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RESUMOS DE DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORADO APRESEN- TADAS NA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP DE JANEIRO A MARÇO DE 2005 BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR NOVOS GENES DE DROSOPHILA MELANOGASTER: CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA E EXPRESSÃO 96 Rafaela Martins Maia Orientadora: Profa. Dra. Maria Luisa Paçó-Larson Dissertação de Mestrado apresentada em 13/01/2005 ORESTES (Open Reading Frame Expressed Sequence Tags) são seqüências obtidas de uma única leitura, com o objetivo de gerar informação de seqüên- cia expressa em larga escala. Em comparação com os métodos convencionais, por basear-se na aplicação de RT-PCR de baixa estringência, o método ORES- TES gera informações preferencialmente da porção central do transcrito, além de permitir a identificação de seqüências transcritas em menor abundância. Com o objetivo de identificar e caracterizar a estrutura e expressão de novos genes de Drosophila melanogaster, neste trabalho analisamos 176 ORESTES que não correspondiam a regiões preditas como gene na pri- meira versão do genoma deste organismo. Através de análises in silico identificamos 39 seqüências que não apresentam similaridade significativa com qualquer seqüência de cDNA ou EST presentes em bancos de dados públicos atuais; 35 das quais são derivadas de regiões ainda não anotadas na versão mais recente do genomas (“Release 4”). Quatro destas ORESTES, que obedeciam a pelo menos um dos seguintes critérios: exibir sítios de splicing quando alinhadas com a se- qüência genômica, possuir potencial codificador (Genscan) ou apresentar similaridade significativa com seqüência de aminoácidos, foram validadas por hibridação em northern blots. Os transcritos repre- sentados por três destas ORESTES foram caracteri- zados quanto a estrutura primária e padrão de expres- são no desenvolvimento. Um deles codifica a proteína mitocondrial Tim22. Os outros dois são detectados apenas em RNA poli A + . Desses, um codifica uma nova serina protease e é produto de um gene que faz parte de um grupo de genes de serina proteases loca- lizados na região cromosssômica 88A1-2. O outro mRNA tem expressão aumentada em larvas do ter- ceiro estágio e codifica uma seqüência de 120 amino- ácidos, rica em histidina, que não apresenta similari- dade com qualquer seqüência de polipeptídio conheci- da. As outras 35 ORESTES, que não apresentam po- tencial codificador avaliado pelo Genscan foram sub- metidas a análises computacional para avaliar a po- tencialidade de representarem precursores de microRNAs. Dentre estas ORESTES identificamos duas cuja estrutura secundaria é compatível com a formação de hairpin. Uma delas apresenta similari- dade com o microRNA mir-316 de Drosophila. INTRODUÇÃO À GENÔMICA COMPARATIVA E FUNCIONAL DE LEISHMANIA BRAZILIENSIS Nosso trabalho tinha por objetivo conduzir aná- lises genômicas comparativa e funcional em Leishmania braziliensis. Para tanto, nos propusemos Eliane Cristina Laurentino Orientadora: Profa. Dra. Angela Kaysel Cruz Tese de Doutorado apresentada em 21/01/2005 Medicina (Ribeirão Preto) 2005; 38(1): 96-123. NOTAS E INFORMAÇÕES

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RESUMOS DE DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORADO APRESEN-TADAS NA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP

DE JANEIRO A MARÇO DE 2005

BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR

NOVOS GENES DE DROSOPHILA MELANOGASTER: CARACTERIZAÇÃO DAESTRUTURA E EXPRESSÃO

96

Rafaela Martins MaiaOrientadora: Profa. Dra. Maria Luisa Paçó-LarsonDissertação de Mestrado apresentada em 13/01/2005

ORESTES (Open Reading Frame ExpressedSequence Tags) são seqüências obtidas de uma únicaleitura, com o objetivo de gerar informação de seqüên-cia expressa em larga escala. Em comparação comos métodos convencionais, por basear-se na aplicaçãode RT-PCR de baixa estringência, o método ORES-TES gera informações preferencialmente da porçãocentral do transcrito, além de permitir a identificaçãode seqüências transcritas em menor abundância. Como objetivo de identificar e caracterizar a estrutura eexpressão de novos genes de Drosophila melanogaster,neste trabalho analisamos 176 ORESTES que nãocorrespondiam a regiões preditas como gene na pri-meira versão do genoma deste organismo. Através deanálises in silico identificamos 39 seqüências que nãoapresentam similaridade significativa com qualquerseqüência de cDNA ou EST presentes em bancos dedados públicos atuais; 35 das quais são derivadas deregiões ainda não anotadas na versão mais recente dogenomas (“Release 4”). Quatro destas ORESTES, queobedeciam a pelo menos um dos seguintes critérios:

exibir sítios de splicing quando alinhadas com a se-qüência genômica, possuir potencial codificador(Genscan) ou apresentar similaridade significativa comseqüência de aminoácidos, foram validadas porhibridação em northern blots. Os transcritos repre-sentados por três destas ORESTES foram caracteri-zados quanto a estrutura primária e padrão de expres-são no desenvolvimento. Um deles codifica a proteínamitocondrial Tim22. Os outros dois são detectadosapenas em RNA poli A+. Desses, um codifica umanova serina protease e é produto de um gene que fazparte de um grupo de genes de serina proteases loca-lizados na região cromosssômica 88A1-2. O outromRNA tem expressão aumentada em larvas do ter-ceiro estágio e codifica uma seqüência de 120 amino-ácidos, rica em histidina, que não apresenta similari-dade com qualquer seqüência de polipeptídio conheci-da. As outras 35 ORESTES, que não apresentam po-tencial codificador avaliado pelo Genscan foram sub-metidas a análises computacional para avaliar a po-tencialidade de representarem precursores demicroRNAs. Dentre estas ORESTES identificamosduas cuja estrutura secundaria é compatível com aformação de hairpin. Uma delas apresenta similari-dade com o microRNA mir-316 de Drosophila.

INTRODUÇÃO À GENÔMICA COMPARATIVA E FUNCIONAL DE LEISHMANIABRAZILIENSIS

Nosso trabalho tinha por objetivo conduzir aná-lises genômicas comparativa e funcional emLeishmania braziliensis. Para tanto, nos propusemos

Eliane Cristina LaurentinoOrientadora: Profa. Dra. Angela Kaysel CruzTese de Doutorado apresentada em 21/01/2005

Medicina (Ribeirão Preto)2005; 38(1): 96-123. NOTAS E INFORMAÇÕES

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Elaine Rosely LepriOrientadora: Profa. Dra. Enilza Maria EspreaficoTese de Doutorado apresentada em 08/03/2005

As miosinas da classe V são motores molecu-lares envolvidos em uma grande variedade de fun-ções celulares. Recentemente, demonstramos que umaproteína de fusão da cauda globular da miosina Va(GT) tem localização nuclear, induz a perda de ramifi-cações e tem uma forma bastante alongada em célu-las B16-F10 sob estímulos hormonais. Em nosso gru-po a geração de um novo anticorpo monoclonal pro-duzido contra a fosfoserina (S1627) da miosina Va degalinha, que foi previamente demonstrado ser alvo daCaM-Kinase-II, demonstrou que a miosina Va temuma localização nuclear conspícua que parece estarregulada durante o ciclo celular. No presente traba-lho, confirmamos a localização nuclear e centrossômicada proteína GT em células HEK293 e B16-F10 anali-sadas vivas ou fixadas, bem como culturas estáveisou transitórias.Interessantemente, embora a GT este-ja mais concentrada no núcleo, sua fosforilação é maisacentuada mo citoplasma, sugerindo que a importa-ção nuclear desta proteína deve ser um processo ati-vo e regulado. Também demonstramos por microscopia

confocal que a proteína GT nas células em interfaseexibem uma distribuição pontual em regiões inter-cromatínicas e está ausente o nucléolo. Em adiçãonós mostramos,que a GT, mas não a MGT, tem umefeito inibitório significativo da proliferação celular emcélulas HEK293 estavelmente transfectadas. Nossosdados também indicam que as proteínas de fusão cau-da são mais intensamente fosforiladas do que a MVa-EGFP inteira, sugerindo um mecanismo inibitório as-sociado com o domínio motor/pescoço. Outra obser-vação intrigante é que a isoforma cauda neuronal daMVa (NT) estava tres vezes mais fosforilada do quea cauda melanocítica (MT), e em células B16 estimu-ladas estas proteínas apresentam um contrastantemodelo de distribuição citoplasmática. Além disso de-terminamos que o mAb9E6 não é específico para MVa,pois ele reconhece a MVc e não está ainda muito cla-ro se a MVb é também reconhecida. De forma inte-ressante nossos dados sugerem que o mAb é capazde distinguir entre duas frações citosólicas, uma alta-mente fosforilada da MVc e uma não fosforilada as-sociada com compartimentos endocíticos. Em resu-mo nossos dados mostram que contribuem para a ca-racterização de uma nova ferramenta molecular ecaracterísticas funcionais associadas com esta classede motores.

a seguir 2 estratégias: i) capturar genes do através datécnica de “gene trapping”, utilizando o sistemas detransposição e ii) proceder a análise comparativa uti-lizando uma biblioteca de fragmentos randômicos cominsertos em torno 2 kb do genoma (biblioteca de GSSs– “genome survey sequences”). A análise in silico doseqüenciamento de fragmentos randômicos do geno-ma incluem busca por similaridades com seqüenciasdepositadas em bancos de dados públicos, classifica-ção quanto à funcionalidade, características de seqüên-cias repetitivas encontradas e comparação com geno-ma de organismos já completamente seqüenciados,além da comparação com tripanossomatídeos e, parti-cularmente, com Leishmania major. Aspectos inte-ressantes advindos desta comparação foram encon-trados. A análise da biblioteca de GSSs revelou que obaixo valor encontrado para similaridade entre as es-

pécies comparadas, L. major e L. braziliensis (~60%),se deve a baixa conservação das regiõess nãocodificadoras. Um grande volume de genes conheci-dos e hipotéticos envolvidos nos mais diferentes pro-cessos celulares foram identificados, gerando um vas-to material a ser explorado. Para proceder a estudosfuncionais do genoma foram utilizados sistemas detransposição, e os resultados encontrados mostraramque o método é extremamente eficiente para a captu-ra de genes e anotação. Sistemas de transposição cons-tituem uma ferramenta importante para análises siste-máticas de genomas contribuindo para a identificaçãoe anotação dos genes. Juntamente a esta estratégia, aanálises de GSSs mostrou-se eficiente enquanto aná-lise de amostras de genomas, na avaliação e caracte-rização do genoma como um todo, contribuindo paraum melhor entendimento da biologia destes parasitas.

CARACTERIZAÇÃO DE FERRAMENTAS MOLECULARES DIRIGIDAS AOESTUDO FUNCIONAL DAS MIOSINAS V

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Eneri Vieira de Souza Leite MelloOrientador: Prof. Dr. Ricardo G. Pinheiro RamosTese de Doutorado apresentada em 09/03/2005

Interferência gênica mediada por RNA (RNAi)é um processo no qual a introdução de RNA de duplafita (dsRNA) nas células leva a uma inativação daexpressão de genes contendo sequências homólogas,através da degradação sequência-específica domRNA correspondente. Este método tem se mostra-do de muita utilidade para estudos genômicos funcio-nais em diversos organismos, incluindo a moscaDrosophila melanogaster, um dos mais bem carac-terizados modelos animais para estudos genéticos.(FIRE et al., 1998; NGO et al.,1998; BAULCOMBE,1999; FORTIER; BELOTE, 2000; WIANNY;ZERNICKA, 2000; KENNERDELL; CARTHEW,1998; LAM; THUMMEL, 2000; KIM et al.; 2004).Em plantas, silenciamento gênico pós-transcricional(PTGS), que também é mediado por RNA de duplafita pode atuar como um mecanismo de defesa contrainfeccão viral (LI; DING, 2001; WATERHOUSE etal.;2001), o qual pode ser suprimido por proteínas co-dificadas por vírus. Uma destas proteínas é a helpercomponent-proteinase (HC-Pro), codificada porpotyvirus, a qual é capaz de antagonizar silenciamen-to em todos os tecidos e parece ter como alvo uma

etapa envolvida na manutenção deste silenciamento(LLAVE et al.; 2000). Através de expressãotransgênica, ou por vetor viral, HC-Pro é também écapaz de inibir silenciamento promovido por transge-ne (Anandalakshmi, et. al.,1998; Kasshau e Carrington,1998). Recentemente Ravy e colaboradores (2004)demonstraram que a expressão de HC-Pro em cultu-ra de células de D. melanogaster, foi capaz de inter-ferir com RNAi. Esta capacidade de supressão gênicaem células de Drosophila, por uma proteína viral in-dica que pelo menos parte dos processos de RNAi ePTGS é conservada entre plantas e Drosophila. Estetrabalho teve por finalidade induzir a expressão de HC-Pro em Drosophila melanogaster, com o objetivo deverificar a sua capacidade de supressão de silencia-mento gênico se aplica in vivo. Através da técnica detransformação mediada por elemento P foi obtida umalinhagem transgênica que se mostrou capaz de inibirparcialmente RNAi quando a expressão de HC-Profoi induzida por choque térmico. Além disso, os trans-gênicos apresentaram um aumento de viabilidade efertilidade em relação aos parentais. Estes resultadosmostram a funcionalidade da proteína HC-Pro in vivoem Drosophila e abrem a possibilidade de seu usosistemático neste organismo, como uma ferramentacapaz de permitir a manipulação espacial e temporaldo silenciamento gênico durante o desenvolvimento.

SUPRESSÃO IN VIVO DE SILENCIAMENTO GÊNICO PÓS-TRANSCRICIONALEM DROSOPHILA

do choque anafilático induzido pelo Composto 48/80,um agente liberador de histamina.

Projeto de estudo: Estudo prospectivo e con-trolado.

Local: Um laboratório de pesquisa universitário.Animais: Porcas.

Antonio Carlos MenardiOrientador: Prof.Dr. Walter V. de A. VicenteTese de Doutorado apresentada em 11/02/2005

Objetivo: A finalidade do estudo foi testar oazul de metileno (AM) na profilaxia e no tratamento

CLÍNICA CIRÚRGICA

AZUL DE METILENO NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DO CHOQUEANAFILÁTICO INDUZIDO PELO COMPOSTO 48/80, EM PORCAS: ESTUDOCLÍNICO, HEMODINÂMICO E DA REATIVIDADE VASCULAR in vitro

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Luiz Henrique de SousaOrientador: Prof. Dr. Reginaldo CenevivaTese de Doutorado apresentada em 11/02/2005

Para tratamento cirúrgico da hérnia inguinal, hátendência atual à utilização de próteses para reforçolivre de tensão com o objetivo de diminuir as freqüen-tes complicações e recidivas, com técnicas que usamos próprios tecidos da região inguinal para reforço.Na abordagem laparoscópica a prótese mais utilizadaé a de polipropileno, pela técnica transabdominal pré-peritoneal (TAPP), com baixos índices de complica-ções.

Alguns bons resultados com a biomembrana delátex, como indução do processo de cicatrização,biocompatibilidade e neoformação tecidual, associa-dos às vantagens das técnicas videolaparoscópicasestimularam a realização dessa pesquisa, com objeti-vo de avaliar os aspectos morfológicos do comporta-mento de quatro tipos de biomembranas de látex es-truturalmente diferentes, colocadas pré-peritonealmen-te por inguinoplastia videolaparoscópica.

Dezesseis inguinoplastias foram realizadas em12 cães de quatro grupos: LIPRO (n = 8): biomem-

brana de látex impermeável na região inguinal direitade quatro cães e prótese de prolene, como controle,contra-lateral nos mesmos animais; LPI (n = 4), LPPE(n = 2) e LPPF (n = 2): as biomembranas de látexrespectivas: poliamida impermeável, poliamida porosacom 1mm de espessura e poliamida porosa com 0,5mmde espessura, colocadas na região inguinal esquerdados cães.

Antes da eutanásia, avaliou-se por exame ma-croscópico eventuais complicações como seroma,hematoma e infecção. No grupo LIPRO todas as ava-liações foram realizadas na ordem: cão número 1: 7ºdia, cão número 2: 14º dia, cão número 3: 21º dia ecão número 4: 28º dia. Nos demais grupos as avalia-ções foram no 28º dia pós-operatório. As peças reti-radas da região inguinal foram avaliadas quanto a in-tegridade peritoneal, aderência de epíploon, aderênci-as viscerais, acomodação, encistamento e incorpora-ção das próteses. A microscopia para avaliar neofor-mação vascular, reação inflamatória, depósito decolágeno, fibrose, encistamento e incorporação daprótese.

Os resultados com os quatro tipos de biomem-branas de látex foram: não ocorrência de hematoma,

Intervenções: O protocolo incluiu 5 grupos ex-perimentais: Grupo I (Controle) – o animal foi obser-vado sem ação de nenhuma droga; Grupo II (AM) –infusão de AM, 2 mg/kg; Grupo III (C48/80) - cho-que anafilático induzido pela infusão de C48/80, 4 mg/kg; Grupo IV (C48/80 + MB) - choque anafiláticoinduzido pela infusão de C48/80, 4 mg/kg, seguida dainfusão de AM, 2 mg/kg no momento de maiorhipotensão; Grupo V (MB + C48/80) – tentativa deprevenção do choque anafilático com a infusão de AM,2 mg/kg 1-2 minutos antes da infusão do C48/80, 4mg/kg. Os níveis plasmáticos de NO foram medidosnos 5 grupos experimentais . Após a realização doestudo hemodinâmico in vivo, realizou-se um estudoin vitro, da reatividade vascular em artérias coronárias,mesentérica superior, hepática e renal, para se deter-minar eventual efeito de AM na função endotelial ar-terial.

Principais resultados: 1) A infusão endovenosade AM (2 mg/kg) não causou alterações da pressãoarterial média quando comparado com o grupo con-trole, comprovando sua segurança sobre o aparelhocardiovascular, na dose utilizada; 2) O Composto 48/80 (4 mg/kg) foi bastante efetivo na produção de cho-que anafilático experimental; 3) O AM, administradoapós o C48/80, amenizou o choque anafilático; 4) Atentativa de prevenir o choque anafilático com AMnão causou alterações, uma vez que as manifestaçõesclínicas da anafilaxia foram atenuadas; 5) Não ocor-reram diferenças intergrupos, no comportamento donitrato plasmático; 6) O estudo in vitro da reatividadevascular de artérias coronárias, hepáticas, renais emesentéricas superiores não demonstrou disfunçãoendotelial em nenhum dos grupos.

Conclusão: AM não possui efeito profilático e/ou terapêutico no choque anafilático experimental.

AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DA UTILIZAÇÃO DA PRÓTESE DE LÁTEX NAINGUINOPLASTIA VIDEOLAPAROSCÓPICA. ESTUDO EXPERIMENTAL EMCÃES

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Carlos Renato TirapelliOrientadora: Profa.Dra. Ana Maria de OliveiraTese de Doutorado apresentada em 03/03/2005

O consumo crônico de etanol leva a alteraçõessignificativas das funções cardíaca e circulatória, fi-gurando como um importante fator de risco no desen-volvimento de doenças cardiovasculares. Nossos re-sultados mostram que em anéis de aorta torácica iso-lados, não houve alteração da resposta de contraçãoinduzida pela ET-1 após tratamento com etanol (solu-ção 20%) por 2, 6 ou 10 semanas. Observou-se au-mento da resposta contrátil a fenilefrina em anéis deaorta após os três diferentes períodos de tratamento.A hiperreatividade a fenilefrina é independente doendotélio e envolve aumento da liberação/produçãode prostanóides vasoconstritores de origem muscular(possivelmente PGH2 ou TXA2), que regulam o au-mento de influxo de Ca2+ do meio extracelular.

Nos anéis isolados de carótida com endotélio,houve aumento da resposta contrátil à ET-1 após 2, 6ou 10 semanas de tratamento com etanol. O relaxa-mento induzido pela ET-1 e pelo IRL1620 (agonista

seletivo dos receptores ETB) em anéis de carótida pré-contraídos com fenilefrina, foi menor após tratamentocom etanol. Evidenciou-se que o tratamento com etanolnão altera os níveis de RNAm para os receptores ETAe ETB. No entanto, o tratamento induz redução daexpressão protéica dos receptores ETB endoteliais, quepromovem relaxamento vascular. Essas observaçõesindicam que a hiperreatividade à ET-1 está relaciona-da à redução do relaxamento vascular mediada pelosreceptores ETB endoteliais.

O consumo crônico de etanol não altera os ní-veis de RNAm para a pré-pró-ET-1 em anéis decarótida. Não se evidenciou alteração dos níveis basaisde ET-1 em anéis de carótida após tratamento cometanol. No entanto, o tratamento com etanol promo-veu redução da resposta de contração induzida pelaBig-ET-1 em anéis de carótida com endotélio após ostrês períodos de tratamento. Essa resposta indica queo tratamento com etanol altera o mecanismo de con-versão da Big-ET-1 em ET-1, que envolve a ação daEnzima Conversora de Endotelina (ECE).

O tratamento com etanol induz aumento dapressão arterial média basal após 2, 6 e 10 semanas

seroma e infecção, bem como a indução de cicatriza-ção por indução de neoformação vascular, reação in-flamatória e deposição de colágeno. Nenhuma bio-membrana de látex induziu fibrose como aconteceuno grupo controle de prolene.

A tortuosidade ocorrida em todas as biomem-branas indicam que o “esqueleto” de poliamida nãofoi suficiente para mantê-las esticadas. Exceto a bio-membrana de látex com poliamida porosa de 0,5mmde espessura, que, apesar de formar microcistos, seincorporou parcialmente; todas as outras sofreramencistamento total.

Como ficou demonstrada à microscopia, a in-corporação mesmo que parcial das próteses de látexcom poliamida porosa de 0,5 mm, colocadas no espa-

ço pré-peritoneal à semelhança da prótese de prolene,estimula novos experimentos com esta estrutura dabiomembrana na região inguinal.

Todos estes fatores associados permitem nãorecomendar a utilização de qualquer dos quatro tiposestruturais de biomembranas de látex estudados parareforço da região inguinal, por videolaparoscopia.

Conclui-se que: 1 - todas as biomembranas delátex mantêm características de indução do processode cicatrização sem fibrose e 2 - com exceção dabiomembrana de látex com poliamida porosa de 0,5mmde espessura que, apesar de formar múltiplos micro-cistos incorpora-se parcialmente aos tecidos vizinhos,todas as outras não se incorporam, sofrendo encista-mento total.

FARMACOLOGIA

CONSEQUENCIAS CELULARES E FUNCIONAIS DO CONSUMO CRONICO DEETANOL SOBRE O SISTEMA ENDOTELINA VASCULAR

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Isac Alexandre Ferreira da SilvaOrientadora: Profa. Dra. Janete A. Anselmo FranciTese de Doutorado apresentada em 12/01/2005

A secreção adequada de glicocorticoides é es-sencial para a homeostase, e em ratas lactantes, tam-bém é importante para o correto desenvolvimento dosfilhotes. O estradiol e o núcleo noradrenérgico LocusCoeruleus são indicados como possíveis moduladoresda atividade do eixo HPA resultando numa secreçãoadequada de glicocorticoides. Entretanto, não há umconsenso com respeito a como eles exercem esse papelmodulatório.

Nosso intuito foi investigar, num primeiro mo-mento, o efeito da manipulação experimental dosesteróides ovarianos e do Locus Coeruleus na secre-ção de corticosterona em resposta à exposição ao étere no número de receptores para glicocorticoides naregião hipocampal CA1. Ratas ovariectomizadas re-cebendo ou não reposição com estradiol e/ou proges-terona tiveram sua veia jugular canulada e foram sub-metidas à lesão do Locus Coeruleus, cirurgia fictíciaou a nenhuma cirurgia estereotáxica e 24 horas maistarde foram expostas ao éter. Coletas sanguíneas se-riadas foram coletadas para a medição de corticoste-rona plasmática. Outros animais tiveram o cérebroretirado para a realização de imunocitoquímica para adetecção de receptores de glicocorticoides. A ovari-ectomia ou a lesão do Locus Coeruleus foram capa-

zes de alterar a influência na secreção de corticoste-rona. A modulação da secreção pelos esteróides ova-rianos parece ser devida à ação do estradiol. A com-binação da lesão do Locus Coeruleus com a ovariec-tomia afetou fortemente a secreção normal de corti-costerona, talvez pela diminuição do número de re-ceptores de glicocorticoides na região CA1 do hipo-campo. Estes resultados sugerem que a modulaçãoda secreção de corticosterona em resposta à exposi-ção ao éter depende da combinação de uma concen-tração adequada de estradiol associada a uma ativi-dade adequada da atividade do LC.

Um segundo estudo foi realizado com o intuitode verificar o papel do LC e do estradiol na secreçãode corticosterona em ratas lactantes. Ratas no sextoe vigésimo dia de lactação foram submetidas a canu-lação de sua veia jugular e à lesão do Locus Coeruleus,cirurgia fictícia ou a nenhuma cirurgia estereotáxica,sendo, 24 horas mais tarde, expostas ao éter. Não hádiferença na secreção de corticosterona com relaçãoao tempo de lactação dos animais intactos. A lesão doLocus Coeruleus em qualquer um dos dias estudadosinterefere com a secreção de corticosterona. Estesresultados indicam que o feedback negativo exercidopelos neurônios hipocampais sobre a secreação decorticosterona não é afetado nem pela ausência denoradrenalina nem é sensível ao pequeno aumento deestradiol que ocorre no final da lactação, diferente-mente do que ocorre em ratas virgens.

de tratamento. Houve aumento da resposta pressorainduzida pela ET-1 em animais tratados com etanol,indicando que o tratamento altera o padrão de respos-ta do sistema endotelinérgico, que participa da manu-tenção basal do controle da pressão arterial.

O sistema endotelinérgico assim como o con-

sumo crônico de etanol está relacionado à isquemiacerebral, acidente vascular cerebral e ao aumento dapressão arterial. Nesse sentido, o presente trabalhoestabelece correlação positiva entre esses dois fato-res onde o tratamento com etanol promove alteraçõesno sistema endotelinérgico vascular.

FISIOLOGIA

O LOCUS COERULEUS E O ESTRADIOL MODULAM A EFICIÊNCIA DOFEEDBACK NEGATIVO DOS GLICOCORTICÓIDES

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Cleyde Vanessa Vega HelenaOrientadora: Profa. Dra. Janete A. Anselmo FranciTese de Doutorado apresentada em 26/01/2005

Parte IApesar de estar estabelecido que os esteróides

ovarianos controlam a secreção de LHRH e de LH,os locais precisos onde eles exercem este controlenão estão ainda esclarecidos. Estudos do nosso labo-ratório demonstraram que a NA do Locus Coeruleus(LC) parece ser essencial na deflagração dos picosde LH. Como estes neurônios são responsivos ao es-tradiol, hormônio que usualmente induz a expressãode receptores de progesterona (PR), os objetivos des-te estudo foram investigar se os neurônios do LC ex-pressam PR, se a expressão varia durante o ciclo estrale em resposta ao estradiol e a progesterona, compa-rarando essa resposta àquela que ocorre na área pré-óptica (APO). Ratas foram perfundidas às 10, 14 e16h em cada uma das fases do ciclo estral. Outro gru-po de ratas foi ovariectomizado e tratado com óleo ouestradiol durante dois dias consecutivos seguido ou nãopor uma injeção de progesterona. Um dia após a últi-ma injeção de oleo ou estradiol os animais foramperfundidos às 10 e 16h. Uma amostra sanguinea foicolhida antes da perfusão e os níveis plasmáticos deestradiol, progesterona e LH foram determinados, porradioimunoensaio, nas ratas ciclando. A efetividade dotratamento hormonal nas ratas ovariectomizadas foiavaliada por meio da dosagem dos níveis plasmáticosde LH. Secções contendo o LC e a APO foram pro-cessadas para detecção dos neurônios PR positivos(PR+) por imunocitoquímica (ICC). Os neurônios doLC foram identificados por ICC para tirosina hidroxi-lase. As concentrações plasmáticas de progesteronaforam mais altas no metaestro e proestro; as de LHforam basais durante todos os horários, exceto às 16hdo proestro (horário do pico pré-ovulatório). As con-centrações mais altas de estradiol foram observadasno dia de proestro, quando ocorreu um aumento signi-ficativo no número de neurônios PR+ na APO. NoLC, o perfil dos neurônios PR+ variou significativa-mente durante o ciclo estral, aumentando de uma menorexpressão na manhã do metaestro alcançando seuápice na tarde de diestro. No proestro e no estro avariação do número de neurônios PR+ foi muito se-melhante. Este número foi alto pela manhã e diminuiuprogressivamente a tarde. Nas ratas ovariectomizadas,

o tratamento com estradiol foi eficaz em diminuir asconcentrações de LH pela manhã e induzir um pico àtarde, o qual foi amplificado em cerca de três vezespelo tratamento com progesterona. O estradiol indu-ziu um aumento no número de neurônios PR+ emambas as regiões estudadas, independente do horário.No entanto, o tratamento com progesterona provocouum completo desaparecimento de neurônios PR+ noLC embora não tenha alterado o número de PR+ naAPO. Estes dados demonstram que: 1) os neurôniosdo LC, à semelhança dos neurônios da APO, expres-sam PR e respondem ao tratamento com estradiol sin-tetizando PR, mas ao contrário do que ocorre na APO,o tratamento com progesterona resulta em uma com-pleta inibição da expressão de PR no LC e 2) os neu-rônios do LC parecem ser mais sensíveis à variaçãohormonal que ocorre durante o ciclo estral do que osneurônios da APO. A expressão de PR no LC poderiaestar relacionada com a liberação de NA que pareceser essencial para a ocorrência do pico pré-ovulatóriode LH.

Parte IIOs neurônios do Locus Coeruleus (LC) apre-

sentam papel fundamental na regulação do pico deLHRH pelos esteróides gonadais, desde que sua le-são bloqueia o pico pré-ovulatório de LH e aquelesinduzidos pelos estradiol e progesterona em ratasovariectomizadas. Estudos recentes demonstraramque os dois tipos de receptores de estradiol (ERα eERβ) são localizados no LC, mas a influência de cadaum deles na indução estrogênica de receptores para aprogesterona (PR) não é conhecida. Como os neurô-nios do LC e os PR parecem ser essenciais para osmecanismos de deflagração dos picos de LHRH nesteestudo investigou-se o efeito do estradiol e da proges-terona na expressão de PR nos neurônios do LC emanimais sem genes funcionais para codificação do ERα(αERKO) e ERβ (βERKO). Camundongos fêmeasαERKO, βERKO e suas respectivas proles wild-type(αWT e βWT) foram ovariectomizadas e injetadascom óleo, somente estradiol 24 e 48h antes da perfusãoou estradiol seguido de uma injeção de progesterona5h antes da perfusão (realizada às 16h). Secções con-tendo o LC foram processadas para detecção dosneurônios positivos ao ERα, ERβ e PR por imunoci-toquímica (ICC). A marcação com TH foi utilizadapara identificar os limites do LC. O número de neurô-

AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DO RECEPTOR DE PROGESTERONA NO LÓCUSCOERULEUS EM RATAS E EM CAMUNDONGOS FÊMEAS ER KNOCKOUT

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Adriana PiramOrientador: Prof. Dr. João Monteiro de Pina NetoTese de Doutorado apresentada em 04/02/2005

As anomalias congênitas têm um papel impor-tante na mortalidade de pacientes pediátricos. Umasérie de necropsias de pacientes de 0 a 14 anos reali-zadas em um período de 10 anos (1994-2003) no De-partamento de Patologia do Hospital das Clínicas daFaculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Univer-sidade de São Paulo foi estudada para determinar afreqüência e o padrão de anomalias congênitas relaci-onadas ao óbito. Os registros de todas as necropsiasforam sumarizados e revisados. Casos apresentandoanomalias congênitas foram selecionados e dados dosprontuários hospitalares, documentação fotográfica,estudos radiológicos, registros do Departamento dePatologia e do Serviço de Genética Médica foram re-cuperados para revisão e análise. Setecentos e dozeóbitos (35,3%) dos óbitos apresentavam anomalias

congênitas. Com relação à causa do óbito, as compli-cações perinatais foram a principal causa relacionadaao óbito (51,8%). As infecções foram a terceira cau-sa mais relacionada ao óbito (15,6%) e as anomaliascongênitas a segunda (29,3%). Entre os casos identi-ficados como tendo uma anomalia congênita ou doen-ça genética, 183 (25,7%) tinham uma anomalia isola-da e outros 70 (9,8%) tinham uma anomalia provavel-mente isolada; 159 (22,3%) tinham uma seqüênciaconfirmada e 7 (1,0%) tinham uma suposta seqüên-cia. Duzentos e sessenta (36,5%) apresentavam mal-formações múltiplas, sendo que 183 (25,7%) recebe-ram um diagnóstico de certeza. Trinta casos (4,2%)tinham outras condições genéticas tais como doençasmetabólicas ou desordens neurológicas herdáveis con-firmadas e outros três (0,4%) não foram confirma-dos. Os estudos colaborativos entre os Serviços dePatologia e Genética são importantes para a definiçãodos diagnósticos clínicos e etiológicos e determinaçãodos riscos de recorrência elementos fundamentais parao aconselhamento genético.

nios positivos para cada receptor foi quantificada bila-teralmente em 3 secções/animal contendo as porçõesanterior, medial e posterior do LC. Ambos ERα e ERβestão presentes no LC, sendo ERβ o mais abundante.O tratamento com estradiol reduziu o número de neu-rônios ERα+ nos animais αWT, βWT, bem como nosβERKO (p<0.05), e o tratamento com progesteronadiminuiu ainda mais esse número (p<0.05) enquantoque nenhum dos tratamentos hormonais influenciou onúmero de neurônios ERβ+ em todos os animais estu-dados. Um número substancial de neurônios PR+ foiencontrado no LC de animais tratados com óleo. Otratamento com estradiol aumentou o número de neu-rônios PR+ e a progesterona diminuiu esse númeroem ambos animais WT (p<0.001). Apesar de seu efeitoser menor do que aquele observado nos animais αWT,o tratamento com estradiol aumentou o número de

neurônios PR+ nos animais αERKO, enquanto a pro-gesterona diminuiu esse número (p<0.01), sugerindoque o ERα é parcialmente responsável pela induçãoestrogênica de PR. No entanto, nos animais βERKO,o número de neurônios PR+ apresentou apenas umdiscreto aumento em resposta ao tratamento com es-tradiol (p<0.05) e um retorno aos valores dos animaistratados com óleo, após o tratamento com progeste-rona (p<0.05). Essa menor responsividade aosesteróides gonadais dos animais βERKO parece seratribuída a um número elevado de neurônios PR+ nosanimais tratados com óleo, provavelmente devido auma não diminuição deste número após a ovariecto-mia nos animais βERKO. Estes dados mostram queos neurônios do LC expressam ERα, ERβ e PR, eque um balanço entre eles deve ser crítico para o con-trole fisiológico da função reprodutiva.

GENÉTICA

ESTUDO DAS ANOMALIAS CONGÊNITAS DETECTADAS EM UMA SÉRIE DENECROPSIAS CONSECUTIVAS DE CRIANÇAS DE 0 A 14 ANOS REALIZADASEM UM PERÍODO DE 10 ANOS NO HCFMRP-USP

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Reginaldo Justino FerreiraOrientadora: Profa. Dra. Lucia Regina MartelliDissertação de Mestrado apresentada em 21/02/2005

A análise citogenética convencional constituiainda o principal exame para o diagnóstico de altera-ções cromossômicas numéricas e estruturais. Contu-do, as técnicas de FISH (hibridação fluorescente insitu) e SKY (cariótipo espectral) têm aumentado sig-nificativamente a resolução cromossômica e a espe-cificidade do diagnóstico. A técnica de FISH é basea-da na hibridação complementar de cadeias simples deácido nucléico ao material genético alvo fixado. Dife-rentes sondas estão disponíveis para propósito diag-nóstico, permitindo identificar cromossomos, braçosou regiões específicas, como centrômeros ou um úni-co locus. A técnica de SKY consiste em um FISHcom 24 cores, permitindo a visualização simultâneade todos os cromossomos humanos em cores diferen-tes, aplicada na detecção de rearranjos cromossômicoscomplexos e identificação de cromossomos marcado-res extranumerários (SMC). SMC são cromossomosextranumerários cuja origem não é determinada atra-vés das técnicas citogenéticas convencionais. SMCestão presentes em 0,05% da população, podendo es-tar associados ou não a fenótipo anormal. A variabili-dade fenotípica depende do grau de mosaicismo, da

constituição genética, do cromossomo de origem e daorigem parental do marcador. Neste estudo, as técni-cas convencionais de citogenética, FISH e SKY fo-ram combinadas para determinar a origem de cromos-somos marcadores presentes no cariótipo de dez pa-cientes (3 meninos e 7 meninas) acompanhados peloServiço de Genética Médica do Hospital das Clínicasda Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Uni-versidade de São Paulo, todos apresentando fenótipoanormal. A origem dos cromossomos marcadores foideterminada em oito casos, sendo seis de novo, deri-vativos dos cromossomos 2, 9 (dois casos), 10, 15 e18 e dois de origem materna derivativos do cromosso-mo 22, com cariótipos der(22)t(11;22)(q23.3;q11.2)mate der(22)t(9;22)(p24;q11.2)mat. Nestes casos, o pro-tocolo de investigação citogenética foi essencial parao diagnóstico, prognóstico e definição do risco derecorrência para as famílias. A técnica de FISH foiinformativa em sete casos, definindo a origem de cin-co marcadores (derivativos dos cromossomos 9, 15,18 e 22), excluindo a origem do cromossomo 15 emum caso e dos cromossomos 15, 21 e 22 em outro. Aorigem do cromossomo marcador não foi determina-da em dois casos. Propomos um protocolo incluindoas técnicas convencionais de citogenética e SKY, se-guido da técnica de FISH para confirmação do diag-nóstico, definição dos pontos de quebra e correlaçãogenótipo-cariótipo.

ESTUDO CITOGENÉTICO MOLECULAR DE CROMOSSOMOS MARCADORES

pélvicas. Os seus defeitos podem causar diferentespatologias que levam a alterações na qualidade de vidadas pacientes. A avaliação inicial é de suma importân-cia para o correto diagnóstico das alterações do as-soalho pélvico. Este estudo visa comparar a avaliaçãodo assoalho pélvico utilizando-se a palpação digital e operineômetro digital. Quarenta e oito pacientes foramavaliadas e agrupadas dependendo do número de par-

Alberto Eugenio de Azevedo TrappOrientador: Prof. Dr. Maurício M. Sabino de FreitasDissertação de Mestrado apresentada em 04/02/2005

O assoalho pélvico é formado por músculos,fáscias e ligamentos que compõem uma unidadeanatômico-funcional cuja finalidade é manter o posi-cionamento e o conteúdo das vísceras abdomino-

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

CORRELAÇÃO ENTRE A AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO DO ASSOALHO PÉLVICOCOM O USO DO PERINEÔMETRO E DA PALPAÇÃO DIGITAL EM PACIEN-TES NO MENACME

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Antonio Gadelha da CostaOrientador: Prof. Dr. Francisco Mauad FilhoTese de Doutorado apresentada em 28/02/2005

O objetivo desse estudo foi avaliar a evoluçãodos parâmetros dopplervelocimétricos nas artériasfetais aorta, segmentos supra-renal (ASR) e infra-re-nal (AIR), cerebral média (ACM) e umbilical (AU),por meio das velocidades sistólica máxima (VSM),velocidade diastólica final (VD), índice de resistência(IR), índice de pulsatilidade (IP) e tempo de acelera-ção (TA). Realizamos estudo longitudinal em 33 fetosnormais entre a 22ª e a 38ª semana de gestação. Adopplervelocimetria foi realizada por único observa-dor, utilizando volume de amostra de 1 mm, filtro deparede de 50-100 Hz e ângulo de insonação de 50 a190, na ACM e AU, e abaixo de 600 na ASR e AIR.Entre a 22a e a 38a semana gestacional, a VSM au-mentou em todas as artérias fetais (p < 0,05), cujomaior valor foi na ASR, aumentando de 74,6 cm/s para106,0 cm/s. Na AU, a VSM também aumentou, entre-tanto, diminuiu de 55,5 cm/s para 46,2 cm/s entre a 34a

e a 38a semana gestacional (p < 0,05). A VD aumen-

tou em todas as artérias e os maiores valores foramna AIR, aumentando de 14,0 cm/s para 22,0 cm/s(p < 0,05), entre a 22a e a 38a semana gestacional.Nesse período, o IR não se modificou, na ASR(p > 0,05), entretanto, diminuiu de 0,69 para 0,56 naAU (p < 0,05). Na AIR, o IR foi constante na maioriadas semanas gestacionais (p > 0,05), diminuindo naACM, a partir da 26ª semana de gestação (p < 0,05).O IP foi semelhante ao IR em todas as artérias fetais.O TA aumentou apenas na ACM e ASR, entre a 26ª ea 30ª semana gestacional, de 40 ms para 50 ms e naASR, entre a 22ª e a 30ª semana gestacional, de 50ms para 60 ms, respectivamente (p < 0,05). Concluin-do, na segunda metade da gestação, a VSM e a VDaumentam em todas as artérias fetais, mas a VSMdiminui na artéria umbilical entre a 22ª e a 38ª semanagestacional. O IR e o IP mantêm-se constantes naaorta, segmentos supra-renal e infra-renal, porém di-minuem nas artérias cerebrais média e umbilicais, apartir da 26ª e da 22ª semana gestacional, respectiva-mente. O TA aumenta na aorta, segmento supra-re-nal e artéria cerebral média, mantendo-se constantena aorta, segmento infra-renal e artéria umbilical.

tos vaginais, da idade e do IMC, sendo realizadas cor-relações entre a avaliação digital perineal e o valor doperineômetro nas diversas faixas das variáveis cita-das anteriormente. Em todas as correlações não se

observaram diferenças entre os valores da avaliaçãodigital e do perineômetro. Podemos concluir com es-ses resultados que a avaliação perineal digital equiva-le à avaliação através do perineômetro.

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO HEMODINÂMICO FETAL NA SEGUNDAMETADE DA GESTAÇÃO

rísticas histológicas da camada basal do endométrio esua fisiopatologia ainda não está bem esclarecida, as-sim como seu potencial de malignidade. O objetivodeste estudo foi o de descrever as características clí-nico-epidemiológicas das pacientes com diagnósticoanatomopatológico de PE e avaliar a sua associaçãocom algumas doenças clínicas relacionadas com cân-cer de endométrio. Foi realizada uma análise retros-pectiva descritiva de pacientes com diagnóstico histo-lógico de PE submetidas à ressecção monopolarhisteroscópica da lesão, no período de 1997 a 2002.

Selvio Machado SimonOrientador: Prof. Dr. Antônio Alberto NogueiraDissertação de Mestrado apresentada em 04/03/2005

O pólipo endometrial (PE) é a lesão benignamais comum do corpo uterino, está entre as principaiscausas orgânicas de sangramento uterino anormal(SUA) e pode ocorrer em qualquer época da vida damulher, sobretudo na pós-menopausa. Sua origem pa-rece estar associada com a manutenção das caracte-

ACHADOS CLÍNICO-PATOLÓGICOS EM PACIENTES COM PÓLIPOSENDOMETRIAIS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Alessandra Mara FranzinOrientadora: Profa. Dra.Beatriz Rossetti FerreiraDissertação de Mestrado apresentada em 31/01/2005

Carrapatos são artrópodes hematófagos de dis-tribuição cosmopolita que parasitam vertebrados etransmitem uma grande variedade de agentes infecci-osos para o homem e animais domésticos.

Cobaias, diferentemente de cães e camundon-gos, são capazes de desenvolver resistência a carra-patos Rhipicephalus sanguineus após sucessivasinfestações. Ao comparar o tipo de resposta imunedesenvolvida por cobaias e cães frente a carrapatosobservou-se que cobaias re-infestadas desenvolvemuma pequena reação de hipersensibilidade imediata euma forte reação de hipersensibilidade tardia à inocu-lação cutânea com antígenos de carrapatos. Já emcães e camundongos, é notada somente uma fortereação de hipersensibilidade imediata. Também foiverificado que células dos linfonodos de cobaias in-

festadas três vezes com carrapatos (resistentes) pro-liferam intensamente na presença de saliva de carra-patos, diferentemente do que ocorre com células decães e camundongos re-infestados (suscetíveis) quenão proliferam. Esses achados sugerem o envolvimen-to de um padrão Th1 de resposta imune na aquisiçãode resistência, no entanto essa hipótese ainda não foiconfirmada.

Assim sendo, no atual trabalho procurou-severificar a expressão de mRNA de citocinas na pele elinfonodos de cobaias infestadas e re-infestadas comcarrapatos. Para tal foram delineados primers e pa-dronizadas reações de PCR para detectar a expres-são de mensagem das citocinas IL-12p40, IFN-γ eTNF-α, pertencentes a um padrão Th1, e IL-4, IL-5,IL-10 e TGF-β, pertencentes a um padrão Th2 de res-posta imune.

Os resultados obtidos demonstraram que co-baias sucessivamente infestadas apresentaram umaumento significativo na intensidade de mensagem paraIL-12p40 nos linfonodos, tanto comparado com ani-

Foram incluídas 176 pacientes, sendo 40 no períodopré-menopausa (22,7%), todas sintomáticas: 24 comSUA (60%), 10 com dismenorréia (25%) e 13 cominfertilidade (32,5%), e 136 na pós-menopausa (77,3%),50 com SUA (36,8%) e 86 assintomáticas com espes-samento endometrial no exame ultra-sonográficotransvaginal (63,2%). As idades medianas das paci-entes em anos foram 39 (15 - 52), 57 (42 - 74) e 61(43 - 77), no período pré-menopausa, na pós-meno-pausa sintomáticas e assintomáticas, respectivamen-te (p < 0,01). A menopausa tardia ocorreu em 7 mu-lheres do subgrupo sintomático (14%) e em 19 dosubgrupo assintomático (22,1%) (p = 0,2693). Aprevalência de obesidade, hipertensão arterial e dia-betes mellitus nas pacientes com PE não foi maiorque a relatada para mulheres na população geral. A

concomitância de pólipo endocervical ao PE foi de9,1%. O diagnóstico anatomopatológico de doençapré-maligna (pólipo endometrial com atipias) estevepresente em 2,8% e a de doença maligna em 1,1%das pacientes. Concluindo, todas as mulheres com di-agnóstico de PE no período pré-menopausa eram sin-tomáticas e 62% das mulheres na pós-menopausa eramassintomáticas, sendo este um achado de exame. OPE foi mais freqüente na faixa de idade entre 51 e 65anos. Nas pacientes no período pré-menopausa, a ida-de mediana foi de 39 anos e na pós-menopausa de 57anos. O SUA foi o principal sintoma associado ao PE,diagnosticado em 60% das mulheres no período pré e36% na pós-menopausa e a prevalência de menopau-sa tardia foi de 19% sem diferença entre as sintomá-ticas e assintomáticas.

IMUNOLOGIA BÁSICA E APLICADA

EXPRESSÃO GÊNICA DE CITOCINAS EM COBAIAS RESISTENTES A CAR-RAPATOS RHIPICEPHALUS SANGUINEUS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Gustavo Pompermaier GarletOrientador: Prof. Dr. João Santana da SilvaTese de Doutorado apresentada em 01/02/2005

Acredita-se que a resposta imune e inflamató-ria proteja o hospedeiro contra a infecção periodontal,mas tal resposta resulta na destruição dos tecidosperiodontais. Neste estudo, examinamos os mecanis-mos pelos quais as citocinas TNF-α, IFN-γ, IL-12, IL-4e IL-10 modulam o curso da doença periodontal (DP)experimental. Camundongos C57BL/6 infectados comA. actinomycetemcomitans JP2 desenvolvem umaintensa reação inflamatória e severa reabsorção ós-sea alveolar, associada a altos níveis de TNF-α e IFN-γnos tecidos periodontais.Tal padrão de resposta estáassociado com a intensa expressão de quimiocinas ereceptores de quimiocinas do tipo Th1, MMPs, RANKLe a rápida progressão da doença. Após 30 dias deinfecção, mediadores de respostas do tipo Th2 (IL-4,IL-10, CCL1, CCR4) também podem ser detectadosnos tecidos periodontais, e estão associados a umaintensa expressão de TIMPs e OPG, e a atenuaçãoda progressão da doença. De fato, a ausência deTNFp55 ou IFN-γ resulta na redução da expressãode citocinas inflamatórias, quimiocinas, MMPs eRANKL, estando associada a uma menor migraçãocelular para os tecidos periodontais e a menor reab-sorção óssea alveolar. Entretanto, animais TNFp55-

KO e IFN-γKO apresentam uma maior susceptibili-dade a infecção por A. actinomycetemcomitans, ca-racterizada pelo aumento na carga bacteriana nos te-cidos periodontais, menores níveis de iNOS e MPO,aumento da resposta de fase aguda e menor ganho depeso durante o curso da infecção. Além disso, adeficência de IFN-γ resulta em uma infecção disse-minada e na morte de 100% dos animais. A doençaperiodontal nos animais IL-12KO infectados com A.actinomycetemcomitans é similar a observada nosanimais WT em todos os parâmetros analisados. Aocontrário, nos tecidos periodontais de camundongosgeneticamente deficientes de IL-4 ou IL-10 são en-contrados maiores níveis de citocinas e quimiocinasdo tipo Th1, além de uma menor expressão de TIMPse OPG, levando ao aumento da severidade da doença.Enquanto IL-10 não parece exercer um papel críticono controle dos microrganimos, a produção de anti-corpos dependente de IL-4 parece contribuir de for-ma significativa para o controle da infecção. Nossosdados sugerem que TNF-α e IFN-γ levam ao aumen-to da migração celular e da reabsorção óssea alveolar,enquanto contribuem marcadamente para o controleda infecção por A. actinomycetemcomitans. Nossosresultados também sugerem que IL-10 leva a atenua-ção da severidade da doença, mas não compromete ocontrole da infecção; enquanto a IL-4 contribui tantopara o controle dos microrganismos como para a me-nor severidade da DP experimental.

mais uma vez infestados (aumento de 2,6 vezes), quan-to comparado com os controles (aumento de 13 ve-zes). Embora a análise estatística não tenha apontadouma diferença significativa houve elevação consistentena intensidade de mRNA para IFN-γ nos linfonodosde cobaias re-infestadas comparadas às infestadasapenas uma vez (aumento de 2,4 vezes). Também foiobservado um aumento significativo na intensidade damensagem para IL-5 nos linfonodos de cobaias infes-tadas uma vez quando comparadas aos controles (au-mento de 5 vezes). Não foi detectada expressão demensagem para IL-4 e IL-10 nas amostras analisa-das. Já a expressão de mensagem para TGF-β foiobservada em todos os animais (experimentais ou con-

troles), sugerindo que essa citocina possa ter uma ex-pressão constitutiva em cobaias.

Tomados em conjunto, os resultados sugerem oenvolvimento predominante de um perfil de citocinasde padrão Th1 na aquisição de resistência em cobaiasa carrapatos. Nossos resultados poderão auxiliar odesenvolvimento de novas abordagens para o contro-le de carrapatos, como, por exemplo, sugerir adjuvan-tes mais adequados a serem utilizados em vacinas anti-carrapatos. O conhecimento gerado não se restringeà indução de proteção contra carrapatos como tam-bém a possibilidade de aumentar a resistência de hos-pedeiros a patógenos transmitidos por carrapatos quepoderiam ser controlados por uma resposta tipo Th1.

PARTICIPAÇÃO DE CITOCINAS NA IMUNOMODULAÇÃO DA DOENÇAPERIODONTAL EXPERIMENTAL INDUZIDA POR ACTINOBACILLUSACTINOMYCETEMCOMITANS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Tiana Gabriela BurmannOrientador: Prof. Dr. Antonio Augusto Velasco e CruzTese de Doutorado apresentada em 07/01/2005

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeitonas rotações oculares monoculares do acometimentoda musculatura ocular extrínseca na orbitopatia deGraves.

Foram medidas as áreas dos músculos retosmedial, lateral e inferior e do complexo superior (retosuperior + levantador palpebral) e as amplitudes dasduções de 41 controles e 67 pacientes com orbitopatiade Graves. Nos dois grupos, a musculatura ocularextrínseca foi medida a 9mm do rebordo orbitário la-teral da órbita em cortes coronais de tomografiascomputadorizadas. A amplitude máxima da supra, infra,ab e adução foi quantificada em imagens bidimensio-nais por processamento computadorizado.

Os valores médios das rotações oculares (mm)do grupo controle foram: supra = 5,44; infra = 11,36;ab = 9,3; e adução = 9,8. Nos pacientes, esses valoresforam: 4,97; 11,61; 8,96 e 9,53. Apenas a supraduçãodos pacientes foi significativamente inferior dos con-troles (t=2,24, p = 0,027).

As dimensões musculares médias (mm2) dogrupo controle foram: reto inferior = 30,3; reto medial= 26,25; reto lateral 21, 74; complexo superior = 26,52.Nos pacientes, esses valores foram 36,71; 29,65; 23,67 e 29,91. Os músculos reto inferior e reto medial dogrupo de pacientes eram significativamente maioresdo que os dos controles (respectivamente, t = 2,02, p

= 0,046; t = 1,99, p = 0,048).No grupo de pacientes com orbitopatia de Gra-

ves, houve correlação significativa entre a amplitudeda supra e adução (r = 0,67), supra e abdução (r =0,58) e adução e abdução (r = 0,56). Correlações sig-nificativas foram também verificadas entre as dimen-sões de todos os músculos medidos. Quando se estu-dou por análise univariada (teste de Qui-quadrados) aassociação entre a limitação das duções em relaçãoao acometimento dos MOE, verificou-se que a limita-ção de cada uma das diferentes duções estava asso-ciada ao acometimento de mais de um músculo. Es-pecificamente, a limitação da supradução e abduçãoestavam associadas ao aumento de todos os múscu-los, a da adução só não foi associada ao acometimen-to do reto medial e a infradução só foi correlacionadaao aumento do reto inferior.

A análise multivariada por regressão múltiplacom seleção de variáveis pelo método de stepwisemostrou que a limitação da supradução correlacionou-se ao aumento da área do reto inferior e do complexosuperior, a abdução ao aumento do reto medial, aadução ao aumento do complexo superior e a infradu-ção não se mostrou correlacionada ao acometimentode nenhum músculo.

Concluiu-se que apesar do acometimento damusculatura ocular extrínseca nos pacientes comorbitopatia de Graves ser difuso, a repercussão namotilidade ocular deve-se principalmente ao aumentodo músculo antagonista ao movimento e ocorre maisfreqüentemente em supra e abdução.

OFTALMOLOGIA

RELAÇÃO ENTRE A ÁREA DA MUSCULATURA OCULAR EXTRÍNSECA E AAMPLITUDE DAS DUÇÕES EM PACIENTES COM ORBITOPATIA DE GRAVES

Os antibióticos aminoglicosídeos causam umaimportante toxicidade em orelha interna e rim. Entreseus efeitos crônicos na orelha interna está uma per-

Eloisa Nogueira MaldonnetOrientador: Prof. Dr. José Antonio A. de OliveiraDissertação de Mestrado apresentada em 02/02/2005

OTORRINOLARINGOLOGIA

AUTOPROTEÇÃO CONTRA A OTOTOXICIDADE DA GENTAMICINA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

da auditiva progressiva, que se inicia nas altas fre-qüências causada pela perda das células ciliadas nabase da cóclea, e que, com a continuidade do trata-mento, caminha para o ápice, causando perda auditi-va nas freqüências mais baixas.

Desde sua introdução, há uma preocupaçãoconstante em encontrar uma terapêutica protetoracontra esses efeitos tóxicos. Neste estudo é apresen-tada uma nova proposta para esta terapêutica atravésda autoproteção da gentamicina.

O objetivo desta pesquisa foi estudar a ototoxi-cidade da gentamicina e sua autoproteção, através douso de pequenas doses prévias à dose tóxica.

Foram estudadas 38 cobaias adultas com audi-

ção normal, testadas pelo reflexo de Preyer e examede emissões otoacústicas por produto de distorção, eas cócleas analisadas à microscopia eletrônica de var-redura. As cobaias foram divididas em 4 grupos base-ados na dosagem da gentamicina utilizada: grupo I –controle, grupo II – dose protetora, grupo III – dosetóxica e grupo IV – autoproteção.

Os resultados mostraram que houve uma pro-teção importante. Quando compararam-se os dadosdos grupos III e IV, o número de células ciliadas ex-ternas foi significantemente maior no grupo submeti-do à autoproteção.

Este trabalho concluiu que ocorreu o fenômenode autoproteção com a gentamicina.

duas matrizes induziram a total recuperação do defei-tos criados. A matriz mais eletronegativa ainda apre-sentava remanescentes de sua estrutura na periferiado osso neoformado. Porém, 1 ano após a implanta-ção todos os defeitos que receberam qualquer umadas matrizes estavam totalmente recuperados. O sítiode reparo ósseo sofreu rápido remodelamento comuma tendência a apresentar organização semelhanteao tecido original da calota craniana. Observamos queas matrizes de colágeno aniônico são incorporadas ati-vamente na matriz óssea mineralizada, sem sinais dereabsorção das matrizes antes do processo de mine-ralização iniciar. Dois fatores de crescimento analisa-dos o IGF-I(Insulin-like Growth Factor-I) e as BMPs(Bone Morphogenetic Protein) 2 e 4 foram encon-trados em contado direto com as matrizes de colágenoaniônico em períodos iniciais da regeneração dos de-feitos. Esses resultados indicam que as matrizes decolágeno aniônico são biomateriais osteocondutoreseficazes com potencial de aplicação clínica a curtoprazo. Defeitos ósseos localizados em estruturas ós-seas de baixa demanda mecânica seriam os locais maisbeneficiados com o uso dessas matrizes.

Lenaldo Branco RochaOrientador: Prof. Dr. Marcos A. RossiTese de Doutorado apresentada em 08/03/2005

O objetivo do presente estudo foi avaliar a efi-cácia de três matrizes de colágeno aniônico no reparode defeitos ósseos de tamanho crítico. As matrizesavaliadas tinham como diferencial entre si a densida-de de cargas elétricas. Dois aspectos da resposta bio-lógica às matrizes de colágeno aniônico também fo-ram avaliadas: a possível incorporação de parte dasmatrizes implantadas na matriz mineralizada do tecidoósseo e a imobilização de fatores de crescimento en-volvidos no processo de reparo ósseo. Amostras dastrês matrizes foram implantadas em defeitos ósseosde 4 mm de diâmetro criados em calotas cranianas deratos; defeitos vazios foram usados como controles.As calotas foram colhidas 3, 7, 15, 30, e 60 dias e1 ano para análise radiográfica, histológica, incluindoanálise de textura de imagens, e ultra-estrutural. Ob-servamos que duas das matrizes permitem uma rápi-da recuperação da estrutura óssea, no sexagésimo dia

PATOLOGIA

MATRIZES DE COLÁGENO ANIÔNICO: EFICÁCIA E ASPECTOS BIOLÓGICOSNO REPARO DE DEFEITOS ÓSSEOS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Rodrigo José CustódioOrientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Martinelli JrDissertação de Mestrado apresentada em 24/01/2005

A idade de aparecimento do ritmo circadianodo cortisol (IARCC) tem sido analisada através dasconcentrações de cortisol sérico ou salivar. A IARCCfoi estudada em crianças nascidas a termo e pré-ter-mos. Entretanto, poucos estudos têm analisado a in-fluência de fatores genéticos na IARCC. O objetivodeste estudo foi identificar o papel de fatores genéti-cos e ambientais na determinação da IARCC em umgrupo de pares de gêmeos monozigóticos e dizigóticos.Dezessete pares de gêmeos foram recrutados. De-pois da análise de DNA, 10 pares foram classificadoscomo monozigóticos e 7 pares eram dizigóticos. Oslactentes foram seguidos durante 24 semanas. Asamostras de saliva foram coletadas na 2ª., 4ª., 8ª., 12ª.,16ª., 20ª., e 24ª. semana de vida. Duas amostras fo-ram coletadas sem estresse no mesmo dia, uma pelamanhã (8 – 9h) e outra à noite (20 – 21h). Cortisolsalivar foi determinado através de RIE. Todas as amos-tras do mesmo par foram dosadas no mesmo ensaio.O ritmo foi definido quando o cortisol noturno foi me-nor que 76% do valor matinal. Este percentual foi ob-tido pela subtração de 3 vezes o coeficiente de varia-ção intra-ensaio (8%) (IARCC%). Em outra análise,o cortisol noturno foi considerado como critério. Nes-te, o ritmo foi definido quando o cortisol salivar notur-no foi menor que a média do menor cortisol noturnoadicionado de 3 desvios-padrão (345ng/dl) e menorque 76% do valor matinal (IARCCN). O comporta-mento do sono foi transformado em um coeficientecomposto pela razão entre o sono noturno total e o

sono diurno total adicionado de 1. O ritmo foi definidoquando o coeficiente foi maior que 1 (IARS). As ca-racterísticas dos grupos, tais como idade gestacional,peso, escore de Apgar e tempo de hospitalização, fo-ram comparadas. Houve diferença significativa entreas idades gestacionais (p=0,014), com o grupodizigótico apresentando idade menor. A média daIARCC% do grupo monozigótico foi 7,8 (±4,3) sema-nas enquanto que no dizigótico foi 7,7 (±5,2) semanasnão sendo constatada diferença significativa. As mé-dias da IARCCN nos grupos monozigóticos edizigóticos foram, respectivamente, 10,8 (±5,9) sema-nas e 14,4 (±5,9). Não houve diferença entre os gru-pos. Cinco pares monozigóticos e 2 pares dizigóticosapresentaram coincidência na IARCC% entre os doislactentes. Dentre os pares não coincidentes, a dife-rença da IARCC% entre os 2 recém-nascidos foi se-melhante em ambos grupos monozigótico (4,8 ±3,0semanas) e dizigótico (4,8 ±2,2). Ademais, não foiobservada diferença significativa na mesma análisequando a IARCCN foi considerada, onde a média foi4,3 (±1,9) semanas e 7,6 (±5,3) para os gruposmonozigótico e dizigótico, respectivamente. Não hou-ve diferença significativa entre os grupos quando asIARS foram analisadas, onde o grupo monozigóticoapresentou média de 6,9 (±4,6) semanas e a média nogrupo dizigótico foi 8,7 (±4,2). No grupo monozigóticoa média da diferença entre as IARS no mesmo par foi6,5 (±5,2) semanas e no grupo dizigótico foi 11 (±4,2),não havendo diferença significativa entre elas. Nãohouve correlação entre IARCC%, IARCCN e IARS.Os resultados sugerem que fatores ambientais desem-penham o papel mais importante na determinação doaparecimento do ritmo circadiano do cortisol em hu-manos.

PEDIATRIA

AVALIAÇÃO DA IDADE DO APARECIMENTO DO RITMO CIRCADIANO DOCORTISOL SALIVAR EM GÊMEOS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Cristina Costa AlmeidaOrientador: Prof. Dr. Jair Lício Ferreira Santos Dissertação de Mestrado apresentada em 08/03/2005

A forma com que o paciente vivencia a doen-ça, sua auto-percepção de bem estar ou mal-estarparecem contribuir na evolução biológica da enfermi-dade, podendo constituir-se em co-fator terapêutico.Assim, a avaliação da qualidade de vida tem sido acres-centada nos estudos clínicos junto à eficácia e à segu-rança do tratamento. Nas últimas décadas, a avalia-ção de qualidade tem sido realizada em pacientes comDoença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), paracomplementar a avaliação destes doentes, e váriosestudos mostraram considerável comprometimento daqualidade de vida nesta população. O objetivo geralda presente pesquisa foi mensurar a qualidade de vidade vida de pacientes com DPOC. O estudo foi reali-zado com 50 pacientes de ambos os sexos, do ambu-latório da Divisão de Pneumologia do Hospital dasClínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,Universidade de São Paulo e por 16 indivíduos queconstituíram o grupo comparado, com sexo e idadecomparáveis aos do grupo observado, cadastrados noNúcleo da Saúde da Família - Núcleo III – da ÁreaBásica do Centro de Saúde Escola, da referida facul-dade. As medidas de qualidade de vida foram obtidasatravés de dois questionários: Saint George’sRespiratory Questionnaire (SGRQ), específico paraDPOC e o questionário genérico World Health

Organization Quality of Life, versão abreviada(WHOQOL-bref). Foi aplicado também o Teste deCaminhada dos 6 minutos (TC 6), para avaliar a ca-pacidade física. Os dados sócio-demográficos foramcoletados em ambos os grupos e os dados clínicos fo-ram retirados dos prontuários dos pacientes. O Índicede Dispnéia de Mahler (IDM) foi aplicado somenteno grupo observado. Os resultados indicam que quan-to à caracterização sócio-demográfica a maioria daamostra é composta por idoso. A variável renda fami-liar é um coadjuvante do impacto que a DPOC podecausar. Pacientes com grau moderado e grave da do-ença apresentaram importante comprometimento nosscores de qualidade de vida, principalmente nos as-pectos físicos e de atividades de vida diária. A distân-cia percorrida no TC 6 e a escala SGRQ apresenta-ram correlações significantes com o domínio ativida-de. Há correlação significante do IDM no domínio fí-sico da escala WHOQOL-bref, como nos domíniosatividades e impactos da escala SGRQ, tornando pos-sível substituir o IDM por SGRQ. No domínio físicoda escala WHOQOL-bref observa-se a correlação sig-nificativa com a escala SGRQ em seus domínios sin-tomas, atividades e impactos. Através de regressãolinear entre a escala SGRQ e a WHOQOL-bref pode-se indicar valores limites até os quais têm qualidadede vida comparáveis com às médias dos indivíduossem DPOC. Os resultados indicam a relevância deavaliar a qualidade de vida nesses pacientes com ointuito de auxiliar no tratamento dos mesmos.

A discussão sobre “inclusão social” ganha cres-cente relevância na nossa sociedade. Ela trata do res-peito às diferenças, dos direitos e da participação

Ticiana Melo de Sá RorizOrientadora: Profa.Dra.Maria C. Rossetti-FerrreiraDissertação de Mestrado apresentada em 02/03/2005

SAÚDE MENTAL

INCLUSÃO/EXCLUSÃO SOCIAL E ESCOLAR DE CRIANÇAS COM PARALI-SIA CEREBRAL, SOB A ÓPTICA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

SAÚDE NA COMUNIDADE

QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE EM PACIENTES COM DO-ENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

RESUMOS DE DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORADO APRESEN-TADAS NA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP

DE JANEIRO A DEZEMBRO DE 2004

OFTALMOLOGIA

OTOTOXICIDADE PELA CISPLATINA: AUTODEFESA DAS CÉLULASCILIADAS EXTERNAS E OTOPROTEÇÃO PELO EXTRATO DE GINKGOBILOBA (EGB 761) E SALICILATO DE SÓDIO

igualitária dos cidadãos. A diversidade de pessoas queevoca essa premissa é imensa, decorrente de aspec-tos étnicos, sócio-econômicos, sexuais e ligados às ne-cessidades especiais. No caso de crianças com ne-cessidades especiais, particularmente daquelas comdeficiências, a inclusão abarca sua participação nasociedade em geral e, especificamente, em instituiçõesde educação regular (“inclusão escolar”). Porém, adespeito da criação de leis e regulamentações, os pre-conceitos, além da não observância de aspectos comocapacitação de educadores e acessibilidade física, di-ficultam a concretização da inclusão. Considerando arelevância e complexidade do problema e, ainda, queesse processo é freqüentemente mediado por profissi-onais de saúde, traçou-se como meta estudar a inclu-são de crianças com Paralisia Cerebral, com foco nes-ses profissionais. Indagou-se como eles concebem ae participam da inclusão dessas crianças. Foram in-vestigados os vários profissionais que atendiam duascrianças de três anos, em seguimento em serviços desaúde da região de Ribeirão Preto - SP. O corpuspara análise foi obtido por entrevistas semi-estruturadas(neurologista infantil, pediatra, médico de saúde dafamília, enfermeira, fisioterapeuta, fonoaudióloga,terapeuta ocupacional, psicóloga e assistente social),por visita domiciliar às crianças e famílias e por notasde campo. A coleta e análise foram feitas com basena Rede de Significações. As crianças pivôs - Davi eLetícia1 - têm comprometimentos decorrentes da Pa-ralisia Cerebral. Porém, cada criança apresenta ca-racterísticas distintas. Em Letícia os comprometimen-tos motores são mais evidentes no lado esquerdo, elanão tem comunicação verbal e usualmente rejeita con-

tato interpessoal. Em Davi a limitação motora é maisevidenciada nos membros inferiores, além disso, elecomunica-se verbalmente e busca o outro. Cada fa-mília se organiza e participa no tratamento de maneirabem diversa. A família de Davi é bastante participativae a de Letícia demonstra-se confusa, quanto ao qua-dro e tratamento da criança. Os profissionais que aten-dem às crianças atuam em contextos diversos (servi-ços públicos primário/secundário/terciário, além de ser-viços filantrópicos e universitários particulares). Cons-tatou-se que cada contexto proporciona distintas opor-tunidades aos e práticas discursivas dos profissionaise das pessoas que neles são atendidas, estes aspectosinfluenciando a forma de atuação com relação à inclu-são daquelas crianças. Predominantemente, o olhardestes profissionais é dirigido de maneira descontex-tualizada à criança individualmente. Porém, tanto ascaracterísticas das crianças, como a organização doscontextos familiares, revelaram-se importantes circuns-critores das concepções, expectativas, relações e atu-ações dos profissionais. A articulação de todos aque-les elementos contribui para circunscrever, para osprofissionais, o papel de competente/ impotente frenteao caso, participativo/não-participativo dos processosde inclusão. Ainda, explicita muitas vezes a sobreposi-ção de exclusões, tendo os profissionais dificuldadeem lidar com estas situações. Constatamos que o pro-cesso de inclusão social e escolar de crianças comParalisia Cerebral não é algo naturalizado, e sim, aacontecer. E, finalmente, que o processo de inclusãose faz na dialética da inclusão/exclusão das crianças esuas famílias, abarcando situações que nem semprese dão de maneira digna e decente.

A Cisplatina é uma potente droga antineoplá-sica, largamente utilizada para o tratamento do cân-cer, tanto em adultos quanto em crianças. Dentre seus

Miguel Angelo HyppolitoOrientador: Prof. Dr. José Antonio A. de OliveiraTese de Doutorado apresentada em 05/03/2004

1Nomes fictícios.

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

efeitos colaterais, a ototoxicidade se apresenta comoum dos mais importantes e leva à perda auditiva irre-versível, bilateral, para as altas freqüências (4KHz -8KHz). Estudos têm tentado identificar drogas que,associadas à cisplatina, possam atuar como otoprote-tores. Sabe-se que o mecanismo da ototoxicidade pelacisplatina está relacionado a alterações nos mecanis-mos antioxidantes das células ciliadas, principalmenteas células ciliadas externas da cóclea. Nossa propostafoi avaliar através de emissões otoacústicas, por pro-dutos de distorção (EOAPD) e por microscopia ele-trônica de varredura (MEV), a ação do extrato deginkgo biloba (EGB 761) e do salicilato de sódio, quetem conhecida ação antioxidante, como possível oto-protetor, bem como verificar se existe o fenômeno deautodefesa das células ciliadas externas à cisplatina.

O estudo foi realizado em cobaias albinas, queforam divididas em seis grupos: Grupo 1: 6 animais -12 cócleas - cisplatina 0,75 mg/Kg/dia (via intraperi-toneal) por trinta dias; Grupo 2: 10 animais - 20 cócleas- cisplatina 1,5 mg/Kg/dia (via intraperitoneal) de oito,

doze e dezoito dias; Grupo 3: 9 animais - 18 cócleas -cisplatina 8,0 mg/Kg/dia (via intraperitoneal) por trêsdias; Grupo 4: 7 animais - 14 cócleas - cisplatina 0,75mg/Kg/dia (via intraperitoneal) por trinta dias e após,cisplatina 8,0 mg/Kg/dia por três dias; Grupo 5: 10animais - vinte cócleas - Salicilato de sódio 100 mg/Kg via subcutânea e 90 minutos após, cisplatina 8,0mg/Kg/dia (via intraperitoneal) por três dias e Grupo6: 16 animais – 31 cócleas - Ginkgo biloba 100 mg/Kgvia oral e 90 minutos após, cisplatina 8,0 mg/Kg/dia(via intraperitoneal) por três dias.

Encontramos EOAPD presentes nos grupos 1,2, 4 e 6 e células ciliadas externas presentes à MEV,nos grupos 1, 2 , 4, 5 e 6. No grupo 3 encontramosausência de EOAPD e lesão importante de célulasciliadas externas à MEV.

Concluímos que o fenômeno da autodefesa dascélulas ciliadas externas ocorre no tratamento com acisplatina e que drogas como EGB e o salicilato desódio, por sua ação antioxidante, atuam como otopro-tetores à ototoxicidade pela cisplatina.

subdivididos em três : grupos: Grupo I com 25 pacien-tes com coriorretinite por toxoplasmose, Grupo II com41, pacientes com neurotoxoplasmose, e Grupo III com43 pacientes com sorologia positiva para toxoplasmo-se. Os antígenos de classe I foram tipificados porsorologia clássica e os alelos de classe II foram iden-tificados através de iniciadores de oligonucleotídeosseqüência-específicos, hibridizados com DNA ampli-ficado. Para a análise estatística foi realizado o cálcu-lo de valores de probabilidade, que : foram corrigidosmultiplicando-se pelo número de especificidades HLAtestadas e , pelo número de comparações realizadas.Resultados: Os haplotipos mais freqüentes nos paci-entes com coriorretinite foram: HLA A35 (p < 0,001)e HLA-DR52 (p < 0,003). Não foi encontrada corre-lação entre os antígenos e alelos associados com aprogressão rápida da AIDS e as doenças estudadas e,o alelo de classe II HLA DQ1 (p < 000 15) está asso-ciado a uma maior resistência para desenvolverneurotoxoplasmose Conclusões: Estes resultados su-gerem associação entre moléculas HLA e susceptibi-lidade para coriorretinite por toxoplasmose e proteçãopara neurotoxoplasmose..

Ana Lucia Gardim DemarcoOrientador: Profa.Dra. Maria de Lourdes V. RodriguesTese de Doutorado apresentada em 13/04/2004

Introdução: A resistência à doenças infeccio-sas em indivíduos em contato com agentes patogênicosé variável. Essas diferenças individuais podem estargeneticamente correlacionadas com a presença desubtipos específicos do Complexo Principal de Histo-compatibilidade. Hipóteses: Poderia haver algum an-tígeno leucocitário de histocompatibilidade que atua-ria na proteção ou susceptibilidade dos indivíduos emdesenvolver a forma ocular ou neurológica da toxo-plasmose quando entram em contato com oToxoplasma gondii. Objetivos: Definir os antígenos ealelos HLA de classe I e II em pacientes com AIDS ecoriorretinite por toxoplasmose, neurotoxoplasmose esorologia positiva para toxoplasmose e sua eventualcorrelação com susceptibilidade ou proteção à doen-ça e investigar se os haplotipos HLA associados àprogressão rápida da AIDS também estão associadosà presença de coriorretinite por toxoplasmose. Méto-do: O estudo contou com 109 pacientes com AIDS

TIPIFICAÇÃO DE ANTÍGENOS E ALELOS LEUCOCITÁRIOS DE HISTOCOM-PATIBILIDADE EM PACIENTES COM AIDS E CORIORRETINITE POR TOXO-PLASMOSE, NEUROTOXOPLASMOSE E SOROLOGIA POSITIVA PARATOXOPLASMA GONDII

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Lígia Cristina Viana NevesOrientador: Prof. Dr. Antonio Augusto Velasco e CruzTese de Doutorado apresentada em 29/04/2004

O presente trabalho teve como objetivo des-crever e quantificar a posição da pálpebra superiorapós a escuridão abrupta em indivíduos normais e comretração palpebral por orbitopatia de Graves, bem comoanalisar o efeito do tratamento com colírio de guaneti-dina na alteração posicional da pálpebra superior, pro-vocada pela ausência de luz. Amostra consistiu de 211sujeitos normais (21 olhos) e 45 pacientes (78 olhos)com orbitopatia de Graves. Os sujeitos normais foramdivididos em 4 grupos de acordo com a faixa etária:C1 0 a 1 ano, C2: 1 a 9 anos, C3: 10 a 18 anos e C4: 19a 63. Vinte e um pacientes com orbitopatia de Graves

foram tratados com colírio de guanetidina a 5% porduas semanas. Foram captadas imagens das pálpe-bras de todos os indivíduos em ambiente claro e apósescurecimento total. A distância entre o centro pupilare a margem palpebral superior foi medida nas ima-gens no claro e no escuro. A margem palpebral ele-vou-se no escuro em todos os grupos. A elevaçãopalpebral provocada pela ausência de luz maior nogrupo de crianças até 9 anos. Não houve diferençasignificativa entre os incrementos na altura da mar-gem do grupo de pacientes com retração palpebral edo grupo de adultos normais. O uso de guanetidinatópica não aboliu o reflexo palpebral ao escuro. O re-flexo ao escuro diminui com a idade e não se deve àestimulação simpática do músculo tarsal superior (m.de Müller).

EFEITO DA PRIVAÇÃO ABRUPTA DE LUZ NO POSICIONAMENTO DA PÁL-PEBRA SUPERIOR EM INDIVÍDUOS NORMAIS E PACIENTES COMORBITOPATIA DE GRAVES

foi satisfatório em noventa e oito procedimentos(95,1%), enquanto no Grupo II, submetido à técnicado transplante de conjuntiva sem limbo, o resultadosem recidiva aconteceu em noventa pacientes (94,7%).Totalizaram-se, portanto, dez recidivas, cinco em cadagrupo. Não se observou diferença significante do pon-to de vista estatístico entre as duas técnicas, conside-rando as taxas de recidiva do pterígio (p= 0,99). Asrecidivas também apresentaram distribuição bastantesemelhante em ambos os grupos, no que diz respeito àidade, sexo e tempo de aparecimento, sem diferençaestatisticamente significante. Conclusão: Devido aosresultados apresentados, sugere-se que o transportedas células límbicas para o sítio da retirada do pterígionão tenha qualquer efeito prático sobre as recidivas.Esta conclusão enfraquece a hipótese de que ospterígios tenham sua etiopatogenia centrada nas defi-ciências das células tronco do limbo. É provável que oenxerto autólogo de conjuntiva funcione como uma bar-reira mecânica à recidiva. Entretanto, pelo fato de al-guns pterígios recidivarem por baixo e pelo lado doenxerto, também é possível que o tecido transplantadocarreie algum fator inibitório de proliferação celular ede angiogênese que reconstitua o equilíbrio histoquímicoda região afetada.

Ruy Novais CunhaOrientador: Prof. Dr. Sidney Júlio de Faria e SousaTese de Doutorado apresentada em 06/06/2004

Objetivos: Avaliar prospectivamente as recidi-vas de pterígios tratados cirurgicamente, comparandoa técnica de transplante autólogo de conjuntiva isoladacom a técnica do transplante autólogo de conjuntivaassociada com o tecido do limbo. Método: analítico,prospectivo, experimental. Participantes: Cento e no-venta e oito olhos de cento e noventa e oito pacientes,com diagnóstico clínico de pterígio nasal primário, di-vididos em dois grupos: Grupo I - composto de cento etrês pacientes submetidos à técnica de transplanteautólogo de conjuntivas com limbo; e Grupo II - com-posto de noventa e cinco pacientes submetidos à téc-nica de transplante autólogo de conjuntiva sem limbo.Todas as cirurgias foram realizadas pelo mesmo cirur-gião. O critério de recorrência foi definido como a in-vasão da córnea por tecido fibrovascular pelo menos1,5mm ou mais além do limbo. Resultados: As recidi-vas foram avaliadas em um intervalo de 18 meses. Acomposição dos dois grupos era semelhante quanto aidade, sexo e tamanho do pterígio. No Grupo I, sub-metido à técnica do transplante com limbo, o resultado

TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CONJUNTIVA COM E SEM TECIDOLÍMBICO NO TRATAMENTO DO PTERÍGIO PRIMÁRIO

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Abrahão da Rocha LucenaOrientador: Prof. Dr. Antonio Augusto Velasco e CruzDissertação de Mestrado apresentada em 07/06/2004

Objetivos: Fazer um estudo de prevalência dotracoma em um Povoado na Chapada do Araripe,município de Ipubi, sertão de Pernambuco. Métodos:Em outubro e novembro de 2002 foi realizado um es-tudo transversal observacional, onde examinaram-se1239 indivíduos dos quais 200 foram submetidos a co-lheita de material de conjuntiva para realização de exa-me citológico pela técnica de imunofluorescência di-reta para Chlamydia trachomatis. A idade dos indiví-duos variou de um a 93 anos (média de 25,3 anos). Oexame foi realizado com lupa binocular de 2,5 vezesde magnificação e obedeceu-se a classificação clínicade tracoma preconizada pela OMS. Resultados: O

tracoma foi diagnosticado clinicamente em 250 (20,5%)indivíduos, com predileção pelo sexo masculino. O picode TF aconteceu entre os dois e quatro anos. Obser-varam-se as seguintes gradações do tracoma: 107(8,6%) casos de TF, dois (0,2%) de TI, 139 (11,2%)de TS, um (0,1%) de TT e nenhum caso de CO. Dos109 casos de tracoma na forma infecciosa (TF e TI),17 tiveram material conjuntival colhido para realiza-ção do exame citológico e destes, sete foram positi-vos, mostrando sensibilidade do exame de 41%. Con-clusões: O tracoma na comunidade de Serrolândia,Ipubi-PE, apresenta baixa endemicidade, apesar de lo-calizar-se na região do Araripe, conhecida como bolsãode tracoma. Não é, portanto, um grave problema desaúde pública nessa localidade. No presente estudo, odiagnóstico clínico mostrou-se o melhor método de de-terminar a prevalência do tracoma.

enucleação, os olhos foram examinados a olho nu equanto ao grau de adesividade vítreo/retina e, a se-guir, processados para miscroscopia eletrônica de var-redura. Em nenhum caso, nos quatro grupos de ani-mais, ficou evidenciado um descolamento total do ví-treo posterior. Em todos os animais observou-se ape-nas descolamento parcial do vítreo, que foi produzidode forma mais eficiente nos animais injetados comC3F8. Nos grupos que receberam dispase foramveirificadas hemorragias pré e intra-retinianas em100% dos animais injetados com a maior dose e em50% daqueles que receberam a menor dose. Estesolhos quando examinados por meio de microscopiaeletrônica de varredura exibiram ruptura da paredede vasos sangüíneos presentes na superfície da reti-na. Além disso, foram observadas turvação vítrea ecatarata, ambas transitórias, nos animais injetados comhialuronidase e C3F8, respectivamente. Foi possívelconcluir que: 1. O modelo utilizado para este estudo, oolho de coelho, mostrou-se adequado para as aborda-gens experimentais empregadas embora haja possi-bilidade de que as diferenças anatômicas existentesem relação ao olho humano possam representar al-

Emerson Kenji OyamaguchiOrientador: Prof. Dr. Eduardo Miguel LaicineTese de Doutorado apresentada em 08/06/2004

O presente trabalho investigou a eficácia da in-jeção intravítrea dos agentes vitreolíticos dispase,hialuronidase e perfluoropropano (C3F8), na induçãodo descolamento posterior do vítreo em olhos de coe-lho. Foram utilizados dezoito coelhos albinos da espé-cie Orictolagus cuniculus divididos em 4 grupos. Os4 animais do grupo I receberam injeção intravítrea de0,05 UI de dispase, os do grupo III receberam a dosede 75 UI de hialuronidase e os 4 animais do grupo IVreceberam 0,4ml de perfluoropropano (C3F8). Emtodos os coelhos, o olho contra-lateral, utilizado comocontrole, foi injetado com solução salina tamponadacom fosfato. Os animais do Grupo I foram sacrifica-dos 120 minutos após a injeção intravítrea, e os dogrupo II, 15 minutos após. Os coelhos do Grupo III eIV foram sacrificados 2 meses após a injeçãointravítrea. Entre a injeção com os agents vitrelíticose o sacrifício, todos os animais tiveram seus olhos exa-minados através de oftalmoscopia indireta. Após

COMPARAÇÃO DOS EFEITOS DA INJEÇÃO INTRA-VÍTREA DE DISPASE,HIALURONIDADE E PERFLUOROPROPANO (C3F8) SOBRE A INTERFACE VÍ-TREO-RETINIANA DE COELHOS

PREVALÊNCIA DO TRACOMA EM COMUNIDADE DA CHAPADA DOARARIPE – PERNAMBUCO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

gum obstáculo à generalização das conclusões aquialcançadas; 2. A injeção intravítrea de dispase nas do-sagens de 2,5 e 0,05 UI foi capaz de provocar apenasdescolamento parcial de vítreo o qual poderá eventu-almente ser útil como procedimento auxiliar em inter-venções cirúrgicas do vítreo; 3. A injeção de dispasenas dosagens usadas provoca hemorragia retiniana porruptura da parede dos vasos sangüíneos decorrente,ao que tudo indica, da degradação pela enzima de com-ponentes estruturais de suas paredes, como o colágenotipo IV e a fibronectina. Este achado indica a necessi-dade de um maior número de estudos antes que adispase possa ter uso rotineiro na prática clínica; 4. ainjeção intravítrea de 75 UI de hialuronidase, como no

caso da dispase, produziu descolamento do vítreo ape-nas em pequenas áreas circunscritas da junção vitreo-retiniana. Além disso, causou turvação vítrea transitó-ria, já descrita em olhos humanos, provocada possivel-mente pelo preservativo timerosal presente nas pre-parações da enzima; 5. A injeção iontravítrea de 0,4mlde C3F8 mesmo não produzindo descolamento totaldo vítreo foi o agente vitreolítico mais eficaz nesta di-reção, isto é, induziu descolamento parcial em trechosmais extensos da junção vitreoretiniana. Portanto, dostrês agentes vitreolíticos estudados, o C3F8, compara-tivamente, foi aquele que se apresentou mais segurovisando uma eventual utilização na prática clínica coma finalidade de produzir descolamento do vítreo.

de 44,1% de Retinopatia da Prematuridade no grupoestudado, com intervalo de confiança de 38 a 49. Dosrecém-nascidos que apresentavam Retinopatia da Pre-maturidade, 21,4% apresentaram-se no estágio I,8,81% no estágio II, 11,5% no estágio III, 1,02% noestágio IV e 1,30% no estágio V. Identificou-se pesoao nascer e idade gestacional como fatores de risco maisimportantes para a ocorrência da Retinopatia. Foramidentificados como possíveis fatores associados diasde uso de oxigênio, dias de ventilação mecânica, índi-ce de Apgar no primeiro minuto, múltiplas transfusõesde sangue, dias de fototerapia e hemorragia intracra-niana. Não foi encontrada uma relação de significân-cia estatística com os seguintes fatores: presença demúltiplas gestações, pneumotórax, persistência do ca-nal arterial, broncodisplasia, e uso de surfactante,aminofilina, corticóide, diurético e de indometacina. Opeso ao nascer e a idade gestacional refletem a pre-maturidade do recém-nascido e, conseqüentemente, ada retina. Após um ano de idade a alteração oftalmó-logica encontrada com mais freqüência foi miopia.

Dorothy Ribeiro Resende LimaOrientador: Prof. Dr. Rodrigo JorgeDissertação de Mestrado apresentada em 05/07/2004

Foram analisados retrospectivamente os pron-tuários de 295 recém-nascidos com peso ao nascerinferior a 1500gr. Estas crianças foram atendidas noServiço de Retinopatia da Prematuridade do Hospitaldas Clínicas da Faculdade de Medicina de RibeirãoPreto, no período de maio de 1998 a março de 2003.Eles foram avaliados quanto à presença de Retinopa-tia da Prematuridade inicialmente entre a quarta e anona semanas de vida. Exames subseqüentes foramrealizados num intervalo de uma a três semanas até quea vascularização da retina se completasse ou a retino-patia se estabelecesse; nesses casos, era realizado se-guimento conforme estadiamento da doença, e, se ne-cessário, tratamento com laser criocoagulação. Comum ano de idade as crianças eram reavaliadas e, se nãohouvesse nenhuma alteração eram encaminhadas pararealização de refração. Foi observado uma ocorrência

ESTUDO DA OCORRÊNCIA E EVOLUÇÃO DA RETINOPATIA DA PREMATU-RIDADE E FATORES ASSOCIADOS NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACUL-DADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP

Este trabalho teve como objetivo quantificar aárea da musculatura extra-ocular (MEO) e orbitária,de pacientes com orbitopatia de Graves, utilizando

Carlos Alexandre Costa MonteiroOrientador: Prof. Dr. Antonio Augusto Velasco e CruzTese de Doutorado apresentada em 12/08/2004

ANÁLISE TOMOGRÁFICA QUANTITATIVA DA MUSCULATURA EXTRA-OCU-LAR NA ORBITOPATIA DE GRAVES

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

cortes coronais de tomografias computadorizadas deórbitas. Estudaram-se três subtipos de orbitopatia deGraves: pacientes sem evidência clínica de acometi-mento miopático (grupo II), com acometimentomiopático (estrabismo e/ou diplopia) (grupo III) e pa-cientes com neuropatia óptica (grupo IV). Órbitas nãopatológicas foram avaliadas para constituição do gru-po controle (grupo I). As áreas dos músculos retomedial+reto inferior, reto lateral e o do complexo su-perior (reto superior + elevador da pálpebra superior)foram quantificadas em 5 cortes coronais, com es-pessura de 3mm a partir do rebordo orbitário lateral,no sentido antero-posterior (P3, P6, P9, P12 e P15).Nessas mesmas posições, a área orbitária foi deter-minada. Foram realizadas 1335 medidas das áreas daMEO e 445 das orbitárias, sendo elas: 20 órbitas depacientes do grupo II, 20 do grupo III, 19 do grupo IVe 30 órbitas de pacientes do grupo I. A área orbitáriadiminuiu linearmente (r = 0,99) da base em direção aoápice segunda à função: área = a – 44,96 posição). Asáreas musculares foram analisadas por meio de umaanálise de variância multifatorial (grupo, músculo e

posição orbitária) para medidas repetidas. Os resulta-dos mostraram que houve diferenças significativasentre os três fatores estudados: grupo (F=891,95,p<0,0001); músculo (F=1503,30, p<0,0001); posição(F=8,78, p<0,0001). Além disso, houve uma interaçãosignificativa entre os três fatores (F=1,59, p<0,0356).O teste de Tukey revelou que não houve diferençassignificativas entre as áreas da MEO de pacientes dosgrupos I e II, o mesmo ocorrendo entre os grupos IIIe IV, sendo que nesses últimos, a MEO foi significati-vamente maior do que a dos grupos I e II. O estudoda interação entre os fatores mostrou que no grupoIV a área da MEO não diminuiu em direção ao ápiceorbitário (posições 12 e 15), conforme observado nosdemais grupos estudados. Os músculos que mais con-tribuíram para este crescimento da massa tecidualapical foram o reto lateral, reto medial e reto inferior.

A relação entre a taxa de ocupação muscularem função da posição orbitária foi linear nos 4 gruposestudados, porém a inclinação foi significativamentemaior no grupo de pacientes com neuropatia ópticaatingindo valores superiores a 55%.

Em relação ao seguimento, 89.4% referiam fazer se-guimento clínico de rotina e 31.8% referiam fazer se-guimento oftalmológico de rotina. A prevalência decegueira legal devido à RD foi de 5.3% sendo estatis-ticamente maior do que nos pacientes diabéticos semretinopatia. A prevalência de RD foi maior nos paci-entes com diabetes melito (DM) diagnosticada a maisde 10 anos (p<0.01). Os casos de retinopatia forammais freqüentes entre os pacientes que faziam trata-mento com insulina (p<0.01). Não foi evidenciada re-lação entre RD e tabagismo ou HAS.

Luciano Ambrósio AlvesOrientador: Prof. Dr. Rodrigo JorgeDissertação de Mestrado apresentada em 15/09/2004

Estudou-se a prevalência da retinopatia diabé-tica (RD) e fatores associados em uma amostra dediabéticos representativa da população urbana, adultada cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Foramavaliados cento e trinta e dois pacientes selecionadospor estudo de prevalência de diabetes da populaçãode Ribeirão Preto. A prevalência de RD foi de 12.1%.

ANÁLISE TOMOGRÁFICA QUANTITATIVA DA MUSCULATURA EXTRA-OCU-LAR NA ORBITOPATIA DE GRAVES

VALIDAÇÃO DA ESCALA DE BRUSINI ARA CLASSIFICAÇÃO DOS RESUL-TADOS DA PERIMETRIA DE DUPLA FREQÜÊNCIA EM PACIENTES GLAU-COMATOSOS

Marcelo Brillinger NovelloOrientador: Prof. Dr. Argemiro Lauretti FilhoTese de Doutorado apresentada em 22/11/2004

O fenômeno de dupla freqüência tem sido utili-zado como estímulo de células ganglionares e comométodo de detecção de alterações na via óptica.

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Sabe-se que os axônicos retinianos que enviamsuas fibras para o corpo geniculado lateral são dividi-dos em células de grande e pequeno diâmetro (mag-nocelulares e parvocelulares, respectivamente).

A perimetria acromática e a de ondas curtasestimulam respostas das células de menor diâmetro,enquanto a perimetria de dupla freqüência utiliza pre-ferencialmente a via magnocelular, especialmente oseu subsítio My (de resposta não-linear).

Advoga-se que o subsítio My, que responde por3% a 5% de todas as células ganglionares da retina,seria lesado precocemente em pcaientes com glauco-ma, daí a importância em se determinar a validade daperimetria de dupla freqüência no diagnóstico e clas-sificação das alterações visuais funcionais.

A perimetria de dupla freqüência, utilizada prin-cipalmente como método de triagem, tem-se mostra-do útil na detecção de alterações glaucomatosas e comboa sensibilidade e especificidade quando comparadacom a perimetria acromática e mesmo com a de ondascurtas, segundo diversos estudos realizados. Ademais,tem a importante característica de ser um exame rápi-do e de fácil aplicação, não necessitando de correçõesópticas até sete graus de dioptria. Entretanto, não háum consenso sobre a classificação dos estágios do danoglaucomatoso, e os poucos autores que demonstraram

seus resultados divergem muito da metodologia.O objetivo deste estudo é validar uma escala

de classificação de estágios da doença, proposta porBrusini, até então não utilizada, de fácil aplicabilidadee compreensão.

Foram estudados 222 indivíduos, divididos emgrupo controle (n = 83), grupo de suspeitos (n = 56) egrupo de pacientes glaucomatosos (n = 83), que sesubmeteram à perimetria acromática e de dupla fre-qüência. Os resultados obtidos no grupo de glaucoma-tosos foram classificados, para a perimetria acromáti-ca, de acordo com os critérios de Johnson e Samuels,enquanto os da perimetria de dupla freqüência foramdivididos de acordo com os critérios da FDT StatingSystem.

Obtivemos uma sensibilidade de 95% e umaespecificidade de 78,9% com 16% de falsos positivoe 5,6% de falsos negativo. A concordância entre osdois métodos foi avaliada pelo Cohen Kappa, tendosido encontrado κ=62 (pvalor<0,01), o que correspondea uma concordância muito boa entre os testes.

Desta forma, conclui-se que a escala de classi-ficação da perimetria de dupla freqüência propostapor Brusini é um método muito bom para se classifi-car os estágios evolutivos do glaucoma na tecnologiade dupla freqüência.

Claudia Cardoso Maestri FerreiraOrientador: Prof. Dr. Erasmo RomãoTese de Doutorado apresentada em 14/12/2004

Estuda a expressão das proteínas p63, metalo-proteinase 19 e o fator de crescimento vascular endo-telial nas amostras de pterígios primários e recidivadosem uma população exposta à ação de raios ultravioleta.No estudo realizado na cidade de Vitória, situada noEstado do Espirito Santo, foram submetidos à inter-venção cirúrgica 81 pacientes com idade mínima de22 e máxima de 74 anos. A amostras dos pterígios econjuntivas normais foram colocadas durante o atocirúrgico num frasco contendo formol tamponado. Asamostras foram enviadas imediatamente para o labo-ratório de patologia da USP de Ribeirão Preto, ondeforam devidamente preparadas em blocos de parafi-na. Esses blocos foram cortados com a espessura de

4µm cada um. Carcinoma de células escamosas dacérvix foi usado como controle positivo para p63, MMP19 e VEGF. Os controles negativos foram preparadospela omissão dos anticorpos primários. Quanto à in-tensidade de marcação para o p63 nos epitéliosconjuntivais, os dados foram classificados como: ape-nas na camada basal; camada basal e intermediária:camada basal, intermediária e superficial do epitélio.O grau de expressão para a MMP19 e VEGF variouem uma escala semiquantitativa. O estudo mostrouque existe uma associação significativa entre as amos-tras e os resultados dos fatores estudados. Significanteexpressão foi encontrada em todas as amostras. Ní-veis de p63, MMP19 e VEGF positivo foram forte-mente diferentes estatisticamente, entre as amostrasde pterígios primários, recorrentes e conjuntivas nor-mais, tornando com isso o estudo válido em relação àobscuridade presente nessa patologia.

EXPRESSÃO DAS PROTEÍNAS P63, METALOPROTEÍNASE 19 E DO FATOR DECRESCIMENTO VASCULAR ENDOTELIAL NOS PTERÍGIOS PRIMÁRIOS ERECORRENTES

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

David Greco VarelaOrientador: Prof. Dr. Marcos GrelletDissertação de Mestrado apresentada em 29/04/2004

Muitas técnicas cirúrgicas foram desenvolvidaspara a correção de sulcos vocais e lesões cicatriciaisem pregas vocais. Contudo, os resultados consegui-dos até hoje não foram universalmente aceitos. A Téc-nica do Retalho Pediculado de Mucosa de Prega Vo-cal surge como uma alternativa para a recomposiçãoda camada superficial da lâmina própria. A técnicaconsiste na colocação de um retalho de mucosa deprega vocal com pedículo anterior na camada superfi-cial da lâmina própria, abaixo da borda livre. O objeti-vo do presente estudo foi descrever os achados histo-lógicos encontrados no retalho pediculado após a in-

tervenção cirúrgica em cães, tendo-se como referên-cia o colágeno total, tipo I, tipo III e número de núcle-os celulares. Foram utilizados quinze cães, numa daspregas foi realizada a intervenção e a contra-lateralfoi deixada como controle. Cada grupo de três cãesfoi sacrificado em 10, 30, 90, 180 e 360 dias após acirurgia. Para a análise histológica foram utilizados oscorantes H.E. e Syrius Red. Os níveis de colágenototal e tipo I apresentaram uma tendência a aumentono grupo teste no 180º dia de pós-operatório. A médiada área do colágeno tipo III foi inferior ao do grupocontrole durante o período de observação. O númerode núcleos atingiu maiores níveis no grupo teste no10º dia de pós-operatório, seguido de período de esta-bilização após o 30º dia. Estudos mais complexos sãonecessários para complementação dos achados suge-ridos pelo presente estudo.

OTORRINOLARINGOLOGIA

HISTOLOGIA DA CAMADA SUPERFICIAL DA LÂMINA PRÓPRIA DA PREGAVOCAL AO SE APLICAR RETALHO PEDICULADO DE MUCOSA: ESTUDOEXPERIMENTAL EM MODELO ANIMAL

tema sensorial, desde o ouvido externo até o córtexcerebral. Englobam, portanto, desde as mal-formaçõesde orelha externa, média e interna, passando pelaspatologias inflamatórias e infecciosas crônicas, as pa-tologias específicas da cóclea, alterações congênitas,quadros infecciosos que levam à lesão auditiva, comoas meningites, patologias do nervo coclear, alteraçõesintracranianas, lesões expansivas, doenças neurológi-cas que afetem estruturas centrais do sistema auditi-vo, e, conforme mais recentemente vêm sendo estu-dados, os distúrbios do processamento auditivo.

Realizou-se um estudo retrospectivo sobre osprontuários de uma população de crianças cuja quei-xa da família era de “problemas na fala” e que foramatendidas no Laboratório de Eletrofisiologia da Audi-ção do Ambulatório de Otorrinolaringologia do Hospi-tal da Clinicas da Faculdade de Medicina de RibeirãoPreto no período de 1992 a 2002.

Márcia Madeira Peres De VittoOrientadora: Profa. Dra. Maria Cristina L. Cury FéresDissertação de Mestrado apresentada em 30/04/2004

Os distúrbios da comunicação oral compreen-dem um amplo espectro de situações nas quais o indi-víduo apresenta dificuldade de se comunicar verbal-mente. Enquadram-se nessas situações os atrasos nodesenvolvimento da fala, os quadros de desenvolvi-mento incompleto, onde o paciente se comunica comuma pobreza de repertório verbal que acaba por trun-car sua capacidade de comunicação, os quadros deinvolução da fala já desenvolvida, distúrbios fonológi-cos, as disfluências, como a gagueira, entre outros.Essas situações clínicas podem ser causadas por dis-túrbios auditivos ou não. Dentre as alterações auditi-vas, estas podem ocorrer em qualquer nível deste sis-

AVALIAÇÃO RETROSPECTIVA DE UMA POPULAÇÃO DE CRIANÇAS COMDISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO ORAL

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

David Livingstone Alves FigueiredoOrientador: Prof. Dr. Rui Celso Martins MamedeDissertação de Mestrado apresentada em 05/05/2004

Apesar dos inúmeros avanços no diagnóstico etratamento do câncer de cabeça e pescoço, a sobrevidaaumentou pouco mais de 10% nos últimos 30 anos.Enquanto prevenção primária parece ser a estratégiamais importante para o controle da doença, a longoprazo, o estudo da biologia molecular pode focar paraum melhor entendimento dos mecanismos alteradosnos tumores. Neste contexto, a identificação deantígenos expressos especificamente em tumores,como os produtos das famílias de genes MAGE,BAGE, GAGE, LAGE-1, NY-ESO-1 e PRAME, podeservir de base para terapêutica imunoterápica.

Diante disso, nossa proposta foi analisar, pormetodologia de RT-PCR com primers específicos, aexpressão de genes codificantes de peptídeos especí-ficos de tumor - MAGE-1, MAGE-4, MAGE-10,MAGE-12, GAGE, BAGE, LAGE, NY-ESO-1 ePRAME, em amostras cirúrgicas do tumor, margem elinfonodo (quando presente) de pacientes com diag-nóstico de carcinoma escamocelular de cabeça e pes-

coço, e correlacionar os achados com a evolução clí-nica de cada neoplasia.

Foram analisados trinta e três pacientes, sendotrinta e um do sexo masculino e dois do sexo feminino,com idade entre 31 e 94 anos e média de 55,5 anos,com tumores localizados na boca (15), faringe (4) elaringe (14).

Constatou-se a expressão de genes da famíliade antígenos tumorais específicos em 66,6% dos ca-sos, com diferentes graus de expressão de acordo como estadiamento do tumor (100% dos T4; 50% dos T1e T2 e 57% dos T3) e o consumo de tabaco. Houveexpressão de múltiplos genes (dois ou mais) significa-tivamente maior em tumores com estadios avançados.

Com base nos dados obtidos neste estudo, con-clui-se que os genes antígenos tumorais específicosMAGE-1, -4, -10, -12, BAGE, GAGE, LAGE, NY-ESO-1 e PRAME são expressos em quantidades va-riáveis nas lesões primárias de carcinoma escamoce-lular de cabeça e pescoço e nas suas metástases, sendoque nas metástases com expressão gênica, o PRAMEsempre foi expresso. Nas lesões primárias, a expres-são gênica correlaciona-se com o consumo de tabacoe com tumores avançados, os quais freqüentementeexpressam dois ou mais desses genes.

Os resultados obtidos mostraram alta incidên-cia de perda auditiva nesses pacientes que chegaramcom queixa de atraso na aquisição da fala, porém, umagrande porcentagem de pacientes apresentou seustestes auditivos sem alterações, detectando-se outrascausas para o distúrbio da comunicação oral, como oretardo no desenvolvimento neuro-psicomotor, oautismo e outras não definidas.

Discute-se o papel dos médicos, que de primei-ra instância, entram em contato com esses pacientes(otorrinolaringologistas, pediatras), devendo conheceros parâmetros que podem interferir no processo daaquisição da fala, aspectos sociais, educacionais, e/oufamiliares; como proceder diante desses pacientes ea quem encaminhá-los, após o diagnostico feito dapatologia subjacente ao distúrbio da comunicação oral.

EXPRESSÃO DOS GENES CODIFICANTES DE PEPTÍDEOS ESPECÍFICOS DETUMOR (MAGE-1, MAGE-4, MAGE-10, MAGE-12, BAGE, GAGE, LAGE,NYESO-1 E PRAME) EM CARCINOMAS ESCAMOCELULARES DE CABEÇAE PESCOÇO: ANÁLISE POR METODOLOGIA DE RT-PCR

ESTUDO COMPARATIVO DE CORANTES UTILIZADOS SOBRE AS PREGASVOCAIS EM MODELO ANIMAL ATRAVÉS DA ENDOSCOPIA DE CONTATO

Jucicleide Bezerra CoimbraOrientador: Prof. Dr. Marcos GrelletDissertação de Mestrado apresentada em 12/05/2004

A endoscopia de contato foi descrita pela pri-meira vez por Hamou, em 1973, para o estudo dascélulas epiteliais do colo do útero. A CEMS (“contact

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

endoscopic microsurgery”) é um método semióticoque vem sendo desenvolvido por Mário Andréa e Os-car Dias desde 1994, no qual, é utilizado o azul demetileno 1% para corar as pregas vocais.

Neste estudo comparativo, foram utilizados trêstipos diferentes de corantes em laringes caninas (azulde metileno 1%, azul de toluidina 2% e tionina 5%) efoi realizada endoscopia de contato das pregas vo-cais. As imagens do epitélio laríngeo foram captura-das por um programa de computador específico dedigitalização e posteriormente, as imagens foram ana-lisadas no programa Meta Morph Imaging System 4.0,quando observou-se que:• A maioria das fotos demonstrou imagens celulares

homogêneas e com boa nitidez em todos os corantestestados;

• O corante azul de metileno 1% demonstrou melhornitidez dos núcleos e melhor nitidez dos limites cito-plasmáticos;

• A quantidade de núcleos foi significativamente maiorquando usamos o azul de toluidina 2%.

• A quantidade de mitoses foi significativamente maiorquando usamos o azul de toluidina 2%;

• Em todos os corantes utilizados, quase não foramobservados nucléolos.

Portanto, dentre os corantes avaliados, o azulde metileno 1% comprovou ser melhor na visualizaçãoda nitidez celular de um modo geral. O azul de toluidina2% demonstrou melhores resultados na visualizaçãodo número de núcleos e de mitoses e a tionina de-monstrou resultados inferiores aos demais em relaçãoaos itens analisados.

Adriana Bernardini Antunes ScanaviniOrientadora: Profa.Dra. Wilma T. Anselmo-LimaDissertação de Mestrado apresentada em 01/07/2004

As epistaxes severas constituem emergênciasem otorrinolaringologia e uma das formas de seu tra-tamento consiste na ligadura arterial realizada sobvisibilização do endoscópio e orientada pela identifi-cação de estruturas anatômicas da cavidade nasal.Objetivo: Estudar o forame esfenopalatino (FEP) quan-to à sua variação numérica, sua localização na cavi-dade nasal em relação à crista etmoidal óssea do ossopalatino e por meio de medidas na parede lateral na-sal. Material e método: O trabalho realizado em 54hemicrânios e 12 hemicabeças dissecadas foi organi-zado em três estudos subseqüentes. Primeiramenterealizou-se a observação da variação numérica do FEPna cavidade nasal nos hemicrânios. Os mesmos fo-ram alvo do segundo estudo, quando foram realizadasobservações anatômicas de localização do FEP emrelação à crista etmoidal óssea da concha nasal mé-dia (COM). No terceiro estudo foram realizadas me-didas de localização do FEP sobre fotografias doshemicrânios e hemicabeças com utilização do progra-ma de computador Image Tool 3.0. Foram determina-

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO ANATÔMICO CIRÚRGICO DO FORAMEESFENOPALATINO

das as medidas da distância (milímetros) entre o pon-to mais côncavo abaixo da espinha nasal anterior(sENA) e o bordo anterior do FEP (distância sENA-FEP); medida do ângulo (Â) formado por sENA-FEPe assoalho nasal anterior. Realizou-se a comparaçãoentre as medidas médias dos hemicrânios e hemica-beças por meio do teste t para amostras independen-tes. Resultados: 1º estudo -observou-se que o FEPapresentou variação numérica: único (87,0%), duplo(11,1%) e triplo (1,9%); 2º estudo -verificou-se que oFEP em relação à COM estava localizado no meatosuperior (81,5%), entre o meato médio e superior(14,8%) e no meato médio (1,9%); 3º estudo -a médiada distância sENA-FEP foi significativamente maiornas hemicabeças (hemicrânios = 55,24 ‘+ OU -’ 3,85mm, hemicabeças = 58,94 ‘+ OU -’ 4,36mm; p < 0,01,teste t). As médias dos ângulos não diferiram. Con-clusão: o estudo demonstrou a variação numérica doFEP, sua relação com a crista etmoidal óssea da con-cha nasal média, estando localizado nos meatos supe-rior, médio e em ambos. O trabalho também estabele-ceu medidas para sua localização na cavidade nasal,colaborando com os médicos otorrinolaringologistas narealização dos procedimentos cirúrgicos endonasaispara ligadura dos ramos da artéria esfenopalatina

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Silvia Regina M. de Carvalho Leitão MegaleOrientador: Profa.Dra. Wilma T. Anselmo-LimaDissertação de Mestrado apresentada em 01/07/2004

Foi realizado um estudo retrospectivo em qua-renta e cinco crianças portadoras de doença do reflu-xo gastroesofágico (DRGE), confirmado através dahistória clínica e pHmetria de 24 horas monocanal, àfim de se averiguar a sintomatologia gastroesofágicae extra-gastroesofágica (vias aéreas inferiores e ousuperiores) e a resposta ao tratamento instituído. Otrabalho foi organizado em três estudos subseqüentes:no primeiro caracterizou-se a amostra quanto ao sexoe idade, verificando-se serem 64,44% (n=31) do sexomasculino e 35,56% (n=16) do sexo feminino. Em re-lação à faixa etária, dez pacientes (22,22%) apresen-tavam entre 0 e 12 meses, quatorze (31,11%) esta-vam entre 13 e 24 meses e vinte e um (46,67%) ti-nham mais de 25 meses. O segundo estudo destinou-se a avaliar a sintomatologia e resposta ao tratamentogeral. Baseados nos sítios anatômicos os sintomasforam classificados em 5 Grupos: gastroesofágico -GE (51,11%; n=23), pulmonar – P [pneumonia de re-petição – PnR 40% (n=18), asma brônquica – AB46,67%; n=21)], tosse crônica – TC (64,44%; n=29),rinológico - R [(obstrução nasal crônica - ONC68,88%; n=31), secreção nasal – SN 55,55% (n=25),prurido nasal – PR 46,66% (n=21)] e faringo-otológico- FO [otite média aguda de repetição - OMAR35,56% (n=16), tonsilite de repetição – TR 24,44%(n=11)]. A resposta do grupo geral à terapêutica insti-

tuída (drogas anti-refluxo, associadas ou não a drogasantialérgicas, associadas ou não a procedimentos ci-rúrgicos) mostrou que, ao final do estudo, vinte e qua-tro pacientes da amostra total (53,34%) apresenta-ram remissão total da sintomatologia (cura), enquantoque 46,66% (21 pacientes) permaneceram com algumsintoma do quadro clínico inicial. Em relação aos gru-pos, separadamente, observou-se a ocorrência de curaem 69,56% dos pacientes do Grupo GE, 100% paraPnR, 80,95% para AB e 68,96% para a tosse crônica.Os pacientes do Grupo ORL obtiveram 75% de cura.O tempo de tratamento exigido para a remissão destasintomatologia foi 1,8 vezes maior para o grupo comsintomas extra-gastroesofágicos. O terceiro estudodestinou-se à análise da evolução dos pacientes comsintomas otorrinolaringológicos (Grupo ORL, n=36) eseus subgrupos [R (n= 34) e FO (n=16)] à terapêuticainstituída (drogas anti-refluxo, associadas ou não adrogas antialérgicas, associadas ou não a procedimen-tos cirúrgicos). Verificou-se que a terapêutica exclu-sivamente anti-refluxo promoveu remissão total dossintomas otorrinolaringológicos em 38,89% dos paci-entes (14/36), principalmente naqueles comsintomatologia nasal (41,17%, 14/34); para os pacien-tes com OMAR essa terapêutica foi eficaz em ape-nas 12,5% (2/16) e, para aqueles com TR, 18,18% (2/11). Também foi observada a resposta à associaçãomedicamentosa (drogas anti-refluxo e antialérgicas)para os pacientes dos subgrupos R e FO. A DRGE napopulação pediátrica pode promover sintomatologiaotorrinolaringológica passível de remissão com a tera-pêutica anti-refluxo.

DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO NA INFÂNCIA: SUA IMPORTÂN-CIA NA PRÁTICA OTORRINOLARINGOLÓGICA

parte as tonsilas palatinas e tonsilas faríngeas. Váriosmicroorganismos podem acometer estes tecidos ecausar infecções. Podemos citar os vírus e as bacté-rias.

Ainda não está completamente entendido omecanismo pelo qual há um aumento exagerado dasvegetações adenoideanas e/ou tonsilas. Bactérias aco-metendo estas estruturas têm sido bastante estuda-

Leandro Azevedo de CamargoOrientadora: Profa. Dra. Luiza Hayashi EndoDissertação de Mestrado apresentada em 22/12/2004

O anel linfático de Waldeyer faz parte da pri-meira linha de defesa contra patógenos, por estar lo-calizado na porta de entrada das vias aérea e digesti-va. É constituído por tecido linfóide, dos quais fazem

DETECÇÃO DO HERPESVIRUS TIPO 1 E TIPO 2 POR HIBRIDIZAÇÃO in situEM TONSILAS E ADENÓIDES

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

das, já não se pode dizer o mesmo em relação aosvírus. Os métodos de detecção dos vírus podem difi-cultar seu estudo.

Temos na literatura alguns estudos verificandoa presença do Epstein-Barr vírus (EBV) infectandoadenóides e tonsilas. O EBV tem a propriedade depermanecer durante anos nas células em forma laten-te sem causar infecção.

Neste estudo pesquisamos a presença doHerpesvírus tipo 1 (HSV-1) e Herpesvirus tipo 2 (HSV-2), um vírus da família do EBV, que também tem ca-pacidade de infectar as células de maneira latente edesenvolver doenças posteriormente.

Foram examinadas trinta e seis (n=36) espéci-mes, sendo vinte e uma adenóides e quinze tonsilastratadas em nossa instituição, através da técnica deHibridização in situ (HIS) para detecção do HSV-1 eHSV-2.

Não encontramos o Herpesvirus tipo 1 (HSV-1)nem o Herpesvirus tipo 2 (HSV-2) nos tecidos estu-dados

A procura de novos microorganismos que pos-sam estar presentes em formas latentes deve ser con-tinuada para se realizar terapêutica adequada e me-lhor compreender a fisiopatologia do anel linfático deWaldeyer (ALW).