revista financeiro ed 90 - cliente: acrefi - agência: tamer comunicação
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Direção de Arte: Publicação da ACREFI – Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento, - Tamer Comunicação.TRANSCRIPT
Desafio, bom senso e austeridade
Judiciário
edição
90fev/Mar
Grupo mineiro Zema compra a Múltipla e ingressa na área de crédito
Para Gilson Finkelsztain, presidente da Cetip, estas são as palavras que devem nortear o resgate da credibilidade do Brasil em 2015 Acrefi patrocina
a publicação do Manual de Mediação de
Conflitos para Advogados
conteúdofinanceiro
8
22
5 Editorial
8 Entrevista do mês Gilson Finkelsztain, presidente da Cetip,
fala sobre as conquistas e o futuro da empresa, analisa a economia do País e
aborda os desafios para 2015
14 Evento Road Show Acrefi
18 Evento 2 Benefícios do Big Data
20 Evento 3 Prevenção de fraudes
22 Perfil corporativo Grupo Zema
31 Manual de Mediação
de Conflitos
32 Agenda Educação financeira
34 Programação ACREFI
14
3fevereiro/março 2015 financeiro
conteúdofinanceiro
Errata Segue-se a legenda correta da foto publicada na pág. 25 da edição 89: Da esq. para a dir.: Paulo César Andrade (CETIP), Fábio Mentone (FGC), Gustavo Loyola (Tendências Consultoria), Pancho (ACREFI) e Marcelo Pereira (CIP)
5038
36 Painel Cetip
38 Carros elétricos
41 Estilo
42 Coleção Brasiliana Itaú
48 Museu da Imigração
50 Spa Med Sorocaba
52 Gastronomia: Food Hall
53 Happy hour: Douce France
55 INEPAD
Artigos26 Roberto Macedo (FEA/USP)
28 Luciane Moessa (Banco Central)
30 Gisele de Andrade (IBCPF)
66 Nicolas Tingas (Acrefi)
41
4 financeiro fevereiro/março 2015
Por sua reconhecida importân-cia econômica, energética e até geopolítica, o petróleo é a com-
modity que desperta maior atenção no mercado mundial. Não é por outro motivo que todo o planeta acompa-nha de perto o movimento de queda abrupta do preço do produto, que despencou de US$ 115 em junho de 2014 para o nível de US$ 45 por barril nos primeiros dias de 2015. Pior: as previsões de especialistas são de que o nível baixo da cotação vai continuar por um longo período.
Claro que a oscilação de preços é natural em todos os mercados, mas a situação atual do petróleo não é corriqueira. Um príncipe saudita che-gou a afirmar em janeiro que os dias do petróleo a US$ 100 “nunca” mais voltarão – um evidente exagero, ainda mais tendo em vista os interesses da Arábia Saudita em relação ao assunto, mas sem dúvida uma indicação de que a expectativa de uma retomada das cotações está cada vez mais distante.
Diante desse quadro, os brasileiros se perguntam: a abrupta redução dos preços do petróleo é positiva ou negativa para o País? A resposta, nada animadora para quem prefere as soluções prontas, é: depende!
Há um lado positivo, na medida em que a hoje combalida Petrobras, tão afetada por inumeráveis denúncias de corrupção de alguns de seus graduados executivos, não precisa mais quebrar a cabeça na ten-tativa de resolver a defasagem de preço do combustível que impactava seu caixa.
Nos tempos de altas cotações, o preço no mercado interno chegou a ser até 25% mais barato que o inter-nacional, mas a situação se reverteu e, no início deste ano, o combustível passou a ser bem mais caro em comparação com o preço externo. Assim, a cotação do petróleo em queda anima o consumidor brasileiro, já que o preço dos combustíveis não precisará aumentar, como parecia inevitável no período em que o petróleo
o peso do petróleo
Foto
: Már
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ock
editorial
estava a mais de US$ 100. Além disso, desaparece um forte foco de pressão à inflação, o que é excelente para nossa economia em geral.
Pelo lado negativo, o preço em queda afeta diretamente o pré-sal, que exige investimentos de bilhões de dólares. Pelos cálculos de técni-cos, US$ 45 é o valor mínimo para viabilizar os aportes no pré-sal, ou seja, estaríamos bem próximos de um cenário alarmante, já que não se pode esquecer a importância estratégica do projeto para o futuro do País. Felizmente, os cálculos da maioria das consultorias especializa-das apontam para uma recuperação parcial das cotações, que, segundo as previsões, deve fechar o ano no nível de US$ 70 por barril.
O atual nível de preço do petróleo pode trazer também notícias negativas vindas do exterior. Quem não se lembra do terremoto causado na economia brasileira a partir de 1973, quando começou a primei-ra onda de grandes altas da cotação por decisão dos países produtores? Naquela ocasião, a alta do preço do produto teve entre suas consequências no País o começo do fim do “milagre econômico”, e dificuldades que se estenderam por décadas.
Desta vez, com o preço em baixa, não há o que indi-que uma repercussão tão forte. Mas não se pode menos-prezar a importância do petróleo, nem esquecer que suas oscilações de preço mexem com todo o planeta.
Dessa forma, 2015 – que já prometia ser um ano de fortes emoções – ganha mais um componente de incerteza. Como todos nós pudemos sentir nos primei-ros dias deste ano, desafios não faltarão até dezembro. Nossa postura terá que ser, mais do que nunca, manter um olho nos nossos negócios e outro nas mudanças que certamente virão, sob o impacto de variáveis como o nível do preço do petróleo. Vamos precisar, mais do que nunca, de uma leitura correta do quadro que nos cerca, e de agilidade na tomada de decisões. f
Érico Sodré Quirino Ferreira: presidente da Acrefi
5fevereiro/março 2015 financeiro
expediente
ISSN 1809-8843
Publicação da acrefi – associação Nacional das instituições de crédito, financiamento e investimentorua Líbero Badaró, 425 – 28°andar – São Paulo – SP
Tel: (11) 3107-7177 fax: (11) 3106-6082 – www.acrefi.org.br
PresidenteÉrico Sodré Quirino Ferreira
Vice-presidentesAquiles Leonardo Diniz, Décio Carbonari de Almeida, Felicitas Renner, José Luiz Acar Pedro, Leonardo Marcondes Dadalto, Luís Fernando Staub, Mauro Roberto
Vasconcellos Gouvêa e Rubens Buttion
Diretor TesoureiroJosé Garcia Neto
Diretor Secretário Renato Oliva
Diretores regionais
Carlos Alberto Samogim, Edmar Casalatina, Eliseu Colman, Leonardo Bortolini, Luis Eduardo da Costa Carvalho, Marcos Rosa, Paulo Henrique P. Guimarães e Romeu Zema Neto
Diretores executivos
Alexandre Teixeira, Gabriel José Gama Ferreira, Hilgo Gonçalves, João dos Santos Caritá Júnior e Ronaldo Rondinelli
MontadorasEdson Fróes Castilho, Edson Tadashi Ueda, Eduardo Tavares Nobre Varella, Gunnar Alejo Ramos Murillo, Joelcyr Carmello Filho e Nelson Dias de Aguiar
Diretores conselheiros
José Carlos Alves, Ricardo Janini e Roberto Jabali
conselho consultivoAlkindar de Toledo, Manoel de Oliveira Franco e Ricardo Malcon (membros natos); Alarico Assumpção Júnior, Décio Carbonari de Almeida, Gilson Finkelsztain,
Ilídio Gonçalves dos Santos, Luiz Tavarez, Miguel José Ribeiro de Oliveira e Rogério Pinto Coelho Amato (membros)
conselho fiscalDomingos Spina e Sérgio Darcy (efetivos) e Geraldo Lima Wandalsen (suplente)
Diretor superintendenteAntonio Augusto de Almeida Leite (Pancho)
controllerCarlos Alberto Marcondes Machado
consultora JurídicaLívia Esteves
economista-chefeNicola Tingas
assessoria contábilAG Silveira Contabilidade
auditoria
Megacont - Auditoria e Assessoria Contábil
assessoria de imprensaTamer Comunicação Empresarial
av. Brigadeiro faria Lima, 1912, cj. 12b - Jardim Paulistano - São Paulo - SP - Tel.: (55.11) 3031.2388 - ceP: 01451-000 – www.tamer.com.br
Publisher Sergio Tamer
redaçãoeditores
Theo Carnier e Gilberto de Almeida
editor assistenteGustavo Girotto
fotografiaAline Araújo, Gabriel Kosman e Mário Bock
arteMoacyr MW e Rafael Pascoal
revisorVicente dos Anjos
impressãoEskenazi Gráfica
As matérias e artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.
6 financeiro fevereiro/março 2015
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7fevereiro/março 2015 financeiro
entrevistadomês
Um otimista comedido
Por Theo Carnier e Gustavo Girotto
Fotos: Mário Bock
8 financeiro fevereiro/março 2015
o presidente da Cetip, Gilson Finkelsztain, além de moderado
com as palavras, é um otimista comedido. Com um nível de leitura afiado, além de capacidade ampla de análise econômica, ele acredita que o Brasil está vivenciando um período necessário de ajuste.
Para ele, é consensual que o ano será altamente desafiador e prevalecerá o resgate da credibilidade. “É um ano de transição não só de equipe econômica, mas de resgate de credibilidade. É uma equipe econômica competente, muito técnica, muito séria e que está tentando passar credibilidade para o mercado na linha da austeridade”, enfatizou Finkelsztain.
O presidente da Cetip acredita que a percepção externa em relação ao País favorece a retomada dos investimentos. “O investidor brasileiro hoje vê o copo meio vazio, mas o estrangeiro vê o copo meio cheio”, acredita. Confira, a seguir, a entrevista.
Revista Financeiro – Qual é a história e qual o campo de atuação da Cetip? Gilson Finkelsztain – A Cetip fará 30 anos de operação em 2016. Nasceu como operadora do sistema nacional de debêntures, tem o nome Central de Títulos Privados, e o objetivo era ser depositária de títulos privados. A Cetip era uma entidade mutualizada, pertencente aos entes de mercado. Os donos da Cetip eram os donos das cotas, os bancos, corretoras, seguradores. E a Cetip permaneceu assim até 2009. No final de 2008, a Advent, um fundo de private equity, comprou 30% de participação.
RF – Isso perto da crise que eclodiu em 2008? Gilson Finkelsztain – Sim, e naquele momento não estava muito fácil, mas o Brasil vinha de um momento muito positivo no mercado de capitais, vinha do ano recorde de IPOs. O Fundo Advent comprou 30% em 2008 com o objetivo de, em três ou quatro anos, fazer a abertura de capital. Óbvio que isso envolvia a profissionalização (da Cetip), trans-formação em uma entidade com fins lucrativos e abertura de capital e pulverização do capital da companhia. A Advent fez isso, foi muito bem--sucedida nesse processo.
RF – E depois do IPO? Gilson Finkelsztain – Fizemos uma grande aquisição em dezembro de 2010 ao comprar a GRV, que hoje é nossa unidade de financiamen-tos e, basicamente, um negócio que interligava os bancos aos Detrans, prestando serviços, interligando e gerenciando o banco de dados de ve-ículos financiados, uma atividade que também vinha crescendo muito dentro do contexto de 2000. De 2006 até 2010 tivemos o maior cres-cimento do portfólio de veículos financiados na indústria e os bancos começaram a aumentar os seus portfólios.
RF – Qual período foi melhor? Gilson Finkelsztain – De 2005 a 2010 a Cetip cresceu bastante ano a ano. De 2010 para agora está mais estável. A Advent, também em 2011, liquidou a parcela final da sua participação. Tinha saído uma parte no IPO em 2009, vendeu um outro pedaço em 2010 e negociou a participação final em 2011. Essa participação final ela vendeu para a Intercontinental Exchange, a dona da New York Stock Exchange – uma das maiores operadoras de bolsas no mundo, e hoje o nosso maior in-
9fevereiro/março 2015 financeiro
as grandes tenham que acessar mais o mercado de capitais, daí você tem uma agenda bastante positiva de empresas brasileiras captando com os investidores institucionais brasileiros. Temos uma resolução nova, a 3.709, que também dimi-nuiu o limite mínimo para registro de CDBs de 50 mil para 5 mil. Ela entra em vigor em março, e representa maior supervisão do Banco Central em cima dos ativos de renda fixa. Isso faz com que se tenha um aumento do volume de registro de CDBs, e a Cetip fez um investimento no ano passado para atender ao mercado nisso. Temos também a agenda de infraestrutura, quer dizer, concessões, portos, rodovias e toda a parte tam-bém de mercado de capitais do lado da infraes-trutura, que ajuda o negócio da Cetip. Então nes-se lado de renda fixa, temos uma variedade de potenciais surpresas positivas.
RF – E há também lançamentos?Gilson Finkelsztain – Para citar um produto que lançamos no ano passado, e que vem ganhando representatividade no rol de investimentos, temos o COE – Certificado de Operações Estruturadas. Foi lançado em 6 de janeiro de 2014, e seu volume registrado durante esse primeiro ano passou de 6 bilhões de reais. Hoje temos um estoque um pouco acima de 3,8 bilhões de reais. Foram mais de 20 mil operações feitas pelos 14 bancos emissores. Esse
vestidor individual. É o único acionista com mais de 5% do capital. Vale lembrar que a Cetip é uma das poucas empresas brasileiras sem controlador. O maior acionista individual é a ICE, que tem um assento no conselho. Os demais acio-nistas são os grandes investidores institucionais, tanto estrangeiros quanto brasileiros e algumas pessoas físicas.
RF – E sua história na companhia? Qual é a sua formação? Gilson Finkelsztain – Sou engenheiro, carioca e torcedor do Fluminense (risos...). Tenho, na carreira, 21 anos trabalhando em bancos, como Citi, JP Mor-gan, Bank of America e Santander. Desde 2011, eu era conselheiro da Cetip, indicado pelo Santander. Fiquei no conselho de 2011 a 2013, quando fui convi-dado a ser presidente da companhia.
RF – E a engenharia? Gilson Finkelsztain – Cheguei a trabalhar seis meses com engenharia, mas não era a minha praia.
RF – Olhando para o cenário atual, quais são as expectativas da Cetip para 2015?Gilson Finkelsztain – Acho que 2015 vai ser um ano bastante desafiador. É um ano de transição não só de equipe econômica, mas de resgate de credi-bilidade que essa equipe econômica está tentando passar. É uma equipe eco-nômica com a qual fiquei bastante feliz pela escolha, pois é competente, muito técnica, muito séria e eu acho que está tentando passar credibilidade para o mercado na linha da austeridade. Precisamos ter austeridade com as contas públicas, para resgatar o espírito empreendedor dos empresários. O governo precisa fazer a sua parte para resgatar essa credibilidade e trazer o empresá-rio de volta, vislumbrando, lá na frente, uma agenda que está adormecida, de reformas, produtividade, queda de taxa de juros. É preciso construir uma ponte para um futuro mais promissor.
RF – No curto prazo você vê uma política de inversão de juros?Gilson Finkelsztain – Não. O Banco Central está em um ciclo de aperto monetário. Acho que termina este ano, possivelmente, até com queda de juros. Se a equipe, mesmo com um ano difícil, conseguir um superávit primário de 1% do PIB, o ajuste de contas públicas pode até ter um início de queda de taxa de juros ainda este ano.
RF – Mesmo os Estados Unidos sinalizando uma possível alta de juros no pró-ximo semestre?Gilson Finkelsztain – O juro no Brasil ainda é muito elevado, e temos um cenário de curto prazo com inflação pressionada. Então, esse aperto de juros é necessário para conter a demanda. Teremos reajuste de tarifas públicas e com-bustível, tarifa de ônibus, energia, e vai ser um reajuste muito forte. A política de desonerações e aumento do IPI impacta em nossos negócios com venda de carros financiados. Acho que estou na média de mercado, que é um PIB próximo de zero. Espero que não seja negativo.
RF – Como fica a Cetip nesse cenário ?Gilson Finkelsztain – Começando pela unidade de títulos, temos uma agenda muito positiva nesse lado da renda fixa. Primeiro, o fato de ter menos dinheiro disponível para os bancos públicos faz com que eles te-nham que fazer captações através dos instrumentos tradicionais, que são algo da nossa atividade, registro de CDBs, letras financeiras. O fato de ter o BNDES mais focado em pequenas e médias empresas faz com que
entrevistadomês
“O Banco Central está em um ciclo de aperto monetário. Acho que
termina este ano, possivelmente, até com
queda de juros”
10 financeiro fevereiro/março 2015
produto é conhecido como notas estruturadas lá fora e tem um potencial enorme no Brasil de maior penetração no varejo e clientes de private banking.
RF – E em financiamentos?Gilson Finkelsztain – No lado da unidade de financiamentos, em que se sente um impacto maior nessas restrições de consumo de venda de automóveis financiados, trabalhamos com um ce-nário estável no volume. A minha expectativa é de ter um aumento no percentual de veículos usados financiados, mesmo que haja uma retração no vo-lume de automóveis zero-quilômetro. E que essa combinação deixe o ano com estabilidade ou até com ligeiro crescimento.
RF – Haveria migração de novos para usados?Gilson Finkelsztain – Hoje, um pouco abaixo de 50% do financiamento é para veículos zero-qui-lômetro. Para veículo usado esse percentual está abaixo de 23%, ou seja, é quase um carro financiado a cada quatro negócios de carro usado. Esse núme-ro em carros novos já chegou a 70%, caiu para 50%, e em carros usados já chegou a quase 50% e hoje é 23%. No segundo semestre, principalmente se tiver uma retomada da confiança, você pode ter um au-mento da intenção de troca de automóvel.
RF – A inflação vai ultrapassar o teto da meta em 2015?
Gilson Finkelsztain – Não fazemos projeção, mas o mercado acha quer vai estar perto do teto da meta. O governo está comprometido em levar isso para 4,5%, 5% em 2016. Se for 7% este ano, como no Focus, o Banco Central será de alguma forma tolerante e não subirá o juro demais, até para garantir que em 2016 essa agenda de resgate de credibilidade, de austeridade, seja acompa-nhada da meta da inflação voltando para 4,5%.
RF – E temos novidade na área de financiamento?Gilson Finkelsztain – Temos nessa unidade de negócios a maior agenda de inovação, em que temos feito os maiores investimentos em inovação, em pro-dutos – tanto de pós-venda de automóveis como imobiliário – que chamamos de plataforma imobiliária.
RF – A Cetip tinha uma ideia até de criar letras imobiliárias garantidas? Gilson Finkelsztain – A legislação saiu agora. É mais um instrumento de funding para financiamento imobiliário. Estávamos com isso no radar e hoje está bastante consolidado aqui dentro da companhia, em nosso projeto imo-biliário. Sempre naquela linha de prover infraestrutura, melhorar, ganhar efi-ciência no processo de concessão de crédito. É isso o que estamos fazendo e já temos um produto chamado gestão de garantias, já implementado em dois bancos, e agora estamos implementando em outros dois.
RF – É uma plataforma, como funciona? Gilson Finkelsztain – É um software de avaliação de imóveis que imple-mentamos no banco para ganhar agilidade na avaliação. Funciona quando o cidadão vai financiar ou vai fazer um pedido de financiamento de imóveis. É um software muito bem parametrizado que acelera a avaliação do imóvel a fim de facilitar a concessão do financiamento.
RF – Isso faz parte do projeto imobiliário? Gilson Finkelsztain – É uma etapa do nosso projeto imobiliário, a inter-ligação entre bancos, que chamamos de central de registradores. É o nosso projeto mais desafiador, porque é da mesma forma que fazemos na unidade de financiamentos, conectamos bancos aos Detrans. Conectar bancos à cen-tral de registradores de imóveis nos possibilita ficar com o fluxo do início ao fim. Vamos partir para a etapa do registro, que hoje ainda é muito manual, chamamos de registro eletrônico. Queremos fazer isso sem papel, de uma forma eletrônica, e levar até o registrador do imóvel, em que serão feitos a averbação e o registro deste imóvel no cartório, no registro de imóveis, que nos devolve essa informação. E também queremos, assim como fazemos com automóveis, entregar essa informação ao Banco Central. Aguardamos potencialmente esse ano a normatização da Resolução 4.088, que deve exigir dos bancos o registro dos financiamentos imobiliários a uma cen-tral – isso será entregue ao BC. Então, com isso, conseguiremos replicar o que fazemos hoje em veículos para o imobiliário. Nosso projeto imobiliário visa juntar essa primeira fase, que é da avaliação de garantias com regis-tro eletrônico e entrega para o regulador. Isso impacta no sentido de que o regulador começa a ter uma maior necessidade também de supervisão de mercados, então ele deve exigir que os bancos entreguem essa informação para aquele supervisor. Isso evita bolha imobiliária e superexposição dos bancos em algum Estado ou em alguma exposição.
RF – Isso tem potencial? Reduzirá a burocracia? Gilson Finkelsztain – Tem potencial enorme e efetivamente ajudará o cida-
11fevereiro/março 2015 financeiro
RF – Aprenderam a operar?Gilson Finkelsztain – Aprenderam da maneira mais difícil, mas hoje você já tem um mercado reto-mando e poucos bancos estão diminuindo ainda a sua concessão de crédito. O mercado tem tido ainda bastante disponibilidade de crédito dentro dos pa-drões mais rigorosos, que é exigir uma entrada de 20% a 30%.
RF – Houve um relaxamento no crédito para veículos?Gilson Finkelsztain – O consumidor ainda não sabia que o automóvel exige gasolina, manutenção, seguro. Mas os bancos hoje já estão bem-ajustados e isso se percebe, monitora-se isso mês a mês, que os bancos estão aumentando os financiamentos e a disponibilidade dos financiamentos de automó-veis. O que é muito positivo e mostra que a gente não tem um problema de oferta, quer dizer, a oferta de crédito vai estar lá. Agora temos o problema de demanda, precisamos garantir que tenha demanda.
RF – Dentro dos planos da Cetip há previsão de aquisição em 2015?Gilson Finkelsztain – Veja, não temos nin-guém que faça exatamente o que fazemos, então nossas premissas são de crescimento orgânico. Dito isso, estamos sempre abertos a novos ne-gócios, a nossa agenda de inovação está sempre aberta. Fizemos um planejamento estratégico um
dão para fazer um pedido de financiamento com redução de tempo. Achamos que isso pode ser reduzido para 12, talvez 15 dias. Então, é justamente essa agenda de desburocratização em que estamos tentando atuar de forma eletrô-nica, facilitando o trabalho do cidadão na concessão de financiamento.
RF – O banco também ganha tempo e redução de custos...Gilson Finkelsztain – O banco ganha, você tem menos distratos. Temos a Lei 13.097, que alguns do mercado chamaram de “Renavam dos Imóveis”, e nós chamamos de centralização de matrícula, isso também dá mais respaldo legal para operação de financiamento imobiliário.
RF – O aumento na alíquota do IOF para pessoa física traz impacto para a Cetip?Gilson Finkelsztain – Mais impostos sobre crédito não é positivo para con-sumo, mas é justamente o que eles estão visando, quer dizer, é uma conten-ção de inflação e esfriamento de demanda necessários para trazer a inflação de volta para 4,5. Então tem um impacto na disponibilidade, na concessão de crédito. Agora, eu acho que esse impacto é bem transitório e que é mais para conter inflação de curto prazo e isso pode ser revertido quando você tiver uma inflação sob controle e uma necessidade de expandir a atividade do País.
RF – Isso não inviabiliza o consumo?Gilson Finkelsztain – Não inviabiliza. Até porque o brasileiro compra muito mais a parcela do financiamento do que efetivamente a taxa de juros.
RF – O brasileiro compra pelo valor da parcela?Gilson Finkelsztain – Se o mercado estiver disposto a alongar um pouco a concessão do financiamento, você naturalmente tem uma queda no valor da parcela, então, como o brasileiro compra a parcela... O mais importante agora, eu diria, é que os bancos não estão tão restritivos na concessão.
entrevistadomês
“Ninguém faz exatamente o que a Cetip faz, então nossas premissas são
de crescimento orgânico. Dito isso, estamos sempre abertos a novos negócios”
12 financeiro fevereiro/março 2015
ano atrás em que visávamos responder essa per-gunta: deveríamos comprar algum negócio para crescer, tem alguém que seja complementar ao nosso negócio? Vimos que não, mas que temos uma agenda grande de potenciais negócios no en-torno do financiamento do automóvel e no imobili-ário que deveríamos tratar.
RF – Quais seriam esses negócios?Gilson Finkelsztain – Um deles é o pós-venda do automóvel, que chamamos de formalização ele-trônica. Ainda é um processo manual, o consumidor vai à concessionária de automóveis usados, assina contrato, verificação de documento. A Cetip tem a proposta de automatizar esse processo. Temos também a intenção de ajudar o mercado na retoma-da de veículos. Estamos trabalhando muito também em market data – dados de mercado, informações para melhor gerenciamento do negócio. Enfim, di-versas informações que o nosso banco de dados provê para as financeiras para que a atividade seja mais bem financiada.
RF – E sobre a formação de uma nova bolsa?Gilson Finkelsztain – Avaliamos se valeria a pena nos tornar uma bolsa para competir direta-mente nos produtos já existentes, mas achamos que não é o momento. A bolsa tem atividade de trading e atividade de clearing. Algumas atividades de trading de renda fixa nós já fazemos, temos o que chama-mos de plataformas eletrônicas, o Cetip Trader, que são plataformas de negociação de títulos públicos e títulos privados.
RF – Há planos de expansão nessa área?Gilson Finkelsztain – Queremos que a nego-ciação eletrônica cresça cada vez mais e estáva-mos discutindo nos tornar uma clearing, seja de derivativos ou de ações, principalmente de de-rivativos, que é o nosso mercado, o mercado de balcão. Muito se questionava se deveríamos abrir uma clearing disso. Devemos avançar este ano no projeto de nos tornar uma contraparte central – CCP. Hoje não somos aprovados pelo Banco Central como contraparte central de derivativos. Temos o projeto de nos tornar uma CCP.
RF – Pode explicar essa questão de CCP?Gilson Finkelsztain – A CCP é hoje operação de balcão. Se uma empresa fechou um derivativo com um banco ou um fundo com um banco, nós a regis-tramos na Cetip, mas um corre o risco de crédito do outro. Então, se uma empresa faz operação com um banco, é uma operação puramente de balcão. Quan-
do há a contraparte central, você oferece a possibilidade de a Cetip fazer o ne-gócio entre os dois e ambos correm o risco de crédito da Cetip. Você aumenta o escopo do mercado de balcão de forma que se você tem dois participantes que não têm disponibilidade de crédito entre eles, a Cetip corre o risco de crédito dos dois e exige um colateral.
RF – O mercado de derivativos ainda é pequeno…Gilson Finkelsztain – Hoje a bolsa já faz. É um mercado pequeno. Tem pa-íses em que se não tem uma bolsa de derivativos, então o mercado interban-cário acaba sendo bilateral, o banco A com banco B, banco B com banco C e o risco sistêmico cresce. No Brasil esses mercados interbancários já nasceram na bolsa, quem faz operação normalmente no mercado de balcão com garantia são os fundos, fundações, que é por lei. Para a Cetip, que é líder no mercado de balcão, é um complemento à nossa oferta de produto, até porque a regulação internacional vem exigindo de algumas contrapartes, fundos, fundos de pen-são, que derivativos têm que ser feitos em mercados de balcão.
RF – Você acha que o Brasil vai perder o grau de investimento? Gilson Finkelsztain – Acredito que o Brasil vai manter o grau de inves-timento. Acho que há uma consciência da importância de mantermos o grau de investimento e hoje temos todas as premissas desenhadas para que isso aconteça. A equipe econômica é muito séria e o Banco Central com indepen-dência operacional e meta fiscal que não seja simplesmente ignorada, passa credibilidade internacional. Temos tudo para manter.
RF – E o que o governo pode fazer para que o crescimento volte? Gilson Finkelsztain – Se o governo conseguir efetivamente ter um ajus-te fiscal cortando despesa, principalmente mais do que criando impostos, vai ser o maior sinal de credibilidade para os investidores. Acho que veremos isso rapidamente. Vejo uma visão diferente por parte do investidor. O investidor bra-sileiro hoje vê o copo meio vazio, o estrangeiro vê o copo meio cheio. Ele olha para o mundo e vê que o Brasil não está tão ruim assim. Se você garantir essa agenda de austeridade e credibilidade, o investidor estrangeiro vem rapida-mente, você tem fluxo de recursos, fluxo de investimento, fluxo de investimento em portfólios, potencial de queda de taxa de juros muito rápido. E isso é seguido pelo investidor nacional.
RF – A Cetip tem projetos com a CIP?Gilson Finkelsztain – A CIP (Câmara Interbancária de Pagamentos) é um dos nossos grandes parceiros já de longa data, é nossa parceira no processa-mento de DOCs, liquidação de TEDs e boletos. Estamos sempre discutindo no-vas oportunidades. Hoje não temos nenhum grande projeto na agenda, temos uma interlocução muito boa. O que a Cetip faz hoje com eles é muito bem feito, Estamos sempre em contato com a CIP.
RF – Que lugar ocupa a satisfação do cliente nos negócios da Cetip? Gilson Finkelsztain – Nos últimos 18 meses falou-se muito de satisfação de cliente aqui dentro da companhia. Uma das prioridades da nossa missão é surpreender o cliente e garantir que ele aqui na Cetip esteja satisfeito e que perceba que estamos sempre tentando facilitar o serviço dele, dos bancos, fi-nanceiras, corretoras, seguradoras em fazer seus negócios. É uma métrica que a gente persegue, de forma muito séria, a satisfação do cliente e a inovação, em todas as áreas. Somos bem-alinhados com os clientes e pensamos como eles. Estamos bem felizes nessa busca de sermos parceiros dos clientes. f
13fevereiro/março 2015 financeiro
Em seu último Road Show de 2014, a Acrefi abordou plataformas de tecnologia para operações de crédito, aplicações de longo prazo para pequenos e médios investidores, com garantias do FGC
Na mesma semana em que o Banco Central (BC) aumentou os juros básicos da econo-mia, elevando a taxa Selic em 0,5 ponto
percentual (11,75% ao ano), a Acrefi realizou, dia 4 de dezembro, seu último Road Show de 2014, no Renaissance Hotel, em São Paulo.
Adriano Pahoor, gerente comercial da Cetip, destacou que as plataformas tecnológicas desen-volvidas proporcionam liquidez, segurança e trans-parência para operações financeiras. “O volume de ativos e derivativos custodiados na CETIP ultra-passou a marca de R$ 1 trilhão, consolidando sua posição como a maior na América Latina. Presta-mos serviços para instituições financeiras, esse é o nosso negócio”, enfatizou Pahoor, que apresentou inúmeros produtos e soluções da empresa.
Prateleira de serviços
financeiros
evento
14 financeiro fevereiro/março 2015
Prateleira de serviços
financeirosClaudio Ferro, diretor executivo do Poupa Bra-
sil, expôs conceitos gerais do projeto que está na fase de ajustes técnicos e revolucionará o conceito de aplicação no longo prazo. “O Poupa Brasil – as-sociação criada por instituições financeiras – visa oferecer aos pequenos e médios investidores, com garantias do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), investimentos de 1 até 250 mil reais. Esses terão taxas acima do CDI (Certificados de Depósito Inter-bancário, além de funding (conversão de um débito de curto prazo em um outro de longo prazo com a emissão de novos títulos) altamente atraente, ge-rando possibilidade de poupança com rentabilida-de e garantias”, informou.
Carlos Fagundes, sócio-fundador da Inte-gral-Trust, que faz parte da elaboração do Poupa
Claudio Ferro: diretor executivo do Poupa Brasil
Adriano Pahoor:gerente comercial da Cetip
15fevereiro/março 2015 financeiro
Carlos Fagundes: sócio-fundador da Integral-Trust
Brasil, mencionou que essa ferramenta estrutu-ral contribui para melhorar a questão do funding nas pequenas e médias instituições. “Os recur-sos captados são direcionados às instituições associadas ao projeto, com limite assegurado pelo FGC. Na prática, o objetivo é ampliar, diver-sificar, alongar e baratear as fontes de captação das pequenas e médias financeiras”, evidenciou.
O escopo do projeto, segundo Fagundes, está na criação de um pool premiando instituições fi-nanceiras com o objetivo exclusivo de captar re-cursos financeiros de investidores em geral, em que notadamente os pequenos aplicadores, por meio de plataforma de negociação web e anco-rados nas garantias do FGC, estarão desempe-nhando. “O principal módulo lógico da plataforma (sistema carrossel) deverá identificar o limite de CPF/CNPJ em cada instituição financeira partici-pante e direcionar a aplicação de forma à cober-tura”, contextualizou.
Fábio Mentone, executivo do FGC, relatou que o órgão foi criado para proteger depositantes e in-vestidores no âmbito do sistema financeiro, até os limites estabelecidos pela regulamentação. “Um dos fatores determinantes para a criação do FGC, entidade sem fins lucrativos e com personalidade jurídica de direito privado, foi a grande crise que o sistema financeiro sofreu em 1995. Fomos cria-dos como um sistema pay box clássico, cuja única
evento
“O principal módulo lógico da plataforma (sistema
carrossel) deverá identificar o limite de CPF/CNPJ em cada instituição financeira participante e direcionar a aplicação de forma à
cobertura”
16 financeiro fevereiro/março 2015
Marcelo Pereira: executivo da Câmara Interbancária de Pagamentos
Fábio Mentone: executivo do FGC
atribuição era o pagamento dos depósitos com ga-rantias e em casos de intervenção ou liquidação de instituições financeiras associadas. Hoje, temos engajamento em atividades mais amplas, contri-buindo com a estabilidade do sistema”, comentou.
Para favorecer o funding para instituições de pequeno e médio porte, após a crise de 2008, o Banco Central do Brasil (BC) criou o Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE). “Esse é um título criado, para o qual o FGC dá garantias até R$ 20 milhões em CPF/CNPJ por instituições/con-glomerados”, explicou Mentone.
Marcelo Pereira, da Câmara Interbancária de Pagamentos, relatou que a instituição foi criada pelos bancos em 2001, sendo uma sociedade ci-vil sem fins lucrativos que participa do sistema de pagamentos brasileiro. “Somos responsáveis pela compensação e pela liquidação de instrumentos
de pagamentos e, desde junho de 2011, também somos considerados uma câmara de custódia de liquidação de ativos. Processamos 2,9 milhões de transações em 2013, R$ 5,9 trilhões de volume fi-nanceiro, que representa 2,1 do PIB nacional”, re-latou Pereira, destacando o “Serviço de Controle de Consignação (SCC), que trata da gestão de con-signações para integrar consignatários – solução que possibilita uma visão estratégica, através do painel de controle, para o monitoramento on-line das mensagens enviadas e recebidas e aumenta a segurança do processo, através de gerenciamento dos acessos”, finalizou. f
“O Depósito a Prazo com Garantia Especial
(DPGE) é um título criado, para o qual o FGC dá garantias até
R$ 20 milhões em CPF/CNPJ por instituições/
conglomerados”
“Somos responsáveis pela compensação
e pela liquidação de instrumentos de
pagamentos e também somos considerados uma
câmara de custódia de liquidação de ativos”
17fevereiro/março 2015 financeiro
Patrocínio CETIP
Foto
s: A
line
Ara
ujo
Muito se fala dos benefícios que o Big Data e o Analytics podem tra-
zer para os negócios, mas são pouco aqueles sabem extrair todo
o potencial dessas ferramentas. É por isso que a Acrefi realizou,
dia 9 de dezembro, um seminário para tratar apenas desse tema, que será
essencial para o futuro dos negócios. Para abordar o assunto, a entidade trou-
xe os executivos da Data4 Credit, empresa voltada para o uso inteligente da
informação em aplicações de crédito e negócios. “Além de falar a língua dos
negócios e da tecnologia da informação, nossos profissionais sabem juntar as
peças que geram valor tangível para os clientes”, garante Juan Perez, sócio
da Data4 Credit.
Segundo Laércio de Oliveira Pinto, que trabalhou por 37 anos na unidade
de crédito e serviços da Serasa, antes de integrar o time que fundou a Data4
Credit, a empresa é capaz entregar para o cliente a informação certa, no tempo
certo e no lugar certo. Isso é possível porque eles atuam em todas as etapas
das negociações de crédito: aquisição e gestão de clientes, cobrança e preven-
ção de fraudes. “O relacionamento com o cliente não pode ser estabelecido
apenas num momento de inadimplência. Essa relação deve ser permanente
e baseada no conhecimento do perfil das pessoas”, ensina Oliveira Pinto. Um
exemplo disso é o serviço do Sem Parar, que, por meio das informações gera-
das por seus usuários, permite criar ofertas nos shoppings para determinados
clientes, sobre os quais se conhece o perfil pessoal e profissional.
Para Fabio Wendling, que antes de fazer parte da equipe da Data4 Credit
também trabalhou na área comercial da Serasa e da Boa Vista Serviço, o Big
Data reúne dados importantíssimos para a indústria de crédito. Ele armazena
registros de comportamentos gerados nas instituições, dados não estrutura-
Seminário da Acrefi mostra que os dados que circulam na internet podem ser
valiosos para as instituições de crédito
o tesouro contido no evento2
18 financeiro fevereiro/março 2015
dos em texto, voz e imagem –
interações por meio de contact
centers, e-mails e mensagens
–, além de informações dispo-
níveis na web. “Só para se ter
uma ideia do valor contido no
Big Data, 80% das informações
geradas pelas instituições ain-
da não estão estruturadas. O
nosso trabalho é transformar
esses dados em grandes dia-
mantes que podem ser lapida-
dos dentro das organizações”,
explica Wendling.
Na área de TI, a Data4 Cre-
dit trouxe para o seminário da
Acrefi Wilson Kobayashi, mais
um profissional que atuou por
sete anos na Serasa. O espe-
cialista lembrou que cada vez mais acessórios, como óculos, re-
lógios, anéis e bonés, começam a conectar pessoas e máquinas
com o intuito de facilitar as tarefas diárias e gerar novos dados.
Segundo Kobayashi, até 2020 a chamada Internet das Coisas ofe-
recerá cerca de 50 bilhões de dispositivos. “Talvez hoje isso ainda
não seja tão importante para o setor de créditos, mas no futuro
deve se tornar conteúdo valio-
síssimo”, prevê o especialista
da Data4 Credit.
Mas, até que ponto a pri-
vacidade individual permite
que as empresas se apropriem
das informações geradas na
web e reunidas no Big Data?
Para esclarecer essa e outras
dúvidas, a Data4 Credit trouxe
o advogado Silvânio Covas, es-
pecialista em Direito Digital. De
acordo com o jurista, a captura
de dados em trânsito na web
é regulada pelo Marco Civil da
Internet, pela Lei 12.737/2012
– mais conhecida como Lei
Carolina Dieckmann – e existe
ainda o anteprojeto da Lei de
Proteção de Dados Pessoais,
que será debatido em 2015 no
Congresso Nacional. No entan-
to, as informações disponíveis
na internet devem classifica-
das em quatro categorias. As
informações, pela natureza
da operação que as origina ou
por determinação legal, podem
ser: públicas – provenientes de
registros, de órgãos e entida-
des públicos; privadas – origi-
nárias de pessoas naturais ou
jurídicas de Direito Privado;
sigilosas – que podem ser ob-
tidas por determinação legal
(informações fiscais e bancá-
rias) ou contratual (cláusula
de confidencialidade, por exemplo); ou não sigilosas – compro-
missos assumidos e hábitos de pagamento, entre outras. Diante
de tantas variáveis, Silvânio Covas recorre ao acórdão do Score
(pág. 19/44): “assegurar a adequada proteção da privacidade do
cidadão e possibilitar o tratamento de dados pessoais sob um
patamar de licitude e boa-fé.” f
Juan Perez: sócio da Data4 Credit
Wilson Kobayashi: diretor de TI da Data4 Credit
Fabio Wendling:sócio da Data4 Credit
Laércio de Oliveira Pinto: sócio da Data4 Credit
Silvânio Covas:advogado especialista em Direito Digital
Big Data
19fevereiro/março 2015 financeiro
Mapa da guerra moderna exige
prevenção de fraudes
scanner de dedo e de mão para clientes, uso
da tecnologia de biometria, leitura facial ou
íris – novas ferramentas aliadas no combate
à fraude no sistema financeiro: o que o futuro nos
reserva? Esse foi o tema que permeou o evento
“Fraude em Debate”, promovido pela Acrefi, em no-
vembro de 2014, no Hotel Renaissance, São Paulo.
Alessandro de Oliveira Faria, sócio proprietá-
rio da NETi Tecnologia, empresa especializada em
desenvolvimento de software e soluções biomé-
tricas, falou sobre o impacto do sistema na pre-
venção de fraudes. “Biometria, em termos práti-
cos, significa o estudo estático de características
físicas e comportamentais dos seres vivos. Esse
termo é utilizado também como uma maneira de
identificar unicamente um indivíduo por meio de
suas características físicas ou comportamentais. É
algo inovador que, com o passar dos anos, tornou-
-se extremamente preciso na prevenção de frau-
des”, ressaltou Oliveira, mencionando que “o avan-
ço da tecnologia proporcionou um custo viável de
aplicação dessas ferramentas”.
Domingo Montanaro, da NS Prevention, expla-
nou sobre a mudança de perfil de fraudes ciberné-
ticas e dos agentes aplicadores desse tipo de golpe.
“A internet é hoje o nosso novo campo de batalha,
uma vez que há uma estruturação especializada
que atua nesse front. Existem cidades como Râm-
nicu Vâlcea, na Romênia, em que a principal ativi-
dade está ligada aos crimes cibernéticos. Saindo
do sistema financeiro, também conhecemos a es-
pionagem pela internet entre países, que ganhou
grande repercussão e problemas diplomáticos. O
desafio que aguarda as empresas que atuam no
segmento é olhar para o que o seu adversário está
fazendo e se antecipar com células de inteligência e
prevenção”, alertou Montanaro.
A operação “Trident Breach”, que reuniu uma
força tarefa contra o crime cibernético, grupos de
trabalho e agentes de polícia dos Estados Unidos,
Holanda, Ucrânia e Reino Unido, para trazer os
responsáveis à justiça, também foi relembrada por
Montanaro. “O grupo tinha como alvo as pequenas
e médias empresas, em que infectava computado-
Alessandro de Oliveira Faria: sócio proprietário da NETi Tecnologia
Evento da Acrefi apresenta novas ferramentas que contribuem para a segurança e o sigilo do sistema financeiro
evento3
20 financeiro fevereiro/março 2015
Domingo Montanaro: da NS Prevention
Carlos Thadeu de Freitas Gomes:
chefe da Divisão Econômica da CNC
res e roubava os números das contas bancárias,
senhas e outros dados de login. Em todo esse pro-
cesso, os ladrões conseguiram US$ 220 milhões
em tentativas, sendo que US$ 70 milhões foram
confirmados em transferências de contas de ban-
co das vítimas”, exemplificou.
Uma pesquisa da Accenture feita para 184 ins-
tituições dos Estados Unidos e do Reino Unido –
projetada por Laércio de Oliveira Pinto, da Data4
Credit, apontou prejuízos bilionários (entre R$ 2,9
e R$ 3,1 bilhões) em fraudes. “As fraudes mais re-
levantes são 58% internet, 52% cartões, 49% inter-
nas, 45% cadastros e 39% invasões de contas. Para
se ter uma ideia, R$ 54 bilhões foi o lucro dos dez
maiores bancos brasileiros em 2012 e, R$ 3,1 bi-
lhões foi o que perderam em fraudes no ano – o que
representa 5,7% do lucro”, destacou.
Oliveira também falou sobre a importância do
Big Data como braço auxiliar no combate a fraudes.
“Ele processa grande volume de informações cole-
tadas, comportamento de clientes e de múltiplas
fontes de dados de fora das organizações, com alta
capacidade de armazenamento e processamento
de baixo custo. É uma maneira nova com expertise
analítica capaz de lidar com a fraude”, asseverou.
A palestra de Carlos Thadeu de Freitas Gomes,
chefe da Divisão Econômica da Confederação Na-
cional do Comércio (CNC) e ex-diretor do Banco
Central, mostrou que o cenário continua desafia-
dor e a normatização das políticas monetárias
será lenta. “O ano de 2015 já está previsto, embora
a nomeação do time de Dilma, composto por Joa-
quim Levy na Fazenda e Nelson Barbosa no Pla-
nejamento, trouxe ânimo ao mercado. Esperamos
que o Brasil não perca seu investment grade e uma
equipe mais conservadora na economia pode aju-
dar”, pontuou Freitas, ressaltando que “seis anos
após o início da crise, a economia global continua
a depender de políticas monetárias acomodativas.
A recuperação deve tomar força em 2015, após vá-
rios anos de frustração em relação ao crescimen-
to da economia mundial. O fantasma da deflação
volta a assombrar os países desenvolvidos, com a
inflação abaixo da meta de 2% ao ano e recuando”,
comentou o economista.
Segundo ele, em termos de perspectivas de
Brasil, estamos agora na aposta de uma matriz
econômica mais conservadora. “Minha perspectiva
nacional para 2015 é de que os apertos monetários
devem continuar, a inflação persistirá alta, com di-
ficuldade de ajuste fiscal significativo, tendência de
desvalorização do real e qualquer indefinição da
política econômica fará aumentar prêmios de risco
e volatilidade. Há perdas de risco do grau de investi-
mento, déficit em conta-corrente crescente, porém,
ainda com condições favoráveis ao financiamento
externo. As notícias não são tão boas, mas precisa-
mos avaliar definições e prioridades”, finalizou. f
Patrocínio CETIP
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
21fevereiro/março 2015 financeiro
22 financeiro fevereiro/março 2015
Sucesso mineiro, uai!
Os mineiros são conheci-
dos por conquistar o sucesso
em silêncio. Sem qualquer
alarde. Esse é exatamente o
perfil do Grupo Zema, que aca-
ba de se filiar à Acrefi, depois
que adquiriu recentemente a
operação da Múltipla Finan-
ceira. O objetivo do novo in-
vestimento é incrementar as
vendas da Lojas Zema, rede
de varejo do Grupo Zema fo-
cada nos segmentos de mó-
veis, eletroeletrônicos, con-
fecções, ferramentas, pneus
e brinquedos. São 501 filiais distribuídas em 494
cidades nos Estados de Minas Gerais, Bahia, Goi-
ás, Espírito Santo e interior
de São Paulo. “Atuamos,
normalmente, em cidades
com menos de 25 mil habi-
tantes, que geralmente são
pouco bancarizadas. O úni-
co município atendido pelas
Lojas Zema que foge desse
padrão é Uberlândia (MG),
que possui hoje mais de 630
mil habitantes. Além disso,
cerca de 60% dos nossos
clientes são das classes C,
D e E, público que tem his-
tórico de ser bom pagador”,
conta Wagner Bueno de Paula, diretor-adjunto
administrativo financeiro do Grupo Zema. “Ao tra-
Grupo Zema compra a Múltipla Financeira, associa-se à Acrefi e
passa a oferecer crédito direto aos clientes da rede Lojas Zema
Ricardo Zema:presidente do Conselho Administrativo do Grupo Zema
perfilcorporativo
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
23fevereiro/março 2015 financeiro
de pequena, principalmente,
ninguém quer ser reconheci-
do como inadimplente”, lem-
bra o diretor.
Ainda relativamente dis-
creto em suas aparições na
mídia, o Grupo Zema é um
colosso entre as empresas
mineiras. Fundado há 91
anos por Domingos Zema,
avô de Ricardo Zema, atual
presidente do conselho ad-
ministrativo, o grupo atende
cerca de 3 milhões de clien-
tes por ano e emprega mais
de 7.800 funcionários, sen-
do que 7.300 deles estão dedicados à operação
das Lojas Zema. Os demais estão distribuídos em
outros segmentos: consórcio, postos de combus-
tíveis, lojas de conveniência, lubrificantes, auto-
peças, administradoras de cartões, corretora de
seguros, locadora de automóveis, motos, etc. Esse
perfil reservado não atrapalhou que o grupo fos-
se reconhecido há mais de 10 anos pelo Instituto
Great Place to Work, em parceria com a revista
Época, como “Uma das Dez Melhores Empresas
para se Trabalhar no Brasil”. A companhia tam-
bém já foi destaque entre as “150 Melhores para
Você Trabalhar”, em seleção da revista Exame. O
Grupo Zema conquis-
tou ainda o Selo Abrinq
como “Empresa Amiga
da Criança”.
Essa trajetória de
êxito do Grupo Zema
começou em Araxá –
terra que se tornou
famosa por ter vivido
ali, no século 19, o mito
Dona Beja – quando,
em 12 de maio de 1923, Domingos Zema montou a
Casa Sport, um pequeno comércio de peças, aces-
Romeu Zema Neto: diretor presidente do Grupo Zema
Casa Sport: primeira empresa de serviços no ramo de automóveis de Araxá
balharmos com a nossa pró-
pria financeira, poderemos
explorar melhor o potencial
desse mercado, facilitando
as vendas e oferecendo no-
vos produtos, além do CDC
(crédito direto ao consumi-
dor) e do crédito pessoal,
que negociamos até agora
por meio de outros bancos.
Isso porque, nos últimos
tempos, a maioria dos gran-
des bancos se distanciou
um pouco do varejo. Como o
crédito é estratégico para o
nosso negócio, não podemos
correr o risco de amanhã não termos a opção do
financiamento para oferecer aos clientes”, desta-
ca o executivo.
A nova financeira que, em breve, passará a se
chamar Estrela Mineira, marca que batiza também
a administradora de cartões de crédito e a empre-
sa de seguros do Zema, chega num momento em
que o grupo programa uma forte expansão para
2015, com a abertura de mais 30 lojas. Nada mal,
diante do clima de apreensão com a economia que
predomina entre os empresários. No ano passado,
a Lojas Zema cresceu 11%, em relação ao movi-
mento registrado em 2013. Outro fator que ajuda
a manter o alto-astral
em Araxá, cidade que
abriga a sede do Grupo
Zema, é a possibilidade
de administrar financia-
mentos para os clientes
com prazos mais elásti-
cos e prestações mais
suaves. “O nosso índice
de inadimplência é bai-
xo. Os nossos clientes
zelam pela integridade do seu nome limpo na pra-
ça”, diz Bueno de Paula. “Mesmo porque, em cida-
perfilcorporativo
24 financeiro fevereiro/março 2015
sórios, lubrificantes e com-
bustíveis, que acabou se tor-
nando a primeira referência
comercial da empresa. Do-
mingos Zema não parou por
aí. Depois de alugar carros e
fabricar carroças, o empre-
endedor inaugurou, em 1936,
o primeiro posto de combus-
tível da cidade. Na década
de 40, Domingos passou o
bastão dos negócios para
os filhos Romeu e Oswaldo.
Com a morte de Romeu, em
um acidente aéreo, em 1957,
seu filho Ricardo, ainda com
14 anos, começou a trabalhar
na empresa. Sete anos mais
tarde, o neto de Domingos
Zema assumiu o controle dos
negócios, que, na ocasião, se
restringiam a uma conces-
sionária Simca Chambord e
um posto de combustível. Em
1969, comprou o segundo
posto, e daí em diante iniciou
o processo de expansão de
forma consistente e contí-
nua. Com a ajuda dos filhos,
a empresa cresceu e adqui-
riu, ao longo dos anos, outros
segmentos de negócios em
Araxá e região.
Segundo Bueno de Paula,
com a aquisição da Múltipla,
que passará a se chamar,
em breve, Estrela Mineira,
existe a expectativa de que
o braço financeiro do Zema
no futuro passará a ter uma
sinergia maior com os de-
mais segmentos do grupo.
Oferecendo, por exemplo,
capital de giro para os pro-
prietários dos 290 postos de
combustíveis franqueados
pelo grupo, crédito consig-
nado, antecipação de crédito
para os fornecedores. “Exis-
te um leque muito grande de
negócios em que poderemos
atuar”, garante o executivo
do Grupo Zema. “Para isso,
contamos com o apoio e a
forte parceria da Acrefi”, fi-
naliza Bueno de Paula. f
Wagner Bueno de Paula: diretor-adjunto administrativo financeiro do Grupo Zema
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“A atenção deveria ser focada no
déficit final e no respectivo aumento da
dívida pública”
Foto
: Már
io B
ock
o SP é o resultado das contas governamen-
tais, em que predomina o governo fede-
ral, excluídos os juros da dívida pública. É
usualmente positivo ou superavitário. Mas o resul-
tado final, que inclui esses ju-
ros, é usualmente negativo ou
deficitário. É o chamado défice
fiscal.
O SP serve a governos que
mentem ao apresentá-lo como
medida de seu “esforço fiscal”
ou de uma “poupança”. Coisas
que não integram seus hábitos,
propensos à gastança.
O SP domina o noticiário
sobre as contas públicas, e
desinforma os cidadãos, pois
mensalmente engana ao dar a
impressão de que o governo é
superavitário. Do SP o cidadão
comum só sabe o que é supe-
rávit e é a mensagem que ele
assimila. Ademais, SP é um pa-
lavrão que costuma não caber
nas manchetes. E já vi coisas
assim: “superávit do governo
no mês tal foi de x% do PIB”. O
adjetivo primário sumiu.
A atenção deveria ser focada
no déficit final e no respectivo
aumento da dívida pública. O SP,
contudo, é adorado pelo merca-
do financeiro. Ele sabe que a dí-
vida pública nunca será paga, só
rolada e ampliada, e assim quer
saber mesmo é se os juros serão
pagos. É a primeira coisa que o
governo faz, senão quebraria.
Contabilmente, o superávit pri-
mário não cobre a totalidade dos juros. Sobra um dé-
fice que vira dívida adicional. E assim segue o barco.
O mercado também quer saber se a dívida não cres-
cerá além do razoável, e o SP serve como parâmetro
dessa avaliação.
No Brasil ele ganhou es-
paço no primeiro mandato de
FHC, quando o fim da inflação
elevada evidenciou o gravíssi-
mo problema fiscal. Este ser-
viu naquela e noutras vezes
para justificar aumentos da
carga tributária para gerar SP,
e essa carga foi crescendo. As-
sim, não se pode dizer que o SP
é a “economia ou esforço que
o governo faz, etc.” Quem se
esforça mesmo, quem pagou
e continua pagando o pato é o
contribuinte. Com FHC houve
alguma contenção de despe-
sas, e o programa de privatiza-
ções também contribuiu para
aliviar a situação fiscal. Mas,
o aumento da carga tributária
para gerar SP continuou.
Quando escrevia este texto,
os jornais anunciavam que o
ministro da Fazenda, Joaquim
Levy, cogitava aumentar im-
postos dentro do seu pacote
para entregar um SP de 1,2%
do PIB em 2015. Ao “tossir” es-
ses impostos adicionais, quem
estará poupando ou se esfor-
çando para fazer essa parte
do SP será novamente o con-
tribuinte. Mas, o noticiário dirá
que o mérito foi do governo. f
artigorobertomacedo
o enganoso SuPerávit Primário (SP)
Roberto Macedo: economista (UFMG, USP e Harvard). No governo federal foi funcionário do BB, economista do BC e secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
Art
igo
envi
ado
em 1
8/1/
2015
26 financeiro fevereiro/março 2015
artigolucianemoessa
N o fim de fevereiro, começa a vigorar a Resolução do Con-
selho Monetário Nacional nº 4.327, de 2014, que veio a
exigir das instituições financeiras a elaboração de políti-
ca de responsabilidade socioambiental, além de outras providên-
cias bastante relevantes, relacionadas ao gerenciamento de risco
socioambiental, o “registro de dados referentes às perdas efeti-
vas em função de danos socioambientais, pelo período mínimo de
cinco anos, incluindo valores, tipo, localização e setor econômico
objeto da operação”.
Entre tantas outras exigências relevantes previstas na norma,
esta merece especial destaque, por conta do risco financeiro que
a responsabilização por danos ambientais (gerando o dever de re-
pará-los integralmente), por infrações administrativas (que geram
a aplicação de penalidades bastante vultosas) ou a eventual perda
ou suspensão do licenciamento ambiental que acarreta para o em-
preendimento que contrata um financiamento. Em outras palavras,
risco ambiental elevado significa risco de inadimplência elevado.
Entretanto, somente quando as instituições financeiras passarem
a registrar que a inadimplência de determinados financiamentos
resultou de fatores socioambientais é que será possível mensurar,
de forma clara, o grau de relevância do gerenciamento do risco so-
cioambiental. Por isso a exigência de registros dessa natureza feita
pela norma é fundamental.
Também merece destaque o risco de imagem, já que nenhu-
ma instituição financeira quer ver seu nome atrelado a empre-
endimentos que causem danos ambientais ou sociais – o que
pode resultar inclusive em corridas bancárias, com migração
em massa de clientes e investidores, com os piores efeitos pos-
síveis para a instituição.
A norma do Conselho Monetário Nacional, pela sua abran-
gência e ineditismo, representa sem dúvida um grande avanço
na regulação financeira do tema. Merece elogio especial tam-
bém a previsão de que a política de responsabilidade socioam-
biental de cada instituição financeira deveria ser elaborada de
forma participativa, ou seja, envolvendo as chamadas “partes
interessadas”, público interno e externo afetado pelos impactos
sociais e ambientais da atividade financeira.
Todavia, a norma deixa ainda grande espaço para aprimora-
mentos. Como se sabe, as grandes instituições financeiras já pos-
suíam tais políticas antes mesmo da sua edição. Entretanto, várias
pesquisas já demonstraram que a aplicação efetiva desses meca-
nismos se dava de forma bastante heterogênea e me parece ser
possível identificar dois fatores para isso: a) a elevação de custos
representada pela análise de riscos ambientais (ou, melhor ainda,
riscos socioambientais) de empreendimentos a serem financia- Art
igo
envi
ado
em 1
9/1/
2015
Regulação financeira e sustentabilidade socioambiental
dos; b) a quase completa ausência de regras cogentes e claras que
estabeleçam de que forma essa análise de risco deve ocorrer, ou
seja, que documentos devem ser exigidos, que inspeções devem
ser realizadas, que fatores devem ser considerados nessa análise,
podendo levar à realização de exigências adicionais ou, eventual-
mente, à própria negativa de financiamento.
O assunto tem muito a ver com a regulação prudencial, qual
seja, aquela voltada à minimização de riscos do sistema finan-
ceiro, a qual, em última análise, visa proteger os investidores e
depositantes, agentes superavitários que têm seus recursos fi-
nanceiros administrados por uma instituição financeira, que os
empresta aos agentes que necessitam de recursos para investir.
Ao deixar de estipular quais são os procedimentos mínimos que
cada instituição financeira deve efetivamente adotar para cada
tipo de atividade financiada, ou seja, quais são as suas obrigações
de forma detalhada, deixando cada instituição livre para definir a
sua própria política, abre-se margem para a continuação dessa
heterogeneidade, o que apresenta dois riscos significativos: a)
prejuízo à livre concorrência, por não se garantirem, pela via da
regulação, as necessárias condições de igualdade; b) nivelamen-
to por baixo dos procedimentos a serem adotados, fazendo com
que todas as instituições financeiras venham a reduzir exigências
ao mesmo patamar da instituição menos cuidadosa nesta seara,
aumentando o risco socioambiental.
Ademais, o detalhamento de tais obrigações, que deve ocor-
rer mediante edição de novas normas regulatórias (e sobretudo
pela devida fiscalização do seu cumprimento), terá como possível
e importantíssima vantagem estabelecer um parâmetro adequa-
do para eventual responsabilização civil ambiental de instituições
financeiras, por estipular quais medidas concretas elas devem
tomar para se proteger do risco de serem responsabilizadas por
danos ambientais causados pelos empreendimentos por elas fi-
nanciados. Sem tais parâmetros, atualmente, existe o risco da res-
ponsabilização objetiva e solidária por danos ambientais.
Por fim, vale dizer, incorporar a variável socioambiental nas
regras sobre concessão de financiamentos pode e deve ir além
da ideia de minimização de riscos para significar também condi-
ções mais benéficas de financiamentos para investimentos que
demonstrem potencial para gerar impactos socioambientais posi-
tivos, ou seja, que não apenas não degradam, mas aprimoram as
condições para um desenvolvimento, em seu mais amplo sentido,
autenticamente sustentável – que é o que nossa sociedade efeti-
vamente merece. Trata-se de concretização da responsabilidade
social e ambiental, colocando, assim, a atividade econômica e fi-
nanceira a serviço das finalidades que efetivamente a justificam. f
Por Luciane Moessa de Souza: Mestra em Direito do Estado (UFPR) e Doutora em Direito, Estado e Sociedade (UFSC), Pós-Doutoranda na USP e Procuradora do Banco Central do Brasil
28 financeiro fevereiro/março 2015
C om frequência ouvimos alguém por perto
exclamar frases do tipo “…ah, se eu fosse
rico…” ou “…no dia em que eu for rico…”,
como se a riqueza material fosse a solução dos
problemas da existência.
Essa percepção acaba por se difundir e so-
lidificar-se muito por conta da exaltação de es-
tilos de vida extravagantes, como o champanhe
no café da manhã, viagens a lugares exóticos,
carros possantes, joias exuberantes e a impres-
são de que aquele “dolce far niente” e uma vida
pura de desfrutes é o auge da felicidade… e viva
as publicações voltadas para as “celebridades”!
Mas, será que é assim mesmo?
Dinheiro na mãoAo longo dos anos, atuando com clientes de
diversos níveis econômicos e sociais, pude per-
ceber que ficar rico pode ser bem mais complica-
do que glamoroso.
Indo aos fatos, quando uma pessoa recebe um
valor elevado de recursos e não está devidamente
preparada para isso, é muito comum a perda de
parte da riqueza logo nos primeiros momentos.
Solução e solidão?Essa perda ocorre de diversas formas, quase
simultâneas em alguns casos. A primeira preo-
cupação quando o dinheiro chega é atender às
demandas reprimidas da família. A depender do
caso, podemos falar sobre a primeira casa, ou a
casa para outros membros da família extensa, o
pagamento de dívidas, viagens dos sonhos, etc.
Nesses momentos, é bastante comum cons-
tatarmos o aparecimento de “amigos” de última
hora, apresentando projetos de investimento em
negócios com altíssimo potencial de retorno e
destinado a poucos privilegiados: “Isso é para
você”! Quase sempre, o prazo para análise e de-
cisão é exíguo e ninguém consegue se aprofundar,
mas, afinal, parece tratar-se de alguém confiável…
(isso me lembra que na infância, quando lia os gi-
bis, o Cebolinha sempre tinha um plano “infalível”,
mas não me recordo de a Mônica ter levado a pior).
Brincadeiras à parte, ser dono de um gran-
de patrimônio oferece sim muitos benefícios e
possibilidades, porém traz consigo uma série de
preocupações e exige cuidados bastante exausti-
vos na sua administração.
O vendavalQuando uma família deposita seus maiores va-
lores e seu legado exclusivamente no patrimônio,
com muita frequência, cria herdeiros egoístas, cujo
sentido de viver está unicamente atrelado à acu-
mulação. Pessoas desse tipo não chegam sequer a
desfrutar da riqueza.
Há casos em que os herdeiros, ao contrário, fo-
ram criados para aproveitar o que houver de melhor
pelo caminho, como se fossem seres privilegiados,
sem se preocupar com o futuro. Estes, quando par-
tem os “chefes da família”, encontram-se desprepa-
rados para lidar com seu patrimônio e são comu-
mente ludibriados e envolvidos em situações que os
levam em pouco tempo a perdas importantes.
Existe também aquela lenda de que o rico será
sempre rico…mas quantas famílias, sem a noção de
planejamento financeiro, gastam além das possibi-
lidades de seu patrimônio e acabam “quebradas”?
A discussão aqui tem apenas o objetivo de cha-
mar para uma reflexão importante sobre valores
essenciais para o bem viver, aquele que proporcio-
na um bem-estar de longo prazo com momentos, aí
sim, de felicidade.
Viver não é brincadeira nãoFamílias muito ricas precisam de planejamento
financeiro, tributário, governança familiar e empre-
sarial, planejamento sucessório e cultivo dos va-
lores essenciais para que seu legado se perpetue.
Tudo isso dá muito trabalho, custa tempo e dinheiro.
Claro que há o lado bom de poder acessar pro-
dutos e serviços de alta qualidade, mas depois de
assistir a tantos casos de famílias de elevado pa-
trimônio em que seus integrantes não conseguem
desfrutar da mínima convivência sem conflito,
aumentou minha convicção de que uma vida equi-
librada com trabalho, lazer e boa companhia não
tem preço! Por outro lado, ficar rico demais pode
ter preço sim! f
artigogiseledeandrade
Dinheiro na mão é vendaval: oS riScoS de ficar rico!!!
Gisele de Andrade: planejadora financeira e diretora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF)
Foto
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ção
Art
igo
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ado
em 2
7/1/
2015
30 financeiro fevereiro/março 2015
manualparaadvogados
ferramentas para mediação de conflitos
a Escola Nacional de Mediação e Conciliação (ENAM) lan-
çou, dia 17 de dezembro de 2014, o mais abrangente
conjunto de manuais para mediação de conflitos des-
de a criação da Secretaria de Reforma do Judiciário (SRJ). Com
abordagem didática, os guias trazem conceitos e técnicas de
conciliação, mediação e negociação. Todo esse conteúdo teórico
está direcionado à realidade cotidiana com que se deparam es-
pecialistas do Direito, servidores públicos e administradores de
empresas. As publicações são resultado de parceria entre o Mi-
nistério da Justiça, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados
do Brasil, a Escola Nacional de Advocacia (ENA), o Ministério Pú-
blico e a Defensoria Pública.
Como forma de contribuir com a causa, a Acrefi patrocinou a
publicação do Manual de Mediação de Conflitos para Advogados, Es-crito por Advogados. Em sua mensagem deixada aos leitores, Érico
Sodré Quirino Ferreira, presidente da Acrefi, lembra que o Manu-al de Mediação de Conflitos para Advogados, Escrito por Advogados é
um desses trabalhos que comprovam a qualidade e a competên-
cia dos profissionais que atuam na promoção do Direito no Brasil.
“São eles que estão à frente das ações que têm como paradigma
a Constituição Federal. Além disso, com a Reforma do Judiciário,
os cidadãos e as instituições foram favorecidos com respostas
mais rápidas e efetivas. Essa obra é relevante porque atenua a
prática do litígio e estimula a política do diálogo”, afirmou Ferrei-
ra. “Os advogados são guardiões fundamentais na condução dos
processos judiciais. Com sua cultura e seu conhecimento abran-
gente, eles têm colaborado cada vez mais com as atividades do
mundo corporativo. Sua contribuição abalizada pode, em diversas
situações, minimizar problemas e evitar futuros conflitos. Essas
são algumas das razões que motivaram a Acrefi a contribuir com
a divulgação desse documento essencial”, completou o presiden-
te da Acrefi.
Outros destaques do lançamento foram manuais direcionados
a empresários e servidores públicos. Essas publicações fazem
parte dos cursos homônimos
oferecidos gratuitamente pela
SRJ: Resolução de Conflitos para
Representantes de Empresas e
Resolução Consensual de Conflitos Coletivos Envolvendo Políticas
Públicas. Voltado a advogados e administradores de empresas, o
primeiro manual visa proporcionar procedimentos de resolução
de conflitos nas relações comerciais. São apresentadas técnicas
que permitem melhoria na qualidade do atendimento a clientes
e na negociação produtiva em sessões de conciliação, seja no
âmbito judicial ou extrajudicial. Já a publicação Resolução Con-
sensual de Conflitos Coletivos Envolvendo Políticas Públicas faz
parte do curso organizado pela SRJ nas modalidades presencial
e a distância para servidores públicos.
O que é a ENAMComo ferramenta de difusão da cultura do diálogo, a ENAM
é um centro de produção de conhecimento sobre a temática da
conciliação e da mediação, observa o secretário de Reforma do
Judiciário, Flávio Crocce Caetano. “O objetivo é o de apoiar aque-
les que diuturnamente se utilizam dessas técnicas de construção
de consensos. Dessa forma, em parceria com os principais atores
do sistema de justiça, promovemos a série de manuais, composta
por materiais didáticos e pedagógicos acessíveis a quem desejar
estudar e se aprofundar nos métodos autocompositivos de solu-
ção de conflitos”, afirma o secretário. f
Acrefi patrocina publicação que atenua prática do litígio
e estimula a política do diálogo
31fevereiro/março 2015 financeiro
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
orientação financeira é um
tema que sempre merece
atenção. Cumprindo sua
responsabilidade social, a Acrefi pro-
move, durante a Semana de Educa-
ção Financeira do Banco Central, no
dia 12 de março, um encontro com
especialistas que vai tratar exclusi-
vamente desse assunto, que merece
cada vez mais o apoio da sociedade.
Assim como acontece no evento
do BC, a reunião da Acrefi, que acon-
tecerá no Hotel Renaissance, em São
Paulo, também busca promover a
educação financeira, gerar mudanças
no comportamento do cidadão, além
de contribuir para o fortalecimento
da cidadania, aumentando a eficiên-
cia e a solidez do sistema financei-
ro nacional e estimulando decisões
mais conscientes por parte dos con-
sumidores.
Para tratar do tema, Antonio Au-
gusto de Almeida Leite (Pancho),
diretor superintendente da Acrefi,
convidou: Luis Sergio Tamer, CEO da
Tamer Comunicação; Hilgo Gonçal-
ves, presidente da Losango Promo-
ções de Vendas; e Luiz Edson Feltrim,
diretor da área de Relacionamento
Institucional e Cidadania do Banco
Central. Antes do encerramento do
evento, Érico Sodré Quirino Ferrei-
ra, presidente da Acrefi, apresenta-
rá as considerações finais. A inscri-
ção para participação no encontro é
gratuita e pode ser feita pelo e-mail
agenda
CUiDe do $eu bolso
Luiz Edson Feltrim: Diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania do Banco Central
Hilgo Gonçalves: Presidente da Losango Promoções de Vendas
A Acrefi promove, durante a Semana de Educação Financeira do Banco Central, em março, encontro com especialistas, em São
Paulo, para tratar de orientação financeira, tema que merece cada vez mais o apoio da sociedade
Programa8h30 - Café da manhã de boas-vindas
8h50 - AberturaAntonio Augusto de Almeida Leite
(Pancho) Diretor superintendente da Acrefi
9h - PalestraLuis Sergio Tamer
CEO da Tamer Comunicações
9h20 - PalestraHilgo Gonçalves
Presidente da Losango Promoções de Vendas
9h50 - coffee Break10h10 - Palestra
Luiz Edson FeltrimDiretor da área de Relacionamento Institucional
e Cidadania do Banco Central
10h55 - EncerramentoÉrico Sodré Quirino Ferreira
Presidente da Acrefi
ORIENTAçãO FINANCEIRA 12/3/2015
Hotel Renaissance, São Paulo
32 financeiro fevereiro/março 2015
o que vem por aíConheça os êxitos
colhidos pelos eventos da ACREFI no ano passado e a programação já
agendada para 2015
Nada como olhar para trás e constatar os bons
resultados colhidos pela Acrefi em 2014. Só em
eventos foram mais de trinta atividades, sem
contar o 9º Seminário Internacional Acrefi (SIAC), que mo-
bilizou mais de 600 participantes. Nos eventos regulares,
a entidade reuniu, em média, 55 convidados, em ações re-
alizadas em São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba,
Porto Alegre e Vitória. Como esse sucesso é efeito de uma
programação bem planejada, veja ao lado os eventos que
a Acrefi já agendou para 2015. f
EvEnto Data LocaL REaLização
Painel Cetip 12 de fevereiro Sede da Acrefi - São Paulo, SP Acrefi - Cetip
Road Show Porto Alegre 5 de março Sheraton Hotel, Porto Alegre, RS Acrefi
Orientação Financeira 12 de março Renaissance Hotel, São Paulo, SP Acrefi
Road Show Rio de Janeiro 26 de março Pestana Atlantica Hotel, Rio de Janeiro, RJ Acrefi
Road Show Curitiba 14 de abril Four Points by Sheraton Hotel, Curitiba, PR Acrefi
Fraude em Debate 23 de abril Renaissance Hotel, São Paulo, SP Acrefi
7º Seminário Jurídico Acrefi 26 de maio Centro de Convenções Brasil 21, Brasília, DF Acrefi
Responsabilidade Socioambiental no Sistema Financeiro 16 de junho Renaissance Hotel - São Paulo, SP Acrefi
Road Show Belo Horizonte 23 de junho Quality Hotel, Belo Horizonte, MG Acrefi
Road Show Florianópolis 25 de agosto Sofitel Luxury Hotels, Florianópolis, SC Acrefi
Road Show Vitória 20 de outubro Sheraton Hotel, Vitória, ES Acrefi
10º Seminário Internacional Acrefi 11 de novembro Teatro Cetip Acrefi
34 financeiro fevereiro/março 2015
programação
Faça parte do maior evento
de crédito do País
11 de novembro de 2015 Teatro Cetip, Rua Coropés, 88 - Pinheiros, São Paulo, SP
INSCRIÇÕES GRATUITAS: www.acrefi.org.br
Patrocínio Apoio Realização
10º SIAC
2014Resultados
painelcetip
os financiamentos de veículos no Brasil no
acumulado de 2014 somaram 6.392.797
unidades, sendo 3.159.915 unidades no-
vas e 3.232.882 usadas. O volume representa uma
queda de 5,4%, em relação ao ano de 2013. Consi-
derando o mês de dezembro, as vendas financiadas
totalizaram 624.567 veículos, aumento de 15,9%,
em relação a novembro, e queda de 0,3% na com-
paração anual. Os números levam em consideração
automóveis de passeio, motos e pesados.
O volume dos veículos usados financiados mos-
tra que a categoria ficou praticamente estável,
em relação ao ano de 2013, com uma leve queda
de 0,2%. Já em dezembro, os usados totalizaram
310.584 unidades, aumento de 8,2% em relação ao
mesmo período de 2013.
Entre os veículos, em 2014, os automóveis leves
usados foram a única categoria a apresentar alta
na comparação com o ano anterior. Foram finan-
ciados 2.966.503 unidades, aumento de 0,3%. No
mês de dezembro, os carros usados totalizaram
288.248 unidades financiadas, avanço de 8,7% em
relação ao mesmo período de 2013.
O levantamento ainda aponta que, entre as faixas
etárias dos automóveis leves, aqueles de quatro a
oito anos apresentaram o maior avanço e atingiram
137,1 mil unidades em dezembro, com aumento de
15,6%, ante o mesmo período de 2013.
Entre as modalidades de financiamento de
veículos, entre autos leves, motos e pesados, o
consórcio foi o único que cresceu no acumulado
de 2014. Foram financiadas 865,5 mil unidades
36 financeiro fevereiro/março 2015
em 2014 por meio de cotas de consórcio contem-
pladas, alta de 0,5% na comparação com 2013. O
avanço da modalidade foi puxado pelos automó-
veis leves usados, que somaram 221,4 mil unida-
des comercializadas, representando um aumento
de 21% em relação a 2013.
Apesar de o consórcio ter apresentado cresci-
mento em 2014, o Crédito Direto ao Consumidor
(CDC) se manteve como a opção mais utilizada pe-
los consumidores, com um total de 5,31 milhões
de unidades financiadas ao longo do ano passado.
O levantamento é da Unidade de Financiamen-
tos da Cetip, que opera o Sistema Nacional de
Gravames (SNG), base integrada de informações
que reúne o cadastro das restrições financeiras
de veículos dados como garantia em operações de
crédito em todo o Brasil. O SNG impede que o pro-
cesso de financiamento de veículos seja suscetível
a fraudes sistêmicas. f
Font
e: In
telig
ênci
a de
Mer
cado
Cet
ip
A partir de outubro de 2013 a Cetip adotou nova metodologia para calcular os recursos liberados para financiamentos de veículos. São consideradas apenas inclusões de gravames de automóveis leves, com financiamento de até R$ 200 mil, e cujos prazos não sejam superiores a 120 meses; para motocicle-tas, o montante limite é de R$ 50 mil, com prazo de 90 meses. A metodologia também limita em R$ 500 mil e prazo de até 150 meses as inclusões de grava-mes de pesados. Dessa forma, a Cetip desconsidera operações com valores e prazos destoantes com as práticas do mercado.
37fevereiro/março 2015 financeiro
tecnologia verde
eles chegaram de maneira discreta, mas
mostram que vieram para ficar. Embalados
pelo conceito da sustentabilidade, os carros
elétricos surgem pouco a pouco como substitutos
naturais das carroças do século xx. Eles aparecem
até como salvadores da pátria da crise que vive a in-
dústria automotiva europeia. Para isso, as montado-
ras começam a investir com maior intensidade nos
modelos híbridos e elétricos. Alguns deles trazem
recursos da eletrônica, como sensores de internet
e se comunicam com o mundo via satélite, via wi-fi
e celular 4G. Conheça algumas dessas maravilhas.
supermáquinas
Lamborghini – Asterion LPI 910-4
O Asterion LPI 910-4 vem com um poderoso
motor a combustão V10 de 5,2 litros, que gera
618 cavalos de potência. Ele é auxiliado por ou-
tro motor elétrico, este ligado somente ao eixo
frontal, somando mais 304 cv. O carro pode
funcionar com todos os seus 922 cv, impulsio-
nado apenas pelo motor elétrico. Quando isso
acontece, o automóvel chega a 125 km/h e é ca-
paz de percorrer até 51 km com uma única carga.
38 financeiro fevereiro/março 2015
BMW X5 Hybrid eDrive
O BMW x5 Hybrid eDrive apresenta um motor
turbo de quatro cilindros e outro elétrico de
70 cavalos de potência, que juntos geram uma
potência de 272 cv. Ele alcança 100 km/h em
menos de 7 segundos. Para gerenciar a capa-
cidade da bateria, a BMW criou três modos de
condução: inteligente híbrido, elétrico puro e
econômico, que restringe o uso da capacida-
de da bateria, permitindo a utilização do modo
elétrico dentro das áreas urbanas.
Peugeot 208 Hybrid Air
O Peugeot 208 Hybrid Air usa um sistema movido
a ar comprimido no lugar de um motor elétrico.
Ele combina um motor 1.2 a gasolina de três ci-
lindros da nova família Pure Tech da PSA de 82 cv
– 15% mais potente e 25% mais econômico do que
a geração anterior –, um compressor, um cilindro
de ar comprimido instalado no centro do carro e
uma bomba hidráulica de alta pressão. Uma série
de peças da carroceria foi fabricada em alumínio
e fibra de carbono, de forma que, no total, está 100
kg mais leve que o 208 normal, que pesa 960 kg.
Kia Optima T-Hybrid
Por ser o diesel um combustível muito usado
na Europa, a Kia Motors optou por lançar uma
versão híbrida do sedã Optima T-Hybrid, com
um motor 1.7 CRDi, acompanhado de um motor
elétrico de baixa potência e baterias de chumbo-
-carbono de 48 V. A montadora esclarece que o
modelo só pode mover-se com energia em bai-
xas velocidades e que, em desacelerações, o sis-
tema carrega as baterias.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
39fevereiro/março 2015 financeiro
Renault Eolab
Baseado na plataforma do Clio europeu, a Re-
nault lançou o Eolab, com motor a combustão
3 cilindros de 1.0 litro, com 75 cavalos de po-
tência, e o elétrico com o equivalente a 68 cv.
Ele vem equipado com um novo câmbio sem
embreagem de 3 velocidades, com as primei-
ras duas marchas ligadas a propulsão elétri-
ca e apenas a terceira acionada pelo motor a
gasolina. A tecnologia híbrida de propulsão
permite que o carro conceito percorra 60 km
sem consumo de combustível, a uma veloci-
dade máxima de 120 km/h.
Tesla Model S
O Model S é um luxuoso sedã que apresenta
tração nas quatro rodas, graças a adoção de
outro motor elétrico. Dessa forma, cada um
deles é posicionado em um eixo. Em uma pri-
meira versão, sua potência atinge 376 cava-
los, com autonomia de 362 km e velocidade
máxima de 201 km/h. Já em segunda opção,
ele mantém a mesma potência, mas a autono-
mia é estendida para 475 km, graças a bate-
rias maiores.
Audi R8 e-tron
O carro é resultado do trabalho pesado da
montadora em busca de tecnologia que per-
mite melhor eficiência dos componentes me-
cânicos e elétricos. Não só o sistema de trans-
missão, como toda a eletrônica consome muito
menos energia do que os protótipos anteriores.
R8 e-tron deve ser lançado em breve, terá au-
tonomia de aproximadamente 450 quilôme-
tros, mais que o dobro dos 215 quilômetros do
protótipo apresentado em 2012. f
supermáquinas
40 financeiro fevereiro/março 2015
Nó perfeito
estilo
Use a gravata para revelar a sua personalidade e o seu estado de espírito
a gravata é um dos itens mais tradicionais
do vestuário masculino. Ela é também
um dos elementos que permitem tornar
mais divertida a tarefa do homem ao compor seu
look diário. O presidente dos Estados Unidos, Ba-
rack Obama, é um exemplo de quem sabe usar a
gravata para manifestar seu estado de espírito.
A gravata mais longa e estreita, como a co-
nhecemos atualmente, surgiu na primeira meta-
de do século xx, quando o norte-americano Jesse
Langsdorf decidiu cortar a gravata num tecido em
diagonal e mais elástico, que deu origem ao que
passamos a chamar de “gravata moderna”.
Antes as gravatas básicas tinham 10 cm de
largura, agora elas têm 8 cm. Esses 2 cm fazem
a diferença ao identificarmos aqueles que prefe-
rem um visual clássico dos que optam por uma
imagem contemporânea. Há ainda os que ousam
um pouco mais e elegem o modelo borboleta para
fazer a diferença entre os colegas e amigos. Faça
a sua escolha e se divirta antes de sair de casa. f
Ferragamo
Borboleta: Hermès
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
41fevereiro/março 2015 financeiro
cinco séculos de arte brasileira
Acervo da Coleção Brasiliana Itaú ganha
exposição permanente no Espaço Olavo
Setubal, dentro do Itaú Cultural. Entre as obras
exibidas estão trabalhos fundamentais de Frans Post, Rugendas, Debret, Chamberlain, Auguste Sisson e Emil Bauch
Quando Olavo Setúbal (1923-2008), fundador
do Banco Itaú, começou a colecionar arte,
em 1969, ao adquirir o quadro Povoado
numa Planície Arborizada, de Frans Post, não podia
imaginar que, cerca de quatro décadas depois, teria
um dos maiores acervos artísticos do mundo, com
mais de 12 mil itens.
Depois de três anos de intensos preparativos, o
Itaú Cultural abre para o público o Espaço Olavo Se-
tubal – Coleção Brasiliana Itaú, concebido para abri-
gar a exposição permanente de parte da magnífica
seleção de arte e de numismática reunida pelo banco
ao longo das últimas décadas. Da Coleção Brasiliana
foram selecionados 969 pinturas, gravuras, manus-
critos, documentos históricos e livros, entre outros
itens, que percorrem cinco séculos da produção ar-
tística brasileira, desde o descobrimento até o final
do século xx. Entre os trabalhos em exposição estão
cultura
42 financeiro fevereiro/março 2015
obras fundamentais de Frans Post, Rugendas, De-
bret, Chamberlain, Auguste Sisson e Emil Bauch, en-
tre outros artistas que se dedicaram aos primeiros
registros da paisagem e da vida brasileira.
No campo da numismática, o espaço trará a pú-
blico 395 peças que traçam a história das moedas
cunhadas no Brasil e um panorama abrangente das
medalhas e condecorações confeccionadas desde a
chegada dos portugueses, em 1500. Os dois anda-
res que abrigam o Espaço Olavo Setubal foram rees-
truturados com projeto especial de Daniela Thomas
e Felipe Tassara para expor as obras da coleção. A
curadoria da Brasiliana é de Pedro Corrêa do Lago;
e a de numismática, de Vagner Porto. “Antes de mais
nada, essa é uma exposição de arte. A arte produzida
no Brasil ou sobre o Brasil, por artistas brasileiros ou
estrangeiros, inspirados pelos temas do nosso país”,
lembra Corrêa do Lago. “Com essa iniciativa, o Itaú
traz a público de forma definitiva um dos acervos de
maior valor histórico e artístico do Brasil”, completa
Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.
O Espaço Olavo Setubal apresenta, em nove mó-
dulos, peças iconográficas, imagens avulsas ou in-
seridas em álbuns, livros, documentos e mapas que
retratam e revelam o Brasil e sua cultura. Os gran-
des artistas viajantes são representados em gravu-
ras, pinturas, aquarelas ou desenhos originais, assim
como as primeiras obras publicadas a respeito do
País no exterior e álbuns iconográficos, impressos na
Europa e em território nacional. As obras-primas da
literatura brasileira também marcam presença, com
exemplares de primeiras edições, muitas delas com
dedicatória e ilustrações de nomes fundamentais da
arte brasileira. Os conjuntos manuscritos não são me-
nos importantes e trazem peças fundamentais da his-
tória e da literatura produzidas no País ou sobre ele.
Fotos: Divulgação
43fevereiro/março 2015 financeiro
Diante do visitante, os módulos se desdobram
por temas e períodos históricos, mas não necessa-
riamente por cronologia. O trajeto começa com O Bra-
sil Desconhecido, apresentando desde os primeiros
desenhos – que buscaram dar forma aos índios, re-
velando as primeiras impressões do europeu sobre
o nativo, registrando-os com traço mais próximo ao
Renascentismo, que não lhe era tão estranho, e, por
isso, com distorções sobre seus tipos físicos e costu-
mes –, até a documentação gerada até o século xVI.
Segue com O Brasil Holandês e O Brasil Secreto,
até o século xVIII. O Brasil dos Naturalistas começa a
entrar no século xIx, e, a partir do quinto módulo, O
Brasil da Capital, o visitante mergulha no país constru-
ído até o limiar dos anos 2000 – O Brasil da Província,
O Brasil do Império, O Brasil da Escravidão e O Brasil
dos Brasileiros. Uma série de vídeos com animações
mostram outras obras e páginas de livros que não po-
dem ser manuseados. A Coleção de Numismática, an-
tigamente acondicionada no Museu Herculano Pires,
no último andar do instituto, agora acompanha cada
etapa inserida no contexto histórico brasileiro.
Entre as raridades da Brasiliana estão ilustra-
ções para o relato conhecido hoje como Barleus (de
Gaspar Barleus), um dos livros ilustrados europeus
mais luxuosos do século xVII, e o primeiro a publi-
car imagens do Brasil. Além de ser o primeiro e, por
quase dois séculos, o mais preciso e completo texto
a respeito do País, o Barleus é considerado a mais
importante obra ilustrada do período. Algumas gra-
vuras foram retiradas do livro, sem prejuízo da en-
cadernação, e são apresentadas nas paredes, acom-
panhadas de vídeos com as pinturas de Frans Post,
permitindo fazer uma comparação entre as imagens.
Há, ainda, publicações do Brasil de grande va-
lor histórico realizadas por exploradores franceses
e holandeses. Destacam-se entre estes, outros au-
tores como Piso e Marcgraf, Jean de Léry, Claude
d’Abbevile, Andre Thevet e Jean le Prest. Também in-
tegra a exposição O Grande Atlas Blaeu, de 1667, que
compreende 598 mapas e foi produzido por Joannes
Blaeu, um dos maiores especialistas em cartografia
do século xVII.
A partir da abertura dos portos houve um sem
número de expedições científicas ao Brasil, reali-
zadas por europeus, para desvendar o território, a
fauna, a flora e os costumes dos nativos. As mais fa-
mosas e completas expedições, que resultaram em
publicações e compõem parte desse acervo em ex-
posição são as dos naturalistas Spix e Martius, e do
Entre as raridades da Brasiliana estão
ilustrações para o relato conhecido hoje como Barleus
(de Gaspar Barleus), um dos livros ilustrados europeus mais luxuosos
do século XVII, e o primeiro a publicar imagens do Brasil
cultura
44 financeiro fevereiro/março 2015
Destaques da NumismáticaMoedas, medalhas, barras de ouro e condecorações abarcam uma extensão temporal desde
a entrada dos portugueses no Brasil até os dias atuais. Destacam-se as moedas obsidionais ho-
landesas, as primeiras cunhadas em território brasileiro, em 1645 e 1646, no Recife, durante a
invasão holandesa no Nordeste do País.
Outro destaque data de 1695: o ensaio monetário Terra de Santa Cruz, cunhado na então re-
cém-fundada Casa da Moeda da Bahia. Na ocasião foram apresentados três modelos de moedas
de prata no valor de 640 réis, para que se escolhesse qual deveria entrar em circulação no Brasil.
Esse ensaio não foi aprovado por apresentar o nome primitivo do País e a cruz do calvário. São
conhecidos apenas dois exemplares no mundo.
Nas moedas de ouro do reinado de D. Maria I (1777-1805), nota-se como a iconografia nu-
mismática do período incorporou as mudanças de sua vida. Até 1786, elas traziam gravadas as
imagens da rainha, legítima soberana, e de seu marido, D. Pedro III, que com ela dividia o trono,
e se chamavam Perfis Sobrepostos. De 1786 a 1789, falecido o seu esposo, D. Maria I expressou
sua viuvez nas moedas batizadas Véu de Viúva. Passados os três anos de luto oficial, o retrato da
soberana passou a apresentar, até 1799, um toucado com joias e fitas.
Entre as aquisições mais recentes encontram-se raras medalhas adquiridas em leilões no ex-
terior: uma de prata, de 1640, que retrata Mauricio de Nassau; uma medalha de 1843 referente ao
casamento de D. Pedro II e Tereza Cristina, possivelmente o único exemplar cunhado em ouro; uma
medalha de 1852 da Campanha do Uruguai, comprovadamente único exemplar de ouro e que per-
tenceu ao Duque de Caxias. Vale ressaltar, ainda, a primeira medalha cunhada no Brasil, em 1820,
com a efígie de D. João VI.
Outras aquisições merecem destaque, como o documento Guia de Fundição de Ouro da Casa da Ad-
ministração Geral dos Diamantes em Tijuco, Minas Gerais, de 1777. De igual relevância, a condecoração
Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, criada por D. João VI em 1816, e uma pulseira
de ouro com condecorações em miniatura do Império. São tantas riquezas culturais que por mais que
os relatos sejam minuciosos nada substituirá uma visita a esse magnífico universo cultural brasileiro.
Itaú CulturalAvenida Paulista, 149 – São Paulo, SP, Tel.: (11) 2168.1777 / 2168.1776 – http://novo.itaucultural.org.br/
Príncipe Maximilian da Áustria, verdadeiros inventá-
rios da natureza brasileira.
A curiosidade dos europeus pelo Brasil não se li-
mitava ao âmbito científico. Abrangia também a con-
templação das belas paisagens, como se pode ver
em alguns dos mais expressivos álbuns de gravuras,
como os de Rugendas, Debret, Chamberlain, Augus-
te Sisson, Schlappriz, Buvelot e Moreau, Bertichem
e Emil Bauch. O Espaço Olavo Setubal exibe, ainda,
diversas primeiras edições das obras de poetas e ro-
mancistas genuinamente brasileiros, como Casemi-
ro de Abreu, Castro Alves, Machado de Assis, e outros
tantos expoentes da literatura do século xIx. f
Olavo Setubal: fundador do Banco Itaú e idealizador da coleção Brasiliana
cultura
46 financeiro fevereiro/março 2015
No Museu da Imigração, em São Paulo, é possível mergulhar no cotidiano dos imigrantes que ajudaram a construir o desenvolvimento econômico do País
memória
Müller, Willy, Fava, Lanzellotti, Bochichi,
Pineda, Barreira, Hafez, Baracat, Pola-
cow, Murakami são alguns dos sobreno-
mes de famílias de imigrantes que passaram a fa-
zer parte do cotidiano dos brasileiros. Boa parte da
trajetória dessas pessoas que fincam suas raízes
do Brasil está registrada no Museu da Imigração,
que foi reinaugurado em maio do ano passado, em
São Paulo. Instalado na antiga Hospedaria do Brás,
o espaço resgata o processo migratório a partir da
história das 2,5 milhões de pessoas, de mais de 70
nacionalidades, que passaram pelo prédio entre os
anos de 1887 e 1978.
Como a construção é tombada, a única alteração
no projeto original foi a instalação de um elevador
para cadeirantes. É uma opção de passeio bem di-
vertido e cultura para levar as crianças durante o
período de férias. Elas podem saber como foi pas-
sar por ali décadas atrás por meio de uma exposi-
ção permanente. Há um painel interativo que forma
um mosaico de rostos e a reprodução de um quarto
e do refeitório, nos quais se podem ler cartas reais
deixadas para trás. O lugar também oferece uma
bonita sala para atividades infantis. Além disso, o
Museu da Imigração oferece também loja de suve-
nir, café, biblioteca, wi-fi no jardim e interligação
com a “maria-fumaça” (antiga locomotiva movida a
vapor) – pago à parte; R$ 10.
Essa restauração, concluída no ano passado,
foi a primeira do prédio, aberto em 1888. A refor-
ma custou em torno de R$ 20 milhões, e demorou
três anos e meio para poder se adequar à função
que tem hoje. Além de receber público, o museu irá
preservar seu acervo que, segundo Marília Bonas,
diretora executiva da instituição, tem mais de 12 mil
em algum lugar do passado
48 financeiro fevereiro/março 2015
itens doados por comunidades de imigrantes, mi-
grantes e descendentes.
Segundo Marília, as reformas permitiram que o
museu ficasse acessível a todos os públicos, mais
seguro e com climatização adequada para o acervo.
“O edifício foi construído em um projeto político para
atrair mão de obra estrangeira para as plantações de
café, depois da abolição da escravatura. Para isso, foi
construído um grande complexo de hospedaria para
acolher a mão de obra desejada pelo governo de São
Paulo, no final do século 19”, conta Marília.
A partir de 1930, a hospedaria passou a fun-
cionar como área de refúgio e de assistência so-
cial, atendendo também a migrantes. Em 1995, foi
criado o Memorial do Imigrante. Alguns atrativos do
antigo Memorial do Imigrante permanecem, como
o passeio de “maria-fumaça”. Uma das novidades é
a exposição de longa duração Migrar: Experiências,
Memórias e Identidades, que conta com oito módu-
los sobre o processo migratório no País. A mostra
apresenta documentos, fotos, vídeos, depoimentos
e diversos objetos. Mais de 200 itens do acervo são
exibidos. São malas, mobiliários da antiga hospeda-
ria, objetos pessoais, etc. Dois espaços atraem mais
a atenção dos visitantes: o refeitório e o dormitório.
A proposta, segundo Marília, é fazer uma apro-
ximação com a questão da imigração contemporâ-
nea. “A exposição faz um panorama da imigração
no Brasil, principalmente em São Paulo. Ela conta
com bastante recurso tecnológico, várias projeções
e multimídias, para que o público viva uma espé-
cie de imersão na experiência da imigração, tanto
no passado quanto nos dias de hoje”, diz a diretora
executiva do museu.
Em seu novo projeto museológico, o Museu da
Recepção do museu: painel de abertura
Imigração valoriza ainda mais o encontro das múlti-
plas histórias e origens e propõe ao público o contato
com as lembranças daquelas pessoas que vieram de
terras distantes, suas condições de viagem, adapta-
ção aos novos trabalhos e contribuição para a forma-
ção do que hoje chamamos de identidade paulista.
A história da migração humana não deve ser
encarada como uma questão relacionada exclusiva-
mente ao passado; há a necessidade de tratar sobre
deslocamentos mais recentes. O Museu da Imigração
estimula o diálogo sobre as migrações como um fe-
nômeno contemporâneo, que não se encerra com o
fechamento das atividades da hospedaria, reconhe-
cendo a recepção dos milhões de migrantes atuais e
a repercussão desse deslocamento para a cidade. f
Flagrante do dormitório da antiga hospedaria dos imigrantes
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
49fevereiro/março 2015 financeiro
Museu da Imigração do Estado de São PauloRua Visconde de Parnaíba, 1316 – São Paulo, SP
Tel. (11) 2692-1866
www.musueudaimigracao.org.br
saúde&lazer
Mais saúde e menos estresse
O Spa Med Sorocaba Campus é uma das
alternativas para quem busca uma vida mais
saudável em 2015
50 financeiro fevereiro/março 2015
No início do ano não faltam aqueles que
prometem adotar um novo estilo de vida.
O mais complicado, porém, é sair da pro-
messa e partir para a prática. Muitos começam por
marcar uma consulta com o endocrinologista, ou-
tros optam pela academia de ginástica, há os que
preferem contratar um personal trainer e existem,
ainda, os que não confiam na sua força de vontade
e recorrem aos spas. É nessa última alternativa
que se encaixam alguns dos hóspedes do Spa Med
Sorocaba Campus, em Sorocaba, interior paulista.
Ao perceber as dificuldades encontradas pelos
seus pacientes em seguir as prescrições médicas,
o endocrinologista Mauro Tadeu Moura criou um
espaço que tem o conforto de um hotel, o lazer de
um clube e o atendimento de uma clínica médica.
Sua estrutura oferece diversas atividades físicas,
atendimentos estéticos, acompanhamento multi-
disciplinar (por médicos, psicólogas, nutricionis-
tas, fisioterapeutas, recreacionistas e professores
de Educação Física). Todos atuam de forma inte-
grada em busca de três objetivos: a redução de
peso do hóspede, a adoção de uma reeducação
alimentar e o combate aos males da vida moderna.
Em uma área de 220 mil metros quadrados, o
Med Sorocaba oferece 106 acomodações, que po-
dem acolher até 169 hóspedes. Na casa/sede, di-
vidida em oito espaços, são desenvolvidas as ati-
vidades de integração dos clientes. Os ambientes
são preparados para sessões de cinema, salão de
carteado e jogos de tabuleiros, sala de leitura com
lareira e piano. Nas dependências esportivas, os
hóspedes podem optar pelas atividades do fitness
center, com programas específicos de acordo com
a avaliação cardíaca do cliente. O programa de con-
dicionamento físico é segmentando em diversas
modalidades: caminhada, esteira, bicicleta ergomé-
trica, musculação, alongamento, aerocárdio, aero-
boxe, entre outros. Se o seu negócio são as atividades na água, eles têm quatro
alternativas: hidro light, hidro power, hidro local ou caminhada aquática.
Mas, o que costuma pegar pesado na hora de emagrecer são as dietas
hipocalóricas – aquelas em que consumimos menor quantidade com mais
qualidade. Para evitar surpresa, os hóspedes do Spa Med, após o check-in
no hotel, participam de uma reunião em grupo com a nutricionista, que ex-
plica detalhadamente os benefícios das refeições de baixas calorias. O de-
partamento de nutrição oferece também aulas semanais de culinária light e
saudável, parte essencial do processo de reeducação alimentar, além de ser
uma ótima oportunidade para os clientes se divertirem enquanto aprendem
novas receitas.
Para evitar que os hóspedes caiam nas tentações das calorias após dei-
xarem o spa, os clientes passam por uma consulta individual com a nutricio-
nista, que reforçará quais deverão ser os novos hábitos alimentares, além de
criar um cardápio equilibrado e adequado às necessidades de cada pessoa.
E então, ficou animado em começar 2015 em paz com a balança e com a sua
qualidade de vida?. f
51fevereiro/março 2015 financeiro
Spa Med SorocabaEstrada José Celeste, 1.205 – Sorocaba, SP
Tel.: (15) 3237.9090
www.spamed.com.br
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
Bom apetite!Conheça o novo espaço de São Paulo dedicado exclusivamente à alta culinária
o Shopping Cidade Jardim, em São Paulo,
inaugurou um novo conceito em gastro-
nomia: o Food Hall. Trata-se de um es-
paço de 1.200 metros quadrados dedicados a 28
operações gastronômicas: são produtos e pratos
das culinárias brasileira, japonesa, italiana e ára-
be, incluindo opções de pratos congelados para
programas alimentares, sem glúten e sem lactose.
Há também itens para levar para casa, como
frutas, verduras e legumes orgânicos, carnes, pães
especiais, ervas, grãos, farinhas integrais, sucos
com frutas e vegetais orgânicos, vinhos, conser-
vas, azeites, ragus e pestos, conservas, massas,
molhos para massas e saladas, queijos e balas
artesanais, cafés, geleias, bem-casados, cookies,
pipoca gourmet, pudins, brigadeiros e sorvetes.
Além de degustar alimentos saudáveis e de
alta qualidade, os clientes podem fazer refeições
em um ambiente tranquilo e aconchegante. Tudo
isso com uma das vistas mais bonitas da cidade.
Com luz natural e vista para o skyline de São Pau-
lo, o projeto arquitetônico do Food Hall foi desen-
volvido pelo escritório inglês CADA Design Group,
responsável pelas unidades Dean & Deluca, na
Ásia, nos Estados Unidos e em outros países, e
pela área de gastronomia da Galerie Lafayette,
em Paris. f
gastronomiaFo
tos:
Div
ulga
ção
52 financeiro fevereiro/março 2015
Food Hall (Shopping Cidade Jardim)Av. Magalhães de Castro, 12.000
(Marginal Pinheiros, entre as pontes Cidade
Jardim e Morumbi)
Tel.: (11) 3552.3560
se você está em São Paulo e bate aque-
la vontade de estar em Paris, sentado
em um café, lendo uma revista e ven-
do a vida passar, saiba que esse desejo está
mais perto do que você imagina. A Patisserie
Douce France, do chef confeiteiro Fabrice Le
Nud, na Alameda Jaú, resgata com fidelida-
de essa atmosfera da Av. Champs Elysées ou
da Place de l´Opéra.
Fabrice encanta os clientes com suas deli-
cadas receitas, como éclair de chocolate, torta
saint honoré e carolinas recheadas de creme.
Mas, é capaz de seduzir os paladares mais
exigentes apenas com um croissant simples,
uma baguete ou um brioche. São tão saboro-
très savoureux
happyhour
sos que você nem sentirá falta da manteiga.
Inaugurada em 2001, logo depois de Fa-
brice deixar a patisserie do Hotel Sofitel, em
São Paulo, atual Grand Mercure, da Av. Sena
Madureira, a Douce France em pouco tempo
ganhou fama. Tanto que em 2003, ele abriu
sua segunda unidade, no Shopping Morumbi.
Hoje, o chef mantém mais uma filial na sede da
Aliança Francesa, na Rua General Jardim, cen-
tro da capital. Seu êxito com a clientela é con-
firmado pelos críticos. Fabrice já foi eleito, seis
vezes consecutivas, o melhor chef patissier do
ano de São Paulo, pela revista Gula. Ou seja,
não é preciso viajar a Paris para experimentar
essas tradicionais receitas francesas. f
Fabrice Le Nud:chef da Douce France
O chef confeiteiro Fabrice Le Nud, da Patisserie Douce France, encanta os paulistanos com suas delícias francesas
Foto
s: D
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gaçã
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Douce FranceAlameda Jaú, 554, São Paulo, SP
Tel.: (11) 3262-3542
www.patisseriedoucefrance.com.br
os tributos são valores que incidem sobre
bens e serviços comercializados e cons-
tituem a principal fonte de receitas dos
governos federais, estaduais e municipais. Os re-
cursos obtidos pelos governos, teoricamente, de-
veriam ser convertidos em serviços de educação,
saúde, segurança, entre outros, para a população.
Entretanto, na prática, nem sempre isso ocorre.
Para mensurar, de certa maneira, o nível de vida
proporcionado à população de um país pode-se
empregar indiretamente o Índice de Desenvolvi-
tributos: a contrapartida
bancodedadosinepad
mento Humano (IDH) que considera longevidade,
acesso ao conhecimento e renda.
Primeiro, no gráfico 1, tem-se a comparação da
carga tributária do Brasil e dos outros países que
compõem o BRIC. Conforme observado, o Brasil é
um dos BRICs em que a carga tributária ultrapassa
os 30% de Produto Interno Bruto (PIB). É possível
ver a estabilidade de todos os países durante o pe-
ríodo, com exceção da China, que apresentou cres-
cimento expressivo, passando de 15% em 2001
para 27% em 2014.
Gráfico 1- Carga Tributária BRICs (% PIB)
55fevereiro/março 2015 financeiro
bancodedadosinepad
Adicionalmente, com base na tabela 1, é possí-
vel constatar que o Brasil passou da faixa de IDH
médio para alto, a China passou de baixo para alto,
e a Índia, de muito baixo para baixo, enquanto a
Rússia se manteve na faixa de IDH alto.
Ao comparar o Brasil com países desenvolvi-
dos, gráfico 2, é perceptível que a representativi-
dade dos tributos no PIB está no mesmo patamar
do Reino Unido e acima de Japão e Estados Unidos.
Outro ponto que pode ser destacado é a estabilida-
de dos países desenvolvidos, com exceção do Ja-
pão, que cresceu 7,96%, e certa tendência de redu-
ção de Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos,
que reduziram a representatividade dos tributos
no PIB em 0,20%, 0,43% e 2,18%, respectivamente.
Ao observar a tabela 2 percebe-se o cresci-
mento de todos os países analisados. Nesse gru-
po de países o destaque é a Alemanha, que elevou
seu IDH em 6,67%, mesmo com redução da carga
tributária, enquanto Estados Unidos, Reino Unido
e Japão apresentaram 3,36%, 3,51% e 3,73% de
crescimento, respectivamente. Essa tendência de
redução da carga tributária pode ser creditada à
crise e à instabilidade econômica, diminuindo tan-
to o consumo quanto a produção de bens e conse-
quentemente a arrecadação.
Ao cruzar as informações do gráfico 2 com
as da tabela 2 é notável que a carga tributária do
Brasil atualmente ultrapassa a carga de países de-
senvolvidos, como Estados Unidos, Japão e Reino
Unido, contudo, o retorno para a sociedade se en-
contra em patamares bem diferentes. Além disso,
quando comparado com os BRICs, o Brasil é o país
com a maior carga tributária e ainda assim não
possui o IDH mais elevado do grupo.
País 2000 2005 2008 2010 2011 2012 2013Brasil 0,682 0,705 0,731 0,739 0,740 0,742 0,744China 0,591 0,645 0,682 0,701 0,710 0,715 0,719Índia 0,483 0,527 0,554 0,570 0,581 0,583 0,586
Rússia 0,717 0,750 0,770 0,773 0,775 0,777 0,778
Tabela 1 – IDH: BRICs
Font
e: In
epad
& P
NU
D
Elaborado pelo Centro de Pesquisas do INEPAD - Núcleo CEPEFIN
Elaboração:Alberto Borges Matias – Fundador do INEPAD e orienta-dor do CEPEFIN. Professor titular do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da
Universidade de São Paulo no campus de Ribeirão Preto. Livre docente em Finanças, atuando nos programas de graduação, pós-graduação e MBAs da Universidade.
João Paulo Resende de Lima – Pesquisador do Centro de Pesquisas do INEPAD – Núcleo CEPEFIN. Graduando em Ciências Contábeis pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo no campus de Ribeirão Preto.
Foto
: Div
ulga
ção
56 financeiro fevereiro/março 2015
País 2000 2005 2008 2010 2011 2012 2013Brasil 0,682 0,705 0,731 0,739 0,740 0,742 0,744
Alemanha 0,854 0,887 0,902 0,904 0,908 0,911 0,911Japão 0,858 0,873 0,881 0,884 0,887 0,888 0,890
Reino Unido 0,863 0,888 0,890 0,895 0,891 0,890 0,892Estados Unidos 0,883 0,897 0,905 0,908 0,911 0,912 0,914
Tabela 2 - IDH: Brasil x Países Desenvolvidos
Gráfico 2 - Carga Tributária (% PIB): Brasil x Países Desenvolvidos
Font
e: In
epad
& P
NU
D
Uma vez que a carga tributária atual está no
patamar de países desenvolvidos e o retorno à so-
ciedade não, a reforma tributária se faz necessária
para diminuir essa disparidade. Desde 2008 a Pro-
posta de Emenda à Constituição (PEC) 233/2008 se
encontra à discussão.
A PEC 233/2008 propõe a simplificação do sis-
tema tributário federal através da criação do Im-
posto sobre Valor Adicionado Federal (IVA-F) que
unifica PIS, COFINS e Cide-combustível. Além da
simplificação do sistema federal, a reforma tri-
butária visa desburocratizar o sistema como um
todo, distribuir de maneira equitativa a carga en-
tre os Estados, eliminar as distorções da estrutura
tributária atual, eliminar a guerra fiscal entre os
Estados e reduzir os custos para empresas e con-
sumidores. Assim, vemos a importância de a PEC
233/2008 ser aprovada e entrar em vigor.
A discussão sobre a aprovação da PEC
233/2008 ainda está ocorrendo e tem causado
conflito de opiniões entre Estados, principalmente,
pelas divergências de interesses. Assim, enquanto
essa reforma continuar na teoria e não for aprova-
da, o Brasil continuará sofrendo com uma estrutu-
ra tributária complicada e cara, que bate recordes
de arrecadação a cada ano, mas com serviços de
qualidade baixa, que não refletem a alta arrecada-
ção do governo. f
57fevereiro/março 2015 financeiro
Taxas Médias: geralDATA Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.nov/13 20,0 0,2 8,5 0,3 11,5 -0,1dez/13 19,7 -0,3 8,6 0,1 11,1 -0,4jan/14 20,7 1,0 8,9 0,3 11,8 0,7fev/14 21,0 0,3 8,7 -0,2 12,3 0,5mar/14 21,1 0,1 8,8 0,1 12,3 0,0abr/14 21,1 0,0 8,6 -0,2 12,5 0,2mai/14 21,4 0,3 8,6 0,0 12,8 0,3jun/14 21,1 -0,3 8,4 -0,2 12,7 -0,1jul/14 21,4 0,3 8,3 -0,1 13,1 0,4
ago/14 21,1 -0,3 7,8 -0,5 12,7 -0,4set/14 21,0 -0,1 8,3 0,5 12,7 0,0out/14 21,3 0,3 8,5 0,2 12,8 0,1nov/14 21,3 0,0 8,7 0,2 12,6 -0,2
Variação nov-nov 1,3 0,2 1,1
DATA Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.nov/13 26,1 -0,1 9,1 0,3 17,0 -0,4dez/13 25,6 -0,5 9,2 0,1 16,4 -0,6jan/14 26,8 1,2 9,5 0,3 17,3 0,9fev/14 27,4 0,6 9,2 -0,3 18,2 0,9mar/14 27,7 0,3 9,4 0,2 18,3 0,1abr/14 27,7 0,0 9,1 -0,3 18,6 0,3mai/14 27,9 0,2 9,1 0,0 18,8 0,2jun/14 27,9 0,0 8,8 -0,3 19,1 0,3jul/14 28,2 0,30 8,8 0,00 19,4 0,3
ago/14 27,9 -0,30 8,4 -0,40 19,1 -0,3set/14 27,5 -0,40 8,7 0,30 18,8 -0,3out/14 28,1 0,60 8,9 0,20 19,2 0,4nov/14 28,0 -0,10 9,1 0,20 18,9 -0,3
Variação nov-nov
Taxas Médias: Pessoa física
1,9 0,0 1,9
DATA Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.nov/13 15,2 0,4 8,1 0,3 7,1 0,1dez/13 15,1 -0,1 8,2 0,1 6,9 -0,2jan/14 15,9 0,8 8,3 0,1 7,6 0,7fev/14 16,0 0,1 8,3 0,0 7,7 0,1mar/14 16,0 0,0 8,3 0,0 7,7 0,0abr/14 16,0 0,0 8,2 -0,1 7,8 0,1mai/14 16,3 0,3 8,2 0,0 8,1 0,3jun/14 15,7 -0,6 8,0 -0,2 7,7 -0,4jul/14 16,0 0,30 7,9 -0,10 8,1 0,4
ago/14 15,8 -0,20 8,8 0,90 7,8 -0,3set/14 15,8 0,00 7,9 -0,90 7,9 0,1out/14 15,9 0,10 8,2 0,30 7,7 -0,2nov/14 16,0 0,10 8,4 0,20 7,6 -0,1
Variação nov-nov
Taxas Médias: Pessoa jurídica
0,8 0,3 0,5
Font
e: B
C /
INEP
AD
Font
e: B
C /
INEP
AD
Font
e: B
C /
INEP
AD
bancodedadosinepad
58 financeiro fevereiro/março 2015
Consignados: saldo de operações de crédito
nov/13 99.423 136.391 18.008 66.356 220.628 320.178 24,5 41,7 17,2 dez/13 97.767 137.169 17.953 66.755 221.841 319.644 24,4 41,3 16,9 jan/14 98.921 138.420 18.050 67.672 224.142 323.063 24,9 43,0 18,1 fev/14 99.503 140.063 18.175 69.344 227.582 327.085 25,1 44,1 19,0 mar/14 100.269 141.516 18.280 69.795 229.591 329.860 25,3 43,9 18,6 abr/14 101.020 143.218 18.522 70.466 232.206 333.226 25,3 45,2 19,9 mai/14 102.162 145.134 18.733 71.249 235.116 337.278 25,5 44,9 19,4 jun/14 102.451 147.050 18.769 72.237 238.056 340.153 25,6 45,5 19,9 jul/14 102.250 148.847 18.913 73.065 240.825 342.787 25,9 45,8 19,9
ago/14 102.902 150.636 19.110 73.418 243.164 346.027 25,8 45,4 19,6 set/14 103.295 151.580 19.233 73.776 244.589 347.884 25,9 44,3 18,4 out/14 104 250 153 670 19 290 75 186 248 146 352 396 25,5 45,9 20,4 nov/14 103 748 154 309 19 353 76 206 249 868 353 616 26,1 46,1 20,0
Mês/Ano Não consignado
ConsignadoServidores
públicosTrabalhadores
do setor privadoBeneficiários
do INSSTotal
TotalConsignado Crédito
PessoalDiferença
Crédito pessoal Taxa de Juros %a.a.
crédito consignado (R$ milhões)
Font
e: B
C /
INEP
AD
59fevereiro/março 2015 financeiro
nov/13 21.247 -3,68 135.236 1,16 21.416 -0,39 99.423 0,83 220.754 0,90 320.177 0,88
dez/13 20.219 -4,84 144.589 6,92 21.195 -1,03 97.767 -1,67 221.878 0,51 319.645 -0,17
jan/14 21.742 7,53 143.914 -0,47 21.058 -0,65 98.921 1,18 224.143 1,02 323.063 1,07
fev/14 21.926 0,85 139.697 -2,93 20.887 -0,81 99.503 0,59 227.581 1,53 327.085 1,24
mar/14 23.129 5,49 141.616 1,37 20.719 -0,80 100.269 0,77 229.591 0,88 329.859 0,85
abr/14 23.587 1,98 141.324 -0,21 20.598 -0,58 101.020 0,75 232.206 1,14 333.226 1,02
mai/14 23.350 -1,00 143.584 1,60 20.629 0,15 102.162 1,13 235.116 1,25 337.279 1,22
jun/14 23.983 2,71 144.211 0,44 20.430 -0,96 102.451 0,28 238.057 1,25 340.508 0,96
jul/14 23.150 -3,47 145.044 0,58 20.424 -0,03 102.250 -0,20 240.825 1,16 343.075 0,75
ago/14 22.890 -1,12 145.428 0,26 20.431 0,03 102.902 0,64 243.164 0,97 346.066 0,87
set/14 23.458 2,48 147.488 1,42 20.234 -0,96 103.295 0,38 244.590 0,59 347.885 0,53
out/14 23.251 -0,88 150.031 1,72 20.246 0,06 104.250 0,92 248.146 1,45 352.396 1,30
nov/14 22.297 -4,10 150.806 0,52 20.596 1,73 103.748 -0,48 249.868 0,69 353.616 0,35
MÊS
/ A
NO
CHEQUE ESPECIAL
VARIAçãOEM %
CARTãO DE CRÉDITO
VARIAçãOEM %
VARIAçãOEM %
Crédito pessoal não consignado
Variação em %
Crédito pesso-al consignado
total
Variação em %
TOTAL
VAR
IAç
ãO
EM %
CRÉDITO PESSOALCRÉDITO PESSOAL NãO CONSIGNADO VINCULADO À
DÍVIDA
Saldo da carteira de crédito - pessoa físicarecursos livres - (R$ milhões)
nov/13 193.082 0,03 11.191 0,76 204.273 0,07 8.498 -6,24 1.578 3,54 25.723 2,21
dez/13 192.797 -0,15 11.373 1,63 204.170 -0,05 7.906 -6,97 1.564 -0,89 25.930 0,80
jan/14 193.006 0,11 11.460 0,76 204.466 0,14 7.368 -6,80 1.534 -1,92 26.354 1,64
fev/14 191.845 -0,60 12.106 5,64 203.951 -0,25 6.854 -6,98 1.574 2,61 25.397 -3,63
mar/14 189.952 -0,99 12.005 -0,83 201.957 -0,98 6.315 -7,86 1.528 -2,92 24.909 -1,92
abr/14 188.987 -0,51 11.957 -0,40 200.944 -0,50 5.883 -6,84 1.517 -0,72 25.091 0,73
mai/14 188.048 -0,50 11.958 0,01 200.006 -0,47 5.481 -6,83 1.541 1,58 24.863 -0,91
jun/14 186.534 -0,81 11.952 -0,05 198.486 -0,76 5.088 -7,17 1.596 3,57 24.552 -1,25
jul/14 185.273 -0,68 11.937 -0,13 197.210 -0,64 4.694 -7,74 1.550 -2,88 24.982 1,75
ago/14 184.581 -0,37 11.900 -0,31 196.481 -0,37 4.363 -7,05 1.573 1,48 25.371 1,56
set/14 183.918 -0,36 11.983 0,70 195.901 -0,30 4.031 -7,61 1.544 -1,84 26.597 4,83
out/14 183.559 -0,20 11.925 -0,48 195.484 -0,21 3.795 -5,85 1.528 -1,04 26.261 -1,26
nov/14 183.544 -0,01 12.000 0,63 195.544 0,03 3.559 -6,22 1.560 2,09 26.615 1,35
MÊS
/ A
NO
VeículosVariação
em % Outros bens Variação em %
OUTROS CRÉDITOS
LIVRES
VAR
IAç
ãO
EM %
AQUISIçãO
TOTALVARIAçãO
EM %VARIAçãO
EM %
VAR
IAç
ãO
EM %
ARREN-DAMENTO MERCAN-
TIL
DESCONTO DE
CHEQUES
Saldo da carteira de crédito - pessoa física
Saldo da carteira de crédito - pessoa física
recursos livres - (R$ milhões)
recursos direcionados - (R$ milhões)RECURSOS LIVRES - (R$ Milhões)MÊS /
ANOCRÉDITO RU-RAL TOTAL
VARIAçãO EM %
FINANC. IMOBILI-ÁRIO TOTAL
VARIAçãO EM %
FINANC. RECUR-SOS DO BNDES
VARIAçãO EM %
MICROCRÉDI-TO TOTAL
VARIAçãO EM %
OUTROS CRÉDITOS DIRECIONADOS
VARIAçãO EM %
nov/13 110.969 2,71 333.878 2,29 35.688 1,89 4.873 10,17 6.343 2,82dez/13 115.287 3,89 341.465 2,27 37.067 3,86 5.392 10,65 6.745 6,34jan/14 116.353 0,92 347.709 1,83 38.608 4,16 5.450 1,08 6.865 1,78fev/14 117.794 1,24 354.600 1,98 39.102 1,28 5.415 -0,64 6.968 1,50mar/14 119.943 1,82 360.784 1,74 39.328 0,58 5.261 -2,84 6.807 -2,31abr/14 122.988 2,54 367.637 1,90 39.564 0,60 5.172 -1,69 7.030 3,28mai/14 126.200 2,61 376.527 2,42 39.180 -0,97 5.301 2,49 7.277 3,51jun/14 129.165 2,35 384.518 2,12 39.301 0,31 5.458 2,96 7.333 0,77jul/14 127.574 -1,23 392.979 2,20 39.674 0,95 5.513 1,01 6.467 -11,81ago/14 130.981 2,67 401.035 2,05 40.373 1,76 5.609 1,74 6.447 -0,31set/14 134.994 3,06 407.021 1,49 41.178 1,99 5.462 -2,62 4.767 -26,06out/14 135.754 0,56 416.059 2,22 41.735 1,35 5.351 -2,03 4.636 -2,75nov/14 138.416 1,96 424.060 1,92 42.194 1,10 5.385 0,64 4.677 0,88
Font
e: B
C /
INEP
AD
Font
e: B
C /
INEP
AD
Font
e: B
C /
INEP
AD
bancodedadosinepad
60 financeiro fevereiro/março 2015
Gráfico do crédito pessoal
nov/13 320.177 12.199 3,81% 193.082 15.350 7,95% 11.191 789 7,05%
dez/13 319.645 13.265 4,15% 192.797 14.922 7,74% 11.373 753 6,62%
jan/14 323.063 14.344 4,44% 193.006 14.939 7,74% 11.460 842 7,35%
fev/14 327.085 14.032 4,29% 191.845 14.408 7,51% 12.106 856 7,07%
mar/14 329.859 14.745 4,47% 189.952 16.051 8,45% 12.005 970 8,08%
abr/14 333.226 15.395 4,62% 188.987 15.818 8,37% 11.957 988 8,26%
mai/14 337.279 14.739 4,37% 188.048 15.307 8,14% 11.958 935 7,82%
jun/14 340.508 15.050 4,42% 186.534 15.184 8,14% 11.952 932 7,80%
jul/14 343.075 13.757 4,01% 185.273 14.229 7,68% 11.937 865 7,25%
ago/14 346.066 13.116 3,79% 184.581 13.677 7,41% 11.900 806 6,77%
set/14 347.885 13.881 3,99% 183.918 13.205 7,18% 11.983 778 6,49%
out/14 352.396 13.497 3,83% 183.599 13.072 7,12% 11.925 843 7,07%
nov/14 353.616 13.756 3,89% 183.544 12.866 7,01% 12.000 799 6,66%
MÊS
/ A
NO
% sobre saldo da carteira
% sobre saldo da carteira
% sobre saldo da carteira
Com atraso de 15 a 90 dias
Com atraso de 15 a 90 dias
Com atraso de 15 a 90 diasSaldo total Saldo total Saldo total
CRÉDITO PESSOAL AQUISIçãO DE VEÍCULOS AQUISIçãO DE OUTROS BENS
Saldo da carteira de crédito - pessoa físicaSaldo (R$ milhões) e percentual (%) da carteira de crédito com recursos livres PF - Total e com atraso entre 15 e 90 dias
Data Saldo Taxa de Jurosabr/12 254.431 41,40mai/12 259.656 39,30jun/12 263.702 38,20jul/12 266.503 38,60
ago/12 270.538 38,00set/12 271.628 37,70out/12 275.565 37,80nov/12 278.776 37,10dez/12 279.104 36,90jan/13 283.245 37,30fev/13 287.061 37,90mar/13 291.741 37,17abr/13 296.412 36,83mai/13 301.254 36,74jun/13 304.967 38,02jul/13 307.842 39,75
ago/13 311.515 39,71set/13 314.414 40,34out/13 317.384 42,23nov/13 320.177 41,72dez/13 319.645 41,32jan/14 323.063 43,00fev/14 327.085 44,10mar/14 329.859 43,90abr/14 333.226 45,20mai/14 337.279 44,90jun/14 340.153 45,50jul/14 342.786 45,80
ago/14 345.939 45,40set/14out/14nov/14
347.795351.404351.404
44,3045,9045,90
Data Saldo Taxa de Jurosnov/09 156.259 43,64dez/09 159.692 44,35jan/10 162.446 44,83fev/10 165.543 43,81mar/10 170.393 42,69abr/10 174.442 42,87mai/10 178.844 43,04jun/10 181.458 41,97jul/10 184.359 42,21
ago/10 188.779 41,96set/10 191.969 41,63out/10 195.497 43,55nov/10 198.633 41,99dez/10 201.611 44,11jan/11 205.727 48,32fev/11 209.255 47,96mar/11 210.445 43,01abr/11 213.685 44,34mai/11 216.864 44,56jun/11 220.666 44,52jul/11 224.603 45,01
ago/11 229.192 44,52set/11 232.172 44,64out/11 235.202 45,34nov/11 238.570 43,64dez/11 238.854 42,40jan/12 242.445 44,80fev/12 246.608 45,20mar/12 250.527 43,90
Data Saldo Taxa de Jurosjun/07 96.426 51,06jul/07 100.256 50,61
ago/07 102.555 49,89set/07 104.222 49,43out/07 106.498 48,88nov/07 107.293 46,75dez/07 108.041 45,80jan/08 110.428 53,08fev/08 112.303 52,59mar/08 115.578 50,48abr/08 118.248 50,60mai/08 120.720 48,39jun/08 121.211 51,39jul/08 123.198 53,59
ago/08 125.550 54,49set/08 127.281 56,31out/08 129.704 57,42nov/08 130.039 59,88dez/08 129.741 60,44jan/09 131.707 56,51fev/09 130.219 54,49mar/09 133.330 50,84abr/09 137.539 48,78mai/09 139.997 46,62jun/09 142.569 45,64jul/09 145.446 44,78
ago/09 148.622 44,29set/09 151.359 44,71out/09 154.386 45,74Fo
nte:
BC
/ IN
EPA
DFo
nte:
BC
/ IN
EPA
D
61fevereiro/março 2015 financeiro
nov/13 320.177 2,95 -0,03 41,72 -0,51 193.082 1,62 0,03 21,28 0,45 11.191 4,65 0,07 72,57 1,38
dez/13 319.645 2,92 -0,02 41,32 -0,40 192.797 1,62 0,00 21,29 0,01 11.373 4,93 0,28 78,13 5,56
jan/14 323.063 3,03 0,10 43,00 1,68 193.006 1,72 0,10 22,74 1,45 11.460 4,73 -0,20 74,16 -3,97
fev/14 327.085 3,09 0,07 44,10 1,10 191.845 1,80 0,08 23,85 1,11 12.106 4,79 0,06 75,36 1,20
mar/14 329.859 3,08 -0,01 43,90 -0,20 189.952 1,78 -0,02 23,54 -0,31 12.005 4,84 0,05 76,43 1,07
abr/14 333.226 3,16 0,08 45,20 1,30 188.987 1,71 -0,06 22,62 -0,92 11.957 4,89 0,04 77,34 0,91
mai/14 337.279 3,14 -0,02 44,90 -0,30 188.048 1,74 0,03 22,99 0,37 11.958 4,93 0,04 78,19 0,85
jun/14 340.508 3,17 0,04 45,50 0,60 186.534 1,74 0,00 23,02 0,03 11.952 4,91 -0,02 77,75 -0,44
jul/14 343.075 3,19 0,02 45,80 0,30 185.273 1,75 0,01 23,14 0,12 11.937 4,95 0,04 78,55 0,80
ago/14 346.066 3,17 -0,02 45,40 -0,40 184.581 1,76 0,01 23,23 0,09 11.900 4,99 0,04 79,38 0,83
set/14 347.885 3,10 -0,07 44,30 -1,10 183.918 1,72 -0,03 22,78 -0,45 11.983 5,02 0,03 79,99 0,61
out/14 351.404 3,20 0,09 45,90 1,60 183.559 1,74 0,02 23,04 0,26 11.925 4,93 -0,09 78,16 -1,83
nov/14 351.405 3,21 0,01 46,10 0,20 183.544 1,81 0,07 24,04 1,00 12.000 4,98 0,05 79,16 1,00
MÊS
/ A
NO
Saldo total
Saldo total
Saldo total
R$ Milhões R$ Milhões R$ Milhões% am % am % am% aa % aa % aaVarição p.p
Varição p.p
Varição p.p
Varição p.p
Varição p.p
Varição p.p
Taxa de juros Taxa de juros Taxa de juros
CRÉDITO PESSOAL AQUISIçãO DE BENS - VEÍCULOS AQUISIçãO DE BENS - OUTROS
Juros
Atividade Econômica
Taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres - Pessoa Física
DATA
"Taxa da Utilização
da Capacidade Instalada"
Var. p.p. DATA
"Índice de Produção Física
Média Móvel Trimestral"
Var. %
out/13 82,20 0,20 set/13 102,7 0,00nov/13 81,90 -0,30 out/13 102,7 0,00dez/13 81,60 -0,30 nov/13 101,0 -0,02jan/14 82,30 0,70 dez/13 100,6 0,00fev/14 82,20 -0,10 jan/14 100,2 0,00mar/14 81,20 -1,00 fev/14 100,8 0,01abr/14 81,10 -0,10 mar/14 100,5 0,00mai/14 80,90 -0,20 abr/14 99,9 -0,01jun/14 80,50 -0,40 mai/14 98,9 -0,01jul/14 81,10 0,60 jun/14 98,4 -0,01
ago/14 80,70 -0,40 jul/14 98,4 0,00set/14 81,10 0,40 ago/14 98,7 0,00out/14 80,60 -0,50 set/14 98,8 0,00
Variação out-out
-1,6 Variação out-out
-3,83%
Font
e: B
C /
INEP
AD
Font
e: B
C /
INEP
AD
bancodedadosinepad
62 financeiro fevereiro/março 2015
Anfavea
Rendimento
Produção -Automóveis de Passageiros, Mistos, Veículos Comerciais, Leves e Pesados (em unidades)
Taxa de Desemprego (%)
Rendimento Médio Real Habitualmente Recebido (R$)
DATA Brasil Var. p.p. SP Var. p.p.
nov/13 4,60% -0,6 4,7% -0,900dez/13 4,30% -0,3 4,4% -0,300jan/14 4,80% 0,5 5,0% 0,600fev/14 5,10% 0,3 5,50% 0,500mar/14 5,0% -0,1 5,70% 0,200abr/14 4,90% -0,1 5,20% -0,500mai/14 4,90% 0,0 5,10% -0,100jun/14 4,80% -0,1 5,10% 0,000jul/14 4,90% 0,1 4,90% -0,200
ago/14 5,00% 0,1 5,10% 0,200set/14 4,90% -0,1 4,50% -0,600out/14 4,70% -0,2 4,40% -0,1nov/14 4,80% 0,1 4,70% 0,3
DATA Brasil Var. p.p. SP Var. p.p.
nov/13 1,9 0,00% 3,4 -2,86%dez/13 1,9 0,00% 3,4 0,00%jan/14 1,9 0,00% 3,5 2,94%fev/14 2,0 5,26% 3,6 2,86%mar/14 2,1 5,00% 4,0 11,11%abr/14 2,1 0,00% 3,9 -2,50%mai/14 2,0 -4,76% 3,7 -5,13%jun/14 1,8 -10,00% 3,3 -10,81%jul/14 1,8 0,00% 3,1 -6,06%
ago/14 1,8 0,00% 3,2 3,23%set/14 1,9 5,56% 3,3 3,12%out/14 1,9 0,00% 3,6 9,09%nov/14 2,1 10,53% 3,9 8,33%
Data Produção Média Trim. Var. MensalVar. Mensal
(%)
nov/13 293.189 312.684 -29.325 -9,1%dez/13 230.892 282.198 -62.297 -21,2%jan/14 237.186 253.756 6.294 2,7%fev/14 281.452 249.843 44.266 18,7%mar/14 271.217 263.285 -10.235 -3,6%abr/14 277.091 276.587 5.874 2,2%mai/14 281.355 276.554 4.264 1,5%jun/14 215.934 258.127 -65.421 -23,3%jul/14 252.635 249.975 36.701 17,0%
ago/14 264.608 244.392 11.973 4,7%set/14 300.806 272.683 36.198 13,7%out/14 293.328 286.247 -7.478 -2,5%nov/14 264.830 286.321 -28.498 -9,7%
Variação nov-nov
-9,67%
63fevereiro/março 2015 financeiro
Exportação de Autoveículos montados (em unidades)
Licenciamento de Automóveis Nacionais e Importados - (em unidades)
Data Exportações Média Trim. Var. MensalVar. Mensal
(%)
set/13 45.441 54.536 -18.630 -29,08%out/13 51.819 53.777 6.378 14,04%nov/13 45.234 47.498 -6.585 -12,71%dez/13 43.298 46.784 -1.936 -4,28%jan/14 22.797 37.110 -20.501 -47,35%fev/14 28.844 31.646 6.047 26,53%mar/14 23.408 25.016 -5.436 -18,85%abr/14 35.637 29.296 12.229 52,24%mai/14 35.194 31.413 -443 -1,24%jun/14 24.425 31.752 -10.769 -30,60%jul/14 34.235 31.285 9.810 40,16%
ago/14 31.668 30.109 -2.567 -7,50%set/14 26.724 30.876 -4.944 -15,61%
Variação set-set
-41,19%
Data Total 1000cc% no Total
+1000cc a 2000cc
% no total
+2000cc% no total
nov/13 223.748 88.745 39,7% 133.291 59,6% 1.712 0,77%dez/13 259.211 101.512 39,2% 155.889 60,1% 1.810 0,70%jan/14 228.670 86.481 37,8% 140.452 61,4% 1.737 0,76%fev/14 183.235 67.317 36,7% 114.515 62,5% 1.403 0,77%mar/14 171.359 68.926 40,2% 101.211 59,1% 1.222 0,71%abr/14 211.225 85.545 40,5% 123.830 58,6% 1.850 0,88%mai/14 207.688 80.139 38,6% 126.019 60,7% 1.530 0,74%jun/14 188.157 75.444 40,1% 111.407 59,2% 1.306 0,69%jul/14 208.642 84.956 40,7% 122.416 58,7% 1.270 0,61%
ago/14 193.767 75.615 39,0% 116.818 60,3% 1.334 0,69%set/14 210.285 84.646 40,3% 124.363 59,1% 1.276 0,61%out/14 217.178 91.192 42,0% 124.597 57,4% 1.389 0,64%nov/14 211.006 85.964 40,7% 123.824 58,68% 1.218 0,58%
Font
e: A
nfav
ea /
INEP
AD
Font
e: A
nfav
ea /
INEP
AD
Macro
bancodedadosinepad
64 financeiro fevereiro/março 2015
Há 4 semanas Há 1 semana 07/11/2014 Há 4 semanas Há 1 semana 02/01/2015
IPCA (%) 6,38 6,38 6,39 6,50 6,53 6,56 IGP-DI (%) 4,06 3,96 3,96 5,70 5,67 5,67 IGP-M (%) 3,72 3,76 - 5,64 5,71 5,62
IPC-Fipe (%) 5,46 5,44 5,47 5,50 5,23 5,20 Taxa de câmbio - fim de período (R$/US$) 2,55 2,65 - 2,70 2,80 2,80
Taxa de câmbio - média do período (R$/US$) 2,35 2,36 - 2,60 2,71 2,71 Meta Taxa Selic - fim de período (% a.a.) - - - 12,50 12,50 12,50
Meta Taxa Selic - média do período (% a.a.) - - - 12,38 12,47 12,47 Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB) 36,00 35,80 35,90 36,35 37,00 37,30
PIB (% do crescimento) 0,18 0,14 0,15 0,73 0,55 0,50 Produção Industrial (% do crescimento) 2,50 -2,49 -2,49 1,23 1,02 1,04
Conta Corrente (US$ Bilhões) 84,23 -86,10 -86,10 -76,55 -77,79 -77,00 Balança Comercial (US$ Bilhões) - -2,00 -2,00 6,31 5,00 5,00
Invest. Estrangeiro Direto (US$ Bilhões) 60,00 60,00 60,00 58,00 60,00 60,00
Preços Administrados (%) 5,30 5,50 5,50 7,20 7,80 7,85
Previsões Econômicas20152014Mediana - Agregado
Fonte: BACEN - Focus: Relatório de Mercado
65fevereiro/março 2015 financeiro
artigopalavrafinal
o ano de 2015 começou com indicadores econômicos debi-
litados, incertezas de mercado, volatilidade e aversão ao
risco, tanto no contexto internacional quanto na econo-
mia brasileira. Os desafios são amplos criando maior dificuldade
para a gestão de empresas, bancos, financeiras, famílias e gover-
nos (Federal, Estadual e Municipal). Será necessário que todos os
setores da economia realizem uma gestão objetiva, pragmática
e assertiva, para que haja uma travessia “menos onerosa” nesta
fase de baixo crescimento econômico brasileiro.
Se tudo der certo, com a sinalização efetiva do ajuste fiscal e a
implementação de medidas na direção de resgate de credibilida-
de e gradual atratividade ao investimento privado, poderá ocorrer
um início de recuperação, mesmo que tênue, no segundo semes-
tre de 2015. Assim, também poderá haver expectativa de cres-
cimento econômico mais significativo em 2016. Contudo, essas
hipóteses de resgate macroeconômico são incertas e vulneráveis
ao contexto político, social e econômico local, e sofrerão contágio
do ambiente internacional.
No panorama internacional o destaque positivo é a crescen-
te recuperação da economia norte-americana. Os dois últimos
trimestres de 2014 devem confirmar a maior taxa de aceleração
desde 2009. A ampliação da produção do óleo de xisto, mais a re-
cuperação do mercado de trabalho estão entre os fatores dessa
trajetória favorável. O forte recuo do preço do petróleo de mais 50%
desde julho de 2014 reduziu o preço interno do combustível e am-
pliou a renda das famílias disponível para consumo. Assim, estima-
-se que o PIB norte-americano tenha crescido 2,4 % em 2014 e
amplie sua expansão para 2,8% ou mais em 2015.
Por outro lado, o forte barateamento do custo de energia,
associado ao aumento da produtividade, trouxe melhoria na
matriz de produção e redução de custos, com impacto na re-
dução da inflação esperada, que será muito baixa em 2015.
Com inflação baixa e recuperação do emprego com menor con-
sistência qualitativa, o FED não deve aumentar juros antes do
segundo semestre de 2015.
Por sua vez, a valorização do dólar perante outras moedas,
apesar de ter relação com a melhora dos fundamentos da econo-
Art
igo
envi
ado
em 2
0/1/
2015
eCoNoMia fRaCa afeta eMPRego e requer estratégia empresarial
mia norte-americana, também tem base na aversão ao risco no
cenário global, de baixa indução ao crescimento.
É o caso da China, que tenta acomodar a redução do ritmo do
crescimento econômico para que este não desacelere rapidamen-
te. Na Zona do Euro há ainda baixo espectro de recuperação do
crescimento e crescente risco de deflação, que estimula o BCE a
buscar políticas de afrouxamento de liquidez. Há também riscos
políticos oriundos da eleição geral na Grécia, que poderá questio-
nar o rigoroso modelo de ajuste fiscal implementado na região do
euro desde a crise de 2008.
Portanto, o cenário global traz volatilidade nas moedas, em es-
pecial às de países emergentes, e aversão ao risco; mas ainda há
tempo para que países como o Brasil resgatem seus fundamentos
econômicos e aumentem a atratividade, antes que o ciclo de aper-
to dos juros norte-americanos chegue para desintermediar o fluxo
financeiro para a economia local.
No Brasil, o ambiente é de ajuste econômico, que entre ou-
tros aspectos, já atinge as “pedras intocadas” até recentemen-
te – o emprego e a renda. Busca-se minimamente recuperar as
finanças públicas (“ajuste fiscal”) para recuperar credibilidade na
política econômica e evitar um rebaixamento da nota de crédito
da dívida soberana brasileira, que, se ocorrer, poderá dificultar
mais o equilíbrio das contas externas e atração de capital para
financiar uma desejada “segunda etapa econômica” de ampliação
do investimento privado, em larga escala, para obter crescimento
econômico consistente.
O cenário econômico brasileiro é de recuperação lenta e ain-
da custosa no curto prazo, que é essencialmente de “ajuste” para
governo, empresas e famílias. Ou seja, poderemos ter ainda baixo
crescimento ou desempenho ligeiramente negativo no primeiro se-
mestre de 2015, para, só a partir do segundo semestre ou de 2016,
ter uma retomada mais consistente do crescimento econômico.
Nesse meio tempo, empresas e famílias deverão priorizar uma
gestão calcada em aspectos de liquidez e “fôlego financeiro”, en-
quanto buscam rever seus planos e metas em geral. Entre as es-
tratégias centrais, três focos principais devem estar em pauta para
uma “gestão de excelência”:
1) focar no equilíbrio financeiro e na estabilidade patrimonial; 2) promover, por todos os meios, a inovação e a produtividade; 3) priorizar o cliente e a transparência. f { }
Por Nicola Tingas:economista-chefe
da Acrefi
66 financeiro fevereiro/março 2015
ELA QUER UMA MOTO PARA CRUZAR FRONTEIRAS E ELE
QUER FINANCIAR SEMCRUZAR OS DEDOS.
Rafael financiou sua moto e pegou a estrada com a Claudia, graças à rápida aprovação de crédito cedido pelo seu banco. O que o Rafael não sabe é que o trabalho em parceria entre a instituição financeira e a Cetip agilizou a liberação do financiamento, facilitando sua vida.
Para conhecer esta e outras histórias, acesse o site: www.cetip.com.br/financiamentos
CETIP_13-1_207X275_ANUNCIO.indd 1 15/01/15 10:52
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