revista de antropofagia, ano 1, n. 04, ago. 1928.pdf

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    A N N O 1 - N U M E R O 5 SOO RS. S E T E M B R O - 1 9 2 8Revista de AntropofagiaDireco de ANTNIO DE ALCNTARA MACHADO Gerncia etc. de RAUL ROPPEndereo: 13, RUA BENJAMIM CONSTAM - 3. Pav. Sala 7 - CAIXA POSTAI N. 1.269 - S O P A U L O

    PACTO DO DIA NO TUR NO DA RUA DA LAPARe s pons ve l po r e s t e r e s t a u r a n t e a n t r op f a gove nho ho j e o f e r e c e r s que i xa da s c a l e c m e na s um ac o m i d a d e a r r o m b a : Sal ta o pac to de Kel log com molho de hipoc r i s i a no r t e - a m e r i c a na !Pois os senhores j v i ram imbeci l idade mais

    r e vo l t a n t e ?Reunem-se em grave assemblea os conhecidosba ndo l e i r o s J a n j o Ta c o , N e c o Fa c o , P r a z e r da sMorenas e Tot Surur . E que que resolvem?Declarar o assass n io e o roubo fora da l e i . E om undo i n t e i r o a p l a ude o pa c t o s o l e ne .O no r t e - a m e r i c a no que i nve n t ou e s s a ob r a -pr ima de c in i smo e fa l s idade o mesmss imo nor t e - a m e r i c a no que i n t e r v m na N i c a r gua e a um e nta todos os d ias a sua fora guer re i ra . E a Europaque ne s s a ob r a - p r i m a c o l a bo r ou a m e s m i s s i m aEuropa que t ruc ida chineses e a f r i canos e v ive hm ui t o t e m po l a va ndo a s ua r oupa e ns a nge n t a dae m pub l i c o .O Bras i l fo i convidado para ader i r a essa pouca-vergo nha. Mas antes de pr o seu jame go nopacto deve perguntar aos pndegos se s agoradesco br i ram que a gue r ra um a infmia . E sequizer par t i c ipar da pagodei ra que v a t Par i sm un i do de m s c a r a c on t r a ga z e s a s f i x i a n t e s . Comgente de t a l ord em tod a a prec au o insuf i c iente .Quanto a ns , deglut ido o pac to de Kel log,a t a c a r e m os a pom bi nha da pa z .

    ANTNIO DE ALCNTARA MACHADO

    A janela estava aberta. Para o qu, nosei, porm o que entrava era o vento dos lu-panares, de mistura com o eco que se partianas curvas cicldais, e fragmentos do hino dabandeira.No posso atinar no que fazia: se meditava, se morria de espanto, ou -se vinha demuito longe.Nesse m omento (oh ! porqu precisamente nesse momento?) que penetrou no quarto o bicho que voava, o articulado implacvel, implacvel!Compreendi desde logo no haver possibilidade alguma de evaso. Nascer de novotambm no adeantava. A bomba de flit!pensei comigo. E* um insecto.Quando o jacto fumigatorio partiu, nadamudou em mim, os sinos da redeno continuaram em silencio, nenhuma porta se abriu,nem fechou. Mas o mon struoso animal FICOU MAIOR. Sentj que le no morrerianunca mais, nem sairia, comquanto no houvesse no aposento nenhum busto de Palas,nem na minh'alma, o que pior, a recordao persistente de alguma extinta Lenora.

    MANUEL BANDEIRA

    E S T A T E R R A E ' N O S S A E M P R E S A ,E O M A I S G E N T I O D O M U N D O .

    M A N O E L D A N O B R E G A

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    R e v i a t a d e A n t r o p o f a g i aD E S L U M B R A M E N T O P O E M A B R A S I L E I R O N . 2

    (do Meia-pataca)ao Mario de Andrade

    Mor e na ba t u t ade seios de frutano vinha que de .Mor e na ba t u t asegura essas f ru tassegura que caem.Meus olhos cobiamdelicias assimque a fome chegou.Meus olhos cobiam.E doidos nem vmque s o t e m por a ns .Mor e na ba t u t ade seios de frutanov i nha que de .

    (CATAGUAZES)

    Er a m doz e t ou r os novos que v i nha m v i ndode longes pas tos separados a b o i a d o spor t r e i s ne g r os va que i r o s a m on t a dose m ve l hos punga s de s e ngon a dos .E e r a m doz e nov i l ha s j no pon t oha m u i t o t e m po s e pa r a da se m ou t r a s pa s t a ge ns a f a s t a da s ,e , a go r a , na Fa z e nda , e nc u r r a l a da s .

    v i c i a da s ,

    O s doz e t ou r os novos v i nha m v i ndo , com ruidoso es t rpi to as pa lpebras ca ldas sobre os o lhos ' .midos ,e m u r r os b r a v i os e m ug i dos t t r i c os ,ora afundando os chi f res grossos nos bar rancosh m i d o s ,ora erguendo, no a l to , nuvens espessas pe la es t radapoe n t a .E qua ndo a po r t e i r a do c u r r a l s e a b r i u ,e aqueles doze touros , numa fr ia , se c o n f u n d i r a mcom as doze novi lhas v ic iadas ,o s va que i r o s , num m pe t o , s e a c oc o r a r a m no ve l hoc oc ho da Fa z e nda e m r u na s ,pra gozar a t es tana da boiada .

    (CATAGUASES)GUILHERMINO CSAR. HENRIQUE DE REZENDE.

    JA' SARAM:

    M a c u n a m ade Mario de Andrade -

    7$000 pedidos para rua Lopes Chavesn. 108 SAO PAULOe

    L a r a n j a d a C h i n ade Antnio de Alcntara Machado .

    6$000 pedidospara Caixa Postal n. 1269

    SAO PAULO

    P E T R O P O L I SCi da de s i nha do m onum e n t o de Pe d r o o I m pe r a do rU d a d e s i n h a f r i a se " F r i g i d a i r e "O vero a legre e f resco b a n h a - s e n o P i a b a n h ae e nxuga - s e na s om br a do a r vo r e doCubos brancos e de tons v ivosa o qua d r a do a z u l do c o ^ V V 3 SN o a r ha go r ge i os m a dur osd ' a qu i d a p o n t i n h aVi l las de car iocas neuras thenicasc o m g r a m m a d o s p e n s a t i v o se ho r t e ns i a s ho r t e ns i a srecolhem-se s i l enciosas h r t e n s i a s o d a a v * ae r e p o u s a mCa r r ua ge ns e s t r e m e c e m a pa vor a da ss ob r e a s pon t e s de m a de i a t r ove j a n t e sA pa ys a ge m a ba c a t ef a z um e s f o r o ba nba nba n pa r a s e pa r e c e rc om os qua d r os de Ba p t i s t a da Cos t a( RI O D E J A N EI RO )

    ALRERTO DZON

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    R e v i s t a d e A n t r o p o f a g i aS C H E M A A O T R I S T O D E A T H A Y D E

    Oswald de Andrade

    Saber voc que pelo desenvolvimento lgico de minha pasquiza," oBrasil um grilo tie seis milhes dekilometros, talhado em Tordesilhas.Pelo que ainda o instincto antropofagia) de nosso povo se prolonga at aseco livre dos jornaes, ficando bemcomo symbolo de uma conscincia jurdica nativa de um lado a lei das doze taboas sob re uma caravella e . dooutro uma banana. Da mesma maneirans todos com o padre Cicerp frentesomos catholicos romanos. - Romanospor causa do centurio das procisses.No foi intil vermos de olhos deceana a via-lactea das semanas santas emparedadas com o soldado e a legio, atraz da cruz. O Christianismoabsqrvemol-o. Sc no! Trazia dois graves argumentos. Jesus filho do toteme da tribu. maior tranco da historiano patriarcado! Chamar So Jos depatriarca ironia. O patriarcado erigido pelo- catolicismo com o espirito-santo como totem, a annunciao etc.Dona Sebastlana vae pular de gana!Mas o facto que ha tambm a antropofagia* trazida em pessoa na commu-nno. Este o meu corpo, Hoc estcorpus meum. O Brasil indio no podiadeixar de adoptar um deus.filho s dame que, alm disso, satisfazia plenamente guias atvica,. Catlicos romanos.

    O facto do grilo histrico, (dondesahir, revendo-se o nomadismo anterior, a verdica legislao ptria) af-firma como pedra do direito antropo-fagico o seguinte: A POSSE CONTRAA PROPRDSDADE. Como prova, humana de que isso est certo que nuncahouve duvida sobre a legitima accla-mao de C asanova (& posse) contraMenelau (a propriedade). Isso nos Estados Unidos foi significado ainda ultimamente pela defcza de> RpdolphoValentino, produzida pela gravidade deMencken. Tinha muito mais razo deganhar dinheiro do que os sbios quevivem analysando escarros e tirandobotes dos narizes dos bebs. Muitomais! Porque afinal preciso se pesar a onda de gozo rcmantico que elledespejou sobre os milhes de vidas dassenhoras dos caixas e dos burocratas.Isso que importante.

    No Brasil chegmos maravilha derear o DIREITO COSTUMEIRO AN-fl-TRADICIONAL. L quando a gente

    fala que o divorcio existe em Portugal desde 1910, respondem: aquino preciso tratar dcsSas cogitaesporque tem um juiz em Piracicapiassque anulla tudo quanto casamentoruim. E' s ir l. Ou ento, o Uruguay!Prompto! A Rssia pde ter equiparado a lam ilia natural legal e. suppri-mido a herana. Ns j fizemos tudoisso. Filho de padre s tem dado sorteentre n s. K quanto- herana, os filhos pem mesmo fora!Ora, o que para m im, estraga o. Oc-cidente, a placenta jurdica em quee envolve o homem desde o acto deamor que, alis, nada tem que vercom a concepo. Filhos do totem! DoJtispinto Santo! Isso sim! Como aqui!Viva. o Brasil!Mas vamos a factos. Sahiram doislivros puramente antropoiagicos. Mario escreveu a nossa Oayssea e creouciuma tacapada o neroe cyclico e" porcincoenta annos o morna potico nacional. Antnio de Alcntara Machadodeu uma coisa tao gostosa profundacomo a seco livre do Estado.NOTA

    A seco livre do Estado o campoonde se debatem com tesouras D. Chi-quinha DelPOsso e D. Maria F. Brando. A Grcia tinha as suas escolas dephilosophia. Ns temos as de corte.

    Ha homens, meu caro, no Brasil novo . Acabo de conhecer Edgard San-ches, lente de philosophia do direitona Faculdade da Bahia. Um homem fe-cundante. E estupendo. Outros so amocidade de Martinelli e Outros Arranha Cos. Daqui! Eduardo Pellegrini,Paulo Mendes e Amrico Portugal. ERaul Bpp? E' um colosso! A elle devoimitienso! A rede telegraphica maispossante da verdade brasileira. Eis umtrecho de carta sua a propsito da fundao que ora tentamos de um Club deAntropofagia e de uma grande festaque proponho para a vspera de 12 deOutubro. E' uma carta a JurandyrManfredini, de Crttyba, publicada a2 de Setembro na Gazeta do Povo, dali.Depois de detalhar os argumentos dogrilo base do direito ptrio eil-oque diz:"Comemos o resto do Territrio.

    Ahi est a lio do nosso Direito. Devemos nos plasmar nessas origens histricas.Reviso da religio. O nosso povotem um temperamento supersticioso,religioso. No contrariemos. Vamoscrear a santoral brasileira: Nossa Senhora das Cobras, Santo Antnio dasMoas Tristes, tudo isso...- Admittira macumba e a missa do gallo. Tudono fundo a mesma cousa. O instincto acima de tudo. O indio como expresso mxima. Educao de selva.Sensibilidade aprendendo com a terra. O Amor natural fora da civilizao, apparatosa e polpuda.- ndio simples: instinetivo. (S comia o forte).

    E' a communho adoptada por todas as religies. O indio commungavaa carne viva, real. O catholicismo instituto a mesma cousa, porm acovardou-se, mascarando o nosso symbolo.Veja s que vigor: L vem a nossacomida pulando! E a "comida" dizia:come- essa carne porque vae sentirnlla o gosto do sangue dos teus antepassados.(S comiam os, fortes). Hans Stadensalvou-se porque chorou. O Club deAnthropophagia quer agregar todos oselementos srios. Precisamos rever tudo o idioma, o direito de propriedade, a famlia, a necessidade do divorcio , escrever como se fala, sinceridade mxima.

    (O macunaima a maior obra nacional. Voc precisa lr. Macunaimaem estado de ebulio. Depois issoca-se. Toma festim moderado,, comsaldo a favor). Vamos-fazeR. um levantamento topographico cia ' moral brasileira, a funda sexualidade do nossopovo. Vamos rever a historia, daqui cda Europa. Festejar o dia 11 de Outubro, o ultimo dia da America livre,pura, descolombisaUa, encantada ebrafvia".

    Quanto ao equivoco de se pensarque eu quero a tanga, affirmo eprovarei que todo progresso real humano patrimnio do homem antro-pofagico (Galileu, Fulton et c) . Deresto, Bernardi .Shaw j disse:. Estmais prximo do homem natural quemcome caviar com gosto de que quemse abstem de lcool por principio.' E*isso!

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    R e v i s t a d e A n t r o p o f a g i a

    UM POET A E UM PROSADORMANUEL . DE ABREU Substncia Rio de Janeiro 1928.

    Uma das poesias podia d ar o .ttuloao l ivro: 'Are you ready? Porque Substncia um jogo de tenis entre autore leitor. As bolas vm violentamente,sem parar, num bats-pula danado. Nemtempo para respirar a gente tem.Tudo mais ou menos deste geito:Sinto em mim uma Cidadejardinslirismo da minharaa os arranha-cus da ilusopiscam.na via-lctea das vidraasarrabaldesdebalde!

    tomem bola.Nesse fogo e nsse arrojo no difcil descob rir talento* c sensibilidad e.A poesia de Manuel de Abreu nopossue colorido brasileiro algum. E*internacional. Europca talvez sejamais certo. Cousa que hoje em dia eentre ns constitue originalidade. Equem sabe qualidade. Porque afinal decontas sempre meihor tomar um ex-presso- internacional da que o mixto deSo Pedro do Carri. Leva onde sequeira. Inclusive prpria terra emque a gente nasceu.MARIO D E ANDRADE Macunaima So Paulo 1928.

    A's vezes a gente em literatura pede

    a Deus que aparea um livro bom spara poder dizer aos autores de livrosmaus: Assim que vecs deviam terfeito.Macunaima tom esses dois valoreS: um livro bom (no sei se j repararam na fora que h nessa palavra:parece um tiro de canho) e um livro oportuno. E ' o bem oportuno portanto. Chegou na hora. Veiu pr no seudevido p a famigerada brasilidadeatrs da qual correm suados e erradosdesde muitos anos o:; escritores desteBrasil to imenso mas to arraial ainda .H que tempo Maohado de Assis dizia por outras palavras que ser escritor brasileiro no tc simplesmentecantar o ndio e bolar numa paisagemips cm flor. O Brasil no isso s.Ou melhor: o Brasil no isso. Qualquer estrangeiro cbpaz de fazer umromance muito bem feitinho com personagens desta terra movendo-se nestaterra. Agora o romance da terra sum brasileiro pode escrever. E h deescrever passando alm do visvel edo palpvel. No se conten tar comiquilo que a terra oferece e mete pelosdhos da gente a dentro. Mas sofrer osofrimento da terra, gozar o gozo da:erra, rir o riso da terra, viver a vidada te rra .S este refro de Macunaima Ai!que preguia! . . . vale como bras i l i dade mais do que todas as ruazinhasde arrabalde, 'todos os tuts de feijo,morenas de chita c tal que enchem osversos dos nossos curumins contemporneos .

    Paulo Prado, cm conversa costumacaoar dessa mania que muito novo(ou" prete nden te a tal) tem de g ritaresmurrando o pe i to: Eu sou bras i le iro!Eu sou brasileiro! Eu que sou o verdadeiro bras i le iro! Burr ice , moo. Sevoc brasileiro no precisa gritarque^: a gente v logo.Mario de Andrade ( dos que no gritam nem fazem questo de parecer.Pois c le a inda quo no queira .Macunaima tem tanta moleza, tantasenvergonhjce, tanta basfia bem nossas e talvez s nossas que d vontadeda gente se estirar nas pginas delecomo numa rede e balano vai balano veni se abandonar e se esquecer naquela gostosura.

    Rapsdia nacionar icom o r bem rolado) de lendas, de anedotas, 'de cheiros, de tudo . A lngua ento a- maispotica possvel. Pareci- uma msica.O violo sempre acompanhando.E o mais bonito qui Mario se mostra inteirinho no livro (o que acontece em todos os que publica alis). Poucas vezes tenho v ist o. tama nha faltade respeito humano. H pginas em.que a gente se contem para no disparar com o autor : Sa ia da , diabo.Como le mesmo fz no Amar, verbointransi t ivo.Percebe-se c laramente que Marioama o heri a -tal pon to que qu er sero heri. Mas bom que a gente o desiluda. Mario um pedacinho do heri.O heri somos ns todos juntos. Ateu, porque no?A. DE A. M.

    L E I A M C A E T E SAugusto Meyer

    G I R A L U Z (versos)Manuel de Abreu

    S U B S T A N C I A (versos)B R E V E :Menotti dei Picchia

    E . U . D O B R A S I L (versos)F. T. Peixoto e Guilhermino Csar

    MEI A - PA TA CA (versos)

    Esta de um sbio que cultiva em S. Paulo a sciencia e a blague: Pedirei, com devoo, ao Senhor deBonfim, Santo bahiano que realizou o milagre de nunca fazer um discurso, que resusciteos caets, porque assim como devoraram o bispo Sardinha, que construiu a memorveligreja que agora se quer destruir na Bahia,devorem o sr. Arcebispo, que a quer botaraba ixo . . .Talvez os caets illuminados ! comeram Sardinha por ter erguido a santa igreja. Previam a heresia 1928 do antistite. Sbios videntes os nossos pes de tanga !MENOTTI DEL PICCHIA

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    R e v i s t a d e A n t r o p o f a g i aLUNDU' D O ESCRAVO

    MARIO DE ANDRADE

    Tendo colhido aquele Romance quedei noticia no ltimo nmero desta"Antropfaga", como falei, sube daexistncia do palhao preto Veludo.Pelas coincidncias deJe ter portadomuita feita em Araraquara, ser preto eas moas guardarem o Romance daboca dum palhao prelo de Araraquara mesmo, achei que de certo o Veludo que cantava o documento.Sei com firmeza mas s que essepalhao t i rava um lundu,em que vinhao refro do Romance, com variantem i r i m :"Eu fiquei todo saraptmtadoComo gamb que ca iu no melado" .

    Mais outra senhora de Araraquaramais uma estrofe tambm. E foi damemria dela que Veludo renasceucom as macaquices nome cor e tudo.Finalmente minha, felicidade me levou pra um senhor velhuco j, commemria de genipapo indelvel, vozmusical e bondade como ningum. Estesenhor foi praceanu aqui da capitaltoda a vida e ali por 1876 vasava asenergias de curumim freqentando ocirco da companhia Casali que paravasempre meses no largo de S. Bento,Depois o menino tomava sorvetes naconfeitaria perto. Pois nessa companhia que estava o. Antoninho Correia, palhao brasileiro de cor bran-

    III (S- Paulo)Quando mia sinh me disse: P Francisco, venha c ;Vai corta as tuas unhaQue tu t para casa,E eu fiquei todo contentadoComo gamb que saiu do lao!Seu bem me dizia (ter)Que eu havia de casIV (Minas, D. Alexina- de M. Pinto)Quando meu sinh me disse: Pai Fran cisco, venha c ;

    4 - O0CZiAS>l0CU4, ato **\cAjastio

    &a f+iM tjaAAA. o u 4Lf> -Juj &*/ (*** cL^* m', * A "- - M ^ X o * - ^ ^ , Jlu. &*, OVIA o."-

    /Esse lundu bem da nossa tradiopelo menos no Brasil central. DonaAlexina de Magalhes Pinto ("Cantigas das Crianas e do Povo", ed. Alves, pg. 82) d uma variante da msica em qu tambm o refro se modifica assim:

    "I ficou tudo espahtarradoComo um pint inho que ca iu no mela do" .(Tambm a verso de S. Paulo capital, que vem adiante conserva "es-pa nta ra do" ) .Das estrofes da que chama "cantigade palhao" dona Alexina de Magalhes Pin to d -s uma.Um senhor de Araraquara , juntocom outra estrofe me restabeleceu orefro em fala mais tpica:

    "E i fico todo assarapan-tadoComo gamb que ca iu na raada" .("Raada" com r brando laada) .Outro senhor do Tie t t rouxe pramim mais uma estrofe, escutada l.

    ca. Sc pintava de prelo c tirava tambm o lundu. E pude ajuntar. maisuma estrofe e a verso musical completa que vai aqui junto. Com maisoutra estrofe me dadf por uma senhora de S. . Paulo, reuno um Lundu doEscravo, j bem satisfatrio -no tamanho. Assim:1 (Araraquara)

    Quando mia sinh me disse: P (i) Francisco , venha c;V na sanzalariaZicuira (recolher) us criurinho.Eu fiquei todo espantaradoComo gamb que caiu no lao!Seu bem me dizia (ter)Que eu havia de paga!

    II (S. Paulo)Quando mia sinh me disse: Pai Francisco, venha c ;Vai chama sua feitoQue tu t para apanha,(Refro)

    V lava tua zipQue tu t Dra te casa,(Refro)V (Araraquara)

    Quando m ia sinh me. disse: Pai Francisco, venha c ;Vai l na sanzalariaQue tu t para eas,(Refro.)

    VI (Tiet)Quando mia sinh me disse: Pai Francisco , venha c;Vai busca, pape e tinta,Pra voc se escreviiih,(Refro)

    Como esto vendo, os passos principais -da vida do escravo vm ai todos. (Alis a ltima estrofe interpretei por mim como alforria). Trabucou,recolheu os criolinhos, levou bacalhauque no foi vida mas porm, na san zalaria se arregalou tirando ma linha om as boas, lavou o p, cortou runha, casou, casou, casou! Casou por(Cont. na p..6)

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    R e v i s t a de A n t r o p o f a g i aUm pedao do meu poema A VOZ TRISTE DA TERRA

    Eu devia ter ficadoperdido nos meus terroresNo me deviam ter ditoos nomes das coisas bonitasque os barcos trouxeram de longenem a natureza de tudo o que eu %ia.Deviam ter deixado que eu adivinhasse...Eu adivinharia!E nem me ensinaram & amaras coisas to simples e purasque eu tinha na terra.E deram-me uma almamais Velha e mais triste que a minha!E eu que era meninodei para pensare envelheci esquecido de mim mesmo.Agora que eu vejo que no vivique estou entre coisas immensas e bellasque a terra desprende um aroma excitante.Agora que eu vejo que ha vidaem torno de mim.E eu sinto em desejo febril de vivar.

    Agora que eu queroa alma ingnua que a terra me deupra sentir pra gozar isto tudoisto tudo que vejo juntinho de mim.Voltar! Mas agora que eu devo ir buscara alma fortea alma puraa alma simples de outroraagora meu Deus eu no posso voltar!Os rumos so outros.No sei pra que lado ficou meu pesado.J nem sei como andar.Me perco no tempo.Me perco no espao.E soffro esta angustia sem fim de ficar!E ha tantos caminhos que fogem chamando1

    Mas agora meu Deus impossvel voltar!

    (PARAHYBA)PERYLLO DOLIVEIRA

    L U N D U ' DO E S C R A V O (Cont. da p. 5)-trs estrofes dando tempo pr velhicechegar. Pois ento depois duma quarta-feira em que geou na cabea deleFrancisco virou Pai Francisco e o dono p alforriou. E essa vida os palhaos eternisavam no circo pra divertirfiHio de branco. "Fio dim baranco"os Pais Franciscos falavam...("Quando i tava na minha terI chamava capito,Chega na ter dim barancoI me chama Pai Joo")("Canes Populares doBrasil", Brilo Mendes.)

    Na verso, musical que registro parece ten juno de msica diferentesou pelo menos acrescentamento departe. Com efeito nem dona Alexinade Magalhes Pinto nem ningum, an o ser o menino que comia sorveteespectaculo acabado, conhecia o dstico:"Seu bem me diziaQue eu havia de paga (ou, casa)".

    Porm essa parte, falando musicalmente, no discrepa do resto do refro e parece de origem africana tambm.A reunio de documentos musicaisdistintos muito comum no populariobrasileiro. Pode ser tendncia nossapr.. . engrandecer as c oi sas . . . Ah,rapazes! vocs nnnca no vero pasnenhum talequal nosso! . . . Exemplotpico desse engrandecimento foi nonordeste (Silvio Romero) a mania definalisar qualquer chegana ou reisado com a representao de Buraba-

    me-Boi, embora discrepando do assunto anterior. (O que alis concorda com a arquitetura da trilogia grega terminando com uma comedia.) Nomeu prximo "Ensaio sobre MsicaBrasileira" "dou uma verso paulistado "Sapo Curur" em que o texto ea msica- vm acrescidos dum refromas discrepante por completo. Nas rodas infantis brasileiras comum esseprocesso de encomprfdar a cantigapela juno de vrias rodas.A forma musical da Suite positivamente uma das preferidas pela nossa gente. Est nos fandangos de Ca-nanea, se manifesta no Congado, noMaracat, no Samha-do-Matuto, noBoi-Bumb, no Pastoril, etc. Essa tendncia foi em parte, me parece, o queimpediu maior gencralisao dos documentos musicais pelo pais. As peas eram compridas por demais praser fcil a transmisso oral de textoe msica. Si essas danas por seremdramticas e por isso com entrechomais ou menos obrigado, foravam aque no texto se desse apenas variante s dum modelo inicial, ficou hbitocantarem le com msica nova, inventada no lugar. L no norte ondeprincipalmente o Bumba-meu-Boi representado todo ano (no nordeste peloNatal, na Amaznia pelo S. Joo) amsica muda de cidade pra cidade, deengenho pra engenho at.' Em certoslugares como em Belm com o Boi-Bumb e no Recife com o Maracata msica muda de ano pra ano, peloqu e me informaram. No digo queseja bem nem mal isso porm levouo pessoal pr utilisao de foxtrotese maxixes importados, o que pode; aca-

    chapar a inveno dstc povo pregui--a.Quanto especialmente ao documento que revelo hoje, o principal valorcritico dele est na liberdade rtmicada estrofe cantada. Si no botei compasso pra ela foi pra caractersar maisisso. O primeiro verso vai bem batidono ritmo e no tempo. Os outros trsv o com uma liberdade prosodica, umrubato de expresso oratria, impossvel da gente registrar com os valores da grafia musical to deficiente.Me parece que os nossos compositoresdeviam de estudar mais essa tendncia pro recitativo de expresso prosodica e pro ritmo livre. de muito documento popular brasileiro. Porquna composio artstica, os que estoinventando j dentro da espcie brasileira, permanecem por demais dentroda forma quadrada. Isso d pr' obradeles uma essncia de pasticho muito!Do mesmo geito que, dos nossos romances tradicionais a poesia artsticapoude tirar uma liberdade estroficaem que a gente fica bem cmodo (foia soluo de Catulo Cearense; vertambm a "Orao ao Negrinho doPastoreio" de Augusto Meyer, n. 4desta revista); do mesmo geito os nossos compositores podem conceber normas muito caracteristicamente brasileiras de criar melodia infinita. Nasemboladas, nos cocos, nos dejsafios,nos preges, nos abios, nos lundus eat nos fandangos n gente colhe formas de metro musical livre e processos prosdicos e fantasistas de reci-tativos que so normais por ai tudono pas. Isso os artistas carecem observar mais.

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    R e v i s t a de A n t r o p o fp o r a g i aOS TRS SARGENTOS(ROMANCE)

    0 JARDIM PUBLICOin

    YAN DE ALMEIDA PRADO

    No parque havia duas zonas de amores completamente diversas a da smeninas davis inhana que namoravam, adas mulheres da vida a catade fretes para conseguirem pagar adir ia doborde l . Aprimeira zonaconsistia nas duas avenidas que esquadrinham em angulo re to o coreto ; a segunda era delineada pelo caminho que d volta ao tanque . 0 ca po de altas arvores cuja ramaria forma toldo sobre amusica era o limitedas duas e a linha divisria.Na zona das meninas os almofadinhas do ba i r ro pa ra ra m nabeiradadas largas avenidas, enquanto as namoradas transitavam dea:it- deles ecom eles comunicavam-se apenas pormeia de olhares e risos. Muito diferente era o t recho reservado s mulheres da vida. A exiguidade do passeio mal dava para elas seesgueira-rem quando nos dias de muita aflunci a shomens enchiam o caminho.Nessas ocasies, ao se encontraremdois magotes um composto de desordeiros e outro demulheres fceis resul tavam correr ias que escanda-lisavam osburgueses extraviados nolugar . O habitante do Inter ior por a l ia passeio com a mulhe r e filhos, derepente percebiam a travez da inexper incia , quanto as margens do tanqueeram mal freqentadas. Via com pasmo na confuso provocada pelo choque de homens e mulheres , osapal-pes dos gaiatos obrigando asmulata s e pre tas a fugir no meio de gritaria egargalhadas. O sertanejo (vindo de onde ainda existe receio da farda) , extranhava serem os mais barulhentos entre amolecada os soldadosda policia, que no respeitavam mulher a lguma encontrada apassear emredor do tanque. Ao burguez antigo dac idade (mormente opaulista legitimo,que sempre arrenegou mil i ta res) , oefeito causado era diferente. Lembravam-lhe os excessos da soldadesca, ostempos da "Guarda Urbana" , composta dorebota lho das t ropas dacampanha do Paraguai , que pe la t radiopopular , tornava per igosa a vis inhana dos quartis. Dizia-se ento, ques criatu ras feias >.: aventurav am depropsi to noite, nos lugares freqentados pe los "urbanos" .

    Uma mula t inha que desgarrara dascompanheiras , a temorisada pe la brutalidade dos homens, refugiou-se noextremo do caminho entre uma nesgado gramado e ogradil de uma ponte.Apezar dor e t r a ime nlo eraalvejadacom piadas grosseires, obcenidades,

    convites atrevidos, tentando osmais .ousados, esbarres que- ela evitava subindo nocante iro. Entre tanto o re ceio no lhe impedia de mariscar namultido homem que a satisfizessenaquela noite.O olhar furtivo e repetido com querepassava soldados e paisanos, deparou em certo momento Ires sargentosda Fora Publica que Caminhavamjuntos. Diversos nate z e nacorpu-lencia, regulavam a mesma altura. 0prim eiro. robusto, cas tanho e claro, osegundo ossudo e more no, o ultimotambm tr igueiro, provido deamplamuscula tura a modelar a tnica douniforme. Representavam amescla damilcia do Estado, onde elementos vindos de to longe, ii to diversos, osdo Norte diferindo dos do Sul at naorigem daraa branca; no Par ouno Maranho descendentes de alente-janos, no Rio Grande de imigrantesdas Ilhas; confundiam-se entretantonum molde nico a farda azul fer-rete largamente listada de encarnado .Ao passarem os rapazes perto damulatinha- coincidiu chegarem tambmas companheiras. Formou-se bolo emvolta da rapariga, que estimulada pelapresena das outras disse alto paraser ouvida de longe: I .. . Dita, era uni moreno assimque me se rv ia . . .Mas quem devia receber a indire ta ,no a ouviu. Quando omais ossudodos trs adyertio-o arir, j iam longedas mulheres que tinham parado nomesmo stio.O rapaz que reparara caoou como dis tra do. Gostei agora doCandidq, andato farto de rapariga que j nem ligapara gadinho mido, de hoje em diante s f ranceza . . .

    Pouco antes queixara-se Cndidoda falta de mulheres bonitas no Jardim, de sorte que a reflexo provocou gargalhadas. Onde que voc est enxergando gado? Olha aquela vestida debranco,al i na esquerda perto da arvore,a l i homem.. . no es t vendo! Elaquer alguma coisa com voc.. .O interpelado voltou-se logo que ocompanheiro falou, olhando nadireo apontada, mas poude apenas vislumbrar na turba o rosto da mulataque lhe pareceu bonito.A exclamao da moa iscou o in teresse dos rapazes que resolveram es-peral-a mais asoutras perto do co

    reto. No era acontecimento nico noJardim nem, tampouco comum mulheres provocarem de forma todescarada os homens que Uies apeteciam. Porm mesmo as mais desfavorecidas, as. que .tinham noo de sere m asultimas entr; a peior negra-da, s davam demonstraes diretas aohomem que viam pela primeira vez,quando fortemente tocadas de pinga.Em outra ocasio a vaidade feminina impedia que elas se oferecessemdeante das. outras. Som ente a certeza de xito podia (eval-as a pra t icaro contrario, tratando-se algum recruta novo, que desprovido de dinheiroe cheio deseiva, aceitava qualquermulher . Orapaz aceitava e esqueciacom igual rapidez; era omesmo queuma necessidade aliviada atraz de ummuro. No faltavam ento nem siqueros transeuntes para surpreenderem ocoito (no recanto do Canind onde opar t inha ido depois do Jardim), eque no resentiam do espetculo maisespcie do que si fosse deces ncio. Agente do bairro estava ami-liarisada com ascena, freqente pelosterrenos reunos e atraz das cercas'desde aboca da noite at oalvorecer.Todos sabiam que quando algum parava eaproximava, no era por troaou por curiosidade, era na realidadeoutro macho que vinha buscar o seuquinho. Si oprimeiro consentia tudose passava sem maiores novidades, namaior camaradagem, do contrario, registavam osjornaes dodia seguintemais um caso policial de ferimentoso morte na vrzeaAs mulheres que ni> pertenciam ultima categoria das que nem tetopossuem para recolher homem nocareciam de se dirigir primeiro parao indivduo que as impressionava. Erasuficiente pisar no caminho do tanquepara sentirem-se seguidas de matilhainfinita, perseguindo-as com proposta s c ditos pesados como pancadasQuando abrutalidade dos homens ultrapassava certos limites vinha a resposta na mesma forma, bocas desden-tadas ferviam num dilvio de insultos,quando a crioula no repelia com obrao os mais atrevidos. Por outra, aoaceitarem algum, riam de modo queo perseguidor logo comprendia. Dapor. deante ele no largava m ais dasaia que apoder de encontres ia var a ndo amultido, e apoz algumas voltas dadas volta do tanque apareciamna rua com trato feito edestino certopara oresto da noite.

    (Continua)

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    8 R e v i s t a d e A n t r o p o f a g i aB R A S I L I A N A

    VEA U - DE - VIEDe uma nota intitulada Extraordinriadf fuso do alcoolismo na Rssia, publicadapelo Estado de S. Paulo, n. de 6-IX-28:"O mesmo jornal publica os resultadosde um inqurito feito em duas escolas, a respeito de alcoolismo.Resultados:8 p . c das meninas bebem gua de vida;92 p. c.-cerveja e vinho. Somente 11 p. c dosescolares desconhecem a gua de vida."NEGCIO BRASILEIRODe uma correspondncia de interior doEstado para o Dirio Nacional de So Paulo,n. de 13-VI-28:"Na vizinha cidade de Cndido Motta, hadias, appareceu um indivduo que se dirigiua uma fazenda, offerecendo ao fazendeiroumaIroca esquisita: offerecia 40 contos, quequeria trocar por 6, sem outras condies. . .O fazendeiro, desconfiado, eritabolou negocio, emquanto mandava cidade avisar o

    delegado. 0 homem foi preso, mas, logo depois, solto, pois o delegado no encontrou entre os 40 contos nenhum dinheiro falso."POLTICA

    Da marcha O voto secreto, letra d e Sidne>vila e msica de Donatilla Machado, vendaem So Paulo :"Minas t eces te em epopeasD 'um povo he r i c o a m a i s b r i l ha n t e h i s t o r i a !Mansa e serenaNo prof cuo labor sempre em progresso,Es c a l a s a py r a m i de s up r e m aSem re t rocessoE hoje mais uma vezPelo dic tame da consc incia rec toSe m pr e a l t a ne i r a e l i be r a lCreas a sabia l e i Voto Secre to"REALIDADEDe uma crnica de Gasto de Carvalho noO Paiz do Rio, n. de 4-IX-28:" E ' por isso que os bons repertrios possuem Loreley, que alm de conter l inda musica, presta-se phantasmagoria de uma ensce-nao que prende e seduz quando executadacomo hontem o foi, com scenarios apropriados, excellentes jogos de luz e as vises executadas com perfeio e verosimilhana tantoquanto possvel, aproximada do real ."

    B A L C OLIVROS PROCURADOS:

    Por YAN DE ALMEIDA PRADO (Av. B. L.Antnio 188, S . Paulo) :Accioli "Memrias H istricas da P rovnciada B ahia." 6 vols.Guerreiro, Bartholomeu "Jo rnada dos Vassalos, e tc . . . " L i sboa , 1625 .id. id. "Gloriosa Coroa et c . . . " - Lisboa 1642.Cunha Mattos. "Memrias da Campanha deD. Pedro . . . " 2 vo l s . R io de Jane i ro1833.Lisboa, Jos da Silva (Cayr). "Historia dosPr incipaes Successos. . . " 2 vols . Rio deJaneiro 1826-1830.

    Nos seus prximosnmeros a REVISTA DE ANTROPOFAGIApublicar em fac-simile dois autgrafos de

    K R I S H N A M U R T Ie

    M A X J A C O Btrasidos de Paris por

    Oswald de Andrade

    A assinatura anualdaR E V I S T A D E A N T R O P O F A G I A

    custaRS. 5$000

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