reunião pedagógica 03 06 2016
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DIÁLOGOS INTERDISCIPLINARES
A CAMINHO DA AUTORIA EMEF Prof. Mário Schenberg
CRITÉRIOS DE VALORAÇÃO
Por que excluímos?
Por que incluímos?
EDUCAÇÃO E CURRÍCULO
Quais são os critérios para seleção dos conteúdos
do currículo?
Quais são os saberes que estão excluídos da
cultura oficial da instituição escolar?
Quais são os sujeitos que não estão representados
na escola?
Quais os critérios de reconhecimento de outros
tempos e espaços?
EDUCAÇÃO E CURRÍCULO:
BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS
*Nasceu em Portugal (1940).
*Formação em Direito e Filosofia do
Direito.
*Doutorado em Yale: Direito social.
*Pesquisa em países: Brasil,
Moçambique, Angola, Macau, África
do Sul, Bolívia, Equador, Colômbia,
etc.
* Professor da Universidade de
Coimbra e Wisconsin-Madison
EDUCAÇÃO E CURRÍCULO
CONCEITO DE ECOLOGIA DOS SABERES
“A primeira lógica, a lógica da monocultura dos saberes e do rigor científico, tem de ser confrontada com identificação de outros saberes e de outros critérios de rigor que operam credivelmente nas práticas sociais. Essa credibilidade contextual deve ser considerada suficiente para que o saber em causa tenha legitimidade para participar dos debates epistemológicos com os outros saberes, nomeadamente o saber científico.” (Santos, Boaventura de Sousa. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. 3 ed. São Paulo: Cortez,2010, p. 106.)
EDUCAÇÃO E CURRÍCULO
CONCEITO DE ECOLOGIA DOS SABERES
“O princípio da incompletude de todos os saberes
é a condição de possibilidade de diálogo e debate
epistemológico entre diferentes forma de
conhecimento. O que cada saber contribui para
este diálogo é o modo como orienta uma dada
prática na superação de uma dada ignorância. O
confronto e o diálogo entre os saberes é um
confronto e diálogo entre processos distintos
através dos quais práticas ignorantes se
transformam em práticas diferentemente sábias.”
(idem, p. 106)
DESCOLONIZAÇÃO DO CURRÍCULO
Nilma Lino Gomes
- Mestre em Educação e Doutorado em Antropologia Social.
- Reitora da Universidade da Integração da Lusofonia Afro-
Brasileira.
- Ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos
Humanos.
DESCOLONIZAÇÃO DO CURRÍCULO
Não há nenhuma “harmonia” e nem “quietude” e tampouco “passividade” quando encaramos, de fato, que as diferentes culturas e os sujeitos que as produzem
devem ter o direito de dialogar e interferir na produção de novos projetos curriculares, educativos e de sociedade. Esse “outro” deverá ter o direito à livre expressão da sua fala e de suas opiniões. Tudo isso diz respeito ao reconhecimento da nossa igualdade enquanto seres humanos e sujeitos de direitos e da nossa diferença como sujeitos singulares em gênero, raça, idade, nível socioeconômico e tantos outros. Refere-se também aos conflitos, choques geracionais e entendimento das situações-limite vivenciadas pelos estudantes das nossas escolas, sobretudo aquelas voltadas para os segmentos empobrecidos da nossa população.
(Nilma Lino Gomes. RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS, EDUCAÇÃO E DESCOLONIZAÇÃO DOS CURRÍCULOS
POR UMA OUTRA GLOBALIZAÇÃO
Milton Santos
“Descolonizar é olhar o mundo com os próprios olhos”
EDUCAÇÃO E CURRÍCULO
HÉLIO OITICICA
Hélio Oiticica(1937-1980)
Pintor; escultor e artista plástico.
PARANGOLÉ(1964)
“(...) meu interesse pela dança, pelo ritmo, no meu caso particular o samba, me veio de uma necessidade vital de desintectualização(...) A dança, é por excelência a busca do ato expressivo direto; não a dança de balé, que é excessivamente intelectualizada pela inserção de uma ‘coreografia’ e que busca a transcendência deste ato, mas a dança ‘dionisíaca’, que nasce do ritmo interior do coletivo, que se caracteriza como característica de grupos populares, nações, etc(...)
(Braga, Paula. Hélio Oiticica. 1ª ed. São Paulo: Folha de S. Paulo: Instituto Itaú Cultural, 2013; p. 54)
PARANGOLÉ(1964)
SABERES POPULARES E ELITISTAS
Tropicália(1967)
PEDAGOGIA DO PARANGOLÉ
“O professor disponibiliza um campo de possibilidades, de caminhos que se abrem quando elementos são acionados pelos alunos. Ele garante a possibilidade de significações livres e plurais e, sem perder de vista a coerência com sua opção crítica embutida na proposição, coloca-se aberto a ampliações, a modificações vindas da parte dos alunos. Uma pedagogia baseada nessa disposição à coautoria, à interatividade, requer a morte do professor narcisicamente investido do poder.”
(Silva, Marco. Pedagogia do parangolé – novo paradigma em educação presencial e online, disponível em http://www.ensino.eb.br/artigos/parangole.pdf
QUAL É O NOSSO HORIZONTE DE
INTERVENÇÃO?
CONJUNTO HABITACIONAL PRUITT-IGOE(ST. LOUIS
EUA)-Projeto de Minoru Yamasaki
NÓS TEMOS TODAS AS QUESTÕES? NÓS
TEMOS TODAS AS RESPOSTAS?
O QUE PODE ACONTECER SE OUTROS
SABERES SÃO EXCLUÍDOS?
O QUE PODE ACONTECER SE OUTROS
SABERES SÃO EXCLUÍDOS?
ECOLOGIA DOS SABERES
Vídeo: “Minha filosofia arquitetural? Inclua a
comunidade no processo”
Alejandro Aravena:
“Poder de Síntese do Design’
RESPEITAR OUTROS SABERES
ABERTURA DE ESPAÇOS DE ESCUTA
AUTONOMIA E PROTAGONISMO
QUAL É A NOSSA ESCOLHA?
CURRÍCULO INTEGRADOR DA INFÂNCIA
PAULISTANA
“O currículo integrador da Infância Paulistana que envolve a Educação Infantil e o Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino de São Paulo pressupõe que o trabalho coletivo das Unidades Educacionais se fundamente no planejamento de propostas pedagógicas que acolham e respeitem as vozes de bebês e crianças, suas histórias e potencialidades.
Nesse sentido, a organização dos tempos, espaços e materiais e a proposição de vivências precisam contemplar a importância do brincar, a integração de saberes de diferentes componentes curriculares, as culturas infantis e culturas da infância em permanente diálogo.”(p.8)
PERSPECTIVA APRESENTADA NOS
DOCUMENTOS EM CONSTRUÇÃO
“Por tal, a vivência da diversidade e do equilíbrio
de culturas exige que o ensino de História seja
concebido sob uma pedagogia voltada para um
projeto de cidadania, democracia, emancipação e
esperança. Isso significa mexer com crenças,
valores e culturas consideradas como únicas e
verdadeiras(...).”
(Diálogos Interdisciplinares a caminho da autoria:
Componentes curriculares em debate História -
Maio de 2016)
PERSPECTIVA APRESENTADA NOS
DOCUMENTOS EM CONSTRUÇÃO
“É dentro dessa ação ampliada, dialogada e
dialética que buscaremos o ensino da Arte nas
Escolas Municipais da cidade de São Paulo, que
instauraremos um novo gesto que permitirá a todas
e todos os estudantes da rede ter acesso às
capacidades de produzir, apreciar e compreender o
sentido da Arte nas suas vidas e de outros povos.”
(Diálogos Interdisciplinares a caminho da autoria:
Componentes curriculares em debate Arte -
Fevereiro de 2016).
PERSPECTIVA APRESENTADA NOS
DOCUMENTOS EM CONSTRUÇÃO
“Respeitar e valorizar a diversidade étnico-
racial, compreendendo a importância dos
saberes indígenas, locais e tradicionais na
abordagem de problemas atuais.”
(Diálogos Interdisciplinares a caminho da
autoria: Componentes curriculares em debate
Ciências - Fevereiro de 2016).
PERSPECTIVA APRESENTADA NOS
DOCUMENTOS EM CONSTRUÇÃO
Partimos da posição que o currículo deve ser construído a partir de uma perspectiva crítica, democrática e emancipatória. Tal currículo parte do cotidiano do educando, mas não se esgota aí, deve ampliar o acesso aos bens culturais a serviço da diversidade, contemplando a perspectiva multicultural como reconhecimento da liberdade conquistada por cada grupo cultural, e proporcionar o diálogo crítico entre as múltiplas culturas, com o objetivo de ampliar e consolidar democraticamente o processo de emancipação.
(Diálogos Interdisciplinares a caminho da autoria: Componentes curriculares em debate Educação Física - Fevereiro de 2016).
PERSPECTIVA APRESENTADA NOS
DOCUMENTOS EM CONSTRUÇÃO
“Estar exposto a tais saberes é, sempre, estar
exposto à racionalidade que os cria. Negar às novas
gerações os saberes que identificam a sociedade a
qual pertencemos é negar-lhes a condição de
pertencer a ela e, nesse caso, é colocar em risco seu
próprio desenvolvimento, perenidade, bem como
sua melhoria e possibilidades de transformação.”
(Diálogos Interdisciplinares a caminho da autoria:
Componentes curriculares em debate Geografia -
Fevereiro de 2016).
PERSPECTIVA APRESENTADA NOS
DOCUMENTOS EM CONSTRUÇÃO
“A perpetuação da discriminação e da injustiça
social — seja esta fundada no racismo, no sexismo,
nas diferenças econômicas, culturais ou religiosas
—, passa pelas representações de linguagem e pela
expressão dos corpos e das subjetividades, muitas
delas negadas no espaço escolar quando das
escolhas de conteúdos que irão compor o ensino dos
educandos e da formação dos docentes.”
(Diálogos Interdisciplinares a caminho da autoria:
Componentes curriculares em debate Língua
Portuguesa - Fevereiro de 2016).
BIBLIOGRAFIA
Braga, Paula. Hélio Oiticica. 1ª ed. São Paulo: Folha de S. Paulo: Instituto Itaú Cultural, 2013.
Gomes, Nilma Lino. RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS, EDUCAÇÃO E DESCOLONIZAÇÃO DOS CURRÍCULOS. Currículo sem Fronteiras v.12, n.1, pp.98 -109, Jan/Abr 2012.
Silva, Marco. Pedagogia do parangolé – novo paradigma em educação presencial e online, disponível em http://www.ensino.eb.br/artigos/parangole.pdf
Santos, Boaventura de Sousa. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. 3 ed. São Paulo: Cortez,2010.