomercado gráfico
nacional um crescimento de 6% a 7% entre2012 e
2014.
A C o p a d o M u n d o d a F I F A 2 0 1 4
potencializará a preocupação com a adequada
comunicação edivulgação de qualquer negócio.
Neste cenário, materiaisimpressos ganham
relevância para os seguintes clientes: Agências de
comunicação e publicidade, por administrar
contasde grandes marcas, tendem a ser uma
fonte interessante dedemandas por produtos e
serv iços; Empresas de qualquernatureza
principalmente dos ramos turístico, hoteleiro,
gastronômico, cultural e de locomoção urbana –
precisarão de material informativo, indicativo,
promocional para se relacionarem com os turistas.
Nesta situação, para terem chance de
disputar oserviço, é vital que os pequenos
negócios atendam ao maiornúmero possível de
requisitos classificatórios.
É fundamental descobrir dentro da sua
gráfica, quais os potenciais a serem ainda melhor
explorados em favor da diferenciação de seus
produtos ou serviços, aproveitando este ano de
oportunidades.
|MULTI GRÁFICA MAIO 201414
MERCADO DICAS & TRUQUES
RECICLAGEM ARTESANAL:COMO FAZER UMA CESTA COM REVISTAS VELHAS?Aprenda a fazer uma cesta com canudinhos de papel. O passo a passo está super bem explicado.
VOCÊ VAI PRECISAR DE:
- Revistas usadas
- Cabo de vassoura
- Pregadores
- Cola branca
- Tinta
(a que você quiser para dar acabamento na peça)
PASSO A PASSO
Faça canudinhos enrolando aspáginas da revista. Ficará assim...
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DICAS & TRUQUES DICAS & TRUQUES
Junte os círculos de canudinhocolando um pedaço de papel
entre eles.
Inicialmente de dois em dois,mas depois vá juntando as peças
até formar um retângulo de círculos.
Não estamos dizendo quantoscírculos fazem uma caixaporque você pode decidiro tamanho que quer fazer.
Pode ser qualquer um,sendo que quanto menor,
mais resistente a cesta será.
Junte os retângulos de círculosda mesma forma que fezum por um, com papel ouum esparadrapo formando
as faces da cesta.
A cesta está pronta.Agora só falta pintar.Use a tinta que quiser.
Obviamente use uma tintaimpermeável se o materialficar exposto a umidade.
Pronto!
Ficará assim...
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RECICLAGEM ARTESANAL:COMO FAZER BOLSA DE BANNER PASSO A PASSO
Crie bolsas bonitas, resistentes e que
também não precisam ser lavadas!
Esta dica é ideal para aquelas pessoas
que procuram um artesanato muito útil para
fazer. Você pode criar um acessório bem
usual e que pode ganhar a sua cara, já que é
você que irá confeccionar o item. Veja o
passo a passo e faça também em sua casa.
VEJA O QUE VOCÊVAI PRECISAR
BANNER ILHÓS
ZÍPER CADARÇO
ARGOLAS TACHINHA
MÁQUINA DE COSTURA DE ALFAIATE
ENTREVISTA
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Goiás(62) 3290 5346
Mato Grosso(65) 3054 2050
M. Grosso do Sul(67) 3042 5838
Nordeste(81) 9847 4676
Rio de Janeiro(21) 7758 5073
Minas Gerais(31) 3491 3234
Santa Catarina(47) 3426 3619
Printcor Matriz(11) 4066 3500
Printverniz Matriz(11) 4343 7992
Printcor Sul(51) 3470 6407
Bahia(71) 8853 9837
Brasília(61) 3386 1749
Espírito Santo(27) 3289 6029
Curitiba(41) 9975 5526
Amazonas(92) 3184 2090
GL Systems Certification
A IMPORTÂNCIA DA PARA A COLETA SELETIVAASCAPEL
Quantas toneladas de lixo o galpão tem
capacidade de receber por dia?
capacidade para receber 12,8 toneladas de
materiais recicláveis por dia.
No aspecto financeiro, é possível manter com
tranquilidade a associação?
Não, é necessário mais parcerias com as
empresas e aumentar o número de rotas na
coleta seletiva.
O que é feito do material coletado?
1º passa pela área de triagem que é onde
seleciona e separa o papel, vidro, papelão,
plástico ,etc.
Depois esse material é prensado e em seguida
comercializado ou revendido para uma
compradora de materiais recicláveis.
Há quanto tempo funciona a Ascapel na cidade de
Betim?
A ascapel funciona por volta de 16 anos em Betim,
começando seu funcionamento no bairro laranjeiras,
depois passou a funcionar na marco túlio, foi para o
bairro chácara e por volta de uns 8 meses, com a ajuda
da prefeitura, construiu-se esse galpão com estrutura
maior aqui no bairro Bandeirinhas.
Quantos catadores ou colaboradores estão
cadastrados?
Hoje estamos com 17 colaboradores.
Qual a participação da prefeitura nesse projeto?
A prefeitura nos dáo apoio através da coleta seletiva
realizada em alguns bairros da região de Betim. Hoje a
prefeitura disponibiliza de 3 á 4 caminhões que
realizam a coleta.
Em Betim, desde 2003, a prefeitura, através da Secretaria
de Meio Ambiente, implantou o programa Coleta Seletiva
Secos e Úmidos, o objetivo da coleta seletiva é diminuir o
volume de resíduos, aumentar a vida útil dos aterros
sanitários e possibilitar o uso racional dos materiais por meio
da reciclagem.
A destinação do lixo na cidade de Betim, também gera
renda para algumas famílias de Betim, já que os resíduos
secos são destinados aos catadores de papel, que fazem
sua triagem e venda por meio da Associação dos
Catadores de Papel, Papelão e Materiais Reaproveitáveis
de Betim (Ascapel). Por dia, 120 toneladas de materiais
diversos são coletadas e enviadas para a associação.
Na entrevista á seguir Yago, colaborador da Ascapel,
descreverá como funciona a associação na cidade de
Betim.
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ENTREVISTA
A associação participa de algum projeto
social?
Sim do projeto da Cataunidose Insea.
A Cataun idos (cooperat iva de
reciclagem dos catadores da rede de
economia solidária) existe desde 2004 e conta
com patrocínio da Petrobras desde 2006.
Atualmente, a rede agrega nove associações
de catadores na região metropolitana de Belo
Horizonte, com cerca de 500 catadores.
Depois da criação da rede, a renda dos
catadores aumentou cerca de 30%.
I N S E A – I n s t i t u t o N e n u c a d e
Desenvo lv imento Sus tentáve l é uma
Organização Social de Interesse Público –
OSCIP, de âmbito nacional, sem fins lucrativos,
criada em 2001, em Belo Horizonte-MG
O foco principal é a inclusão produtiva
de catadores de materiais recicláveis e
p o p u l a ç ã o e m s i t u a ç ã o d e r u a , n o
reconhecimento do seu protagonismo como
trabalhador cidadão e agente ambiental.
Além do material coletado pela prefeitura, existe
alguma outra forma de coleta ou ponto de coleta?
Tem sim, através de parceria com algumas empresas,
que disponibilizam esse material para a Ascapel, e
recebemos também de moradores, caso o caminhão
da coleta seletiva não passar no bairro dele e ele
mesmo desejar trazer aqui na associação.
Parte deste material é utilizado para artesanato?
Não, na Ascapel a única função é triagem e revenda.
Hoje qual seria o maior obstáculo que a associação
enfrenta?
Seria o aspecto financeiro e a separação incorreta do
lixo para a coleta seletiva
pela sociedade que dificulta o nosso trabalho.
De que maneira o município de Betim pode contribuir
com a associação?
Separando corretamente o material reciclável dos
rejeitos, e aumentando a rota dos caminhões da
coleta seletiva ou criando pontos de coleta.
ASCAPEL:
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ARTIGO
A IMPORTÂNCIA SOCIOAMBIENTAL DOS CATADORES DE LIXO
O trabalho desenvolvido pelos catadores
de lixo, tem apresentado um caráter de grande
relevância social e ambiental. Eles participam da
rea l i zação de um serv iço púb l ico cu ja
responsabilidade é constitucionalmente do
governo local. Todavia, esses trabalhadores não
têm merecido a devida atenção por parte dos
poderes públicos e da sociedade. Ao contrário,
muitas vezes, são confundidos com mendigos,
merecedores de repressão e desprezo. É dessas
relações sociais concretas e contraditórias que
são construídas as identidades dos sujeitos,
homens e mulheres, de várias faixas etárias,
inclusive jovens e crianças, hoje denominados de
catadores e catadoras de material reciclável,
que vivem relações de exclusão e que são por eles
mesmos assimilados e assumidos e, portanto,
manifestam pouca noção sobre seus direitos de
cidadania e de como lutar por eles.
Os catadores de lixo cooperativados,
assim como outros cooperados, trabalham em
prol dos mesmos ideais e unidos pelos mesmos
objetivos. Assim direcionam suas atividades para a
satisfação das suas necessidades financeiras e
pessoais através da produtiv idade e da
valorização do trabalho e não da exploração da
força de trabalho.
E s t a s c o o p e r a t i v a s t e m t a m b é m
importante função econômica e ambiental. Além
disso, geram trabalho e renda com a venda de
mater iais recicláveis , por permit i rem um
reaproveitamento dos recursos naturais.
O fortalecimento das organizações de catadores,
enquanto agentes sociais e ambientais, é,
portanto, uma estratégia central na construção
de uma política de resíduos sólidos que promova a
participação cidadão no desenvolvimento de
uma nova cultura, com a revisão de valores e
práticas, voltada à minimização da geração de
resíduos e à solidariedade social.
Os catadores de lixo desempenham uma
função social vital no processo de reciclagem,
evitando que a natureza precise decompor
m a t e r i a i s q u e p o d e m e d e v e m s e r
reaproveitados. Isso é importante não apenas
para diminuir o lixo gerado, mas também para
reduzir o consumo de energia, de recursos
naturais, além de gerar empregos e renda.
O ser humano gera resíduos desde que o
mundo é mundo, contudo, com a evolução, o
volume foi crescendo significativamente e
tornando a decomposição natural cada vez mais
difícil. Diante dessa realidade, o cidadão pode
contribuir para diminuir o lixo de sua casa. Para isso
é preciso apenas reduzir, reutilizar ou reciclar.
Ações simples como revisar um texto na tela de
um computador ao invés de imprimir, usar o verso
do papel impresso que não é mais útil como
rascunho, evitar os produtos descartáveis e as
embalagens de isopor, usar uma sacola de pano
no lugar da plástica.
C a d a v e z m a i s s e a p o s t a n a
conscientização ambiental como medida
necessária para a questão da preservação do
meio ambiente. A alteração no padrão de
consumo é uma das ações a serem realizadas
para que haja uma efetiva redução da utilização
desnecessária de recursos esgotáveis.
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ARTIGO
A conscientização da necessidade do
reaproveitamento do lixo é um dos enfoques da
educação ambiental. Na medida em que um
maior número de pessoas passarem a praticar a
separação do lixo em seus domicílios, locais de
estudo e trabalho, maior quantidade de material
reciclável poderão ser reciclados e mais
trabalhadores poderão viver desta atividade e
menor poluição será gerada.
Convém lembrar que a educação de um
modo geral contribui decisivamente para a
questão do meio ambiente. A população que
possui acesso à educação joga menos lixo nas
ruas e é mais exigente na hora de comprar. O
estímulo à criatividade, por exemplo, favorece
que sejam inventadas soluções tanto por alunos,
quanto por futuros profissionais, que podem
passar a integrar o dia-a-dia.
SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE
A crescente preocupação com o meio
ambiente tem levado empresas no mundo todo,
inclusive no Brasil, a buscar alternativas de
produção mais limpa e matérias- primas menos
tóxicas, a fim de reduzir o impacto de seus
processos. Segmentos da sociedade, conscienti-
zados quanto aos problemas ambientais, têm
induzido essas empresas a buscar uma relação
mais sustentável com o meio ambiente. Aceita-se
cada vez menos a exacerbação do lucro obtido à
custa do comprometimento do meio ambiente.
Diante disso, a indústria tem sido forçada a investir
em modificações de processo, aperfeiçoamento
de mão de obra, substituição de insumos,
redução de resíduos e racionalização de
consumo de recursos naturais.
Segundo o conceito mais amplo de
sustentabilidade, não basta a uma empresa
simplesmente buscar o lucro. Resultados devem in-
cluir ganhos ambientais e sociais. Isso leva as
empresas a considerar, como parte integrante de
um plano de negócios, a inclusão de metas em-
presariais compatíveis com o desenvolvimento
sustentável dela mesma e da sociedade. Ao
mesmo tempo em que representa um desafio, a
busca pela sustentabilidade pode representar
novas oportunidades de negócios. A tendência
de os consumidores preferirem produtos e serviços
sustentáveis é o exemplo mais evidente de
vantagens competitivas que podem advir de
práticas sustentáveis como estratégia de negó-
cios.
Apesar de diversas iniciativas de empre-
sas e instituições no sentido de implementar
métodos de produção mais limpa e de destinar
corretamente seus resíduos, a indústria gráfica
brasileira, de um modo geral, ainda está pouco
c o n s c i e n t e d a s u a i m p o r t â n c i a e s u a
responsabilidade com as ações sustentáveis. Essa
tomada de consciência e de atitude é dificultada
pelo fato de a grande maioria das gráficas ser
composta por micro e pequenas empresas, com
gestão pouco profissionalizada.
Um dos tópicos mais significativos em
discussão na indústria gráfica é a recente
demanda por processos ecologicamente susten-
táveis.Atualmente as gráficas não podem mais se
dar ao luxo de ignorar esse assunto. Não é apenas a
preservação do meio ambiente que está em jogo.
A rentabilidade futura das empresas do
setor está diretamente ligada à forma como as
questões de produção sustentável forem
abordadas hoje. A pergunta é: o que devemos
fazer para tornar a impressão um processo
ecologicamente sustentável?