revista edição 22
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A Revista de negócios da BahiaTRANSCRIPT
Presidente do grupo CCRfala sobre o metrô de Salvador
Prefeituras do interior se destacampor incentivar o empreendedorismo
Edição 22Ano IVJul/Ago 2014
ENTREVISTA PREMIAÇÃO
4 Primeira Página
Caro Leitor,
Todos os meses de junho a Bahia comemora o aniversário do Polo Industrial de Camaçari, maior complexo industrial in-tegrado do Hemisfério Sul. Mas este ano a comemoração foi ainda mais especial. Além de celebrar 36 anos de existência, o complexo industrial celebra o centenário de um dos seus ide-alizadores: Rômulo Almeida. Por isso, nesta edição a Primeira Página homenageia o grande economista com uma reportagem especial sobre sua vida e seu legado.
Por falar em legado, uma das “heranças” da Copa para Salvador é o metrô, que finalmente entrou nos trilhos e começou a an-dar. Antes de a bola rolar, em junho, nossa equipe entrevistou o presidente do Grupo CCR (responsável pela operação do me-trô na cidade), Harald Zwetkoff, que falou sobre as perspecti-vas desse modal de transporte na capital baiana.
Esta edição traz também uma matéria sobre iniciativas de pre-feitos baianos para incentivar o empreendedorismo. Um dos projetos, inclusive, venceu a etapa nacional do prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor. Não deixe de ler.
O segmento de Recursos Humanos está contemplado em nos-sas páginas com uma reportagem especial sobre os desafios do RH nos próximos anos. A matéria traz o resultado surpre-endente de uma pesquisa global realizada com lideranças do setor. Será que você enfrenta os mesmos problemas desses executivos?
Não deixe de ler também nossa matéria sobre a construção ci-vil baiana, que anda mal das pernas. A reportagem conversou com especialistas e constatou que o clima é de pessimismo no mercado.
A edição 22 da Primeira Página traz ainda matérias sobre mer-cado financeiro, negócios, tecnologia da informação, legisla-ção, saúde, segurança e muito mais para você estar sempre bem informado.
Boa leitura!
EDITORIAL
Marivaldo Teixeira Diretor
Solidez, Confiança,
Responsabilidadee Parceria.
Grande por suas obras,
em suas parcerias.MAIOR
www.niplan.com.br
Há 24 anos, a Niplan desenvolve atividades de construções e montagens para todos os segmentos industriais.
Com mais de 7 mil colaboradores em todo o Brasil, a Niplan conta com os mais rígidos padrões de qualidade e segurança em seus processos, com grande agilidade e capacidade de mobilização de mão de obra.
6 Primeira Página
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Municípios baianos são reconhecidos por ações empreendedoras
Rômulo Almeida:Centenário do idealizador do Polo de Camaçari
Entrevista: HaraldZwetkoff fala sobre ometrô de Salvador
SUMÁRIO
Pesquisa mostra tendências edesafios para osetor de RH
4238 Construção civil passa por momento de desaceleraçãona Bahia
De olho no Nordeste, Inteligência deNegócios abre filial em Salvador
2220 Confiança dosbrasileiros nosbancos está acimada média global
32 Indústria gráfica liga sinal de alerta e recua 11% nos últimos dois anos
Operadoras deplanos de saúde comemoram cresci-mento acelerado
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7Primeira Página
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EXPEDIENTE
Revista bimestral, com distribuição dirigida aos meios empresarial e industrial
do estado da Bahia e de Sergipe.
Ano IV, Nº 22 | ju lho / agosto | 2014
DIRETORMarivaldo TeixeiraDEPTO. JURÍDICO
Marcos Antônio da C. PintoGERENTE FINANCEIRASonia Mª. Cunha Teixeira GERENTE COMERCIAL
Viviane TeixeiraGERENTE DE MARKETING
Eliza TeixeiraGERENTE ADMINISTRATIVA
Soraya Teixeira Pinto JORNALISTA RESPONSÁVELJan Penalva (DRT/BA 3672)
REPÓRTERAlexandre Takei (DRT/BA2955)
PROJETO GRÁFICOGanesh BrandingDIAGRAMAÇÃO
Renato SouzaREVISÃO DE TEXTOS
Rita CanárioREVISÃO GERAL
Solon Cruz (DRT/BA 393)IMAGEM CAPA
Instituto Rômulo Almeida de Altos EstudosDEPTO. DE CIRCULAÇÃOJean Fabian Alves Silva
WEB DESIGNERAntonio Carlos da S. Sales
IMPRESSÃOJacográfica Serv. Gráficos Ltda.
CNPJ: 34.248.187/0001-69
A Revista Primeira Página é uma publicação bimestral, de propriedade daJacográfica Serviços Gráficos Ltda. Conceitos e opiniões emitidos em artigos
assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores.
Próxima edição: outubro 2014Para receber gratuitamente a revista Primeira Página, envie e-mail com o seu
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R E C O N H E C I M E N T O
10 Primeira Página
BRASIL | CURTAS ONLINE
Terceirização em altaA contratação de serviços tercei-
rizados na indústria brasileira
se tornou um elo da estrutura
produtiva e fator determinante
para a competitividade do setor.
Pesquisa da Confederação Nacio-
nal da Indústria (CNI) mostra que
69,7% das empresas industriais
– de transformação, extrativas
e de construção civil – utilizam
serviços terceirizados e 84%
das companhias que terceirizam
pretendem manter ou ampliar a
utilização do recurso nos próxi-
mos anos.
Crise persistente na indústriaO faturamento real da indústria caiu 5,7% e as horas trabalhadas na produção tiveram queda de 3% em junho na comparação com maio, na série livre de influências sazonais. "Os resultados de junho apontam a quarta queda consecutiva da atividade industrial, com intensificação do movimento de baixa", informam os indicadores industriais, divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No mesmo período e na mesma base de comparação, o emprego diminuiu 0,5% e a massa salarial real teve queda de 0,8%.
Mais importaçãoNos primeiros seis meses do ano
(janeiro a junho), as importações
de vestuário apresentaram
aumento de 6,03%, em valor,
comparativamente com o mesmo
período de 2013. Em volume, o
aumento de roupas importadas
de janeiro a maio foi de 1,87%,
segundo dados do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior. Já as
importações totais de têxteis e
confeccionados, entre janeiro e
junho deste ano, cresceram 2,2%
em valor, saltando de US$ 3,3
bilhões para R$ 3,4 bilhões.
Varejo no setor tem dados conflitantesEm maio, o volume de vendas de produtos têxteis e de vestuário teve
aumento de 1,9% e a Receita Nominal cresceu 7%, se comparado ao
mesmo período. Já no acumulado do ano (janeiro-maio), o volume
de vendas no setor caiu 0,4% e a Receita Nominal aumentou 4,7%,
quando comparado a janeiro-maio de 2013. No comparativo entre
maio de 2014 e abril de 2014, o volume de vendas cresceu 0,48% e a
Receita Nominal apresentou crescimento de 0,76%.
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ardo
zoSegmento de vestuário em criseDe janeiro a maio deste ano, a
produção brasileira do segmento
de vestuário teve queda de 0,8%
em relação ao mesmo período de
2013, segundo dados do IBGE.
No segmento têxtil também
houve uma queda de 6,3% no
acumulado do ano. No mês de
maio, a produção brasileira do
setor têxtil cresceu 1,3% e a do
segmento de vestuário manteve-
-se inalterada em relação ao
mês anterior (abril de 2014). Se
comparadas as produções de
maio de 2014 e maio de 2013, a
produção física da indústria do
vestuário teve queda de 3,4% e a
do segmento têxtil, de 4,2%.
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ENTREVISTA
Diretor-presidente da CCR Bahia fala sobre inauguração do metrô de Salvador
Demorou, mas finalmente, no dia 11 de junho, foi inaugurado o primeiro trecho da Linha 1 do metrô de Salvador, após consecutivos atrasos que viraram motivo de chacota para a popula-ção soteropolitana. Para efeito de comparação, enquanto a capital baiana levou 14 anos para inaugurar um percurso de 7,3 km com tecnologia do século 21, em 1869 os norte-americanos concluíram uma empreitada muito mais ambiciosa, a Primeira Ferrovia Transcontinental, levando apenas a metade desse tempo para inaugurar um trecho de 3.069 km que separa os oceanos Atlântico e Pacífico.
O metrô de Salvador iniciará sua operação comercial em setembro deste ano
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13Primeira Página
Em abril de 2013, o Governo da
Bahia chegou a um acordo com a
Prefeitura Municipal de Salvador
e assumiu a gestão do metrô, que
através de uma licitação foi trans-
ferida à concessionária CCR Metrô
Bahia, do Grupo CCR. Em entre-
vista exclusiva à revista Primeira
Página, o diretor-presidente da
companhia, Harald Zwetkoff, fala
sobre a inauguração do primeiro
trecho da Linha 1 e as perspecti-
vas para o metrô de Salvador.
Primeira Página: Com o novo contrato de licitação, foram delimitados prazos para a entrega de uma obra conhecida por se arras-tar ao longo dos últimos 14 anos. A Linha 2, que liga Salvador a Lauro de Freitas, será concluída em 2017, conforme o previsto? Que garantias podem ser dadas à população?
Harald Zwetkoff: Assumimos o
compromisso de entregar a Linha 2
em 2017, até a estação Aeroporto,
completando as 19 estações pre-
vistas no contrato de concessão. O
contrato possui cláusulas que pre-
veem multas, caso os prazos esta-
belecidos não sejam cumpridos.
PP: Como a CCR pretende lidar com uma possível cri-se de credibilidade da po-pulação no que diz respeito ao cumprimento dos pra-zos acordados na licitação?
HZ: A entrega do primeiro trecho,
inaugurado no dia 11 de junho
pela presidente Dilma Rousseff,
que vai da Estação Lapa à Esta-
ção Acesso Norte, e a inauguração
da Estação Retiro, prevista para o
fim do mês de junho, ambas nos
respectivos prazos previstos, de-
monstra o compromisso da CCR
Metrô Bahia com a população de
Salvador. Acreditamos que nos-
so esforço será reconhecido. Em
janeiro de 2015, vamos entregar
mais outro trecho, completando a
Linha 1, que sai da Estação Lapa
e chega à Estação Pirajá. Em ou-
tubro de 2015, irá funcionar o pri-
meiro trecho da Linha 2, da Esta-
ção Acesso Norte até a Rodoviária,
passando pela Estação Detran.
PP: A CCR Metrô Bahia foi o único consórcio a entre-gar uma proposta na licita-ção do Metrô de Salvador. O que os leva a crer que este será um negócio lucrativo?HZ: O grupo CCR tem 15 anos de
experiência em concessões de di-
Em outubro de 2015, irá funcionar o primeiro trecho da Linha 2, da
Estação Acesso Norte até a Rodoviária,
passando pela Estação Detran
Central de Comando e Controle do Metrô de Salvador
Harald Zwetkoff, diretor-presidente da CCR Bahia
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ferentes modais de transporte no
Brasil. A proposta foi feita com
base em estudos que demonstra-
ram a viabilidade financeira e se-
gurança jurídica.
PP: No período de junho a setembro, o metrô de Sal-vador funcionará gratuita-mente e em caráter experi-mental, antes de começar a operar comercialmente. O que será avaliado durante o período de testes?HZ: A operação assistida não deve
ser vista apenas como um período
de testes. É uma fase que antece-
de a operação comercial e que tem
o objetivo de familiarizar a popu-
lação com o transporte. Também
faremos ajustes finos nos trens,
nos sistemas de comunicação e
sinalização, nos procedimentos de
segurança e operação, a fim de oti-
mizar os serviços.
PP: De que modo a con-cessionária pode garantir a segurança das operações numa fase de caráter expe-rimental como essa?HZ: Todos os testes que garantem
a segurança da operação já foram
realizados. Fizemos testes de ca-
libragem, frenagem, aceleração e
todos os demais necessários para
garantir a segurança e o bem-estar
dos passageiros. Foram utilizados
sacos de areia para simular o peso
equivalente a dez passageiros por
metro quadrado, carga muito além
do uso real. O passageiro pode em-
barcar tranquilo, pois, na verdade,
esta é uma fase de adaptação do
usuário ao metrô.
PP: E quando começa a ope-ração comercial da Linha 1?HZ: A operação comercial será ini-
ciada no dia 15 de setembro, de 5h
à meia-noite, sete dias por sema-
na, com a cobrança de tarifa e in-
tegração com terminais de ônibus.
PP: Durante a Copa do Mundo, o metrô transpor-tou os torcedores que es-tavam portando ingressos para a Arena Fonte Nova. O senhor espera que isso sir-va de vitrine do serviço de metrô em Salvador?
HZ: Certamente. Mas é impor-
tante esclarecer que nos dias de
jogos o metrô transportou apenas
os passageiros que estavam em
veículos credenciados no site da
Transalvador.
PP: Duas das empresas que compõem o grupo CCR também faziam parte do consórcio que foi acusado pelo TCU de superfatura-mento das obras do metrô de Salvador. Como o se-nhor espera que a opinião pública lide com isso?HZ: A concessionária CCR Metrô
Bahia assumiu a operação do sis-
tema metroviário de Salvador e de
Lauro de Freitas em 15 de outubro
de 2013, por meio de uma Parceria
Público-Privada (PPP) com o Es-
tado da Bahia e a União. A nova
modalidade de contratação desse
empreendimento pelo regime de
PPP torna a CCR responsável pela
execução e operação do metrô. A
CCR escolheu para a construção
O passageiro pode embarcar tranquilo, pois, na verdade, esta é uma fase de adaptação do
usuário ao metrô
Estação Acesso Norte (Rótula do Abacaxi)
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empresas de comprovada experi-
ência e capacidade em obras des-
se porte e presta todas as informa-
ções necessárias, de forma clara e
transparente.
PP: O contrato de licitação prevê a construção de duas linhas de metrô em três anos e sua operação pelos próximos 30. Existe a pos-sibilidade de ampliação desse contrato para a cons-trução de novas linhas na cidade?HZ: Sim. Estão previstos estudos
de viabilidade para extensão da
Linha 1, incluindo Águas Claras/
Cajazeiras, e da Linha 2, até Lauro
de Freitas.
PP: Qual a sua avaliação sobre o impacto das duas linhas de metrô para os gargalos na mobilidade ur-bana em Salvador e Região Metropolitana?HZ: O sistema metroviário é estru-
turante e contribui de forma deci-
siva para a redução dos gargalos
de mobilidade, pois absorve signi-
ficativa parte da demanda por des-
locamentos nas regiões de maior
densidade de tráfego, como a
Avenida Bonocô e região do Igua-
temi. Cada trem pode transportar
1.000 pessoas, o equivalente a 20
ônibus com 50 passageiros ou 500
automóveis com dois passageiros.
Além do ganho em mobilidade, é
importante lembrar que há o ga-
nho ambiental, já que o metrô uti-
liza energia limpa.
PP: A mudança de governo
no final do ano preocupa a CCR? O senhor acha que isso afetará o andamento da construção ou operação do metrô?HZ: O contrato de concessão da
CCR Metrô Bahia é de 30 anos, e
o grande beneficiado é o cidadão
da região metropolitana. Nossos
interlocutores com o Poder Públi-
co, em todos os níveis de gover-
no, têm demonstrado seriedade e
competência no trato dos mais di-
versos assuntos, motivo pelo qual
não acreditamos que eventuais al-
ternâncias de poder, que ocorrerão
ao longo desses 30 anos, possam
afetar a continuidade do empreen-
dimento.
PP: Qual a projeção de flu-xo de passageiros até o fi-nal deste ano?HZ: A adoção de um modal de
transporte diferente é demora-
da. A demanda de metrô tem um
crescimento ao longo do tempo e
acreditamos que no primeiro ano
as pessoas vão aderir aos poucos.
Em 2015, a média aproximada
deve chegar aos 480 mil passa-
geiros por dia; em 2016, a 500 mil
por dia; em 2017, serão 515 mil
passageiros por dia; em 2018, 530
mil passageiros por dia e em 2019,
média aproximada de 550 mil pas-
sageiros por dia.
PP: A CCR fará doação a algum dos candidatos a go-vernador?HZ: Por sermos uma concessio-
nária de serviço público, estamos
impedidos legalmente de fazer
doações a candidatos ou partidos
políticos.
Não acreditamos que eventuais alternâncias
de poder possam afetar a continuidade do empreendimento
A CCR Bahia assumiu a operação do metrô de Salvador em outubro de 2013, por meio de uma Parceria Público-Privada
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16 Primeira Página
PREMIAÇÃO
Municípios baianos se destacam em ações de empreendedorismoA etapa nacional da 8ª edição do prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor, realizada no dia 3 de junho, contou com um ganhador baiano, o município de Guanambi, localizado no centro-sul do estado, a 796 km de Salvador. A cidade, que tem 84 mil habitantes foi uma das 12 vencedoras entre as 123 finalistas de um total de 1.348 prefeituras participantes. O pro-jeto “Cidade Empreendedora” concorreu na categoria Desburocratização e se destacou por ampliar em 55% o número de empresas atuantes no município, desde a sua implantação. “Esta conquista coloca nossa cidade no eixo nacional de discussões sobre políticas públicas e empreendedorismo”, comemora o secretário de Indústria, Comércio e Administração de Guanambi, Fabrício Lopes.
Unidade produtiva do projeto Segunda Água, implantado em Serrinha
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17Primeira Página
Fomento à indústria e aocomércioO projeto implantado em Gua-
nambi, na gestão do prefeito Char-
les Fernandes, abrangeu uma série
de ações interligadas que aque-
ceram tanto o comércio quanto a
indústria no município. Um dos
destaques foi uma iniciativa pio-
neira no Brasil em termos de polí-
ticas municipais: a criação de um
fundo de aval em parceria com o
Banco do Nordeste. A grande ino-
vação do fundo é conceder crédito
sem burocracia a micro e peque-
nas empresas e a microempreen-
dedores individuais da cidade que
não possuem bens para dar como
garantia à tomada de emprésti-
mos na rede bancária. A política
visa movimentar principalmente
o comércio local, responsável por
empregar 83% da mão de obra no
município.
O projeto também conta com um
programa de capacitação para os
candidatos ao crédito, em parceria
com diversas instituições, como
o Sebrae, Senac e Senai, que ca-
pacitaram mais de duas mil pes-
soas no último ano. O objetivo é
fornecer treinamento, qualificação
e orientação sobre os caminhos a
seguir no mercado profissional.
“No final dos cursos, ministramos
uma palestra vocacional com o in-
tuito de ajudar os participantes a
descobrirem se possuem o perfil
de empregados ou de empreen-
dedores. A partir daí, fornecemos
as orientações para a abertura do
negócio ou encaminhamos ao nos-
so Balcão de Empregos”, explica o
secretário.
Além da política de microcrédito,
Guanambi se destacou por medi-
das de estímulo à indústria local,
com destaque para a criação de
dois distritos industriais. As áre-
as foram ocupadas por meio da
doação de terrenos a empreende-
dores locais que preenchessem
os pré-requisitos do Programa de
Desenvolvimento Econômico de
Guanambi. Juntos, os dois distri-
tos possuem uma área de 58 mil
metros quadrados, abrigam 51
indústrias dos mais diversos seg-
mentos e geram cerca de 250 em-
pregos. “Estamos em processo de
implantação de um terceiro distri-
to, com 50 mil metros quadrados.
Com isso, esperamos abrir espaço
para aproximadamente 35 empre-
sas e gerar entre 250 e 300 novos
postos de trabalho”, estima Lopes.
Empreendedorismo emTeixeira de FreitasA etapa baiana do prêmio Prefei-
to Empreendedor também revelou
outros projetos promissores no
interior do estado, que tiveram
a oportunidade de concorrer ao
prêmio nacional. Na edição que
abrangeu o biênio 2013/2014 foram
selecionados 18 projetos finalistas.
Ao final da disputa, foram esco-
lhidos sete vencedores estaduais,
nas categorias Melhor Projeto do
Estado, Lei Geral Implementada,
Compras Governamentais, Desbu-
rocratização, Pequenos Negócios
no Campo, Pequenos Negócios
nos Eventos Esportivos e Novos
Projetos. “Apesar de avaliarmos a
Esta conquista coloca Guanambi no eixo nacional
de discussões sobre políticas públicas e empreendedorismo”,
comemora o secretário Fabrício
Lopes
Secretário da Indústria e Comércio de Guanambi, Fabrício Lopes, recebe o prêmio
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18 Primeira Página
adesão ao prêmio como boa, ela
poderia ser muito melhor, já que
existem 417 municípios no estado
e apenas 58 inscreveram seus pro-
jetos”, avalia Evangelista.
Um exemplo de incentivo aos pe-
quenos e microempreendedores
vem do extremo sul baiano, no
município de Teixeira de Freitas, a
900 km de Salvador. A cidade de
153 mil habitantes sagrou-se ven-
cedora das etapas baiana e regio-
nal na categoria Melhor Projeto,
com a iniciativa “Minha Pequena
Grande Empresa (MPGE)”. O pro-
jeto faz parte do Programa de De-
senvolvimento Econômico firmado
entre a prefeitura e o Sebrae, em
parceria com as faculdades sedia-
das no município. “Somente na
primeira etapa foram atendidos
300 empreendedores de pequeno
porte e individuais, que receberam
consultoria e qualificação em vi-
sitas periódicas realizadas por 30
estudantes universitários, sob a
orientação do Sebrae. A cada vi-
sita, os acadêmicos levantavam as
principais dificuldades dos asses-
sorados e apresentavam soluções”,
explica o prefeito João Bosco.
O objetivo da prefeitura, agora, é
iniciar a segunda fase do projeto,
que deve atender mais 400 pesso-
as com qualificação profissional e
formalização dos negócios. Além
disso, foram postas em prática
na cidade iniciativas como a im-
plantação da Lei Geral das Micro
e Pequenas Empresas e licitações
com certames exclusivos para pe-
quenos e microempreendedores.
“Para nós, esse reconhecimento
representa muito, pois refletiu na
melhoria de vida de 300 empre-
endedores e 30 acadêmicos que
ganharam, ainda na faculdade,
o direito de exercer na prática os
ensinamentos teóricos. Esses me-
ninos e meninas passaram a ser
disputados pelas empresas”, co-
memora Bosco.
Água no semiáridoOutro projeto de destaque na eta-
pa estadual vem de Serrinha, a
173 km de Salvador. O município
fica localizado no semiárido do
nordeste baiano e tem uma popu-
lação de aproximadamente 82 mil
habitantes. O “Programa Segunda
Água”, do prefeito Osni Cardoso,
venceu a etapa baiana na cate-
goria Novos Projetos e tem duas
principais metas: enfrentar a es-
cassez de água na região e auxiliar
os pequenos agricultores locais na
produção de carne, ovos e horta-
liças. “Nosso objetivo é garantir
condições de trabalho e produ-
ção para que o homem do campo
consiga ter uma renda melhor e,
desta forma, se mantenha em seu
lugar de origem, evitando o êxo-
do rural”, explica o secretário de
Agricultura de Serrinha, Renildo
de Miranda.
Apesar de avaliarmos a
adesão ao prêmio como boa, ela
poderia ser muito melhor, já que existem 417
municípios no estado e apenas 58 inscreveram seus projetos, avalia
Evangelista
Evento de entrega do Prêmio Prefeito Empreendedor
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Gerente da Unidade de PolíticasPúblicas e Desenvolvimento Territorial do Sebrae-BA, Roberto Evangelista
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ahia
19Primeira Página
O foco principal da iniciativa é
contemplar os pequenos agricul-
tores da região com a instalação
de cisternas com capacidade de 52
mil litros para a captação de água
da chuva. O programa prevê ain-
da a criação de hortas familiares,
ampliação e escavação de aguadas
– algumas delas comunitárias – e
doação de aves para as famílias lo-
cais iniciarem pequenos negócios
em avicultura. “Além disso, nossa
intenção é criar uma cooperativa
para centralizar e gerir a comercia-
lização dessa produção e construir
dois abatedouros para atender à
demanda de beneficiamento das
aves”, afirma Miranda.
O projeto conta atualmente com
uma unidade experimental na co-
munidade de Saco do Moura, em
Serrinha, mas a ampliação do pro-
grama é garantida: segundo o se-
cretário de Agricultura, a iniciativa
terá um aporte de R$ 30 milhões
do Banco Nacional do Desenvolvi-
mento (BNDES) para a instalação
de mil unidades nos 20 municípios
que compõem o Território do Sisal.
A estimativa é de que a ação aten-
da até três mil famílias da região.
O PrêmioO prêmio Prefeito Empreendedor foi criado pelo Sebrae há 13 anos
e já recebeu mais de sete mil inscrições, tendo reconhecido na-
cionalmente o trabalho de 55 gestores municipais que atuam em
prol do fomento das micro e pequenas empresas. O objetivo da
iniciativa é estimular a inclusão do empreendedorismo na agenda
de políticas públicas dos municípios brasileiros. “Nós buscamos
premiar projetos que reconheçam o papel das micro e pequenas
empresas no desenvolvimento socioeconômico dos municípios e
proporcionem as melhores condições de atuação para elas”, expli-
ca o gerente da Unidade de Políticas Públicas e Desenvolvimento
Territorial do Sebrae-BA, Roberto Evangelista, à Primeira Página.
Edival Passos, superintendente do Sebrae Bahia; João Bosco, prefeito de Teixeira de Freitas; e Maria Quitéria, presidente da União dos Municípios da Bahia
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20 Primeira Página
Confiança nos bancos brasileiros é maior que a média mundial
FINANÇAS
Segundo uma pesquisa realizada pela EY (antiga Ernst & Young) com 32.642 correntistas de 43 países, a confiança dos brasileiros nos bancos cresceu e está acima da média global. Os dados apontam que 47% dos entrevistados no País confiam totalmente em seus prestadores de serviços financeiros, contra 44% da média mundial. A confiança no setor bancário tam-bém aumentou para 38% no Brasil, enquanto no mundo a média foi de 33%. “Apesar de termos vivido momentos de crise nas décadas de 70 e 80, hoje o sistema financeiro brasileiro é extremamente sólido. Uma prova disso é que a crise de 2008 afetou bancos nos Estados Unidos e na Europa, mas não aqui”, argumenta à Primeira Página o presidente da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), Vitor Lopes.
21Primeira Página
A pesquisa mostra outro dado que
reflete a sensação de confiança:
Os clientes brasileiros costumam
recomendar seus bancos para ter-
ceiros com maior frequência do
que pessoas de outros países. Para
51% dos entrevistados no Bra-
sil, é muito provável recomendar
seu prestador de serviços bancá-
rios, enquanto a média global foi
acentuadamente mais baixa, com
40%. O presidente do Desenbahia
aponta alguns aspectos que con-
tribuem para a credibilidade do
sistema bancário brasileiro: “As
instituições financeiras do Brasil
contam com uma tecnologia bem
desenvolvida para os padrões in-
ternacionais e com uma regula-
mentação muito rígida por parte
do Banco Central e outros organis-
mos”, afirma.
Insatisfação com os serviçosO estudo aponta ainda a confian-
ça e a conveniência como crité-
rios fundamentais para a escolha
e manutenção do relacionamento
dos brasileiros com uma institui-
ção financeira. Mas, se por um
lado essa confiança é motivo de
comemoração para os bancos, o
nível de satisfação com a pres-
tação de serviços ainda deixa a
desejar quando o assunto é reso-
lução de problemas. Dos corren-
tistas brasileiros, 43% costumam
reportar problemas que precisam
de solução. Apenas 18% se con-
sideraram “muito satisfeitos” com
as soluções apresentadas e 43% se
consideram insatisfeitos, resultado
que coloca o Brasil como um dos
piores do mundo neste quesito.
Com base nesta performance, o
sócio de serviços financeiros da
EY, Rafael Dan Schur, aponta para
três aspectos que devem ser tra-
balhados pelos bancos, a fim de
melhorar o atendimento no Bra-
sil: tornar as transações bancárias
mais simples e claras; ajudar os
clientes na tomada de decisões fi-
nanceiras; e, ao ocorrer algum pro-
blema, defender sempre o corren-
tista. Este último aspecto, segundo
o especialista, ajuda a ampliar o
laço de confiança entre o cliente
e a instituição bancária. “As pes-
soas querem entender os produtos
com mais facilidade, além de ter
transparência em relação às taxas
cobradas”, explica.
A pesquisa aponta ainda para uma
demanda crescente da população
brasileira por orientação na hora
de gerir seu dinheiro. Entre 31 be-
nefícios avaliados, o que mais des-
perta o interesse dos clientes bra-
sileiros é o acesso a especialistas
financeiros, serviço desejado por
70% dos entrevistados. Para o pre-
sidente da Desenbahia, este dado
pode ser atribuído à ampliação do
acesso às instituições bancárias
no Brasil. “A partir do momento
em que a população tem acesso a
diferentes aplicações, surge o in-
teresse em se informar sobre as
melhores condições de rentabili-
dade e risco. Parte dos bancos já
presta algum tipo de assessoria
financeira, principalmente para
correntistas de maior renda, mas
é importante socializar o serviço”,
defende.
Hoje o sistema financeiro brasileiro é
extremamente sólido. Uma prova disso é que a crise
de 2008 afetou bancos nos Estados
Unidos e na Europa, mas não
aqui
Presidente da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), Vitor Lopes
Foto
: D
ivul
gaçã
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22 Primeira Página
ADMINISTRAÇÃO
Inteligência de Negócios aposta no mercado nordestino e abre filial em SalvadorDe olho no potencial do mercado baiano, a Inteligência de Negócios, empresa especializa-da em projetos de Business Intelligence (BI), inaugurou em meados de março uma filial em Salvador. A nova unidade vem para juntar forças com a já consolidada filial de Recife (PE) e mostra que a companhia decidiu apostar alto no Nordeste. “Nossa estratégia de expansão foi detectar e focar nas regiões com maior potencial, sendo que o Nordeste tem se destacado com um crescimento econômico maior que a média nacional. A ideia é que a filial de Salva-dor atenda o estado da Bahia e o de Sergipe, enquanto Recife abrangerá os demais estados nordestinos”, explica à Primeira Página o gestor de negócios da unidade baiana, Sócrates Katsivalis.
23Primeira Página
Os números da Inteligência de
Negócios no Nordeste apontam
para uma escolha bem pensada:
A unidade de Recife foi responsá-
vel por 16% do faturamento total
da companhia em 2013. Dos 101
novos clientes conquistados pela
empresa no ano passado, 30 foram
prospectados na região. Segundo
o diretor da companhia no Nor-
deste, Ivanildo Buarque, o princi-
pal desafio é fazer com que a filial
baiana siga os passos bem-sucedi-
dos de sua irmã pernambucana e
contribua para manter o fôlego da
expansão regional. “Acreditamos
no potencial do estado para o nos-
so negócio e também ficaremos
mais próximos dos clientes, ofere-
cendo apoio local aos parceiros”,
explica.
Mercado pouco exploradoAlém do desempenho econômico
da região, outra razão que atraiu os
olhares da empresa foi a crescente
demanda do mercado nordestino
por serviços ligados às Tecnolo-
gias da Informação (TI). Segundo
pesquisa divulgada em 2013 pela
consultoria Page Personnel, 42,1%
das companhias da região tendem
a direcionar uma parte relevante
de seus investimentos para o setor.
“As empresas começam a perceber
que para ter vantagem competitiva
é preciso investir em TI de forma
diferenciada. Embora o mercado
baiano já esteja bem desenvolvido
em termos de TI, seu uso é restri-
to ao âmbito operacional e as em-
presas ainda carecem de sistemas
de apoio às tomadas de decisão. É
essa lacuna que queremos preen-
cher”, afirma Katsivalis.
O gestor de negócios da nova
filial destaca as duas principais
razões pelas quais o mercado de
Business Intelligence ainda pode
ser classificado como uma lacu-
na entre as empresas baianas.
A primeira delas é o desconhe-
cimento do conceito de BI por
parte dos clientes em potencial;
já a segunda é a falta de com-
panhias que ofereçam esse tipo
de serviço no estado, o que pode
ser encarado como uma grande
oportunidade. “A Bahia abri-
ga grandes empresas, que cada
vez mais demandarão serviços
especializados em Tecnologia
da Informação. Tenho conversa-
do com muitos clientes em po-
tencial e a maioria não possui
algo sequer parecido com um
software de BI. Nossas ferramen-
tas podem ser aplicadas a qual-
quer tipo de negócio e penso que
em breve colheremos resultados
interessantes”, projeta.
Sobre Business IntelligenceO termo Business Intelligence
pode ser traduzido como Inteli-
gência de Negócios ou Inteligên-
cia Empresarial e diz respeito a
um segmento de TI responsável
pelo processo de coleta de dados,
organização, análise, compartilha-
mento e monitoramento de infor-
mações. O objetivo desse processo
é munir o gestor com as informa-
ções necessárias, de forma organi-
zada e acessível, para auxiliar nas
diversas tomadas de decisão em
uma empresa. “Trata-se de uma
ferramenta que ajuda o gestor a
conhecer melhor seu próprio ne-
gócio, descobrindo muitas vezes
coisas que ele não sabia sobre a
empresa. Costumamos dizer que
a BI monta um enorme banco de
respostas para quando a pergunta
certa for feita”, conta Katsivalis.
As empresas começam a
perceber que para ter vantagem competitiva é
preciso investir em TI de forma
diferenciadaFo
to:
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ção
Gestor de negócios da unidade baiana da Inteligência de Negócios, Sócrates Katsivalis
24 Primeira Página
NEGÓCIOS
Fábrica da Lapp Group inicia operações em CamaçariLíder mundial no mercado fornece-
dor de cabos, fios, acessórios, co-
nectores industriais e tecnologias
de comunicação, o grupo alemão
Lapp Group iniciou em abril as
operações de sua primeira plan-
ta na América do Sul, situada em
Camaçari. A fábrica contou com
investimentos de R$ 50 milhões e
tem previsão de faturar R$ 100 mi-
lhões por ano, além de gerar mais
de 180 empregos diretos. Segundo
o gerente industrial da companhia,
Edson Oliveira, a escolha pela
Bahia foi estratégica. “Os mercados
no Norte e Nordeste do Brasil têm
um grande potencial de crescimen-
to para os nossos produtos e em
Camaçari encontramos um entorno
ideal para a nossa fábrica, já que
todos os fornecedores das matérias-
-primas que precisamos estão por
perto”, afirma à Primeira Página.
O empreendimento fica situado
em uma área de mais de 30 mil
metros quadrados, na Via Parafu-
so, com um total de 10 mil metros
quadrados de área construída. A
fábrica ocupa um espaço de 5 mil
metros quadrados dentro do gal-
pão já erguido, com previsão de
expansão para ocupar o restante
da área. A planta possui capaci-
dade instalada para processar mil
toneladas de cobre e até 1.500 to-
neladas de produto acabado. “Fa-
bricaremos condutores elétricos
de cobre em baixa tensão para os
mais diversos tipos de aplicação.
Nossos produtos atenderão desde
indústrias, construtoras, instala-
doras, empresas de engenharia,
até revendedoras de material elé-
trico e consumidores finais”, ex-
plica Oliveira.
A princípio, a produção da Lapp
no Brasil estará voltada para o
abastecimento do mercado inter-
no, mas, de acordo com o gerente
industrial da empresa, os planos
futuros são de desbravar novos
mercados e exportar para toda a
América Latina. “O País possui
dimensões continentais, o que
certamente favorece um merca-
do dinâmico e crescente. Nós es-
tamos investindo no Brasil para
um projeto de longo prazo, nosso
capital não é especulativo. Vamos
gerar empregos e bons negócios
nos próximos anos”, argumenta.
Operações na fábrica baiana da Lapp Group
Foto
: D
ivul
gaçã
o
25Primeira Página
26 Primeira Página
ARQUITETURA
Arquitetos baianos ganham reconhecimento nacionalO mercado de arquitetura soteropo-
litano está em alta. Os profissionais
locais estão obtendo cada vez mais
reconhecimento nacional, especial-
mente quando se trata de design de
interiores. A análise é do arquite-
to André Figueiredo, sócio da 3A
do Brasil Arquitetura. “Vemos, na
Bahia, um trabalho cada vez mais
cosmopolita, internacional, mas
mantendo as características locais.
Há também um reconhecimento
do arquiteto, de sua importância
para o dia a dia da cidade e das
pessoas”, explica André à Primeira
Página.
A 3A é um exemplo do boom da
arquitetura baiana. A empresa foi
André Figueiredo e Alex Galletti são sócios da 3A do Brasil Arquitetura
criada em 2001, por André e seu
sócio, Alex Galletti, após a parti-
cipação da dupla em um concurso
de um shopping local. “Tínhamos
de criar um espaço para desfiles
de moda no estacionamento do
shopping. Ganhamos o concurso e
nos tornamos sócios. A 3A desen-
volve projetos de interiores, escri-
tórios, residências, lojas, restau-
rantes, corporativos e projetos de
cenografia”, conta André.
O empreendedorismo da dupla
não parou por aí. Dez anos depois,
André e Alex criaram a Alfaiataria
da Madeira. “A Alfaiataria surgiu
da nossa necessidade de ter peças
e móveis feitos sob medida, com
ótima qualidade e prazos. Além
disso, os clientes podem comprar
peças que foram supervisionadas
pelos próprios arquitetos, o que as-
segura a qualidade da obra”, diz. A
empresa também produz peças sob
encomenda para outros arquitetos.
Em 2013, a dupla decidiu unir em
um único espaço os trabalhos da
Alfaiataria e da 3A, criando o Em-
pório F&G. O espaço tem demons-
trações dos serviços de arquitetura,
mobiliário, decoração e showroom
de designers nacionais. “Consegui-
mos reunir em um mesmo lugar
tudo o que o cliente precisa e espe-
ra encontrar, oferecendo-lhe aten-
dimento integral e personalizado”,
comemora André.
27Primeira Página
INDÚSTRIA
Paradas de manutenção devem ser planejadas por especialistasPeriodicamente as indústrias pas-
sam por um momento crucial que
interrompe a rotina da compa-
nhia. São as chamadas paradas
de manutenção. “Essas paradas
correspondem ao evento de inter-
rupção da produção em indústrias
de processo contínuo, para reali-
zação de atividades de manuten-
ção e inspeção em equipamentos
e instalações”, explica o diretor da
Qualidados (empresa especializa-
da no planejamento das paradas
de manutenção), Luiz Henrique
Costa.
De acordo com o gestor, uma pa-
rada de manutenção possui todas
as características de um projeto
pelo fato de ser um evento único
(sempre ocorrem variações de es-
copo nas diversas paradas), com
um período de execução bem de-
finido (datas de início e término).
“Contudo, trata-se de um projeto
especial, em que o planejamento
e a preparação representam 90%
do tempo do ciclo de vida da pa-
rada e a execução apenas 10%”,
explica.
Os desafios para realizar a ma-
nutenção são grandes, tais como
a significativa quantidade de re-
cursos humanos envolvidos, as
diversas atividades simultâneas e
a presença de pessoas de fora da
indústria. Desta maneira, torna-
-se potencializado o risco de aci-
dentes, interferências e desvios
nas atividades. A combinação de
todas as práticas, técnicas e ferra-
mentas das áreas de conhecimen-
to da gestão de projetos (prazo,
custos, qualidade, escopo, inte-
gração, RH, aquisições, comuni-
cação, riscos e SMS) garantirão o
alcance dos resultados desejados.
A contratação de uma empresa
especializada em gestão de para-
das de manutenção, que diferen-
temente da indústria possui como
atividade-fim esse tipo de serviço,
permitirá a utilização de práticas
atualizadas e testadas de gestão
de projetos aplicadas às paradas,
podendo agregar valor associado
ao conhecimento e às experiências
adquiridas na execução da referi-
da atividade em diversos tipos de
indústria, com a utilização de fer-
ramentas e sistemas específicos.
28 Primeira Página
Indústria baiana comemora o centenário de Rômulo AlmeidaO aniversário do Polo de Camaçari ganha um brilho especial neste ano. Além de comemorar 36 anos de existência, o complexo industrial celebra o centenário de um dos seus idealiza-dores: Rômulo Almeida. O economista também foi responsável pela concepção do Porto e Centro Industrial de Aratu e seu legado é reconhecido como um marco inicial da indústria baiana. “Sua contribuição foi decisiva para a implantação do Polo de Camaçari, que hoje é o maior Complexo Industrial Integrado do Hemisfério Sul. Se um empreendimento de tal porte, que chegou a ser visto como utopia, se concretizou, foi graças ao espírito visionário e empre-endedor de Rômulo Almeida”, afirma o superintendente de Desenvolvimento e Comunicação do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), Érico Oliveira.
O economista Rômulo Almeida é considerado o idealizador do Polo de Camaçari
ESPECIAL POLOFo
to:
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ulga
ção-
IRA
E
29Primeira Página
Já para o secretário da Indústria,
Comércio e Mineração do Estado
da Bahia, James Correia, Rômulo
Almeida enxergou que o poten-
cial do estado para a indústria
petroquímica poderia representar
o pontapé inicial para uma indus-
trialização mais ampla e diversifi-
cada. “Ele defendia a estruturação
de cadeias produtivas e sabia que
a Bahia, que era a grande produto-
ra do petróleo brasileiro na época,
ganharia muito com o aproveita-
mento interno disso. O maior le-
gado de Rômulo foi “inventar” um
futuro desafiador para a indus-
trialização da Bahia, rompendo o
determinismo das chamadas vo-
cações naturais do estado”, afirma
Correia à Primeira Página.
No ano de seu centenário,
Rômulo Almeida também pode dar
nome ao Polo Industrial de Cama-
çari. Com o intuito de reconhecer
o legado do economista baiano, o
deputado estadual Álvaro Gomes
(PC do B) elaborou o Projeto de
Lei 19.697/2012, que visa batizar
o complexo como Polo Industrial
Rômulo Almeida. “A proposta está
sendo tramitada na Assembleia Le-
gislativa e esperamos ter alguma
notícia favorável até o dia 18 de
agosto, que é a data exata do cen-
tenário. Seria um justo reconheci-
mento a uma pessoa que fez tanto,
e não só pela Bahia, mas também
pelo Nordeste e pelo Brasil”, de-
fende o sobrinho de Rômulo e co-
ordenador das homenagens relati-
vas ao centenário, Flávio Almeida.
Instituto lança novas açõesPara as celebrações, o Instituto
Rômulo Almeida de Altos Estudos
(IRAE) deu início a uma marato-
na de eventos que incluiu home-
nagens de diversas instituições
como a UFBA, a Superintendência
do Desenvolvimento do Nordes-
te (Sudene) e a Superintendência
de Estudos Econômicos e Sociais
da Bahia (SEI). O instituto tam-
bém promove até setembro uma
série de palestras e seminários
em nove cidades baianas. “Além
de apresentar o legado de uma
grande personalidade baiana, nos-
so objetivo é sensibilizar tanto
empresários quanto estudantes e
economistas sobre a importância
da elaboração de novos projetos e
iniciativas empreendedoras”, afir-
ma o coordenador do centenário.
O fomento ao espírito empreen-
dedor será feito através do lan-
çamento de duas ações. Uma
delas é o Concurso Público de
Monografia RA + 100, voltado
para estudantes do ensino médio
e do nível superior, com o obje-
tivo de produzir trabalhos sobre
a influência de Rômulo Almeida
no desenvolvimento da Bahia, do
Nordeste e do Brasil. A outra é o
O maior legado de Rômulo foi
inventar um futuro desafiador para a
industrialização da Bahia, rompendo o determinismo das
chamadas vocações naturais do estado
Secretário da Indústria, Comércio e Mineração do Estado da Bahia, James Correia
Foto
: D
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o-IR
AE
30 Primeira Página
Prêmio Rômulo Almeida de De-
senvolvimento do Nordeste, que
visa estimular o estudo e a pesqui-
sa de caráter econômico aplicada
ao desenvolvimento de micro,
pequenas e médias empresas do
Nordeste.
Planejando o Brasil e a BahiaNascido em Salvador, no dia 18 de
agosto de 1914, Rômulo Barretto
Almeida formou-se bacharel pela
Faculdade de Direito da Bahia em
1933. No final da década de 1940,
começou a atuar na assessoria
econômica da Confederação Na-
cional da Indústria (CNI). Entre
1951 e 1954, foi assessor econô-
mico do então presidente Getúlio
Vargas, época em que contribuiu
para a criação da Petrobras e dos
planos que dariam origem à Ele-
trobras e ao Banco do Nordeste do
Brasil (BNB), do qual também foi
o primeiro presidente. “Desde essa
época, estava claro que um dos
seus objetivos era descentralizar
os investimentos do eixo Sul-Su-
deste, daí surgir a ideia de implan-
tar um banco de desenvolvimento
específico para atender ao Nordes-
te”, explica Flávio Almeida.
Em 1954 retornou à Bahia, onde
foi eleito deputado federal e, em
seguida, secretário estadual da Fa-
zenda, entre 1955 e 1957, período
em que criou e presidiu a Comis-
são de Planejamento Econômico
(CPE). O órgão rendeu bons re-
sultados e ao longo das décadas
seguintes passou por diversas
reformas até a fusão com o Cen-
tro de Estatísticas e Informações
(CEI), que deu origem à Supe-
rintendência de Estudos Econô-
micos e Sociais da Bahia (SEI).
Rômulo Almeida também teve
participação ativa no processo
de criação da Superintendência
de Desenvolvimento do Nordeste
(Sudene) e elaborou o projeto da
Companhia de Energia Elétrica
da Bahia (Coelba).
Segundo seu sobrinho, durante a
ditadura militar, Rômulo Almeida
As então recentes descobertas de
petróleo no estado favoreceram
naturalmente a implantação de um complexo petroquímico
O Polo responde por 90% da arrecadação tributária de Camaçari, 20% do PIB baiano e 30% das exportações do estado
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Foto
: D
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31Primeira Página
foi um grande articulador contra o
regime e, mesmo assim, conseguiu
manter boas relações com alguns
militares, como o ex-presidente
Ernesto Geisel. Na época, à fren-
te da empresa Clan Consultoria
e Planejamento, liderou projetos
para o desenvolvimento da Bahia
e do Nordeste, dentre os quais se
destacou justamente o Polo. “Um
dos argumentos utilizados por ele,
para convencer os militares, foi a
necessidade estratégica de descen-
tralizar o capital industrial brasi-
leiro e, assim, garantir sua prote-
ção. Além disso, as então recentes
descobertas de petróleo no estado
favoreceram naturalmente a im-
plantação de um complexo petro-
químico”, afirma.
Em 1985, Rômulo Almeida assu-
miu a diretoria do Banco Nacional
do Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES), cargo que ocu-
pou até a sua morte, em 1988, na
cidade de Belo Horizonte.
O Polo hojeO Polo Industrial de Camaçari
abriga 90 empresas de variados
segmentos, tem um ativo total de
US$ 16 bilhões e perspectiva de
mais US$ 6,5 bilhões em investi-
mentos até 2015. Com um fatura-
mento da ordem de US$ 15 bilhões
ao ano, o complexo é responsável
por 90% da arrecadação tributária
de Camaçari, 20% do PIB baiano
e 30% das exportações do estado,
além de render R$ 1 bilhão por
ano em contribuição de ICMS para
a Bahia. “Trata-se de um empreen-
dimento dinâmico e competitivo,
que responde por mais de 45 mil
empregos diretos e indiretos e se
diferencia pela excelência empre-
sarial e elevada atratividade para
novos investimentos”, afirma o
superintendente de Desenvolvi-
mento e Comunicação do Cofic.
Entre os novos investimentos no
Polo Industrial de Camaçari desta-
ca-se a construção do Polo Acríli-
co da Basf, com investimentos de
aproximadamente R$ 1,5 bilhão
Hoje, o Polo experimenta um
novo ciclo de expansão, com a atração de novos empreendimentos,
adensamento das cadeias
já existentes e complementação
de lacunas na indústria petroquímica
em três novas plantas que produ-
zirão em escala global. O empre-
endimento já atraiu empresas que
utilizam os polímeros produzidos
pela Basf, como a Kimberly-Clark,
que produz fraldas descartáveis
e produtos de higiene pessoal.
“Hoje, o Polo Industrial de Cama-
çari experimenta um novo ciclo de
expansão, com a atração de novos
empreendimentos, adensamento
das cadeias já existentes e comple-
mentação de lacunas na indústria
petroquímica”, avalia o secretário
da Indústria, Comércio e Minera-
ção do Estado.
Já no mercado automotivo, o Polo
de Camaçari também recebe no-
vos investimentos, como a primei-
ra fábrica de motores do Norte/
Nordeste, construída pela Ford.
Empresas como Knauf e O Boticá-
rio também voltaram seus olhos
para a Bahia. As novas indústrias
deverão gerar mais de 17 mil em-
pregos diretos e indiretos nos pró-
ximos cinco anos.
Os novos investimentos no complexo industrial deverão gerar mais de 17 mil empregos diretos e indiretos nos próximos cinco anos
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32 Primeira Página
CRISE
Indústria gráfica sofre retração de 11% em dois anos
A indústria gráfica brasileira, que reúne mais de 20 mil empresas, encerrou 2013 com fatura-mento consolidado de R$ 44 bilhões. O resultado, porém, não é motivo de comemoração, já que por trás dele há uma queda na produção física de 6,7%, com o agravante de que o setor havia registrado crescimento negativo (-4,3%) também no exercício anterior.
Para 2014, a projeção é de nova
queda, ainda que menos acentu-
ada. “Devemos fechar o ano com
declínio de 1,7% na produção fí-
sica. Essa estimativa pessimista se
deve aos seguintes fatores: juros
altos, política fiscal inadequada
do governo, incertezas na Argen-
tina – responsável por 8% das
exportações brasileiras –, insegu-
rança quanto à oferta e às tarifas
de energia elétrica, além da nova
política monetária dos Estados
Unidos”, relata à Primeira Página
o vice-presidente da Confedera-
ção Latino-americana da Indústria
Gráfica, Fábio Arruda Mortara.
“O setor público, incluindo es-
tados e municípios, que sequer
cumpriram as metas do superávit
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33Primeira Página
primário, não está fazendo a lição
de casa da responsabilidade fiscal.
Por isso, o governo tem de manter
os juros em um patamar elevado,
para segurar a inflação”, desabafa.
Paradoxalmente, os investimen-
tos das empresas do setor em
equipamentos e tecnologias para
manter o parque gráfico brasilei-
ro atualizado continuaram altos
– US$ 1,17 bilhão no ano, apenas
3% menos do que o investido em
2012 e pouco inferior à média de
US$ 1,3 bilhão dos últimos seis
anos.
O segmento editorial foi a princi-
pal vítima do baixo desempenho,
com retração de 12,1%. Proble-
mas como o irrisório índice de lei-
tura do brasileiro (1,8 livro/ano,
segundo a Agência Senado), a
concorrência da web no mercado
de jornais e revistas, o tímido cres-
cimento da massa real de salários
(a baixa renda é um dos grandes
entraves ao consumo de livros,
jornais e revistas) e principalmen-
te a forte importação de produtos
e serviços gráficos ajudam a expli-
car esse resultado.
Segundo dados da Secretaria de
Comércio Exterior do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (Secex-MDIC),
a balança comercial de produtos
e serviços gráficos registrou em
2013 US$ 279,1 milhões de expor-
tações, contra US$ 548,6 milhões
de importações. No ano, o Brasil
importou 2% mais do que em
2012 e exportou 6% menos.
Manutenção da taxa SelicPara o vice-presidente da Confede-
ração Latino-americana da Indús-
tria Gráfica, o anúncio feito pelo
Copom, de manter em 11% a taxa
Selic, pode ser mais reflexo do
medo de que um novo aperto mo-
netário agrave o quadro de desa-
celeração do crescimento da eco-
nomia do que do fim da fantasia
de que a medida seja o bastante
para conter a inflação, principal-
mente em um cenário de gastos
públicos elevados.
“Já está evidente que a inflação
fechará o ano batendo (ou até su-
perando) o teto de 6,5%, e não se
espera resultado melhor em 2015,
para quando os interesses eleito-
rais prometem empurrar a inevi-
tável recomposição dos preços de
petróleo e energia elétrica. Signi-
ficará aumento da pressão infla-
cionária e necessidade de arrocho
monetário. O mercado sabe disso
e já age segundo a lógica de que
aumentos nos juros podem ser es-
perados para depois das eleições”,
afirma o empresário.
De acordo com ele, porém, esse
não é o único inibidor de investi-
mentos no capital fixo: “As empre-
sas receiam ampliar a capacidade
produtiva por inúmeros motivos.
Há o risco hídrico e o energético,
o último já pressionando os preços
dos contratos de fornecimento no
mercado livre; o atraso nas obras
de infraestrutura e um ambiente
externo ainda desfavorável às ex-
portações. Somam-se aí o merca-
do interno pressionado pelo alto
endividamento das famílias e a
persistente prática de concessão
de benefícios segmentados, que
favorecem algumas atividades,
mas desequilibram o mercado e
geram inseguranças tributárias e
jurídicas”, completa Mortara.
Devemos fechar o ano com declínio
de 1,7% na produção física
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: Fo
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34 Primeira Página
Receita das maiores operadoras de planos de saúde cresce 17,2%
O mercado de Saúde Suplementar atingiu a marca de 71 milhões de beneficiários no fim de 2013, um aumento de 5,6% em relação ao ano de 2012. No mesmo período, as associadas à Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) alcançaram um crescimento ainda maior, de 8,9% no número de beneficiários, superando 27 milhões de vidas. Embora repre-sente 31 empresas de um universo de mais de 1.200 operadoras, as associadas da entidade já chegam a 38% do mercado de Saúde Suplementar.
SEGUROS
35Primeira Página
Entre as associadas estão a Allianz
Saúde, Grupo Amil, Grupo Brades-
co, Caixa Seguros Saúde, Golden
Cross Assistência Internacional de
Saúde, Metlife Planos Odontoló-
gicos, Odontoprev, Porto Seguro,
Grupo SulAmérica, Prevdonto e
Unimed Seguros e outras.
As associadas à FenaSaúde re-
gistraram, no ano passado, uma
receita de R$ 44,3 bilhões (cres-
cimento de 17,2% em relação ao
mesmo período de 2012), enquan-
to as despesas totais - custos as-
sistenciais, administrativos e im-
postos - somaram R$ 42,3 bilhões.
O resultado operacional obtido no
ano passado foi de R$ 1,9 bilhão.
As despesas exclusivamente assis-
tenciais somaram R$ 35,7 bilhões,
um aumento de 16,1% em relação
ao ano anterior, o que representou
84,3% dos custos das operadoras
associadas em 2013. Para o presi-
dente da FenaSaúde, Marcio Co-
riolano, o aumento das despesas
médicas acima dos índices gerais
de preços e do crescimento do PIB
é um dos pontos que podem vir
a comprometer a sustentabilidade
do setor, caso não sejam adota-
das, desde já, medidas de racio-
nalização.
"Historicamente os custos assis-
tenciais estão crescendo em um
ritmo mais acelerado que o da
inflação geral de preços ao con-
sumidor. A série dos últimos dez
anos aponta para um acúmulo de
133,7% nas despesas per capita
com saúde, enquanto a variação
do IPCA foi de 61,1%," explica Co-
riolano. Esta significativa elevação
é justificada pelo crescimento dos
preços, frequência de utilização do
benefício e incorporação de novas
tecnologias, como medicamentos e
material mais caros, assim como a
inclusão de exames sofisticados no
rol de procedimentos fixados pela
Agência Nacional de Saúde.
As associadas encerraram 2013 al-
cançando R$ 12,1 bilhões em pro-
visões técnicas, o que representa
50% de todo o mercado de Saúde
Suplementar. Esses valores são
reservas financeiras garantidoras,
constituídas ao longo dos anos, e
que devem ser mantidas, obriga-
toriamente, pelas operadoras de
planos e seguros de saúde para as-
segurar o custeio assistencial dos
beneficiários do setor de saúde
privada.
O estudo também aponta para o
bom ritmo da procura por planos
exclusivamente odontológicos.
Em 2013, as associadas registra-
ram um crescimento de 9,2% em
relação a 2012, atingindo a marca
de 12,1 milhões de contratos.
De acordo com Coriolano, um dos
pilares que vem sustentando a ex-
pansão de beneficiários é o plano
de saúde como um benefício de
grandes empresas. "Na esteira
disso, a participação de pequenas
e médias empresas que oferecem
plano de saúde aos funcionários
vem aumentando progressiva-
mente ao longo dos anos, inclu-
sive com cobertura odontológica.
O ciclo recente de crescimento
da economia brasileira, o empre-
endedorismo e a terceirização de
atividades de grandes empresas
estatais e de complexos industriais
privados contribuem para o estí-
mulo do mercado de pequenos e
médios estabelecimentos, expan-
dindo a cultura do benefício para a
cadeia de fornecedores", explica.
A participação de pequenas e
médias empresas que oferecem
plano de saúde aos funcionários vem aumentando progressivamente ao longo dos anos
Faixa etáriaDe acordo com a Federação,
o percentual de brasileiros
com mais de 80 anos cober-
tos por planos ou seguros de
saúde é de 32,4%. Em 2003,
essa taxa era de 25,2%. A
faixa com maior participação
relativa é a de 30 a 39 anos,
com 33,7%. As faixas de 50
a 59, 60 a 69 e 70 a 79 anos
também chamam atenção
com taxas de cobertura de
28,2%, 26,2% e 26,3%, res-
pectivamente.
36 Primeira Página
FRANQUIAS
Franchisings apostam na alimentação saudável e no esporte para crescer
As franquias de alimentação cresceram, em 2013, 16,6%, uma expansão superior à média de 11,9% registrada pelo setor de franchising no mesmo ano. Lanchonetes, restaurantes e afins faturaram no período cerca de R$ 24 bilhões de reais. Mas se engana quem pensa que o segmento só tem oportunidades no ramo de fast food. Há oportunidades para franqueados também no segmento de “franquias verdes”. Um exemplo é a Ponto Natural, que inaugurou em abril sua primeira loja em Salvador, com mais de quatro mil tipos de produtos, entre chás, grãos, cereais, orgânicos e frutas desidratadas.
Criada em Franca (SP), a com-
panhia, que possui faturamento
anual estimado em R$ 10 mi-
lhões, tem 28 anos no mercado,
sendo os dois últimos no siste-
ma de franquias. Atualmente
A expectativa da Ponto Natural é chegar a 100 lojas em cinco anos
Foto
: D
ivul
gaçã
o
são 26 lojas da marca espalha-
das pelo Brasil.
“A expectativa para 2014 é ter 30
unidades em operação e chegar a
100 lojas em cinco anos”, explica
à Primeira Página o sócio-diretor
da Ponto Natural, Marcel Acedo.
Segundo Acedo, para abrir uma
unidade da marca, os franquea-
dos, com faixa etária média entre
25 e 45 anos, precisam desem-
37Primeira Página
o skate e aumentaram o mix de
produtos. “As vendas foram um
sucesso. Então, decidimos montar
uma verdadeira ‘skateshop’, com
pista”, lembra Tuffi. A princípio, a
intenção era que a pista servisse
apenas para que os clientes testas-
sem os skates comprados na loja,
mas, com o tempo, começou a de-
manda por aulas.
O motivo é facilmente compre-
ensível. Estima-se que o segundo
esporte mais praticado no Brasil,
atrás apenas do futebol, seja o ska-
te. O País possui atualmente vários
ídolos, como Bob Burnquist, San-
dro Dias, Pedro Barros e outros. “O
mercado está em pleno crescimen-
to. Se a nossa loja fosse montada
há 10 anos, provavelmente não te-
ríamos o mesmo sucesso, pois an-
tigamente os skatistas eram margi-
nalizados, mas hoje é diferente, é
um esporte praticado por todas as
classes sociais”, aponta.
Com a expansão do negócio, os
proprietários viram no formato
de franquia a melhor opção para
levar essa experiência a outros lo-
cais. A meta é abrir 40 unidades
em cinco anos. O alvo são as cida-
des acima de 500 mil habitantes.
“O ponto comercial deve ter entre
140 e 200 metros quadrados, com
localização, preferencialmente,
perto de escolas e condomínios, já
que há um grande potencial para
crianças de 6 a 15 anos”, conta.
O investimento inicial para abrir
um Skate Center é de R$ 280 mil,
com retorno do investimento em
28 meses.
bolsar uma quantia mínima de
R$ 165 mil. Mas a loja de Salva-
dor superou (e muito) esta marca.
“Nossos investimentos chegaram
perto dos R$ 500 mil porque de-
cidimos abrir a maior unidade
da marca no País”, explica um
dos sócios da loja soteropolitana,
Emmanoel Vargas.
Assim como as outras unidades, a
loja baiana contará com produtos
naturais comercializados por mais
de 150 fornecedores, além de itens
próprios. "Nossa intenção é lide-
rar o mercado de franquias verdes
na Bahia, entre os próximos 24
a 36 meses", comenta o diretor
nacional de marketing da marca,
Eduardo Bachur.
EsporteMas se o crescimento de 16,6% do
segmento de alimentação não foi
suficiente para incentivar você a
investir no setor, que tal uma ex-
pansão anual de 23,9%, com fatu-
ramento superior a R$ 22 bilhões
em 2013? Estes são os números
das franquias de esporte, saúde,
beleza e lazer. Nessa área, uma
opção é a Skate Center, a primeira
rede de franquia totalmente volta-
da para o skate no Brasil. A marca
integra roupas, tênis, equipamen-
tos para a prática do esporte e ain-
da uma pista para aulas.
A ideia nasceu dos skatistas Ed-
son Tuffi Jr e Roberto Ramos. No
ano de 2011, eles montaram uma
loja de artigos esportivos em São
Paulo, direcionada ao surfe. Em
determinado momento, porém,
resolveram apostar em itens para
38 Primeira Página
Setor segue em ritmo de desaquecimento na Bahia
Um clima de apreensão deu o tom à construção civil nos primeiros meses de 2014. De acordo com a pesquisa Sondagem Indústria da Construção, divulgada em abril pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o nível de atividade do setor atingiu 45,4 pontos. Os indicadores da sondagem variam de zero a 100, sendo que valores acima de 50 representam crescimento e abaixo disso indicam queda ou desempenho aquém do usual. Segundo a CNI, os indicado-res de expectativa do empresariado também tiveram queda e, apesar de se manterem em 52 pontos, apresentaram o menor nível desde dezembro de 2009.
CONSTRUÇÃO CIVIL
Segundo a CNI, os indicadores de expectativa do empresariado apresentaram o menor nível desde dezembro de 2009
Foto
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ivul
gaçã
o /
Mem
ória
s do
PA
C
39Primeira Página
Na Bahia, o setor cresceu 2,2%
no primeiro trimestre de 2014, em
relação ao mesmo período no ano
passado, segundo uma pesquisa
divulgada em maio pela Superin-
tendência de Estudos Econômicos
e Sociais da Bahia (SEI). O desem-
penho se deveu principalmente às
obras públicas e foi ligeiramente
superior à expansão de 2% do PIB
baiano. Apesar de o resultado ter
ajudado a amenizar a retração de
0,8% da indústria local, a perfor-
mance não convenceu o empre-
sariado. “O setor ainda tem um
grande volume de obras, mas é
perceptível uma redução gradativa
da atividade, fenômeno consolida-
do desde o segundo semestre de
2013”, afirma o presidente do Sin-
dicato da Indústria da Construção
do Estado da Bahia (Sinduscon-
-BA), Carlos Henrique Passos.
O panorama de arrefecimento da
construção civil impacta direta-
mente o potencial de geração de
empregos do setor. Segundo os da-
dos do Cadastro Geral de Empre-
gados e Desempregados (CAGED),
a atividade apresentou um saldo
negativo de 2.502 vagas no estado
em abril, com relação ao mês an-
terior. No acumulado de 2014 até
abril, em comparação com dezem-
bro de 2013, o saldo para a Bahia
também é negativo, com menos
465 postos de trabalho. Tomando
a mesma referência, o resultado é
ainda pior em Salvador, que per-
deu 888 empregos no setor desde
o início do ano, ajudando a puxar
o resultado negativo do estado. A
construção civil emprega 186.939
pessoas em toda a Bahia, 89.263
delas concentradas somente em
Salvador.
Poucas obras novasUma das principais dores de ca-
beça do setor é o mercado imo-
biliário, grande fonte de renda da
construção civil em Salvador. A
queda do número de lançamentos
evidencia o problema. Segundo
dados da Associação de Dirigentes
de Empresas do Mercado Imobiliá-
rio da Bahia (ADEMI-BA), em 2014
o segmento apresenta sua maior
queda desde 2010, com uma varia-
ção negativa de 85,26% e apenas
480 lançamentos no acumulado
de janeiro a março. No mesmo
período do ano passado – que já
apresentava retração – foram 894
lançamentos. “É um momento de
preocupação, pois as obras em an-
damento estão sendo concluídas e
não há um volume de obras no-
vas para manter o ritmo do setor”,
afirma o diretor da Concreta Enge-
nharia, Vicente Mattos.
O mesmo fenômeno atinge o ni-
cho de mercado do Programa Mi-
nha Casa, Minha Vida, que tam-
bém passa por um momento de
entrega de obras com diminuição
acentuada de novas contratações.
“As metas do governo federal para
O setor ainda tem um grande volume
de obras, mas é perceptível uma
redução gradativa da atividade,
fenômeno consolidado desde o segundo semestre
de 2013
Foto
: C
elso
Tis
sot
40 Primeira Página
a Bahia foram sendo cumpridas e
desde o segundo semestre do ano
passado surgiram poucos novos
contratos pelo Programa. Essa
tendência se acentuou ainda mais
nos primeiros meses deste ano,
quando praticamente não houve
contratações”, comenta o presi-
dente do Sinduscon-BA.
O diretor da Concreta Engenha-
ria compartilha da preocupação
em relação ao programa do go-
verno federal, mas aponta para
uma perspectiva otimista, refe-
rindo-se ao recente anúncio da
presidente Dilma Rousseff, que
estimou a construção de mais
três milhões de novas moradias
para a fase inicial do Minha
Casa, Minha Vida 3. “Durante o
segundo semestre ainda teremos
alguns problemas com a falta
de contratações, mas a partir do
ano que vem a tendência é que o
volume de negócios volte ao nor-
mal. Esperamos mais agilidade
na continuidade do novo progra-
ma, de modo a evitar consequên-
cias econômicas e sociais, como
o desemprego da mão de obra do
setor”, defende.
Entraves municipaisPara o presidente do Sinduscon-
-BA, o momento vivido pelo mer-
cado imobiliário baiano, especial-
mente em Salvador, é ainda mais
delicado do que o cenário nacio-
nal. Um dos fatores que contribuí-
ram para a redução do número de
lançamentos foram os impasses
jurídicos em torno do Plano Dire-
tor de Desenvolvimento Urbano
de Salvador (PDDU). “O setor con-
viveu a partir de 2012 com um pe-
ríodo de insegurança jurídica, no
qual não se conseguia mais a ob-
tenção de alvarás de construção,
indispensáveis para a realização
O excesso de burocracia chega a acarretar um aumento médio de 12% no custo de um produto imobiliário. A redução desses
custos tornaria os preços dos imóveis mais compatíveis com a capacidade
de compra do consumidor
de novos lançamentos”, explica.
No início deste ano, a questão
da insegurança jurídica foi resol-
vida, mas, segundo Passos, foi
substituída por outro problema:
a reforma fiscal da Prefeitura,
que reajustou os Valores Unitá-
rios Padrão (VUP) de terreno e
construção. A medida impacta
os valores da outorga onero-
sa (concessão necessária para
construir imóveis) e do Impos-
to Predial e Territorial Urbano
(IPTU). Outra questão que afeta
o segmento imobiliário de todo
o País, citada pelo presidente
do Sinduscon-BA, é o custo da
burocracia. “O excesso de buro-
cracia chega a acarretar um au-
mento médio de 12% no custo
de um produto imobiliário. A re-
dução desses custos tornaria os
preços dos imóveis mais compa-
tíveis com a capacidade de com-
pra do consumidor”, conclui.
Foto
: C
elso
Tis
sot
41Primeira Página
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42 Primeira Página
RECURSOS HUMANOS
Pesquisa revela os desafios do RH para os próximos anos
Existe uma incompatibilidade entre os reais problemas das organizações, relacionados às questões de talentos e liderança, e a maneira como elas buscam enfrentar os desafios. Esta é a conclusão da pesquisa Global Human Capital Trends 2014, realizada pela Deloitte. Os entrevistados, líderes de RH de mais de 2.500 empresas de todo o mundo, reconhecem a necessidade de agir sobre questões consideradas críticas, como liderança (86%), retenção e engajamento de talentos (79%) e flexibilização da área de RH (77%). No entanto, muitos demonstram não saber se suas equipes estão preparadas para enfrentar essas questões.
"O desafio para a maioria das or-
ganizações globais é que elas não
se encontram preparadas para li-
dar com as principais tendências
que estão remodelando a força de
trabalho de hoje", aponta um dos
líderes globais da área de Consul-
toria em Gestão de Capital Huma-
no da Deloitte, Jeff Schwartz.
"Levando em conta as mudanças
radicais que estamos assistindo
nas questões que envolvem de-
mografia e tecnologia, aplicar os
métodos existentes às novas ten-
dências de capital humano não
será suficiente para executar o
trabalho. A organização do século
XXI é global, altamente conectada
e exigente. Empresas e especifica-
mente os líderes de RH precisam
Foto
: Fo
tolia
43Primeira Página
se adaptar, se quiserem atrair e
desenvolver o talento certo no
mercado competitivo de hoje”,
complementa.
Falta de desenvolvimentodas lideranças ameaça acompetitividade As empresas participantes indi-
caram que o desenvolvimento
de líderes, em todos os níveis, é
o maior dos problemas. Apenas
13% acreditam que fazem um ex-
celente trabalho nessa área; 66%
acreditam que são "fracos" em re-
lação a sua capacidade de forne-
cer programas de liderança volta-
dos para a Geração Y (geração de
nascidos após a década de 1980) e
51% têm pouca confiança em sua
capacidade de manter programas
de sucessão consistentes.
Além da retenção
Retenção e engajamento dos pro-
fissionais constituem o segundo
desafio mais apontado. Mais de
um terço (38%) dos líderes repor-
tou a necessidade de melhorar em
relação à integração social, aos
programas corporativos e ao ali-
nhamento do empregado com os
objetivos da empresa. Além dis-
so, 40% afirmam que sua orga-
nização é deficiente em ajudar os
profissionais a equilibrar sua vida
pessoal e profissional.
As equipes de RH devembuscar inovação Mais de um terço (34%) dos en-
trevistados acreditam que os seus
programas de RH e gestão de ta-
lento estão abaixo do desejado ou
na busca por melhor desempenho.
Além disso, menos de 10% dos lí-
deres responsáveis pela gestão de
pessoas mostram ter confiança
que suas equipes possuam as ha-
bilidades necessárias para enfren-
tar os desafios do ambiente global
de hoje e a capacidade de fornecer
programas inovadores. "Não há
dúvida de que as estratégias de ca-
pital humano são um fator funda-
mental para o crescimento de uma
organização", comenta outro líder
da área de Consultoria em Capital
Humano da Deloitte, Brett Walsh.
"Um dos principais resultados des-
ta pesquisa é a constatação de que
fazer mais não é suficiente. Hoje,
as empresas têm de gerir pessoas
de forma diferente – criando um
imperativo para inovar, transfor-
mar e reconfigurar as práticas de
capital humano. Unindo esta vi-
são com as novas mudanças tec-
nológicas, como a computação em
nuvem e o big data, e seu impacto
em atrair, reter e desenvolver ta-
lentos, torna-se claro que a flexibi-
lização das equipes de RH é uma
das missões mais críticas para as
organizações”, diz.
SobrecargaO novo cenário de trabalho, em
que o profissional recebe infor-
mações de todos os lados e em
que há necessidade de se estar
sempre conectado, compromete
a produtividade e contribui para
o baixo engajamento dos profis-
sionais. Mais de um terço (34%)
dos líderes aponta que esse fator
está entre as suas cinco principais
preocupações.
Reinventar a captaçãode talentosMesmo que a maioria das orga-
nizações (62%) utilize as redes
sociais para publicidade, quando
se trata de plena utilização de fer-
ramentas analíticas sofisticadas
para recrutamento de pessoal,
mais da metade (54%) indica que
suas práticas ainda estão abaixo
do esperado.
Engajando o profissionaldo século XXIA geração Y representará 75% da
força de trabalho até 2025. Por
isso, é importante pensar em es-
tratégias de mercado para esse pú-
blico. Porém, 58% dos executivos
O desafio para a maioria das organizações
globais é que elas não se encontram
preparadas para lidar com as principais
tendências que estão remodelando a força de trabalho
de hoje
Jeff Schwartz é um dos líderes globais da área de Consultoria em Gestão de Capital Humano da Deloitte
Foto
: D
ivul
gaçã
o
44 Primeira Página
apontam que suas empresas não
estão preparadas para atrair e reter
a geração Y. Além disso, apontam
que têm pouca capacidade para a
criação de programas integrados,
voltados para grupos de diversas
idades.
DiversidadeQuase todas as organizações pro-
movem a diversidade, mas a maio-
ria não percebe os benefícios que
uma força de trabalho diversifi-
cada pode gerar para o negócio;
34% das empresas dizem que
estão despreparadas nessa área,
enquanto um pequeno montante,
de 20%, diz estar totalmente pre-
parado.
Liderar e desenvolver Nada menos que 86% dos líderes
elencam o desenvolvimento de no-
vos líderes como algo urgente ou
importante. No entanto, apenas
13% dizem que fazem um exce-
lente trabalho no desenvolvimen-
to de líderes globais, sinalizando
o maior problema encontrado pela
pesquisa.
Nova forma deaprendizagem corporativaOutro dado levantado foi que
70% dos executivos enxergam o
aprendizado de novos métodos, a
exemplo de plataformas de apren-
dizagem on-line e móvel gratuitas,
como algo de extrema importân-
cia, mas apenas 6% dizem que
têm dominado as tecnologias ne-
cessárias para tornar a aprendiza-
gem on-line acessível e atraente
para seus empregados.
BrasilCerca de 40 participantes da amos-
tra global da pesquisa são executi-
vos de empresas brasileiras ou que
representam a operação de organi-
zações internacionais no Brasil. O
estudo mostra que os programas de
desenvolvimento de novos líderes
são pouco funcionais, com os líde-
res brasileiros de gestão de pessoas
destacando que estes precisam ser
revistos e repaginados com urgên-
cia, para que possam atender às
novas demandas corporativas.
Eles ainda apontam que os três
itens mais urgentes, diante das
tendências de 2014 em Capital
Humano, são: desenvolvimento
de liderança (98%), retenção e en-
gajamento (95%) e gestão da área
de RH (92%). “Observamos que o
cenário brasileiro possui carências
semelhantes às do universo glo-
bal, mas enxergamos que há uma
demanda mais urgente em relação
às ações de liderança, já que qua-
se 100% dos participantes apon-
taram esse aspecto. Desta forma,
as empresas que atuam no Brasil
precisam revisitar as suas práti-
cas e, especialmente, implementar
programas de desenvolvimento
de líderes voltados para a atuação
no novo cenário do País”, finaliza
o líder de Consultoria em Gestão
de Capital Humano da Deloitte no
Brasil, Henri Vahdat.
Além disso, o Brasil possui uma
visão semelhante àquela encon-
trada na América Latina como um
todo. Os brasileiros destacam de-
senvolvimento de liderança (80%)
e retenção e engajamento (75%)
como os pontos mais importan-
tes para o decorrer deste ano. A
visão é semelhante à encontrada
em relação aos participantes lati-
no-americanos, que apontam os
mesmos itens no topo da agenda
de desafios para esse período, com
70% de indicações para ambos os
fatores.
Segundo Brett Walsh, outro executivo da Deloitte, o capital humano é fator fundamental para o crescimento de uma organização
Henri Vahdat é líder de Consultoria em Gestão de Capital Humano da Deloitte no Brasil
É importante verificar os
contratos e as regras de cada fabricante
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ivul
gaçã
o
45Primeira Página
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46 Primeira Página
TI
Empresas que usam softwares piratas podem sofrer sanções dos EUADe acordo com pesquisa realizada
pela Business Software Alliance,
57% dos trabalhadores brasilei-
ros admitem que usam softwares
piratas no trabalho. A utilização
dos equipamentos, entretanto,
pode ser prejudicial especialmente
às empresas exportadoras para o
mercado estadunidense.
Em março, a Procuradoria Geral
do Estado de Oklahoma entrou
com uma ação judicial contra um
fabricante chinês de equipamentos
de petróleo e gás, alegando que a
companhia utilizava software pi-
rata em sua produção e usava a
tecnologia roubada para praticar
preços artificialmente mais bai-
xos na comercialização dos seus
produtos, obtendo vantagem com-
petitiva desleal frente aos concor-
rentes americanos que pagam pelo
correto licenciamento dos progra-
mas. Há relatos de outros casos si-
milares nos estados da Califórnia,
Massachusetts, Washington e Ten-
nessee, entre 2012 e 2013.
Em virtude desse cenário, a Asso-
ciação Brasileira das Empresas de
Software (ABES) faz um alerta às
exportadoras para que licenciem
seus softwares. “É importante ve-
rificar os contratos e as regras de
cada fabricante sobre o correto uso
do software. A tendência é que as
autoridades norte-americanas inten-
sifiquem ainda mais suas ações de
advertência ou judiciais contra com-
panhias estrangeiras”, comenta o
presidente da ABES, Jorge Sukarie.
A Agência Brasileira de Promoção
de Exportações e Investimento
(Apex-Brasil) reforça o alerta. “O
Brasil é reconhecido internacio-
nalmente por sua criatividade e
inovação. Quanto mais nossas
empresas se tornarem rigorosas na
adoção de boas práticas, melhores
resultados teremos para a interna-
cionalização dos negócios dessas
empresas, para as exportações de
produtos brasileiros e para a ima-
gem do País”, ressalta o presidente
da Apex-Brasil, Maurício Borges.
47Primeira Página
Incentivos FiscaisConsultoria FinanceiraProjetos Econômicos para Captação de RecursosAvaliações PatrimoniaisInspeção PredialPerícias em Ações Judiciais e Extra-JudiciaisProjetos Arquitetônicos e de EngenhariaLicenças Ambientais
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48 Primeira Página
SAÚDE
Déficit de sono pode provocar acidentes de trabalhoO Brasil registra a cada ano, em média, 2.500 mortes causadas por acidentes de trabalho. Assim como nos acidentes de trânsito, boa par-te dos acidentes no trabalho acon-tece devido à sonolência dos em-pregados. “Muitos empresários e trabalhadores desconhecem o im-pacto negativo de noites mal dor-midas. A privação de sono afeta a concentração e o desempenho do trabalhador ao executar suas tare-fas, propiciando a ocorrência de acidentes”, explica a odontóloga do sono, Kenya Felicíssimo.
Não há pesquisas realizadas no Brasil que mensurem o impacto do sono nesses acidentes, mas um estudo da Universidade Federal de São Paulo afirma que aproximada-
mente 30% dos acidentes de trân-sito são causados por motoristas que dormem na direção. Dados da americana National Sleep Founda-tion apontam também que 15% a 20% dos trabalhadores apre-sentam um ou mais distúrbios do sono.
Segundo a Fundação Nacional do Sono (sediada em Minas Gerais), os transtornos mais comuns que afetam a população trabalhadora são a apneia do sono (caracte-rizada por paradas respiratórias durante o sono que duram, no mínimo, 10 segundos), a insônia e as alterações do sono devido à mudança de turno. “Se o trabalha-dor ronca e apresenta histórico de sonolência diurna excessiva, dor
de cabeça, cansaço físico e irrita-bilidade, por exemplo, é provável que ele seja portador da apneia do sono”, conta a especialista.
TratamentoCaso o trabalhador perceba que a qualidade do seu sono está al-terada, deve procurar um médico especialista. Normalmente o pa-ciente é submetido a uma polis-sonografia – um exame que mo-nitora o sono e identifica possíveis distúrbios. “Portadores de ronco e apneia podem optar pelo trata-mento com um aparelho intraoral individualizado (AIO), que será o responsável por promover a de-sobstrução das vias respiratórias, possibilitando a passagem do ar”, explica Kenya Felicíssimo.
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SEGURANÇA
Os riscos de um choque elétrico são bastante conhecidos e seus perigos espreitam nos lugares mais comuns, ao alcance da maio-ria das pessoas: crianças que sol-tam pipas perto da rede elétrica ou colocam o dedo em tomadas, ligação de vários equipamentos na mesma tomada etc. Especialistas acreditam que o índice de faleci-mentos em acidentes que envol-vem choques elétricos chegam a 20%. Apesar disso, muitas pesso-as continuam a desconsiderar os riscos envolvidos na manipulação das correntes elétricas. O gerente de engenharia de pro-duto da SIL (uma das principais indústrias do Brasil na produção de fios e cabos destinados às ins-
talações elétricas de baixa ten-são), Nelson Volyk, destaca que uma descarga elétrica não precisa ser “forte” para provocar a morte. “Por isso é tão importante plane-jar e executar uma instalação elé-trica segura com a contratação de profissional capacitado, utilizando produtos fabricados segundo as normas técnicas vigentes no País. Realizar uma instalação adequada não é complicado e nem tão cus-toso quanto muitos podem imagi-nar – seja em instalações novas ou antigas”, explica.
Dicas de segurançaPara amenizar o risco dos choques elétricos, alguns componentes não podem faltar, como o fio terra, dispositivos diferenciais residuais
(DRs) que interrompem a alimen-tação do sistema elétrico em caso de fuga de corrente, e tomadas 2P+T (com dois polos e mais o contato para o fio terra), que de-vem ser instaladas em imóveis no-vos ou nas reformas dos usados.
Dentro de casa, o contato indevi-do com a eletricidade ou apare-lhos elétricos pode causar ainda queimaduras ou incêndios. Por isso, as boas condições dos equi-pamentos e a tomada correta para cada plugue são recomendadas. Uma dica importante é não utili-zar T ou extensão (também cha-mada de benjamim), que pode se incendiar devido a uma sobre-carga elétrica, além de consumir energia em excesso.
Cerca de 20% dos acidentes com descarga elétrica são fatais
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NOTAS SOCIAIS
Aurinézio Calheira, superintendente de Saúde, Se-
gurança e Meio Ambiente do Comitê de Fomento
Industrial de Camaçari, recebeu pesos pesados da
indústria baiana em junho, durante a cerimônia do
Prêmio Polo de Saúde, Segurança e Meio Ambien-
te. O evento contou com a presença do secretário
do Meio Ambiente do Estado da Bahia, Eugênio
Spengler, e do gerente de Gestão Empresarial da
Associação Brasileira da Indústria Química (Abi-
quim), Luiz Shizuo, dentre outras lideranças. As
grandes vencedoras (categoria Ouro – Excelência)
foram a Braskem, Dow Aratu e Deten.
Prêmio Polo de SSMA
Carlos Gilberto Farias, presidente da FIEB, já está
atuando intensamente para fortalecer a presença
da instituição no interior. O gestor se reuniu em
Simões Filho, a convite do secretário municipal de
Desenvolvimento Econômico, Paulo Alban, com o
superintendente do Sebrae, Edival Passos, e com o
prefeito da cidade, Eduardo Alencar, para ampliar
as ações de qualificação da mão de obra local por
meio do Senai.
Interiorização
Atul Ahuja, CEO do Grupo Flemingo Internacional,
desembarcou em Salvador em junho, juntamente
com a horda de turistas que visitaram a cidade
para a Copa do Mundo. Mas ele não veio assistir a
nenhum jogo na Arena Fonte Nova. O empresário,
acionista majoritário do grupo com sede em Dubai
e atuação em 33 países, inaugurou na capital baia-
na um loja Duty Free, a primeira da Flemingo no
Brasil. A empresa investiu três milhões de dólares
em dois espaços no Aeroporto Luis Eduardo Maga-
lhães, que totalizam 700 metros quadrados.
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Guerra no turismo IO mercado de turismo baiano está em guerra. En-
tidades e grupos de hoteleiros fazem embates pú-
blicos e se acusam mutuamente pelas dificulda-
des do setor. A nova investida partiu do Salvador
Destination, que em nota à imprensa acusou o
presidente do Salvador Convention Bureau, Pedro
Costa, de diminuir o número de congressos e con-
venções na cidade. O Salvador Destination é forma-
do justamente por 26 hotéis que abandonaram o
Salvador Convention Bureau.
AniversárioNo dia 15 de junho o Sindpacel, que representa os
interesses das Indústrias de Papel, Celulose, Pape-
lão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel
e Papelão localizadas no estado da Bahia, comemo-
rou seis décadas de existência. “Representamos in-
dústrias que são exemplos de boas práticas no que-
sito social ou ambiental. Nossas conquistas são fruto
de diálogos construtivos entre a iniciativa privada,
o poder público e a sociedade em geral, e são elas
que demonstram o compromisso que temos com o
estado, seu povo e seu ambiente natural”, ressalta o
presidente do sindicato, Jorge Cajazeira, sem escon-
der o merecido orgulho pelo trabalho que realiza.
Parabéns à instituição.
Guerra no turismo IIOutro gestor que está no alvo do Salvador Desti-
nation é o secretário de Turismo da Bahia, Pedro
Galvão. “No início deste ano, Pedro Galvão, que
dispõe de R$ 15 milhões em caixa para a reforma
do equipamento (Centro de Convenções), che-
gou a anunciar para abril a aquisição de novos
elevadores e escadas rolantes, mas até agora ne-
nhum parafuso foi colocado”, critica o sindicato.
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E não para por aí. A metralhadora do Salvador Desti-
nation aponta ainda para o presidente da ABAV, José
Alves. “Caiu como se fosse uma bomba a entrevista
de José Alves alegando que o cancelamento de meta-
de das reservas nos hotéis pela FIFA se deu por conta
dos preços abusivos praticados pelos hoteleiros. Em
resposta a mais uma leviana afirmação do presiden-
te da ABAV, a Associação Brasileira da Indústria de
Hotéis – BA (ABIH) enviou correspondência a Alves
lembrando que o real motivo da devolução das diárias
se deu pela grade desfavorável de jogos na segunda
semana da Copa e pela contínua propaganda da im-
prensa internacional sobre a insegurança em nosso
país”, detona a nota.
Guerra no turismo III
Manoel Barral-Netto, da Fiocruz, está apostando alto
em Tecnologia da Informação. Ele acaba de formali-
zar uma parceria com a Secretaria de Ciência, Tecno-
logia e Inovação do Estado da Bahia (Secti), a fim de
criar o Núcleo de Desenvolvimento de Tecnologias
Inovadoras de Informática para Atenção Básica à
Saúde, no Parque Tecnológico da Bahia. O principal
objetivo do Núcleo será colaborar efetivamente com
o trabalho dos agentes comunitários de saúde, anali-
sando dados e desenvolvendo tecnologias.
Tecnologia para a saúde
Quem não está nem aí para a crise institucional do
setor e continua trabalhando duro para manter Sal-
vador como um dos principais destinos turísticos
do Brasil é Socorro Alcoforado, gerente comercial
da rede Catussaba Hotéis e Resorts. A executiva
arrasou na inauguração do novo hotel da rede, o
Catussaba Suítes, que já é um sucesso.
Novo Catussaba
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