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Entrevista a Marcos Sousa SantosTRANSCRIPT
DESIGNERS
MARCAS
EXPOSIÇÕES
... o melhor do Design Português na FIL
Marcos Sousa Santos em exclusivo para o LXD.
Marco Sousa Santos, o designer do ano
que apresenta o seu trabalho de 2 a 10
de Outubro no Lisboa Design Show.
O que pensa o Marco Sousa Santo
sobre o design português e iniciativas
como LXD, nesta entrevista em
exclusivo à organização LXD.
Marco Sousa Santos considera que as
feiras, são os locais obrigatórios para o
exercício da profissão, sem elas não
existe o elo chave para a profissão do
design de produtos. Considera o design português ao nível das capacidades
criativas, culturais e de inovação de alta qualidade...
Equipa LXD - O que representa
panorama do design nacional?
Marco Sousa Santos - Para o Design e para os designers as feiras são locais
Sem as feiras não existe o elo chave para a profissão do
O que representa para si um evento como o Lisboa Design Show no
nacional?
Para o Design e para os designers as feiras são locais
obrigatórios para o exercício da
profissão. O que eu quero dizer é
que se não existirem feiras onde os
industriais apresentem os seus
produtos então é porq
existem clientes para os
industriais.
Em contrapartida, mesmo que os
produtores não sejam industriais,
este é um ponto de contacto
obrigatório entre eles, os criadores,
e os consumidores.
Sem as feiras não existe o elo chave para a profissão do design de produtos
ara si um evento como o Lisboa Design Show no
Para o Design e para os designers as feiras são locais
obrigatórios para o exercício da
profissão. O que eu quero dizer é
que se não existirem feiras onde os
industriais apresentem os seus
produtos então é porque não
existem clientes para os designers
Em contrapartida, mesmo que os
produtores não sejam industriais,
este é um ponto de contacto
obrigatório entre eles, os criadores,
design de produtos
E.LXD - Sendo um designer com muita experiência em Portugal e no estrangeiro:
como vê o futuro da profissão ? O design evoluiu ?
MSS - Ser designer de produtos é hoje igual em Lisboa, Porto, Paris ou Milão.
Pela minha experiência internacional, sei hoje que é mais profícuo trabalhar com
um interlocutor nacional do que com uma empresa italiana de renome.
A metodologia do design (como eu gosto de lhe chamar), é uma ferramenta, não
só promocional mas de inovação e logo de diferenciação, e neste momento muito
mais do que os italianos, os países periféricos como Portugal necessitam dessa
metodologia para darem a volta às adversidades dos mercados.
Mas para além do design, e é aqui que eu vejo o futuro da profissão, está a
direcção artística como a meta de excelência que o designer pode cumprir face á
resposta que os clientes hoje necessitam.
Ou seja, mais do que um bom produto, hoje uma empresa necessita do
enquadramento visual e identitário que o valoriza.
Uma boa foto, um bom catálogo e um bom stand são componentes obrigatórias
para o sucesso dos produtos e respectivas empresas, principalmente quando
estamos a falar do mercado global, que é o único que hoje conta.
E.LXD - Considera que o design português tem força no mercado internacional ?
MSS - O design Português é hoje relativamente bem respeitado apesar de não ter
exemplos claros da sua eficácia comercial. No entanto o trabalho de promoção e
divulgação que se fez durante 10 anos (entre 1995 e 2005) criou uma aura que
colocou o design Português ao lado do Design Espanhol ou Francês (embora
nestes casos eficiente ao nível comercial).
Ou seja, ao nível das capacidades criativas, culturais e de inovação, o design
Português é de alta qualidade, mas ao nível da sua integração no tecido produtivo
empresarial, é porque não existe qualquer visão estratégica dos políticos e dos
organismos que regulam e gerem o design em Portugal.
Considera que o design português tem força no mercado internacional ?
O design Português é hoje relativamente bem respeitado apesar de não ter
eficácia comercial. No entanto o trabalho de promoção e
divulgação que se fez durante 10 anos (entre 1995 e 2005) criou uma aura que
colocou o design Português ao lado do Design Espanhol ou Francês (embora
nestes casos eficiente ao nível comercial).
a, ao nível das capacidades criativas, culturais e de inovação, o design
Português é de alta qualidade, mas ao nível da sua integração no tecido produtivo
e na criação de valor acrescentado
nas empresas exportadoras ele
ainda é frágil (apesar de já existir
muito bons exemplos).
Será necessário uma "política para
o design" para fomentar essa
integração (design e industria) e
isso não tem existido nos últimos 5
anos, uma visão transversal,
as qualidades criativas e inovadoras
dos criadores e a classe
empresarial, é porque não existe qualquer visão estratégica dos políticos e dos
organismos que regulam e gerem o design em Portugal.
Considera que o design português tem força no mercado internacional ?
O design Português é hoje relativamente bem respeitado apesar de não ter
eficácia comercial. No entanto o trabalho de promoção e
divulgação que se fez durante 10 anos (entre 1995 e 2005) criou uma aura que
colocou o design Português ao lado do Design Espanhol ou Francês (embora
a, ao nível das capacidades criativas, culturais e de inovação, o design
Português é de alta qualidade, mas ao nível da sua integração no tecido produtivo
e na criação de valor acrescentado
nas empresas exportadoras ele
ainda é frágil (apesar de já existirem
muito bons exemplos).
Será necessário uma "política para
o design" para fomentar essa
integração (design e industria) e
isso não tem existido nos últimos 5
uma visão transversal, entre
as qualidades criativas e inovadoras
dos criadores e a classe
empresarial, é porque não existe qualquer visão estratégica dos políticos e dos
E.LXD - Enquanto "designer do ano", qual balanço podemos faz
trabalho? Tem novos desafios para o futuro ?
MSS - É muito simpática essa nomeação, apesar de eu me considerar um designer
de todos os anos, eu e todos
aqueles que acreditam que o
design é uma disciplina
incontornável num mundo melhor.
O design é como uma ideologia, ou
(exagerando) como uma crença
que está muito para além do
prazer de inventar coisas
diferentes e originais.
Ainda uma grande maioria da população acredita que o designer é aquele que faz
uns desenhos mais arrojados da "carcaça da c
pensamento e 20% estilo e forma. Quando digo pensamento digo, adequação
tecnológica, contexto de mercado, discussão, ergonomia, viabilidade,
sustentabilidade, etc.
Eu sinto hoje o mesmo entusiasmo que sentia há 15 anos quando acab
de design na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Sinto que estou sempre a
começar (ou recomeçar) qualquer coisa que vale a pena e por isso não paro!
Enquanto "designer do ano", qual balanço podemos faz
? Tem novos desafios para o futuro ?
É muito simpática essa nomeação, apesar de eu me considerar um designer
de todos os anos, eu e todos
aqueles que acreditam que o
design é uma disciplina
incontornável num mundo melhor.
é como uma ideologia, ou
(exagerando) como uma crença
que está muito para além do
prazer de inventar coisas
Ainda uma grande maioria da população acredita que o designer é aquele que faz
uns desenhos mais arrojados da "carcaça da coisa", mas o design é 80%
pensamento e 20% estilo e forma. Quando digo pensamento digo, adequação
tecnológica, contexto de mercado, discussão, ergonomia, viabilidade,
Eu sinto hoje o mesmo entusiasmo que sentia há 15 anos quando acab
de design na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Sinto que estou sempre a
começar (ou recomeçar) qualquer coisa que vale a pena e por isso não paro!
Enquanto "designer do ano", qual balanço podemos fazer do seu
É muito simpática essa nomeação, apesar de eu me considerar um designer
Ainda uma grande maioria da população acredita que o designer é aquele que faz
oisa", mas o design é 80%
pensamento e 20% estilo e forma. Quando digo pensamento digo, adequação
tecnológica, contexto de mercado, discussão, ergonomia, viabilidade,
Eu sinto hoje o mesmo entusiasmo que sentia há 15 anos quando acabei o curso
de design na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Sinto que estou sempre a
começar (ou recomeçar) qualquer coisa que vale a pena e por isso não paro!
Hoje o meu grande desafio é o de criar a minha marca, e apesar de ter diversos
"clientes" com os quais procuro sugerir direcções, estratégias e quando possível
produtos, não deixo de sonhar com o prazer de construir a minha própria marca...
Marco Sousa Santos