revista cnt 230 final

Upload: alanregoagpr

Post on 07-Jul-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    1/84

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    2/84

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    3/84

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    4/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 20144

    REPORTAGEM DE CAPA

    ANO XX | NÚMERO 230 | NOVEMBRO 2014

     CNTT R A N S P O R T E A T U A L

    CAPA SERGIO ALBERTO/CNT

    Paulo Gordilho falasobre portos secose integração modal

    PÁGINA 8

    ENTREVISTA

    Instalação de

    terminal privadoganha fôlegoPÁGINA 36

    AQUAVIÁRIO

    Comodidade emais segurançana direção

    PÁGINA 44

    TECNOLOGIA

    EMISSÕES • Inventário elaborado pelaAnac apresenta os poluentes emitidos pelotransporte aéreo nos últimos anos

    PÁGINA 32

    A 18ª Pesquisa CNT de Rodovias aponta que mais de 60%dos trechos avaliados apresentam algum problema nopavimento, na sinalização ou na geometria da via; númerode pontos críticos passou de 250 para 289 em um ano

    Página 22

    CONSELHO EDITORIAL

    Bernardino Rios Pim

    Bruno Batista

    Etevaldo Dias

    Lucimar Coutinho

    EDITOR

    Americo Ventura

    Mtb 5125

    [[email protected]]

    FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected], quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20Edifício CNT • 10º andarCEP 70070-010 • Brasília (DF)

    ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

    ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]ção da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

    1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

    Tiragem: 40 mil exemplares

    Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

    EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    5/84

    Especialistas alertampara a necessidadede mudar hábitos

    PÁGINA 54

    MOBILIDADE

    Feira em Berlim

    atrai interessepara o BrasilPÁGINA 60

    FERROVIÁRIO

    Sest Senat realizaações contra ocâncer de mama

    PÁGINA 64

    OUTUBRO ROSA

    Opinião   6

    Duke   7

    Mais Transporte   12

    Tema do mês   78

    Boletins   72

    Alexandre Garcia   81

    Cartas   82

    Seções

    MEIO AMBIENTE • Oficinas mecânicasinvestem no descarte correto de resíduosgerados em suas atividades

    PÁGINA 48

    www.cnt.org.brPesquisa CNT de Rodovias em detalhes

    A Confederação Nacional do Transporte preparou uma páginadestinada exclusivamente à Pesquisa CNT de Rodovias 2014.No endereço http://pesquisarodovias.cnt.org.br/ é possível

    acessar o relatório geral da 18ª edição do levantamento, as in-formações por Estado, os principais dados, o ranking dos me-lhores e piores trechos, mapas interativos, além de fotos, quedocumentam as condições de rodovias por todo o país. Edi-ções anteriores da pesquisa também estão no portal. O con-teúdo completo está disponível para download.

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    6/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 20146

    Duke

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    7/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 7

    CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

    s rodovias do Brasil apresentam uma grave si-tuação que aumenta os custos logísticos e osriscos a toda a população. Milhares de pessoasperdem a vida nas estradas brasileiras. Só em2013, nas rodovias federais, foram mais de8.000 mortes em mais de 180 mil acidentes. Os

    números da última Pesquisa CNT de Rodovias sãopreocupantes e apontam problemas em mais de60% dos trechos avaliados. Para reverter essequadro, são necessárias medidas, como aumen-tar o volume de investimentos, conseguir investiros valores autorizados, priorizar obras essen-ciais e ter visão sistêmica sobre o setor.

    Em 2015, começa uma nova fase no país, commudanças no Executivo e no Legislativo. No dia emque foi reeleita, a presidente Dilma Rousseff firmouo compromisso de abrir o diálogo e instituir mudan-

    ças no Brasil. É isso que o setor de transporte espe-ra. Que a presidente, em seu novo mandato, estejaaberta a ouvir o setor sobre quais são as demandaspara as rodovias e os outros modais (ferroviário,aquaviário e aéreo). Que o transporte possa ser vis-to como prioridade em seus planos de ação.

    Recentemente, a CNT divulgou o documento“O que o Brasil precisa em transporte e logísti-ca”, contendo as propostas da confederação pa-ra os candidatos à Presidência. O documento ébaseado em estudos da CNT, com destaque parao Plano CNT de Transporte e Logística 2014, queindica a necessidade de quase R$ 1 trilhão para

    melhorar a infraestrutura de transporte no país.Nesse documento, estão as recomendações paraque ocorra inovação, transformação e dinamiza-ção do transporte e da logística. É necessário eurgente adequar e expandir a infraestrutura etomar medidas importantes para haver reduçãode burocracia e de custos.

    De acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias2014, há diversas situações preocupantes, comoaumento no número de pontos críticos (quedasde barreiras, buracos grandes e outros), curvasperigosas sem sinalização, pavimento destruídoem alguns trechos. Ampliar investimentos e con-seguir aplicar de fato os recursos disponíveis sãograndes desafios. É preciso reinventar a formade gerenciar. O Plano CNT de Transporte e Logís-tica 2014 indica a necessidade de mais de R$ 290

    bilhões somente para as rodovias. Nos últimosanos, o governo tem conseguido investir cercade R$ 8 bilhões por ano em rodovias.

    O modal corresponde a mais de 60% do trans-porte de cargas e a mais de 90% do transporte depassageiros. A CNT identificou a necessidade demais de 600 intervenções, entre construção, ade-quação, duplicação, pavimentação e recuperaçãodo pavimento. Obras de duplicação da BR-262, BR-251, BR-116 e BR-135 estão entre as de destaque. Ro-dovias em bom estado de conservação são funda-mentais para o desenvolvimento do país, para a re-dução de acidentes e para a sustentabilidade.

    A

    O transportecomo prioridade

    “Os números da última Pesquisa CNT de Rodovias são preocupantese apontam problemas em mais de 60% dos trechos avaliados”

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    8/84

    ENTREVISTA

    Fundamentais para o desenvolvimento da logística nacional, os 

    chamados portos se- cos contribuem para aproxi- 

    mar as zonas alfandegadas dos mercados de consumo, li- 

    berando áreas próximas aos portos e aeroportos e redu- 

    zindo o tempo de atendimen- to na retirada da mercadoria,

    bem como na redução dos custos de transporte e de ar- mazenagem.

    Porém, no Brasil, a falta de infraestrutura de transporte 

    e da integração modal ainda impede que as operações 

    nesses recintos sejam reali- zadas de maneira adequada,

    afetando a competitividade 

    dos produtos brasileiros. De acordo com Paulo Catharino Gordilho, presidente da Abe- 

    pra (Associação Brasileira das Empresas Operadoras de 

    Regimes Aduaneiros), os por- tos secos são um importante 

    elo de uma cadeia maior em que a multimodalidade de- 

    sempenha papel importante.“A falta de integração modal 

    afeta o desempenho global do comércio exterior brasi- leiro”, ressalta ele nesta en- 

    trevista concedida à CNTTransporte Atual.

    Segundo a Receita Fede- ral, portos secos são recintos 

    alfandegados de uso público,situados em zonas secundá- 

    rias de fronteira – as zonas 

    primárias são basicamente os portos marítimos e os aeroportos, por onde chegam 

    ou saem as mercadorias do país. Nos portos secos são 

    executadas operações de movimentação, armazena- 

    gem e despacho de mercado- rias e de bagagem, sob con- 

    trole aduaneiro.Atualmente, o Brasil conta 

    com 63 portos secos, dos quais 59 são operados pela iniciativa privada, por meio 

    de concessões, de acordo com informações da Abepra.

    Dados da associação apon- tam que a movimentação 

    nesses recintos alfandega- dos chega a 850 mil unidades 

    de contêineres de importa- 

    ção por ano. Isso representa,aproximadamente, 20% de toda a movimentação de con- 

    têineres desembarcados em portos brasileiros.

    Gordilho também destaca na entrevista a seguir a dife- 

    rença na operação dos por- tos secos, dos marítimos ou 

    dos aeroportuários e ques- tões relacionadas à legisla- 

    ção que rege o setor. Acom- panhe mais detalhes.

    Qual a principal funçãode um porto seco?

    Os recintos alfandegadosde área secundária, chamadosportos secos ou Clias (CentrosLogísticos e Industriais Adua-neiros), têm como principal

    “Os portos secos ou Clia têm como principal função servir comlogística para as operações de comércio exterior, principalmen

    Elo de intePOR LIVIA CEREZOLI

    PAULO CATHARINO GORDILHO - PRESIDENTE DA ABEPRA

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    9/84

    ataformas importações”

    função servir como platafor-ma logística para as opera-ções de comércio exterior,principalmente nas importa-ções, além de poder operartodos os regimes aduaneirosem vigor, o que lhes confereagilidade incomparável emoperações logísticas de co-

    mércio internacional.

    Quais operações são rea-lizadas nesses terminais?

    Nesses recintos são realiza-dos o trânsito aduaneiro decontêineres e mercadorias sol-tas; a separação e o içamentode cargas especiais; a pesa-gem, o cintamento e a conta-gem de mercadorias; a movi-mentação e a armazenagem de

    mercadorias desunitizadas (re-tiradas do contêiner) ou namesma unidade de carga emque for transportada; a expedi-ção de mercadorias importa-das após desembaraço adua-neiro; a pesagem de veículos,contêineres e volumes; a ad-missão de mercadorias e baga-

    gem desacompanhada sob re-gime de trânsito aduaneiro,procedente de portos, aeropor-tos ou fronteiras; o atendi-mento completo à importaçãopor meio dos regimes aduanei-ros especiais; a gestão de esto-ques nacionalizados ou sob re-gime aduaneiro; o posiciona-mento de componentes em li-nhas de montagem externas; aadmissão de mercadorias, am-

    paradas em nota fiscal, paraserem exportadas; a admissãode contêineres vazios para uti-lização de cargas; a movimen-tação e a armazenagem demercadorias para unitização

    de cargas (colocação no con-têiner); a pesagem de veículos,contêineres e volumes; e a ex-pedição das mercadorias paraexportação após o desembara-ço aduaneiro.

    Qual a diferença entre aatuação dos portos secos edos portos marítimos ouhidroviários?

    Os recintos alfandegados

    instalados em zonas secun-dárias são estações aduanei-ras voltadas para as necessi-dades logísticas da indústria,do comércio e do mercadoconsumidor. Esses locais têm

    mais mobilidade pela capaci-dade de operar com desen-voltura os diversos regimesaduaneiros. Além disso, a pe-culiaridade de estarem loca-lizados em regiões mais pró-ximas dos mercados consu-midores confere aos portossecos mais competitividade,se considerarmos o conjuntodas operações aduaneiras elogísticas realizadas no país.

    ELO DE INTEGRAÇÃO

    gração

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    10/84

    Qual o volume de cargamovimentada no último anonos portos secos do país?Quais os principais produtos?

    De forma geral, os setores quemais operam em recintos alfande-gados de zona secundária são o

    automobilístico, o fármaco, o ele-troeletrônico, o de informática e ode projetos industriais. Conse-quentemente, os principais produ-tos movimentados nesses locaisestão ligados a esses setores. Es-tima-se que trafeguem pelos por-tos secos ou Clias, de todo o Bra-sil, cerca de 850 mil unidades decontêineres de importação. Essevolume representa, aproximada-mente, 20% do movimento decontêineres desembarcados emportos brasileiros.

    O país conta hoje com 63portos secos. Esse númeroé suficiente para atender àdemanda de carga?

    Desse total, a iniciativa privadaopera 59 unidades instaladas noBrasil. Atendemos à demanda atuale estamos preparados para atender

    o crescimento do país nos próximos20 anos. Temos disponíveis cerca de6 milhões de metros quadrados al-fandegados, onde foram realizadosinvestimentos em segurança, con-fiabilidade e eficiência, exigidos pe-los diversos intervenientes.

    Qual a importância dosportos secos para a logísti-ca nacional?

    Esses recintos são plata-

    formas operacionais que po-dem fazer de tudo em rela-ção à logística de comércioexterior. Seja na área fiscal,com a operação de regimesaduaneiros controlados pelaaduana, seja como Centro de

    Distribuição Alfandegado ounão Alfandegado, com condi-ções de fornecer uma enor-me gama de serviços deguarda, controle e manuten-ção dos estoques de merca-dorias, bem como sua coloca-ção em linhas de montagemexternas.

    Muito se fala do esgota-mento do setor portuáriobrasileiro. Essa é uma rea-lidade dos portos secostambém?

    Os investimentos realiza-dos garantem que os portossecos existentes ainda aten-derão por muitos anos à de-manda. O sistema, atualmen-te em funcionamento, comajuste à lei em vigor no pra-zo dos contratos, poderia

    trazer importantes ganhoscom consequentes reflexosna redução das tarifas dosserviços prestados. No en-tanto, admitimos a necessi-dade de expansão do sistemaem regiões pontuais. Nessesentido, destacaria a licita-ção feita recentemente emSuape, Pernambuco, para ainstalação de um novo portoseco, que já está funcionan-

    do desde o início de outubro.A Receita Federal ajustou como TCU (Tribunal de Contas daUnião) um modelo exemplarde edital de licitação da qualparticiparam cinco empresasque já operam recintos alfan-degados em outras regiões.

    Todo o processo durou apro-ximadamente 18 meses, e aempresa vencedora já tem aunidade funcionando plena-mente.

    De que maneira o exces-so de processos burocráti-cos atrapalha as operaçõesrealizadas nesses locais?

    De forma geral, não se sen-te excesso de processos buro-

    PARTICIPAÇÃO Recintos alfand

    “Osinvestimentosque se temrealizado

    garantem queos portos secosexistentes

    aindaatenderão pormuitos anosà demanda”

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    11/84

    federais anuentes em um sólugar, facilitando e agilizandoa liberação das cargas.

    Quais alterações a cha-mada Lei dos Portos (lei nº12.815/13) trouxe para ofuncionamento dos portos

    secos?Essa nova lei nada mudou

    em termos da organização eda operação do nosso setor,pelo fato de tratar basica-mente de questões relacio-nadas com a zona primáriadas operações (porto maríti-mo e retroporto), dentro dapoligonal traçada nos diver-sos portos organizados. Osrecintos alfandegados de zo-

    na secundária estão localiza-dos em áreas privadas, forada poligonal dos portos or-ganizados.

    Em 2013, a MP nº 612,que estabelecia mudançaspara a instalação de por-

    tos secos no Brasil, perdeuo prazo e não foi votada.Qual o impacto disso nosetor?

    Estruturalmente, esse fatoproduziu pouco impacto. Osetor continua com a mesmadimensão e funcionando nor-malmente, como vem fazen-do ao longo do tempo, aten-dendo às demandas do mer-cado de comércio externo e

    respeitando rigorosamente alegislação aduaneira.

    Um dos principais pro-blemas do escoamento daprodução nacional, princi-palmente a agrícola, é a fal-

    ta de armazéns no Brasil.Como os portos secos po-dem auxiliar nesse sentido?

    Recintos alfandegados dezona secundária trabalhambasicamente com importaçãode mercadorias conteineriza-das, cargas de projetos, veí-culos ou de dimensões queexcedem a capacidade físicados contêineres. Na área dogranel em grão ou sólido, osportos secos pouco podemfazer devido às peculiarida-des da operação.

    De que maneira a defi-ciência da infraestrutura detransporte e a falta de inte-gração modal afetam o de-sempenho dos portos secos?

    Esses gargalos afetam acompetitividade dos produ-

    tos brasileiros, especialmen-te no exterior. Os portos se-cos ou Clias, como prestado-res de serviços, são um elode uma cadeia maior em quea multimodalidade desempe-nha papel importante. O quefica afetado é o desempenhoglobal do comércio exteriorbrasileiro, e não apenas dealgum elo da cadeia logísticaisoladamente.

    mentam 20% das cargas conteineirizadas que chegam aos portos do país

    ABEPRA/DIVULGAÇÃO

    cráticos nas operações reali-zadas nos terminais. Alémdisso, não se pode encarar oprocesso aduaneiro apenasna área dos portos secos. Eleé um conjunto de medidasque atinge a todos os recin-tos alfandegados em opera-

    ção no país. Se olharmos parao conjunto das operações, po-demos ver que os processosaduaneiros estão se descom-plicando cada vez mais. Con-tudo, não se pode nunca es-quecer que fundamentalmen-te têm de ser mantidas a se-gurança e a confiabilidadedas operações. Podemos des-tacar que o nosso sistemaconta com todos os órgãos

    “Os portossecos são um elo

    de uma cadeiaem que amultimodalidadedesempenha

    papelimportante”

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    12/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201412

    MAIS TRANSPORTE

    VIRACOPOS

    OAeroporto Internacio-nal de Viracopos, emCampinas (SP), iniciou,

    em outubro, a transferência

    operacional para o novo ter-minal de passageiros. As pri-meiras operações contamcom cinco voos nacionaisdiários da Azul. O antigo ter-minal de passageiros ocupa-

    va uma área total de 28 milmetros quadrados, já o novotem área de 178 mil metrosquadrados.

    De acordo com a assesso-ria do aeroporto, as transfe-rências dos voos do atual ter-minal para o novo vão pros-seguir até o fim de março de2015, quando a desativação

    do antigo terminal de pas-sageiros deverá ser concluí-da. Ainda conforme a asses-soria de Viracopos, o aero-

    porto conta com oito pontesde embarque e capacidadepara movimentar 1.550 pas-sageiros domésticos porhora de pico, o que repre-senta quase 14 milhões de

    passageiros ao ano. O volu-me é 40% superior ao que oatual terminal de passagei-ros deve movimentar até o

    fim deste ano: aproximada-mente 10 milhões de passa-geiros. A concessionáriaAeroportos Brasil Viracoposinvestiu R$ 3 bilhões no aero-porto entre 2012 e 2014.

    MUDANÇA Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, iniciou, em outubro, a transferência operacional para o novo terminal de passageiros

    Novo terminal em operação

    AEROPORTOS BRASIL VIRACOPOS/DIVULGAÇÃO

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    13/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 13

    Mercado internacionalA Azul Cargo estreia nomercado internacional decargas aéreas em dezembrodeste ano. A companhia vaiaproveitar os porões dosAirbus 330-200 e 350-900, comcapacidade de até 18 toneladas,para transportar contêineres ecargas paletizadas. A rota deimportação e exportação decargas contempla os vooscomerciais diários da Azul quepartem do aeroporto de

    Viracopos, em Campinas (SP),para os Estados Unidos. A Azulrecebeu seu primeiro Airbus330-200, dos sete arrendadosdo modelo, em junho passado.De acordo com a companhia, aprincípio, a aeronave deveoperar rotas nacionais comtransporte de cargas e declientes. Além dos seis A330-200, a empresa vai incorporar àfrota cinco modelos A350-900a partir de março de 2017.

    AZUL/DIVULGAÇÃO

    ALL/DIVULGAÇÃO

    CARGAS AÉREAS Azul vai transportar contêineres e cargas paletizadas

    Transportede celuloseA ALL (América Latina Logística) e aprodutora de papéis para embalagem Klabinfirmaram acordo para o transporte dacelulose que será produzida em Ortigueira(PR). Chamado de Projeto Puma, a fábrica,ainda em construção, tem previsão para

    entrar em operação em 2016, comcapacidade de produção estimada em 1,5milhão de toneladas de celulose por ano.De acordo com a ALL, aproximadamente 900mil toneladas serão destinadas à exportaçãoe vão ser transportadas via ferrovia, por 450km, até o porto de Paranaguá (PR). O contratoentre as companhias foi fechado até 2027 eprevê a construção, pela Klabin, de um ramalferroviário de 25 km, dedicado exclusivamenteà movimentação de celulose, que vai ligar afábrica à ferrovia em Mojinho (PR). Tambémestá prevista a aquisição de sete novaslocomotivas e 306 vagões, desenvolvidosespecialmente para o transporte doproduto, com capacidade de carregamentode 64 toneladas cada um.

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    14/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201414

    MAIS TRANSPORTE

    As réplicas dos aviões utilizados pela TAM na campanha “Bagagem Histórica”, em outubro, voltaram ao museu da companhia, em São Carlos(SP). Os modelos transformaram os carrinhos de bagagem do Aeroporto Internacional de Guarulhos em pequenas aeronaves para homenagearas crianças. Os passageiros-mirins “pilotaram” os aviõezinhos enquanto ouviam, por fone de ouvido, a história da aeronave de cada carrinho.

    Aviões retornam a museu

    TAM/DIVULGAÇÃO

    Criado há dois anos para suprir

    as necessidades do mercado dereposição de autopeças no Brasil,

    o Canal da Peça criou um pacotede serviços, destinado aos

    fabricantes de autopeças, para

    estimular a demanda e exporas marcas aos novos canais de

    mídia on-line. Segundo FernandoCymrot, um dos fundadores do

    canal, as novas ferramentas

    ampliam a exposição dos

    produtos na web, resultandoem novos clientes para os

    fabricantes. Os serviços garantem

    às marcas que seus produtosestejam presentes em buscadores

    como Google, Bing Yahoo eoutros, e também nos ambientes

    de compra e venda de peças.

    Novo pacote de serviços

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    15/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 15

    AUSTRÁLIA

    AFord inaugurou emMelbourne, na Austrá-lia, o FiVE – laboratório

    de realidade virtual de ultra-

    definição para o desenvolvi-mento de veículos. O FiVE jáopera em Dearborn, nos EUA.Os laboratórios são ligadosaos centros de desenvolvi-

    mento da companhia na Ale-manha, Brasil, China, Índia eMéxico. Ambos receberam umnovo software de realidade

    virtual de altíssima definição,chamado VRED (quatro vezessuperior à resolução HD),além de um sistema avançadode detecção de movimentos,

    similar aos usados na indús-tria de animação e games.

    Segundo a assessoria daFord, a tecnologia já foi usada es-

    te ano para verificar mais de 150mil detalhes em mais de 200 -protótipos de veículos virtuaisconstruídos no FiVE norte-ameri-cano. O sistema permite que en-

    genheiros e designers de todo omundo avaliem diferentes pro-postas de design virtual antes daconstrução do protótipo físico

    do automóvel. As ferramentasservem, entre outras alternati-vas, para verificar o melhor posi-cionamento dos controles para omotorista na cabine.

    Centro de realidade virtual

    TECNOLOGIA A Ford inaugurou, em Melbourne, o laboratório de realidade virtual de ultradefinição para o desenvolvimento de veículos

    FORD/DIVULGAÇÃO

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    16/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201416

    MAIS TRANSPORTE

    SUSTENTABILIDADE

    Oprimeiro modelo to-tal flex lançado co-mercialmente no

    Brasil foi o Gol Power, em

    março de 2003. Antes disso,a possibilidade de abaste-cer um mesmo veículo comálcool ou gasolina pareciadistante. Atualmente, quasea metade dos veículos emcirculação no país pode serabastecida com etanol ougasolina. A tendência é quea frota flex continue cres-cendo. Somente em 2013,88,5% dos veículos novosvendidos foram dessa cate-goria, de acordo com a An-favea (Associação Nacionaldos Fabricantes de VeículosAutomotores).

    Diante desse cenário edo fortalecimento do deba-te acerca dos impactos am-bientais decorrentes da uti-lização de combustíveis fós-seis, um novo passo foi da-

    do no país: possibilitar aemissão de crédito de car-bono a partir da substitui-ção de gasolina por etanolno abastecimento de veícu-los flex. A iniciativa – inéditano mundo – faz parte de umprograma voltado a frotascorporativas de veículos noBrasil. Cada crédito equivalea uma tonelada evitada deemissão de CO 2.

    A metodologia foi desenvolvidapela Ecofrotas – responsável pelagestão de 750 mil veículos e a pri-meira no mundo a tratar especifi-camente da geração de créditosde carbono provenientes da subs-tituição de combustível fóssil porrenovável em veículos flex. “Nósficamos de 2009 a 2012 desenvol-

    vendo e validando essa metodolo-gia com o VCS (Verified CarbonStandard). Uma vez validada, essametodologia é única no mundo”,disse o gerente de Inovação e Sus-tentabilidade da Ecofrotas, Rodri-go Somogyi.

    FuncionamentoQuando a empresa adere,

    ela assina um aditivo se com-prometendo a migrar o abas-

    tecimento que tinha para oetanol. Na metodologia do pro-

     jeto, existe a exigência de queo volume de etanol abastecidonesses veículos seja de, no mí-nimo, 95% ao longo do ano. Osistema de controle de abaste-cimento de combustíveis daempresa garante que as pre-

    missas do projeto sejam res-peitadas na prática. Se a em-presa não cumpre, ela perdeos créditos daqueles veículosque não atingiram a meta,mesmo que tenha ocorridouma redução de volume.

    CompensaçãoA metodologia já viabilizou a

    geração de 2.195 créditos de car-bono. Segundo a Ecofrotas, os

    créditos gerados podem servendidos em mercados volun-tários de carbono ou usadosinternamente para compensaroutras emissões. “É um pro-cesso muito parecido com omercado de ações. Existem osprojetos de crédito de carbo-no, de diversas empresas, de

    diversas naturezas, e os crédi-tos gerados podem ser nego-ciados. Por exemplo, a Ecofro-tas tem um volume de créditoe outra empresa tem umaemissão de CO2 que ela quercompensar. Ela pode comprare, com isso, adquirir o direitodaquele crédito para fazer acompensação das emissões”,afirmou Somogyi.

    (Viviane Cruz)

    Projeto inédito permite emissão de crédito de carbonoECOFROTAS/DIVULGAÇÃO

    MEIO AMBIENTE Medida desenvolvida pela empresa Ecofrotas visa a redução das emissões veiculares

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    17/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 17

    Batismo em Le HavreA Hamburg Süd batizouo porta-contêineres“Cap San Antonio” noPorto de Le Havre, naFrança. A embarcação éum dos novos navios deuma série de seis idênticos,todos construídos noestaleiro Hyundai HeavyIndustries, em Ulsan, Coreiado Sul. O “Cap San Antonio”tem capacidade para 9.600

    TEUs e vai entrar noserviço entre Europa e aCosta Leste da América doSul. Com 2.100 tomadas paracontêineres reefer, os seteporta-contêineres da sérieoferecem a maior capacidadedo mercado para cargasrefrigeradas. O transportedesse tipo de produto éuma das especialidadesda Hamburg Süd.

    HAMBURG SÜD/DIVULGAÇÃO

    PORTA-CONTÊINER Embarcação vai atuar entre Europa e América do Sul

    WILSON SONS/DIVULGAÇÃO

    O operador logístico e portuário Wilson Sonsincorporou à sua frota o rebocador WSPegasus. Esta é a quarta embarcação dacompanhia a entrar em operação este ano. Onovo rebocador é parte de um montante de12 rebocadores, com investimento total deUS$ 140,7 milhões. O WS Pegasus possui 73toneladas de tração estática. Está equipadocom sistema de combate a incêndio, motor

    Caterpillar e propulsores Schottel. A WilsonSons afirma que, até o fim de 2014, maisuma embarcação com especificaçõessemelhantes deve entrar em operação.

    Rebocador entra

    em operação

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    18/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201418

    MAIS TRANSPORTE

    Sistema de controle de jornadaA AngelLira lançou no mercado oAngelLira FOX, destinado para ocontrole da jornada do motorista,gestão de equipe externa egestão para operações logísticas.O produto é um aparelho móvelque integra um software exclusivoe é resistente à água, poeira equeda. A função “controle de

     jornada” do sistema transfere asinformações automaticamentepara a central da empresa, em

    tempo real, como um cartão deponto eletrônico. O AngelLira FOXpossibilita a utilização de doischips de comunicação, comotelefone celular. O aparelho contacom serviços para o envio demensagens; registro e envio defotografias, com hora, data ecoordenada de onde a imagemfoi tirada; além da possibilidadede gravar e enviar vídeos àscentrais das companhias.

    Novo armazém de carga geralA Asia Shipping, empresa deagenciamento marítimo decontêineres e de cargas pormeio de consolidação própria,inaugurou, em outubro, umarmazém de carga geral emHortolândia, a 110 km de SãoPaulo (SP). A planta, que levoudois anos para ser erguida, foiconstruída em cooperação comuma transportadora parceira dacompanhia. O local vai servir para

    coleta, armazenagem e distribuiçãode mercadorias em todo o Estadode São Paulo. Na exportação, oarmazém vai funcionar como umhub (centro logístico) dedicadoà consolidação de cargas comsaídas diárias para o porto deSantos. Na importação, serápossível receber os contêineresdiretamente de Santos, efetuara descarga e devolvê-losvazios ao operador.

    JEEP/DIVULGAÇÃO

    O Renegade, primeiro SUVcompacto da Jeep a servendido em mais de cempaíses, ganhou três novasversões. A montadoraconfirmou que o veículo vai

    ser produzido no Brasil em2015. Comercializadoatualmente na Europa, Oriente

    Médio e África, o Renegadetem versões diferentes paracada um desses mercados,com quatro variações: Sport,Longitude, Limited e Trailhawk.No design, o veículo apresenta

    faróis redondos e grade desete aberturas. O Renegadetem dois tetos solares, de

    acordo com a versão, sendouma delas uma grande peçadeslizante de vidro, e a outra,o “My Sky”, com painéisremovíveis que podem serguardados no porta-malas. Os

    dois novos sistemas 4x4 JeepActive, Drive e Drive Low sãoequipados com o exclusivo

    recurso de desconexãodo eixo traseiro. Assim,a passagem da traçãodianteira para a integralé fluida, com redução deperdas energéticas quando

    o modo 4x4 é desnecessário,melhorando a economia decombustível do veículo.

    SUV em mais de cem países

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    19/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 19

    Expectativa de crescimentoA alemã Knauf está instalando

    uma fábrica em Camaçari (BA)para a produção de sistemas deconstrução a seco (drywall). Oinvestimento criou expectativaspara o Tecon Salvador (Terminalde Contêineres de Salvador). OTecon pretende operar osembarques de chapas de gesso(usadas na construção civil) queserão produzidas na nova fábricada Knauf, que possui outra plantaem Queimados (RJ). Segundo oTecon Salvador, até o fim deste

    ano, quando a capacidade plena

    deverá ser atingida, a unidade vaimovimentar até 40 contêinerespor mês, via cabotagem, paraatender os mercados do Nordestee Norte do Brasil. O terminal jáoperou com a empresa, quandorecebeu, aproximadamente, 250contêineres com equipamentosimportados para a construçãoda fábrica em Camaçari. Aoperação totalizou 11 embarquese cerca de 6.500 toneladas deequipamentos.

    Escola da Renault faz um anoA Escola de Economia de Energia

    da Renault, instalada noComplexo Ayrton Senna (ondeestão as três fábricas da marcano país), em São José dos Pinhais(PR), completou um ano emoutubro. A entidade celebraconquistas em eficiênciaenergética e nas reduções dedesperdícios e dos impactosambientais da atividade pormeio do uso correto dosrecursos naturais. De acordocom a montadora, além de

    administrar o consumo de

    recursos naturais envolvidos emtodos os processos, os resíduosgerados na produção (metais,plásticos, borra de tinta, entreoutros) são reciclados. Em 2013,o volume de reciclagem atingiuquase 70 mil toneladas. A escolaformou 950 colaboradores econtribui para que a unidadebrasileira continue sendouma referência emconservação de energiadentro do Grupo Renault.

    Kits educativos via cabotagemA Abramundo, empresacom atuação no setoreducacional, passou autilizar a cabotagem(navegação entre portosde um mesmo país) emduas operações dedistribuição dos kits doprograma Ciência eTecnologia com

    Criatividade. O materialvem sendo transportado,via cabotagem, paraManaus (AM) e Fortaleza (CE)pela Aliança Navegação eLogística. A economia daempresa com o modalchega a 20%, secomparada ao transportepor rodovia.

    Resíduos viram pneusA Goodyear anunciou que vaiutilizar as cinzas da sobra daqueima da casca de arroz (queantes eram enviadas para aterros)para produzir eletricidade, comofonte ecológica de sílica para usoem seus pneus. De acordo com a

    assessoria da companhia, nosúltimos dois anos, foramrealizados testes com a sílicaderivada da cinza de casca de

    arroz, no Centro de Inovaçãoda Goodyear, em Akron, Ohio(EUA). Os pesquisadoresdescobriram que o impacto doderivado sobre o desempenhodos pneus é igual ao das fontestradicionais. A empresa está

    em processo de negociaçãocom fornecedores paracomprar a cinza de arrozpara uso em seus pneus.

    GOODYEAR/DIVULGAÇÃO

    INOVAÇÃO Goodyear quer reduzir impacto

    ABRAMUNDO/DIVULGAÇÃO

    CUSTO Empresa economiza até 20%

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    20/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201420

    MAIS TRANSPORTE

    MAIS CLIENTES

    Segurança, conforto, pra-ticidade e tecnologia deponta. Esses são alguns

    dos diferenciais que empresas

    de transporte rodoviário depassageiros têm buscado como objetivo de atrair clientes.Nos últimos anos, muitas delasafirmam ter perdido passagei-ros que migraram para as com-panhias aéreas. Havia tambémuma dúvida sobre as regras dosetor, que se tornaram maisclaras este ano, com a defini-ção do regime de autorizaçãodas linhas interestaduais. Ago-ra, muitas dessas empresasquerem aumentar os investi-mentos e renovar a frota.

    Nesse cenário, o Grupo JCAanunciou, nessa segunda-feira,27 de outubro, em São Paulo,investimento de R$ 70 milhõesna compra de 73 novos ônibustopo de linha. O grupo atua notransporte rodoviário de pas-sageiros há mais de 65 anos.

    São 2.878 ônibus em operação,sendo 2.391 rodoviários. Entre2012 e 2014, o grupo comprouaproximadamente 1.500 novasunidades. Este ano, foram maisde R$ 130 milhões em investi-mentos. A medida faz parte dameta da empresa de chegar auma frota com idade média detrês anos em 2015.

    De acordo com o diretorexecutivo da Viação Cometa,

    Fernando Guimarães, uma dasempresas do grupo, o investimen-to vai ao encontro da mudançaanunciada em junho deste ano pe-la ANTT (Agência Nacional deTransportes Terrestres) em rela-ção ao regime de autorização daslinhas interestaduais. “A partir domomento em que há a definição, e

    as regras se tornam claras, os em-presários voltam a investir no rit-mo que vinham fazendo no passa-do. O mercado está represadocom a indefinição que houve en-tre 2013 e 2014”, disse Guimarães.

    A criação de aplicativo quepossibilita a compra de passa-gens com maior facilidade estáentre as inovações apresentadas.Além disso, ao chegar ao termi-nal rodoviário, o cliente pode efe-

    tuar a retirada do bilhete pormeio da Sala Net e nos totens deautoatendimento. O grupo tam-bém investiu em Salas Vips, queoferece ar-condicionado, café,água, televisão, espaço para lei-tura e acesso à internet.

    Uma das novidades da novafrota DD é o chamado camarote,

    situado no primeiro piso dos ôni-bus, que possui poltronas com in-clinação de 180 graus e revesti-mento de couro. Os passageirostambém vão contar com DVD, ar-condicionado, Wi-Fi e tomadas pa-ra recarga. "É como se fosse a pri-meira classe de um avião”, disseAndré Oliveira, consultor de mar-keting da Marcopolo. No andar su-perior, haverá poltronas confortá-veis e anatômicas, com descanso

    de pernas para longas viagens,banheiro e bar com geladeira.

    Os ônibus adquiridos peloGrupo JCA vão operar em SãoPaulo, Rio de Janeiro, SantaCatarina, Paraná e São Josédo Rio Preto. Os modelos têmchassis Scania e carroceriasMarcopolo. "Alto desempenho,

    baixo custo e maior economiade combustível. Essa é a me-lhor combinação de carroce-ria e chassi na categoria Dou-ble Decker do mercado", des-tacou Ciro Pastore, responsá-vel por vendas de chassis ro-doviários da Scania no Brasil.

    (Viviane Cruz)

    A repórter viajou a SãoPaulo a convite da Scania

    Transporte rodoviário investe em conforto e tecnologiaSCANIA/DIVULGAÇÃO

    CLIENTES Modelos com chassis Scania e carroceria Marcopolo têm alto desempenho

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    21/84

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    22/84

    REPORTAGEM DE CAPA

    Mais pontos críticos

    e metade do pavimentocom problemas

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    23/84

    18ª Pesquisa CNT de Rodovias apontaque 62,1% dos trechos têm alguma

    deficiência, aumentando o risco deacidentes e os custos do transporte

    FOTOS PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2014

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    24/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201424

    Praticamente a meta-de (49,9%) do pavi-mento das rodoviasbrasileiras avaliadas

    apresenta algum tipo de defi-ciência, sendo classificado pe-la Pesquisa CNT de Rodovias2014 como regular, ruim oupéssimo por apresentar bura-cos, trincas, afundamentos,ondulações, entre outros pro-blemas. Em relação ao estadogeral, 62,1% das rodoviasapresentam alguma deficiên-cia no pavimento, na sinaliza-ção ou na geometria da via. A18ª edição do estudo da CNT,divulgada em meados de ou-tubro, avaliou 98.475 km, que

    correspondem a toda a malhafederal pavimentada e aostrechos estaduais mais rele-vantes para o transporte decargas e de passageiros.

    Nesse último ano, aumentouem 15,6% o número de pontoscríticos, passando de 250 (em2013) para 289 (em 2014). Que-das de barreira, pontes caídas,erosões na pista e buracosgrandes são considerados pon-tos críticos. “A situação do sis-

    tema rodoviário brasileiro con-tinua grave, comprometendo asegurança das pessoas, tantode motoristas, como de passa-geiros e pedestres. É cada vezmaior o número de mortes e deacidentes. Essa situação tam-bém compromete a logística,devido ao elevado custo dotransporte, tornando o paísmenos competitivo”, afirma opresidente da CNT, Clésio An-drade. De 2011 para 2014, houve

    um aumento de 32% no núme-ro de pontos críticos, que pas-saram de 219 para 289.

    Em 2013, morreram mais de8.500 pessoas em cerca de186 mil acidentes nas rodoviasfederais do país. As condiçõesruins aumentam a inseguran-ça, e muitas vidas poderiamser poupadas, caso fosse ofe-recida melhor infraestrutura.Além do risco à vida das pes-soas, conforme informações

    INSEGURANÇA Pontos críticos - como erosões, b

    “É cada vezmaior o

    número demortes e deacidentes”

    POR CYNTHIA CASTRO

    CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    25/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 25

    pla, torna-se ainda mais grave aconstatação de que 39,9% nãotêm acostamento. E, em 49,7% daextensão com ocorrências de cur-vas perigosas, não há placas deadvertência nem defensas com-pletas. Em 57,4% dos trechos foiencontrado algum tipo de proble-ma na sinalização, sendo que em26,4% não há placas de limite develocidade e em 47,6% a pinturada faixa central está desgastadaou é inexistente.

    da pesquisa, todos esses aci-dentes, em 2013, geraram pre- juízos financeiros em torno deR$ 17,7 bilhões. Esse valor in-clui perdas de vidas, danosaos patrimônios público e par-ticular, gastos no sistema desaúde e previdenciário e aindaprejuízos ambientais.

    Os problemas nas rodoviasafetam tanto o transporte decargas como o de passageiros.Segundo o estudo, o acréscimo

    médio do custo operacional,devido à qualidade do pavi-mento das rodovias brasileiras,é de 26%. Se considerar a re-gião Norte, onde há aindamaiores deficiências na malha,esse índice sobe para 37,6%.

    A Pesquisa CNT de Rodovias2014 também aponta problemasna sinalização e na geometria dasvias. Ao se considerar que 87,1%dos trechos avaliados são forma-dos por pistas simples de mão du-

    des, quedas de barreiras e de pontes - passaram de 250 para 289

    Mais de

    8.500pessoas

    morreramnas rodovias

    federaisem 2013

    Pouco recurso e má aplicaçãoBUROCRACIA

    A situação de precarieda-de encontrada em muitostrechos reflete a escassezdos recursos destinados aotransporte no Brasil. Além de

    ser insuficiente para melho-rar a qualidade das rodovias,o valor autorizado não chegaa ser investido devido a pro-blemas de gestão e excessode burocracia.

    O Plano CNT de Trans-porte e Logística, divulgadopela CNT neste ano, indica anecessidade de R$ 293,88bilhões somente para o mo-dal rodoviário. Em 2014, oinvestimento público fede-ral autorizado para as rodo-vias é de apenas R$ 11,93 bi-lhões. Ainda assim, até odia 16 de outubro, somenteR$ 7,57 bilhões (63,45%) ti-nham sido pagos.

    O diretor executivo da

    CNT, Bruno Batista, comen-ta que seriam necessáriasalgumas décadas para sa-nar os problemas, caso osinvestimentos continuem

    ocorrendo no ritmo de ho- je. A CNT considera que épreciso duplicar cerca de 14mil quilômetros de rodo-vias no Brasil. Outros 8.700quilômetros precisam serconstruídos.

    “Em média, o governo fe-deral tem conseguido inves-tir cerca de R$ 8 bilhões porano. Demoraríamos, então,mais de 30 anos para que ainfraestrutura rodoviáriabrasileira passasse a ofere-cer boas condições opera-cionais e de segurança. Éum período muito longo pa-ra um país que quer dar umsalto e quer ser competiti-vo”, afirma Bruno Batista.

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    26/84

    “As faixas centrais são linhasde divisão de fluxo, separam as

    duas mãos de direção. O desgas-te dessas faixas pode gerar gra-ves problemas. Quando o moto-rista trafega à noite, sob neblinaou em dias de chuva, por exem-plo, a visibilidade da faixa fazgrande diferença em relação aonível de segurança”, diz o diretorexecutivo da CNT, Bruno Batista.

    DemandaAs condições do pavimento

    são ruins, falta melhor sinali-

    GEOMETRIA A maior parte dos

    CLASSIFICAÇÃO

    GESTÃO PÚBLICA

    EXTENSÃO TOTAL

    Resultados das características avaliadas

    GESTÃO CONCEDIDA

    EXTENSÃO FEDERAL

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    27/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 27

    zação, e a geometria de mui-tas vias também oferece ris-

    cos. Soma-se ainda o aumentoda demanda nos últimos anos,devido ao crescimento da fro-ta brasileira. Em 2004, o Brasiltinha 37,9 milhões de veículos.Em 2014, o número passou pa-ra 84,1 milhões, de acordo comdados do Denatran (Departa-mento Nacional de Trânsito).

    Bruno Batista lembra que otransporte rodoviário é umagente indutor de desenvolvi-mento e de integração. A matriz

    rodoviária tem uma alta de-manda no Brasil, e o sistema ca-

    rece de ampliação, adequação,construção e melhoria da infra-estrutura. “Há um histórico nopaís de baixos investimentos etambém uma grande dificulda-de no planejamento e na execu-ção”, afirma. Atualmente, cercade 60% do transporte de car-gas e mais de 90% dos desloca-mentos de passageiros ocor-rem pelas rodovias.

    Na comparação entre paísesde grande dimensão no mundo,

    tanto desenvolvidos quanto emdesenvolvimento, o Brasil possui a

    menor densidade de malha rodo-viária pavimentada, conformeaponta o estudo da CNT. São203.599 km de trechos com pavi-mento, correspondendo a 12% daextensão total no país. Além de te-rem maior densidade rodoviária,países como China, Rússia e Índiaainda investem mais em infraes-trutura de transporte. “Com isso,o Brasil perde muito em competi-tividade”, diz Bruno Batista.

    De acordo com o índice de

    ados (87,1%) é formada por rodovias simples e de mão dupla

    “No país, háuma grandedificuldade noplanejamentoe na execuçãode projetos”

    MALHA RODOVIÁRIABrasil tem volume muito baixo de rodovias pavimentadas

    Extensão da malha rodoviária brasileira

    Densidade da malha rodoviária pavimentada por país (valores em km/1.000 km2)

    BRUNO BATISTA, DIRETOR EXECUTIVO DA CNT

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    28/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201428

    SÃO PAULO Estado onde se concentram ro

    INDICAÇÕESOutros resultados da pesquisa, em sua extensão total

    Condição da superfície do pavimento

    Acostamento

    Condição da faixa central

    Tipo de rodovia

    Condição das curvas perigosascompetitividade global do FórumEconômico Mundial, divulgadoem setembro de 2014, a qualida-de das rodovias brasileiras en-contra-se na 122ª posição de 144países analisados, atrás do Chile(31ª), do Suriname (70ª), do Uru-guai (90ª), da Bolívia (95ª), do Pe-ru (102ª) e da Argentina (110ª), to-dos situados na América do Sul.

    ConcessionadasCom a dificuldade do gover-

    “O governoprecisa daparceria

    da iniciativaprivada”

    CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    29/84

    relação às concessionadas”,afirma Clésio Andrade.

    As rodovias também sãoclassificadas considerando assituações viárias por tipo degestão (pública ou concedi-da), por Estado e regiões geo-gráficas, por corredores rodo-viários e por jurisdição (fede-rais ou estaduais). Conformea Pesquisa CNT de Rodovias,74,1% das rodovias concedi-das tiveram classificação óti-

    no em executar os projetos, aparticipação da iniciativa pri-vada torna-se fundamental pa-ra promover melhorias na in-fraestrutura de transporte. “Ogoverno precisa da parceria dainiciativa privada, e as conces-sões são um importante cami-nho para melhorar as condi-ções das rodovias e contribuirpara o crescimento do país. Asituação das rodovias sob ges-tão pública está muito pior em

    mo ou bom. Nos trechos sobgestão pública, esse percen-tual é de 29,3%.

    Na pesquisa, há ainda um ran-king com 109 ligações rodoviárias.São trechos formados por uma oumais rodovias federais ou estaduais,com grande importância socioeco-nômica e volume significativo deveículos de cargas e/ou passagei-ros, interligando territórios de umaou mais Unidades da Federação. Aoconsiderar o estado geral dessas li-

    edidas também tem o maior percentual de trechos bem conservados

    PONTOS CRÍTICOSForam registrados 289 em 2014

    RANKINGAs melhores e as piores entre as 109 ligações rodoviárias avaliadas

    10 melhores

    10 piores

    Entre asrodovias

    concedidas,

    74,1%tiveram

    classificação

    ótimo ou bom

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    30/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201430

    to regular, ruim ou péssimorepresenta um aumento doconsumo de combustíveldos veículos, tendo refle-xos diretos nos custos dasviagens e nas emissões depoluentes.

    Se o pavimento de todas asrodovias pesquisadas tivesseclassificação bom ou ótimo, em2014, seria possível uma econo-mia de até 5% no consumo decombustível, o que representa

    737 milhões de litros de óleodiesel, ou seja, R$ 1,79 bilhão euma redução da emissão de1,96 megatonelada de CO2, prin-cipal gás de efeito estufa.

    ImportânciaA Pesquisa CNT de Rodovias

    é importante para que o trans-portador rodoviário - seja eleoperador de alguma linha deônibus, autônomo ou motoris-ta de empresa – e também pa-

    gações, as dez melhores estão noEstado de São Paulo e são todasconcedidas à iniciativa privada. Umadas melhores passa também porUberaba, em Minas Gerais. A piorclassificada está localizada nos Es-tados de Tocantins e Bahia e é for-mada pelas seguintes rodovias: BA-460, BR-242, TO-040 e TO-280.

    Combustível e meio ambienteO fato de 49,9% das ro-

    dovias possuírem pavimen-

    RISCO Segundo a pesquisa, 62,1%

    CUSTOSAumento do custo operacional dos caminhões conforme o estado do pavimento - Brasil (%)

    ACIDENTESNúmeros das ocorrências registradas nas rodovias federais policiadas em 2013

    No Brasil,apenas

    12%da malha é

    pavimentada

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    31/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 31

    ra que os usuários possam pla-nejar e estimar os custos desuas viagens. O estudo tam-bém orienta políticas públicase se torna fonte de informaçãopara a sociedade em geral. En-tre as propostas está a divul-gação de dados relevantes damalha rodoviária brasileiraque podem subsidiar estudosque promovam o desenvolvi-mento do transporte rodoviá-rio de cargas e de passageiros.

    A primeira Pesquisa CNT deRodovias foi realizada em 1995,com a análise de 15.710 km, eem 2014, foram 98.475 km. Sãomais de 20 características ana-lisadas pelos pesquisadores em30 dias de coleta em campo.São percorridas todas as re-giões do país, contemplando osprincipais corredores de movi-mentação de cargas e de pas-sageiros. O estudo também co-leta as infraestruturas de apoio

    ao longo das rodovias, comopostos de abastecimento, bor-racharias, concessionárias, ofi-cinas mecânicas de caminhão ede ônibus, restaurantes, Corpode Bombeiros, posto policial eposto fiscal. Em 2014, o traba-lho de campo ocorreu entre 19de maio e 17 de junho.

    Confira a pesquisa na ín-tegra e outras informaçõesno site www.cnt.org.br

    presentam alguma deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via

    RECURSOSInvestimentos públicos autorizados e não realizados em rodovias – Brasil/ 2013 (%)

    Investimento necessário em infraestrutura rodoviária,conforme o Plano CNT de Transporte e Logística 2014

    Esta é a

    18ªedição daPesquisaCNT de

    Rodovias

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    32/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201432

    dos durante as operações dasaeronaves, cresceu 35%. Ovolume passou de 5.000 tone-ladas para 6.600 toneladas nomesmo período.

    Os dados fazem parte doprimeiro Inventário Nacionalde Emissões Atmosféricas daAviação Civil. O documento,elaborado pela Anac (AgênciaNacional de Aviação Civil) em

    parceria com o Iema (Institutode Energia e Meio Ambientede São Paulo), detalha a evo-lução das emissões de po-luentes atmosféricos e gasesde efeito estufa ao longo dosúltimos nove anos no Brasil.

    Entre os fatores apresenta-dos pela Anac que justificamo crescimento das emissõesem volume inferior à alta do

    setor estão a melhora na in-fraestrutura dos aeroportos,que desafoga o tráfego, e asinovações tecnológicas. “A in-dústria e as companhias aé-reas buscam colocar em ope-ração aeronaves cada vezmais eficientes. O crescimen-to e a renovação da frota nosúltimos anos mostra isso”,disse Marcelo Guaranys, dire-tor-presidente da Anac. Em2013, a frota das empresasbrasileiras atingiu 563 aviões,um acréscimo de 8,7% em re-lação a 2012.

    O inventário apresenta in-formações do consumo decombustível e das emissõespor tipo (doméstico e interna-

    cional) e por fases de voo (ta-xiamento, decolagem, voo emcruzeiro e pouso), durante asoperações em solo (embarquee desembarque), por modelode aeronaves e por aeroporto.Para os cálculos, foram consi-derados os voos comerciais,de fretamento ou da aviaçãogeral. Não fazem parte do es-copo do material as emissõesoriginárias da operação dehelicópteros, aeronaves mili-

    Inventário elaborado pela Anac apresentaos poluentes emitidos por esse meio detransporte nos últimos anos no Brasil

    POR LIVIA CEREZOLI

    Emissões

    atmosféricas

    AÉREO

    Com taxas que batemrecordes anuais, otransporte aéreo noBrasil cresce de ma-

    neira ambientalmente res-ponsável. Enquanto o númerode movimentos (pousos e de-colagens) da aviação cresceu75%, entre 2005 e 2013, aemissão de CO (monóxido decarbono), um dos gases emiti-

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    33/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 33

    tares e de aeronaves agríco-las movidas a etanol.

    Segundo o diretor da agên-cia, o inventário servirá debase para estudos de monito-ramento de emissão de gases,além de fomentar programasambientais e de eficiênciaenergética no setor de trans-porte no Brasil. “A ideia é jun-tar esse material ao que está

    sendo elaborado pela ANTT(Agência Nacional de Trans-portes Terrestres) e, em umfuturo próximo, elaborar uminventário nacional de emis-sões do transporte”, informouGuaranys, durante a apresen-tação do material, em outu-bro, em Brasília (DF).

    Os resultados do inventáriomostram que, nos voos domés-

    ticos e internacionais, o maiorconsumo de combustível é re-gistrado durante a fase de cru-zeiro, quando as aeronavesatingem mais de 3.000 pés dealtitude. Os índices, em 2013, fo-ram de 79% e 95%, respectiva-mente. Durante o ciclo LTO (ta-xiamentos de partida e de che-gada, decolagem, subida e apro-ximação/pouso), o consumo nos

    voos domésticos foi de 18%, en-quanto nos voos internacionais,de 4%. “O gasto de combustívelé maior quando a aeronaveatinge a altitude de cruzeiroporque é o maior período dovoo”, afirmou Guaranys.

    Durante o uso das APUs (turbi-nas utilizadas nas operações desolo, como embarque e desem-barque), o consumo registrado é

    INFRAMERICA/DIVULGAÇÃO

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    34/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201434

    trogênio) durante o ciclo LTO, ede 10%, 8,96% e 7,45% dos mes-mos poluentes durante o fun-cionamento das APUs. Alexan-dre Rodrigues Filizola, gerentetécnico de análise ambiental daAnac, explica que em operaçõesde até 3.000 pés é possível afir-mar que as emissões influen-ciam na poluição local onde osaeroportos estão instalados.

    De acordo com ele, é difícil re-duzir as emissões durante o ci-

    de 3% nos voos domésticos e deapenas 1% nos internacionais.Quando consideradas as etapasde voo abaixo de 3.000 pés, oconsumo durante o ciclo LTO é de85% do total, enquanto no fun-cionamento das APUs é de 15%.

    Esses percentuais corres-pondem, por exemplo, a umaemissão de 90% de CO (monóxi-do de carbono), de 91% de COV(compostos orgânicos voláteis)e de 92% de NOx (óxidos de ni-

    ÍNDICE Emissões podem ser reduzidas se aeronaves utilizarem a ger

    Número de passageiros cresceBALANÇO

    A Anac também apresen-tou o balanço do setor aé-reo brasileiro nos últimosdez anos. O crescimento nonúmero de passageiros, en-tre 2004 e 2013, foi de203%. O índice médio é de

    13,1% ao ano.Em 2013, a quantidadede passageiros pagostransportados atingiu omaior número da históriada aviação brasileira. Fo-ram 109,2 milhões de passa-geiros. Desses, 90 milhõesforam transportados emvoos domésticos e 19,2 mi-lhões em voos internacio-nais. Quando consideradostodos os passageiros trans-portados (incluindo as gra-tuidades), o número sobepara 111 milhões.

    De acordo com o ministroda SAC (Secretaria de Avia-ção Civil), Moreira Franco, osdados do anuário são ex-pressivos e mostram que hácrescimento e uma mudançade patamar no setor. “Esse

    crescimento mostra que oesforço em tornar a aviaçãocomo uma ferramenta de in-tegração do país está dandoresultados.”

    Entre os 20 aeroportosdo Brasil que registraram omaior número de decola-gens (79,61%) em 2013, oitoestão na região Sudeste,quatro no Nordeste, três noCentro-Oeste, três na re-

    gião Sul e dois no Norte.Somente os aeroportos deGuarulhos e Congonhas re-gistraram 18,55% das des-colagens no país.

    Os dados do anuáriotambém mostram que a

    TAM permanece na lideran-ça do mercado, com 39,6%de participação na deman-da. Em segundo lugar está aGol, que detém 35,3% dademanda. Já Avianca e Azulforam as companhias quemais cresceram no últimoano em volume de passa-geiros, com taxas de 35% e32%, respectivamente.

    CargasO volume de cargas trans-

    portadas pelo setor aéreotambém cresceu nos últimosdez anos. A alta foi de 50%entre 2004 e 2013. No últimoano, o volume transportadono mercado doméstico foi de408 mil toneladas de produ-tos. Embora o número cor-responda a apenas 0,48% do

    total de cargas movimenta-das no país, em valores, osprodutos transportados cor-respondem a 10,7% do total.No mercado internacional(com origem ou destino noBrasil), a alta nos últimosdez anos foi de 69%, e o vo-lume transportado chegou a777,7 mil toneladas em 2013.Na comparação com 2012, aalta foi de 7,2%.

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    35/84

    clo LTO, mas é possível duranteas operações em solo. “As APUssão utilizadas para gerar energiae manter os motores ligados du-rante os embarques e os desem-barques. Se fosse utilizada a ge-ração de energia dos aeroportose não das aeronaves, consegui-ríamos baixar esses índices e re-duzir ainda mais o volume deemissão de poluentes.” O tempomédio de parada das aeronavesnos aeroportos do Brasil é esti-

    mado em 75 minutos, conside-rando aeronaves da aviação re-gular, geral e cargueiros.

    AeroportosO inventário também permitiu

    quantificar as emissões de cadaum dos poluentes nos aeroportosque registraram o maior movi-mento de pousos e decolagensnos últimos anos no Brasil. Guaru-lhos (SP) teve o maior número demovimentos (135.511) em 2013 e,

    consequentemente, o maior volu-me de emissões. Foram 1.081 to-neladas de CO, 2.149 de NOx, 123 deCOV e 97 de SO2 (enxofre), consi-derando apenas o ciclo LTO e asoperações de solo.

    Congonhas, também em SãoPaulo, registrou a segunda maiormovimentação (95.565), mas é oquinto colocado em emissões deCO (479 toneladas), atrás do aero-porto de Brasília, do Galeão (RJ) ede Viracopos, respectivamente o

    terceiro, o quarto e o quinto emnúmero de pousos e decolagens.De acordo com a Anac, isso acon-tece devido ao tempo médio de ta-xiamento em cada um dos termi-nais. “Brasília e Galeão têm osmaiores tempos de taxiamentoantes da decolagem, o que justifi-ca o maior volume de emissões.Quanto maior o tempo com os mo-tores em funcionamento, maior oconsumo de combustível e maiora poluição”, explica Filizola.

    a dos aeroportos nas operações de solo

    INFRAMERICA/DIVULGAÇÃO

    POLUENTES ATMOSFÉRICOS

    CONSUMO DE COMBUSTÍVELPor fase de voo (%)

    Voos domésticos Voos internacionaisAPU (turbina ligada no momento do embarque e desembarque) 3 1LTO (ciclo de taxiamento, decolagem e pouso) 18 4Cruzeiro (voo acima de 3.000 pés) 79 95

    Por atividade - abaixo de 3.000 pés (%)Taxi out (taxiamento para decolar) 19,16Take off (decolagem) 10,87Climb (subida até 3.000 pés) 28,28Approach (aproximação/pouso) 18,01Taxi in (taxiamento pouso) 9,10APU (turbina ligada no momento do embarque e desembarque) 15,07

    EMISSÃO DE POLUENTESPor atividade (%)Atividade CO COV NOx SO2 Material particulado

    Taxi out 51,6 52,8 6,4 22,0 47,0Take off 0,7 0,8 22,7 12,5 3,0Climb 2,1 2,3 46,5 32,5 9,0Approach 5,7 3,1 13,2 20,7 16,0Taxi in 24,4 25,1 3,0 10,4 22,0APU 10,0 8,9 7,4 não medido não medido

    Por aeroporto (10 maiores movimentos em 2013 – em toneladas)Aeroporto Movimentos CO COV NOx SO2

    Guarulhos 135.511 1.081 2.149 123 97Congonhas 95.565 479 938 54 50Brasília 82.339 570 853 57 50

    Galeão 69.475 551 965 62 48Viracopos-Campinas 62.032 485 458 61 28Santos Dumont 57.197 302 536 34 29Confins-BH 54.127 349 514 38 29Salvador 46.682 236 459 25 24Curitiba 40.555 216 380 24 20Porto Alegre 39.674 206 357 23 19

    Fonte: Anac

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    36/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201436

    O

    setor portuário responde pormais de 90% das exportações dopaís. Em 2013, foram movimenta-dos 931 milhões de toneladas de

    carga. Os TUPs (Terminais de Uso Privado)responderam por 64% dessa movimenta-ção, um total de 593 milhões de toneladas,segundo a SEP (Secretaria de Portos daPresidência da República). A instalação denovos terminais privados ganha força nopaís. Enquanto isso, o arrendamento deáreas nos portos públicos pouco avança.Hoje, o Brasil tem em operação 37 portospúblicos – 34 marítimos e três fluviais – e129 terminais privados.

    “Imagine se não existissem os TUPs. Co-mo poderíamos escoar o agronegócio, a

    nossa soja, o nosso minério? Os portos pú-blicos não teriam condições de exportar emovimentar 64% desses 931 milhões decarga. E essas empresas não teriam condi-

    ções de crescer. Os Terminais de Uso Priva-do são o grande instrumento de desenvol-vimento da economia do setor produtivode qualquer país”, diz o presidente daABTP (Associação Brasileira de TerminaisPortuários), Wilen Manteli.

    O diretor da Antaq (Agência Nacional deTransportes Aquaviários) Fernando Fonsecareforça a importância desses terminais e ci-ta, como exemplo, a instalação de TUPs pa-ra melhorar o escoamento da produção naregião Norte, processo que muitas vezesocorre por meio dos portos do Sudeste.

    SituaçõesopostasPOR VIVIANE CRUZ

    AQUAVIÁRIO

    Enquanto o arrendamento nos portos públicos não avança,a construção de terminais privados ganha fôlego no país

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    37/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 37

    ESTALEIRO JURONG ARACRUZ/DIVULGAÇÃO

    TERMINAL PRIVADOEstaleiro Jurong Aracruzfoi o primeiro no EspíritoSanto a ser habilitado

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    38/84

    “Hoje, a gente está tendo uma sé-rie de investimentos de TUPs que

    o poder concedente vem autori-zando para essa região porque ademanda é muito forte para o es-coamento de produção”, afirma.

    Para o pesquisador em históriaportuária Cezar Honorato, profes-sor do Observatório de PolíticasPúblicas da UERJ (Universidade Es-tadual do Rio de Janeiro), os por-tos públicos já estão operandopróximo ao limite, sendo funda-mental a implantação de terminaisprivados. “Esses empreendimen-

    tos possibilitam a especializaçãoda movimentação portuária e dá

    autonomia às empresas. Os TUPssão fundamentais para o Brasilraiar mais os portos, isto é, des-concentrar e desafogar os grandesportos. Em quanto mais regiõeshouver terminais melhor, pois pos-sibilita mais condição de operaçãoe logística e o consequente desen-volvimento econômico.”

    Após a aprovação do novomarco regulatório, em junho de2013, o governo federal autorizou29 novos terminais privados, que

    somam R$ 7,8 bilhões em investi-mentos, e duas expansões de em-

    preendimentos já existentes, queenvolvem mais R$ 2,3 bilhões. Osnovos empreendimentos aprova-dos deverão movimentar juntosmais de 125 milhões de toneladas.

    O Estaleiro Jurong Aracruzfoi o primeiro terminal privado aser habilitado no Espírito Santoapós a aprovação do marco. Aautorização ocorreu em 21 de ja-neiro deste ano, e o processo deimplantação está em fase final.Estão sendo encaminhados à

    Etapa de arrendamento não avançaPORTOS PÚBLICOS

    Os arrendamentos de portospúblicos são uma das três eta-pas previstas no PIL – Portos

    (Programa de Investimentosem Logística – Portos). A medi-da visa possibilitar o melhoraproveitamento dos espaçosportuários e o aumento da ca-pacidade de armazenamento. Ocronograma das licitações en-volve a elaboração de estudosde viabilidade técnica, econô-mica e ambiental, a análise dosestudos por parte de uma Co-

    missão Mista composta pelaSEP e pela Antaq, a realizaçãode consultas e audiências públi-cas, o envio dos estudos e do-cumentos para análise e apro-vação do TCU (Tribunal de Con-tas da União) e, por fim, a publi-cação do edital para a promo-ção dos leilões.

    A expectativa era que a pri-meira etapa fosse finalizada noprimeiro semestre deste ano,mas as ações realizadas pelogoverno nesse sentido poucoavançaram. A licitação dasáreas foi dividida em quatroblocos, incluindo 23 portos pú-blicos. No entanto, somente o

    bloco 1 – composto pelos portosde Santos (SP) e dos paraensesde Belém, Miramar, Outeiro, Vila

    do Conde e Santarém – avan-çou, mas também logo estacio-nou. Os demais nem chegarama ser avaliados.

    Os estudos realizados pelaAntaq estão parados no TCU,desde 2013, após a determina-ção de que 19 condições sejamsanadas para que seja autoriza-da a continuação do certame.De acordo com a Corte, o estudo

    deixou de apontar dados impor-tantes para se evitar incertezasrelativas a novos investimentos.Entre as falhas, o TCU aponta:previsão de tarifa teto para al-guns terminais. A assessoria daSEP destacou que o órgão res-pondeu 15 das 19 condicionantese recorreram a outras quatro. Oprocesso, no entanto, aguardadecisão do Tribunal, pois o mi-nistro Raimundo Carreiro pediuvistas em julho de 2014.

    Para Manteli, da ABTP, osproblemas foram causados peloaçodamento, que levou a errostécnicos e a medidas que vão deencontro à própria lei. “A pressa

    fez com que se publicassem edi-tais que foram para audiênciaspúblicas com imperfeições téc-

    nicas e legais que a própria An-taq detectou. Foram mais de5.000 sugestões do setor priva-do, de entidades e demais inte-ressados, mas não deram aatenção devida e mandaram pa-ra o TCU. As áreas de Paranaguá,São Sebastião e Salvador terãode começar do zero. E as deSantos e do Pará eu acreditoque, este ano, o TCU não vai libe-

    rar. É lamentável, porque atrasao processo todo”, aponta.Cezar Honorato, professor

    do Observatório de PolíticasPúblicas da UERJ, reforça essavisão e cita outros países. “A Es-panha, por exemplo, tem umaautoridade portuária extrema-mente eficaz. O Brasil aindaprecisa melhorar o sistema deautoridade portuária, de con-trole, sem que isso seja um obs-táculo ao desenvolvimento dosterminais. Ao mesmo tempo fa-cilitar e fiscalizar. Não é só nosentido de punir, mas de con-trolar, evitar os abusos e aomesmo tempo facilitar.”

    “Os TUPssão o grande

    instrumento dedesenvolvimentoda economia”

    WILEN MANTELI, PRESIDENTE DA ABTP

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    39/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 39

    Antaq os documentos necessá-rios para atendimento às exi-

    gências legais e normativas pa-ra a obtenção da licença de ope-ração. Para a diretora institucio-nal do estaleiro, Luciana Sandri,a implementação dos TUPS“proporciona maior segurança

     jurídica, o que garante os inves-timentos privados fora do PortoOrganizado, atraindo cresci-mento para o setor portuário”.

    De acordo com a assessoriada SEP, a entrada em operaçãodos terminais em processo de au-

    torização vai possibilitar um au-mento estimado de aproximada-

    mente 18% na movimentação re-lativa aos TUPs. Esse crescimentoserá distribuído da seguinte for-ma: 57,1 milhões de toneladas/anopara cargas gerais, 109,4 milhõesde toneladas/ano para granel só-lido, 25,3 metros cúbicos/ano pa-ra granel líquido e 500 mil/anopara passageiros.

    O desafio a ser enfrentado, noentanto, é garantir que os investi-mentos do setor privado possamsair do papel. Para o vice-presi-

    dente de Transporte Aquaviário daCNT, Meton Soares, a burocratiza-

    ção do processo de autorização éainda um problema a ser resolvi-do. “É preciso que haja uma acele-ração nesses procedimentos buro-cráticos, principalmente dentro daSecretaria de Portos. A documen-tação que você apresenta para oTUP tem prazo. A comprovação deimpostos pagos, de toda a tributa-ção, tem um prazo de vigência. Sevocê não fizer o exame dentrodesse período, vence a certidão evocê é obrigado a tirar novamentea documentação. São 15 dias paraexaminar, mas nem sempre esseprazo é obedecido”, diz.

    LegislaçãoA lei nº 12.815/2013 trouxe

    mudanças para o setor aqua-viário. Em relação aos TUPs, ostermos de autorização ante-riormente celebrados direta-

    mente pela Antaq passaram aser de competência exclusivado poder concedente, a Secre-taria de Portos.

    “Pelo novo marco regulatório,está muito claro que a competên-cia relativa ao planejamento seto-rial ficou a cargo exclusivo da SEP.Com base em estudos de planeja-mento relativo ao setor, ela analisaa viabilidade locacional desses em-preendimentos, inclusive se even-tualmente possa gerar conflito ou

    MARCO REGULATÓRIO A lei nº 12.815/2013 trouxe mudanças expressivas para o setor aquaviário

    ANTAQ/DIVULGAÇÃO

    “É precisoque haja umaaceleração

    nessesprocedimentosburocráticos”

    METON SOARES, VICE-PRESIDENTE DA CNT

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    40/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201440

    interferência com alguma instala-ção portuária localizada nas adja-cências”, afirma o diretor da Antaq.

    De acordo com a lei, os inte-

    ressados em obter autorizaçãopodem solicitar participação àagência a qualquer tempo. Apartir do requerimento, a Antaqpromove anúncio público paraidentificar a existência de ou-tros interessados na instalaçãoportuária na mesma região ecom características semelhan-tes. Cabe à SEP a análise acercada permissão para instalação doempreendimento. As autoriza-ções possuem prazo de até 25anos. O portador da autorizaçãodeve respeitar, no entanto, a ma-nutenção da atividade portuáriae a realização de investimentospara a expansão e a moderniza-ção dos terminais.

    Outra mudança trazida pelonovo marco regulatório se refereà movimentação de cargas deterceiros. Quando a Lei dos Por-

    tos foi aprovada, a autorizaçãodos TUPs foi objeto de polêmicadevido ao tipo de carga que po-deriam movimentar. Inicialmente,eles eram apenas autorizados amovimentar cargas próprias, masa lei determinou que eles tam-bém poderiam movimentar car-gas de terceiros.

    A proibição era um fator queinfluía negativamente na atrativi-dade relativa à construção de no-vas instalações. Assim, a medida

    ameniza a insegurança jurídicaque existia acerca do tema, à me-dida que houve uma série de pro-cessos que levaram à judicializa-ção questões ligadas à restrição.

    Estudos realizados pela Antaq epela Secretaria de Portos aponta-vam uma crescente demanda pornovas instalações portuárias parapermitir o melhor escoamento daprodução. “Um dos planos de fun-do do novo marco regulatório foisem dúvida eliminar essa barreirapara justamente incentivar e au-mentar a atratividade por parte dainiciativa privada em relação àconstituição desse tipo de instala-ção portuária, principalmente ten-

    do em vista a realidade de algumasregiões no país”, afirma Fonseca.

    Manteli também aponta a im-portância dessa medida e desta-ca que a maioria dos terminais

    movimenta carga própria e deterceiros atualmente. “A medidadesafoga os portos públicos e es-tabelece uma sadia competição.Isso é muito importante para osistema portuário, pois possibili-ta ao exportador optar. A permis-são estabelece uma competiçãoque possibilita melhorar a quali-dade dos serviços e de preços”.

    Luciana Sandri, do EstaleiroJurong Aracruz, concorda comessa visão. Para ela, a medida

    DEMANDA Novas instalações portuárias visam o melhor escoamento da produção

    SEP/DIVULGAÇÃO

    O prazo é de25

    anos para asautorizações

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    41/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 41

    possibilita desafogar os portospúblicos. Sobre a carga a ser mo-vimentada pelo Estaleiro, ela des-taca que, inicialmente, a empresavai operar cargas do projeto para

    a construção do estaleiro, dos se-te navios-sonda contratados pelaSete Brasil, empresa proprietáriade sondas de exploração paraáguas ultraprofundas, e dos doisFPSOs (navios-plataformas) con-tratados pela Petrobras.

    EntravesApesar de destacar que o no-

    vo marco regulatório trouxeavanços positivos em relação aosterminais privados, a Associação

    Brasileira de Terminais Portuá-rios alerta para medidas que difi-cultam a expansão dos terminais

     já existentes. “A Secretaria dePortos baixou uma portaria proi-

    bindo o terminal privado, dentroda área do porto, de ampliar assuas instalações, o que é um ab-surdo. Uma portaria não pode al-terar o objetivo principal da lei nº12.815. A portaria é um ato infrale-gal que não pode dispor de formacontrária à lei. Essa medida estácausando uma insegurança nosetor portuário”, alerta o presi-dente da entidade. Para ele, aportaria vai de encontro ao que alei propõe. Procurada, a Secreta-

    ria de Portos não se manifestouaté o fechamento da edição.

    A Antaq reconhece as dificul-dades trazidas pela medida eaponta que o mercado questiona

    essa amarra. Por outro lado, aagência reguladora destaca quea medida se restringe a empreen-dimentos localizados dentro dePortos Organizados (portos públi-cos), que representam a minoria.“Essa questão em relação à am-pliação fica restrita aos terminaisde uso privado instalados ao lon-go do tempo dentro dos PortosOrganizados. Já em relação à ex-pansão dos terminais de uso pri-vado fora dos Portos Organizados

    não há problema”, diz o diretorFernando Fonseca.

    De acordo com a agência re-guladora, a expansão de menorporte não demanda anúncio pú-

    blico, mas podem acontecer algu-mas expansões de terminais quena prática correspondem quaseque a um novo terminal. “E atépor uma questão isonômica emrelação aos outros que se subme-tem ao anúncio público, e de via-bilidade locacional em nível deplanejamento setorial, esses ter-minais precisam passar poranúncios públicos, mas é um pro-cedimento extremamente sim-ples”, afirma Fonseca.

    PORTOS Setor responde por mais de 90% das exportações do país

    ANTAQ/DIVULGAÇÃO

    “O Brasilainda precisamelhorar osistema deautoridade

    portuária”CEZAR HONORATO,

    PESQUISADOR EM HISTÓRIA PORTUÁRIA

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    42/84

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    43/84

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    44/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201444

    TECNOLOGIA

    Comodidadeesegurança à mãoAplicativos têm informações que favorecem o cotidiano dos

    usuários do transporte e de motoristas profissionais ou não

    As tecnologias disponíveispara facilitar o cotidianodo motorista, profissionalou não, e do usuário do

    transporte aumentam a cada dia. Adiversidade dos serviços propicia

    comodidade e oferece segurançapara quem trafega nas rodovias enos centros urbanos. Especialistasconfirmam que o cenário é uma ten-dência que promete ainda mais evo-luções e possibilidades.

    A transmissão via satélite, utili-zada com o GPS ou com localizado-res e mapas, por exemplo, está dis-ponível a custo muito baixo ou gra-tuitamente. A tecnologia se tornouuma prática comum nas vias urba-nas e nas estradas.

    Os dados foram convergidos para omapa atual com traçados corretos emais precisos.”

    Thielen afirma que a Seil vemtrabalhando no projeto desdeabril deste ano. “Foram incluídas

    obras em execução nas rodovias,todas as estradas federais, esta-duais e municipais que cortam oParaná, além de informações, co-mo localização de postos poli-ciais e praças de pedágio.”

    O mapa oferece ainda dadosatualizados do sistema de transpor-tes paranaense como localização deaeroportos, portos e hidrovias. Oconteúdo está disponível para vi-sualização no site da Seil e pode serimpresso também.

    O governo do Paraná, por meioda Seil (Secretaria de Estado deInfraestrutura e Logística), refor-mulou o mapa geopolítico rodo-viário do Estado para oferecer umconteúdo o mais próximo possível

    da realidade, tendo como referên-cia o mapa rodoviário do DER-PR(Departamento de Estradas deRodagem do Paraná).

    Segundo o engenheiro da Seil,Ricardo Vilela Thielen, a secretariautilizou uma base de dados georre-ferenciada que oferece a mesmaprecisão do Google Maps, serviço depesquisa e visualização de mapas eimagens de satélite oferecido peloGoogle. “A equipe percorreu todasas rodovias do Estado com um GPS.

    O Ministério das Cidades, pormeio do Denatran (DepartamentoNacional de Trânsito), também lan-çou mão da tecnologia para propor-cionar comodidade e segurança aosusuários do transporte. A autarquia

    criou três Apps (aplicativos) com es-sas finalidades, que podem seracessados por dispositivos móveisou por computadores.

    O Rotas das Cidades reúneserviços, como previsão do tem-po e informações sobre preçodos combustíveis, localização depostos do Samu (Serviço de Aten-dimento Móvel de Urgência) e dascondições de trafegabilidade dasrodovias federais.

    O Mãos ao Volante bloqueia as

    POR LETICIA SIMÕES

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    45/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 45

    chamadas de celular recebidas pelomotorista enquanto ele dirige. Ocondutor aciona o App antes de dara partida no veículo.

    Já o Motorista da Parada realizaum sorteio virtual para selecionar

    quem será o condutor da vez. Aideia é incentivar uma condução se-gura para quem vai se divertir comos amigos e se desloca de carro.

    Os dois últimos estão disponí-veis no site da campanha Paradapela Vida e fazem parte do acordofeito por diversos países com aONU (Organização das Nações Uni-das) para a redução de acidentesem todo o mundo.

    Conforme a assessoria de comu-nicação do Ministério das Cidades,

    os Apps somam juntos 53.302 down-loads. Quanto ao Rotas das Cidades,criado em 2011, a autarquia afirmaque a base de dados está sendoatualizada e, por isso, não é possívelafirmar o número de acessos.

    O mestre em sociologia EduardoBiavati, especialista em educação esegurança no trânsito, ressalta quea conectividade ganhou espaço navida das pessoas, incluindo a vivên-cia no transporte. “Esse panoramavem evoluindo há 15 anos. No últi-mo século, o cotidiano da conduçãode veículos era solitário. Não haviaoutra informação a não ser a per-cepção do próprio motorista. A uni-versalização das tecnologias temesse lado positivo de orientar e fa-

    cilitar o dia a dia do condutor e dousuário do transporte.”

    Apesar das vantagens, Biavatialerta sobre os perigos do mau usodessas ferramentas. “O acesso equi-vocado aos Apps gera distração,

    pois demanda a operação manualdos aparelhos. Isso é muito perigo-so, já que o motorista tem de digitara rota ou acionar o programa quedeseja pesquisar. O condutor deveter o bom senso de verificar as in-formações que deseja antes da par-tida ou encostar o veículo para en-tão acessá-las.”

    O especialista acredita que a in-dústria deve ampliar a gama depossibilidades de acesso aos Appsde trânsito, excluindo gradualmen-

    te o processo manual. “É um méto-do inevitável, e a indústria automo-bilística depende dessa integração.A tendência é que os comandos devoz, por exemplo, sejam cada vezmais expandidos.”

    TrafegabilidadeA EcoRodovias lançou, em mar-

    ço, um App que fornece informa-ções de trafegabilidade de todas asrodovias controladas pelo grupo. Aempresa é responsável por seisconcessões rodoviárias nas regiõesSul e Sudeste, por onde passam,aproximadamente, 170 milhões deveículos por ano, conforme dadosda companhia, representando 44%de toda a carga movimentada para

    SAFETY SIGHT/DIVULGAÇÃO

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    46/84

    lhor aparelho para acessar essasinformações do que os celulares.

    Ele está sempre à mão.”A MapLink utiliza uma platafor-

    ma própria, integrada aos seus da-dos de trânsito exclusivos para po-der garantir a melhor rota entredois pontos dentro de cidades ouentre cidades. “Hoje é possível con-sultar rotas entre todas as localida-des do Brasil”, afirma Hohagen.

    Segundo ele, o aplicativo regis-tra 2 milhões de usuários por mêsem seu website e, aproximadamen-te, 800 mil pessoas por meio de

    importação e exportação no país.Além de acompanhar o fluxo nas

    estradas por meio das câmeras edas atualizações enviadas direta-mente dos CCOs (Centros de Contro-le Operacionais) de cada concessio-nária do grupo, a plataforma dispo-nibiliza informações sobre os valo-res das tarifas de pedágio, sobre acompanhia, localização dos postospoliciais e os serviços oferecidos narodovia, como balanças e bases deatendimento ao usuário.

    O app, inicialmente disponívelapenas para a versão iOS (aparelhosda Apple), ganhou uma versão paraAndroid e incluiu a rodovia BR-101,no trecho que vai de Mucuri (BA) atéa divisa do Espírito Santo com o Riode Janeiro, aos serviços. De acordocom a assessoria de imprensa daEcoRodovias, o aplicativo contabili-zava 4.500 usuários até agosto.

    O engenheiro eletricista RodrigoFilev Maia, professor do Departa-

    mento de Ciência da Computaçãoda FEI (Faculdade de Engenharia In-dustrial), afirma que a precisão dosmapas melhorou com o passar dotempo, o que pode ter motivado oinvestimento de muitas empresas eentidades nessas ferramentas delocalização e informação.

    “No âmbito do transporte, essastecnologias proporcionam melhorplanejamento para as empresas.Por meio dos dispositivos é possívelcalcular rotas mais interessantes,

    com respostas em tempo real e pro-ver serviços melhores, diminuindo

    custos”, diz Maia.O App MapLink, ferramenta

    que permite traçar rotas urba-nas e rodoviárias, além da buscade endereços e de locais especí-ficos, foi desenvolvido com tec-nologia 100% nacional e estádisponível desde 2008.

    Frederico Hohagen, diretor co-mercial e sócio da MapLink, afir-ma que os principais dados forne-cidos pelo App são os de trânsitoem tempo real. “Não existe me-

    aplicativos móveis. “Apesar de oserviço estar disponível para todo o

    país, as cidades com maiores pro-blemas de trânsito, como São Paulo,Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Hori-zonte, Porto Alegre e Brasília, lide-ram em número de usuários.”

    CorporaçõesA empresa também oferece ser-

    viços corporativos. De acordo comHohagen, o acesso à exclusiva pla-taforma de trânsito do App é umadas alternativas comerciais disponí-veis. “Dentro das ofertas estão in-

    FACILIDADE Aplic

    PRINCIPAIS APLICATIVOSPARA O MOTORISTAGoogle Maps

    Como um GPS, mostra as opções de caminhos

    para chegar ao local desejado

    MapLink

    Localizador de rotas urbanas e rodoviárias,

    de endereços e locais específicos

    Rotas das Cidades

    Fornece as melhores rotas, distâncias e

    condições das rodovias federais com

    informações adicionais, como previsão

    do tempo e condições de trafegabilidade

    Mãos ao Volante

    Bloqueia as chamadas de celular do condutor

    quando ele está ao volante

    Motorista da Parada

    Seleciona, por meio de um sorteio, a pessoa

    que não vai ingerir bebida alcoólica para 

    dirigir para a turma de amigos

    EcoRodovias

    Fornece informações de trafegabilidade de

    todas as rodovias controladas pelo grupo.

    A concessionária atua nas regiões Sul e Sudeste

    Safety SightMonitora através da câmera do smartphone o que ocorre em frente

    ao carro, emitindo um alerta de aproximação. O App também

    acompanha a velocidade de veí culos na direção frontal, reproduzindo

    o sinal sonoro sempre que necessário

  • 8/19/2019 Revista Cnt 230 Final

    47/84

    CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 47

    ma mais eficiente de planejar asoperações.”

    Ele ressalta que a empresa estáinvestindo no aprimoramento do al-goritmo de trânsito e em ferramen-tas para atender com excelência omercado de logística. “A companhiaestá em fase final de avaliação deuma ferramenta de roteirização in-tegrada ao trânsito e a outras tecno-logias, diferente das disponíveis nomercado. Alguns clientes estão tes-tando e ajudando a empresa a vali-dar o sistema, que deve ser lançado,oficialmente, nos próximos meses.”

    Para o engenheiro e especia-lista em trânsito Ronaldo Guima-

    rães Gouvêa, professor da UFMG(Universidade Federal de MinasGerais), as tecnologias com focono trânsito e na segurança de trá-fego “vieram para ficar”. “A ten-dência é que as possibilidades seampliem. Comodidade e seguran-ça são foco tanto da indústria co-mo do usuário de transporte.”

    Gouvêa também aponta que atendência deve caminhar para so-luções audíveis, que dispensem otoque manual para os comandos.“As ferramentas via satélite e osaplicativos estão ao alcance detodos cotidianamente. Dados au-díveis são ainda mais seguros, eas tecnologias futuras devemconvergir para esse modo.”

    Com o objetivo de evitar aci-dentes, a Yasuda Seguros, em par-ceria com a Marítima Seguros, lan-çou o aplicativo Safety Sight, gra-

    tuito para celulares Android (a par-tir da versão 4.0) e iOS (a partir daversão 5.0). O App, de tecnologia

     japonesa, está disponível paraqualquer pessoa, segurados ounão das companhias.

    A ferramenta depende de umsuporte apropriado para celular,que deve ser anexado no painel doveículo. O Safety Sight faz o moni-toramento, por meio da câmera dotelefone, do que acontece à frentedo carro, emitindo um alerta de

    formações de trânsito em temporeal e dados históricos de trânsito,

    que são muito usados para estudosde viabilidade de obras ou nas aná-lises detalhadas de determinadasvias, bairros ou regiões.”

    O diretor afirma que a ferra-menta contribui para o planeja-mento logístico de empresas detransporte. “Com ela, é possívelotimizar custos de deslocamentoe aproveitar as possibilidades deintegração com sistemas de vale-pedágio e de cálculo de frete for-necidos pela MapLink. É uma for-

    aproximação. Ele também monito-ra a velocidade de veículos na di-

    reção frontal e emite o sinal sem-pre que necessário.“O app ainda oferece outras fun-

    cionalidades ao motorista, como aexibição do percurso e dos locais demanobras bruscas. Permite a grava-ção automática do cenário em casode acidente e acesso aos contatosemergenciais em situações de aci-dentes ou falhas”, afirma o diretorvice-presidente da Yasuda, Luiz Ma-coto Sakamoto.

    O App também faz a gravação dacondução ao detectar impacto porcausa de frenagem brusca ou de co-lisão. Ele permite que sejam feitasgravações manuais, além de exibir ohistórico do percurso e os locais demanobras bruscas no mapa.

    O Safety Sight mostra as rotase as velocidades do percurso,pontos de frenagens e acelera-ções ou trechos com distância in-

    suficiente entre veículos. As in-formações são armazenadas eexibidas no mapa do App.

    Hohagen, da MapLink, acreditaque os aplicativos com dados detrânsito e que foquem na segu-rança de trafegabilidade serãocada vez mais populares. “O pro-blema da mobilidade e o grandetempo gasto dentro do carro parair de um ponto ao outro estimu-lam os usuários a aderirem às fer-ramentas disponíveis.”